New wave (gênero musical): diferenças entre revisões

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== Anos 80: Recepção nos Estados Unidos e popularidade mundial ==
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Revisão das 05h18min de 2 de março de 2021

 Nota: Para outros movimentos artísticos na cultura pop, veja New wave.
New wave
Origens estilísticas
Contexto cultural Final da década de 1970 no Reino Unido e nos Estados Unidos
Instrumentos típicos Guitarra elétrica, baixo, bateria, bateria eletrônica, teclados, sintetizadores, (ocasionalmente saxofone e outros instrumentos de sopro)
Popularidade Mundial, toda a década de 1980 até o início da década de 1990.
Formas derivadas Synth-pop  • Neue Deutsche Welle
Subgêneros
New romantic  • Dance-punk
Gêneros de fusão
Synthpunk – Electroclash  • Dark wave
Formas regionais
Bélgica - Alemanha - França - Reino Unido - Estados Unidos - Iugoslávia - Brasil - Argentina
Outros tópicos
Hi-NRG  • dance-pop  • synthwave  • Neoprogressivo

New wave é um gênero musical do rock surgido no final da década de 1970 ao lado do punk rock. O termo "new wave" engloba vários estilos musicais orientados ao rock e ao pop.[2] Era considerado sinônimo de punk rock com instrumentação eletrônica e inclinações comerciais antes de se tornar um estilo musical e um movimento popular durante toda a década de 1980, com uma estética animada (por vezes futurística) que incorporava elementos de eletrônica, disco e pop.

Assim como o rock psicodélico nos anos 60 e a música disco nos anos 70, a new wave definiu e influenciou toda cultura pop dos anos 80. Características comuns da música new wave incluem o uso constante de teclados, produções eletrônicas e um estilo visual característico em vídeos de música e moda.[3]

Foi o gênero musical mais popular e influente do mundo na década de 1980 até o início da década 1990. Seu som dançante, alegre e embalado por luzes coloridas de neon chegou a definir e influenciar diversos estilos, como na moda, no cinema e na televisão.[4][5] Sua estética e o uso extensivo de teclados e sintetizadores acabou sendo equiparada a outros gêneros eletrônicos que se popularizaram na década de 1980, como o dance-pop e o synth-pop.[6]

Nos anos 2000 houve alguns revivals e nos anos 2010, muitas bandas new wave (muitas delas ligadas ao indie) surgiram e se popularizaram no meio musical underground e na internet, principalmente no YouTube.

Início

O termo "new wave" era usado em 1976 na Inglaterra por inúmeros fanzines punks, como o Sniffin' Glue, além da imprensa oficial.[7] Em novembro de 1976, em um artigo intitulado Melody Maker, Caroline Coon usou o termo "new wave" para caracterizar o som de bandas que não eram exatamente punks, mas que estavam relacionadas com a mesma cena musical.[8] Por certo tempo os dois termos eram permutáveis, ora punk ora new wave.[9]

Nos Estados Unidos, a Sire Records precisava de um termo novo para conseguir comercializar as bandas que haviam acabado de assinar contrato com a gravadora, que frequentemente tocavam no clube CBGB. Como os críticos e as rádios americanas chamavam o punk de "moda passageira", a gravadora resolveu usar o termo "new wave”. Os primeiros escritores americanos usavam o nome new wave para caracteizar as "novas ondas" "punks" da Inglaterra. Em dezembro de 1976, o The New York Rocker, se tornou o primeiro jornal Americano a associar as mudanças do punk inglês com a cena corrente no CBGB.[7]

Talking Heads se apresentando em Toronto em 1978.
Deborah Harry e sua banda Blondie, tocando no Maple Leaf Gardens, Toronto, em 1977.
A canção "Heart of Glass", da banda Blondie, liderou as paradas em vários países. Foi a 50ª música mais tocada nas rádios brasileiras em 1979.[10]

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O historiador musical Vernon Joynson sustenta que a new wave surgiu na Inglaterra no final de 1976, quando diversas bandas começaram a se afastar do movimento punk.[11] A música que seguiu o anarquismo das bandas de garagem, como o Sex Pistols eram caracterizadas como punks, enquanto a música que tendia para a experimentação, complexidade lirica e menos pessimista, ou até mesmo uma produção mais elaborada e moderna para época, foi caracterizada com "new wave". Isso veio incluir músicos que se tornaram proeminentes no cenário do punk rock inglês de meados da década de 70, como Ian Dury, Nick Lowe, Eddie and the Hot Rods e Dr. Feelgood;[12] E de acordo com a AMG, tudo era "raivoso e inteligente", os compositores estavam se apropriando da música pop com atitude sarcástica e tensa, além da clara agressividade e energia do punk, como Elvis Costello, Joe Jackson, e Graham Parker.[13] Nos Estados Unidos, os primeiros "new wavers" se encontravam em grande parte no clube CBGB, como Talking Heads, Mink DeVille e Blondie.[14] O dono da CBGB, Hilly Kristal, se referindo aos primeiros shows no clube transmitidos pela TV em março de 1974, disse, "Eu acho que aquilo era o início da new wave."[15] Além do mais, muitos dos artistas que eram anteriormente classificados como punks passaram a ser "new wavers". Em 1977 uma copilação da Phonogram Records com o nome new wave apresentava inúmeros artistas norte americanos, como Dead Boys, Ramones, Talking Heads e The Runaways.[14][16]

A banda Talking Heads foi responsável pela definição do estilo new wave naquela época. A sonoridade representava a ruptura do blues suave e do rock 'n roll dos anos de 1960 para o novo rock dos anos de 1970. De acordo com o jornalista especializado em música, Simon Reynolds, a sonoridade era mais rápida e agitada no novo estilo. Os músicos da new wave tocavam suas guitarras num andamento mais rápido que o comum naquela época. Os teclados eram recorrentes, e a estrutura das músicas tinham constantes mudanças de andamento. Reynolds também nota que os vocalistas cantavam de forma mais estridente, uma forma de cantar totalmente suburbana .[5]

O power pop, um gênero que começou antes do punk no início da década de 1970, começou a ser associado a new wave no final dessa mesma década, pois incorporava o mesmo espírito musical da wave; The Romantics, The Records, The Motors,[14] Cheap Trick, e 20/20 eram grupos que faziam sucesso tocando esse estilo musical.[17] Devido ao sucesso da banda de power pop, The Knack, as gravatas mais finas se tornaram populares entre os músicos de new wave.[18]

O ska revival, da editora two tone, capitaneado pelos grupos The Specials, The Selecter, Madness e o English Beat adicionou humor e uma batida mais forte ao new wave.[19]

Mais tarde, a new wave veio implicar um som menos ruidoso, quase sempre usando sintetizadores, como nas bandas de synth-pop e new romantic. O termo pós-punk era usado para descrever as bandas mais alternativas, minimalistas, undergrounds e menos influenciadas pelo power pop e bubblegum, ainda mantendo algum grau de sonoridade no punk rock, como Gang of Four, Joy Division, The Cure e Siouxsie & the Banshees. Posteriormente, algumas dessas bandas vieram a utilizar sintetizadores.[20][21] Embora distintos uns dos outros, punk, new wave e post-punk dividiram todos uma mesma cena; a reação enérgica contra a super-produzida e sem inspiração música popular dos anos 70.[22]

AMG explica que a diversidade de estilo da new wave ocorreu porque o gênero "manteve o mesmo vigor e irreverência do punk, assim como uma fascinação com a eletrônica, futurismo, moda e arte". Essa diversidade se estendeu a diversos músicos e bandas de one hit wonders que surgiram através do gênero.[23][24]

Anos 80: Recepção nos Estados Unidos e popularidade mundial

A cantora alemã Nena, famosa pela canção "99 Red Balloons".
Cyndi Lauper
Banda A-ha.

No verão de 1977 a revista Time [25] e a Newsweek escreveram artigos favoráveis ao movimento.[23] "punk/new wave". Os críticos de rock se dividiram. Ações relacionadas com o movimento receberam pouco ou nenhuma atenção da mídia. Todavia, cenas menores se estabeleceram nas maiores cidades americanas. O ano seguinte continuou na mesma, e o apoio do público permaneceu restrito a alguns artistas e a população cultural e intelectual americana,[7] o arena rock, sendo que na época a disco music dominava as paradas.[24]

No final de 1978 e continuando em 1979, atos do movimento punk misturados com outros gêneros começaram a ganhar notoriedade nas rádios de rock. Blondie, Talking Heads, Oingo Boingo e The Cars ganharam notoriedade nessa época.[18][24] "My Sharona", um single do The Knack, foi campeão de vendas em 1979. O sucesso de "My Sharona" fez com que muitas gravadoras corressem para assinar contratos com bandas de new wave.[18] Cenas musicais de new wave ocorreram em Ohio[24] e em Athens, na Geórgia.[26] Nos anos 80, alguns cantores fora da cena tiveram aventuras ao estilo new wave, com bandas e cantores de outros estilos musicais, como Billy Joel e Linda Ronstadt.[18] O lançamento, nesse período, do álbum de Gary Numan, The Pleasure Principle seria a descoberta do synthpop ao grande público.[24] Não houve sucesso com os segundos discos dos artistas que fizeram sucesso com seus debuts, sendo que os que assinaram contrato na época não conseguiram vender seus álbuns, o que forçou as rádios a tiraram a new wave de sua programação.[18]

O surgimento da MTV, em 1981, daria início ao período de maior sucesso da new wave. Os artistas britânicos, talvez mais que seus compatriotas americanos, perceberam logo a importância do vídeo clipe.[24][27] Diversos artistas ingleses começaram a assinar com pequenas gravadoras enquanto os americanos assinavam com as maiores. Os jornalistas apelidaram esse fenômeno de: “A Segunda Invasão Inglesa”.[27][28] A MTV continuou a exibir em sua programação quase que totalmente artistas new wave até 1987, pois a partir daí a programação da emissora passou a ser dominada pelas bandas de heavy metal[29]

Cerca de 14% dos adolescentes entrevistados em dezembro de 1982 a Gallup Poll afirmaram que a new wave era seu estilo musical favorito, tornando-o o terceiro mais popular na pesquisa. A new wave tinha maior popularidade na Costa Oeste.[30] As radios de Urban Contemporary foram as primeiras a tocar a new wave.[31] Nesse período, a definição de new wave nos Estados Unidos mudou para um estilo menos rebelde; uma versão mais comercial do punk que havia sido descrito antes. No restante da década de 80, o termo "new wave" passou ser usado para descrever algum novo cantor ou banda pop que usava largamente os sintetizadores. Hoje em dia o estilo ainda é usado para descrever estes novos artistas pop, mesmo o estilo tendo sido associado ao pós-punk e a música alternativa.[19][32][33]

Fãs, jornalistas musicais, assim como artistas se rebelaram contra essa generalização e criaram outras subdivisões.[18][24] O synthpop, que preencheu o vazio deixado pela disco music,[34] foi considerado um sub-gênero, que incluía bandas como The Human League, Depeche Mode, A-ha, Orchestral Manoeuvres In The Dark, Duran Duran e os Pet Shop Boys.[24]

Trilhas sonoras new wave foram usadas nos filmes "Brat Pack", como Valley Girl, Sixteen Candles, Pretty in Pink, e The Breakfast Club.[24][35] Os críticos ainda descreveriam a MTV da época como superficial e insípida,[24][27] mas foi por causa da qualidade musical e da linguagem fashion dos clipes da emissora que possibilitaram a popularização da new wave.[24] O uso de sintetizadores pela new wave influenciaram o desenvolvimento da house music em Chicago e o techno em Detroit. O espírito indie da new wave continuou após a década de 80, porém, menos colorido e animado, e foi crucial para a criação do college rock, grunge e rock alternativo na década de 1990.[24] Nos dias atuais, devido a sua premissa e estética futuristica, a new wave exerce influência na música pop, indie, rock alternativo e principalmente no rock eletrônico, bem como em alguns outros gêneros artísticos e nostálgicos surgidos na Internet no começo da década de 2010.[19]

Influências na moda e na cultura pop

A new wave influenciou fortemente outros gêneros musicais. A batida forte e ao mesmo tempo suave das baterias (muitas vezes eletrônicas), o uso de sintetizadores e teclados e o estilo futurista, colorido e extravagante influenciou a música pop, o glam metal, entre outros gêneros que se popularizaram na década de 1980. Na moda, tudo era muito colorido e extravagante, as mulheres usavam muito colorido, sombras fortes e batom com cores vivas, sempre na linha exótica e chamativa. Os acessórios não poderiam ficar de fora da moda futurista, o acrílico e o plástico entraram em alta, nas mais variadas cores, geralmente cintilantes. Por terem um aspecto do futuro e um baixo custo, pulseiras, brincos e colares deste material foram a grande sensação. Os cortes de cabelos eram seguindo a tendência dos cabelos dos artistas da new wave. A androgenia e o movimento new romantic foram muito populares nos anos 80 e teve forte influência da new wave.[36][37]

A new wave inspirou a onda da geração saúde e da febre da ginástica aeróbica nos anos 80. Contrariando a moda dos anos 60 e 70, onde em um vestuário da moda prevalecia roupas largas, artesanais e de inspiração indiana, nos anos 80 o uso de roupas de ginástica (lycra, sapatilha, polaina) no cotidiano, combinadas com roupas excêntricas e exageradas, com cores cítricas, estampas de animais e sobretudo muito alegres foi sem dúvida o grande marco na moda da época. A febre da malhação e ginástica veio acompanhada das inúmeras academias que se estendiam cada vez mais pelos centros urbanos. Entre os jovens, era comum irem a academias para aulas de dança com músicas ritmadas e eletrônicas, a moda das academias fez com que o tênis, o moletom e a lycra, não fossem mais peças exclusivamente esportivas, sendo popularizadas para ocasiões cotidianas, ganhando tons modernos e urbanos. O tênis ganhou milhares de looks alternativos, nas mais variadas formas e cores. Sendo assim, o calçado que se tornou febre da moda era o all-star, pelo seu estilo simples e confortável, mas com as mais variadas cores e estampas, considerado um tênis inovador, foi (e ainda é) um dos calçados mais famosos usado pelos jovens.[38]

O cinema acompanhou a new wave, definindo a ruptura com o antigo cinema clássico dos tempos de ouro de Hollywood que predominou até a década de 1970. Houve grande popularidade de filmes para jovens e adolescentes, que incluíam aventura, romance e comédia, todos com trilha sonora da new wave e ritmos eletrônicos agitados que acabou sendo eternizado como uma marca dos anos 80. Filmes de outros gêneros como cinema de ação, marcados por exércitos de um homem só e policiais se popularizaram nessa década, nesses filmes, além do exagero de explosões, tiroteios, perseguições de carros, havia muito da moda new wave nos personagens acompanhando a trilha sonora deste gênero, filmes de diversos outros gêneros tiveram alguma influência da new wave e acabaram por compor a trilha sonora da grande maioria dos filmes desta década e assim foi até o início dos anos 90.[39][40]

No Brasil

Embora a palavra "new wave" não tenha sido tão difundida no Brasil, o estilo, a televisão, a moda e a música da década de 1980 seguiram a tendência mundial de mudança, e a new wave brasileira musicalmente foi apelidado por alguns de "rock Brasil", embora não seja tão correto, já que a new wave naquela década já era baseada em instrumentos eletrônicos que incluíam sintetizadores e baterias eletrônicas em bandas da Europa e Estados Unidos. Surgiram então dezenas de bandas que difundiram um estilo diferente no país, como Legião Urbana, Os Paralamas do Sucesso, Metrô, Blitz, Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Gang 90 e as Absurdettes, Titãs, Lobão e Os Ronaldos, Rádio Táxi, Barão Vermelho, Ritchie, Leo Jaime, RPM, Ira!, Camisa de Vênus, entre outros mais orientados a um rock clássico com influências regionais do que a new wave inglesa ou americana em si. A moda brasileira foi predominantemente new wave durante toda a década de 80 até início da década de 90, a moda incluía todo o aspecto futurista, colorido e extravagante já descrito, principalmente entre as mulheres. Na televisão a influencia new wave foi muito forte, os programas de televisão eram bem característicos, inclusive os programas infantis. Mas nas novelas a influência foi maior, o estilo new wave foi impactante e decisivo para definir a moda no país nesse período, além de grande parte das trilhas sonoras serem new wave.[36][38][41][42]

Anos 90: A decadência

Em 1990 a new wave ainda era popular e fazia grande sucesso, o estilo extravagante e colorido ainda estava na cabeça da mídia, principalmente entre os jovens, muitas bandas como INXS, A-ha, Tears For Fears, The Pretenders, The Human League, Depeche Mode, Erasure, entre muitas outras, continuaram os anos 90 fazendo sucesso com álbuns de new wave e synth-pop. Seu reinado durou até 1991 quando a explosão do som de Seattle (posteriormente conhecido como grunge) passou a dominar as paradas de sucesso, isso se potencializou com o lançamento do disco Nevermind do Nirvana. Dessa vez os sintetizadores deixaram de ter destaque, e aquele aspecto futurista, colorido e sintetizado das bandas se converte em um estilo simples, despojado e voltado a um rock mais puro. A partir daí, grandes bandas de rock, heavy metal, grunge, rock alternativo, indie rock, entre outras, passaram a dominar o gosto e o estilo do começo da década de 90, outros gêneros como rap, hip-hop, R&B e uma nova vertente do pop também encontraram seu espaço e se popularizaram. As antigas bandas new wave e estilos semelhantes como o glam metal e o synth-pop sucumbiram, entraram em decadência e quase desapareceram das paradas de sucesso, algumas tentaram se adaptar aos novos tempos, lançando álbuns com um rock mais puro, mas não obtendo muito sucesso. Nesse período, bandas retrô-futuristas como o Stereolab e Saint Etienne, de forma inusitada, misturaram a new wave com o pop kitschy dos anos 60.[43] No rescaldo do grunge, as revistas especializadas da Inglaterra criaram uma campanha para promover a "new wave of new wave". Essa campanha era puxada por bandas como Elastica e Smash, mas logo ela foi ofuscada pelo britpop.[14] Outras movimentações ocorreram nos anos 90, como as bandas No Doubt, Six Finger Satellite, e Brainiac.[44][45] Durante aquela década, a batida forte e sintetizada dos movimentos ingleses e europeus da new wave influenciaram várias encarnações da eurodance e da trance music.[24][34] O sucesso de Nevermind, álbum do Nirvana lançado em 1991, surpreendeu a indústria da música. Nevermind não só popularizou o grunge, mas também estabeleceu "a viabilidade comercial e cultural do rock alternativo em geral". Michael Azerrad afirmou que: "Nevermind simbolizou uma mudança radical no rock" em que o glam metal, o synth-pop e a new wave dominavam o rock e as rádios naquela época. A moda rapidamente se adaptou ao novo estilo, o grunge e o rock alternativo representaram uma ruptura total da new wave de forma muito abrupta.

Mas a new wave e certos estilos oitentistas pouco conhecidos como o dream pop ainda resistiam, algumas bandas lançavam sucessos mundiais como "Friday I'm in Love" do The Cure, lançada em 1992, o videoclipe trazia toda a estética alegre apresentada na new wave; "Ordinary World" de Duran Duran e "Dark Is The Night For All" do A-Ha em 1993. Em 1994 a banda Erasure lança o sucesso "Always". Em 1995, The Human League lança o álbum Octopus, trazendo músicas um pouco mais relevantes nas paradas de sucessos, como "One Man in My Heart" e "Tell Me When", o sucesso de Octopus rendeu uma turnê da banda na Inglaterra e nos Estados Unidos, momento em que o grunge, gênero e movimento musical que praticamente sepultou a new wave, já se encontrava em decadência total após a morte de Kurt Cobain em 1994, mas a new wave já não era mais forte o suficiente para recuperar o mainstream, no restante da década de 90 não houve praticamente mais sucessos da new wave e do synth-pop nas paradas de sucesso mundiais.[36][46][47]

New wave revival

Franz Ferdinand tocando em 2006.
Gwen Stefani e sua banda No Doubt.
Banda canadense Austra, surgida em 2009, é uma importante banda new wave e dark wave do século XXI.
Lauren Mayberry e sua banda Chvrches, um dos grandes nomes da new wave na década de 2010.

Anos 2000

Durante os anos 2000, diversas bandas surgiram com influencias da new wave e do pós-punk (o que posteriormente veio a ficar conhecido como pós-punk revival). Entre as bandas havia The Strokes, Interpol, Franz Ferdinand, Placebo, The Epoxies, The Birthday Massacre, Bloc Party, The Network e The Killers. Essas bandas eram às vezes apelidadas de "new new wave" ou new wave revival. A new wave continuou a influenciar artistas no final da década de 2000, como Gwen Stefani, Kaiser Chiefs[48], The Sounds, The Ting Tings, Shiny Toy Guns,[49] Santigold, Hockey[50] e Ladyhawke. A banda Coldplay, surgida em 1998, teve grande popularidade nos anos 2000, foi fundada com inspiração na banda A-ha. A partir de 2009, diversas bandas independentes afirmaram terem sido influenciadas pela new wave da década de 80, muitas delas se popularizaram por conta da internet e pelo surgimento e popularização de redes sociais como o Myspace e pelo YouTube.[34]

Anos 2010

Na década de 2010 muitas bandas new wave e synthpop surgiram e se popularizaram, sendo ajudados principalmente pelas redes sociais, aplicativos de streaming de música e pelo YouTube, que se tornaram uma nova força definitiva na divulgação de novos talentos de todas as áreas no mundo inteiro, concorrendo com a grande mídia tradicional, algumas se tornaram grandes artistas do meio musical underground. Entre as principais bandas new wave dos anos 2010, estão Austra, Chvrches, entre outras.[51][52][53]

Referências

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  6. name="synthpop subgenre"
  7. a b c Gendron, Bernard (2002). Between Montmartre and the Mudd Club: Popular Music and the Avant-Garde (Chicago and London: University of Chicago Press), pp. 269–270.
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  9. Joynson, Vernon (2001). Up Yours! A Guide to UK Punk, New Wave & Early Post Punk. Wolverhampton: Borderline Publications. 12 páginas. ISBN 1-899855-13-0. For a while in 1976 and 1977 the terms punk and new wave were largely interchangeable. By 1978, things were beginning to change, although the dividing line between punk and new wave was never very clear. 
  10. http://asdfg-menezes.org/timemachine1979.html
  11. Joynson, Vernon (2001). Up Yours! A Guide to UK Punk, New Wave & Early Post Punk. Wolverhampton: Borderline Publications. 11 páginas. ISBN 1-899855-13-0 
  12. Adams, Bobby. "Nick Lowe: A Candid Interview", Bomp magazine, January 1979, reproduced at [1]. Accessed January 21, 2007.
  13. Album Review Look Sharp
  14. a b c d Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome EncyclopediaofContemporaryBritishCulture
  15. Clinton Heylin, Babylon's Burning (Conongate, 2007), p. 17.
  16. Savage, Jon. (1991) England's Dreaming, Faber & Faber
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  23. a b Genre Punk/New Wave Allmusic
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  52. http://audiofuzz.com/hear/chvrches-poppy-new-wave-track-leave-a-trace/
  53. https://cademeuwhiskey.wordpress.com/2013/06/28/na-batida-do-sintetizador-5-bandas-new-wave-dos-80s/

Ver também