Orlando Sabino

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Orlando Sabino Camargo
Nome Orlando Sabino Camargo
Pseudônimo(s) "Monstro de Capinópolis"
Data de nascimento 4 de setembro de 1946
Local de nascimento Arapongas
Data de morte 8 de junho de 2013 (66 anos)
Local de morte Barbacena
Causa da morte Infarto agudo do miocárdio
Sepultado Cemitério Santo Antônio, Barbacena
Nacionalidade(s) brasileira
Crime(s) 19 homicídios
Pena 38 anos e 6 meses (medida de segurança)
Situação morto
Progenitores Mãe: Benedita Rodrigues
Pai: Jorge Francisco Rodrigues
Situação de captura capturado
Procurado por 17 dias
Assassinatos
País  Brasil
Vítimas fatais 12
Apreendido em 10 de março de 1972 (52 anos)


Orlando Sabino Camargo (Arapongas, 4 de Setembro de 1946 - Barbacena, 8 de Junho de 2013), conhecido por Monstro de Capinópolis ou simplesmente Orlando Sabino, foi um assassino em série brasileiro acusado de assassinar 12 pessoas à tiros de revólveres e espingardas, pauladas e facadas e 19 vitelos com golpes de foice, nas regiões do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e no sul do estado de Goiás, além de existirem acusações e suposições sobre outros crimes como furto, roubo e estupro.[1][2][3]

Foi descrito como um andarilho negro, franzino, baixo, de olhar assustado e introvertido, com características que lembram o espectro autista por não ter esboçado reação à um disparo de um tiro efetuado por um policial próximo na ocasião de sua captura.[4][3]

Vida[editar | editar código-fonte]

Orlando Sabino Camargo é dito ter nascido em Arapongas, polo moveleiro no norte paranaense em 4 de Setembro de 1946. Filho do lavrador Jorge Francisco e Benedita Rodrigues, era um dos sete filhos do casal. Fugiu de casa com pouco mais de 20 anos, depois de assistir o assassinato do pai pelo patrão.

Crimes[editar | editar código-fonte]

Após percorrer quilômetros a pé, chegou na região do Alto Paranaíba, onde foi acusado de praticar furto na região de Araxá e homicídios em Patrocínio e Coromandel. Teria seguido para o sul de Minas Gerais, onde supostamente cometeu homicídios em Davinópolis e na região de Ouvidor, depois seguindo para a região de Tupaciguara, Centralina, Capinópolis e Canápolis. Era conhecido por invadir fazendas e passar longos períodos isento de contato humano, esgueirando-se pelos matagais. O medo provocado pelo assassino à solta paralisou a região.[5] Todas as vinte escolas rurais de Capinópolis foram fechadas, fazendas foram evacuadas pelos seus proprietários e ocorreu uma paralisação da produção agropecuária nos municípios de Capinópolis, Canápolis, Cachoeira Dourada e Ipiaçu.[6]

A busca ao assassino mobilizou quatrocentos homens da Polícia Militar de Minas Gerais (comandados pelo tenente-coronel Nilton de Oliveira, do 4º Batalhão da PM)[7], doze homens do DOPS (comandados pelo delegado Thacir Menezes Dias)[8], cães e helicópteros.[9] Durante as buscas, um capitão da PM foi surpreendido por uma patrulha da Polícia Civil que conduzia um ritual de com um feiticeiro, supostamente realizado para que conseguissem prender Orlando.[10]

Sabino foi avistado esporadicamente nas regiões onde perambulava, embrenhando-se na mata e chegou a ser confrontado diretamente pelo fazendeiro Alcides Menezes, que disparou contra Sabino, mas não o atingiu antes que o assasino em série corresse em zigue-zague e desaparecesse novamente na mata.[11] Algumas horas mais tarde, por volta das 14:30 de 10 de Março de 1972, foi capturado em Ipiaçu, às margens do rio Tejuco, Minas Gerais, após dezessete dias de perseguição na maior caçada humana já realizada no estado, com quatrocentos homens da polícia. [4][12][13]

Em 1972, foi internado em um manicômio e diagnosticado com oligofrenia, sendo liberado após cumprir 38 anos e seis meses de medida de segurança no Hospital Judiciário Professor Mario Vaz. No dia 1 de Abril de 2011 ingressou em uma casa de repousos para idosos.[14]

Morte[editar | editar código-fonte]

Foi encontrado morto na manhã do dia 8 de Junho de 2013, em uma casa de repouso no município de Barbacena, Minas Gerais, por um dos funcionários da casa de repouso. Foi apurada como causa de óbito um infarto do miocárdio.

Seu corpo se encontra enterrado no cemitério Santo Antônio, em Barbacena.[15]

Documentário[editar | editar código-fonte]

O jornal Tudo Em Dia produziu um documentário baseado no livro 'O Monstro de Capinópolis' do jornalista Pedro Popó.[16]

Referências

  1. Luiz Reche Reche (3 de março de 1972). «Do pântano ele sai para matar. Patrulhas mistas querem-no vivo ou morto». Diário da Noite, ano XLVIII, edição 14191, página 18/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 22 de maio de 2022 
  2. «Homem violenta mulher em Goiás, fica louco e na fuga mata nove pessoas». Jornal do Brasil, ano LXXXI, edição 277, página 15/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 1 de março de 1972. Consultado em 22 de maio de 2022 
  3. a b Francisco Brandt (25 de março de 1972). «O Monstro de Capinópolis». Manchete, ano 20, edição 1040, página 18/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 22 de maio de 2022 
  4. a b «A história do Monstro de Capinópolis ganha livro». Consultado em 24 de julho de 2016. Arquivado do original em 14 de abril de 2017 
  5. Luiz Reche Reche (7 de março de 1972). «O medo do povo está facilitando a fuga do "louco"». Diário da Noite, ano XLVIII, edição 14194, página 12/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 22 de maio de 2022 
  6. Herval C. Braz e Waldemar Sabino (3 de março de 1972). «Fazendeiros fogem do louco e deixam cidades sem leite». Jornal do Brasil, ano LXXXI, edição 279, página 18/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 22 de maio de 2022 
  7. «MG: 400 homens e cães cercam o louco-assassino». Correio Braziliense, edição 3751, páginas 1 e 13/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 3 de março de 1972. Consultado em 22 de maio de 2022 
  8. Herval C. Braz e Waldemar Sabino (8 de março de 1972). «Polícia só sai do Triângulo depois de capturar homicida». Jornal do Brasil, ano LXXXI, edição 283, página 18/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 22 de maio de 2022 
  9. «Cães e helicópteros buscam em Minas louco que matou 9». Jornal do Brasil, ano LXXXI, edição 278, página 15/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 2 de março de 1972. Consultado em 22 de maio de 2022 
  10. Herval C. Braz (10 de março de 1972). «Capitão que caça homicida em Minas é surpreendido em um rito de feitiçaria». Jornal do Brasil, ano LXXXI, edição 285, página 22/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 22 de maio de 2022 
  11. Herval C. Braz (11 de março de 1972). «Polícia prende homem que se refugiou em Minas e matou pessoas e animais». Jornal do Brasil, ano LXXXI, edição 286, página 40/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 22 de maio de 2022 
  12. Herval C. Braz (11 de março de 1972). «Polícia prende homem que se refugiou em Minas e matou pessoas e animais». Jornal do Brasil, ano LXXXI, edição 286, página 40/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 22 de maio de 2022 
  13. «Louco do pântano só matava em busca de comida». Diário da Noite, ano XLVIII, edição 14199, página 6/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 13 de março de 1972. Consultado em 22 de maio de 2022 
  14. «Orlando Sabino foi uma vítima da Fake News nos anos 70 na região do Triângulo Mineiro». Correio de Santa Vitória. 23 de junho de 2021. Consultado em 21 de Maio de 2023 
  15. http://blogdoroque.com.br/2013/09/26/homem-conhecido-como-mostro-de-capinopolis-e-com-familiares-em-sao-joao-do-ivai-morre-em-minas-gerais/ [ligação inativa]  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  16. «Documentário 'Orlando Sabino – O monstro de Capinópolis'». 29 de maio de 2018. Consultado em 12 de março de 2021