Aníbal César Valdez de Passos e Sousa

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Aníbal César Valdez de Passos e Sousa
Aníbal César Valdez de Passos e Sousa
Nascimento 8 de novembro de 1884
Morte 1954
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Ocupação escritor
Prêmios
  • Comendador da Ordem Militar de Cristo
  • Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis
  • Grande-Oficial da Ordem Militar de Avis
  • Grande-Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada
  • Comendador da Ordem da Instrução Pública

Aníbal César Valdez de Passos e Sousa GOTEComCGOAGCAMPBSMOBSMOSDMPMMMOCEComIP (Elvas ou Portalegre, 8 de Novembro de 1884 – Lisboa, 1954) foi um General português.[1][2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Segundo filho varão de Rudolfo Augusto de Passos e Sousa (Chaves, 19 de Setembro de 1852 - Elvas, 1910), Coronel de Infantaria, e de sua mulher Angelina Augusta Travassos Valdez (Elvas, 27 de Março de 1860 - ?), filha natural de João Travassos Valdez (Elvas, 11 de Novembro de 1822 - Elvas, 2 de Março de 1901), General de Brigada, sobrinho paterno e sobrinho materno por afinidade e primo-sobrinho do 1.º Barão do Bonfim e 1.º Conde do Bonfim, e de Genoveva Lobo.[3]

Oficial General da Arma de Artilharia do Exército, a 8 de Agosto de 1903, aos 18 anos, alistou-se como voluntário no Regimento de Cavalaria da Praça de Elvas ou Regimento de Cavalaria N.º 10, e, em 1906, ingressou na Escola do Exército, na qual tirou e completou o curso da sua Arma de Artilharia em 1908-1909. Foi, então, a 1 de Novembro de 1909, promovido ao posto de Alferes, e colocado no Grupo de Baterias de Artilharia de Montanha ou Grupo de Artilharia de Montanha.[1][2]

Promovido a Tenente a 1 de Dezembro de 1911, habilitou-se e diplomou-se, em 1915, com o curso do Estado-Maior na Escola do Exército, no qual obteve a classificação de Distinto.[1][2]

Com o posto de Capitão a 1 de Dezembro de 1915, serviu e fez parte do Corpo Expedicionário Português na Província de Moçambique na Primeira Guerra Mundial de 31 de Março a 22 de Dezembro de 1917.[1][2]

No ano seguinte, em 1918, entrou para o Corpo do Estado-Maior, e, com a patente de Major a 20 de Julho de 1918, foi nomeado no mesmo dia e exerceu o cargo de Chefe do Estado-Maior da antiga 2.ª Divisão do Exército, com sede em Viseu, até 30 de Março de 1919. A 31 de Março de 1919, era nomeado Chefe do Estado-Maior da Brigada de Cavalaria, em Estremoz, até 28 de Junho de 1919. Professor do Colégio Militar, a partir de 1919 e até 1922, e novamente de 1924 a 1931, no ano seguinte, em 1920, era Instrutor da Escola de Oficiais, em Runa. Nesse mesmo ano, passou a exercer o cargo de Chefe do Estado-Maior da antiga Direcção-Geral de Transportes do Ministério da Guerra, de 2 de Outubro de 1920 a 4 de Fevereiro de 1922, e, novamente, a 7 de Dezembro de 1922, já Tenente-Coronel desde 27 de Maio de 1922, o de Director-Geral de Transportes, lugar em que se manteve até 23 de Julho de 1923. Foi, então, nomeado Professor do Instituto Militar dos Pupilos do Exército de 1923 a 1924. Dois anos depois, em 1925, regressou ao Estado-Maior do Exército.[1][2]

Em todas estas missões de serviço deu reconhecidas provas da sua competência, tendo, ainda, desempenhado várias outras funções, entre as quais as de Chefe da Repartição do Estado-Maior do Exército[1] e chefiou a 2.ª Repartição da 4.ª Direcção-Geral do Ministério da Guerra e a 3.ª Repartição da 3.ª Direcção-Geral do Ministério da Guerra.[2]

Foi, também, Instrutor Permanente na Escola Central de Oficiais, e serviu, entre outras, no Grupo de Artilharia de Guarnição N.º 5, no Grupo de Artilharia Pesada N.º 1, no Grupo de Artilharia Pesada N.º 2, no Batalhão de Artilharia de Guarnição e no Batalhão de Artilharia de Costa e comandou o Regimento de Artilharia Pesada N.º 1 e o Regimento de Artilharia de Costa N.º 2.[1][2]

Ministro da Guerra a 29 de Novembro de 1926, coube-lhe jugular o Movimento Revolucionário de 7 de Fevereiro de 1927, que deflagrara primeiro no Porto. Seguiu para ali à frente das tropas fiéis a 3 de Fevereiro de 1927, ocupou a cidade a 7 e regressou a Lisboa, a fim de esmagar o Movimento que alastrava, o que conseguiu. Foi Ministro da Guerra até 18 de Abril de 1928.[1]

A 31 de Maio de 1927, foi nomeado Membro para o Conselho-Geral das Estradas e Turismo.[1][2] A 10 de Março de 1928, foi nomeado Director-Geral Interino do Ensino Primário e Normal.[2]

A 22 de Agosto de 1931 foi promovido ao posto de Coronel.[2]

Em 1933, presidiu ao Júri de Exames de Capitães candidatos ao posto de Major. Em Setembro de 1933, passou a exercer o cargo de Instrutor permanente da Escola Central de Oficiais.[2]

É da sua autoria o livro intitulado Artilharia e Artilheiros de Elvas, que publicou em 1934, bem como outros trabalhos militares e, ainda, no "Arquivo Transtagano", alguns estudos de investigação histórica, relativos a Elvas.[1][4]

Voltou a sobraçar a pasta da Guerra de 23 de Outubro de 1934 a 18 de Janeiro de 1936, ao mesmo tempo que chefiou a Repartição de Gabinete do Ministro da Guerra de 23 de Outubro de 1934 a 12 de Maio de 1936. Como, desde 25 de Janeiro a 5 de Fevereiro de 1936, tivesse que desempenhar a missão de Adido Militar em Madrid, foi substituído pelo seu colega no Ministério, o Major de Engenharia Joaquim José de Andrade e Silva Abranches, Ministro das Obras Públicas e Comunicações.[1][2]

Em 1936, fez tirocínio para Brigadeiro, que concluiu com alta classificação, sendo promovido a este posto a 29 de Dezembro de 1939, quando Inspector de Artilharia. Em 1937, comandou o Regimento de Artilharia de Costa N.º 2. Nesse mesmo ano, foi novamente nomeado Instrutor Permanente da Escola Central de Oficiais. De 28 de Maio de 1938 a 14 de Janeiro de 1939, exerceu interinamente as funções de Inspector da 2.ª, e depois da 3.ª Inspecções de Artilharia, que acumulou com as de Instrutor Permanente da Escola Central de Oficiais. Seguidamente, a 31 de Agosto de 1940, foi nomeado Professor do Curso de Altos Comandos e ocupou o cargo de Director dos cursos para a promoção ao posto de Major e ao de Coronel das diversas Armas e Serviços, na Academia de Altos Estudos Militares, depois Instituto de Altos Estudos Militares. A 2 de Maio de 1941, foi nomeado Administrador Geral do Exército.[1][4]

A 6 de Maio de 1941, foi promovido a General e a 14 de Agosto de 1942 foi investido e assumiu o cargo de Comandante Militar dos Açores, em que manifestou os seus excepcionais dotes de ponderação e competência, funções essas que exerceu até 29 de Janeiro de 1945. Os serviços prestados ao seu País nestas delicadas funções foram notáveis.[1][4]

Em 1945, foi nomeado Major-General do Exército.[1] Em seguida, foi nomeado Vice-Presidente do Conselho Superior do Exército. De 14 a 22 de Outubro de 1945, participou, dirigindo-as, nas manobras militares que então se realizaram no País.[4]

A 31 de Março de 1950 foi nomeado Chanceler do Conselho da Ordem Militar de Avis. Por ter sido extinta a Majoria-Geral do Exército, passou a desempenhar o cargo de Inspector-Superior do Exército, a 15 de Agosto de 1950.[4]

A 5/17 de Agosto de 1950 foi investido no cargo de 1.º Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas de Portugal, que exerceu até passar ao Quadro de Reserva, a 8 de Novembro / 6 de Dezembro de 1951, por ter atingido o limite de idade.[4]

Foi Lugar-Tenente de D. Duarte Nuno de Bragança, por sua nomeação em Outubro de 1953, sucedendo nesse cargo ao Dr. Domingos Fezas Vital.[4]

Casou com Sofia Adelaide Pires Leitão, da qual teve uma única filha, Sofia Leitão Valdez de Passos e Sousa, solteira e sem geração.

Foi irmão mais novo do Coronel Abílio Augusto Valdez de Passos e Sousa e do Tenente Augusto Valdez de Passos e Sousa.

Condecorações[editar | editar código-fonte]

Na sua longa carreira, na sua honrosa folha de serviços, estão exaradas, além de numerosos e importantes louvores que conta, dos quais se destacam dois por serviços em campanha e oito em "Ordem do Exército", as várias condecorações que possuía, entre elas a Medalha Militar de Ouro de Comportamento Exemplar, a Medalha Comemorativa da Expedição de Moçambique, com a legenda "Moçambique, 1917", a Medalha da Vitória, a Medalha de Bons Serviços em Campanha, a Medalha Militar de Prata de Bons Serviços e a Medalha Militar de Ouro de Bons Serviços, com a letra C, a Medalha de 1.ª Classe de Mérito Militar e mais uma Medalha Militar de Ouro de Serviços Distintos.[1][4]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 20. 560 
  2. a b c d e f g h i j k l Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 29. 761 
  3. Rui Dique Travassos Valdez e José Luís Travassos Valdez de Moura Borges (1933). Valdez - Genealogia 1.ª ed. Braga: Edição dos Autores. 42 
  4. a b c d e f g h i j k l m n o Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 29. 761-2 
  5. a b c d e «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Aníbal César Valdês de Passos e Sousa". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 27 de fevereiro de 2015 

Precedido por
Cargo novo
Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas
5 de Agosto de 1950 – 6 de Dezembro de 1951
Sucedido por
Manuel Ortins Torres de Bettencourt