Saltar para o conteúdo

Estudos de gênero: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Foram revertidas as edições de 45.234.25.40 para a última revisão de Chronus, de 13h49min de 15 de junho de 2019 (UTC)
Etiqueta: Reversão
Skyshifter (discussão | contribs)
m Fundindo de acordo com PE + ajustando datas, traduzindo nome/parâmetro nas citações, outros ajustes usando script
Linha 1: Linha 1:
[[Ficheiro:Sex GLBT olympics.svg|thumb|upright=1.5|Vários símbolos de identidade de gênero estilizados como [[anéis olímpicos]]]]
[[Ficheiro:Sex GLBT olympics.svg|thumb|upright=1.5|Vários símbolos de identidade de gênero estilizados como [[anéis olímpicos]]]]


'''Estudos de gênero''' é um [[campo de estudo]] interdisciplinar dedicado à [[identidade de gênero]] e à [[Representação política|representação]] de gênero como categorias centrais de análise. Esse campo inclui [[Estudos das mulheres|estudos sobre as mulheres]] (sobre [[mulher]]es, [[feminismo]], gênero e política), [[Estudos dos homens|estudos sobre os homens]] e [[Teoria queer|estudos ''queer'']].<ref name="whitman">{{cite web |url=http://www.whitman.edu/content/genderstudies |title=Gender Studies |publisher=Whitman College |accessdate=1 de maio de 2012 |deadurl=yes |archiveurl=https://archive.is/20121212181127/http://www.whitman.edu/content/genderstudies |archivedate=12 de dezembro de 2012 |df=dmy-all }}</ref> Às vezes, estudos de gênero são definidos como conjunto ao estudo da [[sexualidade humana]]. Essas disciplinas estudam [[Gênero (ciências sociais)|gênero]] e [[sexualidade]] nos campos da [[literatura]], [[língua]], [[geografia]], [[história]], [[ciência política]], [[sociologia]], [[antropologia]], [[mídia]],<ref>{{cite book |title=Gender And Media: Representing, Producing, Consuming |last1=Krijnen |first1=Tonny |last2=van Bauwel |first2=Sofie |publisher=Routledge |year=2015 |isbn=978-0-415-69540-4 |location=New York |pages=}}</ref> [[desenvolvimento humano]], [[direito]], [[saúde pública]] e [[medicina]].<ref name="uchicago">{{cite web | url=http://gendersexuality.uchicago.edu/about/ | title=About – Center for the Study of Gender and Sexuality (CSGS) | publisher=[[The University of Chicago]] | accessdate=1 de maio de 2012}}</ref> Elas também analisam como raça, etnia, localização, classe, nacionalidade e deficiência se cruzam com as categorias de gênero e sexualidade.<ref name="Race, Ethnicity, Gender & Class">Healey, J. F. (2003). ''Race, Ethnicity, Gender and Class: the Sociology of Group Conflict and Change''.</ref><ref name="indiana">{{cite web | url=http://www.indiana.edu/~gender/ | title=Department of Gender Studies | publisher=[[Indiana University]] (IU Bloomington) | accessdate=1 de maio de 2012}}</ref>
'''Estudos de gênero''' é um [[campo de estudo]] interdisciplinar dedicado à [[identidade de gênero]] e à [[Representação política|representação]] de gênero como categorias centrais de análise. Esse campo inclui [[Estudos das mulheres|estudos sobre as mulheres]] (sobre [[mulher]]es, [[feminismo]], gênero e política), [[Estudos dos homens|estudos sobre os homens]] e [[Teoria queer|estudos ''queer'']].<ref name="whitman">{{citar web|url=http://www.whitman.edu/content/genderstudies |título=Gender Studies |publicado=Whitman College |acessodata=1 de maio de 2012 |urlmorta= sim|arquivourl=https://archive.is/20121212181127/http://www.whitman.edu/content/genderstudies |arquivodata=12 de dezembro de 2012 |df=dmy-all }}</ref> Às vezes, estudos de gênero são definidos como conjunto ao estudo da [[sexualidade humana]]. Essas disciplinas estudam [[Gênero (ciências sociais)|gênero]] e [[sexualidade]] nos campos da [[literatura]], [[língua]], [[geografia]], [[história]], [[ciência política]], [[sociologia]], [[antropologia]], [[mídia]],<ref>{{citar livro|título=Gender And Media: Representing, Producing, Consuming |último1 =Krijnen |primeiro1 =Tonny |último2 =van Bauwel |primeiro2 =Sofie |publicado=Routledge |ano=2015 |isbn=978-0-415-69540-4 |local=New York |páginas=}}</ref> [[desenvolvimento humano]], [[direito]], [[saúde pública]] e [[medicina]].<ref name="uchicago">{{citar web| url=http://gendersexuality.uchicago.edu/about/ |título=About – Center for the Study of Gender and Sexuality (CSGS) |publicado=[[The University of Chicago]] |acessodata=1 de maio de 2012}}</ref> Elas também analisam como raça, etnia, localização, classe, nacionalidade e deficiência se cruzam com as categorias de gênero e sexualidade.<ref name="Race, Ethnicity, Gender & Class">Healey, J. F. (2003). ''Race, Ethnicity, Gender and Class: the Sociology of Group Conflict and Change''.</ref><ref name="indiana">{{citar web| url=http://www.indiana.edu/~gender/ |título=Department of Gender Studies |publicado=[[Indiana University]] (IU Bloomington) |acessodata=1 de maio de 2012}}</ref>


Em relação ao gênero, [[Simone de Beauvoir]] disse: "Não se nasce mulher, se torna uma".<ref name="de Beauvoir">de Beauvoir, S. (1949, 1989). "The Second Sex".</ref> Essa visão propõe que, nos estudos de gênero, o termo "gênero" deve ser usado para se referir às [[construções sociais]] e culturais das [[masculinidade]]s e [[feminilidade]]s e não ao estado de ser homem ou mulher em sua totalidade.<ref name="Stephanie Garrett">Garrett, S. (1992). "Gender", p. vii.</ref> No entanto, essa visão não é mantida por todos os teóricos de gênero. A visão de Beauvoir é a que muitos sociólogos apoiam, embora haja muitos outros contribuintes para o campo dos estudos de gênero com diferentes origens e pontos de vista opostos, como o psicanalista [[Jacques Lacan]] e feministas como [[Judith Butler]].
Em relação ao gênero, [[Simone de Beauvoir]] disse: "Não se nasce mulher, se torna uma".<ref name="de Beauvoir">de Beauvoir, S. (1949, 1989). "The Second Sex".</ref> Essa visão propõe que, nos estudos de gênero, o termo "gênero" deve ser usado para se referir às [[construções sociais]] e culturais das [[masculinidade]]s e [[feminilidade]]s e não ao estado de ser homem ou mulher em sua totalidade.<ref name="Stephanie Garrett">Garrett, S. (1992). "Gender", p. vii.</ref> No entanto, essa visão não é mantida por todos os teóricos de gênero. A visão de Beauvoir é a que muitos sociólogos apoiam, embora haja muitos outros contribuintes para o campo dos estudos de gênero com diferentes origens e pontos de vista opostos, como o psicanalista [[Jacques Lacan]] e feministas como [[Judith Butler]].


O gênero é pertinente a muitas disciplinas, como a [[teoria literária]], os estudos de teatro e do cinema, a história da arte contemporânea, a antropologia, a sociologia, a [[sociolinguística]] e a [[psicologia]]. No entanto, essas disciplinas às vezes diferem em suas abordagens sobre como e por que o gênero é estudado. Por exemplo, na antropologia, na sociologia e na psicologia, o gênero é frequentemente estudado como uma prática, enquanto nos estudos culturais as representações de gênero são mais frequentemente examinadas. Na política, o gênero pode ser visto como um discurso fundamental que os atores políticos empregam para posicionar-se em uma variedade de questões.<ref>Salime, Zakia. ''Between Feminism and Islam: Human Rights and Sharia Law in Morocco''. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2011.</ref> Os estudos de gênero também são uma disciplina em si, incorporando métodos e abordagens de uma ampla gama de disciplinas.<ref name=companion>{{cite book |last1=Essed |first1=Philomena |authorlink1=Philomena Essed |last2=Goldberg |first2=David Theo |authorlink2=David Theo Goldberg |last3=Kobayashi |first3=Audrey |authorlink3=Audrey Kobayashi |title=A Companion to Gender Studies |publisher=Wiley-Blackwell |year=2009 |url=https://books.google.com/?id=ZPgYDTa9P84C |accessdate=7 de novembro de 2011 |isbn=978-1-4051-8808-1}}</ref>
O gênero é pertinente a muitas disciplinas, como a [[teoria literária]], os estudos de teatro e do cinema, a história da arte contemporânea, a antropologia, a sociologia, a [[sociolinguística]] e a [[psicologia]]. No entanto, essas disciplinas às vezes diferem em suas abordagens sobre como e por que o gênero é estudado. Por exemplo, na antropologia, na sociologia e na psicologia, o gênero é frequentemente estudado como uma prática, enquanto nos estudos culturais as representações de gênero são mais frequentemente examinadas. Na política, o gênero pode ser visto como um discurso fundamental que os atores políticos empregam para posicionar-se em uma variedade de questões.<ref>Salime, Zakia. ''Between Feminism and Islam: Human Rights and Sharia Law in Morocco''. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2011.</ref> Os estudos de gênero também são uma disciplina em si, incorporando métodos e abordagens de uma ampla gama de disciplinas.<ref name=companion>{{citar livro|último1 =Essed |primeiro1 =Philomena |authorlink1=Philomena Essed |último2 =Goldberg |primeiro2 =David Theo |authorlink2=David Theo Goldberg |último3 =Kobayashi |primeiro3 =Audrey |authorlink3=Audrey Kobayashi |título=A Companion to Gender Studies |publicado=Wiley-Blackwell |ano=2009 |url=https://books.google.com/?id=ZPgYDTa9P84C |acessodata=7 de novembro de 2011 |isbn=978-1-4051-8808-1}}</ref>


Cada campo passou a considerar o "gênero" como uma prática, às vezes referida como algo que é performativo. A teoria feminista da psicanálise, articulada principalmente por [[Julia Kristeva]]<ref>Anne-Marie Smith, ''Julia Kristeva: Speaking the Unspeakable'' (Pluto Press, 1988).</ref> (a "semiótica" e "abjeção") e [[Bracha L. Ettinger]]<ref>Griselda Pollock, "Inscriptions in the Feminine" and "Introduction" to "The With-In-Visible Screen", in: ''Inside the Visible'' edited by Catherine de Zegher. MIT Press, 1996.</ref> (o "eros matricial feminino-prematerno-materno",<ref name="ReferenceA">{{cite book | first = Bracha L. | last = Ettinger | authorlink = Bracha L. Ettinger | chapter = Diotima and the Matrixial Transference: Psychoanalytical Encounter-Event as Pregnancy in Beauty | editor1-last = Van der Merwe | editor1-first = Chris N. | editor2-last = Viljoen | editor2-first = Hein | title = Across the Threshold | location = NY | publisher = Peter Lang | year = 2007}}</ref> a "trans-subjetividade matricial" e as "fantasias maternais primitivas"),<ref>{{cite journal | url = http://www.mamsie.bbk.ac.uk/mother_respect.html | deadurl = yes | archive-url = https://web.archive.org/web/20131203064955/http://www.mamsie.bbk.ac.uk/mother_respect.html | archive-date = 3 de dezembro de 2013 | first = Bracha L. | last = Ettinger | authorlink = Bracha L. Ettinger | title = (M)Other Re-spect: Maternal Subjectivity, the ''Ready-made mother-monster'' and The Ethics of Respecting | journal = Studies in the Maternal | volume = 2 | issue = 1–2 | year = 2010| doi = 10.16995/sim.150 }}</ref> e informadas por [[Freud]], Lacan e pela [[teoria da relação de objetos]], é muito influente nos estudos de gênero. De acordo com Sam Killermann, o gênero também pode ser dividido em três categorias, identidade de gênero, expressão de gênero e sexo biológico.<ref>{{cite av media|url=https://www.youtube.com/watch?v=NRcPXtqdKjE|title=Understanding the Complexities of Gender: Sam Killermann at TEDxUofIChicago|date=3 de maio de 2013|work=YouTube|accessdate=26 de julho de 2015}}</ref>
Cada campo passou a considerar o "gênero" como uma prática, às vezes referida como algo que é performativo. A teoria feminista da psicanálise, articulada principalmente por [[Julia Kristeva]]<ref>Anne-Marie Smith, ''Julia Kristeva: Speaking the Unspeakable'' (Pluto Press, 1988).</ref> (a "semiótica" e "abjeção") e [[Bracha L. Ettinger]]<ref>Griselda Pollock, "Inscriptions in the Feminine" and "Introduction" to "The With-In-Visible Screen", in: ''Inside the Visible'' edited by Catherine de Zegher. MIT Press, 1996.</ref> (o "eros matricial feminino-prematerno-materno",<ref name="ReferenceA">{{citar livro|primeiro = Bracha L. |último = Ettinger |autorlink = Bracha L. Ettinger |capítulo= Diotima and the Matrixial Transference: Psychoanalytical Encounter-Event as Pregnancy in Beauty |editor-sobrenome1 = Van der Merwe |editor-nome1 = Chris N. |editor-sobrenome2 = Viljoen |editor-nome2 = Hein |título= Across the Threshold |local= NY |publicado= Peter Lang |ano= 2007}}</ref> a "trans-subjetividade matricial" e as "fantasias maternais primitivas"),<ref>{{citar periódico| url = http://www.mamsie.bbk.ac.uk/mother_respect.html |urlmorta= sim|arquivourl= https://web.archive.org/web/20131203064955/http://www.mamsie.bbk.ac.uk/mother_respect.html |arquivodata= 3 de dezembro de 2013 |primeiro = Bracha L. |último = Ettinger |autorlink = Bracha L. Ettinger |título= (M)Other Re-spect: Maternal Subjectivity, the ''Ready-made mother-monster'' and The Ethics of Respecting |periódico= Studies in the Maternal | volume = 2 |número= 1–2 |ano= 2010| doi = 10.16995/sim.150 }}</ref> e informadas por [[Freud]], Lacan e pela [[teoria da relação de objetos]], é muito influente nos estudos de gênero. De acordo com Sam Killermann, o gênero também pode ser dividido em três categorias, identidade de gênero, expressão de gênero e sexo biológico.<ref>{{cite av media|url=https://www.youtube.com/watch?v=NRcPXtqdKjE|title=Understanding the Complexities of Gender: Sam Killermann at TEDxUofIChicago|date=3 de maio de 2013|work=YouTube|accessdate=26 de julho de 2015}}</ref>


== Histórico ==
== Histórico ==
Linha 15: Linha 15:


=== Brasil ===
=== Brasil ===
Embora o [[Feminismo no Brasil|movimento feminista no Brasil]] tenha se intensificado a partir dos anos 1970, foi mais tardia a introdução do tema no mundo acadêmico<ref>{{citar periódico|url=http://repositorio.furg.br:8080/jspui/bitstream/1/1212/1/Os%20estudos%20de%20g%C3%AAnero%20no%20BRasil%20algumas%20considera%C3%A7%C3%B5es.pdf|autor=Silva, Susana Veleda da.|título=Os estudos de gênero no Brasil: algumas considerações.|publicação=Biblio 3W. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales.|editora=Universidad de Barcelona|edição=262|data=15 de novembro de 2000}}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref>. Foucault se popularizou entre os acadêmicos brasileiros a partir do fim da década de 1980, e a partir de então surgem os primeiros estudos sobre a condição feminina no Brasil baseados nas premissas do debate teórico iniciado nos EUA.
Embora o [[Feminismo no Brasil|movimento feminista no Brasil]] tenha se intensificado a partir dos anos 1970, foi mais tardia a introdução do tema no mundo acadêmico.<ref>{{citar periódico|url=http://repositorio.furg.br:8080/jspui/bitstream/1/1212/1/Os%20estudos%20de%20g%C3%AAnero%20no%20BRasil%20algumas%20considera%C3%A7%C3%B5es.pdf|autor=Silva, Susana Veleda da.|título=Os estudos de gênero no Brasil: algumas considerações.|publicação=Biblio 3W. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales.|editora=Universidad de Barcelona|edição=262|data=15 de novembro de 2000}}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref> Foucault se popularizou entre os acadêmicos brasileiros a partir do fim da década de 1980, e a partir de então surgem os primeiros estudos sobre a condição feminina no Brasil baseados nas premissas do debate teórico iniciado nos EUA.


A introdução dos estudos de gênero no Brasil se deu através de iniciativas coordenadas nas áreas de história e sociologia a partir dos anos 1990. Nessa mesma época foi criado na UNICAMP o Grupo de Estudos de Gênero Pagu, sob a liderança de Margareth Rago, Adriana Piscitelli, Elisabeth Lobo e Mariza Corrêa<ref>[http://www.ieg.ufsc.br/admin/downloads/artigos/Pagu/1998(11)/Rago.pdf Rago, M. Descobrindo historicamente o gênero. ''Cadernos Pagu'', 11 (1998), p. 89.]</ref>, grupo esse responsável pela edição do periódico ''Cadernos Pagu''<ref>[http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0104-8333&nrm=iso&rep=&lng=pt Revista ''Cadernos Pagu'' - SciELO]</ref>, hoje referência na área.
A introdução dos estudos de gênero no Brasil se deu através de iniciativas coordenadas nas áreas de história e sociologia a partir dos anos 1990. Nessa mesma época foi criado na UNICAMP o Grupo de Estudos de Gênero Pagu, sob a liderança de Margareth Rago, Adriana Piscitelli, Elisabeth Lobo e Mariza Corrêa,<ref>[http://www.ieg.ufsc.br/admin/downloads/artigos/Pagu/1998(11)/Rago.pdf Rago, M. Descobrindo historicamente o gênero. ''Cadernos Pagu'', 11 (1998), p. 89.]</ref> grupo esse responsável pela edição do periódico ''Cadernos Pagu'',<ref>[http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0104-8333&nrm=iso&rep=&lng=pt Revista ''Cadernos Pagu'' - SciELO]</ref> hoje referência na área.


== Diferença entre sexo e gênero ==
== Diferença entre sexo e gênero ==
{{principal|Diferença entre sexo e gênero}}
{{principal|Diferença entre sexo e gênero}}
Os conceitos de [[gênero (sociedade)|gênero]] e [[sexo biológico]] embora possam parecer sinônimos foram utilizados separadamente para enfatizar a distinção entre a condição biológica determinante do sexo e as construções sociais que envolvem as relações entre [[gênero]]s<ref name="Soihet">Soihet, R. História das Mulheres. In: Cardoso, C.F.; Vainfas, R. (Orgs.) ''Domínios da História''. 2a Ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011:263-283</ref>. Segundo Soihet (''op cit.'', págs. 266 e 267), "[[gênero]]" abrange o aspecto relacional entre as mulheres e os homens, onde nenhum dos dois pode ser compreendidos em estudos que os considere em separado. Soihet (''op cit.'', pág. 267) frisa ainda que o termo [[gênero]] foi proposto em defesa de que "''a pesquisa sobre as mulheres transformaria fundamentalmente os paradigmas da disciplina; acrescentaria não só os novos temas, como também iria impor uma reavaliação crítica das premissas e critérios do trabalho científico''" e que implicaria não apenas em "''uma nova história das mulheres, mas uma nova história''"<ref>[http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/6393/mod_resource/content/1/G%C3%AAnero-Joan%20Scott.pdf ''apud'' Scott, J. ''Gênero uma categoria útil de análise histórica.'' Recife: SOS Corpo,1991]</ref>
Os conceitos de [[gênero (sociedade)|gênero]] e [[sexo biológico]] embora possam parecer sinônimos foram utilizados separadamente para enfatizar a distinção entre a condição biológica determinante do sexo e as construções sociais que envolvem as relações entre [[gênero]]s.<ref name="Soihet">Soihet, R. História das Mulheres. In: Cardoso, C.F.; Vainfas, R. (Orgs.) ''Domínios da História''. 2a Ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011:263-283</ref> Segundo Soihet (''op cit.'', págs. 266 e 267), "[[gênero]]" abrange o aspecto relacional entre as mulheres e os homens, onde nenhum dos dois pode ser compreendidos em estudos que os considere em separado. Soihet (''op cit.'', pág. 267) frisa ainda que o termo [[gênero]] foi proposto em defesa de que "''a pesquisa sobre as mulheres transformaria fundamentalmente os paradigmas da disciplina; acrescentaria não só os novos temas, como também iria impor uma reavaliação crítica das premissas e critérios do trabalho científico''" e que implicaria não apenas em "''uma nova história das mulheres, mas uma nova história''"<ref>[http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/6393/mod_resource/content/1/G%C3%AAnero-Joan%20Scott.pdf ''apud'' Scott, J. ''Gênero uma categoria útil de análise histórica.'' Recife: SOS Corpo,1991]</ref>

== Ideologia de gênero ==
A ideologia de gênero é o sistema de crenças pelas quais as pessoas explicam, responsabilizam e justificam seu comportamento e interpretam e avaliam o dos outros. Em suma, é o conjunto de crenças que governam a participação das pessoas na ordem de gênero e pelo qual explicam e justificam essa participação.<ref name="EckertPenelope2003">{{citar livro|autor1 =Penelope Eckert|autor2 =Eckert Penelope|autor3 =Sally McConnell-Ginet|título=Language and Gender|url=https://books.google.com/books?id=JnZGzMkBaqkC&pg=PA35|data=9/1/2003|publicado=Cambridge University Press|língua=en|isbn=978-0-521-65426-5|páginas=35–36}}</ref> O conceito é frequentemente usado, mas raramente questionado, em contraste a outros, como a [[identidade de gênero]]. Suspeita-se que a flexibilidade das definições e os múltiplos significados associados à ideologia, em geral, sejam a fonte de seu uso comum e de sua desconsideração conceitual. Em “terminologia de reorganização” (Gerring 1997: 960), a ideologia de gênero é frequentemente usada como sinônimo de conceitos como atitudes de gênero, normas de gênero, poder de gênero, relações de gênero, estruturas de gênero e dinâmicas de gênero.<ref>Duerst-Lahti, G. (2008). Gender ideology: Masculinism and feminalism. In G. Goertz & A. Mazur (Eds.), Politics, Gender, and Concepts: Theory and Methodology (pp. 159-192). Cambridge: Cambridge University Press. doi:10.1017/CBO9780511755910.008 {{en}}</ref>

Em [[arqueologia]], o termo é usado para tentar explicar as dinâmicas de gênero das sociedades, por exemplo no livro ''In Pursuit of Gender: Worldwide Archaeological Approaches'', a definição de Hays-Gilpin e Whitley é que a ideologia de gênero são os significados e valores atribuído às categorias de gênero em uma dada cultura e a atribuição de gênero a fenômenos ou ideias como sol/lua, terra/céu, macio/duro etc.<ref name="NelsonRosen-Ayalon2002">{{citar livro|autor1 =Sarah M. Nelson|autor2 =Myriam Rosen-Ayalon|título=In Pursuit of Gender: Worldwide Archaeological Approaches|url=https://books.google.com/books?id=cMXP9RO0DVMC&pg=PA9|ano=2002|publicado=Rowman Altamira|língua=en|isbn=978-0-7591-0087-9|página=9}}</ref>

O termo ideologia de gênero no significado literal é encontrado em publicações e estudos sobre vários temas:

* Nos estudos de [[linguística]], quando pesquisado as relações, as interseções e tensões entre linguagem e gênero.<ref name="EhrlichMeyerhoff2014">{{citar livro|autor1 =Susan Ehrlich|autor2 =Miriam Meyerhoff|autor3 =Janet Holmes|título=The Handbook of Language, Gender, and Sexuality|url=https://books.google.com/books?id=V5c6AwAAQBAJ&pg=PT517|data=19/3/2014|publicado=Wiley|isbn=978-1-118-58433-0|página=517"}}</ref>
* Em [[história]], por exemplo as origens da desigualdade entre homens e mulheres que se estabeleceu na [[Era Vitoriana]].<ref name="Yildirim2015">{{citar livro|autor =Aşkın Haluk Yildirim|título=Victorian Gender Ideology and Literature|url=https://books.google.com/books?id=cDFlrgEACAAJ|ano=2015|publicado=Nova Science Publishers, Incorporated|isbn=978-1-63482-618-1|citação="Na época, as mulheres foram forçadas a levar uma existência passiva ditada pelas normas da ideologia de gênero vitoriana."}}</ref> A manutenção dos papeis de gênero durante o comunismo na Europa nomeada como "ideologia de gênero neotradicional"<ref name="JohnsonRobinson2006">{{citar livro|autor1 =Janet Elise Johnson|autor2 =Jean C. Robinson|título=Living Gender after Communism|url=https://books.google.com/books?id=Ty7TLZO2O4YC&pg=PA11|data=12/12/2006|publicado=Indiana University Press|isbn=0-253-11229-X|página=11}}</ref> e também após o colapso do regime.<ref name="Nikolic-Ristanovic2013">{{citar livro|autor =V. Nikolic-Ristanovic|título=Social Change, Gender and Violence: Post-communist and war affected societies|url=https://books.google.com/books?id=R-utBAAAQBAJ&pg=PA174|data=17/4/2013|publicado=Springer Science & Business Media|isbn=978-94-015-9872-9|página=174|citação="(...)O estabelecimento de uma economia capitalista em sociedades pós-comunistas também contribuíram para o reforço do patriarcado. A privatização e a economia de mercado levaram ao desenvolvimento de ambas ideologias de gênero e re-tradicionalização das estruturas de gênero."}}</ref>

* Em [[sociologia]], o termo é encontrado em discussões sobre a [[exclusão social]] baseada em gênero por exemplo no trabalho e esfera pública,<ref name="RedcliftSinclair2005">{{citar livro|autor1 =Nanneke Redclift|autor2 =M Thea Sinclair|autor3 =M. Thea Sinclair|título=Working Women: International Perspectives on Labour and Gender Ideology|url=https://books.google.com/books?id=3cYg9sxbDZEC&pg=PP1|data=23/9/2005|publicado=Routledge|isbn=978-1-134-97821-2}}</ref> no [[serviço militar]],<ref name="Stachowitsch2013">{{citar livro|autor =Saskia Stachowitsch|título=Gender Ideologies and Military Labor Markets in the U.S.|url=https://books.google.com/books?id=aYqoAgAAQBAJ&pg=PA25|data=março de 2013|publicado=Routledge|isbn=978-1-136-64235-7|página=25}}</ref> nos esportes<ref name="CollinsKay2003">{{citar livro|autor1 =Michael F. Collins|autor2 =Tess Kay|título=Sport and Social Exclusion|url=https://books.google.com/books?id=M46CAgAAQBAJ&pg=PA97|data=2/7/2003|publicado=Routledge|isbn=978-1-134-51173-0|página=97}}</ref> etc.
* Em [[pedagogia]], por exemplo ao estudar a associação entre a ideologia de gênero precoce e simultânea dos pais e os comportamentos de gênero e as atitudes de gênero dos filhos ,<ref name="Halpern2014">{{citar livro|autor =Hillary Paul Halpern|título=Parents' Gender Ideology and Gendered Behavior as Predictors of Children's Gender-role Attitudes: A Longitudinal Exploration|url=https://books.google.com/books?id=Dwh9rgEACAAJ|ano=2014|publicado=University of Massachusetts Amherst}}</ref>
* Em livros sobre religião, como sobre as demandas no programa de catolicismo nacional de [[Francisco Franco]] conflitantes com o desenvolvimento econômico patrocinado pelo Estado que pretendia uma sociedade de consumo moderna,<ref name="Morcillo2008">{{citar livro|autor =Aurora G. Morcillo|título=True Catholic Womanhood: Gender Ideology in Franco's Spain|url=https://books.google.com/books?id=LnCePwAACAAJ|data=maio de 2008|publicado=Northern Illinois University Press|isbn=978-0-87580-997-7}}</ref> estudo e publicação sobre uma "personalização" do catolicismo em [[Gana]].<ref name="Sackey2006">{{citar livro|autor =Brigid M. Sackey|título=New Directions in Gender and Religion: The Changing Status of Women in African Independent Churches|url=https://books.google.com/books?id=KNxAeJmCjxsC|ano=2006|publicado=Lexington Books|isbn=978-0-7391-1058-4}}</ref> livro de Susan Starr Sered, ''Priestess, Mother, Sacred Sister: Religions Dominated by Women'' que descreve e analisa religiões, espalhadas por todo o mundo, em que as mulheres são a maioria dos líderes e a maioria dos participantes.<ref name="Sered1996">{{citar livro|autor =Susan Starr Sered|título=Priestess, Mother, Sacred Sister: Religions Dominated by Women|url=https://books.google.com/books?id=MrW3dIw0w6wC&pg=PA195|ano=1996|publicado=Oxford University Press|isbn=978-0-19-510467-7|páginas=195–196|citação=Capítulo intitulado "Ideologia de gênero"}}</ref>



== Ver também ==
== Ver também ==
Linha 44: Linha 59:
|isbn=978-85-352-4381-9
|isbn=978-85-352-4381-9
}}
}}
*{{cite book| author-last1= Armstrong| author-first1= Carol | author-last2= de Zegher | author-first2= Catherine| authorlink2= Catherine de Zegher| title= Women Artists at the Millennium |oclc=62766150| isbn= 978-0-262-01226-3| date= 27 de outubro de 2006| publisher= MIT Press }}
*{{citar livro| author-last1= Armstrong| author-first1= Carol | author-last2= de Zegher | author-first2= Catherine| authorlink2= Catherine de Zegher|título= Women Artists at the Millennium |oclc=62766150| isbn= 978-0-262-01226-3|data= 27 de outubro de 2006|publicado= MIT Press }}
* {{Cite journal | last = Berger | first = Anne Emmanuelle | title = Gender springtime in Paris: a twenty-first century tale of seasons | journal = [[Differences (journal)|differences: A Journal of Feminist Cultural Studies]] | volume = 27 | issue = 2 | pages = 1–26 | doi = 10.1215/10407391-3621685 | date = Setembro de 2016 | ref = harv}}
* {{citar periódico|último = Berger |primeiro = Anne Emmanuelle |título= Gender springtime in Paris: a twenty-first century tale of seasons |periódico= [[Differences (journal)|differences: A Journal of Feminist Cultural Studies]] | volume = 27 |número= 2 |páginas= 1–26 | doi = 10.1215/10407391-3621685 |data= Setembro de 2016 | ref = harv}}
*{{cite book| editor-last1= Boone | editor-first1= Joseph Allen | editor-last2= Cadden | editor-first2= Michael | title= Engendering Men: The Question of Male Feminist Criticism |oclc=20992567| isbn= 978-0415902557| date= 1990| publisher= [[Routledge]] }}
*{{citar livro| editor-last1= Boone | editor-first1= Joseph Allen | editor-last2= Cadden | editor-first2= Michael |título= Engendering Men: The Question of Male Feminist Criticism |oclc=20992567| isbn= 978-0415902557|data= 1990|publicado= [[Routledge]] }}
*{{cite book| author-last= Butler | author-first= Judith| authorlink= Judith Butler| title= Bodies That Matter: On the Discursive Limits of 'Sex'| oclc=27897792| isbn= 978-0-415-90366-0| date= 16 de dezembro de 1993| publisher= [[Routledge]]| location= New York }}
*{{citar livro| author-last= Butler | author-first= Judith|autorlink = Judith Butler|título= Bodies That Matter: On the Discursive Limits of 'Sex'| oclc=27897792| isbn= 978-0-415-90366-0|data= 16 de dezembro de 1993|publicado= [[Routledge]]|local= New York }}
* {{Cite journal | last = Butler | first = Judith | author-link = Judith Butler | title = Feminism by any other name (Judith Butler interviews Rosi Braidotti) | journal = [[Differences (journal)|differences: A Journal of Feminist Cultural Studies]] | volume = 6 | issue = 2–3 | pages = 272–361 | date = 1994 | url = https://bagelabyss.files.wordpress.com/2012/02/butler-and-braidotti-interview-feminism-by-any-other-name1.pdf | ref = harv }}
* {{citar periódico|último = Butler |primeiro = Judith |autorlink = Judith Butler |título= Feminism by any other name (Judith Butler interviews Rosi Braidotti) |periódico= [[Differences (journal)|differences: A Journal of Feminist Cultural Studies]] | volume = 6 |número= 2–3 |páginas= 272–361 |data= 1994 | url = https://bagelabyss.files.wordpress.com/2012/02/butler-and-braidotti-interview-feminism-by-any-other-name1.pdf | ref = harv }}
*{{cite book | last = Butler | first = Judith | author-link = Judith Butler | title= Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity | title-link = Gender Trouble | oclc=41326734| isbn= 978-0-415-92499-3| year = 1999| publisher= [[Routledge]]| location= New York| edition= 2nd }}
*{{citar livro|último = Butler |primeiro = Judith |autorlink = Judith Butler |título= Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity |títulolink= Gender Trouble | oclc=41326734| isbn= 978-0-415-92499-3|ano= 1999|publicado= [[Routledge]]|local= New York|edição= 2nd }}
*{{cite book |last=Cante |first=Richard C. |title=Gay Men and the Forms of Contemporary US Culture |publisher=Ashgate Publishing |isbn=978-0-7546-7230-2 |date=Março de 2008 |location=London |oclc=173218594}}
*{{citar livro|último =Cante |primeiro =Richard C. |título=Gay Men and the Forms of Contemporary US Culture |publicado=Ashgate Publishing |isbn=978-0-7546-7230-2 |data=Março de 2008 |local=London |oclc=173218594}}
*[[Micha Cárdenas|Cárdenas, Micha]] and Barbara Fornssler, 2010. ''Trans Desire/Affective Cyborgs''. New York: Atropos press. {{ISBN|0-9825309-9-4}}
*[[Micha Cárdenas|Cárdenas, Micha]] and Barbara Fornssler, 2010. ''Trans Desire/Affective Cyborgs''. New York: Atropos press. {{ISBN|0-9825309-9-4}}
* {{cite journal | last = Clark | first = April K. | title = Updating the gender gap(s): a multilevel approach to what underpins changing cultural attitudes | journal = [[Politics & Gender]] | volume = 13 | issue = 1 | pages = 26–56 | doi = 10.1017/S1743923X16000520 | date = Março de 2017 | ref = harv}}
* {{citar periódico|último = Clark |primeiro = April K. |título= Updating the gender gap(s): a multilevel approach to what underpins changing cultural attitudes |periódico= [[Politics & Gender]] | volume = 13 |número= 1 |páginas= 26–56 | doi = 10.1017/S1743923X16000520 |data= Março de 2017 | ref = harv}}
*{{cite book| author-last1= Cranny-Francis | author-first1= Anne | author-last2= Kirkby | author-first2= Joan | author-last3= Stavropoulos | author-first3= Pam | author-last4= Waring | author-first4= Wendy |title= Gender studies: terms and debates | oclc=50645644| isbn= 978-0-333-77612-4 | date= 28 de novembro de 2002| publisher= [[Palgrave Macmillan]]| location= Basingstoke }}
*{{citar livro| author-last1= Cranny-Francis | author-first1= Anne | author-last2= Kirkby | author-first2= Joan | author-last3= Stavropoulos | author-first3= Pam | author-last4= Waring | author-first4= Wendy |título= Gender studies: terms and debates | oclc=50645644| isbn= 978-0-333-77612-4 |data= 28 de novembro de 2002|publicado= [[Palgrave Macmillan]]|local= Basingstoke }}
*{{cite book| author-last= De Beauvoir | author-first= Simone| authorlink= Simone de Beauvoir| title= The Second Sex | translator-last1= Borde| translator-first1= Constance| translator-last2= Malovany-Chevallier| translator-first2= Sheila| oclc=50645644| isbn= 978-0-333-77612-4 | date= Dezembro de 1989| publisher= [[Vintage Books|Vintage]]| location= New York| edition= Reissue }}
*{{citar livro| author-last= De Beauvoir | author-first= Simone|autorlink = Simone de Beauvoir|título= The Second Sex | translator-last1= Borde| translator-first1= Constance| translator-last2= Malovany-Chevallier| translator-first2= Sheila| oclc=50645644| isbn= 978-0-333-77612-4 |data= Dezembro de 1989|publicado= [[Vintage Books|Vintage]]|local= New York|edição= Reissue }}
*{{cite book |author-last1= Ettinger |author-first1= Bracha L.| authorlink1= Bracha L. Ettinger| editor-last1= Howe |editor-first1= Mica | editor-last2= Aguiar |editor-first2= Sarah A. |title= He Said, She Says: An RSVP to the Male Text |publisher= Fairleigh Dickinson University Press |date=30 de setembro de 2001 |pages=57–88 |chapter= The Red Cow Effect| isbn=978-0-8386-3915-3| oclc=46472137 }}
*{{citar livro|author-last1= Ettinger |author-first1= Bracha L.| authorlink1= Bracha L. Ettinger| editor-last1= Howe |editor-first1= Mica | editor-last2= Aguiar |editor-first2= Sarah A. |título= He Said, She Says: An RSVP to the Male Text |publicado= Fairleigh Dickinson University Press |data=30 de setembro de 2001 |páginas=57–88 |capítulo= The Red Cow Effect| isbn=978-0-8386-3915-3| oclc=46472137 }}
*{{cite book |author-last1= Ettinger |author-first1= Bracha L.| editor-last= Massumi |editor-first= Brian | title= The Matrixial Borderspace (Theory Out of Bounds) |publisher= [[University of Minnesota Press]] |date=Janeiro de 2006 | isbn=978-0-8166-3587-0 | oclc=62177997| others= Foreword by Judith Butler, Introduction by Griselda Pollock }}
*{{citar livro|author-last1= Ettinger |author-first1= Bracha L.|editor-sobrenome = Massumi |editor-nome = Brian |título= The Matrixial Borderspace (Theory Out of Bounds) |publicado= [[University of Minnesota Press]] |data=Janeiro de 2006 | isbn=978-0-8166-3587-0 | oclc=62177997| others= Foreword by Judith Butler, Introduction by Griselda Pollock }}
*Ettinger, Bracha L., 2006. "From Proto-ethical Compassion to Responsibility: Besidedness, and the three Primal Mother-Phantasies of Not-enoughness, Devouring and Abandonment". ''Athena: Philosophical Studies''. Vol. 2. {{ISSN|1822-5047}}.
*Ettinger, Bracha L., 2006. "From Proto-ethical Compassion to Responsibility: Besidedness, and the three Primal Mother-Phantasies of Not-enoughness, Devouring and Abandonment". ''Athena: Philosophical Studies''. Vol. 2. {{ISSN|1822-5047}}.
*{{cite book | author-last1= Farrell | author-first1= Warren| authorlink1= Warren Farrell | title= The Myth of Male Power | publisher= [[Berkley Books|Berkley Publishing Corporation]]| location= New York| date=31 de janeiro de 2001| isbn=978-0425181447| oclc= | edition= Reprint| orig-year= First published in 1993 as ''The Myth of Male Power: Why Men are the Disposable Sex'' }}
*{{citar livro| author-last1= Farrell | author-first1= Warren| authorlink1= Warren Farrell |título= The Myth of Male Power |publicado= [[Berkley Books|Berkley Publishing Corporation]]|local= New York|data=31 de janeiro de 2001| isbn=978-0425181447| oclc= |edição= Reprint|anooriginal= First published in 1993 as ''The Myth of Male Power: Why Men are the Disposable Sex'' }}
*{{cite book | author-last1= Farrell | author-first1= Warren| author-last2= Svoboda | author-first2= Steven | author-last3= Sterba | author-first3= James P. | title= Does Feminism Discriminate Against Men? A Debate (Point/Counterpoint) | publisher= [[Oxford University Press]]| date=10 de outubro de 2007| asin= B019L52IHW | oclc= }}
*{{citar livro| author-last1= Farrell | author-first1= Warren| author-last2= Svoboda | author-first2= Steven | author-last3= Sterba | author-first3= James P. |título= Does Feminism Discriminate Against Men? A Debate (Point/Counterpoint) |publicado= [[Oxford University Press]]|data=10 de outubro de 2007| asin= B019L52IHW | oclc= }}
*{{cite book |last1= Foucault |first1= Michel| authorlink= Michel Foucault| title= The Care of the Self: The History of Sexuality |publisher= [[Vintage Books|Vintage Books USA]] |date=1 de novembro de 1988| volume=3 | isbn=978-0-394-74155-0 | oclc=20521501| edition= Reprint }}
*{{citar livro|último1 = Foucault |primeiro1 = Michel|autorlink = Michel Foucault|título= The Care of the Self: The History of Sexuality |publicado= [[Vintage Books|Vintage Books USA]] |data=1 de novembro de 1988| volume=3 | isbn=978-0-394-74155-0 | oclc=20521501|edição= Reprint }}
*{{cite book |last1= Foucault |first1= Michel| title= History of Sexuality: An Introduction |publisher= [[Vintage Books]] |date= 31 de dezembro de 1990| isbn=978-0-679-72469-8| oclc=5102034 }}
*{{citar livro|último1 = Foucault |primeiro1 = Michel|título= History of Sexuality: An Introduction |publicado= [[Vintage Books]] |data= 31 de dezembro de 1990| isbn=978-0-679-72469-8| oclc=5102034 }}
*{{cite book |last1= Foucault |first1= Michel| title= The Use of Pleasure: The History of Sexuality |publisher= [[Vintage Books]] |date= 1 de março de 1990| isbn=978-0-394-75122-1 | oclc=5102034| volume=2 }}
*{{citar livro|último1 = Foucault |primeiro1 = Michel|título= The Use of Pleasure: The History of Sexuality |publicado= [[Vintage Books]] |data= 1 de março de 1990| isbn=978-0-394-75122-1 | oclc=5102034| volume=2 }}
*{{cite book |last1= Foucault |first1= Michel| title= Discipline and Punish: The Birth of the Prison | translator-last1= Sheridan| translator-first1= Allen |publisher= [[Random House]] |date= 1 de janeiro de 1995| isbn=978-0-679-75255-4 | oclc=32367111 }}
*{{citar livro|último1 = Foucault |primeiro1 = Michel|título= Discipline and Punish: The Birth of the Prison | translator-last1= Sheridan| translator-first1= Allen |publicado= [[Random House]] |data= 1 de janeiro de 1995| isbn=978-0-679-75255-4 | oclc=32367111 }}
*{{cite book| author-last1= Fraser | author-first1= Nancy | authorlink1= Nancy Fraser| author-last2= Butler | author-first2= Judith | author-last3= Benhabib | author-first3= Seyla | authorlink3= Seyla Benhabib| author-last4= Cornell | author-first4= Drucilla| authorlink4= Drucilla Cornell |title= Feminist Contentions: A Philosophical Exchange | oclc=30623637| isbn= 978-0-415-91086-6| date= 6 de abril de 1995| publisher= [[Routledge]]| location= New York }}
*{{citar livro| author-last1= Fraser | author-first1= Nancy | authorlink1= Nancy Fraser| author-last2= Butler | author-first2= Judith | author-last3= Benhabib | author-first3= Seyla | authorlink3= Seyla Benhabib| author-last4= Cornell | author-first4= Drucilla| authorlink4= Drucilla Cornell |título= Feminist Contentions: A Philosophical Exchange | oclc=30623637| isbn= 978-0-415-91086-6|data= 6 de abril de 1995|publicado= [[Routledge]]|local= New York }}
*[[Mary Joe Frug|Frug, Mary Joe]]. "A Postmodern Feminist Legal Manifesto (An Unfinished Draft)", in "''Harvard Law Review''", Vol. 105, No. 5, March, 1992, pp.&nbsp;1045–1075. {{ISSN|0017-811X}}
*[[Mary Joe Frug|Frug, Mary Joe]]. "A Postmodern Feminist Legal Manifesto (An Unfinished Draft)", in "''Harvard Law Review''", Vol. 105, No. 5, March, 1992, pp.&nbsp;1045–1075. {{ISSN|0017-811X}}
*{{cite book |editor-last1= Grebowicz |editor-first1= Margaret | title= Gender After Lyotard | publisher= [[State University of New York Press]] |date= 4 de janeiro de 2007| isbn=978-0-7914-6956-9 | oclc=63472631 }}
*{{citar livro|editor-last1= Grebowicz |editor-first1= Margaret |título= Gender After Lyotard |publicado= [[State University of New York Press]] |data= 4 de janeiro de 2007| isbn=978-0-7914-6956-9 | oclc=63472631 }}
*{{cite book |last1= Healey |first1= Joseph F.| title= Race, Ethnicity, Gender and Class: the Sociology of Group Conflict and Change |publisher= [[Sage Publications]] |date=25 de março de 2003| isbn=978-0-7619-8763-5 | oclc=50604843| edition= 3rd }}
*{{citar livro|último1 = Healey |primeiro1 = Joseph F.|título= Race, Ethnicity, Gender and Class: the Sociology of Group Conflict and Change |publicado= [[Sage Publications]] |data=25 de março de 2003| isbn=978-0-7619-8763-5 | oclc=50604843|edição= 3rd }}
* {{cite book | editor-last1 = Kahlert | editor-first1 = Heike | editor-last2 = Schäfer | editor-first2 = Sabine | title = Engendering Transformation. Post-socialist Experiences on Work, Politics and Culture | publisher = Barbara Budrich Publishers | location = Opladen, Berlin, London, Toronto | year = 2012 |isbn = 9783866494220 }}
* {{citar livro| editor-last1 = Kahlert | editor-first1 = Heike | editor-last2 = Schäfer | editor-first2 = Sabine |título= Engendering Transformation. Post-socialist Experiences on Work, Politics and Culture |publicado= Barbara Budrich Publishers |local= Opladen, Berlin, London, Toronto |ano= 2012 |isbn = 9783866494220 }}
* {{Cite journal | last = Hemmings | first = Clare | title = Is Gender Studies Singular? Stories of Queer/Feminist Difference and Displacement | journal = [[Differences (journal)|differences: A Journal of Feminist Cultural Studies]] | volume = 27 | issue = 2 | pages = 79–102 | doi = 10.1215/10407391-3621721 | date = Setembro de 2016 | ref = harv| url = http://eprints.lse.ac.uk/65633/1/Is%20gender%20studies%20singular.pdf }}
* {{citar periódico|último = Hemmings |primeiro = Clare |título= Is Gender Studies Singular? Stories of Queer/Feminist Difference and Displacement |periódico= [[Differences (journal)|differences: A Journal of Feminist Cultural Studies]] | volume = 27 |número= 2 |páginas= 79–102 | doi = 10.1215/10407391-3621721 |data= Setembro de 2016 | ref = harv| url = http://eprints.lse.ac.uk/65633/1/Is%20gender%20studies%20singular.pdf }}
* {{Cite journal | last = Khanna | first = Ranjana | author-link = Ranjana Khanna | title = On the Name, Ideation, and Sexual Difference | journal = [[Differences (journal)|differences: A Journal of Feminist Cultural Studies]] | volume = 27 | issue = 2 | pages = 62–78 | doi = 10.1215/10407391-3621709 | date = Setembro de 2016| ref = harv}}
* {{citar periódico|último = Khanna |primeiro = Ranjana |autorlink = Ranjana Khanna |título= On the Name, Ideation, and Sexual Difference |periódico= [[Differences (journal)|differences: A Journal of Feminist Cultural Studies]] | volume = 27 |número= 2 |páginas= 62–78 | doi = 10.1215/10407391-3621709 |data= Setembro de 2016| ref = harv}}
*{{cite book | author-last1= Kristeva | author-first1= Julia| authorlink1= Julia Kristeva| translator-last1= Roudiez | translator-first1= Leon S. |title= Powers of Horror |publisher= [[Columbia University Press]] |date=14 de maio de 1984| orig-year=First published 1980 in French as ''Pouvoirs de l'horreur'' by Éditions du Seuil| isbn=978-0-231-05347-1 | oclc=8430152| edition= Reprinted }}
*{{citar livro| author-last1= Kristeva | author-first1= Julia| authorlink1= Julia Kristeva| translator-last1= Roudiez | translator-first1= Leon S. |título= Powers of Horror |publicado= [[Columbia University Press]] |data=14 de maio de 1984|anooriginal=First published 1980 in French as ''Pouvoirs de l'horreur'' by Éditions du Seuil| isbn=978-0-231-05347-1 | oclc=8430152|edição= Reprinted }}
*{{cite book | author-last1= McElroy | author-first1= Wendy | authorlink= Wendy McElroy| title= Sexual Correctness: The Gender-Feminist Attack on Women | publisher= [[McFarland & Company]]| location= [[Jefferson, North Carolina]]| date=31 de maio de 2001| isbn=978-0-7864-0226-7 | oclc= 34839792 }}
*{{citar livro| author-last1= McElroy | author-first1= Wendy |autorlink = Wendy McElroy|título= Sexual Correctness: The Gender-Feminist Attack on Women |publicado= [[McFarland & Company]]|local= [[Jefferson, North Carolina]]|data=31 de maio de 2001| isbn=978-0-7864-0226-7 | oclc= 34839792 }}
*{{cite book | editor-last= Oyěwùmí | editor-first1= Oyèrónkẹ́| editor-link= Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí| title= African Gender Studies: A Reader | publisher= [[Palgrave MacMillan]]| location= London | date=13 de outubro de 2006| isbn=978-1-4039-6283-6 }}
*{{citar livro|editor-sobrenome = Oyěwùmí | editor-first1= Oyèrónkẹ́| editor-link= Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí|título= African Gender Studies: A Reader |publicado= [[Palgrave MacMillan]]|local= London |data=13 de outubro de 2006| isbn=978-1-4039-6283-6 }}
*{{cite book | author-last1= Palmer | author-first1= Bryan D.| title= Descent into Discourse: The Reification of Language and the Writing of Social History (Critical Perspectives on the Past Series)| publisher= [[Temple University Press]] |location= Philadelphia |date=25 de janeiro de 1990| isbn=978-0-87722-720-5| oclc=233030494| edition= Reprint }}
*{{citar livro| author-last1= Palmer | author-first1= Bryan D.|título= Descent into Discourse: The Reification of Language and the Writing of Social History (Critical Perspectives on the Past Series)|publicado= [[Temple University Press]] |local= Philadelphia |data=25 de janeiro de 1990| isbn=978-0-87722-720-5| oclc=233030494|edição= Reprint }}
*{{cite book | author-last1= Pinker | author-first1= Susan | authorlink= Susan Pinker| title= The Sexual Paradox: Extreme Men, Gifted Women and the Real Gender Gap | publisher= Random House of Canada Ltd | date=29 de fevereiro de 2008| isbn=978-0-679-31415-8 | oclc=181078409 }}
*{{citar livro| author-last1= Pinker | author-first1= Susan |autorlink = Susan Pinker|título= The Sexual Paradox: Extreme Men, Gifted Women and the Real Gender Gap |publicado= Random House of Canada Ltd |data=29 de fevereiro de 2008| isbn=978-0-679-31415-8 | oclc=181078409 }}
*{{cite book | author-last1= Pollock | author-first1= Griselda | authorlink= Griselda Pollock| editor-last1= Florence | editor-first1= Penny| title= Looking Back to the Future: 1990-1970: Essays on Art, Life and Death (Critical Voices in Art, Theory and Culture) | publisher= [[Routledge]] | date=7 de março de 2001| isbn=978-90-5701-132-0| oclc= 42875273}}
*{{citar livro| author-last1= Pollock | author-first1= Griselda |autorlink = Griselda Pollock| editor-last1= Florence | editor-first1= Penny|título= Looking Back to the Future: 1990-1970: Essays on Art, Life and Death (Critical Voices in Art, Theory and Culture) |publicado= [[Routledge]] |data=7 de março de 2001| isbn=978-90-5701-132-0| oclc= 42875273}}
*{{cite book | author-last1= Pollock | author-first1= Griselda |title= Encounters in the Virtual Feminist Museum: Time, Space and the Archive | publisher= [[Routledge]] | date=22 de novembro de 2007| isbn=978-0-415-41374-9 | oclc= 129952714}}
*{{citar livro| author-last1= Pollock | author-first1= Griselda |título= Encounters in the Virtual Feminist Museum: Time, Space and the Archive |publicado= [[Routledge]] |data=22 de novembro de 2007| isbn=978-0-415-41374-9 | oclc= 129952714}}
* {{Cite journal | last = Pulkkinen | first = Tuija | title = Feelings of Injustice: The Institutionalization of Gender Studies and the Pluralization of Feminism | journal = [[Differences (journal)|differences: A Journal of Feminist Cultural Studies]] | volume = 27 | issue = 2 | pages = 103–124 | doi = 10.1215/10407391-3621733 | date = Setembro de 2016 | ref = harv}}
* {{citar periódico|último = Pulkkinen |primeiro = Tuija |título= Feelings of Injustice: The Institutionalization of Gender Studies and the Pluralization of Feminism |periódico= [[Differences (journal)|differences: A Journal of Feminist Cultural Studies]] | volume = 27 |número= 2 |páginas= 103–124 | doi = 10.1215/10407391-3621733 |data= Setembro de 2016 | ref = harv}}
*{{cite book | author-last1= Reeser | author-first1= Todd W. | title= Masculinities in Theory: An Introduction| publisher= [[Wiley-Blackwell]]| date=12 de janeiro de 2010| isbn=978-1405168601| oclc= }}
*{{citar livro| author-last1= Reeser | author-first1= Todd W. |título= Masculinities in Theory: An Introduction|publicado= [[Wiley-Blackwell]]|data=12 de janeiro de 2010| isbn=978-1405168601| oclc= }}
*{{cite book | author-last1= Scott | author-first1= Joan W. | authorlink1= Joan Wallach Scott| title= Gender and the Politics of History | publisher= [[Columbia University Press]]| date=1 de fevereiro de 2000| isbn=978-0231118576| oclc= | edition= 2ª revisada}}
*{{citar livro| author-last1= Scott | author-first1= Joan W. | authorlink1= Joan Wallach Scott|título= Gender and the Politics of History |publicado= [[Columbia University Press]]|data=1 de fevereiro de 2000| isbn=978-0231118576| oclc= |edição= 2ª revisada}}
*{{cite book | editor-last= Spector | editor-first1= Judith A.| title= Gender Studies: New Directions in Feminist Criticism | publisher= Bowling Green University Popular Press| date= 15 de dezembro de 1986| isbn=978-0-87972-351-4 }}
*{{citar livro|editor-sobrenome = Spector | editor-first1= Judith A.|título= Gender Studies: New Directions in Feminist Criticism |publicado= Bowling Green University Popular Press|data= 15 de dezembro de 1986| isbn=978-0-87972-351-4 }}
*{{cite book |author-last1= Thomas |author-first1= Calvin | authorlink= Calvin Thomas (critical theorist)| editor-last1= Thomas |editor-first1= Calvin | title= Straight with a Twist: Queer Theory and the Subject of Heterosexuality |publisher= [[University of Illinois Press]] |date=1 de outubro de 1999 | chapter= Introduction: Identification, Appropriation, Proliferation | isbn=978-0-252-06813-3 }}
*{{citar livro|author-last1= Thomas |author-first1= Calvin |autorlink = Calvin Thomas (critical theorist)| editor-last1= Thomas |editor-first1= Calvin |título= Straight with a Twist: Queer Theory and the Subject of Heterosexuality |publicado= [[University of Illinois Press]] |data=1 de outubro de 1999 |capítulo= Introduction: Identification, Appropriation, Proliferation | isbn=978-0-252-06813-3 }}
* {{Cite journal | last = Weed | first = Elizabeth | title = Gender and the Lure of the Postcritical | journal = [[Differences (journal)|differences: A Journal of Feminist Cultural Studies]] | volume = 27 | issue = 2 | pages = 153–177 | doi = 10.1215/10407391-3621757 | date = Setembro de 2016 | ref = harv}}
* {{citar periódico|último = Weed |primeiro = Elizabeth |título= Gender and the Lure of the Postcritical |periódico= [[Differences (journal)|differences: A Journal of Feminist Cultural Studies]] | volume = 27 |número= 2 |páginas= 153–177 | doi = 10.1215/10407391-3621757 |data= Setembro de 2016 | ref = harv}}
*{{cite book | author-last1= Wright | author-first1= Elizabeth |title= Lacan and Postfeminism | publisher= Icon Books Ltd.| date=1 de setembro de 2000| isbn=978-1-84046-182-4 | oclc= 44484099 }}
*{{citar livro| author-last1= Wright | author-first1= Elizabeth |título= Lacan and Postfeminism |publicado= Icon Books Ltd.|data=1 de setembro de 2000| isbn=978-1-84046-182-4 | oclc= 44484099 }}
*{{cite book | editor-last1= Zajko |editor-first1= Vanda | editor-last2= Leonard |editor-first2= Miriam | title= Laughing with Medusa: Classical Myth and Feminist Thought (Classical Presences) |publisher= [[Oxford University Press]] |date=12 de janeiro de 2006 | isbn=978-0-19-927438-3 }}
*{{citar livro| editor-last1= Zajko |editor-first1= Vanda | editor-last2= Leonard |editor-first2= Miriam |título= Laughing with Medusa: Classical Myth and Feminist Thought (Classical Presences) |publicado= [[Oxford University Press]] |data=12 de janeiro de 2006 | isbn=978-0-19-927438-3 }}
*{{cite book | editor-last1= de Zegher |editor-first1= M. Catherine | title= Inside the Visible: Elliptical Traverse of Twentieth Century Art in, of and from the Feminine| publisher= [[MIT Press]]| date=8 de maio de 1996| isbn=978-0-262-54081-0| oclc=33863951| edition= 2nd }}
*{{citar livro| editor-last1= de Zegher |editor-first1= M. Catherine |título= Inside the Visible: Elliptical Traverse of Twentieth Century Art in, of and from the Feminine|publicado= [[MIT Press]]|data=8 de maio de 1996| isbn=978-0-262-54081-0| oclc=33863951|edição= 2nd }}
{{dividir em colunas fim}}
{{dividir em colunas fim}}


==Ligações externas==
==Ligações externas==
* [http://www.ieg.ufsc.br/ Instituto de Estudos de Gênero]
* [http://www.ieg.ufsc.br/ Instituto de Estudos de Gênero]
* [http://wwww.nigs.ufsc.br/ Nucleo de Identidades de Gênero e Subjetividades]{{Ligação inativa|1=data=abril de 2019 }}
* [http://wwww.nigs.ufsc.br/ Nucleo de Identidades de Gênero e Subjetividades]{{Ligação inativa|1=|data=abril de 2019}}
* [http://www.gtgeneroanpuhnacional.ufsc.br/ Grupo de Trabalho Gênero Anpuh Nacional]
* [http://www.gtgeneroanpuhnacional.ufsc.br/ Grupo de Trabalho Gênero Anpuh Nacional]



Revisão das 00h57min de 9 de setembro de 2019

Vários símbolos de identidade de gênero estilizados como anéis olímpicos

Estudos de gênero é um campo de estudo interdisciplinar dedicado à identidade de gênero e à representação de gênero como categorias centrais de análise. Esse campo inclui estudos sobre as mulheres (sobre mulheres, feminismo, gênero e política), estudos sobre os homens e estudos queer.[1] Às vezes, estudos de gênero são definidos como conjunto ao estudo da sexualidade humana. Essas disciplinas estudam gênero e sexualidade nos campos da literatura, língua, geografia, história, ciência política, sociologia, antropologia, mídia,[2] desenvolvimento humano, direito, saúde pública e medicina.[3] Elas também analisam como raça, etnia, localização, classe, nacionalidade e deficiência se cruzam com as categorias de gênero e sexualidade.[4][5]

Em relação ao gênero, Simone de Beauvoir disse: "Não se nasce mulher, se torna uma".[6] Essa visão propõe que, nos estudos de gênero, o termo "gênero" deve ser usado para se referir às construções sociais e culturais das masculinidades e feminilidades e não ao estado de ser homem ou mulher em sua totalidade.[7] No entanto, essa visão não é mantida por todos os teóricos de gênero. A visão de Beauvoir é a que muitos sociólogos apoiam, embora haja muitos outros contribuintes para o campo dos estudos de gênero com diferentes origens e pontos de vista opostos, como o psicanalista Jacques Lacan e feministas como Judith Butler.

O gênero é pertinente a muitas disciplinas, como a teoria literária, os estudos de teatro e do cinema, a história da arte contemporânea, a antropologia, a sociologia, a sociolinguística e a psicologia. No entanto, essas disciplinas às vezes diferem em suas abordagens sobre como e por que o gênero é estudado. Por exemplo, na antropologia, na sociologia e na psicologia, o gênero é frequentemente estudado como uma prática, enquanto nos estudos culturais as representações de gênero são mais frequentemente examinadas. Na política, o gênero pode ser visto como um discurso fundamental que os atores políticos empregam para posicionar-se em uma variedade de questões.[8] Os estudos de gênero também são uma disciplina em si, incorporando métodos e abordagens de uma ampla gama de disciplinas.[9]

Cada campo passou a considerar o "gênero" como uma prática, às vezes referida como algo que é performativo. A teoria feminista da psicanálise, articulada principalmente por Julia Kristeva[10] (a "semiótica" e "abjeção") e Bracha L. Ettinger[11] (o "eros matricial feminino-prematerno-materno",[12] a "trans-subjetividade matricial" e as "fantasias maternais primitivas"),[13] e informadas por Freud, Lacan e pela teoria da relação de objetos, é muito influente nos estudos de gênero. De acordo com Sam Killermann, o gênero também pode ser dividido em três categorias, identidade de gênero, expressão de gênero e sexo biológico.[14]

Histórico

Ainda no século XIX, a questão do estudo de gênero foi abordada em diversas obras como dicionários e revistas através de críticas ao modelo tradicional masculino. Por exemplo, em "Mulheres influentes e seu povo", a feminista alemã Louise Otto-Peters critica os métodos de seleção de biografias da época caracterizados pela união aos homens e não por feitos próprios. Neste contexto, inclui-se também o papel da mulher na revolução francesa no qual também lutaram por igualdades de direitos, seguidos a reivindicações por direitos políticos e sociais principalmente no que se refere a maternidade e posteriormente à questão profissional e do lar.[15]

Brasil

Embora o movimento feminista no Brasil tenha se intensificado a partir dos anos 1970, foi mais tardia a introdução do tema no mundo acadêmico.[16] Foucault se popularizou entre os acadêmicos brasileiros a partir do fim da década de 1980, e a partir de então surgem os primeiros estudos sobre a condição feminina no Brasil baseados nas premissas do debate teórico iniciado nos EUA.

A introdução dos estudos de gênero no Brasil se deu através de iniciativas coordenadas nas áreas de história e sociologia a partir dos anos 1990. Nessa mesma época foi criado na UNICAMP o Grupo de Estudos de Gênero Pagu, sob a liderança de Margareth Rago, Adriana Piscitelli, Elisabeth Lobo e Mariza Corrêa,[17] grupo esse responsável pela edição do periódico Cadernos Pagu,[18] hoje referência na área.

Diferença entre sexo e gênero

Ver artigo principal: Diferença entre sexo e gênero

Os conceitos de gênero e sexo biológico embora possam parecer sinônimos foram utilizados separadamente para enfatizar a distinção entre a condição biológica determinante do sexo e as construções sociais que envolvem as relações entre gêneros.[15] Segundo Soihet (op cit., págs. 266 e 267), "gênero" abrange o aspecto relacional entre as mulheres e os homens, onde nenhum dos dois pode ser compreendidos em estudos que os considere em separado. Soihet (op cit., pág. 267) frisa ainda que o termo gênero foi proposto em defesa de que "a pesquisa sobre as mulheres transformaria fundamentalmente os paradigmas da disciplina; acrescentaria não só os novos temas, como também iria impor uma reavaliação crítica das premissas e critérios do trabalho científico" e que implicaria não apenas em "uma nova história das mulheres, mas uma nova história"[19]

Ideologia de gênero

A ideologia de gênero é o sistema de crenças pelas quais as pessoas explicam, responsabilizam e justificam seu comportamento e interpretam e avaliam o dos outros. Em suma, é o conjunto de crenças que governam a participação das pessoas na ordem de gênero e pelo qual explicam e justificam essa participação.[20] O conceito é frequentemente usado, mas raramente questionado, em contraste a outros, como a identidade de gênero. Suspeita-se que a flexibilidade das definições e os múltiplos significados associados à ideologia, em geral, sejam a fonte de seu uso comum e de sua desconsideração conceitual. Em “terminologia de reorganização” (Gerring 1997: 960), a ideologia de gênero é frequentemente usada como sinônimo de conceitos como atitudes de gênero, normas de gênero, poder de gênero, relações de gênero, estruturas de gênero e dinâmicas de gênero.[21]

Em arqueologia, o termo é usado para tentar explicar as dinâmicas de gênero das sociedades, por exemplo no livro In Pursuit of Gender: Worldwide Archaeological Approaches, a definição de Hays-Gilpin e Whitley é que a ideologia de gênero são os significados e valores atribuído às categorias de gênero em uma dada cultura e a atribuição de gênero a fenômenos ou ideias como sol/lua, terra/céu, macio/duro etc.[22]

O termo ideologia de gênero no significado literal é encontrado em publicações e estudos sobre vários temas:

  • Nos estudos de linguística, quando pesquisado as relações, as interseções e tensões entre linguagem e gênero.[23]
  • Em história, por exemplo as origens da desigualdade entre homens e mulheres que se estabeleceu na Era Vitoriana.[24] A manutenção dos papeis de gênero durante o comunismo na Europa nomeada como "ideologia de gênero neotradicional"[25] e também após o colapso do regime.[26]
  • Em sociologia, o termo é encontrado em discussões sobre a exclusão social baseada em gênero por exemplo no trabalho e esfera pública,[27] no serviço militar,[28] nos esportes[29] etc.
  • Em pedagogia, por exemplo ao estudar a associação entre a ideologia de gênero precoce e simultânea dos pais e os comportamentos de gênero e as atitudes de gênero dos filhos ,[30]
  • Em livros sobre religião, como sobre as demandas no programa de catolicismo nacional de Francisco Franco conflitantes com o desenvolvimento econômico patrocinado pelo Estado que pretendia uma sociedade de consumo moderna,[31] estudo e publicação sobre uma "personalização" do catolicismo em Gana.[32] livro de Susan Starr Sered, Priestess, Mother, Sacred Sister: Religions Dominated by Women que descreve e analisa religiões, espalhadas por todo o mundo, em que as mulheres são a maioria dos líderes e a maioria dos participantes.[33]


Ver também

Referências

  1. «Gender Studies». Whitman College. Consultado em 1 de maio de 2012. Arquivado do original em 12 de dezembro de 2012 
  2. Krijnen, Tonny; van Bauwel, Sofie (2015). Gender And Media: Representing, Producing, Consuming. New York: Routledge. ISBN 978-0-415-69540-4 
  3. «About – Center for the Study of Gender and Sexuality (CSGS)». The University of Chicago. Consultado em 1 de maio de 2012 
  4. Healey, J. F. (2003). Race, Ethnicity, Gender and Class: the Sociology of Group Conflict and Change.
  5. «Department of Gender Studies». Indiana University (IU Bloomington). Consultado em 1 de maio de 2012 
  6. de Beauvoir, S. (1949, 1989). "The Second Sex".
  7. Garrett, S. (1992). "Gender", p. vii.
  8. Salime, Zakia. Between Feminism and Islam: Human Rights and Sharia Law in Morocco. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2011.
  9. Essed, Philomena; Goldberg, David Theo; Kobayashi, Audrey (2009). A Companion to Gender Studies. [S.l.]: Wiley-Blackwell. ISBN 978-1-4051-8808-1. Consultado em 7 de novembro de 2011 
  10. Anne-Marie Smith, Julia Kristeva: Speaking the Unspeakable (Pluto Press, 1988).
  11. Griselda Pollock, "Inscriptions in the Feminine" and "Introduction" to "The With-In-Visible Screen", in: Inside the Visible edited by Catherine de Zegher. MIT Press, 1996.
  12. Ettinger, Bracha L. (2007). «Diotima and the Matrixial Transference: Psychoanalytical Encounter-Event as Pregnancy in Beauty». In: Van der Merwe, Chris N.; Viljoen, Hein. Across the Threshold. NY: Peter Lang 
  13. Ettinger, Bracha L. (2010). «(M)Other Re-spect: Maternal Subjectivity, the Ready-made mother-monster and The Ethics of Respecting». Studies in the Maternal. 2 (1–2). doi:10.16995/sim.150. Arquivado do original em 3 de dezembro de 2013 
  14. Understanding the Complexities of Gender: Sam Killermann at TEDxUofIChicago. YouTube (Notas de mídia). 3 de maio de 2013. Consultado em 26 de julho de 2015 
  15. a b Soihet, R. História das Mulheres. In: Cardoso, C.F.; Vainfas, R. (Orgs.) Domínios da História. 2a Ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2011:263-283
  16. Silva, Susana Veleda da. (15 de novembro de 2000). «Os estudos de gênero no Brasil: algumas considerações.» (PDF) 262 ed. Universidad de Barcelona. Biblio 3W. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales. [ligação inativa]
  17. Rago, M. Descobrindo historicamente o gênero. Cadernos Pagu, 11 (1998), p. 89.
  18. Revista Cadernos Pagu - SciELO
  19. apud Scott, J. Gênero uma categoria útil de análise histórica. Recife: SOS Corpo,1991
  20. Penelope Eckert; Eckert Penelope; Sally McConnell-Ginet (9 de janeiro de 2003). Language and Gender (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. pp. 35–36. ISBN 978-0-521-65426-5 
  21. Duerst-Lahti, G. (2008). Gender ideology: Masculinism and feminalism. In G. Goertz & A. Mazur (Eds.), Politics, Gender, and Concepts: Theory and Methodology (pp. 159-192). Cambridge: Cambridge University Press. doi:10.1017/CBO9780511755910.008 (em inglês)
  22. Sarah M. Nelson; Myriam Rosen-Ayalon (2002). In Pursuit of Gender: Worldwide Archaeological Approaches (em inglês). [S.l.]: Rowman Altamira. p. 9. ISBN 978-0-7591-0087-9 
  23. Susan Ehrlich; Miriam Meyerhoff; Janet Holmes (19 de março de 2014). The Handbook of Language, Gender, and Sexuality. [S.l.]: Wiley. p. 517". ISBN 978-1-118-58433-0 
  24. Aşkın Haluk Yildirim (2015). Victorian Gender Ideology and Literature. [S.l.]: Nova Science Publishers, Incorporated. ISBN 978-1-63482-618-1. Na época, as mulheres foram forçadas a levar uma existência passiva ditada pelas normas da ideologia de gênero vitoriana. 
  25. Janet Elise Johnson; Jean C. Robinson (12 de dezembro de 2006). Living Gender after Communism. [S.l.]: Indiana University Press. p. 11. ISBN 0-253-11229-X 
  26. V. Nikolic-Ristanovic (17 de abril de 2013). Social Change, Gender and Violence: Post-communist and war affected societies. [S.l.]: Springer Science & Business Media. p. 174. ISBN 978-94-015-9872-9. (...)O estabelecimento de uma economia capitalista em sociedades pós-comunistas também contribuíram para o reforço do patriarcado. A privatização e a economia de mercado levaram ao desenvolvimento de ambas ideologias de gênero e re-tradicionalização das estruturas de gênero. 
  27. Nanneke Redclift; M Thea Sinclair; M. Thea Sinclair (23 de setembro de 2005). Working Women: International Perspectives on Labour and Gender Ideology. [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-134-97821-2 
  28. Saskia Stachowitsch (março de 2013). Gender Ideologies and Military Labor Markets in the U.S. [S.l.]: Routledge. p. 25. ISBN 978-1-136-64235-7 
  29. Michael F. Collins; Tess Kay (2 de julho de 2003). Sport and Social Exclusion. [S.l.]: Routledge. p. 97. ISBN 978-1-134-51173-0 
  30. Hillary Paul Halpern (2014). Parents' Gender Ideology and Gendered Behavior as Predictors of Children's Gender-role Attitudes: A Longitudinal Exploration. [S.l.]: University of Massachusetts Amherst 
  31. Aurora G. Morcillo (maio de 2008). True Catholic Womanhood: Gender Ideology in Franco's Spain. [S.l.]: Northern Illinois University Press. ISBN 978-0-87580-997-7 
  32. Brigid M. Sackey (2006). New Directions in Gender and Religion: The Changing Status of Women in African Independent Churches. [S.l.]: Lexington Books. ISBN 978-0-7391-1058-4 
  33. Susan Starr Sered (1996). Priestess, Mother, Sacred Sister: Religions Dominated by Women. [S.l.]: Oxford University Press. pp. 195–196. ISBN 978-0-19-510467-7. Capítulo intitulado "Ideologia de gênero" 

Bibliografia

Ligações externas