Eleições estaduais no Rio Grande do Sul em 1986
← 1982 1990 → | ||||
Eleições estaduais no Rio Grande do Sul em 1986 | ||||
---|---|---|---|---|
15 de novembro de 1986 (Turno único) | ||||
Candidato | Pedro Simon | Aldo Pinto | ||
Partido | PMDB | PDT | ||
Natural de | Caxias do Sul, RS | Palmeira das Missões, RS | ||
Vice | Sinval Guazzelli | Silverius Kist | ||
Votos | 2.009.381 | 1.140.228 | ||
Porcentagem | 48,01% | 27,25% | ||
Candidato mais votado por município (244):
Pedro Simon (203)
Aldo Pinto (38)
Chiarelli (3)
| ||||
Titular Eleito | ||||
As eleições estaduais no Rio Grande do Sul em 1986 ocorreram em 15 de novembro como parte das eleições gerais no Distrito Federal,[nota 1] em 23 estados brasileiros e nos territórios federais do Amapá e Roraima.[nota 2] Foram eleitos então o governador Pedro Simon, o vice-governador Sinval Guazzelli, os senadores José Fogaça e José Paulo Bisol, além de 31 deputados federais e 55 deputados estaduais na derradeira eleição para governador onde não vigiam os dois turnos. Cinco nomes disputaram o pleito, mas a vitória foi de Pedro Simon, candidato derrotado em 1982. Foi a primeira vitória do PMDB nas lutas pelo governo do estado.[1]
Natural de Caxias do Sul o novo governador é advogado formado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul com especialização em Direito Penal e detém pós-graduação em Economia Política na Universidade de Paris[2] sendo professor da Universidade de Caxias do Sul. Como membro do PTB foi contemporâneo de Leonel Brizola, Sereno Chaise e Fernando Ferrari ao tempo em que atuava no movimento estudantil. Eleito vereador em Caxias do Sul em 1959 e deputado estadual em 1962, fez opção pelo MDB quando o Regime Militar de 1964 impôs o bipartidarismo sendo reeleito em 1966, 1970 e 1974. Eleito senador em 1978 foi um dos fundadores do PMDB e embora tenha perdido a eleição para governador em 1982 foi escolhido ministro da Agricultura pelo presidente Tancredo Neves e com a morte deste ocupou o cargo nos primeiros meses do governo José Sarney.[2]
Considerando que PMDB e PT mantiveram seus espaços políticos a novidade na disputa pelo Palácio Piratini foi a fragmentação dos governistas em duas alas: uma permaneceu no PDS em atenção ao deputado Nelson Marchezan - candidato ao Senado - que quase foi vice de Simon, mas a ala peemedebista ligada ao senador José Paulo Bisol impediu e cedeu a cabeça de chapa ao PDT de Leonel Brizola e Alceu Collares, com a candidatura de Aldo Pinto, enquanto outra, que incluía o governador Jair Soares, foi para o PFL e apoiou o senador Carlos Chiarelli. Contudo, o desgaste político dos situacionistas somado aos efeitos positivos do Plano Cruzado e do efeito recall em favor de Pedro Simon definiram o pleito para o PMDB.
A votação dada ao partido permitiu a eleição de José Fogaça e José Paulo Bisol para as duas vagas no Senado Federal muito embora as sublegendas tenham impedido a vitória de Nelson Marchezan na vaga conquistada por aquele último. Nas disputas proporcionais o PMDB conquistou a maioria das vagas.
Resultado da Eleição Para Senador | ||||
---|---|---|---|---|
Líder | José Fogaça | José Paulo Bisol | ||
Partido | PMDB | PMDB | ||
Natural de | Porto Alegre, RS | Porto Alegre, RS | ||
Votos | 1.510.064 | 1.166.810 | ||
Porcentagem | 21,06% (Candidato)
26,80% (Sublegenda) |
16,27% (Candidato)
26,42% (Sublegenda) | ||
José Fogaça
José Paulo Bisol
Nelson Marchezan
Odacir Klein
João Gilberto
Mario Ramos
Cloraldino Severo
| ||||
Titular(es) Eleito(s) | ||||
Resultado da eleição para governador[editar | editar código-fonte]
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul houve 494.768 votos em branco (10,26%) e 140.424 votos nulos (2,91%), calculados sobre o comparecimento de 4.820.506 eleitores.[1]
Candidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
---|---|---|---|---|---|
Pedro Simon PMDB |
Sinval Guazzelli PMDB |
||||
Aldo Pinto PDT |
Silverius Kist PDS |
||||
Carlos Chiarelli PFL |
Luís Fernando Cirne Lima PFL |
||||
Clóvis Ilgenfritz PT |
João Verle PT |
||||
Fulvio Petracco PSB |
Elaine Matos PSB |
Resultado da eleição para senador[editar | editar código-fonte]
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul houve 1.976.520 votos em branco e 494.500 votos nulos calculados sobre um total de 9.641.012 votos apurados.[1] Graças ao sistema das sublegendas seriam eleitos os candidatos que pertencessem ao partido ou coligação mais votada independente da posição individual dos disputantes. Os percentuais abaixo remetem a um total de 7.169.992 votos válidos.
Candidatos a senador da República |
Primeiro suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
---|---|---|---|---|---|
José Fogaça PMDB |
Jarbas Pires Machado PMDB |
||||
Nelson Marchezan PDS |
Guilherme Villela PDS |
||||
José Paulo Bisol PMDB |
Paulo Egon Wiederkehr PMDB |
||||
Sereno Chaise PDT |
Glênio Peres PDT |
||||
Odacir Klein PMDB |
Rosa Flores PMDB |
||||
João Gilberto PMDB |
Leônidas Xausa PMDB |
||||
Mário Ramos PFL |
Rosa Russomano PFL |
||||
Cloraldino Severo PFL |
Inácio Neis PFL |
||||
Flávio Koutzi PT |
José Roberto da Silva PT |
||||
Dinarte Belato PT |
Sandra Machado PT |
||||
Jorge Alberto Campezatto PSB |
José Carlos Pinheiro Machado PSB |
||||
Glênio Daison Argemi PSB |
Bruno Costa PSB |
47.621 |
Deputados federais eleitos[editar | editar código-fonte]
São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[3][4]
Deputados estaduais eleitos[editar | editar código-fonte]
Das 55 cadeiras da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul o PMDB ficou com vinte e sete, o PDS com dez, o PDT com nove, o PFL com cinco e o PT com quatro.[1][4]
Notas
- ↑ O Distrito Federal elegeu três senadores e oito deputados federais de acordo com a Emenda Constitucional 25 de 15/05/1985.
- ↑ Os territórios federais elegeram quatro deputados federais cada, sendo que em Fernando de Noronha não houve escolha de representantes.
- ↑ Eleito prefeito de Porto Alegre em 1988, foi substituído na Câmara dos Deputados por Tarso Genro. Curiosamente o novo parlamentar foi eleito também vice-prefeito da capital gaúcha acumulando os dois mandatos conforme o Art. 5º § 3º das Disposições Transitórias da nova Constituição, entretanto a nomeação de Tarso Genro para o secretariado de Olívio Dutra propiciou a convocação de Antônio Marangon.
- ↑ Chefe da Casa Civil do governo José Sarney entre 21 de dezembro de 1989 e 15 de março de 1990, licenciou-se do mandato parlamentar em favor de Alcides Saldanha.
Referências
- ↑ a b c d «Banco de dados do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul». Consultado em 15 de setembro de 2013
- ↑ a b BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Pedro Simon». Consultado em 15 de setembro de 2013
- ↑ «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 8 de setembro de 2015. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013
- ↑ a b BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 8 de setembro de 2015