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JD Consultoria

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JD Assessoria e Consultoria foi uma empresa de consultorias que pertencia a José Dirceu e seu irmão, Luiz Eduardo de Oliveira.[1] A JD teve seu nome veiculado como empresa de fachada que supostamente receberia recursos desviados da Petrobras cujas operações foram investigadas no âmbito Operação Lava Jato,[2] isso de acordo com depoimentos do doleiro e delator Alberto Youssef, de que Dirceu teria recebido propina de recursos desviados da Petrobras.[3] De acordo com a justiça, JD Consultoria recebeu R$29 milhões,[4] e nas investigações, a JD não teria conseguido comprovar os serviços prestados. Embora o tipo de consultoria prestada pela JD siga o modelo de outras consultorias, como a de Henry Kissinger, na qual a rede de contatos é o principal trunfo do consultor.[5] A maior parte do faturamento são de empreiteiras e empresas demais envolvidas no esquema de desvio de recursos da Petrobras.

Clientes JD Consultoria

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Empresas que pagaram a JD Consultoria por serviços supostamente nunca prestados,[6][7][8] de acordo com procuradores do MPF.[2][9]

Ano Fonte Pagadora Estabelecimento Valor bruto
2006 Carmo Consultoria LTDA R$240.000,00
2006 Casa Brasil Empreendimentos Culturais R$130.000,00
2006 Arbi Rio incorporações imobiliárias R$120.000,00
2006 Construtora OAS R$60.000,00
2006 BrasilInvest Empreendimentos R$20.000,00
2006 Editora JB S/A R$31.000,00
2006 Forum das Americas R$100.000,00
2007 Carmo Consultoria LTDA R$60.000,00
2007 Eolica Fazenda Nova Geração R$70.000,00
2007 Arbi Rio incorporações imobiliárias R$180.000,00
2007 Adne administração e negócios S/A R$180.000
2007 SMK serviços de marketing R$100.000,00
2007 Editora JB S/A R$21.000,00
2007 Construtora OAS R$360.000,00
2007 TMKT serviços de marketing R$100.000,00
2007 Ambev R$140.000,00
2008 Lacerda e Franze Advogados e Associados R$80.000,00
2008 Carmo Consultoria Ltda R$20.000,00
2008 Arbi Rio R$180.000,00
2008 Monte cristalina S/A R$160.000,00
2008 Credencial.com.equipa.eletro.eletron. ltda R$200.000,00
2008 Parmalat Brasil S/A (Laep Investments) R$150.000,00
2008 Solvi Participações R$110.000,00
2008 Engevix Engenharia R$100.000,00
2008 Serveng civilsan R$108.000,00
2008 Adne Consluting group LTDA R$240.000,00
2008 Egesa Engenharia R$240.000,00
2008 247 Inteligencia digital LTDA (Brasil 247) R$60.000,00
2008 Ambev R$240.000,00
2008 Construtora OAS R$360.000,00
2009 Lacerda R$60.000,00
2009 Solvi participações S/A R$120.000,00
2009 Brasil vidro plano industria e comercio LTDA R$120.000,00
2009 247 Inteligencia digital LTDA (Brasil 247) R$220.000,00
2009 Spa Engenharia R$90.000,00
2009 Comapi agropecuaria R$160.000,00
2009 KMG equipamentos eletricos R$60.000,00
2009 Adnet consulting group R$180.000,00
2009 Serveng civilsan R$198.000,00
2009 Monte Cristalina R$220.000,00
2009 Vox Engenharia R$80.000,00
2009 EMS SA R$600.000,00
2009 Hypermarcas R$20.000,00
2009 Engevix Engenharia S/A R$260.000,00
2009 Egesa Engenharia S/A R$120.000,00
2009 Galvão Engenharia R$150.000,00
2009 Ambev R$200.000,00
2009 Construtora OAS R$361.150,00
2010 Lacerda e Franze advogados associados R$180.000,00
2010 JD Assessoria 25.000,00
2010 Brasil vidroplano R$40.000,00
2010 Comapi Agropecuaria S/A R$220.000
2010 Vox Eng R$110.000,00
2010 Tessele & Madalena, advogados associados R$179.400,00
2010 Serveng civilsan R$126.000,00
2010 Monte Cristalina R$240.000,00
2010 SPA Engenharia R$360.000,00
2010 Delta Engenharia e montagem industrial LTDA R$180.000,00
2010 Serpal Engenharia e Construtora LTDA R$20.000,00
2010 Solvi participações S/A R$218.000,00
2010 EMS SA R$1.800.000,00
2010 247 Inteligencia digital LTDA (Brasil 247) R$240.000,00
2010 Construtora OAS R$360.000,00
2010 Egesa Engenharia S/A R$130.000,00
2010 Engevix Engenharia S/A R$650.000,00
2010 Camargo Correa R$750.000,00
2010 Ambev R$200.000,00
2010 Galvão Engenharia R$300.000,00
2011 Monte Cristalina LTDA R$240.000,00
2011 Lacerda e Franze advogados e associado R$140.000,00
2011 Jamp Engenheiros R$300.000,00
2011 Companhia administradora de empreendimentos R$80.000,00
2011 Rocha, Maya e Ayres advogados R$100.000,00
2011 247 Inteligencia digital LTDA (Brasil 247) R$240.000,00
2011 SNS importadora LTDA R$40.000,00
2011 Telemidia R$50.000,00
2011 Consilux consultor R$87.600,00
2011 EMS SA R$1.800.000,00
2011 SPA Engenharia R$330.000,00
2011 Vox Engenharia R$40.000,00
2011 Egesa Engenharia S/A R$110.000,00
2011 Engevix Engenharia S/A R$110.000,00
2011 Galvão Engenharia S/A R$100.000,00
2011 Camargo Correa R$150.000,00
2011 Construtora OAS R$360.000,00
2011 Ambev R$240.000,00
2012 ABCDEFGH Participações S/A R$100.000,00
2012 Empresa administradora de empreendimentos R$40.000,00
2012 EMS SA R$1.800.000,00
2012 Monte Cristalina LTDA R$490.000,00
2012 Galvão Engenharia S/A R$25.000,00
2012 247 Inteligencia digital LTDA (Brasil 247) R$100.000,00
2012 UTC Engenharia R$1.377.000,00
2012 Ambev R$240.000,00
2012 SNS Automoveis LTDA R$70.000,00
2012 Egesa Engenharia S/A R$80.000,00
2012 Construtora OAS R$430.000,00
2013 Monte Cristalina LTDA R$240.000,00
2013 YPY participações R$140.000,00
2013 EMS SA R$1.800.000,00
2013 UTC Engenharia R$939.000,00
2013 Construtora OAS R$700.000,00
2013 Ambev R$240.000,00
2013 Consilux cosultor R$100.000,00

Esquema da Petrobras

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De acordo com a força tarefa da Lava Jato, o pagamento da propina supostamente era feito através de contratos ideologicamente falsos firmados entre a empreiteira Engevix e a Jamp Engenheiros, empresa de Milton Pascowitch. O dinheiro era repassado para ex-diretor da Petrobras, Pedro Barusco, também ao ex-diretor Renato Duque, e para o núcleo político que incluía José Dirceu. Segundo o procurador Deltan Dallagnol, dos mais de R$ 60 milhões em contratos da Engevix com a JD e a Jamp para repasse de propina, R$ 11,8 milhões foram para desviados para Dirceu.[10]

Um relatório da Receita Federal revelou que, entre 2006 e 2013, a JD recebeu dinheiro de pelo menos cinco empresas implicadas na Lava Jato - as construtoras OAS, Galvao Engenharia, Camargo Correa, UTC e Engevix.

Além de repasses dessas empresas, a consultoria de Dirceu também recebeu depositos milionários do empresario Milton Pascowitch, acusado de ser um dos grandes operadores do PT que atuavam na Diretoria de Serviços da Petrobras. Milton Pascowitch tinha sido apontado pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco como o pagador de propina da Engevix.[11]

JD fez o registro da filial em 2008 no escritório da Morgan & Morgan, que tem sede no Panamá, paraíso fiscal, conhecido por disponibilizar testas de ferro para abertura de empresas estrangeiras.[12]

Fim das atividades

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Após ser investigado pela força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato, José Dirceu finalizou as atividades da JD Consultoria.[12]

Referências

  1. «Dirceu informa à Justiça que fechou consultoria investigada na Lava Jato». G1. 27 de abril de 2015. Consultado em 11 de abril de 2020 
  2. a b «Saiba quais empresas contrataram serviços de José Dirceu». Zero Hora. Consultado em 4 de setembro de 2015 
  3. «Yousseff diz que Dirceu e Palocci eram ligação de lobista com PT». Estadão. Consultado em 20 de março de 2015 
  4. «Lava Jato: Dirceu faturou R$ 29 milhões em consultoria». VEJA. 17 de março de 2015. Consultado em 4 de setembro de 2015 
  5. «Caso Dirceu: a narrativa dentro da história». GGN Jornal. 9 de setembro de 2015. Consultado em 11 de abril de 2020 
  6. «Lava-Jato: Camargo Corrêa não explica quais serviços Dirceu prestou». O Globo. 10 de junho de 2015. Consultado em 21 de outubro de 2015 
  7. «Empreiteiras não comprovam natureza do serviço prestado por José Dirceu». Correio Braziliense. 26 de abril de 2015. Consultado em 21 de outubro de 2015 
  8. «MPF: José Dirceu montou esquema na Petrobras enquanto era ministro». Jornal do Brasil. 3 de agosto de 2015. Consultado em 21 de outubro de 2015 
  9. «Confira a lista dos clientes da empresa de consultoria de José Dirceu». O Globo. 18 de março de 2015. Consultado em 21 de outubro de 2015 
  10. G1 (4 de setembro de 2015). «José Dirceu e mais 16 pessoas são denunciadas na Operação Lava Jato». Globo Parana. Consultado em 4 de setembro de 2015 
  11. «José Dirceu é preso na 17ª fase da Operação Lava Jato». Paraná. 3 de agosto de 2015 
  12. a b «Dirceu fecha consultoria que recebeu dinheiro de empresas envolvidas na Lava-Jato». OGlobo. 24 de abril de 2015. Consultado em 4 de setembro de 2015