Porto do Pecém

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Porto do Pecém
Porto do Pecém
Vista, ao longe, do Porto do Pecém
Localização
País  Brasil
Localização São Gonçalo do Amarante
 Ceará
Coordenadas 3° 32′ 02″ S, 38° 47′ 58″ O
Detalhes
Inauguração Março de 2002 [1]
Proprietário Governo do Estado do Ceará
Tipo de porto Marítimo (OFF SHORE)
Píers 2
Armazéns 16.250
Estatísticas
Carga anual de toneladas 18 milhões (2019)[2]
Volume anual de contêineres 4,6 milhões (2019)[2]
Website http://www.cearaportos.ce.gov.br/

O Porto do Pecém é um terminal portuário da costa do Nordeste brasileiro, estilo ''OFF SHORE'' localizado em um acidente geográfico denominado "Ponta do Pecém", local onde foram construídas as obras do terminal portuário, no distrito de Pecém no município de São Gonçalo do Amarante situado no litoral oeste do estado do Ceará, dentro da Região Metropolitana de Fortaleza a cerca de 60 quilômetros, por rodovia da capital.

Para navegação através de carta náutica, se utiliza a carta nº 705, de 28 de setembro de 2002, elaborada pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), da Marinha do Brasil.

A condição geográfica de Pecém, com o menor tempo de trânsito entre o Brasil, os Estados Unidos e a Europa, média de 7 dias para chegar ao destino, funciona como um dos atrativos para conquistar os armadores e impulsionar as exportações brasileiras.[3]

História[editar | editar código-fonte]

Navios atracados no porto.

Na década de 1990 as limitações do Porto do Mucuripe, em Fortaleza, obrigaram o Ceará a buscar uma alternativa para o recebimento de cargas e mercadorias pelo mar. Enquanto o desenvolvimento batia à porta do Estado, o porto de Fortaleza ficava pequeno. Especialistas, opinião pública e empresários viam como certa a expansão do empreendimento na Capital. Tratativas com o Governo Federal com o objetivo de angariar fundos foram iniciadas. Mas a retroárea (área externa essencial para o funcionamento) e o baixo calado para a atracação de navios eram vistos como entraves para uma eventual ampliação vingar.[4]

Em março de 1995, por solicitação do governo do estado do Ceará, tendo a frente o governador Tasso Jereissati, em parceria com o Governo Federal, sob comando do então presidente Fernando Henrique Cardoso, foram iniciados pelo Grupamento de Navios Hidroceanográficos da Marinha do Brasil estudos para resolver o imbróglio. E a construção de um novo porto era esperada. Ao certo, São Gonçalo do Amarante e Paracuru tinham as condições ideais para o recebimento da estrutura, sendo a região do acidente geográfico denominado de Ponta do Pecém em São Gonçalo do Amarante a mais adequada, pois oferecia um abrigo natural e uma enseada com profundidade suficiente para a construção.[4]

A partir desse evento, estava se materializando um dos maiores projetos de desenvolvimento econômico já implementados nesse Estado, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém.

O Porto do Pecém entrou em operação em 2002. Na primeira fase, houve a movimentação de granéis líquidos, trazidos pela Petrobras. Com a ausência da siderúrgica, foi aprovada a operação de cargas gerais no berço de granéis sólidos, que traria carvão e minério de ferro para a siderúrgica e devolveria aos navios placas de aço.[4]

Acesso ao Terminal[editar | editar código-fonte]

A concepção do terminal, de buscar águas profundas, bem como preservação das condições ambientais, faz com que as instalações para atracação de navios se localizem a certa distância da costa, fazendo-se portanto necessária a construção de uma ponte de interligação entre os "piers" de atracação e as instalações em terra com 1.789,33 metros de comprimento até o pier 1 (um), é mais 2.142,61 metros até o pier 2 (dois). Já para acessar o complexo existem duas opções: Rodoviária e Ferroviária, sendo elas apresentadas abaixo.

Ponte de interligação entre os piers e as instalações em terra.

Acesso Rodoviário[editar | editar código-fonte]

O acesso Rodoviário por três rodovias principais, sendo 2 (duas) federais e 1 (uma) estadual, além de mais 2 (duas) rodovias secundárias não se interligam com a CE-422, via de escoamento de tráfego de veículos de carga do terminal.[5]

Rodovias principais[editar | editar código-fonte]

  • BR-222 : Rodovia federal, principal via de acesso às instalações portuárias do Pecém. Interliga a capital, Fortaleza, à região norte do Estado e aos estados do Piauí e Maranhão.
  • CE-422: Rodovia estadual, conhecida por Via Portuária, com 20,5 km de extensão e 12 m de largura, interliga a BR-222 às instalações portuárias. Essa via, juntamente com a BR - 222, são as principais vias de escoamento de tráfego de veículos de carga que se destinam ou que têm origem nas instalações do Terminal.

Rodovias secundárias[editar | editar código-fonte]

  • CE-085 : Rodovia estadual conhecida por "Estruturante". Trata-se de via de escoamento de veículos leves que se destinam às praias da região oeste do estado.
  • CE-348: Rodovia estadual de tráfego leve que se interliga à CE-085, na localidade denominada de Coité, dando acesso ao Distrito do Pecém e à BR-222.

Acesso Ferroviário[editar | editar código-fonte]

O acesso às instalações portuárias é feito através de ramal com 22,5 km de extensão, derivado da linha norte da Transnordestina Logística. Esse ramal ferroviário atravessa a zona industrial do Complexo, paralelo a Via Portuária (CE-422) e atende tanto ao Terminal do Pecém quanto às indústrias localizadas no Complexo. A Transnordestina Logística administra trechos como a Ferrovia Teresina-Fortaleza e a Ferrovia São Luís Teresina, permitindo as ligações em portos de Itaqui (MA), Pecém (CE) e Mucuripe (CE). A Ferrovia Nova Transnordestina foi projetada para ligar o Porto de Pecém ao Porto de Suape, em Pernambuco, além do cerrado do Piauí, no município de Eliseu Martins, porém nunca foi concluída. [5]

Instalações[editar | editar código-fonte]

Portaria Principal[editar | editar código-fonte]

A área do prédio da portaria é de 134,13 metros quadrados e, a área coberta total em estrutura espacial de alumínio, é de 1.284,31 metros quadrados. A entrada de veículos, assim com a saída do terminal, somente é possível através da portaria, que possui três faixas de rolamento para veículos, de cada lado do prédio (lado direito para entrada lado esquerdo para saída). Nenhum outro acesso está disponível, exceto através da via férrea, que se localiza juntos aos armazéns 1 e 2 e da ponte de acesso aos "piers". [6]

Instalações de armazenagem[editar | editar código-fonte]

A armazenagem de produtos no Terminal do Pecém, pode ser feita no pátio ou nos armazéns cobertos. Com uma área de 380.000 metros quadrados, o pátio foi construído para armazenar bobinas e chapas planas para a Usina Siderúrgica. Também foi feito um estudo de "Layout" para permitir a armazenagem de contêineres e reservada uma área especial para contêineres refrigerados. Já os armazéns foram construídos para atender à movimentação de outras cargas soltas que precisam ficar abrigadas do tempo, bem como para serem utilizados nas operações de ova e desova de contêineres.[7]

Cronologia[editar | editar código-fonte]

  • 1995 - (março) vinda dos navios da Marinha do Brasil para levantamentos ecobatimétricos na costa do Ceará; (julho/dezembro) concepção do Complexo Industrial e Portuário do Pecém e contratação de projetos básicos de engenharia
  • 1996 - (maio) início das obras do Terminal Portuário do Pecém e obras de infraestrutura
  • 1998 - (abril) conclusão das obras da Rodovia de Acesso
  • 1999 - Conclusão das obras da Ponte de Acesso e do Pier 1 do Terminal e do Sistema Elétrico do CIPP
  • 2000 - Conclusão das obras do Pier 2
  • 2001 - Conclusão do Quebra-mar; (junho) assinatura do Contrato de Adesão nº 091/2001 pelo Governo do Estado do Ceará e Ministério dos Transportes; (novembro) Início das operações comerciais do Terminal
  • 2002 - (Março) Inauguração Oficial do Terminal Portuário do Pecém; (Abril) Alfandegamento a Título permanente pela SRRF da 3ª Região.
  • 2008 - Início da reforma do porto[8]


Movimentações[editar | editar código-fonte]

Ano Movimentação

(em toneladas)[9]

2002   386.990
2003   695.256
2004   941.843
2005 1.073.878
2006 2.136.387
2007 3.041.724
2008 1.727.221
2009 2.165.137
2010 3.527.965
2011 3.766.571
2012 4.392.050
2013 6.327.288
2014 8.274.657
2015 7.011.355
2016 11.230.429
2017 15.808.961
2018 17.210.796
2019 18.100.767[10]

Referências

  1. «Resumo histórico». Cearáportos. Consultado em 24 de março de 2017 
  2. a b «Porto do Pecém bate recorde com mais de 18 milhões de toneladas de cargas movimentadas». CIPP. 7 de janeiro de 2020. Consultado em 12 de janeiro de 2020 
  3. «Porto do Pecém registra recorde de movimentação e alta no faturamento | Publicado por Dino». EXAME. Consultado em 15 de outubro de 2019 
  4. a b c Online, O POVO. «Porto do Pecém nasceu para ser via de crescimento do Estado». www.opovo.com.br. Consultado em 24 de março de 2017 
  5. a b «CEARAPORTOS - Terminal Portuário do Pecém». www2.cearaportos.ce.gov.br. Consultado em 24 de março de 2017 
  6. «CEARAPORTOS - Terminal Portuário do Pecém». www2.cearaportos.ce.gov.br. Consultado em 24 de março de 2017 
  7. «CEARAPORTOS - Terminal Portuário do Pecém». www2.cearaportos.ce.gov.br. Consultado em 24 de março de 2017 
  8. «Obras em portos movimentam Fortaleza - Reforma nos portos do Pecém e do Mucuripe atraem investimento em infraestrutura e moradia na capital cearense». Revista Construção Mercado. Consultado em 18 de novembro de 2015 
  9. «Downloads e Informações». www.cearaportos.ce.gov.br. Consultado em 15 de outubro de 2019 
  10. «Porto do Pecém bate recorde com mais de 18 milhões de toneladas de cargas movimentadas». CIPP. 7 de janeiro de 2020. Consultado em 12 de janeiro de 2020 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]