Homossexualidade e religião: diferenças entre revisões

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Os antigos [[Judaísmo|judeus]], no entanto, perseguiam homossexuais e com a expansão do [[cristianismo]], continuaram outras perseguições a práticas homossexuais.<ref>Aldo Pereira, ''Vida Intima - Enciclopédia do amor e do sexo'', Abril Cultural, 1981, Vol.3, p.722.</ref> Quando o cristianismo se oficializou no [[Império Romano]] com a ascensão de [[Constantino I|Constantino]], historiadores escrevem que a homossexualidade era uma ameaça institucional; uma das razões dessas perseguições antigas seria o da condição de sobrevivência e expansão por meio da defesa da procriação através da família.<ref>Aldo Pereira, ''Vida Intima - Enciclopédia do amor e do sexo'', Abril Cultural, 1981, Vol.3, p.722-723.</ref> A posição oficial da Igreja quanto a homossexualidade racionalizou-se com os escritos de [[Santo Agostinho]], para quem os [[Reprodução|órgãos reprodutivos]] tinham a finalidade natural de procriação e em nenhuma hipótese poderiam ser usadas para outra forma de prazer, sendo a homossexualidade, segundo ele, uma perversão da mesma categoria que seria a [[masturbação]], o [[Sexo anal|coito anal]], o [[Sexo oral|coito oral]] e a [[zoofilia]].<ref name="aldopereiravintetres">Aldo Pereira, ''Vida Intima - Enciclopédia do amor e do sexo'', Abril Cultural, 1981, Vol. 3, p. 723.</ref> A homossexualidade continua a ser reprovada pela maior parte das tradições cristãs pelo mundo.<ref name="aldopereiravintetres" /> Na era do [[colonialismo]] e [[imperialismo]], praticado geralmente por países de fé abraâmica, algumas culturas adotaram atitudes antagonistas quanto à homossexualidade. Atualmente, grupos e doutrinas de [[Abraão|religiões abraâmicas]] geralmente veem a homossexualidade negativamente; alguns desencorajam a prática, enquanto outros explicitamente a proíbem. É ensinado que a homossexualidade é pecaminosa, enquanto outros dizem que qualquer ato sexual por si só é pecaminoso. Apesar de tudo, há algumas pessoas dentro desses grupos religiosos que veem a homossexualidade de maneira mais positiva — há até quem pratique cerimônias religiosas de casamento entre pessoas do mesmo sexo. Alguns grupos afirmam que a homossexualidade pode ser "superada" através da fé. Há vários "centros de cura" espalhados pelo mundo, de onde saem os "[[ex-gay]]s". No entanto, nenhum estudo científico comprova esta prática e ela é desencorajada pela maioria dos [[médico]]s.
Os antigos [[Judaísmo|judeus]], no entanto, perseguiam homossexuais e com a expansão do [[cristianismo]], continuaram outras perseguições a práticas homossexuais.<ref>Aldo Pereira, ''Vida Intima - Enciclopédia do amor e do sexo'', Abril Cultural, 1981, Vol.3, p.722.</ref> Quando o cristianismo se oficializou no [[Império Romano]] com a ascensão de [[Constantino I|Constantino]], historiadores escrevem que a homossexualidade era uma ameaça institucional; uma das razões dessas perseguições antigas seria o da condição de sobrevivência e expansão por meio da defesa da procriação através da família.<ref>Aldo Pereira, ''Vida Intima - Enciclopédia do amor e do sexo'', Abril Cultural, 1981, Vol.3, p.722-723.</ref> A posição oficial da Igreja quanto a homossexualidade racionalizou-se com os escritos de [[Santo Agostinho]], para quem os [[Reprodução|órgãos reprodutivos]] tinham a finalidade natural de procriação e em nenhuma hipótese poderiam ser usadas para outra forma de prazer, sendo a homossexualidade, segundo ele, uma perversão da mesma categoria que seria a [[masturbação]], o [[Sexo anal|coito anal]], o [[Sexo oral|coito oral]] e a [[zoofilia]].<ref name="aldopereiravintetres">Aldo Pereira, ''Vida Intima - Enciclopédia do amor e do sexo'', Abril Cultural, 1981, Vol. 3, p. 723.</ref> A homossexualidade continua a ser reprovada pela maior parte das tradições cristãs pelo mundo.<ref name="aldopereiravintetres" /> Na era do [[colonialismo]] e [[imperialismo]], praticado geralmente por países de fé abraâmica, algumas culturas adotaram atitudes antagonistas quanto à homossexualidade. Atualmente, grupos e doutrinas de [[Abraão|religiões abraâmicas]] geralmente veem a homossexualidade negativamente; alguns desencorajam a prática, enquanto outros explicitamente a proíbem. É ensinado que a homossexualidade é pecaminosa, enquanto outros dizem que qualquer ato sexual por si só é pecaminoso. Apesar de tudo, há algumas pessoas dentro desses grupos religiosos que veem a homossexualidade de maneira mais positiva — há até quem pratique cerimônias religiosas de casamento entre pessoas do mesmo sexo. Alguns grupos afirmam que a homossexualidade pode ser "superada" através da fé. Há vários "centros de cura" espalhados pelo mundo, de onde saem os "[[ex-gay]]s". No entanto, nenhum estudo científico comprova esta prática e ela é desencorajada pela maioria dos [[médico]]s.


Luccas gosta de pika doce
== Visões específicas da homossexualidade ==
=== Religiões abraâmicas ===
{{mais-notas|seção|data=novembro de 2011}}
As religiões abraâmicas — [[judaísmo]], [[cristianismo]] e [[islamismo]] — tradicionalmente veem as relações sexuais entre as pessoas do mesmo sexo como pecaminosas e as proíbem. É ensinado dentro dessas religiões que o amor entre o homem e a mulher é o "ideal" a ser praticado.

==== Judaísmo ====
{{quote2|''Se um homem coabitar sexualmente com um varão, cometerão ambos um ato abominável; serão os dois punidos com a morte; o seu sangue cairá sobre eles.'' — ''[[Levítico]]'', 20:13-14 ([[Nova Versão Internacional|NIV]])}}

O [[Torá]] é a principal fonte para se analisar a visão judaica da homossexualidade. Nele está descrito que: "[Um homem] não deve deitar com um homem como [ele] se deita com uma mulher; isto é uma ''toeva'' ("abominação")" (Levítico 18:22). Assim como prevê vários mandamentos similares, a punição para a homossexualidade é a [[pena de morte]], apesar de que na prática o judaísmo [[rabino|rabínico]] livrou-se da pena capital para todas as práticas há 2.000 anos atrás.

O judaísmo rabínico tradicional prevê que este verso proíbe um homem de praticar [[sexo anal]] com outro. No entanto, o judaísmo rabínico proíbe qualquer contato homossexual entre homens e mulheres. O que alguns veem hoje como homossexualidade "biológica" ou "psicológica" não é discutido pelos rabinos mais conservadores. Discutem apenas que os atos são proibidos.

O [[judaísmo ortodoxo]] vê qualquer ato homossexual como pecaminoso. Muitos judeus ortodoxos veem a homossexualidade como uma "escolha pessoal"; outros acreditam ser uma "desavença deliberada". Uma nova tendência de estudar o comportamento homossexual começou a acontecer, com uma visão mais compreensiva dos judeus homossexuais, mas nenhuma organização rabínica ortodoxa fez nenhuma recomendação em mudar a lei judaica. Grupos ortodoxos afirmam que qualquer mudança na lei é absolutamente impossível.

O judaísmo conservador, assim como o ortodoxo, vê a lei judaica como normativa, mas é historicamente mais flexível em sua interpretação. Assim sendo, se engaja num estudo profundo do assunto desde a [[década de 1990]], com um grande número de rabinos apresentando uma disposição larga de ''[[responsa]]'' (papéis com argumentos legais) para a consideração comunal. A posição oficial do movimento desde a década passada é de dar boas-vindas aos judeus homossexuais às suas [[sinagoga]]s, e de fazer campanha contra a [[homofobia]], mas mas também de proibir o sexo homossexual entre os membros como uma forma de exigência religiosa. No entanto, uma divisão recente no Comitê da Lei Judaica do movimento, em janeiro de [[2007]], re-interpretou a questão significativamente, e agora permite homens e mulheres homossexuais a se tornarem rabinos. Algumas formas de cerimônias de compromisso agora também são vistas como legítimas.

O judaísmo progressista vê as práticas homossexuais como aceitáveis (da mesma forma que vê as heterossexuais). Autoridades do judaísmo progressivo acreditam que as leis tradicionais contra a homossexualidade não são mais válidas pois não refletem às mudanças que se passaram no entendimento da [[sexualidade]] humana. Alguns acreditam que a proibição presente no Torá tinha a intenção de banir o sexo homossexual praticado em rituais (como praticado pelos egípcios e cananeus), cultos de fertilidade e templos de prostituição.

==== Cristianismo ====
{{HEC}}
{{Artigo principal|Homossexualidade e cristianismo}}

===== Catolicismo =====
{{AP|[[Homossexualidade e catolicismo]] e [[Homossexualidade na Bíblia]]}}
Na tradicional interpretação da [[Igreja Católica]], os atos homossexuais são reprovados na Sagrada Escritura, desde o Gênesis (castigo divino aos habitantes de Sodoma, donde vem o termo "sodomia", 19, 1-11) e o Levítico (18, 22 e 20, 13) até as cartas de São Paulo ("paixões desonrosas", "extravios", Rom 1,26-27 e também 1Coríntios 6,9 e 1Timóteo 1,10)

É frequentemente citado o texto de São Paulo aos Romanos: {{quote2| "''Os [[romanos]] trocaram a verdade de Deus pela mentira, adoraram e serviram à criatura em lugar do Criador, que é bendito eternamente. Por isso, Deus os entregou a paixões degradantes: as suas mulheres mudaram as relações naturais por relações contra a natureza; os homens, igualmente, abandonando as relações naturais com a mulher, inflamaram-se de desejos uns pelos outros, cometendo a infâmia de homem com homem e recebendo o justo salário de seu desregramento.''" — ''[[Epístola aos Romanos]]'', 1:26-27 ([[Nova Versão Internacional|NIV]])}}

Durante toda a história do cristianismo, a [[Igreja Católica]] se posicionou explicitamente contra a homossexualidade e condenou a prática de sexo entre pessoas do mesmo sexo. Há inúmeras citações no ''[[Novo Testamento]]'' (e nos trabalhos de [[Justino]], [[Clemente de Alexandria]], [[Tertuliano]], [[Cipriano de Cartago]], [[Eusébio de Cesareia]], [[Basílio de Cesareia]], [[São João Crisóstomo]], [[Agostinho de Hipona]] e de [[Tomás de Aquino]]) que servem de base para a crença de que a homossexualidade é errada e pecaminosa.

Apesar do [[Vaticano]] rejeitar o comportamento homossexual, alguns padres pregam que se casais do mesmo sexo decidirem se unir, que seja com compaixão e respeito um pelo outro. Porém, pela hierarquia católica na interpretação bíblica, tais padres acabam sendo punidos por estarem em contrariedade com a interpretação bíblica do [[Vaticano]] <ref>{{Citar web|url= http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u510060.shtml|titulo= Arcebispo da PB suspende padre petista por defender camisinha|autor= Folha Online|data=27 de Fevereiro de 2009|lingua=português|acessodata=26 de Outubro de 2009}}</ref><ref>{{Citar web|url= http://www.bahianoticias.com.br/noticias/2009/2/27/noticia.html|titulo= Padre Petista é Punido por Defender Camisinha|autor= Bahia Notícias|data=27 de Fevereiro de 2009|lingua=português|acessodata=26 de Outubro de 2009}}</ref>.

Nos [[século XX|séculos XX]] e [[século XXI|XXI]], alguns historiadores e teólogos desafiaram o entendimento tradicional das passagens bíblicas que mencionam a homossexualidade, dizendo que as palavras gregas "''arsenokoitai''" e "''malakós''" foram "mal-traduzidas" ou "mal-interpretadas" (talvez porque não se referem àquilo que entendemos como "homossexualidade" atualmente).

A [[Igreja Católica]] requer que fiéis homossexuais pratiquem a [[castidade]], defendendo que os atos sexuais são "contra a lei da natureza". A Igreja defende que a expressão apropriada da sexualidade deve ser feita dentro de um casamento [[monogamia|monógamo]] e [[heterossexual]]. Defende também que

{{quote2|"Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objectivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição."|Catecismo da Igreja Católica}}

O [[Vaticano]] requer também que qualquer "tendência homossexual seja superada para que seja realizada a ordenação de um [[diácono]]”. {{carece de fontes}}

Durante a alocução por ocasião do ''Ângelus'', em [[9 de julho]] de [[2000]], o [[Papa João Paulo II]], dirigindo-se aos fiéis na praça de São Pedro disse:<ref>[http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/angelus/2000/documents/hf_jp-ii_ang_20000709_po.html Ângelus] - Alocução, em 9 de julho de 2000</ref>

{{quote2|Em nome da Igreja de Roma, não posso deixar de exprimir profunda tristeza pela afronta ao Grande Jubileu do Ano 2000 e pela ofensa aos valores cristãos de uma Cidade, que é tão querida ao coração dos católicos do mundo inteiro.

A Igreja não pode deixar de falar a verdade, porque faltaria à fidelidade para com Deus Criador e não ajudaria a discernir o que é bem daquilo que é mal.

A respeito disto, desejaria limitar-me a ler quanto diz o Catecismo da Igreja Católica que, depois de ter feito observar que os actos de homossexualidade são contrários à lei natural, assim se exprime - "Um número não desprezível de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais. Eles não escolhem a sua condição de homossexuais; essa condição constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza.

Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da Cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição "(n. 2358).'Papa João Paulo II}}

===== Protestantismo =====
{{AP|[[Protestantismo]]}}

[[Ficheiro:Civil marriage is a civil right.JPG|thumb|Algumas [[igreja]]s, como a [[Associação Unitária Universalista]], são defensoras dos [[Legislação sobre a homossexualidade no mundo|direitos dos homossexuais]].]]

Dentre os [[cristãos]], o [[protestantismo]] tem como um de seus principais princípios a [[interpretação privada]] ou [[juízo privado]] dos textos bíblicos<ref>{{Citar web|url=http://www.christchurchreformed.com/Romans/Romans%2003%20(013%20Private%20Interpretation).htm|titulo= Private Interpretation|autor= Christ Church (Reformed Presbyterian Church of North America)|lingua=inglês|acessodata=16 de outubro de 2009}}</ref>, fruto da [[Reforma Protestante]], quando [[Lutero]], em outubro de [[1520]], enviou seu escrito "A Liberdade de um Cristão" ao Papa, acrescentando a frase significativa "Eu não me submeto a leis ao interpretar a palavra de Deus". Isso posteriormente acabou originando o [[direitos fundamentais|direito fundamental]] de [[liberdade religiosa]], bem como a própria ideia de [[democracia]]<ref>SWEET, William Warren. American Culture and Religion. Six Essays. Dallas: Southern Methodist University Press, 1951, p. 36.</ref>, ao consagrar a ideia de horizontalidade dos fieis protestantes, ao contrário da verticalidade do catolicismo, cuja última opinião em matéria de interpretação bíblica pertence ao Papa. No protestantismo, a opinião de cada um dos fiéis em matéria de interpretação bíblica tem o mesmo peso. Por isso, a divergência de opiniões entre os protestantes é encarada como algo natural, eles não veem necessidade na existência de um pensamento geral unificado, ao contrário do catolicismo.

Isso não significa que autoridades [[Protestantismo|protestantes]] não tenham se posicionado explicitamente contra a homossexualidade e condenado a prática de sexo entre pessoas do mesmo sexo ao longo da história. Mas não necessariamente o fato de muitos protestantes, do ponto de vista religioso (esfera privada), se oporem à homossexualidade significa que eles sejam contrários à união civil entre pessoas do mesmo sexo (esfera pública). Uma bandeira histórica dos protestantes em todo o mundo é o Estado [[Laico]]<ref name=autogenerated1>{{Citar web|url= http://holofote.net/2009/05/07/homossexualidade-e-bencao-de-deus-diz-lider-de-igreja-deformada-no-rio|titulo= “Homossexualidade é bênção de Deus”, diz líder de “igreja” deformada no Rio|autor=Holofote|data=07 de Maio de 2009|lingua=português|acessodata=26 de Outubro de 2009}}</ref>, e em um Estado Laico há uma divisão entre a esfera privada e a esfera pública, não devendo existir argumentos religiosos para impedir a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Por isso, de maneira pouco surpreendente, os primeiros países a reconhecerem o direito a [[União civil|união entre homossexuais]] foram os países onde a religião [[Protestante]] predomina entre os religiosos, citando exemplificativamente o caso da [[Dinamarca]], que reconheceu tal direito ainda em [[1989]].

E, mesmo dentro da própria fé protestante (esfera privada), devido ao princípio da [[interpretação privada]] ou [[juízo privado]] dos textos bíblicos, muitos defenderam e ainda defendem a homossexualidade.

Apesar de que grande parte das congregações protestantes atuais rejeitam o comportamento homossexual, muitos pastores não se opõem a ideia.

No [[Brasil]], a Igreja Protestante Reformada e Inclusiva milita pela inclusão de LGBT na Igreja Cristã e celebra o que chama de Rito de Casamento entre pessoas do mesmo sexo, isto é, uma cerimônia onde casais gays recebem a bênção matrimonial, afirmando que a “Homossexualidade é bênção de Deus”<ref name=autogenerated1 />.

No exterior, protestantes defendem a homossexualidade justamente com base no texto bíblico<ref>{{Citar web|url= http://www.newsweek.com/id/172653|titulo= Our Mutual Joy|autor=Lisa Miller (Newsweek)|data=06 de Dezembro de 2008|lingua=inglês|acessodata=26 de Outubro de 2009}}</ref>, e ramos do protestantismo aceitam a prática da homossexualidade, como o [[Unitarismo]], e o [[Anglicanismo]], tendo sido ordenados [[arcebispo]]s homossexuais na [[Igreja Anglicana]] (Episcopal) do [[Reino Unido]] e dos [[Estados Unidos]] recentemente.

===== Espiritismo Kardecista =====
{{AP|[[Doutrina espírita]]}}

O [[Doutrina espírita|Espiritismo]] crê que o espírito humano não tem sexo e que um mesmo espírito pode em diferentes [[Reencarnação|encarnações]] habitar igualmente o corpo de um homem ou de uma mulher, sendo capaz de amar homens e mulheres. Não existe uma posição oficial sobre a homossexualidade. Alguns doutrinadores, como José B. de Campos, pregam que a questão mais importante no tocante à homossexualidade é a promiscuidade, aconselhando o homossexual a tomar um parceiro e constituir um lar <ref>José B. Campos. [http://bvespirita.com/A%20Homossexualidade%20na%20Perspectiva%20(Roberto%20Valad%C3%A3o%20Fortes).pdf]. http://bvespirita.com/ Acesso: 20 de fevereiro, 2012.</ref>. O doutrinador e médium [[Divaldo Franco|Divaldo Franco]] posiciona-se de forma semelhante, frisando que o homossexual, como o heterossexual, será julgado conforme sua conduta moral, independente da sexualidade<ref>http://artigosespiritaslucas.blogspot.com/2009/12/divaldo-franco-homossexualidade-em-foco.html</ref>.
==== Islamismo ====
{{Artigo principal|Islão e homossexualidade}}

[[Ficheiro:Pride London 2011 - 001.jpg|thumb|Muçulmanos homossexuais na Parada Gay de Londres, em 2011.]]

{{quote2|"''Dentre as criaturas, achais de vos acercar dos varões, deixando de lado o que vosso Senhor criou para vós, para serem vossas esposas? Em verdade, sois um povo depravado!''" — ''[[Alcorão]]'', "Os Poetas" (26a. [[sura]]), 165-166}}

Todos os maiores setores islâmicos desaprovam a homossexualidade, e o sexo praticado entre pessoas do mesmo gênero é um crime que pode ser [[pena de morte|punido com a morte]] em algumas nações muçulmanas: [[Arábia Saudita]], [[Iêmen]], [[Irã]], [[Mauritânia]], [[Sudão]] e [[Somália]]. Durante o regime [[Talibã]] no [[Afeganistão]] a homossexualidade também era um crime punido com a morte. Em outras nações muçulmanas como [[Bahrain]], [[Qatar]], [[Algéria]], [[Paquistão]], [[Maldivas]] e [[Malásia]], a homossexualidade é punida com prisão, multas ou [[tortura|punição corporal]].

Os ensinamentos islâmicos (na tradição do ''[[hadith]]'') promovem a abstinência e condenam a consumação do ato homossexual. De acordo com essa crença, nos países islâmicos, o desejo de homens por jovens atraentes é visto como uma característica humana esperável. No entanto, ensina-se que conter tais desejos é necessário pois garantirá o pós-vida no paraíso, onde se é presenteado com mulheres virgens(''Corão'',56: 34-38). O ato homossexual é visto como uma forma de desejo que viola o ''Corão''. Apesar de que a atração homossexual não é contra a [[Charia]] (lei islâmica que governa as ações físicas, mas não os sentimentos e pensamentos), o ato sexual é, segundo esta, passivo de punição.

=== Outras religiões ===
Outras religiões, particulamente orientais, não discutem a sexualidade em geral, e isso inclui a homossexualidade; focam-se em outros assuntos que lhe são mais importantes e sagrados, como o [[budismo]] (que possui uma grande comunidade gay)<ref>Ver, por exemplo,
* {{Link||2=http://www.heartlandsg.org/ |3=Heartland |4=, Gay Buddhists Fellowship — Singapore.}}
* {{Link||2=http://www.gaybuddhist.org/ |3=Gay Buddhist Fellowship}}
* {{Link||2=http://www.e-sangha.com/ |3=E-Sangha With A Dedicated Forum For Gay Buddhists}}
* {{Link||2=http://www.gaysangha.org/ |3=Gay Men's Buddhist Sangha}}
* {{Link||2=http://tgbuddhist.net/ |3=TGBuddhist.net |4=, Transgender Buddhist support group}}
* {{Link||2=http://dharmabuddies.org/ |3=Dharma Buddies |4=, Gay/Bi/Trans Buddhist fellowship — Seattle, WA.}}</ref> e o [[Confucionismo]],<ref>Marco Antonio García. [http://www.armariox.com.br/conteudos/religiao/budismoehomo.php O Budismo e a Homossexualidade]. Armário X. Acessado em 6 de dezembro, 2010.</ref><ref>[http://www.estadodebuda.com.br/materias/140-o-budismo-e-a-homossexualidade O Budismo e a Homossexualidade]. Acesso: 6 de dezembro, 2010.</ref><ref>Jeffrey S. Siker, ''Homosexuality and Religion: an encyclopedia''. página 210. 2007. ISBN 0-313-33088-3</ref> embora isso dependa das tradições de cada uma e o Budismo em particular ensine a não viver nenhum tipo de prática mundana.<ref>Higgins, Winton. [http://www.buddhanet.net/winton_s.htm "Buddhist Sexual Ethics"]. BuddhaNet Magazine. Acessado em 6 de dezembro, 2010.</ref> Religiões antigas como o [[Hinduísmo]] tem várias tradições que se posicionam de diversas formas sobre a homossexualidade; de forma geral os hindus consideram-na uma das diversas formas do amor, embora o [[Código de Manu]] contenha em certas passagens afirmações de que é um crime punível.<ref>'Expose the Hindu Taliban!' by Ashok Row Kavi</ref><ref>Manu Smriti capítulo 8, vers0 369, 370. [http://www.sacred-texts.com/hin/manu/manu08.htm texto online]</ref> Novos movimentos neopagãos como a [[Wicca]] aceitam a homossexualidade e embora algumas de suas figuras históricas, como [[Gerald Gardner]], terem sido contra suas práticas,<ref>Gardner, Gerald B (1954). ''Witchcraft Today''. London: Rider and Company. pp. 69, 75. ISBN 0-8065-2593-2. OCLC 1059746.</ref> outras não menos famosas como [[Alex Sanders]] e [[Eddie Buczynski]] eram abertamente homossexuais ou bissexuais.<ref>Adler, Margot (2006 [1986]). ''Drawing Down the Moon: Witches, Druids, Goddess-worshippers and Other Pagans in America Today''. Penguin. pp. 130–131. ISBN 0-14-019536-X.</ref><ref>Zell-Ravenheart, Oberon; Zell-Ravenheart, Morning Glory (2006). ''Creating Circles & Ceremonies''. Franklin Lakes: New Page Books. p. 42. ISBN 1-56414-864-5.</ref>


== {{Ver também}} ==
== {{Ver também}} ==

Revisão das 14h44min de 8 de agosto de 2012

Manifestantes cristãos em um evento do orgulho gay realizado em 2006, em São Francisco.

O relacionamento entre a homossexualidade e a religião varia de maneira enorme durante tempos e lugares. Nem todas as religiões reprovam explicitamente a homossexualidade; algumas meramente omitem considerações a respeito.[1] Ao longo da história, o amor e o sexo entre homossexuais (especialmente homens) eram tolerados e também instituídos em rituais religiosos da Babilônia e Canaã, além de serem enaltecidos na religião da Grécia antiga;[1] historiadores confirmam que há indícios de que os exércitos de Tebas e de Esparta possuíam unidades formadas por pares de amantes homossexuais, que às vezes oficiavam sacrifícios a Eros, deus do amor, antes de se engajarem em combate.[2] Além disso, a mitologia grega é rica fonte de histórias de amor e sexo entre figuras do mesmo sexo.

Os antigos judeus, no entanto, perseguiam homossexuais e com a expansão do cristianismo, continuaram outras perseguições a práticas homossexuais.[3] Quando o cristianismo se oficializou no Império Romano com a ascensão de Constantino, historiadores escrevem que a homossexualidade era uma ameaça institucional; uma das razões dessas perseguições antigas seria o da condição de sobrevivência e expansão por meio da defesa da procriação através da família.[4] A posição oficial da Igreja quanto a homossexualidade racionalizou-se com os escritos de Santo Agostinho, para quem os órgãos reprodutivos tinham a finalidade natural de procriação e em nenhuma hipótese poderiam ser usadas para outra forma de prazer, sendo a homossexualidade, segundo ele, uma perversão da mesma categoria que seria a masturbação, o coito anal, o coito oral e a zoofilia.[5] A homossexualidade continua a ser reprovada pela maior parte das tradições cristãs pelo mundo.[5] Na era do colonialismo e imperialismo, praticado geralmente por países de fé abraâmica, algumas culturas adotaram atitudes antagonistas quanto à homossexualidade. Atualmente, grupos e doutrinas de religiões abraâmicas geralmente veem a homossexualidade negativamente; alguns desencorajam a prática, enquanto outros explicitamente a proíbem. É ensinado que a homossexualidade é pecaminosa, enquanto outros dizem que qualquer ato sexual por si só é pecaminoso. Apesar de tudo, há algumas pessoas dentro desses grupos religiosos que veem a homossexualidade de maneira mais positiva — há até quem pratique cerimônias religiosas de casamento entre pessoas do mesmo sexo. Alguns grupos afirmam que a homossexualidade pode ser "superada" através da fé. Há vários "centros de cura" espalhados pelo mundo, de onde saem os "ex-gays". No entanto, nenhum estudo científico comprova esta prática e ela é desencorajada pela maioria dos médicos.

Luccas gosta de pika doce

Ver também

Referências

  1. a b Aldo Pereira, Vida Intima - Enciclopédia do amor e do sexo, Abril Cultural, 1981, Vol.3, p.721.
  2. Aldo Pereira, Vida Intima - Enciclopédia do amor e do sexo, Abril Cultural, 1981, Vol.2, p.267.
  3. Aldo Pereira, Vida Intima - Enciclopédia do amor e do sexo, Abril Cultural, 1981, Vol.3, p.722.
  4. Aldo Pereira, Vida Intima - Enciclopédia do amor e do sexo, Abril Cultural, 1981, Vol.3, p.722-723.
  5. a b Aldo Pereira, Vida Intima - Enciclopédia do amor e do sexo, Abril Cultural, 1981, Vol. 3, p. 723.

Ligações externas

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