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Vírus da imunodeficiência humana: diferenças entre revisões

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O HIV-1, ou HIV foi descoberto e identificado como causador da [[SIDA|AIDS]] por [[Luc Montagnier]] e [[Françoise Barré-Sinoussi]] da [[França]] e [[Odete Ferreira]] de [[Portugal]] em [[1983]] no [[Instituto Pasteur]] na [[França]]. O HIV-2 foi descoberto por [[Odete Ferreira]] de [[Portugal]] em [[Lisboa]] em 1985. Uma minoria de [[cientista]]s continuam a questionar a conexão entre HIV e a [[Síndrome da imuno-deficiência adquirida|AIDS]] e até a existência do HIV (ver [[AIDS reappraisal]]), embora a relação entre o vírus e o desenvolvimento da doença já seja bem estabelecida.
O HIV-1, ou HIV foi descoberto e identificado como causador da [[SIDA|AIDS]] por [[Luc Montagnier]] e [[Françoise Barré-Sinoussi]] da [[França]] e [[Odete Ferreira]] de [[Portugal]] em [[1983]] no [[Instituto Pasteur]] na [[França]]. O HIV-2 foi descoberto por [[Odete Ferreira]] de [[Portugal]] em [[Lisboa]] em 1985. Uma minoria de [[cientista]]s continuam a questionar a conexão entre HIV e a [[Síndrome da imuno-deficiência adquirida|AIDS]] e até a existência do HIV (ver [[AIDS reappraisal]]), embora a relação entre o vírus e o desenvolvimento da doença já seja bem estabelecida.


Sua descoberta envolveu uma grande polêmica, pois cerca de um ano após Montagnier anunciar a descoberta do vírus, chamando-o de LAV (vírus associado à linfoadenopatia), [[Robert Gallo]] publicou a descoberta e o isolamento do [[HTLV]]-3. Posteriormente se descobriu que o vírus de Gallo era geneticamente idêntico ao de Montagnier, e que possivelmente uma amostra enviada pelo francês havia contaminado a cultura de Gallo.
Sua descoberta envolveu uma grande polêmica, pois cerca de um ano após Montagnier anunciar a descoberta do vírus, chamando-o de LAV (vírus associado àos cocozinhos nos melões linfoadenopatia), [[Robert Gallo]] publicou a descoberta e o isolamento do [[HTLV]]-3. Posteriormente se descobriu que o vírus de Gallo era geneticamente idêntico ao de Montagnier, e que possivelmente uma amostra enviada pelo francês havia contaminado a cultura de Gallo.


O último boletim da [[UNAIDS]] projeta cerca de 33,2 milhões de pessoas que vivem com o HIV em todo o mundo ao final de 2007, a maioria na [[África]]. Segundo a UNAIDS (2008), Dois terços dos infectados estão na África sub-saariana.[http://www.who.int/features/qa/71/en/index.html]
O último boletim da [[UNAIDS]] projeta cerca de 33,2 milhões de pessoas que vivem com o HIV em todo o mundo ao final de 2007, a maioria na [[África]]. Segundo a UNAIDS (2008), Dois terços dos infectados estão na África sub-saariana.[http://www.who.int/features/qa/71/en/index.html]
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Na [[África subsaariana]], principalmente na [[África do Sul]], por muitos anos houve um movimento de negar a existência do HIV, mesmo por membros do governo, junto com inúmeras superstições e mitos apesar das comprovações científicas. Por isso em alguns locais dessa região a quantidade de indivíduos infectados é de mais de 35%.<ref>Cunha, M. (2007). South African Politics, Inequalities, and HIV/AIDS: Applications for Public Health Education. Journal of Developing Societies 23: 207-219</ref>
Na [[África subsaariana]], principalmente na [[África do Sul]], por muitos anos houve um movimento de negar a existência do HIV, mesmo por membros do governo, junto com inúmeras superstições e mitos apesar das comprovações científicas. Por isso em alguns locais dessa região a quantidade de indivíduos infectados é de mais de 35%.<ref>Cunha, M. (2007). South African Politics, Inequalities, and HIV/AIDS: Applications for Public Health Education. Journal of Developing Societies 23: 207-219</ref>

== Transmissão ==
== Transmissão ==



Revisão das 17h54min de 15 de abril de 2010

Como ler uma infocaixa de taxonomiaVírus da imunodeficiência humana
Vírus do HIV-1 na superfície de um macrófago infectado
Vírus do HIV-1 na superfície de um macrófago infectado
Classificação científica
Grupo: Grupo VI (ssRNA-RT)
Família: Retroviridae
Género: Lentivirus
Espécies
  • Vírus da imunodeficiência humana 1
  • Vírus da imunodeficiência humana 2

O vírus da imunodeficiência humana (VIH), também conhecido por HIV (sigla em inglês para human imunodeficiency virus), é da família dos retrovírus e o responsável pela SIDA (AIDS). Esta designação contém pelo menos duas sub-categorias de vírus, o HIV-1 e o HIV-2. Entre o grupo HIV-1 existe uma grande variedade de subtipos designados de -A a -J. Esses dois subtipos tem diferenças consideráveis, sendo o HIV-2 mais comum na África Subsaariana e bem incomum em todo o resto do mundo.

Portugal é o país da Europa com maiores casos de HIV-2 provavelmente pelas relações melhores que tem com diversos países africanos [1] É estimado que 45% dos portadores de HIV de Lisboa tenham o vírus HIV-2.[2]

Em 2008, a OMS estimou que existam 33,4 milhões de infectados sendo 15,7 milhões mulheres e 2,1 milhões jovens abaixo de 15 anos. O número de novos infectados neste ano (2008) foi de 2,7 milhões. E o número de mortes de pessoas com AIDS estimado em 2 milhões.[3]

Já dentro do corpo, o vírus infecta principalmente uma importante célula do sistema imunológico, designada como linfócito T CD4+ (T4).

De uma forma geral, o HIV é um retrovírus que ataca o sistema de defesa humano causando eventualmente a síndrome da imunodeficiência adquirida AIDS caso não tratado. Com o tratamento anti-retroviral adequado feito na hora certa é possível um HIV positivo nunca desenvolver AIDS.

História

HIV no mundo

O HIV-1, ou HIV foi descoberto e identificado como causador da AIDS por Luc Montagnier e Françoise Barré-Sinoussi da França e Odete Ferreira de Portugal em 1983 no Instituto Pasteur na França. O HIV-2 foi descoberto por Odete Ferreira de Portugal em Lisboa em 1985. Uma minoria de cientistas continuam a questionar a conexão entre HIV e a AIDS e até a existência do HIV (ver AIDS reappraisal), embora a relação entre o vírus e o desenvolvimento da doença já seja bem estabelecida.

Sua descoberta envolveu uma grande polêmica, pois cerca de um ano após Montagnier anunciar a descoberta do vírus, chamando-o de LAV (vírus associado àos cocozinhos nos melões linfoadenopatia), Robert Gallo publicou a descoberta e o isolamento do HTLV-3. Posteriormente se descobriu que o vírus de Gallo era geneticamente idêntico ao de Montagnier, e que possivelmente uma amostra enviada pelo francês havia contaminado a cultura de Gallo.

O último boletim da UNAIDS projeta cerca de 33,2 milhões de pessoas que vivem com o HIV em todo o mundo ao final de 2007, a maioria na África. Segundo a UNAIDS (2008), Dois terços dos infectados estão na África sub-saariana.[5]

Nos Estados Unidos, torna-se ilegal uma pessoa com HIV infectar voluntariamente (transmissão criminosa do HIV) outra pessoa com o vírus. Acontece o mesmo em muitos países ocidentais, inclusive no Brasil.

É provável que o vírus do HIV tenha vindo pelo contato com o macaco que tem o vírus SIV (há variações de teorias de como teria ocorrido, como testes científicos). Depois de o vírus ter infectado o ser humano, sofreu mutações genéticas. Ver artigo principal: Vírus da imunodeficiência símia

Nas pessoas portadoras de HIV, o vírus pode ser encontrado no sangue e, de acordo com o sexo, no esperma ou nas secreções vaginais e no leite materno.

Assim, uma pessoa pode adquirir o HIV por meio de relações sexuais com parceiros portadores do vírus, de transfusões com sangue contaminado, pela aplicação de injeções com seringas e agulhas contaminadas. Mulheres grávidas portadoras de HIV podem transmitir o vírus para o feto através da placenta, durante o parto ou até mesmo por meio da amamentação. A transmissão de doenças de mãe para filho é chamada de transmissão vertical.

Na África subsaariana, principalmente na África do Sul, por muitos anos houve um movimento de negar a existência do HIV, mesmo por membros do governo, junto com inúmeras superstições e mitos apesar das comprovações científicas. Por isso em alguns locais dessa região a quantidade de indivíduos infectados é de mais de 35%.[4]

Transmissão

O vírus é mais frequentemente transmitido pelo contacto sexual (característica que faz da AIDS uma doença ou infecção sexualmente transmissível), pelo sangue (inclusive em transfusões), durante o parto (mãe para o filho), durante a gravidez ou no aleitamento. Por isso é importante que todas as mulheres grávidas façam exames de HIV. No Brasil, é uma prática comum aconselhar gestantes que chegam ao hospital a fazer todos os testes de doenças transmissíveis verticalmente.

No Brasil, em 2002, a cobertura de exames de HIV em grávidas foi estimada em 52%, sendo pior no Nordeste com 24% e melhor no Sul com 72% de cobertura. Somente 27% seguiram todas as recomendações do Ministério da Saúde. Ter maior escolaridade e morar em cidades com mais de 500 mil habitantes foram os melhores preditores de grávidas que fazem todos os exames. [5] Ainda relativo ao Brasil, o Ministério da Saúde oferece gratuitamente o leite substituto em alguns postos de saúde, hospitais e farmácias cadastrados.

No caso de transmissão pelo sangue, é mais provável por seringas compartilhadas entre usuários de drogas ou caso seja feita reutilização em hospitais (por isto, lembre-se de sempre exigir que a embalagem da seringa seja aberta na sua frente).

Em beijos é altamente improvável (estimado em menos de 0,01% de probabilidade), pois o vírus é danificado por 10 substâncias diferentes presentes saliva. Além disso existem poucas células CD4 na boca. Ter boa higiene oral e tomar os medicamentos diminui as possibilidades ainda mais. [6]

Fatores de risco

No contacto sexual, pode ser qualquer tipo de sexo, como oral, vaginal e anal ou até em casos mais raros como anilíngua, apesar de ser mais difícil de ocorrer (ainda sim, possível). A transmissão do HIV durante o contacto sexual pode ser facilitada por vários factores, incluindo:

  • Penetração sem proteção;
  • Ser o receptor (passivo) na relação sexual [carece de fontes?];
  • Presença concomitante de doenças sexualmente transmissíveis, especialmente aquelas que levam ao aparecimento de feridas genitais;
  • Lesões genitais durante a relação sexual e;
  • Elevado número de parceiros sexuais;
  • Quantidade mais elevada de vírus no sangue da pessoa infectada.

Características

No Brasil, nos últimos anos a transmissão do HIV que antes era predominantemente masculina, mais frequente entre os homossexuais e afetando todas as classes sociais, agora está se caracterizando por quatro processos[7]:

  • Heterossexualização;
  • Feminização;
  • Interiorização;
  • Pauperização.

Outro dado observado é o aumento na proporção de pessoas com escolaridade mais baixa e em adultos com mais de 30 anos.

Fatores de proteção

O uso de camisinha evita a transmissão do HIV em casais heterossexuais onde um dos parceiros é HIV positivo.[8] Ver texto.

Alguns dos fatores que diminuem a probabilidade da transmissão são:

Em um estudo longitudinal de 20 meses com casais heterossexuais sorodiferentes, dos 124 casais que usaram camisinha sempre nenhum contaminou seu parceiro, enquanto 12 dos 121 que usavam camisinha inconsistentemente foram infectados.[8]

Também são raros os casos de transmissão por ferimentos, pois apesar de haver relatos, o vírus não resiste muito tempo fora do corpo e seria necessário que um objeto intermediário penetrasse fundo o suficiente para entrar em contato com o sangue tanto no portador quanto no receptor. É pouco provável que o sangue contaminado em contato com uma pele saudável (sem ferimentos) contamine outra pessoa, apesar de ser possível pois existem muitos fatores envolvidos.

No caso de profissionais de saúde, é possível tomar os medicamentos anti-retrovirais para prevenir a infecção por 28 dias caso o contágio tenha ocorrido em menos de 72h. O risco estimado de contaminação por contato com uma agulha contaminada é de 0,3%. [10] [11]

Sinais e sintomas

Infecção aguda inicial

Sintomas da fase aguda de HIV (em inglês).

Assim que se adquire o HIV, o sistema imunológico reage na tentativa de eliminar o vírus, então, cerca de 15 a 60 dias após pode surgir um conjunto de sinais e sintomas semelhantes a um estado gripal forte, este estágio é conhecido como síndrome da soroconversão aguda.

A infecção aguda pelo HIV é uma síndrome inespecífica, não é facilmente percebida devido à sua semelhança com a infecção por outros agentes virais como amononucleose, gripe, até mesmo dengue ou muitas outras infecções virais. Mas os sintomas mais comuns da infecção aguda são:

Além disso, muitos desenvolvem linfadenopatia (linfonodos inchados. Faringite, mialgia e muitos outros sintomas também ocorrem.[12]

Em geral esta fase é auto-limitada e não há sequelas e por ser muito semelhante a outras viroses dificilmente os pacientes vão ao posto de saúde e mesmo que vá raramente há suspeita da contaminação pelo HIV, a não ser que o paciente relate um histórico como sexo desprotegido ou compartilhamento de seringas, por exemplo. Entretanto, na fase aguda inicial, mesmo sem tratamento adequado os sintomas passarão.

Progressão

Os pacientes poderão ficar assintomáticos por um longo período, variável entre 3 e 20 anos, alguns nunca desenvolverão doença relacionada ao HIV. Este fato relaciona-se com a quantidade e qualidade dos receptores de superfície dos linfócitos e outras células do sistema imune, tais receptores (os principais são o CD4, CCR5 e 0 CXCR4)funcionam como fechaduras que permitem a entrada do vírus no interior das células: quanto maior a quantidade e melhor afinidade dos receptores com o vírus maior será a penetração do vírus nas células, maior replicação viral e maior velocidade de progressão para doença.

Foi criada então uma classificação não muito rígida:

  • Rápido progressor (adoece em até 3 anos)
  • Médio progressor (adoece entre 4 e 7 anos)
  • Longo progressor (entre 8 e 14 anos)
  • Não progressor (mais de 15 anos)

Estas características são determinadas por fatores genéticos e possivelmente envolvem também outros fatores, muitos ainda desconhecidos. Não obstante, os hábitos e a qualidade de vida são também importantes para velocidade de progressão da doença: tabagismo, uso de bebidas alcoólicas(especialmente o alcoolismo), uso de drogas ilícitas, estresse emocional excessivo, alimentação irregular, sedentarismo, sono irregular… são fatores determinantes para progressão desta enfermidade.

A velocidade de progressão está relacionada com a queda da contagem de linfócitos T CD4 no sangue (a contagem normal dos linfócitos varia de 1.000 a 2.500 células/ml de sangue), e com a contagem da carga viral do HIV (a contagem da carga viral é considerada alta acima de 100.000 cópias/ml de sangue. A carga viral normalmente é contada em logaritmos. Com o tratamento adequado a carga viral tende a ficar abaixo de 50 cópias/ml.

O HIV vai destruindo os linfócitos CD4 gradativamente (em média a contagem declina 80-100 células/ml/ano), quanto menor a contagem, mais grave a doença e mais intensos os sintomas. Para fins de tratamento com as drogas anti-retrovirais consideram-se os seguintes parâmetros:

  • Abaixo de 200 células/ml: Muito vulnerável, tratar todos imediatamente;
  • Entre 200 e 350 células/ml: Vulnerável, pode ser oferecido o tratamento para evitar riscos;
  • Entre 350 e 500 células/ml: Pouco vulnerável, não precisa começar o tratamento mas pode começar a critério do médico;
  • Acima de 500: Saudável, não precisa começar o tratamento.

Porém todos os pacientes com doença oportunista relacionada ao HIV devem ser tratados mesmo com CD4 alto.

Doenças oportunistas

Os sinais e sintomas das doenças relacionadas ao HIV são extremamente individuais: o que acontece a um paciente pode ou não acontecer com outro. Uma característica importante é a contagem de Linfócitos T CD4: quanto menor a contagem piores os sintomas da doença, pois tais sintomas estão relacionados com alguma doença causada por organismos oportunistas. As doenças oportunistas mais comuns que podem indicar uma possível contaminação por HIV são:

Os sintomas destas doenças são muito parecidos e somente um médico com experiência e em local com apoio laboratorial poderá fazer o diagnóstico e tratamento de cada uma delas. EM CASO DE SUSPEITA SEMPRE DEVEMOS PROCURAR UM MÉDICO. Não é possível predizer qual doença acometerá o paciente.

Pessoas que desconhecem que estão com o vírus são as que mais adoecem e só assim descobrem que estão contaminadas. Quem descobre a contaminação antes de aparecer sintomas - e seguir todas as orientações dos médicos - podem jamais ficar doentes, nem nunca apresentar sinais e sintomas de doenças, viver como qualquer pessoa, ter uma vida produtiva e normal e podem ter filhos saudáveis.

Prevenção

No século passado com o desenvolvimento das Terapias Anti-Retrovirais (TAR) eficazes foram desenvolvidas várias técnicas uma prevenção secundária (após a doença) e terciária (após agravamento) mas as de prevenção desenvolvidas não foram suficientes para conter a epidemia que continua contaminando 2,7 milhões segundo os dados da OMS de 2008.[6]

Em 2006, o médico da OMS Brian G.Willian defendeu a circuncisão masculina como método eficaz de prevenção 60% eficaz.[13] O mesmo médico em fevereiro de 2010 defendeu em San Diego o uso de anti-retrovirais com baixos efeitos colaterais por pessoas sem o vírus como meio de frear a epidemia.[7]

Segundo a Organização Não-Governamental sem fins lucrativos IAVI (International AIDS vaccine iniciative) o HIV infecta quase 7.400 pessoas por dia e uma vacina com 50% de eficácia distribuída para 30% da população mundial poderia proteger 5.6 milhões de indivíduos. Em conjunto com 40 laboratórios, eles trabalham pela vacina desde 1996 porém até agora nenhuma vacina teve mais de 33% de eficácia [8].

O vírus

O HIV tem muitos genes que codificam proteínas estruturais.

  • Genes retrovírus gerais
    • gag. proteínas derivadas do gag sintetizam o capsídeo viral em forma de cone (p24, i.e. proteína de 24 Quilodáltons, CA) a proteína do núcleocapsídeo (p17, NC) e um proteína da matriz (MA).
    • pol. O gene pol codifica as proteínas enzimaticamente ativas do vírus. A mais importante é a tão chamada transcriptase reversa (RT) que realiza a única transcrição reversa do RNA viral em uma cadeia dupla de DNA. O último é integrado ao genoma do hospedeiro, ou seja, em um cromossomo de uma célula infectada de uma pessoa HIV-positiva pela integrase (IN) pol-codificadora. Além disso, a pol codifica uma protease viral específica (PR). Essa enzima cliva o gag e as proteínas derivadas de gag e pol em pedaços funcionais.
    • env. env, abreviação para "envelope". As proteínas derivadas de env são uma membrana de superfície (gp120) e uma proteína transmembrana (gp41). Elas estão localizadas na parte externa da partícula viral, formando um envelope viral o qual permite que o vírus se anexe e se fusione às células-alvo para então iniciar a ciclo infeccioso. O gp possui uma estrutura semelhante a uma maçaneta.

  • Genes específicos do HIV
    • tat. Um porção da estrutura do RNA do HIV é uma estrutura como um grampo de cabelo que inicialmente impede que uma transcrição completa ocorra. Parte do RNA "é" transcrita (ie. antes da parte do grampo) e codifica a proteína tat. A tat liga-se à CdK9/CycT e a os fosforila, ajudando a alterar sua forma e a eliminar o efeito da estrutura de grampo do RNA. Isso por si só aumenta a taxa de transcrição, fornecendo um ciclo de retroalimentação positiva. Isso permite que o HIV tenha uma resposta explosiva uma vez que um grande quantidade de tat é produzida, uma ferramenta útil na defesa da resposta do corpo.
    • rev. A rev permite que fragmentos do mRNA do HIV que contém uma Unidade de Resposta a rev (RRE) sejam exportados do núcleo ao citoplasma. Na ausência da rev, a maquinaria de splicing do RNA no núcleo rapidamente cliva o RNA tornando-o inútil. Na presença da rev, o RNA é exportado do núcleo antes de ser clivado. Mais uma vez, constituindo um mecanismo de retroalimentação positiva.

O HIV e a resposta imune

Gráfico mostrando o vírus do HIV e níveis de CD4+ ao decorrer de uma infecção não tratada.

A infecção começa com uma viremia aguda. Após essa fase, o vírus aumenta para 100. A partir disso, vemos que o corpo começa a apresentar uma resposta ao vírus do HIV.

Após a viremia aguda, um período de latência clínica começa. Primeiramente, acreditava-se ser uma verdadeira latência viral como resultado da inserção do HIV no genoma hospedeiro em um estado não produtivo, esperando por certas condições corpóreas para iniciar a transcrição. Isso envolveu que a fase fatal final foi apenas uma queda da fase assintomática, causando a transcrição. Houve, subsequentemente, um grande trabalho de pesquisa sobre os fatores de transcrição do HIV. Infelizmente, até por volta de 1993, a sensibilidade dos ensaios virais era muito precária, não sendo possível haver grandes avanços. O uso das técnicas de amplificação por PCR de 1993 em diante significou que uma contagem viral tão baixa quanto 50 cópias/ml era agora detectável.

Por volta desse tempo, a atenção também mudou para a análise do HIV no tecido linfoide. As células dendríticas também foram encontradas cobertas com vírions, mostrando que a tão chamada fase de latência não é tão latente, e os níveis de vírus ainda são altos.

Centros de Testagem e Aconselhamento no Brasil

No Brasil, o Ministério da Saúde oferece gratuitamente exames para detectar a resposta do organismo ao vírus do HIV podem ser feito em Centros de Testagem e Aconselhamento e alguns hospitais por todo o país.

Primeiro é feito o ELISA, e caso o resultado seja positivo ou haja dúvidas é feito o Western-blot, um exame mais eficaz na detecção mas que também é mais caro e complexo. É importante lembrar de que como ambos exames detectam a resposta do organismo ao vírus é necessário esperar de 30 a 90 dias depois do contágio para o exame ser mais preciso (ver: janela imunológica).

O resultado tanto negativo quanto positivo é sigiloso e geralmente entregue pessoalmente ao paciente seguido de aconselhamento por profissionais de saúde que podem esclarecer dúvidas, alertar sobre os riscos, encaminhar para outros serviços de saúde e a serviços de acompanhamento psicossocial.

Além do HIV, são feitos simultaneamente exames para sífilis, Hepatite B e Hepatite C pois elas também são doenças sexualmente transmissíveis transmissíveis pelo sangue e que podem levar a danos permanentes e morte se não tratadas corretamente.

É possível encontrar o CTA mais próximo da sua moradia no site do Fique Sabendo: [9].

Tratamento

A estrutura química do AZT. O AZT, um inibidor de transcriptase reversa, foi o primeiro tratamento para o HIV.

Hoje, os pacientes têm acesso a um regime complexo de drogas que atacam o HIV em vários estágios do seu ciclo de vida. Elas são conhecidas como drogas anti-retrovirais e incluem:

  • Inibidor de protease (IPs) inibem a atividade da protease, uma enzima usada diretamente pelo HIV para clivar as proteínas nascentes virais, e então previnem a fabricação final do vírions de HIV.
  • Inibidores de transcriptase reversa (RTIs) inibem a atividade da transcriptase reversa, uma enzima que o HIV precisa para completar a infecção de uma célula. A falta dessa enzima previne que o HIV fabrique um DNA pró-viral baseado em seu RNA. Eles vêm em três formas:
    • Inibidores de nucleosídeos de transcriptase reversa (NNRTIs)
    • Inibidores de nucleosídeos análogos de transcriptase reversa (NARTIs or NRTIs)
    • Inibidores de nucleotídeos análogos de transcriptase reversa (NtARTIs or NtRTIs)
  • Inibidores de entrada inibem a entrada do vírus na célula ao interagir diretamente com o receptor viral e ao evitar a fusão da membrana viral com a membrana da célula-alvo.
  • Inibidores da integrase inibem a ação da integrase, enzima viral que faz com que o material genético do HIV entre no núcleo da célula infectada.

Muitos problemas estão envolvidos no estabelecimento de um curso de tratamento para o HIV. Cada droga efetiva tem muitos efeitos colaterais, algumas vezes graves e às vezes tendo que ser tratados pelo resto da vida. Efeitos colaterais comuns incluem náusea e diarreia, dano e falência do fígado e icterícia. Qualquer tratamento requer testes regulares de sangue para avaliar a eficácia através da contagem de linfócitos T CD4+ no sangue total e a carga viral) no plasma, além de averiguar se está ocorrendo algum efeito colateral com o uso dos medicamentos.

Além disso, não existe nenhum caso conhecido no qual a terapia antiviral tenha liquidado com a infecção pelo HIV. Embora o tratamento tenha melhorado muito nos últimos anos (mais eficazes e com menos efeitos colaterais), seu início significa que as pessoas infectadas pelo HIV estarão propensas a fazerem tratamento pelo resto de suas vidas. Ainda, a mortalidade é muito menor entre pessoas com infecção pelo HIV pouco tratada que entre HIV-positivos que se trataram somente num estágio tardio da doença ou que não se trataram. Uma consequência importante disso é que as pessoas com acesso a um cuidado adequado com a saúde e que adquiriram o HIV ficam melhores se sabem de sua condição no início do que se soubessem apenas quando os sintomas do declínio celular estivessem aparecendo.

HIV e estupro

Em caso de estupro, como a violência do ato aumenta a probabilidade de contágio, um médico pode prescrever anti-retrovirais para diminuir a probabilidade de o vírus conseguir entrar no CD4 e se reproduzir. Geralmente são receitados junto com pílulas do dia seguinte. O mesmo procedimento pode ser prescritos para médicos que tiveram contato com o sangue de pacientes contaminados.

HIV e Saúde mental

Pacientes com transtornos psicológicos são mais vulneráveis a serem infectados com HIV.[14] E portadores de HIV tem altos índices de depressão maior, abuso de álcool e tendência ao suicídio.[15] Em outro estudo também identificaram correlação com transtornos de ansiedade, transtornos sexuais e abuso de substâncias. [16]

Um anti-retroviral ITRNN muito usado no mundo, o Efavirenz, também tem como possível efeito colateral transtornos neuropsiquiátricos crônicos principalmente na forma de transtornos de ansiedade e de sono. [17]

A revelação do diagnóstico de HIV positivo é considerado um evento muito estressante e com impacto em várias áreas da vida do portador de modo semelhante a outras doenças que ameaçam a vida do portador. [18] A maioria dos portadores reagiu ao diagnóstico como um evento traumatizante porém conseguiram lidar com a situação sem muitos problemas psicossociais. Os portadores que desenvolveram transtornos psicológicos se beneficiaram de psicoterapia de longo prazo, principalmente da terapia interpessoal em conjunto com remédios psiquiátricos.[19] A Terapia cognitivo-comportamental também demonstrou ser uma intervenção benéfica e aumentar a adesão ao tratamento. [20]

Mesmo com o desenvolvimento da terapia anti-retroviral altamente eficaz (HAART) a não-adesão ao tratamento ainda é frequente. É recomendado que os profissionais de saúde trabalhem em equipe, desenvolvendo programas específicos para lidar com essa demanda e dediquem mais tempo e atenção aos pacientes com dificuldade de adesão para evitar o desenvolvimento de AIDS e doenças oportunistas nesses pacientes. [21]

Imunidade

Após a infecção inicial, o sistema imunológico inicia uma série de reações para tentar conter a multiplicação do vírus no corpo. Elas incluem a produção de anticorpos e o desenvolvimento de células capazes de identificar e eliminar outras células que foram infectadas pelo HIV, chamadas linfócitos T CD8+ citotóxicos. Infelizmente, a resposta imunológica não é capaz de controlar o vírus na grande maioria das pessoas que se infectam pelo vírus. O HIV passa, então, a destruir cada vez mais as células T CD4+. Quando as células T CD4+ estão em número muito baixo no sangue (em geral, quando ficam abaixo de 200 células por microlitro de sangue), a pessoa fica mais predisposta a desenvolver doenças que se aproveitam de sua fragilidade imunológica, daí o nome de doenças oportunistas.

Cerca de 10% de todos os europeus carregam um polimorfismo do CCR5, um receptor de superfície celular que auxilia nas infecções por HIV-1 M-trófico. O HIV-1 M-trófico usa os receptores CCR5 e CD4 para entrar nas células-alvo, diferentemente do HIV T-trófico que usa o CXCR4 com o CD4. Pessoas com essa mutação (uma deleção de 32 pares de base) têm um risco muito baixo de infecção pelo HIV-1 já que o HIV M-trófico geralmente inicia a infecção. De fato, 1% de todos os europeus homozigotos para o polimorfismo podem ter uma proteção adicional (apesar de incompleta).

Prémio Nobel da Medicina 2008 no Parlamento Europeu

Laureado com o Prémio Nobel da Medicina em 2008 por ter descoberto o vírus da imunodeficiência humana (VIH) em 1983,Luc Montagnier esteve no Parlamento Europeu, no dia 1 de Abril de 2009, no âmbito da Conferência dedicada ao "Futuro da investigação biomédica no séc. XXI". Em entrevista exclusiva ao sítio oficial do Parlamento Europeu LA UNE, o médico francês referiu que "o principal objectivo [da investigação científica do VIH] deve ser a criação de uma vacina terapêutica, não nos devemos centrar na vacina preventiva".[22]

Mitos comuns a respeito do HIV

Desenvolvimento do HIV em uma célula imune humana infectada.
  • "AIDS e HIV são a mesma coisa".
    • O HIV é um vírus que pode levar ao desenvolvimento da AIDS. Que ocorre quando o sistema imune fica comprometido pela ação do vírus. Alguns tipos de doenças oportunistas da AIDS podem estar presentes em uma pessoa que possa ser diagnosticada como tendo AIDS. Uma pessoa pode estar infectada por anos sem ter desenvolvido a AIDS. Alguém que seja HIV positivo pode não ter AIDS.
  • "O HIV afeta apenas homossexuais e usuários de drogas".
    • O HIV pode afetar qualquer um. Bebês, mulheres, idosos, adolescentes, e pessoas de qualquer etnia podem contrair o HIV. Vale lembrar que há questões de crenças religiosas envolvidas, como dizer que a AIDS é causada por punição do sexo por prazer (homossexuais, o uso do preservativos, etc).
    • O termo grupos de risco é evitado atualmente por razões éticas, para não estigmatizar este ou aquele grupo, e também para que as pessoas fora do grupo de risco mantenham-se cautelosas. Prefere-se usar o termo comportamento de risco (como não usar preservativo, manter sexo com mais de um parceiro(a), compartilhar seringas). Apesar disso a ONU faz referência a uma maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV por algumas populações como profissionais do sexo e seus clientes, população carcerária e homens que fazem sexo com homens.[23][24] Ainda segundo a ONU, em 2008, os jovens eram os mais vulneráveis já que representavam 45% do total de novas infecções.[25] Ainda assim, há diferenças de um país para outro sobre as populações mais afetadas.[24] Na África os grupos de risco são majoritariamente formados por heterossexuais,[24] enquanto na América Latina em 2009, a epidemia esteve concentrada entre homossexuais.[26]
  • "Não há risco para duas pessoas já infectadas ao ter sexo sem proteção".
    • Há anos a reinfecção por HIV (ou superinfecção como é às vezes chamada) tem sido vista como a consequência de relações sexuais sem proteção entre pessoas infectadas pelo HIV. A reinfecção ocorre quando uma pessoa com HIV infecta-se pela segunda vez ao ter uma relação sexual sem proteção com outra pessoa que também tem o HIV. A reinfecção tem sido demonstrada em estudos laboratoriais, bem como em modelos animais. Por anos, as provas de que isso poderia acontecer em situações da vida real tem sido difíceis de serem obtidas, mas uma evidência recente tem emergido em estudos de casos humanos que confirmou que a reinfecção pelo HIV pode ocorrer e pode ser muito problemática para pessoas com o HIV.
  • "Pessoas acima dos 50 anos não contraem HIV".
    • Pessoas acima dos 50 anos podem contrair HIV. O número de pessoas acima dos 50 diagnosticadas com infecção pelo HIV está aumentando. Em geral, pessoas mais velhas tendem a desenvolver deficiência imunológica mais rápido que os adultos mais jovens.
  • "Uma mulher HIV positivo não pode dar à luz um bebê saudável".
    • o HIV é às vezes transmitido da mãe para o bebê no útero, mas nem sempre. O risco é pelo menos de 20 a 30% para a transmissão materno-fetal do HIV. O parto por cesárea e a ingestão de droga antiretroviral durante a gravidez pode reduzir as chances de a mãe passar a infecção para o bebê; Quando esses tratamentos estão disponíveis e a futura mãe é diagnosticada o mais cedo possível, apenas cerca de 2% das mães HIV-positivas que estão prestes a dar à luz, terão filhos infectados. As infecções pós-parto via leite materno também são um problema, especialmente no Terceiro Mundo, onde a fórmula para o infante pode não estar disponível.
  • "Uma única pessoa identificada trouxe o HIV para a América do Norte"
  • A expectativa de vida de vida de uma portador de HIV é de alguns anos.
    • Sem tratamento a expectativa média é de 9 a 11 anos[27]. E caso só seja detectada quando o quadro de AIDS já está instalada e não for feito o tratamento adequado a expectativa é de apenas 6 a 19 meses[28]. Mas com o avanço dos retrovirais a expectativa aumentou para 20-50 anos.[28] É possível que seja maior pois o HIV só começou a ser estudado mais intensamente por volta de 1985 e a terapia anti-retroviral eficaz só chegou ao Brasil por volta de 1996. Como vários laboratórios do mundo estão procurando novos tratamentos é provável que a expectativa aumente cada vez mais e tenha cada vez menos efeitos colaterais[29].
  • Picada de mosquito transmite HIV?
    • Não, não transmite, o mosquito não injeta o sangue de um paciente contaminado enquanto se alimenta e o vírus não resiste muito tempo fora do organismo humano. Não há relatos conhecidos de infecção por mosquitos no mundo.
  • Beijo transmite HIV
    • Existe um risco teórico, porém é quase nulo. Mesmo em pacientes com AIDS (carva viral média acima de 100.000) e com doenças na cavidade oral menos de 1/3 tinham vestígios do vírus na boca. Em um paciente seguindo o tratamento retro-viral corretamente (carga viral menor que 100) é tão improvável que em 2009 o ministério da saúde brasileiro começou uma campanha contra esse preconceito. Existem 10 substâncias na saliva que danificam o vírus. [30]
  • Quem tem HIV pegou fazendo sexo desprotegido
    • Provavelmente pela forte campanha de prevenção focalizada no uso da camisinha muita gente pense isso. Mas não necessariamente, até 1996, nem todo sangue ou órgão era examinado corretamente antes da transfussão. Além disso, até 2000 menos da metade das mães faziam todos os exames pré-natal indicados e tanto complicações durante a gestação, durante o parto ou no leite podem transmitir o HIV. Mesmo quem foi contaminado sexualmente pode ter sido vítima de estupro (a violência do ato aumenta o risco de transmissão) ou pode ter sido contaminado antes das campanhas de conscientização terem se popularizado nos anos 90.
  • Quem tem HIV é mais vulnerável a infecções oportunistas
    • Com o tratamento anti-retroviral (TARV) é possível o portador ter uma vida perfeitamente saudável, sem qualquer sintomas nem efeitos colaterais e com um sistema imunológico normal. E a quantidade do vírus geralmente fica centenas de milhares de vezes menor que o de um paciente com AIDS. Caso o paciente tome os remédios corretamente ele não tem nenhuma restrição.
  • Depois de beber não se deve injerir os medicamentos anti-retrovirais
    • O álcool faz mal por diversos outros motivos, então é bom evitar para não desgastar o organismo e a saúde, porém ele não interage medicamentosamente com a maioria dos tratamentos anti-retrovirais. Portanto mesmo após consumir álcool deve-se ingerir os medicamentos normalmente! Uma exceção é a interação com o efavirenz que tem seus possíveis efeitos colaterais como depressão, insonia e dor de cabeça potencializados pelo álcool.
  • Assim que a pessoa descobrir que é portador ele deve começar o tratamento

Apenas caso os sintomas da AIDS já tenham aparecido. Mas caso feitos antes dos sintomas podem demorar anos antes de começar o tratamento. O tratamento só começa quando a imunidade está seriamente comprometida. Existem alguns casos de pacientes que foram contaminados há mais de 12 anos e ainda não precisaram tomar o anti-retroviral mas geralmente leva de 4 a 7 anos desde a infecção inicial.

Ciclo de vida do HIV

O HIV entra no linfócito auxiliar(Helper) T CD4+ ao ligar-se à molécula CXCR4 ou às moléculas CXCR4 e CCR5, dependendo do estágio no qual a infecção pelo HIV se encontra. Uma proteína cofator (fusina) é requerida para auxiliar na ligação do vírus à membrana da célula T. Durante as fases iniciais de uma típica infecção pelo HIV, as duas moléculas CCR5 e CXCR4 estão ligadas, enquanto que um estágio mais avançado da infecção geralmente envolve mutações do HIV que apenas ligam-se à molécula CXCR4.

Uma vez que o HIV está ligado ao linfócito T CD4+, um estrutura viral conhecida como GP41 penetra na membrana celular e o RNA do HIV e várias enzimas, incluindo (mas não limitada) à transcriptase reversa, integrase e protease são injetadas na célula.

Uma vez que a célula T hospedeira não processa o RNA em proteínas, o próximo passo é gerar um DNA a partir do RNA do HIV usando a enzima transcritase reversa para que ocorra a transcripção reversa. Se bem sucedida, o DNA pró-viral deve ser então integrado ao DNA da célula hospedeira usando a enzima integrase. Se o DNA pró-viral é integrado ao DNA da célula hospedeira, a célula torna-se altamente infectada, mas não produzindo ativamente proteínas do HIV. Esse é o estágio latente do HIV, uma infecção durante a qual a célula infectada pode ser uma "bomba não explodida" potencialmente por um longo tempo.

O vírus pode ficar escondido na médula óssea, onde fica protegido do efeito de medicamentos e dormente, conforme estudo publicado na revista Nature Medicine. Descobrir onde o vírus latente se esconde é o primeiro passo para eliminá-lo [31].

Referências

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Ver também

Ligações externas