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Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo: diferenças entre revisões

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* Letras ([[Teoria Literária]] e [[Literatura Comparada]])
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* Letras ([[Literatura Portuguesa]])
* Letras ([[Literatura Portuguesa]])
* Estudos Linguísticos e Literários em Inglês
* [[Itália|Língua e Literatura Italiana]]
* [[Itália|Língua e Literatura Italiana]]
* [[Judaísmo|Língua Hebraica, Literatura e Cultura Judaicas]]
* [[Judaísmo|Língua Hebraica, Literatura e Cultura Judaicas]]

Revisão das 18h19min de 6 de maio de 2016

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, FFLCH-USP
Prédio de história e geografia da FFLCH-USP.
Fundação 1934
Tipo de instituição Unidade integrante da USP
Localização São Paulo, SP, Brasil
Docentes 451
Graduação 11.008
Pós-graduação 2.604
Campus Cidade Universitária - SP
Página oficial www.fflch.usp.br

A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH - USP) é uma unidade de ensino, pesquisa e extensão universitária sediada na Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, responsável pelas áreas de Filosofia, História, Geografia, Letras e Ciências Sociais. É a unidade com maior número de estudantes da Universidade de São Paulo a qual oferece cursos nas áreas descritas em graduação e pós-graduação.

História

Originou-se a partir da extinta Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL). Foi fundada em 1934 com a finalidade de ser o pólo centralizador das atividades da recém-criada Universidade de São Paulo e de formação de um núcleo de pesquisadores brasileiros em diversas áreas do conhecimento. Seus primeiros anos foram marcados pela multidisciplinaridade (oferecia cursos de ciências exatas, humanas e biológicas) e pela atuação da missão de professores europeus, em boa parte franceses (pois não havia no Brasil docentes formados em cursos desses tipos), entre os quais se encontravam o cientista Prof. Dr. Antônio Ferreira de Almeida Júnior, o antropólogo Claude Lévi-Strauss, o historiador da Escola dos Annales Fernand Braudel, o sociólogo Roger Bastide, o politólogo Paul Arbousse Bastide, o filósofo Jean Maugüé, entre outros. O objetivo prático de sua criação foi o de preparar professores especializados para o ensino secundário e superior. À medida que a universidade se expandia, muitos departamentos ligados principalmente às ciências exatas e biológicas da FFCL ganharam autonomia, formando institutos ou escolas próprias, como o Instituto de Física ou o Instituto de Matemática e Estatística.

Na década de 1960, a FFCL esteve localizada na Rua Maria Antônia, em São Paulo, e foi foco de um intenso movimento estudantil, politico e intelectual de oposição ao regime militar instalado no Brasil em 1964. Muitos de seus professores como Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Octavio Ianni e José Arthur Giannotti foram aposentados compulsoriamente e foram obrigados a se exilar ou a continuar suas atividades intelectuais fora da Universidade.

Na época, a proximidade entre a FFCL e a Universidade Mackenzie foi motivo para um confronto aberto entre correntes políticas distintas em plena rua Maria Antônia. A FFCL reunia grande parte de estudantes de esquerda de São Paulo, em oposição à Universidade Mackenzie, que possuía, à época, um grupo de estudantes de direita que pertencia ao CCC (Comando de Caça aos Comunistas). A proximidade entre os dois grupos estudantis criou uma tensão que culminou em um sangrento confronto o qual matou o estudante secundarista José Carlos Guimarães, do Colégio Marina Cintra, da Rua da Consolação, de 20 anos, que fora apenas ver o que estava ocorrendo, sendo atingido e morto por uma bala perdida. [1] O conflito acelerou o processo de transferência, já previsto, realizado pelo regime militar, da Faculdade para a atual Cidade Universitária, no bairro do Butantã.

Em 2002, houve uma grande greve promovida pelos estudantes pela contratação de professores (a falta de professores é um problema crônico da Faculdade - e também da USP - até hoje) que durou quase quatro meses e que acabou resultando na contratação de 92 novos docentes - menos que o esperado e desejado pelos estudantes.

A Faculdade possui uma tradição de formação intelectual importante dentro do Brasil, e seus frutos podem ser conferidos pelo conjunto importante de contribuições para o pensamento político, social e artístico brasileiros de seus alunos e professores. Atualmente, o resultado de tais contribuições intelectuais torna a Faculdade de Filosofia uma presença constante em premiações brasileiras importantes como os prêmios Jabuti e Juca Pato. Entre os antigos e atuais professores e alunos da Faculdade de Filosofia da USP, destacam-se grandes figuras como: Alfredo Bosi, Antonio Candido, Arnaldo Antunes, Aziz Ab'Saber, Bento Prado Júnior, Boris Schnaiderman, Daniel Joca de Oliveira, Décio de Almeida Prado, Dino Preti, Egon Schaden, Eurípedes Simões de Paula,Fernando de Azevedo, Fernando Henrique Cardoso, Florestan Fernandes, Francisco de Oliveira, Francisco Weffort, Franklin Leopoldo e Silva, Gilda de Mello e Souza, Hudinilson Urbano, István Jancsó, João Adolfo Hansen, João Cruz Costa, José Arthur Giannotti, José de Souza Martins, José Luiz Fiorin, José Miguel Wisnik, Juarez Brandão Lopes, Leonor Lopes Fávero, Lívio Teixeira, Lourival Gomes Machado, Luiz Tatit, Maria Isaura Pereira de Queiroz, Marialice Forrachi, Maria Regina da Cunha Rodrigues Simões de Paula, Marilena Chaui, Milton Santos, Newton da Costa, Octavio Ianni, Olgária Matos, Oswaldo Porchat Pereira, Paulo Arantes, Renato Janine Ribeiro, Roberto Cardoso de Oliveira, Roberto Schwarz, Roger Bastide, Ruth Cardoso, Ruy Fausto, Sérgio Buarque de Holanda, entre outros nomes ilustres.

Durante o período de redemocratização do país, alguns professores ganharam papel destacado dentro da esfera governamental. Os professores Fernando Henrique Cardoso e Florestan Fernandes foram deputados constituintes no período 1987-1988, sendo que o primeiro também ocupou os postos de Ministro de Estado da Fazenda e das Relações Exteriores no governo Itamar Franco e de Presidente da República entre 1994 e 2002. No campo da cultura, a professora Marilena Chauí foi secretária de Cultura da Prefeitura de São Paulo durante a gestão de Luísa Erundina e o professor Francisco Weffort foi Ministro de Estado da Cultura na gestão de Fernando Henrique. No atual governo federal, destaca-se a presença de professores e alunos desta instituição, como o Ministro da Educação Prof. Dr. Fernando Haddad, o Ministro dos Esportes Orlando Silva, o secretário especial do Direitos Humanos Paulo de Tarso Vannuchi, o ex-porta-voz da Presidência da República André Singer e o ex-presidente do IPEA Prof. Dr. Glauco Arbix responsável pela "Carta Ao Povo Brasileiro" de 2002, marco do início da campanha do Partido dos Trabalhadores à presidência da República.

Cursos

Graduação

Atualmente, a FFLCH oferece cinco cursos de graduação, Ciências Sociais, Filosofia, Geografia, História e Letras. Este último subdivide-se em

Sânscrito deixou de ser oferecido como habilitação do curso de Letras no início da década de 1990. Atualmente as disciplinas da área são oferecidas como optativas para todos os alunos de graduação da USP. Já os cursos de Aramaico e Acadiano são oferecidos como cursos extra-curriculares.

Pós-graduação

Os seguintes programas de pós-graduação (todos em nível de mestrado e doutorado) encontram-se sediados na FFLCH:

Além desses programas, o MAE, órgão vinculado à FFLCH, oferece os cursos de:

Em conjunto com outras unidades da USP, a FFLCH oferece os seguintes cursos:

Organização Atual

Além de contar com onze departamentos, a FFLCH também conta com diversos centros e laboratórios

Departamentos

Centros

  • Centro Ángel Rama
  • Centro de Estudos Africanos
  • Centro de Estudos Árabes
  • Centro de Estudos de Demografia Histórica da América Latina (CEDHAL)
  • Centro de Estudos Judaicos
  • Centro de Estudos Japoneses
  • Centro de Estudos das Literaturas e Culturas de Língua Portuguesa/CELP (antigo Centro de Estudos Portugueses/CEP)
  • Centro de História das Ciências
  • Centro de Línguas
  • Centro Interdepartamental de Tradução e Terminologia
  • Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania
  • Cátedra Jaime Cortesão

Laboratórios

  • Laboratório de Estudos sobre a Intolerância
  • Laboratório de Estudos sobre o Império Romano - Mediterrâneo Antigo
  • Laboratório de Fonética
  • Laboratório de Imagem e Som em Antropologia
  • Laboratório de Métodos
  • Núcleo de Apoio à Pesquisa em Crítica Genética e Laboratório do Manuscrito Literário
  • Laboratório de Ensino e Material Didático
  • Projeto NURC/SP
Laboratórios de Geografia

Laboratórios de História

  • Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação

Representação estudantil

Cada curso da FFLCH tem um centro acadêmico que representa os estudantes daquele curso, tanto de graduação como de pós graduação. São eles: CAELL (Letras), CeUPES (Sociais), CAHIS (História), CEGE (Geografia)e CAF (Filosofia).

O Centro Acadêmico de Filosofia Prof. João Cruz Costa, também conhecido como CAF, é a entidade representativa dos estudantes do curso de Filosofia da FFLCH.

Fundado em 1987, o CAF é uma associação civil sediada na cidade universitária em São Paulo da qual todos os estudantes de filosofia, de graduação e pós-graduação, são sócios com direito a voz e voto. A principal função do CAF é representar os estudantes perante as instâncias administrativas da faculdade, bem como realizar outras atividades demandadas pelos estudantes. As atividades do CAF são abertas a todos e são organizadas por uma diretoria eleita anualmente.

Greve estudantil de 2002

Em 29 de abril de 2002, uma assembléia de alunos do curso de Letras aprovou a decretação de uma greve por tempo indeterminado. Eles reivindicaram a contratação de professores para minimizar a superlotação de salas de aulas, alguns docentes chegavam a trabalhar com turmas de 200 alunos.[2]

Depois de 104 dias, em 15 de agosto, a greve terminou após votação feita pelos estudantes, que pediam a contratação de 259 professores, enquanto a reitoria propôs contratar 92, proposta aceita por alguns professores.[3][4]

Referências

  1. Revista Veja: Destruição e morte por quê?
  2. «Greve contra a crise na FFLCH começou em abril». Folha.com. 26 de junho de 2002. Consultado em 6 de dezembro de 2013 
  3. «Depois de 104 dias, termina greve na FFLCH». Estadão.com. 15 de Agosto de 2002. Consultado em 6 de dezembro de 2013 
  4. «Fim de greve ganha força na FFLCH». Folha.com. 6 de agosto de 2002. Consultado em 6 de dezembro de 2013 

Ligações externas

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