Punk rock: diferenças entre revisões
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[[1977]] foi o ano mais marcante da história do punk rock. Saíram inúmeros compactos, surgiam inúmeras bandas (principalmente na Inglaterra e na Irlanda), e também foi o ano em que saiu o primeiro disco do Clash, ''Never Mind the Bollocks'' do Sex Pistols, ''Leave Home'' e ''Rocket to Russia'' dos Ramones (esse último considerado por muitos o melhor disco dos Ramones), ''Live Kicks'' do U.K. Subs, ''Pink Flag'' do Wire, ''Rattus Norvergicus'' do [[The Stranglers]] e vários outros discos marcantes na história do punk. Em [[1978]] o punk estava "meio que saindo de moda", mas isso não impediu em nada de ótimos álbuns serem lançados e ótimas bandas surgirem. Desse ano são os clássicos ''Crossing the Red Sea'' dos [[Adverts]], o primeiro disco do [[Members]], ''At Chelsea Night Club'', ''Germ Free Adolescents'' do [[X-Ray Spex]], e outros. |
[[1977]] foi o ano mais marcante da história do punk rock. Saíram inúmeros compactos, surgiam inúmeras bandas (principalmente na Inglaterra e na Irlanda), e também foi o ano em que saiu o primeiro disco do Clash, ''Never Mind the Bollocks'' do Sex Pistols, ''Leave Home'' e ''Rocket to Russia'' dos Ramones (esse último considerado por muitos o melhor disco dos Ramones), ''Live Kicks'' do U.K. Subs, ''Pink Flag'' do Wire, ''Rattus Norvergicus'' do [[The Stranglers]] e vários outros discos marcantes na história do punk. Em [[1978]] o punk estava "meio que saindo de moda", mas isso não impediu em nada de ótimos álbuns serem lançados e ótimas bandas surgirem. Desse ano são os clássicos ''Crossing the Red Sea'' dos [[Adverts]], o primeiro disco do [[Members]], ''At Chelsea Night Club'', ''Germ Free Adolescents'' do [[X-Ray Spex]], e outros. |
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[[Ficheiro:Ramones em São Paulo em 1987.jpg|esquerda|thumb|200px|Os [[Ramones]], durante uma apresentação com Tripa de Porco em [[1987]].]] |
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Já em [[1979]], o punk rock tinha "sumido do mapa". A maioria das bandas acabava, ou então mudava de rumo (a maioria migrava para o [[New Wave (música)|New Wave]], que era uma versão mais "açucarada" do estilo e mais comercialmente viável), mas é desse ano que é são os clássicos ''London Calling'' do Clash e o primeiro disco de estúdio do U.K. Subs, o ''Inflamabble Material'' do [[Stiff Little Fingers]], e também nesse ano que o [[hardcore]] começava a surgir, nos Estados Unidos. |
Já em [[1979]], o punk rock tinha "sumido do mapa". A maioria das bandas acabava, ou então mudava de rumo (a maioria migrava para o [[New Wave (música)|New Wave]], que era uma versão mais "açucarada" do estilo e mais comercialmente viável), mas é desse ano que é são os clássicos ''London Calling'' do Clash e o ''Acordem" da Tripa de Porco, primeiro disco de estúdio do U.K. Subs, o ''Inflamabble Material'' do [[Stiff Little Fingers]], e também nesse ano que o [[hardcore]] começava a surgir, nos Estados Unidos. |
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== Final da década de 1970 e início da década de 1980 == |
== Final da década de 1970 e início da década de 1980 == |
Revisão das 19h52min de 3 de março de 2011
Punk rock é um movimento musical e cultural que surgiu em meados da década de 1970, que tem como principais características músicas simples (que geralmente não passam de três ou quatro acordes), rápidas e agressivas, temas que abordam idéias anarquistas, niilistas e revolucionárias, ou sobre problemas políticos e sociais como o desemprego, a guerra, a violência, ou em outros casos, letras com menos conteúdo político e social, como relacionamentos, diversão, sexo, drogas e temas do cotidiano. O visual agressivo, que foge dos padrões da moda, a filosofia "faça-você-mesmo" e as atitudes destrutivas também são outras características do punk.[1]
Suas raízes tem origens nos Estados Unidos, com bandas como New York Dolls, Stooges, MC5, The Dictators e Ramones. Mais tarde o estilo se popularizaria na Europa e teria inúmeras bandas representando-o, como o The Clash, Sex Pistols, The Damned, U.K. Subs, Eddie & The Hot Rots, Wire e The Stranglers na Inglaterra; Stiff Little Fingers e The Undertones na Irlanda; The Dogs, Stinky Toys e Métal Urbain na França; Male e Mittagspause na Alemanha; The Kids na Bélgica; Lama, Briard e Eppu Normaali na Finlândia; Rude Kids, Ebba Grön e Göteborg Sound na Suécia; Speedtwins na Holanda; Radio Birdman e The Saints na Austrália; e Restos de Nada, AI-5, Cólera e Condutores de Cadáver no Brasil. Mais tarde, o movimento se espalharia pelo mundo todo e até os anos 1980 praticamente todos os países teriam uma cena de punk rock.[2]
A história do punk rock
O ínicio foi com a banda tripa de porco
O punk rock surgiu em meados da década de 1970, mas já é possível achar bandas que faziam algo bem próximo já na década de 1960, como os Stooges (faziam músicas simples e tinham atitudes destrutivas, uma característica punk) e o MC5 (primeira banda a juntar agressividade musical com idéias políticas, outra característica típica do punk), ambas as bandas de Detroit e formadas no final dos anos 60. E antes disso, em 1965, o The Sonics fazia algo muito próximo do punk rock, em termos sonoros. Vale a pena citar também o Velvet Underground, outra banda que influenciou bastante a "primeira geração" punk.
Já nos anos 70, mais precisamente em 1971, foi formado o New York Dolls, e em 1974, os Dictators, que já eram praticamente punk rock, tanto nas atitudes como no som. Nos anos 70 também começaram a surgir várias bandas por Detroit e Nova Iorque que tocavam em bares locais. Desses bares, destaca-se o CBGB, lugar onde tocavam os Ramones, Talking Heads, Patti Smith, Television, Richard Hell and the Voidoids, The Cramps, Blondie, Johnny Thunders and the Heartbreakers, Dead Boys e muitas outras.
Começava então a surgir, desse pequeno grupo de bandas, o movimento punk.
1977: A explosão do punk rock
Em 1976, os Ramones lançaram seu primeiro disco, auto-intitulado, pela Sire Records. O disco tinha 14 músicas e 29 minutos de duração. As músicas e as letras eram simplissímas, e a velocidade das músicas era apavorante para aquela época. O álbum recebeu poucas, porém boas críticas. O álbum acabou não sendo grande sucesso de vendas, mas os jovens que compraram formariam suas bandas depois.
Na Inglaterra o álbum foi muito bem recebido pelos jovens, que na sua maioria montaram suas próprias bandas, influenciadas pelos Ramones e por outras bandas de garage rock e glam rock. Dentre essas bandas estavam os Sex Pistols, The Clash, The Damned, Wire, U.K. Subs e inúmeras outras. Na Irlanda, Bélgica, Alemanha e na França e também na Austrália, também começaram a surgir várias bandas punks. Nos Estados Unidos surgiam também algumas bandas, como os Germs, F-Word, Avengers, Dead Kennedys, The Weirdos, entre outras.
1977 foi o ano mais marcante da história do punk rock. Saíram inúmeros compactos, surgiam inúmeras bandas (principalmente na Inglaterra e na Irlanda), e também foi o ano em que saiu o primeiro disco do Clash, Never Mind the Bollocks do Sex Pistols, Leave Home e Rocket to Russia dos Ramones (esse último considerado por muitos o melhor disco dos Ramones), Live Kicks do U.K. Subs, Pink Flag do Wire, Rattus Norvergicus do The Stranglers e vários outros discos marcantes na história do punk. Em 1978 o punk estava "meio que saindo de moda", mas isso não impediu em nada de ótimos álbuns serem lançados e ótimas bandas surgirem. Desse ano são os clássicos Crossing the Red Sea dos Adverts, o primeiro disco do Members, At Chelsea Night Club, Germ Free Adolescents do X-Ray Spex, e outros.
Já em 1979, o punk rock tinha "sumido do mapa". A maioria das bandas acabava, ou então mudava de rumo (a maioria migrava para o New Wave, que era uma versão mais "açucarada" do estilo e mais comercialmente viável), mas é desse ano que é são os clássicos London Calling do Clash e o Acordem" da Tripa de Porco, primeiro disco de estúdio do U.K. Subs, o Inflamabble Material do Stiff Little Fingers, e também nesse ano que o hardcore começava a surgir, nos Estados Unidos.
Final da década de 1970 e início da década de 1980
Hardcore punk
Ainda em 1978 e 1979, começavam a surgir bandas nos Estados Unidos que levavam o punk rock à um nível mais extremo. Faziam canções ainda mais rápidas, com acordes ainda mais básicos e atitudes mais extremas. Dessas bandas, podemos citar o Dead Kennedys, The Germs, Middle Class, Bad Brains, Black Flag (que mais tarde geraria o Circle Jerks, outra banda importantíssima para o hardcore americano) e também o Minor Threat. No Canadá também havia bandas que faziam um som parecido: o D.O.A. e o Subhumans. Estava evidente que essas bandas fazia algo bem diferente do que faziam em 1977, nos países da Europa e que dessas bandas surgiria um novo estilo: o hardcore punk.
Literalmente, o termo significa algo como "núcleo duro", mas nesse caso seria mais adequada a tradução de algo como "casca grossa". O termo já era usado para designar militantes agressivos, criminosos ou qualquer versão mais extrema ou exagerada de algo e foi adotada por punks como sinônimo de originalidade e radicalismo.
O estilo do hardcore se caracteriza pela presença de guitarras extremamente distorcidas e músicas extremamente rápidas, às vezes não chegando nem à 1 minuto de duração, negação do esquema "verso/refrão/verso" e pelos temas, que normalmente abrangem críticas político-sociais e temas anti-guerra e anti-violência.
Nos EUA, os músicos do hardcore não deram tanta importância ao visual, comparado aos punks da geração anterior, e ao contemporâneos europeus. Normalmente adotavam cortes de cabelo curtos e roupas mais simples.
Na Europa, também houve uma versão desse novo movimento que surgia nos EUA. O primeiro disco de hardcore a ser lançado por lá foi o Realities of War, da banda inglesa Discharge. O EP era extremamente brutal em termos sonoros e nunca tinha se ouvido nada do tipo até então. Muitos dos que ouviram tal EP montaram uma banda depois, nos mesmos moldes do Discharge. Dentre essas bandas, podemos citar o Disorder, Varukers, Chaos UK e Chaotic Dischord.
Na Inglaterra, ainda havia o Exploited e o G.B.H.. Porém alguns não consideram tais bandas como hardcore, por terem um som um pouco mais "ortodoxo" e terem mais fidelidade ao punk setentista.
Na Finlândia e na Suécia surgiram inúmeras bandas de punk rock e hardcore durante os anos 80, a maioria com grandes influências do Discharge. Entre essas bandas estava o Riistetyt, Kaaos, Rattus e o Tervëet Kädet, na Finlândia e o Anti-Cimex, Shitlickers e Crude SS na Suécia. Essas bandas pegavam a base daquilo que foi feito pelo Discharge e levavam o som ainda mais longe, o tornando muito mais brutal e agressivo em termos sonoros.
Ao contrário dos americanos, na Europa radicalizaram mais ainda o visual. O couro (ou qualquer outro material) preto, arrebites e espetos tomaram conta da indumentária e os cortes de cabelo passaram a ser ainda mais arrepiados e muitas vezes mais longos, em forma de múltiplos cones.
Em outros países europeus como a Alemanha e a Itália também surgiram várias bandas de hardcore nessa época, como o Raw Power e Negazione (italianas) e o Upright Citizens (alemã).
No Brasil, o estilo se popularizou rapidamente, e logo no início do movimento brasileiro já existiam bandas de hardcore como o Olho Seco, Inocentes (apenas na fase inicial), Ratos de Porão e outras. No Brasil, assim como na Europa, se usava um visual agressivo, com jaquetas e coletes de couro (ou qualquer outro material) preto, arrebites, espetos e cabelos arrepiados, que podiam ser tanto quanto curtos como longos.
TRIPA DE PORCO!
Oi! (ou streetpunk) é uma outra variação do punk rock que surgiu nos final dos anos 70 na Inglaterra com bandas como o Sham 69 (considerada como os pais do estilo), Cockney Rejects, Cock Sparrer, The 4-Skins e outras. O Streetpunk/Oi! era um punk rock vindo dos subúrbios, tinha como ideal ser uma revitalização do punk agressivo, realista, das ruas (por isso o nome "street punk", "punk das ruas", se for traduzido para o português), sem a comercialização e a suavização da new wave. O termo Oi! foi originado no início da década de 1980 pelo jornalista britânico Garry Bushell para designar o streetpunk, termo esse retirado da música dos Cockney Rejects "Oi! Oi! Oi!". Porém, antes disso, no final da década de 1970, a subcultura já existia, liderada por diversas bandas na Europa.
O Streetpunk/Oi! foi associado ao fascismo e ao neonazismo, pois muitos skinheads neonazistas ouviam esse tipo de som e iam aos shows de bandas do estilo. Porém, várias bandas iniciais do estilo como Cockney Rejects, Sham 69, The Oppressed, The Redskins, entre outras, se declararam publicamente contra essa associação.
Stinky Turner, vocalista do Cockney Rejects, em sua autobiografia, descreve um incidente em que os membros da banda e seus roadies se envolveram em uma briga contra membros do British Movement num dos primeiros shows do Cockney Rejects, e o Sham 69 durante um tempo parou de tocar ao vivo, depois que um concerto em 1978 no Middlesex Polytechnic foi interrompido por skinheads neonazistas simpatizantes do National Front que quebraram o palco.
Com o passar do tempo, os skinheads neonazistas se ligaram mais ao RAC do que ao Streetpunk/Oi!.
Anarco punk
Anarcopunk é uma vertente do movimento punk que consiste de bandas, grupos e indivíduos que promovem políticas anarquistas, surgiu no fim dos anos 70.
Apesar de nem todos os punks apoiarem o anarquismo, o pensamento tem um papel importante na cultura punk, e o punk teve uma influência significativa no anarquismo contemporário. O termo "anarcopunk" é algumas vezes aplicado exclusivamente a bandas que fizeram parte do movimento anarcopunk original no Reino Unido na década de 1970 e 1980, como Crass, Conflict, Flux of Pink Indians, Subhumans, Poison Girls e Oi Polloi. Alguns utilizam o termo mais amplamente para se referir a qualquer música punk com conteúdo anarquista em sua letra. Essa definição mais ampla inclui bandas crust punk e bandas d-beat como Discharge, e podem incluir bandas de hardcore punk dos Estados Unidos, como MDC, artistas de folk punk como This Bike Is a Pipe Bomb ou artistas em outros subgêneros.
Um crescimento no interesse popular ao anarquismo ocorreu durante os anos 1970 no Reino Unido após o nascimento do punk rock, em particular os gráficos influenciados pelo situacionismo do artista Jamie Reid, que desenhava para os Sex Pistols e o primeiro single da banda, "Anarchy in the UK". No entanto, enquanto que a cena punk inicial adotava imagens anarquistas principalmente por seu valor de choque, a banda Crass pode ter sido a primeira banda punk a expor idéias anarquistas e pacifistas sérias. O conceito do anarcopunk foi pego por bandas como Flux of Pink Indians e Conflict. O cofundador do Crass, Penny Rimbaud, disse que sente que os anarcopunks eram representantes do punk verdadeiro, enquanto que bandas como os Sex Pistols, The Clash e The Damned eram nada mais do que "fantoches da indústria musical".
Enquanto passavam os anos 1980, dois novos subgêneros da música punk evoluíram do anarcopunk: crust punk e d-beat. O crust punk, e seus pioneiros foram as bandas Antisect, Sacrilege e Amebix. O d-beat eram uma forma de música punk mais bruta e rápida, e foi criada por bandas como Discharge e The Varukers. Um pouco depois, na mesma década, o grindcore desenvolveu-se do anarcopunk. Parecido com o crust punk, porém ainda mais extremo musicalmente (utilizava blast beats e vocais incompreensíveis), seus pioneiros foram Napalm Death e Extreme Noise Terror. Paralelamente ao desenvolvimento desses subgêneros, muitas bandas da cena hardcore punk dos Estados Unidos estavam adotando ideologia anarcopunk, incluindo MDC e Reagan Youth.
Muitas bandas anarcopunk enfatizam uma ética "faça você mesmo" (do it yourself ou DIY em inglês). Um slogan popular do movimento é "DIY not EMI", que em inglês representa uma rejeição a uma grande gravadora (a EMI, no caso). Muitas bandas anarcopunk eram divulgadas na série de LPs Bullshit Detector, lançada pela Crass Records e Resistence Productions entre 1980 e 1994.
Alguns artistas anarcopunk faziam parte da cultura do cassete. Desta maneira, a rota tradicional gravação-distribuição era ignorada, já que as gravações eram feitas para quem enviasse uma fita em branco e um envelope endereçado a si mesmo. O movimento anarcopunk tinha sua própria rede de fanzines punk que disseminavam notícias, idéias e arte da cena. Todas essas fanzines eram DIY, produzindo, no máximo, centenas de unidades, apesar de haver exceções como a Toxic Grafity (sic). As zines eram impressas em fotocopiadoras ou máquinas duplicadoras, e distribuidas à mão em shows punk e por correio. Ainda hoje se pode encontrar diversos exemplares de zines e demais manifestações feitas por anarco-punks.
A resistência Raw punk
Raw punk (originalmente se escreve Rå Punk) é uma denominação que surgiu em países escandinavos e foi muito usada no início dos anos 80. As bandas do estilo possuíam integrantes que valorizavam muito a cultura punk, usavam visual punk característico, desenvolviam trabalhos que ajudavam a difusão da cultura punk, faziam músicas simples, ou seja, resgatavam tudo da cultura punk de raíz. As letras das bandas retratam os horrores da guerra, ou até mesmo a valorização da cultura punk. A cena raw punk se espalhou em todo o mundo desde a Europa até a América Latina.
New Wave
Assim como o punk recebeu uma versão mais agressiva e mais extrema, o hardcore punk, ele recebeu também uma versão mais "açucarada" e mais comercialmente viável: a new wave.
Pode se dizer que o new wave é, na prática, um punk rock misturado com o synthpop, ou com o funk, disco, pop e glam rock e sem as letras críticas. As letras das bandas de new wave geralmente tratavam de coisas mais "bobas e alegres".
Bandas com estilo visual e musical diversificados se enquadram dentro do conceito "New Wave", de modo que, enquanto umas soavam mais pop, alegres, dançantes e coloridas, outras seguiam uma estética musical mais rock'n'roll, lírico-melancólica, dark e eletrônica (assim como o pós-punk), mas buscando sempre um certo "verniz" pop, de mais fácil digestão auditiva.
Uma das principais características do new wave foi o excesso de sintetizadores e teclados nas músicas (embora nem todas as bandas new wave adicionassem tais instrumentos).
Alguns dos principais nomes do new wave foram o The Smiths, The Cure, The Police, Siouxsie and the Banshees, Pretenders e o Blondie.
Pós-punk
Quando se fala em Pós-punk (ou Post-punk), nos referimos a um dos fenômenos culturais que surgiram após o auge do punk em 1977. Apesar de característico da Inglaterra e Estados Unidos, é comumente definido como um movimento especificamente inglês. Sua influência sobre a música gerou pequenas cenas semelhantes em diversos outros países. De modo geral, é interpretado como uma absorção da ética "faça-você-mesmo" (DIY ou do-it-yourself, em inglês), e do caráter visceral do punk, e ao mesmo tempo como uma negação dos novos rumos que este começava a adquirir — por exemplo, a inflexibilidade do princípio de simplicidade, a absorção dos costumes pela indústria cultural, o aparecimento de "regras" de conduta punk, etc. Na Inglaterra o período é dividido em dois momentos, de 1977 a 1979 e de 1980 a 1983.
O pós-punk é com freqüência e equivocadamente referido como sinônimo para música gótica ou como sinônimo de indie rock. Isso se deve porque o pós-punk criou estes gêneros, pois os artistas do pós-punk adicionaram suas influências livremente no punk rock, como temas líricos, ultra-românticos, abstratos e obscuros. Trata-se da simplicidade e da atitude punk misturado com outros estilos, como os conceitos e a mentalidade da vanguarda artística, que assim como os punks, também usaram da rebeldia na sua época, ao negar os padrões da música através do experimentalismo e criando assim de fato uma música livre, sincera e conceitual.
Muitas vezes também se confunde o pós-punk com a new wave, embora seja mais adequado usar o termo "new wave" para as bandas da época com inclinações comerciais e influenciadas pela cultura pop, e o termo "pós-punk" para o lado mais alternativo e experimental.
O início do pós-punk inglês ocorre com a formação das bandas Magazine e Public Image Ltd entre o final de 1977 e o começo de 1978. A primeira liderada pelo ex-vocalista e compositor do Buzzcocks, Howard Devoto, e a segunda pelo ex-vocalista e compositor do Sex Pistols, Johnny Rotten (que a partir de então assumiu seu nome real John Lydon). Ambas foram fundadoras e favoritas do punk inglês e com seus novos projetos assumiam deliberadamente uma postura de ruptura e aversão aos rumos comerciais e dogmáticos. Antes, a também veterana banda punk Wire já evidenciava estruturas mais complexas e melódicas em algumas faixas do seu disco de 1977, Pink Flag (que é tido até hoje como um clássico e um dos melhores álbuns da "primeira geração" punk). disco de estréia do Public Image Ltd, First Issue, de 1978, John Lydon introduz algumas das principais características do pós-punk: o destaque em primeiro plano para o baixo, a guitarra como uma espécie de segunda voz (em vez do uso de riffs como base para o cantor) e as letras cheias de cinismo e existencialismo. O Magazine, com seu disco de estréia, também de 1978, Real Life, inaugura outras essenciais características do estilo ao usar sintetizadores para criar uma ambientação gélida e espaço vazio, cantar com uma voz ácida e construir melodias mais emotivas.
Nos Estados Unidos, uma tendência para uma música mais introspectiva, e ao mesmo tempo influenciada pelo "faça-você-mesmo" e a antitécnica, já era desenvolvida paralela ao punk. Dois grupos da primeira geração punk norte-americana, Television e Patti Smith, eram obviamente distintos dos seus companheiros Ramones e Blondie, e demonstravam os elementos, pelo menos conceituais, do pós-punk inglês. É também dos Estados Unidos o grupo Rocket From the Tombs, que daria origem à banda punk Dead Boys e ao extremamente influente sobre o pós-punk, Pere Ubu. O primeiro mini-disco do Pere Ubu, Datapanik In the Year Zer', de 1978, inaugura o interesse pelo surrealismo, a experiência com vocais bizarros e melodias ao mesmo tempo kitsch e extremamente enigmáticas. O disco de estréia, The Modern Dance, do mesmo ano, é um marco porque introduz o interesse pela experimentação de ruídos, colagens e efeitos sonoros nunca explorados pelo punk, além de substituir a poética objetiva pela abstração ambígua. O pós-punk americano, apesar de ser análogo ao inglês, não teve o mesmo significado.
O punk americano, no que diz respeito a relação com a sociedade, era superficial comparado à atitude niilista e negativa dos punks ingleses, desta forma não havia, para a maioria, grandes problemas com a explosão de bandas "simpáticas" e comerciais (os veteranos americanos do Blondie eram desde o começo representantes desta postura) e conseqüentemente não haveria uma "morte do punk" de onde o pós-punk surgiria. O pós-punk norte-americano se desenvolveu paralelamente ao punk, tendo suas bases numa longa tradição de músicos experimentais como Velvet Underground, Captain Beefheart, Frank Zappa e Yoko Ono, e não os destroços do punk.
Dos principais nomes do Pós-punk, podemos citar o Public Image Ltd, Magazine, Mekons, The Fall, Wire, Joy Division, Bauhaus, Killing Joke, Gang of Four (inglesas) e os Big Black, Savage Republic, Swans, Sonic Youth e Pere Ubu (americanos).
A partir dos anos 80, uma série de mudanças culturais e fatos marcantes acabaram determinando a diluição do pós-punk em novos estilos.
A resistência Raw punk
Raw punk (originalmente se escreve Rå Punk) é uma denominação que surgiu em países escandinavos e foi muito usada no início dos anos 80. As bandas do estilo possuíam integrantes que valorizavam muito a cultura punk, usavam visual punk característico, desenvolviam trabalhos que ajudavam a difusão da cultura punk, faziam músicas simples, ou seja, resgatavam tudo da cultura punk de raíz. As letras das bandas retratam os horrores da guerra, ou até mesmo a valorização da cultura punk. A cena raw punk se espalhou em todo o mundo desde a Europa até a América Latina.
Década de 1990: Pop Punk
O Pop Punk foi o principal responsável pelo sucesso e revivalismo do punk rock na década de 1990, e tinha como seus principais nomes as bandas Green Day, The Offspring, Blink-182 e outras, muito embora as duas primeiras tenham começado como parte do movimento punk, em pequenas gravadoras.
Green Day foi e é banda com mais sucesso no pop punk da década de 90, sabendo impor sua opinião, por exemplo,a respeito do governo de Bush.
O estilo nasceu na costa oeste americana pelo final dos anos 1980 e início dos anos 1990, principalmente na Califórnia, iniciada por adolescentes influenciados pela música punk da década anterior e um pouco pelo som do grunge, apesar de não adotarem a atitude dos mesmos e não fazerem parte do movimento punk.
A sonoridade do Pop Punk se caracteriza por uma batida de punk rock bem mais leve que a original, vocal limpo e agudo, contrabaixo com arranjo independente e guitarras em harmonia, com direito a solos curtos, porém seguindo regras musicais, campo harmônico, melodias agradáveis, entre outros. É um gênero muito polêmico muitas vezes considerado errôneo ou até mesmo inexistente, e geralmente desprezado pelos punks, pois no geral as bandas são completamente comerciais na opinião dos punks e não adotam a postura ou a atitude das bandas punks tradicionais. As letras falam apenas sobre coisas de adolescentes, como namoro, decadência americana, país, governo, etc.
No visual do Pop Punk usa-se bastante calças folgadas, bermudas, camisas de malha, tênis, roupas da moda ou de marca, cabelo espetado ou careca, boné ou touca, piercings e tatuagens.
O sucesso comercial do estilo abriu várias portas para algumas bandas antigas de punk rock dos anos 1970 ou 1980 voltarem à atividade e foi um dos principais responsáveis pelo sucesso do estilo nessa época.
O movimento punk no mundo
Brasil
O movimento punk no Brasil surgiu no final da década de 1970. O precursor foi o guitarrista Douglas Viscaino, que fundou a banda Restos de Nada, primeira banda punk brasileira em meados de 1978. Nessa época surgiu uma legião de bandas com o mesmo molde que juntas formaram o movimento punk. Entre elas as bandas: AI-5, Condutores de Cadáver, Cólera em São Paulo, Aborto Elétrico em Brasília.
Desde 1976 e 1977, alguns roqueiros "mais antenados" já ouviam e tinham acesso aos discos dos Ramones, Sex Pistols, Clash e Stranglers, e também das bandas pré-punk como o MC5 e os Stooges. Porém foi só em 1978 que começaram a surgir bandas e gangues punks no Brasil. Os primeiros shows punks iriam ocorrer apenas em 1979.
Durante o final da década de 1970, havia duas lojas que os punks freqüentavam e nas quais compravam seus discos: a Wop Bop e a Punk Rock Discos (do Fábio, da banda Olho Seco, e no lugar onde mais tarde foi construída a Galeria do Rock). Como a maioria dos discos era importada e muito cara, era extremamente difícil conseguir material das bandas. Isso motivava a troca de materiais por meio de fitas caseiras.
Um dos principais discos que influenciou o surgimento do punk rock no Brasil foi a coletânea da A Revista Pop Apresenta o Punk Rock, uma coletânea que continha 12 músicas de bandas como Sex Pistols, Ramones, Ultravox, London, Stinky Toys e outras. Os discos do Clash, dos Ramones e dos Sex Pistols também foram muito ouvidos, fora os discos do Stiff Little Fingers e do U.K. Subs, nos primórdios do movimento no Brasil. Nos anos 80, outras bandas como o Discharge, Exploited, Dead Kennedys e algumas bandas finlandesas como o Riistetyt e o Rattus ficaram bem populares e cairam no gosto da grande maioria dos punks brasileiros.
O primeiro disco de punk rock a ser gravado aqui foi a coletânea Grito Suburbano, que reunia três bandas: Cólera, Olho Seco e Inocentes. Eram também para ter participado da coletânea a banda Anarkólatras e o AI-5, mas devido a alguns problemas na gravação essas bandas acabaram "ficando de fora". A qualidade e a produção do disco é bem mediana, porém foi um disco corajoso, ousado e revolucionário para a época.
O primeiro disco punk de apenas uma banda, foi o EP Violência e Sobrevivência, do Lixomania. Hoje em dia, esse álbum pode ser encontrado em vinil por preços absurdos, variando de 100 até 700 reais.
Nos anos 1980 o punk explodiu no Brasil e surgiam inúmeras bandas em vários cantos do país, tanto no Rio Grande do Sul com Os Replicantes e Pupilas Dilatadas, no Nordeste com a banda Homicídio Cultural e também em São Paulo, ABC e Rio de Janeiro, com as bandas Hino Mortal, Garotos Podres e Ulster (ABC), Ratos de Porão, Psykóze e Fogo Cruzado (São Paulo), e no Rio de Janeiro Desordeiros e Espermogramix.
Devido a grande violência e brigas geradas pelas gangues punks, os jornais, noticiários e a mídia em geral começou a ver o movimento e os punks com maus olhos, criando até mentiras que desmoralizaram o movimento. Isso fez com que a maior parte da população ter uma imagem errada dos punks, e também os policias e militares terem atitudes mais radicais com os punks e a repressão entre eles aumentou. Atualmente, devido uma série de ocorridos semelhantes, os punks andam sofrendo uma série de "pequenos preconceitos", por parte da grande parte da população e pelos jovens mais fechados.
O movimento punk no Brasil seguiu firme e forte, mesmo com todas as dificuldades, e foi crescendo, e hoje praticamente todas cidades brasileiras tem uma cena punk e o movimento brasileiro é considerado um dos maiores do mundo, com muitas bandas brasileiras indo tocar na Europa em festivais importantes.
A década de 90 foi de grande importância na cena punk de Minas Gerais. Surgem bandas como: Consciência Suburbana, Anti-Sistema Repressor e etc. Sem contar com a banda Attack Epileptico, que foi a primeira banda de Grindcore no Brasil.
Subgêneros do punk rock
- Estilos mais undergrounds e mais apreciados no movimento punk
- Hardcore punk: Uma versão mais agressiva, mais rápida e mais crítica do punk rock. Começou nos EUA no final dos anos 1970.
- Anarco-punk: Punk rock com temáticas anarquistas radicais. As bandas levam a ideologia anaquista com seriedade e não só fazem músicas com esse tema, como também põe as atitudes em ação. É uma versão com mais formação, seriedade, e radicalismo do movimento punk.
- Crust punk: Também conhecido como Crustcore, se assemelha muito ao grindcore e diminui consideravelmente a influência das estruturas musicais do thrash metal, punk rock e hardcore punk. As letras das bandas de crust punk se assemelham muito com as do anarco-punk.
- Streetpunk/Oi!: Foi o revivalismo do punk rock dos anos 1970. Tinha temáticas realistas e críticas. Começou no final dos anos 1970 com bandas como o Sham 69 e o Cockney Rejects.
- Raw punk: Originalmente Råpunk , é um termo usado para bandas suecas do início da década de 80, como Moderat Likvidation, Disarm, Anti-Cimex, Crude SS e etc. Uma das características do raw punk é a valorização do punk como cultura. Usam sempre um visual agressivo, com jaquetas de couro rebitadas, cabelos espetados e coloridos. O rawpunk surgiu no Brasil em 1996 com a banda Luta Armada. A cena rawpunk é muito grande no estado de São Paulo, e vai se estendendo pelo resto do brasil, estados como Rio Grande do Sul, Brasília e Pernambuco.
- Psychobilly: Mistura entre o punk rock dos anos 1970 e o rockabilly dos anos 1950 e letras com temas inspirados em filmes B, horror, zumbis, sexo, drogas, alucinações, mortos e pervessões.
- Estilos mais "comerciais" e que se distanciam ou não possuem a ideologia punk original
- Grunge: Movimento revolucionário dos anos 90, tendo como pioneiros a banda Nirvana. Com um estilo bem pesado em seus primeiros albúns (Bleach),a banda caracterizava perfeitamente o Punk Rock das décadas de 70 e 80, lembrando muito bandas como The Clash e Sex Pistols.
- New Wave: Uma versão mais "açucarada" e mais comercialmente viável do movimento punk. Teve sucesso no final dos anos 1970 e no ínicio da década de 1980.
- Pós-punk: Uma versão mais experimental e alternativa do estilo. Se iniciou no final dos anos 1970 e se diluiu em diversos estilos nos anos 1980.
- Pop Punk: Uma versão mais "adolescente" e na maiorias das vezes desprezada pelos punks tradicionais. Teve início no final dos anos 1980 na Califórnia e atingiu o sucesso nos anos 1990 com temas que falam sobre namoro, skates, garotas, colégio, bebidas e tudo que envolve os adolescentes americanos de classe média alta.
- Skate punk: É basicamente hardcore punk, porém com temáticas mais ligadas ao skate e outros esportes radicais.
- Outros subgêneros
- Horror punk: Punk rock com letras tratando sobre temas de horror, surgiu no fim dos anos 70 com a banda Misfits.
- Folk punk: É um estilo que combina elementos musicais e líricos do punk rock e da música folk.
- Cowpunk: Mistura de música country com punk rock.
- Ska punk: Mistura entre o ska e o punk rock.
Ver também
Referências
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