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Maracatu nação: diferenças entre revisões

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* Maracatu Navegante (Ribeirão Preto - SP)
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* [https://www.maracatuourodocongo.com.br Maracatu Ouro do Congo] (São Paulo - SP)
* [https://www.maracatuourodocongo.com.br Maracatu Ouro do Congo] (São Paulo - SP)
* Maracatu Pedra de Fogo (Araraquara - SP)
* Maracatu Pedra de Raio ( São José do Rio Preto - SP)
* Maracatu Pedra de Raio ( São José do Rio Preto - SP)
* Maracatu Pincesa do Litoral (Iguape - SP)
* Maracatu Pincesa do Litoral (Iguape - SP)

Revisão das 02h31min de 6 de outubro de 2017

Bloco de maracatu em Olinda. A calunga (boneca negra) vai na frente com a dama do paço.

O Maracatu Nação ou Maracatu de Baque Virado é uma manifestação folclórica com origem no estado de Pernambuco.[1] Trata-se do mais antigo ritmo afro-brasileiro.[1]

É formado por um conjunto musical percussivo que acompanha um cortejo real. Os grupos apresentam um espetáculo repleto de simbologias e marcado pela riqueza estética e pela musicalidade. O momento de maior destaque consiste na saída às ruas para desfiles e apresentações no período carnavalesco.[2]

História

Dona Santa, Rainha do Maracatu Elefante, c. 1935. O Maracatu Elefante é um dos mais antigos maracatus, fundado em 15 de novembro de 1800.

O registro mais antigo que se tem sobre o Maracatu Nação data de 1711, mas o ano de sua origem é incerto. O que se sabe é que ele surgiu em Pernambuco e vem se transformando desde então.[1]

Um dos maracatus mais antigos é o Maracatu Elefante, fundado em 15 de novembro de 1800 no Recife pelo escravo Manuel Santiago após sua insurreição contra a direção do Maracatu Brilhante. A escolha do elefante como nome e símbolo da agremiação deveu-se ao fato deste animal ser protegido por Oxalá, um dos muitos orixás do candomblé. Uma das peculiaridades deste maracatu é o costume de conduzir três calungas (bonecas negras) ao invés de duas como é comum aos outros maracatus. São elas: Dona Leopoldina, Dom Luís e Dona Emília, que representam os orixás Iansã, Xangô e Oxum, respectivamente. Outra característica singular do Nação Elefante é o fato de ter sido o primeiro a ser conduzido por uma matriarca, pois até então os maracatus sempre tinham sido regidos por uma figura masculina.[3][4]

Cortejo

Os cortejos de maracatu são uma tentativa de refletir as antigas cortes africanas, que ao serem conquistados e vendidos como escravos trouxeram suas raízes e mantiveram seus títulos de nobreza, para o Brasil.

O cortejo é composto por uma bandeira ou estandarte abrindo as alas. Logo atrás, segue a dama do paço, que carrega a mística calunga, representando todas as entidades espirituais do grupo.[5]

Atrás dela, seguem as Yabás (popularmente chamadas de baianas) e, pouco depois, a corte e o rei e a rainha dos maracatus. Os títulos de rei e rainha são passados de forma hereditária. Essa ala representa a nobreza da Nação.

De cada lado seguem as escravas ou catirinas, normalmente jovens, que usam vestimentas de chitão.

Mantendo o ritmo do desfile, seguem os batuqueiros. Os instrumentos são diversos: alfaias, que são tambores, caixas ou taróis, ganzás e abês, esses conduzidos por mulheres que vão à frente desse grupo e que fazem, do seu toque, um show" a parte.

Personagens

Yabás do Maracatu Nação no Recife.
Maracatus em frente à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de Olinda, primeira igreja do Brasil pertencente a uma irmandade de negros.
Apresentações no "Dia Estadual do Maracatu".

As personagens que compõem o cortejo são os seguintes:

  1. Porta-estandarte, que leva o estandarte; este contém, basicamente, o nome da agremiação, uma figura que o represente e o ano que foi criada.
  2. Dama do paço, mulher que leva, em uma das mãos, a calunga (boneca de madeira, ricamente vestida, que simboliza uma entidade ou rainha já morta).
  3. Rei e rainha, as figuras mais importantes do cortejo. É por sua coroação que tudo é feito.
  4. Vassalo, um escravo que leva o pálio (guarda-sol que protege os reis).
  5. Figuras da corte como príncipes, ministros e embaixadores.
  6. Damas da corte, senhoras ricas que não possuem título nobiliárquicos.
  7. Yabás, mais conhecidas como baianas, que são escravas.
  8. Batuqueiros, que animam o cortejo tocando vários instrumentos, como caixas de guerra, alfaias (tambores), gonguê, xequerês, maracás, entre outros.

Nações e Grupos de Pernambuco

Nações de Maracatu de Baque Virado

Percussão do Maracatu Nação, com uma alfaia em destaque.
Mulheres tocando abê.
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Cambinda African
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Almirante do Forte (Fundado em 07/09/1931)
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Aurora Africana
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Axé da Lua
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Nação de Luanda
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Elefante [Fundado em 1800]
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Encanto da Alegria
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Encanto do Dendê
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Erê
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Estrela de Olinda
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Gato Preto
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Leão da Campina
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Leão de Judá
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Linda Flor
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Oxum Mirim
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Raízes de Pai Adão
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Sol Nascente
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Cambinda Estrela
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Engenho
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Encanto do Pina
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Estrela Brilhante de Igarassu [Fundado em 1824]
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Estrela Brilhante do Recife [Fundado em 16/07/1906]
  • Maracatu Baque Virado Nação Salgueirense [Fundado em 10/01/2010] (Salgueiro - PE)
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Estrela Dalva
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Leão Coroado [Fundado em 1863]
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Porto Rico [Fundado em 1916]
  • Nação Matingueiros (único do sertão pernambucano - Petrolina)
  • Nação do Maracatu de Baque Virado Cambinda Velha
  • Maracatu de Baque Virado Nação Camaleão (Olinda - 1990)
  • Maracatu Nação Maracambuco (Olinda - 1993).

Grupos de Percussão de Maracatu de Baque Virado

  • Baque de Bamba (Toronto - Canadá)
  • Baque dos Bugres (Caxias do Sul - RS)
  • Baque Forte (Recife - PE)
  • Baque Nambuco (Recife - PE)
  • Baque Opará (Petrolina - PE)
  • Batuque Estrelado
  • Batuque na Praça (Recife - PE)
  • Batuque Usina
  • Corpos Percussivos
  • Grupo Cultural Baque das Ondas (Recife - PE)
  • Grupo Folclórico Elizabete Freire(Sertânia - PE)
  • Grupo Paranambuca (Recife - PE)
  • Grupo de Percussão Maracatu Quebra Baque
  • Grupo Yalu - Maracatu Percussivo (Recife - PE)
  • Maracatu Ogùn Onilê (Recife - PE)
  • Maracagrande Grupo de Percussão (Campina Grande - PB)
  • Maracatu A Cabralada
  • Maracatu Amantes da Mão
  • Maracatu Maria Das Dores (Recife - PE)
  • Maracatu Estrela na Mata (Juiz de fora - MG)
  • Maracatu Famiguê (Montes Claros - MG)
  • Maracatu Afrobatuque (Floresta - PE)
  • Maracatu Flor do Cajueiro
  • Maracatu Jundiaí
  • Maracatu MarAberto (Toronto - Canadá)
  • Maracatu Muita quite (Alfenas - MG)
  • Maracatu Nação do Barro(Caruaru - PE)
  • Maracatu Nação Luar do Sertão (Custódia - PE)
  • Maracatu Nação Peixinhos
  • Maracatu Suburbaque (Mogi das Cruzes - SP)
  • Maracatu Tambores Dumundo (Recife - PE)
  • Maracatu Vila Nova
  • Nação de Oxalá (Recife - PE)
  • Nação Mandú (Recife - PE)
  • Nação Pernambuco
  • Nação Zamberacatu (Natal - RN)
  • Tamaracá (Paris - França)
  • Tambores Dumundo (Recife - PE)
  • Toque da Foice
  • Toque na Rua (Recife - PE)
  • Traga a Vasilha(Recife - PE)
  • Várzea do Capibaribe
  • www.maracatucolonia.de (Colonia - Alemanha)

Grupos pelo Brasil

Ver também

Referências

  1. a b c «O maracatu». Nova Escola. Consultado em 22 de fevereiro de 2017 
  2. «Maracatus e Cavalo-Marinho recebem título de Patrimônio Cultural Imaterial». G1. Consultado em 22 de fevereiro de 2017 
  3. «Maracatu Nação Elefante». Dicionário Cravo Albin. Consultado em 27 de fevereiro de 2017 
  4. «Maracatu Elefante». Fundaj. Consultado em 27 de fevereiro de 2017 
  5. A boneca sagrada dos maracatus
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Ligações externas