Partido de Reedificação da Ordem Nacional: diferenças entre revisões
Sim ,o PRONA era um partido de extrema direita e até hoje inspira personalidades da extrema direita como bolsonaro. Etiquetas: Editor Visual Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel |
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Revisão das 18h39min de 16 de agosto de 2017
Partido de Reedificação da Ordem Nacional | |
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PRONA Logo.png | |
Número eleitoral | 56 |
Presidente | Enéas Carneiro |
Fundação | 1989 |
Dissolução | 26 de outubro de 2006 |
Ideologia | Nacionalismo Patriotismo Estatismo Conservadorismo Trabalhismo |
Espectro político | Não Declarado |
Sucessor | PR (em fusão com o PL) |
Cores | Verde Amarelo |
Sigla | Prona |
Política do Brasil Partidos políticos Eleições |
O Partido de Reedificação da Ordem Nacional, ou Prona,[1] foi um partido político brasileiro. O seu código eleitoral era 56 e suas cores eram o verde e o amarelo. Foi fundado em 1989 pelo médico cardiologista Enéas Carneiro, que foi o primeiro presidente da legenda.[2] Suas propagandas partidárias no horário eleitoral gratuito tornaram-se distintas e famosas pela rapidez com que eram veiculadas, devido ao pouco tempo de que dispunha o partido e pelo uso da Quinta Sinfonia de Beethoven como trilha sonora.
Deputado federal recordista de votos, com mais de 1,5 milhão de votos em 2002, pelo estado de São Paulo, o fundador, Enéas Carneiro, tornou-se famoso pela sua forma de expressão contundente e aos brados, pela sua aparência rudimentar e excêntrica e pelo seu bordão – "Meu nome é Enéas! 56!" – no horário político televisivo brasileiro. Candidatou-se à presidência do Brasil em 1989, 1994 e 1998, tendo obtido 4 671 457 votos em 1994 e ficando à frente de lideranças políticas influentes e tradicionais, como Leonel Brizola (PDT), Orestes Quércia (PMDB) e Esperidião Amin (PPR).
História
Dissolução
Para contornar as restrições impostas pela cláusula de barreira da legislação eleitoral que começaria a vigorar, no Congresso Nacional, a partir da legislatura de 2007, o partido se fundiu, em 24 de outubro de 2006, com o PL, criando o Partido da República.[3][4][5] À época, o partido havia eleito, para início de mandato em 2007, dois deputados federais: Suely Santana da Silva (RJ) e Enéas Carneiro (SP). Cumpriam mandato na data: Elimar Máximo Damasceno (SP) e Enéas Carneiro. Os outros quatro deputados federais eleitos pelo Prona, todos fundadores do partido,[6] já haviam se filiado ao PP e ao PL em 2003.[7]
Partido Geral dos Trabalhadores (PGT) 1995–2003 |
Partido Liberal (PL) 1985–2006 |
Partido da República (PR) 2006–2019 |
Partido Liberal (PL) 2019–presente | ||
Partido Social Trabalhista (PST) 1996–2003 | |||||
Partido de Reedificação da Ordem Nacional (PRONA) 1989–2006 |
Planos de refundação
O sindicalista fluminense Marcelo Vivório declarou, ao final de março de 2015, que já conseguira mais de 200 mil assinaturas, das 500 mil necessárias, para a refundação da legenda. Ele conta que grandes figuras da atinga sigla, como a Dra. Havanir Nimtz, teriam manifestado interesse na iniciativa que ele lidera.[11]
Ordem e soberania nacional continuariam sendo a principal tônica do novo Prona, mas o grupo ainda não definiu quais seriam as demais pautas do partido, sinalizando um posicionamento mais flexível em relação a temas como o casamento gay e legalização do aborto.[11] No ano seguinte, entretanto, Vivório voltou atrás e, por meio do blogue da nova sigla, posicionou-se no sentido contrário a esses dois assuntos por entender que afrontariam o artigo 5.º da constituição brasileira de 1988.[12]
Ideologia
Oficialmente, o partido se proclamava patriótico e independente das correntes políticas tradicionais. Já os críticos, enxergavam uma sigla ultranacionalista, e de extrema-direita. Seus seguidores, no entanto, consideravam-no simplesmente patriótico, nacionalista e estatista. Eram conhecidos por suas posições em assuntos polêmicos como, por exemplo, a defesa da pesquisa nuclear bélica.[13]
Enéas considerava a classificação esquerda-direita como obsoleta e se definia como um defensor do estado nacional soberano.[14]
Corrupção
Comercialização da legenda
Em 2002, o Prona foi acusado de ter, naquela eleição, comercializado vagas para quem quisesse se candidatar, pela legenda, a deputado estadual da Assembleia Legislativa de São Paulo.[15] O comerciante Clóvis Kazuo Yoshiura teria pago R$ 5 000, em três cheques, para concorrer à vaga. Ivan Batista Marinho também teria pago esse mesmo valor, em quatro cheques.[16] Uma afiliada da Rede Globo exibiu reportagem em que Havanir Nimtz cobra R$ 5 000 do empresário Santos Jorge Roberto Leite para garantir uma vaga na legenda: "[é um] dízimo que a pessoa dá". Eneias e Havanir defendem-se qualificando a reportagem como uma "interpretação maliciosa" e "sensacionalista".[17]
Em maio do ano seguinte, a Mesa Diretora da Assembléia Legislativa decidiu não abrir investigação para apurar denúncia contra Havanir. Entretanto, o corregedor Álvaro Lazzarini, do TRE/SP, determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal do Partido, bem como o de Havanir, o de Enéas Carneiro e o da Livraria e Editora Enéas Ferreira Carneiro LTDA.[16][18] Eles declararam que não recorreriam das quebras de sigilo, classificando a acusação como "perseguição política".[19]
Falsificação de domicílio eleitoral
O, futuramente deputado federal,[20] Vanderlei Assis de Souza perdeu o mandato de deputado estadual por São Paulo, que havia conquistado por apenas 275 votos em 2002, quando descobriu-se que residia e trabalhava, como servidor público, no Rio de Janeiro. Após recurso, Vanderlei foi condenado, em 2010, à prestação de serviços à comunidade.[21][22][23]
Em 2004, a ex-assessora parlamentar de Enéas, eleita vereadora do Rio de Janeiro, Suely Santana da Silva, foi investigada pelo Ministério Público por indícios de irregularidade no domicílio eleitoral.[24] Na solenidade de diplomação, sempre acompanhada do padrinho político, evitou a imprensa.[25] O jornal O Globo havia lançado suspeitas sobre o endereço informado pela candidata ao TRE/RJ – Av. NSa. de Copacabana, 1032 – onde vizinhos teriam contado à Reportagem que nunca viram a suposta moradora do apartamento de número 601, cuja conta de gás está em nome de outra pessoa. Também questionou-se os números de telefone informados à Justiça Eleitoral.[21]
Quatro anos depois, agora na posição de deputada federal, Suely preferiu destinar suas emendas individuais ao Orçamento, não ao estado onde foi eleita – Rio de Janeiro – mas a 16 municípios paulistas.[26]
Superfaturamento de ambulâncias
Em 2006, quatro deputados federais que haviam sido eleitos pelo Prona – Vanderlei Assis, Ildeu Araújo, Irapuan Teixeira e Amauri Gasques – viram seus nomes na lista de suspeitos da CPI dos Sanguessugas. Apesar de terem obtido votações inexpressivas nas eleições de 2002, foram "puxados" pelo bom desempenho do copartidário Enéas Carneiro. À época do inquérito, entretanto, já não faziam mais parte do quadro do partido, tendo Enéas se referido a Irapuan como um "traidor". Eles foram investigados por suposta participação num esquema de compras superfaturadas de ambulâncias para prefeituras.[27][28]
Último no Ranking da Corrupção
O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, divulgou um balanço, em 4 de outubro de 2007, com os partidos com maior número de parlamentares cassados por corrupção desde o ano 2000. O Prona aparecia em último lugar na lista, com uma única cassação, empatado com Partido Humanista da Solidariedade (PHS), Partido Verde (PV) e Partido Republicano Progressista (PRP).[29]
Participação nas eleições presidenciais
Ano | Candidato a Presidente | Candidato a Vice-Presidente | Coligação | Votos | % | Colocação |
---|---|---|---|---|---|---|
1998 | Enéas Carneiro | Irapuan Teixeira | Prona | 1 447 090 | 2,14 | 4.º |
1994 | Enéas Carneiro | Roberto Gama e Silva | Prona | 4 671 457 | 7,38 | 3.º |
1989 | Enéas Carneiro | Lenine Madeira de Souza | Prona | 360 561 | 0,50 | 12.º |
Ver também
Referências
- ↑ Manual de redação 2 ed. Brasília: Jornal do Senado. 2003. p. 131. Consultado em 28 de dezembro de 2015
- ↑ «PARTIDO DE REEDIFICACAO DA ORDEM NACIONAL (PRONA)». CPDOC. Consultado em 10 de janeiro de 2017
- ↑ «PL e PRONA oficializam união e apoiam Lula». Partido da República. Consultado em 28 de dezembro de 2013. Cópia arquivada em 7 de junho de 2013 🔗
- ↑ Guerreiro, Gabriela (26 de Outubro de 2006). «Prona e PL se unem e criam o Partido da República». Consultado em 18 de Agosto de 2013
- ↑ Cristina da Silva, Valéria (27 de Outubro de 2006). «PL, Prona e PT do B se fundem e nasce o PR». Consultado em 18 de Agosto de 2013
- ↑ Folha de S.Paulo (8 de outubro de 2002). «Bancada do Prona será de fundadores». Reportagem Local
- ↑ Congresso em foco (12 de dezembro de 2006). «Veja quais deputados mudaram de partido». Reportagem Local
- ↑ TSE. «Histórico de partidos». Consultado em 26 de outubro de 2016
- ↑ «Resolução n.º 21374/2003». www.tse.jus.br. Consultado em 26 de outubro de 2016
- ↑ «Aprovada alteração do nome do Partido da República (PR) para Partido Liberal (PL)». www.tse.jus.br. Consultado em 8 de maio de 2019
- ↑ a b Perosa, Teresa (30 de março de 2015). «O Prona vai voltar». Época. Consultado em 6 de abril de 2016
- ↑ Vivório, Marcelo (1.º de novembro de 2016). «O PRONA É CONTRA: O Casamento gay e a legalização do aborto.». Sindicato dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários de Campos. Consultado em 4 de novembro de 2016
- ↑ «Entrevista - Revista Isto é». 12 de março de 2007. Consultado em 22 de março de 2017. Arquivado do original em 12 de março de 2007
- ↑ Entrevista de Enéas Carneiro para o jornalista Carlos Chagas, no Programa Jogo do Poder, em 1998
- ↑ a b Amorim, Sílvia (23 de maio de 2003). «Justiça Eleitoral quebra sigilos de Enéas e Havanir». Eleições 2002. Folha de S.Paulo. Consultado em 7 de abril de 2016
- ↑ imirante.com (22 de maio de 2003). «Quebrado o sigilo bancário do deputado federal Enéas». Notícias. Portal Imirante. Consultado em 7 de abril de 2016
- ↑ Agência Estado (24 de maio de 2003). «Enéas e Havanir acatam quebra de sigilo». Política. O Estado de S. Paulo. Consultado em 6 de abril de 2016
- ↑ «VANDERLEI ASSIS - PP/SP». Conheça os Deputados. Câmara dos Deputados. Consultado em 7 de abril de 2016
- ↑ a b Name, Daniela (8 de outubro de 2004). «Procura-se Senhorita Suely, eleita vereadora pelo Prona». O Globo. Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro
- ↑ Araújo, Luís Edmundo; Cecília Maia (3 de fevereiro de 2003). «Deputados Problema». Política. ISTOÉ Gente. Consultado em 7 de abril de 2016
- ↑ Spigliatti, Solange (12 de agosto de 2010). «TRE confirma condenação a ex-deputado do Prona». Política. O Estado de S. Paulo. Consultado em 6 de abril de 2016
- ↑ UOL News (15 de outubro de 2004). «Ministério Público investiga vereadora eleita pelo Prona». Rio de Janeiro. UOL Notícias. Consultado em 7 de abril de 2016
- ↑ O Dia (dezembro de 2004). «O mistério da Senhorita Suely». O Dia. Consultado em 7 de abril de 2016
- ↑ Menezes, Maiá; Isabel Braga (20 de janeiro de 2008). «Deputados explicam suas escolhas na hora de emendar o Orçamento». O País. O Globo. p. 4. Consultado em 7 de abril de 2016
- ↑ Agência Folha (28 de julho de 2006). «Dos cinco eleitos ligados a Enéas, 4 estão sob suspeita». Brasil. Folha de S.Paulo. Consultado em 7 de abril de 2016
- ↑ Freitas, Ronald (7 de agosto de 2006). «O deputado de 673 votos». Época. Consultado em 6 de abril de 2016
- ↑ «Desde 2000, 623 políticos foram cassados. DEM lidera ranking». O Globo. Consultado em 2 de dezembro de 2013. Cópia arquivada em 20 de outubro de 2011 🔗