Diabetes mellitus

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Diabetes mellitus
Diabetes mellitus
Símbolo das Nações Unidas para a diabetes mellitus
Especialidade diabetology
Classificação e recursos externos
CID-10 E10E14
CID-9 250
CID-11 465177735
MedlinePlus 001214
eMedicine med/546 emerg/134
MeSH D003920
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Para prevenir complicações, é importante que pessoas com fatores de risco testem regularmente seu nível de glicose. Cerca de 50% dos diabéticos não sabem que possuem essa doença.
Ao contrário dos outros tipos de açúcares, o betaglucano, retirado do capim-natal-rosa, pode diminuir a quantidade de glicose da corrente sanguínea.[1]

O diabetes melito (ver etimologia), também conhecido como diabetes sacarina ou diabetes açucarado[2] e diabete,[3] é uma doença metabólica caracterizada por um aumento anormal do açúcar ou glicose no sangue.[4] A glicose é a principal fonte de energia do organismo porém, quando em excesso, pode trazer várias complicações à saúde como por exemplo o excesso de sono no estágio inicial, problemas de cansaço e problemas físico-táticos em efetuar as tarefas desejadas. Quando não tratada adequadamente, podem ocorrer complicações como ataque cardíaco, derrame cerebral, insuficiência renal, problemas na visão, amputação do pé e lesões de difícil cicatrização, dentre outras complicações.[5]

Embora ainda não haja uma cura definitiva para a diabetes, há vários tratamentos disponíveis que, quando seguidos de forma regular, proporcionam saúde e qualidade de vida para o paciente portador.[6]

Diabetes é uma doença bastante comum no mundo, especialmente na América do Norte e norte da Europa, acometendo cerca de 7,6% da população adulta entre 30 e 69 anos e 0,3% das gestantes. Alterações da tolerância à glicose são observadas em 12% dos indivíduos adultos e em 7% das grávidas. Porém estima-se que cerca de 50% dos portadores de diabetes desconhecem o diagnóstico.[7][8] Segundo uma projeção internacional, com o aumento do sedentarismo, obesidade e envelhecimento da população o número de pessoas com diabetes no mundo vai aumentar em mais de 50%, passando de 380 milhões em 2025.[9]

Etimologia

O termo latino "diabetes" tem origem no vocábulo grego διαβήτης, por sua vez derivado do verbo διαβαίνω, que significa «passar através»[10][11]. Também proveniente do latim, o termo mellitus significa «aquilo que contém mel; doce como o mel», numa referência ao excesso de glicose presente na urina do portador da doença[12].

Quanto ao gênero da palavra diabetes, em português é possível usar igualmente o masculino ("o diabetes"), como o feminino ("a diabetes")[13][14]. Todavia, de um ponto de vista etimológico e filológico, é mais correto empregar a palavra no gênero masculino para concordar com a palavra latina mellitus, que está no masculino[15]. Neste verbete, por questão de uniformização, optou-se pelo gênero masculino.

Já a palavra "diabete", sem a letra "s" final, é uma «forma não preferencial» segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa[16].

Epidemiologia

Em 2005 a OMS estimava que cerca de 5,1% da população mundial entre 20 e 79 anos sofria dessa doença. Mas com o aumento da obesidade, sedentarismo e envelhecimento da população o número de casos deve duplicar até 2025, subindo de cerca de 200 milhões para 400 milhões de pessoas.[17]

A diabetes afeta cerca de 12% da população no Brasil (aproximadamente 22 milhões de pessoas)[18] e 5% da população de Portugal (500 mil pessoas).[19]

A diabetes tipo 1 ocorre em frequência menor em indivíduos negros e asiáticos e com frequência maior na população europeia, principalmente nas populações provenientes de regiões do norte da Europa. A frequência entre japoneses é cerca de 20 vezes menor que entre escandinavos.[20] Em São Paulo a incidência do tipo 1 é de 7,6 casos a cada 100.000 habitantes.[21]

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, em 2006 havia cerca de 170 milhões de pessoas doentes da diabetes, e esse índice aumenta rapidamente. É estimado que em 2030 esse número dobre. A diabetes mellitus ocorre em todo o mundo, mas é mais comum (especialmente a tipo II) nos países mais desenvolvidos. O maior aumento atualmente é esperado na Ásia e na África, onde a maioria dos diabéticos será visto em 2035. O aumento do índice de diabetes em países em desenvolvimento segue a tendência de urbanização e mudança de estilos de vida.

A diabetes está na lista das cinco doenças de maior índice de morte no mundo, e está chegando cada vez mais perto do topo da lista. Por pelo menos 20 anos, o número de diabéticos na América do Norte está aumentando consideravelmente. Em 2005, eram em torno de 20,8 milhões de pessoas com diabetes somente nos Estados Unidos. De acordo com a American Diabetes Association existem cerca de 6,2 milhões de pessoas não diagnosticadas e cerca de 41 milhões de pessoas que poderiam ser consideradas pré-diabéticas. Os Centros de Controles de Doenças classificaram o aumento da doença como epidêmico, e a NDIC (National Diabetes Information Clearinghouse) fez uma estimativa de US$132 bilhões de dólares, somente para os Estados Unidos este ano.

Classificações

O tipo 1 representa cerca de 8-10% e o tipo 2 cerca de 85-90% dos casos

Dependendo da causa, o diabetes pode ser classificado como[22]:

I. Diabetes mellitus tipo 1
  • Destruição das células beta do pâncreas (mais especificamente, das ilhotas pancreáticas), usualmente levando à deficiência completa de insulina, já que sua produção ocorre nesse órgão.
  1. Autoimune
  2. Idiopático (causa desconhecida)
II. Diabetes mellitus tipo 2
  • Graus variados de diminuição de secreção e resistência à insulina
III. Outros tipos específicos
  1. Defeitos genéticos da função da célula β
  2. Defeitos genéticos da ação da insulina
  3. Doenças do pâncreas exócrino
  4. Endocrinopatias
  5. Indução por drogas ou produtos químicos
  6. Infecções
  7. Formas incomuns de diabetes imunomediado
IV. Diabetes gestacional

Sinais e sintomas

Aumento da sede é um dos sintomas de hiperglicemia[22]

A tríade clássica dos sintomas da diabetes:[4]

Outros sintomas importantes incluem[22]:

  • perda de peso;
  • visão turva;
  • cetoacidose diabética;
  • síndrome hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica.

Pode ocorrer perda de peso. Estes sintomas podem se desenvolver bastante rapidamente no tipo 1, particularmente em crianças (semanas ou meses) ou pode ser sutil ou completamente ausente — assim como pode se desenvolver muito mais lentamente — no tipo 2. No tipo 1 pode haver também perda de peso (apesar da fome aumentada ou normal) e fadiga. Estes sintomas podem também se manifestar na diabetes tipo 2 em pacientes cuja doença é mal controlada.

Problemas de visão atingem 40% dos diabéticos insulinodependentes e e 20% dos diabéticos não insulinodependentes. Sendo mais comum em mulheres e entre os 30 aos 65 anos. Caso não seja tratado pode causar catarata, glaucoma e cegueira. Depois de 10 anos de doença, problemas de visão atingem 50% dos pacientes e depois de 30 anos atingem 90%.[23]

Fatores de risco

Os principais fatores de risco para o diabetes mellitus são[22]:

Diagnóstico

O diagnóstico do diabetes normalmente é feito com base na verificação das alterações da glicose no sangue em jejum e após ingestão de grandes doses de açúcar em dois dias diferentes.

Para realizar o teste confirmatório do Diabetes o paciente deve permanecer em jejum de 8h (é permitido beber água) antes da primeira coleta de sangue. Em seguida deve-se ingerir 75g de glicose anidra (ou 82,5g de glicose monoidratada), dissolvidas em 250-300ml de água, em no máximo 5 minutos. Uma nova coleta de sangue é feita 2 horas após a ingestão de glicose. Durante a espera o paciente não pode fumar e deve permanecer em repouso.[22]

A diabetes mellitus é caracterizada pela hiperglicemia recorrente ou persistente, e é diagnosticada ao se demonstrar qualquer um dos itens seguintes[22]:

  • Nível plasmático de glicose em jejum de 8h maior ou igual a 126 mg/dL (7,0 mmol/l)em duas ocasiões.
  • Nível plasmático de glicose maior ou igual a 200 mg/dL ou 11,1 mmol/l duas horas após ingerir uma dose de 75g de glicose anidra em duas ocasiões.
  • Nível plasmático de glicose aleatória em ou acima de 200 mg/dL ou 11,1 mmol/l associados a sinais e sintomas típicos de diabetes.

Não é necessário fazer o reteste caso o paciente já possua os sintomas característicos. Caso o nível de glicose esteja entre 140 e 200 após a ingestão da glicose anidra é diagnosticado uma tolerância à glicose diminuída, conhecida como pré-diabetes e que exige que o paciente faça atividade física regular, perca peso e reduza muito seu consumo de carboidratos para não desenvolver diabetes. O mesmo vale para pessoas com nível de glicose no sangue em jejum entre 110 e 126, sendo assim diagnosticados com glicose plasmática de jejum alterada.[22]

Caso a paciente esteja grávida, um nível de glicose acima de 110 em jejum ou de 140 após ingerir 75g de glicose já é suficiente para indicar diabetes gestacional.[22]

Causas

Infecção virais podem desencadear respostas auto-imunes que resultam no diabetes mellitus tipo 1[24]
No Brasil, 40% têm excesso de peso e 10 a 15 % têm obesidade[25] e o aumento do tecido gorduroso leva à produção exagerada de substâncias que interferem com a ação da insulina produzida pelo pâncreas.[26]

Existem várias causas para a diabetes[27]:

  • Defeitos genéticos no funcionamento da célula β (beta):
    • Transmissão autossômica dominante de início precoce ('Maturity Onset Diabetes of the Young')[28]
    • Mutações no DNA mitocondrial
  • Defeitos genéticos no processamento de insulina ou ação da insulina
    • Defeitos na conversão pró-insulina
    • Mutações de gene responsável pela produção de insulina
    • Mutações de receptor da insulina

Fatores genéticos

Insulite, uma infiltração inflamatória das ilhotas de Langerhans (no pâncreas), que precede o desenvolvimento do diabetes autoimune

Ambos os tipos 1 e 2 têm fatores genéticos importantes, sendo o principal fator desencadeante de 20-30% dos casos de tipo 1 e de 5-10% dos casos de diabetes tipo 2. Geralmente essa predisposição genética resulta em disfunção do pâncreas na produção de insulina. O tipo 1 é desencadeado mais cedo, atingindo crianças e adolescentes (principalmente por volta dos 10 aos 14 anos), justamente pelo fator genético. Pode ter tanto origem monogênica (um único gene defeituoso em áreas centrais da produção de insulina) quanto poligênica (vários genes em áreas secundárias). Os estudos indicam por volta de 20 genes responsáveis mas apenas 13 foram comprovados.[30][31]

Estudos indicam que cerca de 12% da população ocidental possui um ou mais genes favoráveis ao desenvolvimento de diabetes.[32]

A diabetes tipo 2 (diabetes mellitus tipo 2) também tem um fator genético, ocorrendo simultaneamente em 50 a 80% dos gêmeos idênticos e 20% dos não idênticos. Entre os Pima (nativos americanos do Arizona) 50% da população desenvolve a Diabetes Mellitus tipo 2 enquanto em certos grupos orientais atinge menos de 1%.[33] Porém, é importante lembrar que mesmo com uma genética favorável, hábitos saudáveis servem para prevenir e adiar o aparecimento dessa doença que acomete geralmente apenas os obesos, hipertensos e dislipidêmicos (que compreendem de 90-95% de todos os casos).[34]

Fisiopatologia

O diabetes é resultado de um defeito na secreção de insulina e/ou em sua recepção pelas células beta no pâncreas
As células beta produzem insulina quando a glicose está alta, por exemplo, depois de digerir carboidratos, e as células alfa produzem glucagon quando a glicose está baixa, por exemplo, durante o jejum ou em situação estressante.

O pâncreas é o órgão responsável pela produção do hormônio denominado insulina. Este hormônio é responsável pela regulação da glicemia (glicemia: nível de glicose no sangue). Para que as células das diversas partes do corpo humano possam realizar o processo de respiração aeróbica (utilizar glicose como fonte de energia), é necessário que a glicose esteja presente na célula. Portanto, as células possuem receptores de insulina (tirosina quínase) que, quando acionados "abrem" a membrana celular para a entrada da glicose presente na circulação sanguínea. Uma falha na produção de insulina resulta em altos níveis de glicose no sangue, já que esta última não é devidamente dirigida ao interior das células.

Visando manter a glicemia constante, o pâncreas também produz outro hormônio antagônico à insulina, denominado glucagon. Ou seja, quando a glicemia cai, mais glucagon é secretado visando restabelecer o nível de glicose na circulação. O glucagon é o hormônio predominante em situações de jejum ou de estresse, enquanto a insulina tem seus níveis aumentados em situações de alimentação recente.

Como a insulina é o principal hormônio que regula a quantidade de glicose absorvida pela maioria das células a partir do sangue (principalmente células musculares e de gordura, mas não células do sistema nervoso central), a sua deficiência ou a insensibilidade de seus receptores desempenham um papel importante em todas as formas da diabetes mellitus.

Grande parte do carboidrato dos alimentos é convertido em poucas horas no monossacarídeo glicose, o principal carboidrato encontrado no sangue. Alguns carboidratos não são convertidos. Alguns exemplos incluem a frutose que é utilizada como um combustível celular, mas não é convertida em glicose e não participa no mecanismo regulatório metabólico da insulina / glicose; adicionalmente, o carboidrato celulose não é convertido em glicose, já que os humanos e muitos animais não têm vias digestivas capazes de digerir a celulose.

A insulina é liberada no sangue pelas células beta (células β) do pâncreas em resposta aos níveis crescentes de glicose no sangue (por exemplo, após uma refeição). A insulina habilita a maioria das células do corpo a absorverem a glicose do sangue e a utilizarem como combustível, para a conversão em outras moléculas necessárias, ou para armazenamento. A insulina é também o sinal de controle principal para a conversão da glicose (o açúcar básico usado como combustível) em glicogênio para armazenamento interno nas células do fígado e musculares. Níveis reduzidos de glicose resultam em níveis reduzidos de secreção de insulina a partir das células beta e na conversão reversa de glicogênio a glicose quando os níveis de glicose caem.

Níveis aumentados de insulina aumentam muitos processos anabólicos (de crescimento) como o crescimento e duplicação celular, síntese proteica e armazenamento de gordura.

Se a quantidade de insulina disponível é insuficiente, se as células respondem mal aos efeitos da insulina (insensibilidade ou resistência à insulina), ou se a própria insulina está defeituosa, a glicose não será administrada corretamente pelas células do corpo ou armazenada corretamente no fígado e músculos. O efeito dominó são níveis altos persistentes de glicose no sangue, síntese proteica pobre e outros distúrbios metabólicos, como a acidose.

Quando a concentração de glicose no sangue está alta (acima do limiar renal), a reabsorção de glicose no túbulo proximal do rim é incompleta, e parte da glicose é excretada na urina (glicosúria). Isto aumenta a pressão osmótica da urina e consequentemente inibe a reabsorção de água pelo rim, resultando na produção aumentada de urina (poliúria) e na perda acentuada de líquido. O volume de plasma perdido será reposto osmoticamente da água armazenada nas células do corpo, causando desidratação e sede aumentada.

Quando os níveis altos de glicose permanecem por longos períodos, a glicose causa danos ao sistema circulatório da retina, levando a dificuldades de visão conhecidas como retinopatia diabética. A visão borrada é a reclamação mais comum que leva ao diagnóstico de diabetes; o tipo 1 deve ser suspeito em casos de mudanças rápidas na visão, ao passo que o tipo 2 geralmente causa uma mudança mais gradual.

Cetoacidose diabética

Pacientes (geralmente os com diabetes tipo 1) podem apresentar também cetoacidose diabética, um estado extremo de desregulação metabólica caracterizada pelo cheiro de acetona na respiração do paciente, respiração de Kussmaul (uma respiração rápida e profunda), poliúria, náusea, vômito e dor abdominal e qualquer um dos vários estados de consciência alterados (confusão, letargia, hostilidade, mania, etc). Na cetoacidose diabética severa, pode ocorrer o coma (inconsciência), progredindo para a morte. De qualquer forma, a cetoacidose diabética é uma emergência médica e requer atenção de um especialista.

Um estado raro, porém igualmente severo, é o coma hiperosmolar não-cetótico, que é mais comum na diabetes tipo 2, e é principalmente resultante da desidratação devido à perda de líquido corporal. Frequentemente o paciente têm ingerido quantidades imensas de bebidas contendo açúcar, levando a uma desidratação em decorrência da perda de líquido.

Em pacientes que utilizam hipoglicemiantes ou insulina podem ocorrer crises de hipoglicemia se não houver alimentação adequada, uma vez que continua sendo possível a absorção de glicose pelas células. Os sintomas predominantes são confusão mental, agitação ou letargia, sudorese e perda de consciência. Aos primeiros sinais deve ser tentada administração oral de solução doce, mas não sendo possível deverá ser tratado como uma emergência médica e ser medicado com glucagon ou glicose endovenosa.

Tipos

O diabetes tipo 1 é mais comum em jovens menores de 30 anos e o tipo 2 é mais comum em maiores de 45 anos e obesos. Ambos são mais comuns em mulheres.[35]
Carnes, ovos e laticínios devem ser consumidos com moderação, pois possuem proteínas que, em excesso, também alteram a glicemia e sobrecarregam os rins, além de possuírem muita gorduras saturadas e colesterol ruim.[36]
Deve-se consultar um nutricionista para organizar a dieta melhor recomendada para seu caso.

O termo "diabetes", geralmente, se refere a diabetes mellitus, mas existem muitas outras condições, mais raras, também denominadas como "diabetes". A diabetes insípida (insípida significa "sem gosto" em Latim), é uma doença rara, na qual há menor alteração na glicose do organismo porém com sintomas semelhantes ao diabetes mellitus. Esta diabetes pode ser causada por danos aos rins ou à glândula pituitária.

Diabetes mellitus tipo 1

Ver artigo principal: Diabetes mellitus tipo 1

No caso da diabetes mellitus tipo 1, esta aparece quando o sistema imunitário do doente ataca as células beta do pâncreas. A causa desta confusão ainda não foi definida, apesar de parecer estar associada a casos de constipações e outras doenças. O tipo de alimentação, o estilo de vida etc. não têm qualquer influência no aparecimento deste tipo de diabetes.

Normalmente, se inicia na infância ou adolescência, e se caracteriza por um déficit de insulina, devido à destruição das células beta do pâncreas por processos autoimunes ou idiopáticos. Só cerca de 1 em 20 pessoas diabéticas tem diabetes tipo 1, a qual se apresenta mais frequentemente entre jovens e crianças. Este tipo de diabetes se conhecia como diabetes mellitus insulino-dependente ou diabetes infantil. Nela, o corpo produz pouca ou nenhuma insulina. As pessoas que padecem dela devem receber injeções diárias de insulina. A quantidade de injeções diárias é variável em função do tratamento escolhido pelo endocrinologista e também em função da quantidade de insulina produzida pelo pâncreas. A insulina sintética pode ser de ação lenta ou rápida: a de ação lenta é ministrada ao acordar e ao dormir (alguns tipos de insulina de ação lenta, porém, são ministradas apenas uma vez por dia) ; a de ação rápida é indicada logo antes de grandes refeições. Para controlar este tipo de diabetes é necessário o equilíbrio de três fatores: a insulina, a alimentação e o exercício.

Sobre a alimentação é preciso ter vários fatores em conta. Apesar de ser necessário algum rigor na alimentação, há de lembrar que este tipo de diabetes atinge essencialmente jovens, e esses jovens estão muitas vezes em crescimento e têm vidas ativas. Assim, o plano alimentar deve ser concebido com isso em vista, uma vez que muitas vezes se faz uma dieta demasiado limitada para a idade e atividade do doente. Para o dia a dia, é desaconselhável a ingestão de carboidratos de ação rápida (sumos, bolos, cremes) e incentivado os de ação lenta (pão, bolachas, arroz, massa...) de modo a evitar picos de glicemia.

Resultados contraditórios têm sido relatados sobre os benefícios da atividade física no controle metabólico desses pacientes. Ainda controverso também é o tipo de exercício (aeróbica ou treinamento resistido), alimentação antes do exercício e dose de insulina mais benéfico neste grupo. A prática de exercícios pode agravar a cetose e hipoglicemia porém diminuem os riscos de problemas cardíacos e melhoram o controle glicêmico e o perfil lipídico especialmente em jovens.[37](Mais informações sobre exercícios e diabetes tipo 1) Nas grandes cidades existem academias especializadas em pacientes com problemas de saúde e que podem ajudar na escolha e monitoração correta da prática dos exercícios para diabéticos.

Diabetes mellitus tipo 2

Ver artigo principal: Diabetes mellitus tipo 2

Antigamente chamada de "diabetes não insulinodependente" ou "diabetes tardio", tem mecanismo fisiopatológico complexo e não completamente elucidado. Parece haver uma diminuição na resposta dos receptores de glicose presentes no tecido periférico à insulina, levando ao fenômeno de resistência à insulina. As células beta do pâncreas aumentam a produção de insulina e, ao longo dos anos, a resistência à insulina acaba por levar as células beta à exaustão.

Desenvolve-se frequentemente em etapas adultas da vida e é muito frequente a associação com a obesidade e idosos. Vários fármacos e outras causas podem, contudo, causar este tipo de diabetes. É muito frequente a diabetes tipo 2 associada ao uso prolongado de corticoides, frequentemente associado à hemocromatose não tratada.

Diabetes gestacional

O aumento da produção de hormônios, principalmente do lactogênio placentário, pode prejudicar a ação da insulina materna.[38]
Ver artigo principal: Diabetes gestacional

A diabetes gestacional também envolve uma combinação de secreção e responsividade de insulina inadequados, assemelhando-se à diabetes tipo 2 em diversos aspectos. Ela se desenvolve durante a gravidez e pode melhorar ou desaparecer após o nascimento do bebê. Embora possa ser temporária, a diabetes gestacional pode trazer danos à saúde do feto e/ou da mãe, e cerca de 20% a 50% das mulheres com diabetes gestacional desenvolvem diabetes tipo 2 mais tardiamente na vida.

A diabetes mellitus gestacional (DMG) ocorre em cerca de 2% a 7% de todas as gravidezes. Ela é temporária e completamente tratável mas, se não tratada, pode causar problemas com a gravidez, incluindo macrossomia fetal (peso elevado do bebê ao nascer), malformações fetais e doença cardíaca congênita. Ela requer supervisão médica cuidadosa durante a gravidez. Os riscos fetais/neonatais associados à DMG incluem anomalias congênitas como malformações cardíacas, do sistema nervoso central e de músculos esqueléticos. A insulina fetal aumentada pode inibir a produção de surfactante fetal e pode causar problemas respiratórios. A hiperbilirrubinemia pode causar a destruição de hemácias. Em muitos casos, a morte perinatal pode ocorrer, mais comumente como um resultado da má profusão placentária devido a um prejuízo vascular !

Outros tipos

Outros tipos de diabetes <5% de todos os casos diagnosticados:

A: Defeito genético nas células beta.
B: Resistência à insulina determinada geneticamente.
C: Doenças no pâncreas.
D: Causada por defeitos hormonais.
E: Causada por compostos químicos ou fármacos.
F: Infecciosas (rubéola congênita, citamegalovírus e outros).
G: Formas incomuns de diabetes imuno-mediadas (síndrome do "Homem Rígido", anticorpos anti-insulina e outros)
H: Outras síndromes genéticas algumas vezes associadas com diabetes (síndrome de Down; síndrome de Klinefelter, síndrome de Turner, síndrome de Wolfram, ataxia de Friedreich, coréia de Huntington, síndrome de Laurence-Moon-Biedl, distrofia miotônica, porfiria, síndrome de Prader-Willi e outras)

Complicações

Caso não limpe, cuide bem e esteja atento para ferimentos nos pés, os danos podem levar a necessidade de amputação

As complicações da diabetes são muito menos comuns e severas nas pessoas que possuem os níveis glicêmicos (de açúcar no sangue) bem controlados, mantendo-os entre 70 e 100 mg/dl em jejum.[39][40]

As complicações causadas pela diabetes se dão basicamente pelo excesso de glicose no sangue, sendo assim, existe a possibilidade de glicosilar as proteínas além de retenção de água na corrente sanguínea, e retirada da mesma do espaço intercelular.

Complicações agudas

Complicações crônicas

A frequência de problemas cardíacos como acidente vascular cerebral (AVC) e ataque cardíaco são entre 2 a 4 vezes maior nas pessoas com diabetes. Os fatores de risco dos problemas crônicos são: hipertensão arterial, alteração do metabolismo das gorduras (aumento do colesterol ruim, aumento dos triglicérides e redução do colesterol bom), tabagismo, obesidade, pouca atividade física e presença de microalbuminúria (proteína na urina).[42]

Tratamento

Aparelho médico para administração automática e frequente de insulina

A diabetes mellitus é uma doença crônica, sem cura por tratamentos convencionais, e sua ênfase médica deve ser necessariamente em evitar/administrar problemas possivelmente relacionados à diabetes, a longo ou curto prazo.

O tratamento é baseado em cinco conceitos:

  • Conscientização e educação do paciente, sem a qual não existe aderência.
  • Alimentação e dieta adequada para cada tipo de diabetes e para o perfil do paciente.
  • Vida ativa, mais do que simplesmente exercícios.
  • Medicamentos:
    • Hipoglicemiantes orais
    • Insulina
  • Monitoração dos níveis de glicose e hemoglobina glicada.

É extremamente importante a educação do paciente, o acompanhamento de sua dieta, exercícios físicos, monitoração própria de seus níveis de glicose, com o objetivo de manter os níveis de glicose a longo e curto prazo adequados. Um controle cuidadoso é necessário para reduzir os riscos das complicações a longo prazo.

Isso pode ser alcançado com uma combinação de dietas, exercícios e perda de peso (tipo 2), várias drogas diabéticas orais (tipo 2 somente) e o uso de insulina (tipo 1 e tipo 2 que não esteja respondendo à medicação oral). Além disso, devido aos altos riscos associados de doença cardiovascular, devem ser feitas modificações no estilo de vida de modo a controlar a pressão arterial[43] e o colesterol, se exercitando mais, fumando menos e consumindo alimentos apropriados para diabéticos, e se necessário, tomando medicamentos para reduzir a pressão.

O uso de bombas de insulina podem ajudar na administração regular de insulina, porém tem custo elevado quando comparadas as seringas comuns. Outras opções incluem as canetas de insulina e os injetores de insulina a jato.

Tratamento do diabetes mellitus tipo 2 por cirurgia

Um estudo feito por médicos franceses publicado na ScienceDirect,[44] confirmou o que médicos já haviam observado, a cirurgia de redução de estômago (gastroplastia) usada no tratamento da obesidade mórbida ajuda a controlar o diabetes mellitus tipo 2, um estudo mais aprofundado feito por Francesco Rubino,[45] levou à criação de uma cirurgia no intestino que tem alta eficiência no tratamento da diabetes tipo 2 para pessoas não obesas.

Controle glicêmico

Pacientes com diabetes precisam controlar e monitorar seus níveis de glicose no sangue constantemente, como parte do tratamento da doença. Isso vale tanto para pacientes que fazem o uso de insulina, como para os que não fazem.

O automonitoramento, por meio de medidores de glicose portáteis, é um dos principais componentes do gerenciamento da doença.

Com esse controle, os pacientes conseguem entender melhor o impacto da alimentação, da atividade física, dos medicamentos e também começam a reconhecer, tratar e prevenir episódios de hipo ou hiperglicemia.

A falta de controle e as oscilações extremas nos níveis de glicemia, tanto para baixo (hipoglicemia) como para cima (hiperglicemia) causam, em longo prazo, uma série de consequências graves no organismo.

Embora proporcione uma série de benefícios comprovados, o automonitoramento nem sempre é feito da forma adequada. Uma revisão de estudos de países da América Latina descobriu que somente 74% dos pacientes com diabetes tipo 1 e 38,5% dos pacientes tipo 2 são usuários de medidor de glicemia[46].

O automonitoramento continua sendo um dos principais métodos para fornecer informação imediata e útil entre os intervalos das consultas médicas sobre como a pessoa está lidando com seu controle glicêmico e pode permitir que o paciente decida sobre seu estilo de vida.

Quando os pacientes medem sua glicemia, eles recebem imediatamente o retorno do resultado do seu estilo de vida e tratamento médico e que pode ser usado tanto pelo paciente quanto pelo médico para avaliar e modificar todos os aspectos do tratamento. O automonitoramento também aumenta a autonomia e a adesão ao tratamento pelo paciente.

Os principais benefícios do automonitoramento com glicosímetros (medidores de glicemia)

  • Educa e "fortalece/dá poder" aos pacientes diabéticos
  • Aumenta a habilidade de reconhecer, tratar e prevenir hipoglicemia e hiperglicemia
  • Oferece resposta imediata sobre o impacto do estilo de vida (alimentação e rotina de exercícios) e dos medicamentos administrados
  • Permite ao paciente e ao profissional de saúde modificar o tratamento em tempo real
  • Aumenta a adesão ao tratamento
  • Ajuda no controle da a doença e em conjunto com tratamento medicamentoso tem potencial de reduzir A1C (hemoglobina glicada).

Controle do diabetes: checar, controlar, consumir e cuidar

Estima-se que hoje quase 25 milhões de pessoas na América Latina sejam diabéticas, sendo que metade desses pacientes está no Brasil[47].

Somente 36% dos pacientes com o tipo 2 da doença e 21% do tipo 1 conseguem controlar os níveis glicêmicos[48].

Em média, um terço deles deixa de seguir as recomendações médicas um ano após o diagnóstico. A falta de controle da doença, decorrente dos maus hábitos de vida, acarreta em longo prazo em uma série de consequências para o organismo. Sem o controle adequado das taxas de glicose, aumentam as chances de complicações cardiovasculares, renais, oculares, entre outras.

Pacientes diabéticos têm de duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto ou derrame do que uma pessoa que não tenha a doença[49]. Da mesma forma, 65% dos pacientes estão em risco de ter ou já têm algum grau de disfunção renal, condição que triplica o risco de eventos cardiovasculares[50]. As consequências do diabetes incluem ainda disfunção sexual (presente em 60% dos homens com a doença), alterações oculares como retinopatia e risco de cegueira, e ainda problemas de circulação nos membros inferiores.

Quatro passos para o controle efetivo do diabetes

  • Checar – Verificando regularmente o nível de glicose
  • O objetivo de medir diariamente o nível de açúcar no sangue é de obter informação detalhada sobre estes níveis em diferentes momentos do dia.
  • Essa informação poderá ajudar o paciente e a equipe médica a fazer algumas modificações relacionadas à ingestão de alimentos, atividade física, medicação e estresse, já que são de grande importância no tratamento diário.
  • Estes momentos diários ajudarão a melhorar o controle da glicemia e motivar o paciente a tomar ações para prevenção de complicação do diabetes.
  • Controlar – controlando o diabetes
  • Controlar o diabetes significa evitar níveis baixos (hipoglicemia) e altos (hiperglicemia) de açúcar no sangue e alcançar um controle diabético a longo prazo através de um nível A1C aceitável.
  • O controle do diabetes deve ser feito com o uso de medicamentos prescritos pelo médico, com medição do nível de açúcar regularmente e obtendo experiências e informações sobre o controle do diabetes.
  • Consumir – alimentando-se com comida saudável
  • Ter diabetes não significa que o paciente não poderá mais experimentar alimentos saborosos e muito menos que a dieta será feita de refeições com "gosto ruim".
  • Para o paciente ter uma boa alimentação, é necessário conhecer os diferentes grupos de alimentos, o impacto no nível de açúcar e o tamanho correto das porções.
  • Cuidar – cuidando do corpo e da mente
  • Açúcar em excesso no sangue por muito tempo pode causar problemas de saúde relacionados ao diabetes.
  • Este nível alto de açúcar pode fazer mal a muitas partes do corpo, como o coração, vasos sanguíneos, olhos, extremidades e rins.
  • Adicionar pequenos momentos para o cuidado, como atividade física, poderá significar muito para diminuir o risco de problemas de saúde relacionados à doença.

Novas técnicas de tratamento

Os cientistas acreditam que o desenvolvimento da edição do genoma humano usando CRISPR pode, eventualmente, resultar em uma nova abordagem para combater as infecções virais e tumores cancerosos, fazendo a edição de gene nas células T do sistema imunológico em laboratório antes de colocá-las de volta no paciente para protege-lo contra uma ampla gama de doenças, de diabetes ao HIV e cancer[51].

Terapias não farmacológicas

O tratamento do DM tem como parâmetro importante o controle metabólico, com a utilização de terapias farmacológicas ou não (BOAS et al, 2012).[52]

Terapias não farmacológicas são aquelas em que há alteração nos hábitos alimentares e atividade física (BOAS et al, 2012).[53]

Para o indivíduo diabético, a correção de seus hábitos alimentares juntamente com a prática regular de exercícios físicos, são fatores cruciais e tratamento inicial para o controle do diabetes mellitus, conforme mostra estudo de Boas e colaboradores (2012).[54]

Alimentos que ajudam na redução

Segundo estudo de Oliveira e Saito (1989), alguns vegetais brasileiros, podem ser empregados no tratamento da Diabetes Mellitus (DM), o uso de plantas medicinais empregadas no auxilio do tratamento do diabetes vem sendo utilizado a muito tempo. Dentre esses vegetais estão o agrião, alcaçus do Brasil, cajueiro, carqueja amarga, cebola, erva pombinha ou quebra pedras, estevia, hera terrestre, jambolão, pata-de-vaca, pau-ferro, ricinus, sálvia e sucupira.[55]

Na pesquisa, Janebro e colaboradores (2008), utilizaram a farinha da casca de maracujá amarelo (Passiflora edulisf. Flavicarpa Deg.), que possui grande quantidade de pectina, buscando avaliar seu efeito no peso corporal, nos níveis de glicemia e lipídicos dos diabéticos do estudo.[56]

Segundo Janebro e colaboradores (2008) em seu estudo, observaram que a glicemia de jejum obtiveram uma diminuição, quando utilizada a suplementação com a casca do maracujá amarelo já nas quatro semanas do estudo nos pacientes com diabetes. Ou seja, terapias não medicamentosas no tratamento de diabetes também mostram efeito, sendo utilizadas em pacientes que possuem seu metabolismo de forma descompensada ou mesmo os que o tem controlado, de acordo o estudo.[57]

A redução da glicemia de jejum nos pacientes, segundo ensaio clínico mostraram bom resultado após 30 e 60 dias quando realizado tratamento com a farinha da casca do maracujá. De acordo Janebro e colaboradores (2008), esse resultado obtido possivelmente pode ser explicado devido o efeito das fibras contida no maracujá, como a pectina, fazendo com que retarde o esvaziamento gástrico causando no indivíduo uma sensação de saciedade e também retardando o tempo de absorção de carboidratos. Outro fator importante que a pectina traz é que o gel formado, este pode formar complexo com os sais biliares, promovendo a excreção do colesterol, que neste caso pode auxiliar em tratamento de doenças cardiovasculares, obesidade, dislipidemias e na DM.[58]

Na medicina chinesa tradicional, têm sido utilizadas 82 plantas como medicamentos para o tratamento do diabetes. Essas plantas utilizadas em sua maioria apresentam atividade hipoglicemiante, quando submetidas à análise farmacológica e ainda tem elementos químicos que podem ser utilizados como amostra para futuros hipoglicemiantes. (LI et al., 2004 apud Negri, 2005)[59]

Em relação aos legumes e verduras, no estudo de Brito, Buzo e Salado (2009) mostrou-se que 67,47% dos pacientes submetidos informaram que consomem diariamente, pois acreditam que esses alimentos são importantes, fazendo com o que auxiliam no controle glicêmico.[60]

Segundo a Organização Mundial de saúde, a dieta dos portadores de diabetes é algo de suma importância, pois é um fator que ajuda manter os níveis glicêmicos dentro dos padrões estabelecidos.(RIQUE; SOARES; MEIRELLES, 2002 apud Brito; Buzo e Salado, 2009).[61]

Projeto de lei para diabéticos no Brasil

O governo brasileiro investiu 200 milhões para a criação de uma unidade industrial, em Brasília, para produzir cristais de insulina, a única da América Latina. Essa fábrica começou a funcionar em 2009 e tem por objetivo produzir mais de 10 milhões de unidades de insulina para atender a demanda nacional.[62]

Os portadores de diabetes tem direito à concessão de uma série de benefícios já previstos em lei para outras doenças. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou proposta que altera uma série de normas garantindo aos portadores de diabetes o direito de sacar dinheiro do PIS-Pasep e do FGTS; além de garantir o recebimento de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez sem carência. A proposta também dá aos diabéticos direito a passe livre no transporte público.[63]

Em Portugal

O número de pessoas com diabetes em Portugal ultrapassou pela primeira vez a fasquia de um milhão em 2011, mas este foi o ano, na última década, em que se observou a maior queda no total de amputações, uma das principais complicações decorrentes desta doença[64].

Medicamentos gratuitos

A insulina de ação rápida (insulina regular) demora de 30 minutos a uma hora para começar a agir eficientemente no organismo atingindo o máximo de atividade em 2 a 3 horas depois da aplicação. Seu efeito normalmente dura entre 4 a 6 horas.

Desde o dia 14 de fevereiro de 2011, o Ministério da Saúde brasileiro está implantando o projeto "Saúde não tem preço" que disponibiliza os remédios para diabetes gratuitamente em 15 000 farmácias do país.[65]

Os remédios disponíveis são:

  • Glibenclamida 5 mg, comprimido
  • Cloridrato de metformina 500 mg, comprimido
  • Cloridrato de metformina 850 mg, comprimido
  • Cloridato de metformina de ação prolongada 500 mg
  • Insulina Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, frasco-ampola (10ml e 5ml) e refil (3ml e 1,5ml carpule)
  • Insulina Humana Regular 100 UI/ml, solução injetável, frasco-ampola (10ml e 5ml) e refil (3ml e 1,5ml carpule)

Prevenção

Ficheiro:CrossTrainer.JPG
Exercícios físicos ajudam na prevenção de complicações tanto do tipo 1 quando do tipo 2 de diabetes ao manter sob controle os níveis de glicemia.[66]
Quanto melhor o apoio social melhor será o controle glicêmico, a qualidade de vida e menor o número de complicações do diabético.[67]

Os riscos de complicações em ambos tipos de diabetes podem ser reduzidos com mudanças na dieta e atividades físicas regulares. Os portadores de tolerância diminuída à glicose (TDG) e glicemia de jejum alterada (GJA) devem fazer uma dieta rígida, praticar atividade física pelo menos 3 vezes por semana e, quando necessário e aprovado, usar remédios para evitar complicações.[68] Atividades físicas, dieta rígida e perda de peso entre os grupos de risco diminuem o risco de desenvolvimento do Diabetes tipo 2 pela metade.[69]

A prática de exercícios físicos traz benefícios como a melhor utilização do oxigênio pelo organismo, aumento da captação da glicose pelo músculo e aumento da sensibilidade celular à insulina a partir das primeiras semanas e que dura enquanto eles estiverem sendo regularmente. Com a insulina sendo usada de forma mais eficaz o portador de diabetes passa a precisar de doses menores para queimar a glicose extra.[66]

Em pessoas com pré-diabetes tipo 2, o uso de baixas doses de rosiglitazona (2 mg) e metformina (500 mg) reduz em cerca de 66% o risco de desenvolver diabetes e causa poucos efeitos adversos.[70]

Prevenção do diabetes tipo 1

É possível detectar fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 1 utilizando auto anticorpos contra múltiplos antígenos pancreáticos. Existe uma correlação significativa entre a presença de dois ou mais auto anticorpos e o desenvolvimento de diabetes mesmo em indivíduos sem parentes diabéticos (90% dos casos).[71] Tratamentos com imunossupressores como azatioprina, corticoesteróides e ciclosporina, permitem a diminuição da dose necessária de reposição insulínica porém são poucos efetivos a longo prazo e ao suspender o uso dos imunossupressores além de causarem efeitos colaterais.[72]

Cientistas da Universidade de Maryland descobriram uma proteína, chamada de zonulina, que é produzida em grandes quantidades nas pessoas com doenças autoimunes. Esta superprodução leva numa cadeia de reações à destruição das células beta. Os pesquisadores testaram em ratos uma substância que inibe a ação da zonulina, evitando a progressão das lesões nas células beta pancreáticas. Este inibidor, denominado experimentalmente de AT-1001 agora está sendo testado em humanos.[73]

Prevenção das complicações

Quanto melhor o controle, menor será o risco de complicações. Desta maneira, a educação do paciente, compreensão e participação é vital. Os profissionais da saúde que tratam diabetes também tentam conscientizar o paciente a se livrar certos hábitos que sejam prejudiciais à diabetes. Estes incluem ronco, apneia do sono, tabagismo, colesterol elevado (controle ou redução da dieta, exercícios e medicações), obesidade (mesmo uma perda modesta de peso pode ser benéfica), pressão sanguínea alta (exercício e medicações, se necessário) e sedentarismo.

Recomenda-se manter um peso saudável, e ter no mínimo 3 horas de exercício por semana, não ingerir muita gordura, e comer uma boa quantidade de fibras e grãos. Embora os médicos não recomendem o consumo de álcool, um estudo indica que o consumo moderado de álcool pode reduzir o risco.[carece de fontes?]

História

A diabetes mellitus já era conhecida antes da era cristã. No papiro de Ebers descoberto no Egito, correspondente ao século XV antes de Cristo, já se descrevem sintomas que parecem corresponder à diabetes.

Foi Areteu da Capadócia quem, no século II, deu a esta doença o nome de "diabetes", que em grego significa "sifão", referindo-se ao seu sintoma mais chamativo que é a eliminação exagerada de água pelos rins, expressando que a água entrava e saía do organismo do diabético sem fixar-se nele (polidipsia e poliúria, características da doença e por ele avaliadas por esta ordem). Ainda no século II, Galeno, contemporâneo de Areteu, também se referiu à diabetes, atribuindo-a à incapacidade dos rins em reter água como deveriam.[74]

Nos séculos posteriores não se encontram nos escritos médicos referências a esta enfermidade até que, no século XI, Avicena refere com precisão esta afecção em seu famoso Cânon da Medicina.[75]

Após um longo intervalo, Thomas Willis fez, em 1679, uma magistral descrição da diabetes para a época, ficando desde então reconhecida por sua sintomatologia como entidade clínica. Foi ele quem, referindo-se ao sabor doce da urina, lhe deu o nome de diabetes mellitus (sabor de mel), apesar de esse fato já ter sido registrado cerca de mil anos antes na Índia, por volta do ano 500.

Em 1775, Dopson identificou a presença de glicose na urina. Frank, por essa altura também, classificou a diabetes em duas formas: diabetes mellitus (ou vera), e insípida, esta sem apresentar urina doce. A primeira observação feita através de uma necropsia em um diabético foi realizada por Cawley e publicada no London Medical Journal em 1788. Quase na mesma época o inglês John Rollo, atribuindo à doença uma causa gástrica, conseguiu melhorias notáveis com um regime rico em proteínas e gorduras e limitado em hidratos de carbono.

Os primeiros trabalhos experimentais relacionados com o metabolismo dos glicídios foram realizados por Claude Bernard, o qual descobriu, em 1848, o glicogênio hepático e provocou a aparição de glicose na urina excitando os centros bulbares. Ainda na metade do século XIX, o grande clínico francês Bouchardat assinalou a importância da obesidade e da vida sedentária na origem da diabetes e traçou as normas para o tratamento dietético, baseando-a na restrição dos glicídios e no baixo valor calórico da dieta. Os trabalhos clínicos e anatômico-patológicos adquiriram grande importância em fins do século XIX, nas mãos de Frerichs, Cantani, Naunyn, Lanceraux etc., tendo culminado em experiências de pancreatectomia em cães, realizadas por Mering y Mikowski em 1889.

A busca do suposto hormônio produzido pelas ilhotas de Langerhans, células do pâncreas descritas em 1869 por Paul Langerhans, iniciou-se de imediato. Hedon, Gley, Laguessee Sabolev estiveram muito próximos do almejado triunfo, o qual foi conseguido pelos jovens canadenses Banting e Charles Best, que conseguiram, em 1921, isolar a insulina e demonstrar seu efeito hipoglicêmico. Esta descoberta significou uma das maiores conquistas médicas do século XX, porque transformou as expectativas e a vida dos diabéticos e ampliou horizontes no campo experimental e biológico para o estudo da diabetes e do metabolismo dos glicídios.[76]

Posteriormente, o transplante de pâncreas passou a ser considerado uma alternativa viável à insulina para o tratamento da diabetes mellitus do tipo 1. O primeiro transplante de pâncreas com essa finalidade foi realizado em 1966, na universidade de Manitoba.

Uma linha mais recente de pesquisa na Medicina tem buscado fazer o transplante apenas das ilhotas de Langerhans. O procedimento é simples, tem poucas complicações e exige uma hospitalização de curta duração. O grande problema é a obtenção das células, que são originárias de cadáveres. São necessários em média três doadores para se conseguir um número razoável de células.

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