Escarlatina: diferenças entre revisões
m |
m |
||
Linha 1: | Linha 1: | ||
{{Info/Patologia |
{{Info/Patologia |
||
| Nome = Escarlatina |
| Nome = Escarlatina |
||
| Imagem |
| Imagem = Scharlach.JPG |
||
| Legenda |
| Legenda = [[Glossodínia]] num caso de escarlatina |
||
| Especialidade = [[Infectologia]] |
|||
| Sinónimos = Febre escarlate |
|||
| Sintomas = [[Inflamação da garganta]], [[febre]], [[Cefaleia|dores de cabeça]], [[Linfadenopatia|aumento de volume dos gânglios linfáticos]], manchas na pele características<ref name=CDC2016/> |
|||
| Complicações = [[Glomerulonefrite]], [[Valvopatia|doença cardíaca reumática]], [[artrite]]<ref name=CDC2016/> |
|||
| Início = 5–15 anos de idade<ref name=CDC2016/> |
|||
| Duração = |
|||
| Causas = [[Faringite estreptocócica]], [[Streptococcus pyogenes|infeção estreptocócica da pele]]s<ref name=CDC2016/> |
|||
| Riscos = |
|||
| Diagnóstico = Cultura da faringe<ref name=CDC2016/> |
|||
| Diferencial = |
|||
| Prevenção = [[Lavagem das mãos]], evitar partilhar objetos pessoais, evitar contacto com pessoas infetadas<ref name=CDC2016/> |
|||
| Tratamento = [[Antibiótico]]s<ref name=CDC2016/> |
|||
| Medicação = |
|||
| Prognóstico = Geralmente favorável<ref name=Quin1989/> |
|||
| Fequência = |
|||
| Mortes = |
|||
| CID10 = {{CID10|A|38|a|30}} |
| CID10 = {{CID10|A|38|a|30}} |
||
| CID9 = {{CID9|034.1}} |
| CID9 = {{CID9|034.1}} |
||
Linha 9: | Linha 25: | ||
| DiseasesDB = 29032 |
| DiseasesDB = 29032 |
||
| MedlinePlus = 000974 |
| MedlinePlus = 000974 |
||
| MeshID = D012541 |
|||
}} |
}} |
||
<!-- Definição e sintomas --> |
|||
'''Escarlatina''' é uma [[Infeção|doença infeciosa]] resultante de uma [[Streptococcus pyogenes|infeção por estreptococos do grupo A]].<ref name=CDC2016>{{citar web|título=Scarlet Fever: A Group A Streptococcal Infection|url=https://www.cdc.gov/Features/ScarletFever/|website=Center for Disease Control and Prevention|acessodata=12 de março de 2016|data=19 de janeiro de 2016|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160312083805/http://www.cdc.gov/Features/ScarletFever/|arquivodata=12 de março de 2016}}</ref> Os sinais e sintomas mais comuns são [[inflamação da garganta]], [[febre]], [[Cefaleia|dores de cabeça]], [[Linfadenopatia|aumento de volume dos gânglios linfáticos]] e uma [[erupção cutânea]] característica.<ref name=CDC2016/> A erupção cutânea aparece um a dois dias após a febre e apresenta-se vermelha, com textura semelhante a [[lixa]], e a língua pode-se apresentar vermelha e rugosa.<ref name=CDC2016/><ref name="lusíadas" /> A doença afeta sbretudo crianças entre os 5 e os 15 anos de idade.<ref name=CDC2016/> |
|||
<!-- Causa diagnóstico --> |
|||
[[Imagem:Scharlach.JPG|thumb|left|200px|A língua inicialmente fica amarelada devido à inflamação, mas depois descama e fica vermelha, como uma cereja.]] |
|||
A escarlatina é quase sempre uma complicação que afeta cerca de 10% dos casos de [[faringite estreptocócica]] ou [[Streptococcus pyogenes|infeção por estreptococos do grupo A]].<ref name=CDC2016/><ref name="lusíadas">{{Citar web |url=https://www.lusiadas.pt/blog/criancas/idade-escolar/escarlatina-que |título=Escarlatina: o que é? |publicado=Hoispital Lusíadas |autor=João Rosa |acessodata=27 de maio de 2022}}</ref> As bactérias são geralmente transmitidas através da tosse ou espirros.<ref name=CDC2016/> Podem também ser transmitidas quando a pessoa [[Fómite|toca num objeto contaminado]] e depois leva as mãos à boca ou naiz.<ref name=CDC2016/> O período de incubação é de um a quatro dias.<ref name="lusíadas" /> A mancha característica da doença é causada pela [[toxina eritrogénica]], uma substância prouzida por alguns tipos de bactérias.<ref name=CDC2016/><ref>{{citar livro|último1=Ralph|primeiro1=AP|último2=Carapetis|primeiro2=JR|título=Group a streptococcal diseases and their global burden|periódico=Current Topics in Microbiology and Immunology|data=2013|volume=368|páginas=1–27|pmid=23242849|doi=10.1007/82_2012_280|isbn=978-3-642-36339-9}}</ref> O diagnóstico é geralmente confirmado com [[cultura bacteriana]] de material recolhido na garganta.<ref name=CDC2016/> |
|||
[[Imagem:Streptococcus pyogenes.jpg|thumb|O ''Streptococcus pyogenes'' é um [[estreptococo]] beta hemolítico do grupo A.<ref name=gov/>]] |
|||
<!-- Prevenção, tratamento e epidemiologia --> |
|||
A '''escarlatina''' é uma [[doença]] infecciosa e contagiosa aguda causada pela bactéria ''[[Streptococcus pyogenes]]. A''tinge principalmente as [[criança]]s, sendo facilmente tratável com [[antibiótico]]s. A escarlatina é quase sempre uma complicação da [[amigdalite]]/[[faringite estreptocócica]], surgindo geralmente nos primeiros 2 dias após os primeiros sintomas.<ref name=gov>ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/RESP/ESCARLA_pubger07.pdf</ref> |
|||
Não existe [[vacina]] para a escarlatina.<ref name=abcvirus>{{citar web|último=Richardson |primeiro=Holly |título=Scarlet fever is making a comeback after being infected with a toxic virus, researchers say | website=ABC News ([[Australian Broadcasting Corporation]]) |data=7 de outubro de 2020 | url=https://www.abc.net.au/news/2020-10-08/scarlet-fever-incidence-on-the-rise-bacteria-infected-by-viruses/12740806 |acessodata=27 de novembro de 2020}}</ref> A prevenção consiste em [[Lavagem das mãos|lavar as mãos com frequência]], evitar partilhar objetos pessoais, evitar contacto com pessoas infetadas.<ref name=CDC2016/> A doença pode ser tratada com [[antibiótico]]s, que pevinem a maior parte das complicações.<ref name=CDC2016/> Quando tratada, o prognóstico é geralmente positivo.<ref name=Quin1989>{{citar periódico|último1=Quinn|primeiro1=RW|título=Comprehensive review of morbidity and mortality trends for rheumatic fever, streptococcal disease, and scarlet fever: the decline of rheumatic fever.|periódico=Reviews of Infectious Diseases|data=1989|volume=11|número=6|páginas=928–53|pmid=2690288|doi=10.1093/clinids/11.6.928}}</ref> Entre as possíveis complicações a longo prazo estão a [[glomerulonefrite]], [[Valvopatia|doença cardíaca reumática]] e [[artrite]].<ref name=CDC2016/> No início do {{séc|XX}}, antes da descoberta dos antibióticos, a escarlatina era uma das principais causas de morte infantil.<ref>{{citar livro|último1=Smallman-Raynor|primeiro1=Matthew|título=Atlas of epidemic Britain : a twentieth century picture|data=2012|publicado=Oxford University Press|local=Oxford|isbn=9780199572922|página=48|url=https://books.google.com/books?id=iMnN4fZrj70C&pg=PA48|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170214073450/https://books.google.com/books?id=iMnN4fZrj70C&pg=PA48|arquivodata=14 de fevereiro de 2017}}</ref><ref>{{citar livro|último1=Smallman-Raynor|primeiro1=Andrew Cliff, Peter Haggett, Matthew|título=World Atlas of Epidemic Diseases|data=2004|publicado=Hodder Education|local=London|isbn=9781444114195|página=76|url=https://books.google.com/books?id=7WrNBQAAQBAJ&pg=PA76|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170214055650/https://books.google.com/books?id=7WrNBQAAQBAJ&pg=PA76|arquivodata=14 de fevereiro de 2017}}</ref> |
|||
⚫ | |||
== Causa == |
|||
O ''Streptococcus pyogenes'' é um [[estreptococo]] beta hemolítico do grupo A. Estreptococos são grupos de bactérias esféricas comuns em todo o mundo que podem causar infecções da garganta ([[amigdalite]]s e [[faringite]]s) e da pele (como [[impetigo]] e [[erisipela]]). |
|||
== |
== Ligações externas == |
||
{{Commonscat|Scarlet fever}} |
|||
As pessoas infectadas pelo agente podem desenvolver: |
|||
*[https://www.sns24.gov.pt/tema/doencas-infecciosas/escarlatina/ Escarlatina] no portal do Serviço Nacional de Saúde |
|||
*Palidez seguida de descamação e vermelhidão na pele e da língua; |
|||
*[https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/cocos-gram-positivos/infec%C3%A7%C3%B5es-estreptoc%C3%B3cicas Infeções estreptocócicas] no Manual Merck |
|||
*Pequenos pontos vermelhos no fundo do céu da boca (Manchas de Forschheimer); |
|||
*Febre baixa (38°C); |
|||
*Dores de garganta; |
|||
*Dificuldade em deglutir alimentos (disfagia). |
|||
Caracteriza-se por [[eritema]] (vermelhidão cutânea) — que se espalha a partir de um ponto no corpo, sem atingimento palmar das mãos e pés, e da região peri-bucal (em torno da boca). Em alguns casos a língua fica com pequenas vesículas. |
|||
== Transmissão == |
|||
A sua transmissão acontece por gotículas de [[saliva]] ou outras secreções infectadas que são expelidos por via [[nasal]], [[tosse]], [[espirro]]s e pela respiração ou ainda através do contacto com vestuário e objectos contaminados.<ref name=gov/> |
|||
== Epidemiologia == |
|||
É mais comum em crianças em idade escolar, de 2 a 10 anos, durante o Outono e a Primavera. |
|||
== Tratamento == |
|||
{{aviso-médico}} |
|||
[[Imagem:Scarlet fever 2.jpg|thumb|O exantema vermelho surge entre as 12 e as 72 horas após o primeiro pico febril e desaparece com a descamação cutânea.]] |
|||
O tratamento recorre à administração de [[antibiótico]]s, sendo a [[penicilina]] o fármaco de primeira linha. Os sintomas costumam diminuir com um a dois dias de terapêutica antibiótica. Além da penicilina outras opções incluem [[eritromicina]], [[azitromicina]] e [[amoxicilina]].<ref name="pato">[http://www.patologias.net/ http://www.patologias.net/2010/05/escarlatina/]</ref> |
|||
Antes da descoberta dos antibióticos era uma causa frequente de morte em crianças, pois quando não é tratada adequadamente, pode causar [[hemorragia]]s gástricas, esplénicas e intestinais. Também existe possibilidade de ocorrerem convulsões, nefrite, otite, poliartralgias e [[cardiopatias|problemas cardiovasculares]]. |
|||
== Prevenção == |
|||
Pessoas infectadas devem permanecer em casa, com talheres e objectos de higiene não partilhados, por pelo menos 24h depois de medicados com antibióticos e após o desaparecimento dos sintomas.<ref name=pato/> |
|||
A vacina específica foi pouco eficiente e cara. A eficiência do tratamento antibiótico garantiu uma mortalidade próxima a zero.<ref>"Initiative for Vaccine Research (IVR) - Group A Streptococcus". World Health Organization. Retrieved 15 June 2012.</ref> |
|||
⚫ | |||
{{Exantema}} |
{{Exantema}} |
Revisão das 10h13min de 27 de maio de 2022
Escarlatina | |
---|---|
Glossodínia num caso de escarlatina | |
Sinónimos | Febre escarlate |
Especialidade | Infectologia |
Sintomas | Inflamação da garganta, febre, dores de cabeça, aumento de volume dos gânglios linfáticos, manchas na pele características[1] |
Complicações | Glomerulonefrite, doença cardíaca reumática, artrite[1] |
Início habitual | 5–15 anos de idade[1] |
Causas | Faringite estreptocócica, infeção estreptocócica da peles[1] |
Método de diagnóstico | Cultura da faringe[1] |
Prevenção | Lavagem das mãos, evitar partilhar objetos pessoais, evitar contacto com pessoas infetadas[1] |
Tratamento | Antibióticos[1] |
Prognóstico | Geralmente favorável[2] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | A38.a |
CID-9 | 034.1 |
CID-11 | 107294155 |
OMIM | 012541 |
DiseasesDB | 29032 |
MedlinePlus | 000974 |
eMedicine | 1053253 |
MeSH | D012541 |
Leia o aviso médico |
Escarlatina é uma doença infeciosa resultante de uma infeção por estreptococos do grupo A.[1] Os sinais e sintomas mais comuns são inflamação da garganta, febre, dores de cabeça, aumento de volume dos gânglios linfáticos e uma erupção cutânea característica.[1] A erupção cutânea aparece um a dois dias após a febre e apresenta-se vermelha, com textura semelhante a lixa, e a língua pode-se apresentar vermelha e rugosa.[1][3] A doença afeta sbretudo crianças entre os 5 e os 15 anos de idade.[1]
A escarlatina é quase sempre uma complicação que afeta cerca de 10% dos casos de faringite estreptocócica ou infeção por estreptococos do grupo A.[1][3] As bactérias são geralmente transmitidas através da tosse ou espirros.[1] Podem também ser transmitidas quando a pessoa toca num objeto contaminado e depois leva as mãos à boca ou naiz.[1] O período de incubação é de um a quatro dias.[3] A mancha característica da doença é causada pela toxina eritrogénica, uma substância prouzida por alguns tipos de bactérias.[1][4] O diagnóstico é geralmente confirmado com cultura bacteriana de material recolhido na garganta.[1]
Não existe vacina para a escarlatina.[5] A prevenção consiste em lavar as mãos com frequência, evitar partilhar objetos pessoais, evitar contacto com pessoas infetadas.[1] A doença pode ser tratada com antibióticos, que pevinem a maior parte das complicações.[1] Quando tratada, o prognóstico é geralmente positivo.[2] Entre as possíveis complicações a longo prazo estão a glomerulonefrite, doença cardíaca reumática e artrite.[1] No início do século XX, antes da descoberta dos antibióticos, a escarlatina era uma das principais causas de morte infantil.[6][7]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s «Scarlet Fever: A Group A Streptococcal Infection». Center for Disease Control and Prevention. 19 de janeiro de 2016. Consultado em 12 de março de 2016. Cópia arquivada em 12 de março de 2016
- ↑ a b Quinn, RW (1989). «Comprehensive review of morbidity and mortality trends for rheumatic fever, streptococcal disease, and scarlet fever: the decline of rheumatic fever.». Reviews of Infectious Diseases. 11 (6): 928–53. PMID 2690288. doi:10.1093/clinids/11.6.928
- ↑ a b c João Rosa. «Escarlatina: o que é?». Hoispital Lusíadas. Consultado em 27 de maio de 2022
- ↑ Ralph, AP; Carapetis, JR (2013). Group a streptococcal diseases and their global burden. Current Topics in Microbiology and Immunology. 368. [S.l.: s.n.] pp. 1–27. ISBN 978-3-642-36339-9. PMID 23242849. doi:10.1007/82_2012_280
- ↑ Richardson, Holly (7 de outubro de 2020). «Scarlet fever is making a comeback after being infected with a toxic virus, researchers say». ABC News (Australian Broadcasting Corporation). Consultado em 27 de novembro de 2020
- ↑ Smallman-Raynor, Matthew (2012). Atlas of epidemic Britain : a twentieth century picture. Oxford: Oxford University Press. p. 48. ISBN 9780199572922. Cópia arquivada em 14 de fevereiro de 2017
- ↑ Smallman-Raynor, Andrew Cliff, Peter Haggett, Matthew (2004). World Atlas of Epidemic Diseases. London: Hodder Education. p. 76. ISBN 9781444114195. Cópia arquivada em 14 de fevereiro de 2017
Ligações externas
- Escarlatina no portal do Serviço Nacional de Saúde
- Infeções estreptocócicas no Manual Merck