Maria I de Portugal: diferenças entre revisões
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Ficou conhecida pelos [[cognome]]s de '''A Piedosa''' ou a '''A Pia''', devido à sua extrema devoção [[Religião|religiosa]] à [[Igreja Católica]] - demonstrada, por exemplo, quando mandou construir a [[Basílica da Estrela]], em [[Lisboa]]. No Brasil, é conhecida pelo cognome de '''Dona Maria, alok''' ou '''Marialok''', devido à [[doença mental]] manifestada com veemência nos últimos 24 anos de vida.<ref>[http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde/2008/03/06/ult580u2951.jhtm Le monde. Crônica: "Muito obrigado, Napoleão"]</ref> |
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== Biografia == |
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== Na cultura popular == |
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A Rainha D. Maria I já foi [[retratada]] como [[personagem]] no [[cinema]], [[televisão]] e no [[teatro]], [[interpretada]] por [[Rita Cleós]] na [[novela]] "''[[Dez Vidas]]''" ([[1969]]), [[Maria Fernanda]] no [[filme]] "''[[Carlota Joaquina, Princesa do Brazil]]''" ([[1995]]), [[Eva Wilma]] na [[mini-série]] "''[[O Quinto dos Infernos]]''" ([[2002]]) e [[Maria Emília Correia]] na [[mini-série]] "''[[Bocage (série)|Bocage]]''" ([[2006]]). No [[Carnaval]] de [[2008]], foi [[representada]] no [[desfile]] da [[Escola]] de [[Samba]] [[São Clemente]] pelo [[ator]] [[transformista]] [[brasileiro]] [[Rogéria]], em [[enredo]] sobre o [[Rei]] [[João VI de Portugal|D. João VI]]. Em [[2011]], no [[Teatro]], [[Maria do Céu Guerra]] é "''[[D. Maria, Alok]]"'' de um [[texto]] do [[autor]] [[brasileiro]] [[Antônio Cunha]] apresentado pela [[Cia]] [[Portuguesa]] [[A Barraca]]. |
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Revisão das 00h46min de 29 de junho de 2013
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Dona Maria I | |
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![]() Rainha de Portugal Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves | |
D. Maria I, por José Leandro de Carvalho | |
Reinado | 24 de março de 1777 — 20 de março de 1816 |
Consorte | D. Pedro III |
Coroação | 13 de maio de 1777, Lisboa |
Antecessor(a) | D. José I |
Sucessor(a) | D. João VI |
Nascimento | 17 de dezembro de 1734 |
Lisboa, Portugal | |
Morte | 20 de março de 1816 (81 anos) |
Rio de Janeiro, Brasil | |
Sepultado em | Basílica da Estrela, Lisboa |
Nome completo | |
Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana | |
Herdeiro(a) | D. José (filho) |
Casa | Bragança |
Dinastia | Bragança |
Pai | D. José I |
Mãe | D. Mariana Vitória |
Título(s) | A Piedosa Alok |
Filho(s) | D. José, D. João, D. João Francisco, D. João Maria, D. Mariana Vitória, D. Maria Clementina, D. Maria Isabel |
D. Maria I de Portugal (Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança); Lisboa, 17 de dezembro de 1734 — Rio de Janeiro, 20 de Março de 1816) foi Rainha de Portugal de 24 de fevereiro de 1777 a 20 de março de 1816, sucedendo ao seu pai, El-Rei José I. D. Maria foi, antes de assumir o trono, Princesa do Brasil, Princesa da Beira e duquesa de Bragança.
Jaz na Basílica da Estrela, em Lisboa, para onde foi transladada.
Ficou conhecida pelos cognomes de A Piedosa ou a A Pia, devido à sua extrema devoção religiosa à Igreja Católica - demonstrada, por exemplo, quando mandou construir a Basílica da Estrela, em Lisboa. No Brasil, é conhecida pelo cognome de Dona Maria, alok ou Marialok, devido à doença mental manifestada com veemência nos últimos 24 anos de vida.[1]
Biografia
Casamento
A continuidade dinástica da Casa de Bragança ficou assegurada com o seu casamento com o tio Pedro de Bragança. O casamento foi realizado no Palácio de Nossa Senhora da Ajuda, em Lisboa, a 6 de julho de 1760. Ele subiu ao trono como Pedro III, sendo feito 19.º duque de Bragança, 16º duque de Guimarães e 14.º duque de Barcelos, 12.º marquês de Vila Viçosa, 20º conde de Barcelos, 16.º conde de Guimarães, de Ourém, de Faria, e de Neiva, 22.º conde de Arraiolos. Tiveram quatro filhos e três filhas.
Reinado
Embora D. Maria I seja tradicionalmente reconhecida como a primeira Rainha reinante em Portugal, isso é questionável, visto que à luz de uma nove perspectiva da história,Teresa de Leão já havia sido reconhecida como tal pelo papa, em 1112. Seu primeiro acto como rainha, iniciando um período que ficou conhecido como a Viradeira, foi a demissão e exílio da corte do marquês de Pombal, a quem nunca perdoara a forma brutal como tratou a família Távora durante o Processo dos Távoras. Rainha amante da paz, dedicada a obras sociais, concedeu asilo a numerosos aristocratas franceses fugidos ao Terror da Revolução Francesa (1789-1799). Era, no entanto, dada a melancolia e fervor religioso de natureza tão impressionável que quando ladrões entraram em uma igreja e espalharam hóstias pelo chão, decretou nove dias de luto, adiou os negócios públicos e acompanhou a pé, com uma vela, a procissão de penitência que percorreu Lisboa.
O seu reinado foi de grande actividade legislativa, comercial e diplomática, na qual se pode destacar o tratado de comércio que assinou com a Rússia em 1789. Desenvolveu a cultura e as ciências, com o envio de missões científicas a Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique, e a fundação de várias instituições, entre elas a Academia Real das Ciências de Lisboa e a Real Biblioteca Pública da Corte. No âmbito da assistência, fundou a Casa Pia de Lisboa. Fundou ainda a Academia Real de Marinha para formação de oficiais da Armada.
A 5 de janeiro de 1785 promulgou um alvará impondo pesadas restrições[2] à atividade industrial no Brasil. Durante seu reinado ocorreu o processo, condenação e execução do alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
Regência do filho
Mentalmente instável, desde 10 de fevereiro de 1792 foi obrigada a aceitar que o filho tomasse conta dos assuntos de Estado. Obcecada com as penas eternas que o pai estaria sofrendo no inferno, por ter permitido a Pombal perseguir os jesuítas, o via como "um monte de carvão calcinado".
Para tratá-la veio de Londres o Dr. Willis, psiquiatra e médico real de Jorge III, enlouquecido em 1788, mas de nada adiantaram seus "remédios evacuantes".
Em 1799, sua instabilidade mental se agravou com os lutos pelo seu marido D. Pedro III (1786) e seu filho, o príncipe herdeiro José, Duque de Bragança, Príncipe da Beira, Príncipe do Brasil, morto aos 26 anos (1788), a marcha da Revolução Francesa, e execução do Rei Luís XVI de França na guilhotina e o filho e herdeiro João assumiu a regência : D. João VI de Portugal.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/bf/MariaIpedroIII.jpg/150px-MariaIpedroIII.jpg)
Mudança para o Brasil
A Família Real Portuguesa transfere-se para o Brasil, fruto do receio de ser deposta, à semelhança do que ocorrera nos países recentemente invadidos pelas tropas francesas: Napoleão acumula o título de rei de Itália, dando o título de rei de Nápoles ao seu irmão Joseph Bonaparte, a quem posteriormente situou no trono da Espanha; nos Países Baixos a coroa é dada a seu irmão Luís Bonaparte (Luís I da Holanda). Em 1801, o primeiro-ministro de Espanha, Manuel Godoy apoiado por Napoleão invadiu Portugal por breves meses e, no subsequente Tratado de Badajoz, Olivença passou para a coroa de Espanha, mais tarde também ocupada pelos franceses. Portugal continuou a fazer frente à França e, ao recusar-se a cumprir o bloqueio naval às Ilhas Britânicas, foi invadido pela coligação franco-espanhola liderada pelo Marechal Junot. A família real foge para o Brasil a 13 de Novembro de 1807 deixando Portugal a mercê do invasor. Junot invade Lisboa sendo nomeado governador de Portugal. A 1 de Agosto de 1808, o Duque de Wellington desembarcou em Portugal e iniciou-se a Guerra Peninsular. Entre 1809 e 1810, o exército luso-britânico lutou contra as forças invasoras de Napoleão, nomeadamente na batalha do Buçaco. Quando Napoleão foi derrotado em 1815, Maria e a família real encontravam-se ainda no Brasil. Segundo consta, a rainha teve de embarcar à força. Muito religiosa, acreditava que estava indo para o próprio inferno. Dos membros da realeza, porém, foi a que se manteve mais calma, chegando a declarar: Não corram tanto, vão pensar que estamos a fugir.
Reino Unido
Proclamada Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves em 16 de dezembro de 1815.
Bibliografia
-Defesa Militar, Princípios dos dois irmãos Jorge e Julio Stumpf Vasconcellos Editora Biblioteca do Exército e Marinha do Brasil, 1939.
Ascendência
Descendência
- José, Duque de Bragança e príncipe do Brasil (1761-1788), casou com a tia, a infanta Maria Benedita de Bragança.
- João de Bragança, natimorto no Palácio de Nossa Senhora da Ajuda, Lisboa, 20 de outubro de 1762.
- João Francisco de Paula Domingos António Carlos Cipriano de Bragança nascido em Lisboa a 16 de setembro e morto em Lisboa a 10 de outubro de 1763.
- João Maria José Francisco Xavier de Paula Luis António Domingos Rafael de Bragança (futuro João VI)
- Mariana Vitória Josefa Francisca Xavier de Paula Antonieta Joana Domingas Gabriela de Bragança nascida no Palácio de Queluz a 15 de Dezembro de 1768, morta em San Lorenzo de El Escorial em 2 de Novembro de 1788, tendo tido dois filhos e uma filha. Casou-se com Gabriel António Francisco Xavier João Nepomuceno José Serafim Pascoal Salvador de Bourbon e Saxe, Infante de Espanha, nascido em Portici a 12 de maio de 1752 e morto no Escorial a 23 de Novembro de 1788, quarto filho de Carlos III, rei da Espanha e de sua esposa Maria Amália de Saxe.
- Maria Clementina Francisca Xavier de Paula Ana Josefa Antónia Domingas Feliciana Joana Michaela Julia de Bragança, nascida em Queluz em 9 de junho de 1774 e morta em Lisboa em 27 de junho de 1776.
- Maria Isabel de Bragança nascida em Queluz 12 de dezembro de 1776 e morta em Lisboa em 14 de janeiro de 1777.
Na cultura popular
A Rainha D. Maria I já foi retratada como personagem no cinema, televisão e no teatro, interpretada por Rita Cleós na novela "Dez Vidas" (1969), Maria Fernanda no filme "Carlota Joaquina, Princesa do Brazil" (1995), Eva Wilma na mini-série "O Quinto dos Infernos" (2002) e Maria Emília Correia na mini-série "Bocage" (2006). No Carnaval de 2008, foi representada no desfile da Escola de Samba São Clemente pelo ator transformista brasileiro Rogéria, em enredo sobre o Rei D. João VI. Em 2011, no Teatro, Maria do Céu Guerra é "D. Maria, Alok" de um texto do autor brasileiro Antônio Cunha apresentado pela Cia Portuguesa A Barraca.
Maria-vai-com-as-outras
O termo "maria-vai-com-as-outras" é muito popular na lusofonia, onde é usado para designar uma pessoa fraca, sem opinião própria, que se deixa levar pelos outros. Segundo o pesquisador Brasil Gerson, autor do livro Histórias das Ruas do Rio, o termo foi cunhado a partir da figura da rainha Maria I, que viveu seus últimos anos no Rio de Janeiro. Declarada mentalmente incapaz desde 1792, D. Maria vivia reclusa e só saía na companhia de suas damas, que costumavam levá-la para passear às margens do rio Carioca, no antigo bairro de Águas Férreas (atual Cosme Velho). Ao ver a monarca sendo conduzida pelas mãos por suas damas, as pessoas exclamavam: lá vai a Maria Vai-com-as-Outras.[3].
Referências
Ver também
Casa de Bragança Nascimento: 17 de Dezembro de 1734; Morte: 20 de Março de 1816 | ||
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Precedida por D. Maria Bárbara como varoa mais velha de D. João V |
![]() Princesa da Beira como D. Maria Francisca 1734–1816 |
Sucedida por D. José II de Bragança |
Precedida por D. José I |
![]() Princesa do Brasil como D. Maria Francisca 1750–1777 | |
![]() Duquesa de Bragança como D. Maria I de Bragança 1777–1816 | ||
![]() Rainha de Portugal e dos Algarves d'Aquém e d'Além-Mar em África, etc. como D. Maria I de Portugal 1777–1816 |
Sucedida por D. João VI | |
Precedida por Nenhum |
![]() Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, etc. como D. Maria I de Portugal 1815–1816 |