Agorafobia: diferenças entre revisões

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{{Info/Patologia
| Nome = Agorafobia
| Imagem = Agora of the Competaliasts 01 (cropped).jpg
| Legenda = Antiga [[ágora]] da cidade grega de [[Delos]], um dos espaços públicos que deram o nome à condição.
| Especialidade = [[Psiquiatria]]
| Sintomas = [[Ansiedade]] em situações percebidas como inseguras, [[Ataque de pânico|ataques de pânico]]s<ref name=DSM5/><ref name=NIH2016/>
| Complicações = [[Depressão (humor)|Depressão]], [[perturbação por uso de substâncias]]<ref name=DSM5/>
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| Duração = Mais de 6 meses<ref name=DSM5/>
| Causas = Fatores [[genético]]s e ambientais<ref name=DSM5/>
| Riscos = [[Antecedentes familiares]], evento angustiante<ref name=DSM5/>
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| Mortes =
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<!-- Definição e sintomas -->
'''Agorafobia''' é uma [[perturbação de ansiedade]] caracterizada por sintomas de [[ansiedade]] em situações que a pessoa percepciona como inseguras ou das quais é difícil sair.<ref name=DSM5>{{citation|author=American Psychiatric Association|year=2013|title=Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (5th ed.)|location=Arlington|publisher=American Psychiatric Publishing|pages=217–221, 938|isbn=0890425558}}</ref> Entre estas situações estão espaços abertos, tráfego viário, [[Centro comercial|centros comerciais]] ou simplesmente qualquer situação em que a pessoa se encontre fora do local de residência.<ref name=DSM5/> Quando a pessoa se encontra numa destas situações, o sintoma mais comum é um [[ataque de pânico]].<ref name=NIH2016>{{cite web|title=Agoraphobia|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmedhealth/PMHT0024921/|website=PubMed Health|accessdate=11 August 2016}}</ref> Para que seja diagnosticada agorafobia, os sintomas devem-se manifestar praticamente sempre que a pessoa se depara com a situação e os sintomas devem-se manifestar por mais de seis meses.<ref name=DSM5/> As pessoas afetadas geralmente dão-se a um esforço significativo para evitar as situações.<ref name=DSM5/> Nos casos mais graves, as pessoas sentem-se incapazes de sair da própria residência.<ref name=NIH2016/>


<!-- Causa e diagnóstico -->
'''Agorafobia''' (do grego ''ágora'' - assembleia; reunião de pessoas; multidão + ''phobos'' - medo) é originalmente o medo de estar em espaços abertos ou no meio de uma multidão. Em realidade, o agorafóbico teme a multidão pelo medo de que não possa sair do meio dela caso se sinta mal e não pelo medo da multidão em si. Muitas vezes é sequela de [[transtorno do pânico]]. Quando o medo surge é difícil saber se está se tendo um ataque de pânico ou agorafobia, porque ambos têm quase os mesmos sintomas.
Acredita-se que a agorafobia seja causada por uma combinação de fatores [[Genética|genéticos]] e ambientais.<ref name=DSM5/> Em muitos casos, a condição é comum na família. A agorafobia pode ter origem em acontecimentos como a morte de um pai ou um ataque violento.<ref name=DSM5/> O [[DSM-5]] classifica a agorafobia como uma [[fobia]] pertencente ao grupo das [[fobias específicas]] e [[fobias sociais]].<ref name=DSM5/><ref name=Wy2008>{{cite book|last1=Wyatt|first1=Richard Jed|last2=Chew|first2=Robert H.|title=Wyatt's Practical Psychiatric Practice: Forms and Protocols for Clinical Use|date=2008|publisher=American Psychiatric Pub|isbn=9781585626878|pages=90–91|url=https://books.google.com/books?id=4ZUikjcnM2QC&pg=PA91|language=en|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20160821133303/https://books.google.com/books?id=4ZUikjcnM2QC&pg=PA91|archivedate=2016-08-21|df=}}</ref> Entre outras condições que manifestam sintomas semelhantes estão a [[perturbação de ansiedade de separação]], [[perturbação de stresse pós-traumático]], [[perturbação depressiva major]]<ref name=DSM5/> As pessoas afetadas apresentam um risco acrescido de [[Depressão (humor)|depressão]] e [[perturbação por abuso de substâncias]].<ref name=DSM5/>


<!-- Tratamento e epidemiologia -->
A agorafobia poderia ser traduzida mais precisamente como o '''[[medo]] de ter medo'''. É a [[ansiedade]] associada a essa perturbação, classificada como antecipatória, já que se baseia no medo de se sentir mal e não poder chegar a um hospital ou obter socorro com facilidade. A antecipação da sensação de mal-estar é tão intensa que pode originar um episódio de [[ataque de pânico|pânico]]. É uma perturbação marcada por um estado de ansiedade exacerbada, que aparece sempre que a pessoa se encontra em locais ou situações dos quais seria difícil sair caso se sentisse mal (túneis, pontes, grandes avenidas, ônibus lotados, trens, barcos, festas, ajuntamentos de pessoas etc.).
É pouco provável que a agorafobia se resolva sem tratamento.<ref name=DSM5/> O tratamento consiste numa forma de aconselhamento psiquiátrico denominada [[terapia cognitivo-comportamental]].<ref name=Wy2008/><ref>{{cite journal|last1=Pompoli|first1=A|last2=Furukawa|first2=TA|last3=Imai|first3=H|last4=Tajika|first4=A|last5=Efthimiou|first5=O|last6=Salanti|first6=G|title=Psychological therapies for panic disorder with or without agoraphobia in adults: a network meta-analysis.|journal=The Cochrane Database of Systematic Reviews|date=13 April 2016|volume=4|pages=CD011004|pmid=27071857|doi=10.1002/14651858.CD011004.pub2}}</ref> Esta terapia permite resolver cerca de metade dos casos de agorafobia.<ref name=Lancet2016>{{cite journal|last1=Craske|first1=MG|last2=Stein|first2=MB|title=Anxiety.|journal=Lancet|date=24 June 2016|pmid=27349358|doi=10.1016/S0140-6736(16)30381-6}}</ref> A condição afeta 1,7% dos adultos.<ref name=DSM5/> O número de casos em mulheres é o dobro do de homens.<ref name=DSM5/> A doença é rara em crianças. A maioria dos casos têm origem no início da idade adulta, sendo cada vez menos comum à medida que a idade avança.<ref name=DSM5/> O termo "agorafobia" tem origem no grego antigo ἀγορά, ''[[ágora]]'', que significa praça pública, com o sufixo -φοβία, que significa [[fobia]] ou "medo".<ref>{{cite book|last1=Elster|first1=Charles Harrington|title=Verbal Advantage: Ten Easy Steps to a Powerful Vocabulary|date=2009|publisher=Diversified Publishing|isbn=9780307560971|page=PT717|url=https://books.google.com/books?id=aJxfrKSb7u4C&pg=PT717|language=en|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20160821130114/https://books.google.com/books?id=aJxfrKSb7u4C&pg=PT717|archivedate=2016-08-21|df=}}</ref>


{{Referências|col=2}}
Diferentemente da maior parte das pessoas, que sequer se preocupa com esse tipo de coisas, o agorafóbico não consegue desvincular-se dessas crenças irracionais, o que pode levar a comportamentos de fuga em relação a situações potencialmente ameaçadoras (ir a cinemas, concertos, centros comerciais etc.), limitando cada vez mais a sua qualidade de vida.

No clímax do problema, tais pessoas só se sentem verdadeiramente bem em casa (de preferência, acompanhadas) ou no seu carro – por ser visto como um prolongamento do lar por funcionar como um meio rápido para lá chegar, em caso de aflição. O agravamento da situação condiciona de forma brutal o quotidiano dessas pessoas. Atividades simples como ir ao supermercado, ao cabeleireiro ou ao ginásio deixarão de poder ser concretizadas sem acompanhamento, visto que o agorafóbico tenderá a pensar “E se eu me sentir mal, quem é que vai estar lá para me ajudar?”.

Esse isolamento progressivo faz com que alguns casos de agorafobia se confundam com situações de [[fobia social]]. Mas tais perturbações são diferentes. Por exemplo, uma pessoa que sofre de fobia social teme entrar num local público porque receia que todos fiquem olhando para si (medo do julgamento das pessoas). Assim, até pode conseguir frequentar esses espaços, mas esforçar-se-á por passar despercebida, sem ser notada.

Pelo contrário, o agorafóbico não teme ser avaliado pelas pessoas que frequentam aquele espaço – ele teme não ter a quem recorrer caso se sinta mal. Do mesmo modo, tais pessoas podem desenvolver o medo de andar de elevador, dando vazão à [[claustrofobia]], que é outra manifestação possível da agorafobia.

Tal como acontece noutras perturbações, os comportamentos fóbicos podem existir em níveis variáveis de pessoa para pessoa, pelo que nem sempre é necessário recorrer à ajuda especializada. Algumas pessoas poderão identificar-se com pequenos indícios das manifestações descritas anteriormente, sem que isso implique que possam ser rotuladas de agorafóbicas.

O mais importante passa por identificar quaisquer comportamentos de fuga que estejam a condicionar o seu dia-a-dia e tentar vencê-los, até que praticamente desapareçam - o que pode ocorrer. Enfrentar pouco a pouco esse medo infundado é o caminho para vencer a agorafobia (através do auto-entendimento de como se processa essa fobia), além de se lançar mão dos [[medicamentos]] disponíveis, como [[ansiolítico]]s e [[antidepressivo]]s.


{{Transtornos mentais e comportamentais}}
{{Transtornos mentais e comportamentais}}

{{esboço-fobia}}


[[Categoria:Fobias]]
[[Categoria:Fobias]]

Revisão das 00h27min de 21 de janeiro de 2018

 Nota: Para a canção de Incubus, veja Agoraphobia.
Agorafobia
Agorafobia
Antiga ágora da cidade grega de Delos, um dos espaços públicos que deram o nome à condição.
Especialidade Psiquiatria
Sintomas Ansiedade em situações percebidas como inseguras, ataques de pânicos[1][2]
Complicações Depressão, perturbação por uso de substâncias[1]
Duração Mais de 6 meses[1]
Causas Fatores genéticos e ambientais[1]
Fatores de risco Antecedentes familiares, evento angustiante[1]
Condições semelhantes Perturbação de ansiedade de separação, perturbação de stresse pós-traumático, perturbação depressiva major[1]
Tratamento Terapia cognitivo-comportamental[3]
Prognóstico Resolução de metade dos casos com tratamento[4]
Frequência 1,7% dos adultos[1]
Classificação e recursos externos
CID-10 F40.0, F40.00
CID-11 530592394
MedlinePlus 000923
MeSH D000379
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Agorafobia é uma perturbação de ansiedade caracterizada por sintomas de ansiedade em situações que a pessoa percepciona como inseguras ou das quais é difícil sair.[1] Entre estas situações estão espaços abertos, tráfego viário, centros comerciais ou simplesmente qualquer situação em que a pessoa se encontre fora do local de residência.[1] Quando a pessoa se encontra numa destas situações, o sintoma mais comum é um ataque de pânico.[2] Para que seja diagnosticada agorafobia, os sintomas devem-se manifestar praticamente sempre que a pessoa se depara com a situação e os sintomas devem-se manifestar por mais de seis meses.[1] As pessoas afetadas geralmente dão-se a um esforço significativo para evitar as situações.[1] Nos casos mais graves, as pessoas sentem-se incapazes de sair da própria residência.[2]

Acredita-se que a agorafobia seja causada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais.[1] Em muitos casos, a condição é comum na família. A agorafobia pode ter origem em acontecimentos como a morte de um pai ou um ataque violento.[1] O DSM-5 classifica a agorafobia como uma fobia pertencente ao grupo das fobias específicas e fobias sociais.[1][3] Entre outras condições que manifestam sintomas semelhantes estão a perturbação de ansiedade de separação, perturbação de stresse pós-traumático, perturbação depressiva major[1] As pessoas afetadas apresentam um risco acrescido de depressão e perturbação por abuso de substâncias.[1]

É pouco provável que a agorafobia se resolva sem tratamento.[1] O tratamento consiste numa forma de aconselhamento psiquiátrico denominada terapia cognitivo-comportamental.[3][5] Esta terapia permite resolver cerca de metade dos casos de agorafobia.[4] A condição afeta 1,7% dos adultos.[1] O número de casos em mulheres é o dobro do de homens.[1] A doença é rara em crianças. A maioria dos casos têm origem no início da idade adulta, sendo cada vez menos comum à medida que a idade avança.[1] O termo "agorafobia" tem origem no grego antigo ἀγορά, ágora, que significa praça pública, com o sufixo -φοβία, que significa fobia ou "medo".[6]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t American Psychiatric Association (2013), Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (5th ed.), ISBN 0890425558, Arlington: American Psychiatric Publishing, pp. 217–221, 938 
  2. a b c «Agoraphobia». PubMed Health. Consultado em 11 August 2016  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  3. a b c Wyatt, Richard Jed; Chew, Robert H. (2008). Wyatt's Practical Psychiatric Practice: Forms and Protocols for Clinical Use (em inglês). [S.l.]: American Psychiatric Pub. pp. 90–91. ISBN 9781585626878. Cópia arquivada em 21 de agosto de 2016 
  4. a b Craske, MG; Stein, MB (24 June 2016). «Anxiety.». Lancet. PMID 27349358. doi:10.1016/S0140-6736(16)30381-6  Verifique data em: |data= (ajuda)
  5. Pompoli, A; Furukawa, TA; Imai, H; Tajika, A; Efthimiou, O; Salanti, G (13 April 2016). «Psychological therapies for panic disorder with or without agoraphobia in adults: a network meta-analysis.». The Cochrane Database of Systematic Reviews. 4: CD011004. PMID 27071857. doi:10.1002/14651858.CD011004.pub2  Verifique data em: |data= (ajuda)
  6. Elster, Charles Harrington (2009). Verbal Advantage: Ten Easy Steps to a Powerful Vocabulary (em inglês). [S.l.]: Diversified Publishing. p. PT717. ISBN 9780307560971. Cópia arquivada em 21 de agosto de 2016