Usuário:DAR7/Testes/Linguística/Adjetivo

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Adjetivo é a palavra descritiva, qualificadora ou característica do ser ou do objeto que o substantivo designa (exemplificando, biblioteca geográfica, biblioteca linguística, biblioteca historiográfica, biblioteca biológica, geógrafo inteligente, historiador arguto, linguista catedrático, biólogo apedeuta, bandeira brasileira, bandeira estadunidense). Os adjetivos variam, combinando em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural) com o substantivo, e aceitam flexões de grau (comparativo e substantivo).[1]

Quando mais de uma palavra expressa o adjetivo, acontece uma locução adjetiva. Um substantivo e uma preposição formam uma locução adjetiva (exemplificando: bandeira do Brasil = bandeira brasileira; biblioteca de medicina = biblioteca médica; geógrafo de cátedra = geógrafo catedrático; viajante de aventura = viajante aventureiro). Mas não existem todos os adjetivos com possível substituição de sua locução adjetiva correspondente, a não ser a maioria deles (copo de vidro, mesa de madeira, bandeira de papel).[1]

Como referência psicológica, alguns adjetivos que, se dirigidos a pessoas de diferentes grupos étnicos, profissões, nacionalidades, disciplinas, entre outros, e acompanhados de adjetivos pejorativos, podem ser perigosos, a fim de ferir a honra do interlocutor e ofendê-lo.[2]

Definição[editar | editar código-fonte]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

A palavra adjetivo é um termo etimologicamente oriundo do latim adjectivus, “adicionado, somado”, que é particípio passado de adicere, “lançamento de alguma coisa junto a”, que vem de ad, “a”, mais jacere, “lançamento, tiragem”.[3]

Visão geral[editar | editar código-fonte]

Adjetivo é a palavra que varia em gênero, número e grau e define a característica do nome, dando-lhe atribuição de qualidade (ou defeito), estado ou modo de ser.[4]

Segue abaixo a observação dos exemplos abaixo:[4]

  • Deyvid é um homem inteligente
  • Trata-se de uma mulher estúpida
  • Adolmar é uma pessoa estudiosa
  • Daniel é um economista competente
  • Ele é chato

Nas frases da parte superior, os termos inteligente, estúpido, estudioso, competente e chato são uma referência respectiva aos nomes homem, mulher, pessoa, economista e Ele com a finalidade de definir-lhe as características, com a indicação de qualidade (defeito), estado ou modo de ser. A essas palavras é dado o nome de adjetivos.[5]

A determinação de que se uma palavra é adjetivo é a função exercida por ela numa frase. Exemplificando, nas frases "O louco internou-se naquele hospício", "o maçom entrou na biblioteca para pesquisar sobre direito trabalhista" e "O curitibano adora geografia" as palavras louco, maçom e curitibano são substantivos, porque estão nomeando seres.[5]

Agora nas frases "Adolmar é uma pessoa estudiosa" e "o futebol curitibano é um dos melhores do estado" as palavras estudioso e curitibano são adjetivos, porque são uma referência a substantivos — pessoa e futebol —, dando-lhes atribuição de um aspecto.[5]

Locução adjetiva[editar | editar código-fonte]

É dada a denominação de locução adjetiva ao grupo de palavras (em geral uma preposição seguida de substantivo) com função de adjetivo.[6]

Numa grande quantidade de vezes, uma locução adjetiva não tem um adjetivo correspondente. Mas não é por esse motivo que ele não se classifica como locução adjetiva. É o que acontece, exemplificando, em:[6]

Adjetivos pátrios[editar | editar código-fonte]

Os adjetivos referentes a cidades, estados, países, regiões ou continentes, designando a nacionalidade ou a origem do ser, chamam-se adjetivos. Exemplos:[7][8]

Flexão[editar | editar código-fonte]

Os adjetivos, como observação de Terra & Nicola (1997, p. 32), são possivelmente variáveis em gênero, número e grau.[9]

Flexão genérica[editar | editar código-fonte]

Em relação ao gênero, existem dois tipos de adjetivos:[9]

  • uniforme: quando indica uma só forma para ambos os gêneros.[9]
geógrafo inteligente / geógrafa inteligente
biólogo apedeuta / bióloga apedeuta
  • biforme: quando indica ambas as formas: a primeira para o masculino e a segunda para o feminino.[9]
historiador catedrático / historiadora catedrática
matemático arguto / matemática arguta

Flexão numérica[editar | editar código-fonte]

Os adjetivos aceitam a flexão numérica, com possível presença no plural ou no singular, combinando com a palavra referente a essa classe gramatical.[9]

Adjetivos simples[editar | editar código-fonte]

Os adjetivos simples constituem o plural com semelhança aos substantivos simples. Exemplos:[9]

Quando um substantivo expressa um adjetivo simples, este não varia nunca. Exemplos:[9]

Como observação de Terra & Nicola (1997, p. 32), o processo da derivação imprópria empregou nos exemplos como adjetivos os termos vinho e monstro, os quais de modo normal são substantivos.[9]

Adjetivos compostos[editar | editar código-fonte]

Nos adjetivos compostos, a flexão somente acontece no último elemento. Exemplos:[9]

Existem três casos de adjetivos compostos que não acompanham essa regra:[9]

  • Os adjetivos compostos nos quais o último elemento é um substantivo não são flexionados.[9]
camisa verde-abacate / camisas verde-abacate
cortina amarelo-ouro / cortinas amarelo-ouro
terno azul-marinho / ternos-azul-marinho
carro azul-celeste / carros azul-celeste
homem surdo-mudo / homens surdos-mudos
mulher surda-muda / mulheres surdas-mudas

Flexão gradual[editar | editar código-fonte]

O aspecto que o adjetivo expressa tem possível variação relacionada ao grau. Ambos os graus são apresentados pelo adjetivo: superlativo e comparativo.[9]

Grau comparativo[editar | editar código-fonte]

O grau comparativo acontece quando o aspecto de um ser que o adjetivo expressa surge comparando com a de outro ser, ou quando se expressa uma qualidade em comparação a outra qualidade do mesmo ser. Exemplos:[9]

  • Daniel é mais esperto (do) que Elizabeth.

No exemplo acima supracitado, utiliza-se o adjetivo esperto comparando e relacionando dois seres: Daniel e Elizabeth. Outro exemplo:[9]

Nesse caso, ambos os aspectos de um mesmo ser são comparados. Há dois tipos de grau comparativo:[9]

  • de superioridade: quando a comparação do aspecto surge em grau maior do primeiro elemento comparado. Exemplo(s):[9]
Deyvid é mais inteligente (do) que Oriolina.
  • de igualdade: quando a comparação do aspecto surge em igual intensidade nos dois elementos comparados. Exemplo(s):[9]
Deyvid é tão estudioso quanto Daniel.
Daniel é tão estudioso quanto Deyvid.
  • de inferioridade: quando a comparação do aspecto surge em grau menor no primeiro elemento comparado. Exemplo(s):[9]
Oriolina é menos inteligente (do) que Deyvid.

Os adjetivos bom, mau, grande e pequeno indicam o grau comparativo de superioridade na forma sintética.[10]

Adjetivo Comparativo de superioridade analítico Comparativo de superioridade sintético
bom mais bom melhor
mau mais mau pior
grande mais grande maior
pequeno mais pequeno menor

Comparando um aspecto igual entre dois ou mais seres, é obrigatória a utilização da forma sintética do grau comparativo de superioridade. Exemplos(s):[10]

Entretanto, quando ambos os aspectos de um ser são comparados, é obrigatória a utilização da forma analítica:[10]

  • A maioria dos artigos da Wikipédia em português sobre geografia é mais inconfiável do que credível.
  • O Brasil é mais grande (do) que extenso.
  • Daniel é mais esperto (do) que inteligente.

Grau superlativo[editar | editar código-fonte]

A presença do adjetivo será no grau superlativo quando o aspecto que ele expressa será apresentado com intensidade. Exemplo(s):[10]

  • Deyvid é inteligentíssimo ou Deyvid é muito inteligente.

Há dois tipos de superlativo: absoluto e relativo.[11]

Grau superlativo absoluto[editar | editar código-fonte]

O grau superlativo absoluto não apresenta o aspecto que o adjetivo expressa em comparação aos demais seres. Exemplo(s):[10]

  • A salsicha da Perdigão é muito gostosa ou A salsicha da Perdigão é gostosíssima.

Como observação de Terra & Nicola (1997, p. 34), nos exemplos que vêm antes apresenta-se de modo absoluto o aspecto de gostoso, ou seja, não se põe em comparação a qualquer outra salsicha.[10]

Há dois tipos de grau superlativo absoluto:[12]

  • analítico: outra palavra, quase sempre um verbo, vem modificar o adjetivo.[10]
Este texto é muito (superlativo) difícil (analítico) de traduzir do alemão.
Ivani é uma bibliotecária bastante (superlativo) catedrática (analítica) em geografia.
Daniel é extremamente (advérbio) inteligente (adjetivo).
  • sintético: o adjetivo vem acompanhado dum dos sufixos superlativos (-íssimo, -ílimo, -érrimo)[10]
A casa de campo do meu pai em Campos Novos é um lugar tranquilíssimo.
Este texto é dificílimo de traduzir do alemão.
Pelé é uma pessoa celebérrima.
Grau superlativo relativo[editar | editar código-fonte]

O aspecto que o adjetivo expressa se apresenta em comparação a demais seres.[10]

  • Eloy é o mais inteligente dos filhos de Guerino ou Ronald é o mais inteligente dos filhos de Maria Madalena.
  • A Barsa é a mais confiável enciclopédia do Brasil.

Nas exemplificações superiores, de acordo com o pedido de observação de Terra & Nicola (1997, p. 36) aos leitores, os aspectos que os adjetivos inteligente e confiável expressam, têm como indicação a superioridade relacionada com demais elementos de um certo agrupamento; Eloy é o mais inteligente dos filhos de Guerino; Ronald é o mais inteligente dos filhos de Maria Madalena.[10]

Quando afirmamos "Aquele professor era o menos experiente da escola" ou "Aquele médico era o menos competente do hospital" possuímos da mesma forma o adjetivo no grau superlativo relativo mas desta vez exprime inferioridade. Por esse motivo, é possível o desdobramento do grau superlativo em dois tipos:[10]

  • superlativo relativo de superioridade: Deyvid é o mais mimado dos filhos de Eloy ou Deyvid é o mais disponível dos editores da Wikipédia em português.[10]
  • superlativo relativo de inferioridade: Daniel é o menos mimado dos filhos de Eloy ou WOtP é o menos disponível dos editores da Wikipédia em português.[10]

Morfossintaxe[editar | editar código-fonte]

No interior da oração, será possível o exercício do adjetivo para as funções sintáticas a seguir:[13]

Após a eleição de Dilma, os brasileiros, em sua maioria, ficaram felizes.
Os leitores saíram da biblioteca inspirados porque os artigos da Wikipédia em português precisam ter credibilidade.
Considero sua leitura indispensável.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

Referências

  1. a b Arruda 1988, p. 74.
  2. «O que é Pejorativo». significados.com.br. Consultado em 13 de março de 2016 
  3. «Classes de palavras». Consultório Etimológico. Consultado em 24 de fevereiro de 2016 
  4. a b «Significado de Adjetivo». significados.com.br. Consultado em 5 de março de 2016 
  5. a b c Terra 1997, p. 29.
  6. a b «Locução adjetiva». normaculta.com.br. Consultado em 5 de março de 2016 
  7. «Adjetivos pátrios». normaculta.com.br. Consultado em 5 de março de 2016 
  8. «Adjetivos pátrios dos estados e capitais brasileiras». normaculta.com.br. Consultado em 5 de março de 2016 
  9. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v Duarte, Vânia Maria do Nascimento. «A flexão dos adjetivos». Brasil Escola. Consultado em 5 de março de 2016 
  10. a b c d e f g h i j k l m Duarte, Vânia Maria do Nascimento. «O grau dos adjetivos». portugues.uol.com.br. Consultado em 5 de março de 2016 
  11. Terra 1997, p. 34.
  12. Terra 1997, p. 35.
  13. a b c d Duarte, Vânia Maria do Nascimento. «Morfossintaxe do adjetivo». Mundo Educação. Consultado em 5 de março de 2016 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Arruda, Ana (1988). «Adjetivo». Enciclopédia Delta Universal. 1. Rio de Janeiro: Delta. pp. p. 74 
  • Terra, Ernani; Nicola, José de (1997). Curso prático de língua, literatura e redação. 2 4ª ed. São Paulo: Scipione. p. 29-37. 318 páginas 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]