Língua grega antiga: diferenças entre revisões

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{{Info/Língua
{{Info/Língua
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| nomenativo = ἡ Ἑλληνικὴ γλῶσσα
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A '''língua grega antiga''' ou '''clássica''' (ἡ Ἑλληνικὴ γλῶσσα, ''hē Hellēnikḕ glō̃ssa'', em grego antigo) é uma [[línguas indo-europeias|língua indo-europeia]] extinta, falada na [[Grécia]] durante a [[Antiguidade]] e que evoluiu para o [[língua grega|grego moderno]]. A língua grega clássica é dividida com base nos seguintes períodos: grego micênico (c. 1400–1200 aC), [[período homérico]] ({{c.|1200–800 aC}}), o período arcaico ({{c.|800–500 aC}}) e o período clássico ({{c.|500–300 aC}}).<ref>{{citar periódico |último1=Ralli |primeiro1=Angela |titulo=Greek |periódico=Revue belge de Philologie et d'Histoire |data=2012 |volume=90 |número=3 |página=964 |doi=10.3406/rbph.2012.8269 |url=https://www.persee.fr/doc/rbph_0035-0818_2012_num_90_3_8269 |acessodata=23 de janeiro de 2021 |arquivodata=30 de setembro de 2022 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20220930054647/https://www.persee.fr/doc/rbph_0035-0818_2012_num_90_3_8269 |urlmorta=live }}</ref>
A '''língua grega antiga''' ou '''clássica''' (ἡ Ἑλληνικὴ γλῶσσα, ''hē Hellēnikḕ glō̃ssa'', em grego antigo) é uma [[línguas indo-europeias|língua indo-europeia]] extinta, falada na [[Grécia]] durante a [[Antiguidade]] e que evoluiu para o [[língua grega|grego moderno]]. A língua grega clássica é dividida com base nos seguintes períodos: grego micênico (c. 1400–1200 aC), [[período homérico]] ({{c.|1200–800 aC}}), o período arcaico ({{c.|800–500 aC}}) e o período clássico ({{c.|500–300 aC}}).<ref>{{citar periódico |último1=Ralli |primeiro1=Angela |titulo=Greek |periódico=Revue belge de Philologie et d'Histoire |data=2012 |volume=90 |número=3 |página=964 |doi=10.3406/rbph.2012.8269 |url=https://www.persee.fr/doc/rbph_0035-0818_2012_num_90_3_8269 |acessodata=23 de janeiro de 2021 |arquivodata=30 de setembro de 2022 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20220930054647/https://www.persee.fr/doc/rbph_0035-0818_2012_num_90_3_8269 |urlmorta=live }}</ref>


== Uso moderno ==
<!--- O grego antigo foi um importante idioma que contribuiu para a formação de vários outros, como o latim, por exemplo, consequentemente influenciado a formação das línguas derivadas do [[latim]], como o português, o espanhol, o italiano, o romeno etc. --->
=== Na educação ===
O estudo do grego antigo nos países [[Europa|europeus]], além do [[latim]], ocupou um lugar importante no currículo desde o [[Renascimento]] até o início do [[século XX]]. Isso também foi verdade nos [[Estados Unidos]], onde muitos dos fundadores da nação receberam uma [[educação]] de base clássica.<ref>Thirty-six of the eighty-nine men who signed the Declaration of Independence and attended the Constitutional Convention went to a colonial college, all of which offered only the classical curricula. Richard M. Gummere, '''The American Colonial Mind and the Classical Tradition''', p.66 (1963). Admission to Harvard, for example, required that the applicant: "Can readily make and speak or write true Latin prose and has skill in making verse, and is competently grounded in the Greek language so as to be able to construe and grammatically to resolve ordinary Greek, as in the Greek Testament, Isocrates, and the minor poets." Meyer Reinhold, '''Classica Americana: The Greek and Roman Heritage in the United States''', p.27 (1984).</ref> O latim era enfatizado nas [[Lista de universidades dos Estados Unidos|faculdades americanas]], mas o grego também era exigido nas eras colonial e nacional,<ref>Harvard's curriculum was patterned after those of Oxford and Cambridge, and the curricula of other Colonial colleges followed Harvard's. Lawrence A. Cremin, '''American Education: The Colonial Experience, 1607-1783''', pp. 128–129 (1970), and Frederick Rudolph, '''Curriculum: A History of the American Undergraduate Course of Study Since 1636''', pp. 31–32 (1978)</ref> e o estudo da Grécia antiga tornou-se cada vez mais popular em meados do século XIX, a era do [[filelenismo]] americano.<ref>Caroline Winterer, '''The Culture of Classicism: Ancient Greece and Rome in American Cultural Life, 1780-1910''', pp.3-4 (2002).</ref> Em particular, as intelectuais femininas da época designaram o domínio do grego antigo como essencial para se tornar uma "mulher de letras."<ref>Yopie Prins, '''Ladies' Greek: Victorian Translations of Tragedy''', pp. 5–6 (2017). See also Timothy Kearley, '''Roman Law, Classical Education, and Limits on Classical Participation in America into the Twentieth-Century''', pp. 54–55, 97–98 (2022)</ref>


O grego antigo ainda é ensinado como disciplina obrigatória ou opcional, especialmente em escolas tradicionais ou de elite em toda a Europa, como escolas públicas e [[Escola de gramática|escolas de gramática]] no [[Reino Unido]]. É obrigatório no [[liceu clássico]] na [[Itália]], no [[Ginásio (escola)|ginásio]] da [[Países Baixos|Holanda]], em algumas aulas na [[Áustria]], na ''[[klasična gimnazija]]'' ([[Ensino secundário|escola secundária]] – orientação: línguas clássicas) na [[Croácia]], nos estudos clássicos na ASO na [[Bélgica]] e é opcional no ginásio orientado para as humanidades na [[Alemanha]], geralmente como uma terceira língua depois do latim e do [[Língua inglesa|inglês]], dos quatorze aos dezoito anos. Em 2006/07, quinze mil alunos estudaram grego antigo na Alemanha, de acordo com o Departamento Federal de Estatística da Alemanha, e 280 mil alunos o estudaram na Itália.<ref>{{Citar web|url=http://www.edscuola.it/archivio/statistiche/numeri_2007.pdf|título=Ministry publication|website=www.edscuola.it|acessodata=27 de outubro de 2010|arquivodata=18 de setembro de 2018|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180918205944/http://www.edscuola.it/archivio/statistiche/numeri_2007.pdf|urlmorta= não}}</ref>
<!---
== Idade do bronze, Grécia ática, o dialeto jônico e a invasão dos aqueus ==
{{História do grego}}
No começo do [[Segundo milénio a.C.|segundo milênio a.C.]] registram-se as primeiras ondas de invasores de [[língua indo-europeia]] que chegaram à [[península]] grega, ao [[Peloponeso]] e às [[ilha]]s adjacentes, fixando-se nessa região. O [[poeta]] grego [[Homero]] os denomina [[aqueus]] (Ἀχαιοί), distinguindo-os dos [[autóctone]]s [[pelasgos]] (Πελασγοί), sobre os quais afirma o seguinte: "''Em tempos antigos havia duas raças vivendo na [[Ática|Grécia ática]]: os ''[[pelasgos]]'', que nunca deixaram o lugar original, e os [[heleno]]s (Ἕλληνες), que emigraram frequentemente. Que língua falam os ''pelasgos'' não posso dizer com certeza. O que se pode afirmar deles, que ainda sobrevivem, é que sua língua não é o grego. Se isso é verdade da raça pelásgia, a nação ática deve ter aprendido o grego ao mesmo tempo que foram helenizados''".


É uma disciplina obrigatória ao lado do latim no ramo de [[humanidades]] do [[Bacharelato|bacharelado]] espanhol. O grego antigo é ensinado na maioria das grandes universidades do mundo, muitas vezes combinado com o latim como parte do estudo dos clássicos. Em 2010, foi oferecido em três escolas primárias no Reino Unido, para aumentar as habilidades linguísticas das crianças,<ref>{{Citar web|url=https://www.telegraph.co.uk/education/educationnews/7917191/Ancient-Greek-to-be-taught-in-state-schools.html |arquivourl=https://ghostarchive.org/archive/20220110/https://www.telegraph.co.uk/education/educationnews/7917191/Ancient-Greek-to-be-taught-in-state-schools.html |arquivodata=10 de janeiro de 2022 |url-access=subscription |urlmorta= não|título=Ancient Greek 'to be taught in state schools'|data=30 de julho de 2010|obra=The Daily Telegraph|acessodata=3 de maio de 2015}}{{cbignore}}</ref><ref>[http://www.tes.co.uk/article.aspx?storycode=6052410 "Now look, Latin's fine, but Greek might be even Beta"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20100803150329/http://www.tes.co.uk/article.aspx?storycode=6052410 |date=3 August 2010 }}, TES Editorial, 2010 - TSL Education Ltd.</ref> e foi uma das sete línguas estrangeiras que as escolas primárias poderiam ensinar em 2014 como parte de um grande esforço para aumentar os padrões de educação.<ref>[https://www.telegraph.co.uk/education/educationnews/9683536/More-primary-schools-to-offer-Latin-and-ancient-Greek.html More primary schools to offer Latin and ancient Greek] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180613215822/https://www.telegraph.co.uk/education/educationnews/9683536/More-primary-schools-to-offer-Latin-and-ancient-Greek.html |date=13 June 2018 }}, The Telegraph, 26 November 2012</ref>
Isto é, a língua falada pelos invasores aqueus (''achaioi'') se fundiu com a dos gregos e a dos pelasgos (que já habitavam a região), mas que a dos pelasgos foi absorvida em função deste processo de helenização da língua grega e da língua dos ''achaioi''. Tal processo de fusão entre uma língua indo-europeia (''achaioi'') e a local dos gregos deu origem então ao [[dialeto jônico]]. Pesquisas indicam ainda que a língua dos ''pelasgos'' não era de origem indo-europeia, o que se observa nos grupos consonânticos ''-nth-'' e ''-ss-'', que são abundante em [[topônimo]]s e nomes de plantas, como ''Korinthos'', ''Zakinthos'', ''akantha'', etc.


O grego antigo é ensinado como disciplina obrigatória em todos os ginásios e [[liceu]]s da [[Grécia]].<ref>{{Citar web|url=http://www.fa3.gr/phys_educ_2/33-orologio-programma-Gymnasiou.htm|título=Ωρολόγιο Πρόγραμμα των μαθημάτων των Α, Β, Γ τάξεων του Hμερησίου Γυμνασίου|acessodata=3 de maio de 2015|arquivodata=1 de junho de 2015|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150601042556/http://www.fa3.gr/phys_educ_2/33-orologio-programma-Gymnasiou.htm|urlmorta= não}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://edu.klimaka.gr/leitoyrgia-sxoleivn/lykeio/755-wrologio-programma-genika-lykeia.html|título=ΩΡΟΛΟΓΙΟ ΠΡΟΓΡΑΜΜΑ ΓΕΝΙΚΟΥ ΛΥΚΕΙΟΥ|acessodata=3 de maio de 2015|arquivodata=30 de setembro de 2022|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220930054651/https://edu.klimaka.gr/sxoleia/lykeio|urlmorta= não}}</ref> Começando em 2001, uma competição internacional anual "Explorando a Língua e Cultura Grega Antiga" ({{lang-gr|Διαγωνισμός στην Αρχαία Ελληνική Γλώσσα και Γραμματεία}}) foi realizada para alunos do ensino médio em grego. [[Ministério da Educação Nacional e Assuntos Religiosos]], com a língua grega e organizações culturais como co-organizadores.<ref>{{Citar web|título=Annex to 2012 Greek statistics |url=https://en.unesco.org/creativity/sites/creativity/files/periodic_report/Greece_StatAnnex_OwnFormat_EN_2012_0.pdf |publicado=UNESCO |acessodata=14 de dezembro de 2018 |página=26 |data=2012 |arquivodata=15 de dezembro de 2018 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20181215070029/https://en.unesco.org/creativity/sites/creativity/files/periodic_report/Greece_StatAnnex_OwnFormat_EN_2012_0.pdf |urlmorta= não}}</ref> Parece ter cessado em 2010, não tendo obtido o reconhecimento e aceitação dos professores.<ref>{{citar conferência|título=Proceedings of the 2nd Pan-hellenic Congress for the Promotion of Innovation in Education |data=2016 |volume=II |página=548}}</ref>
== Da civilização micênica às invasões dóricas ==
A civilização da [[Idade do Bronze]], conhecida como micênica, existiu de [[1500 a.C.]] a [[1100 a.C.]] e durante esse período a língua foi registrada com a escrita atualmente chamada de [[Linear B]], que por sua vez estava baseada na escrita [[Linear A]], de uma língua [[Creta|cretense]] mais antiga, não indo-europeia. No [[século XI a.C.]] a civilização micênica foi perturbada pelas invasões dóricas na Grécia ocidental, sucedendo-se em seguida à redistribuição da população e uma dispersão dos [[dialeto]]s, deixando-se de usar a Linear B.
[[Imagem:Linear B (Mycenaean Greek) NAMA Tablette 7671.jpg|thumb|esquerda|250px|Exemplo do [[Linear B]]]]


=== Modern real-world usage ===
== Dialeto jônico ou Grego clássico ==
Autores modernos raramente escrevem em grego antigo, embora [[Jan Křesadlo]] tenha escrito alguma poesia e prosa no idioma, e ''[[Harry Potter e a Pedra Filosofal]]'',<ref>''Areios Potēr kai ē tu philosophu lithos'', [[Bloomsbury Publishing|Bloomsbury]] 2004, {{ISBN |1-58234-826-X}}</ref> alguns volumes de [[Asterix]],<ref>{{Citar web|url=http://www.asterix-obelix.nl/index.php?page=manylanguages%2Flanguages.inc&lng=ae|website=Asterix around the World - the many Languages of Asterix|título=Asterix speaks Attic (classical Greek) - Greece (ancient)|data=22 de maio de 2011|acessodata=12 de julho de 2011|arquivodata=30 de setembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110930144814/http://www.asterix-obelix.nl/index.php?page=manylanguages%2Flanguages.inc&lng=ae|urlmorta= não}}</ref> e ''[[As Aventuras de Alix]]'' foram traduzidos para o grego antigo. {{lang|grc|Ὀνόματα Kεχιασμένα}} (''[[Onomata Kechiasmena]]'') é a primeira revista de [[palavras cruzadas]] e [[quebra-cabeça]]s em grego antigo.<ref>{{citar jornal|url=http://www.repubblica.it/ultimora/24ore/nazionale/news-dettaglio/4581488|título=Enigmistica: nasce prima rivista in greco antico 2015|data=4 de maio de 2015|acessodata=10 de setembro de 2018|arquivodata=28 de julho de 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20200728232034/https://www.repubblica.it/ultimora/24ore/nazionale/news-dettaglio/4581488|urlmorta= não}}</ref> Sua primeira edição apareceu em abril de 2015 como um anexo da ''[[Hebdomada Aenigmatum]]''. [[Alfred Rahlfs]] incluiu um prefácio, uma breve história do texto da [[Septuaginta]] e outros assuntos iniciais traduzidos para o grego antigo em sua edição de 1935 da Septuaginta; Robert Hanhart também incluiu as observações introdutórias da edição revisada de [[Rahlfs–Hanhart]] de 2006 no idioma.<ref>Rahlfs, Alfred, and Hanhart, Robert (eds.), ''Septuaginta, editio altera'' ([[Deutsche Bibelgesellschaft]], 2006).</ref> Akropolis World News relata semanalmente um resumo das notícias mais importantes em grego antigo.<ref name = akropolis>{{Citar web|url=http://www.akwn.net/|título=Akropolis World News|website=www.akwn.net|língua=en|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160922003312/http://www.akwn.net/|arquivodata=22 de setembro de 2016|urlmorta= sim}}</ref>
Nos séculos [[Século IX a.C.|IX]] e [[Século VIII a.C.|VIII]] a.C. os [[poemas homéricos]] foram escritos em dialeto jônico em uma nova escrita baseada no [[alfabeto fenício]] e com cinco sinais específicos para as vogais, que seria denominada ''[[alfabeto grego]]''. Portanto, a criação de uma norma literária modelada em dois dos maiores poemas da história, ''[[Ilíada]]'' e ''[[Odisseia]]'', esteve acompanhada por um dos sistemas de escrita mais eficazes que já existiram.


O grego antigo também é usado por organizações e indivíduos, principalmente gregos, que desejam denotar seu respeito, admiração ou preferência pelo uso desse idioma. Esse uso às vezes é considerado gráfico, nacionalista ou humorístico. De qualquer forma, o fato de os gregos modernos ainda poderem entender total ou parcialmente textos escritos em formas não arcaicas do grego antigo mostra a afinidade da língua grega moderna com seu predecessor ancestral.<ref name = akropolis/>
=== O dialeto da literatura, da filosofia e da história ===
O dialeto jônico se mesclou com o ático de [[Atenas]] dando lugar a um dos períodos culturais mais ricos da história grega. Aristóteles escreve no Organon além de uma crítica a sofística vários conceitos da língua grega como verbos, substantivos e adjetivos. O grego clássico do [[século V a.C.]] que [[Sófocles]], [[Eurípides|Eurípedes]] e [[Aristófanes]] usaram se distancia muito do grego usado pelos primeiros filósofos, inclusive em beleza e desenvoltura.


== Outros dialetos do período clássico e helenístico ==
Nos períodos clássico e [[Período helenístico|helenístico]] surgiram muitos dialetos, além do jônico, atestados em milhares de inscrições faladas em todo o mundo grego, que além da Grécia incluía a [[Ásia Menor]], as costas do [[Mar Adriático]], a [[Itália]] meridional, a [[Sicília]], o [[Egipto|Egito]] e partes do [[Oriente Médio]].

Os dialetos mais importantes eram os seguintes:
:a) '''Jônico''' – dialeto usado por Homero e [[Hesíodo]] (utilizam ainda elementos eólicos e micênicos);
:b) '''Ático''' – língua do período clássico;
:c) '''Dórico''' – língua de [[Esparta]] e caracterizado por certos arcaísmos, como a retenção da vogal ''a'' longa. Falado no [[Peloponeso]], [[Corfu]], [[Lesbos]], costas de [[Epiro]], [[Creta]], nas ilhas meridionais e no litoral asiático meridionais desde [[Halicarnasso]];
:d) '''Eólico''' – língua falada na [[Tessália]] e em algumas ilhas, como Lesbos e usada pela poeta [[Safo]]. Uma curiosidade neste dialeto é a presença de ''/p/'' em lugar do ''/t/'' ático, em palavras como ''pisyres'' "quatro" do ático ''tessares'';
:e) '''[[Língua macedônia antiga]]''' - ou língua falada de [[Antigo Macedônios|Macedônios]] na [[Macedónia (história)|Macedônia]].

=== Quatro fases de evolução do grego arcaico ===
Em resumo, a forma do grego que atualmente se escreve e se fala é o resultado da evolução de uma língua em quatro fases:
:a) '''Grego micênico''' (séculos XIV-XIII a.C.) que se caracteriza pelo uso da escrita Linear B. Trata-se da forma do grego mais antiga descoberta, sendo a língua usada por burocratas e para registrar inventários de palácios reais e estabelecimentos comerciais. Foram encontradas tabuletas de [[argila]] em [[Cnossos]] e [[Pilos]] e inscrições em vasos e jarras em [[Tebas (Grécia)|Tebas]], [[Micenas]], [[Elêusis]] e outros lugares;
:b) '''Grego arcaico e clássico''' (séculos VIII-IV a.C.), que começa com a adoção do alfabeto para a escrita;
:c) '''[[Koiné]]'''. Grego [[Helenismo|helenístico]] e [[Império Bizantino|bizantino]];
:d) [[Grego moderno]].

== Gramática ==
A gramática grega tem permanecido através dos tempos razoavelmente intacta ainda que com algumas simplificações. Exceto o caso vocativo, havia no período micênico cinco casos: a) nominativo; b) acusativo; c) genitivo; d) dativo-locativo; e e) instrumental. Destes o instrumental desapareceu no período arcaico, sendo sua função adotada pelo dativo-locativo, que por sua vez também desapareceu no [[grego bizantino]]. Os casos restantes, nominativo, acusativo e genitivo, permaneceram inalterados ainda que nos dialetos o genitivo tenda a passar ao acusativo.

O sistema fonológico do grego antigo difere notavelmente de um período a outro e de um dialeto a outro. No ático antigo havia sete vogais: ''i'' aberta e fechada, ''e, a, o'' aberta e fechada e ''u'', cada uma delas com uma forma longa e curta, exceto a ''e'' aberta e a ''o'' aberta que só possuíam a forma longa. Os ditongos originalmente eram ''ei, ai, oi'' e ''eu, au, ou'', mas o ''ei'' começou a evoluir até um ''e'' longo e fechado e ''ou'' até ''o'' largo e fechado. Além disso havia um ditongo ''ui'' e normalmente no final das palavras os ditongos ''-ei, -ai, -oi'' com elementos longos primeiro que mais tarde foram reduzidos respectivamente a ''e'' longa, ''a'' longa e ''o'' longa aberta.

A estrutura consonântica em ático antigo se caracterizava pela riqueza em oclusivas surdas: ''p, t, k''; aspiradas: ''ph, th, ch''; e sonoras ''b, d, g''. Havia dois sons líquidos ''l, r'' e dois nasais ''m, n''. Não existiam nem ''y'' nem ''w'' como sons distintivos, podendo a maioria das consoantes ser dobradas entre vogais. As únicas consoantes permitidas ao final das palavras eram ''s, n'' e ''r''.

Por volta de 200 a.C. e sob a influência dos gramáticos alexandrinos, começa-se a usar os acentos tonais: alto, baixo e decrescente. A sílaba tônica pode estar em uma das três últimas sílabas.

Exceto alguns termos monossilábicos ou bissílabos não acentuados de menor importância, cada palavra era marcada por um acento em uma das vogais. As vogais curtas se levavam acento, possuíam apenas tom elevado, podendo as largas e os ditongos levar tom elevado ou tom elevado seguido de decadente (indicado através de acento circunflexo(^)). Quando uma palavra levava acento na vogal ao final da sílaba era seguida por outra palavra dentro da mesma frase, o acento anotado era o sinal de grave (`) para indicar que seu tom era mais baixo que o da vogal da sílaba inicial da palavra seguinte. Algumas vezes duas palavras que de outra maneira seriam idênticas se diferenciavam pela natureza ou pela posição do acento: como ''oîkoi'' "casas" que é um nominativo plural e ''oíkoi'' "em casa" que é um advérbio de lugar; ''tómos'' "um corte" e ''tomós'' "cortando".

=== Acento ===
O acento não tem nenhum papel no ritmo da língua, que se baseia, tanto em prosa como em poesia, na distribuição das sílabas longas e curtas. Para que uma sílaba seja curta deve terminar numa vogal curta enquanto que as sílabas que terminam em uma vogal longa ou sílabas fechadas (que acabam em consoantes) são largas.

=== Gêneros ===
A língua grega clássica possui três gêneros, masculino, feminino e neutro, e três números: o dualista foi preservado no ático durante o período clássico. A sobrevivência do dualista é um arcaísmo, ainda que uma forma viva no período micênico tenda a ser substituída pelo plural no primeiro milênio a.C..

Como as relações sintáticas se expressam por meio das terminações dos casos, a ordem da frase é relativamente livre. A possibilidade de orações em infinitivo ou particípio, com ou sem artigo, como alternativas para toda classe de orações subordinadas permite a construção de frases grandes e complexas que são, não obstante, totalmente transparentes na sua estrutura sintática. Isto é um legado da prosa ática sem par para outras línguas.

A criação do artigo determinado (período pós-micênico e pós-homérico) foi uma inovação importantíssima. O artigo determinado no masculino é ''ho'', no feminino ''he'' e no neutro ''to''; há declinação nos três números e nos quatro casos; nominativo, acusativo, genitivo e dativo. A numeração de 1 a 10 em grego clássico é: ''eis, dyo, treis, tessares/tettares, pente, heks, hepta, okto, ennea, deka''; 11 ''endeka'', 12 ''dodeka'', 13 ''treis kai deka'', 20 ''eikosi(n)'', 21 ''eis kai ekosi'', 30 ''triakonta'', 40 ''tessarakonta'', 100 ''hekaton''.

Os pronomes pessoais são os seguintes:
* Singular 1 ''ego'', 2 ''sy'', 3 ''aitos/aute/auto;''
* Dualista 1 ''no'', 2 ''spho'', 3 ''auto/auta/auto;''
* Plural 1 ''hemeis'', 2 ''hymeis'', 3 ''spheis; autoi/autai/auta''.

Os pronomes demonstrativos são:
* Singular ''autos/aute:/touto'', plural ''ouoti/autai/tauta'' "este, estes";
* Singular ''hode/he:de/tode, plural ''hoide/haide/tade'' "esse, esses; ''ekenios/-e:/-o'' pode-se usar para "esse, esses";''
* O interrogativo é ''tis, ti'' "quem? Que?";
* O pronome relativo é: singular ''hos, he:, ho''; dualista ''ho:'' nos três gêneros; plural ''hoi, hai, ha''. Os adjetivos concordam em gênero, número e caso com seus substantivos.

No grego clássico o verbo possui três vozes: ativa, média e passiva e quatro modos: indicativo, imperativo, subjuntivo e optativo; o indicativo possui sete tempos: presente, imperfeito, perfeito, mais-que-perfeito, passado, futuro e futuro perfeito.

Caso se considerem as raízes das palavras, pode se verificar que muitas delas são préstimos de outras línguas, ainda que a base essencial do vocabulário seja de origem indo-europeia. Muitos desse préstimos procedem das línguas que falavam os povos que viviam na Grécia antes da chegada dos protogregos. Muitas palavras já haviam penetrado no grego no segundo milênio a.C. por haver formas faladas no micênico que correspondem a nomes de plantas como ''elaia'' "oliva" e ''selinon'' "ápio", nomes de animais como ''lenx'' "leão" e ''onos'' "asno", nomes de objetos como ''asaminthos'' "banheira", ''depas'' "vaso" e ''xiphos'' "espada" e nomes de materiais como ''elephas'' "marfim" e ''chrusos'' "ouro".

Seja qual for a origem de suas raízes verbais e nominais, a língua grega desenvolveu um vocabulário cheio de significados e de grande alcance. Em todos os períodos a criatividade léxica do grego sempre foi muito produtiva, gerando um vocabulário riquíssimo.

Cada forma verbal ou nominal combina uma raiz que carrega o sentido léxico da palavra e um certo número de marcadores gramaticais que servem para especificar o significado da palavra completa ou para indicar sua função sintática na frase.

A categoria de gênero, que diferencia o masculino, feminino e neutro, vincula apenas o substantivo, adjetivo e pronome. A categoria de pessoa (primeira, segunda e terceira) se restringe ao pronome e ao verbo.

== A língua ==
=== Origens ===
O [[dialeto ático]], falado em [[Atenas]] entre 500 a.C. e 300 a.C. e também chamado de [[Grego Clássico]], deriva do antigo [[Grego jônico|dialeto jônico]] e foi utilizado por alguns dos mais importantes autores gregos, dentre eles [[Tucídides]], [[Eurípides]], [[Platão]] e [[Demóstenes]]. Do ático emergiu a ''"língua comum"'' (gr. '''η κοινή διάλεκτος''', D.H.Isoc. 2), falada durante o [[Período helenístico]], da qual evoluiu o [[grego moderno]].

== Gramática ==
=== Letras e sons ===
O [[alfabeto grego]] básico com suas [[consoante]]s, [[Vogal|vogais]] e [[ditongo]]s é o mesmo para todos os dialetos, uma vez que a tradição que transmitiu os textos gregos da [[Antiguidade]] até o presente unificou a escrita.

Mesmo assim, o [[Grego ático|dialeto ático]] tem algumas pequenas particularidades e as mais notáveis são a frequente troca do -η- jônico pelo -α-, as contrações vocálicas e o acento nas sílabas finais.

Exemplo: no [[Grego jônico|dialeto jônico]], temos '''σοφίη''', "sabedoria", e no dialeto ático, temos '''σοφία'''.

=== Forma das palavras ===
O grego é uma língua indo-europeia do tipo flexional, i.e., as terminações das palavras variáveis mudam de acordo com a função sintática.

O significado básico das palavras indo-europeias está contido na raiz, geralmente modificada por afixos (prefixos, sufixos, etc.) que especificam o sentido da raiz. O conjunto da raiz e seus afixos é o radical, e o resto da palavra é formada pelas desinências, que variam conforme a flexão.

Exemplo: para a raiz grega do- (gr. '''δο-''') temos as formas verbais dí-do-mi (gr. δίδωμι), "eu dou", dó-so (gr. δόσω), "eu darei", e o substantivo dó-ron (gr. '''δώρον'''), "dom" ou "presente".

As palavras variáveis são os substantivos, adjetivos, pronomes, artigos, numerais e verbos. A flexão verbal refere-se somente aos verbos, e a flexão nominal às demais classes de palavras. Aos verbos conjuga-se, e aos nomes declina-se.

=== Flexão verbal ===
Conjunto de formas flexionadas de uma palavra. A flexão verbal exprime noções referentes à ação:

* voz: ativa, passiva, média;
* modo: indicativo, subjuntivo, optativo, imperativo, infinitivo, particípio;
* aspecto: durativo, pontual, perfectivo;
* momento temporal: presente, passado, futuro;
* pessoa do discurso: 1ª, 2ª, 3ª;
* número: singular, plural, dual.

=== Flexão nominal ===
A flexão nominal exprime noções referentes à caracterização de seres e coisas:

* gênero: masculino, feminino e neutro;
* número: singular, plural, dual;
* caso: nominativo, vocativo, acusativo, genitivo, dativo.

As partículas são palavras invariáveis de múltiplas funções: advérbios, preposições, conjunções, interjeições, etc. Algumas partículas exprimem certas nuances da fala que são intraduzíveis.

=== Algumas características da língua ===
Destacam-se, dentre os conceitos estruturais do grego antigo estranhos às línguas modernas, a voz média, o modo optativo, o aspecto verbal, o dual e os casos.

==== Voz média ====
Exprime uma ação que o sujeito pratica particularmente interessado em seu efeito, ou em seu próprio interesse.

Exemplo: αἱρέω, "eu tomo" (voz ativa); αἱρέομαι, "eu escolho" (voz média), i.e., tomo de acordo com o meu interesse.

==== Modo optativo ====
Exprime, entre outras coisas, uma eventualidade, i.e., uma ação passível de ocorrer no futuro, ou um lamento.

Exemplo: εἴθε μὴ εἴης δυστυχής, "queira Deus que não sejas infeliz"; εἴθε ἔζη, "oxalá ele estivesse vivo".

Obs.: o modo optativo é semelhante ao nosso modo subjuntivo.

==== Aspecto ====
Os aspectos imperfectivo, aoristo e perfectivo refletem a duração e o grau de acabamento da ação expressa pelo verbo.

O imperfectivo apresenta a ação como um processo, durante seu desenvolvimento (aspecto durativo).

Exemplo: ὁρῶ τὴν οἰκίαν, "eu vejo a casa" (i.e., comecei a ver e ainda estou vendo).

O aoristo exprime uma ação pura e simples (aspecto zero, momentâneo ou pontual).

Exemplo: ἐδούλευσα, "tornei-me um escravo" (i.e., em um certo momento não especificado do passado fui reduzido à escravidão).

O perfectivo apresenta o resultado de um processo acabado (aspecto resultativo).

Exemplo: τέθαπται, "ele está enterrado" (i.e., agora já acabaram de enterrá-lo).

==== Dual ====
Refere-se a um par de coisas.

Exemplo: τὼ ὁδώ, "os dois caminhos".

==== Casos ====
As desinências apostas ao radical básico indicam, além do gênero e do número do substantivo, o caso, i.e., a função sintática da palavra nas frases.

Basicamente, o [[Caso nominativo|nominativo]] é o caso do sujeito - representado pelo ''o'' "ho"; o [[Caso acusativo|acusativo]] é o caso do objeto direto - representado pelo ''τον'' "o"; o [[Caso dativo|dativo]] é o caso do objeto indireto - representado pelo ''τω'' "ao, para o, pelo"; o [[Caso genitivo|genitivo]], semelhante ao pronome possessivo - representado pelo ''του'' "do, da". Acusativo, dativo e genitivo podem ser complementos verbais ou complementos nominais. Além destes, encontra-se na língua clássica grega o caso vocativo - é semelhante a um chamamento. Ex.: ''Κύριε!'' "ó Senhor!".

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== Transliteração ==
{{Artigo principal|[[Transliteração de grego antigo para português]]}}
A língua grega antiga se escreve com o alfabeto grego, mas contém sinais gráficos conhecidos como [[diacrítico]]s, como ὕ ou ᾷ. Esses são caracteres mais complexos e não encontrados em todas as [[Fonte tipográfica|fontes tipográficas]], principalmente por conta da [[Acentuação gráfica|acentuação]] e os espíritos (sinais que indicam a [[aspiração]] ou não da letra inicial), ocasionando assim problemas de exibição e gerando um dos motivos para se [[Transliteração|transliterar]], ou [[Romanização (linguística)|romanizar]], do grego para o português.
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{{Referências}}
{{Referências}}


==Bibliografia==
== Bibliografia ==
{{Refbegin}}
{{Refbegin}}
* Adams, Matthew. "The Introduction of Greek into English Schools." ''Greece and Rome'' 61.1: 102–13, 2014. {{JSTOR|43297490}}.
* Adams, Matthew. "The Introduction of Greek into English Schools." ''Greece and Rome'' 61.1: 102–13, 2014. {{JSTOR|43297490}}.
Linha 195: Linha 46:
* Jeffery, Lilian Hamilton. ''The Local Scripts of Archaic Greece: Revised Edition with a Supplement by A. W. Johnston.'' Oxford: Oxford Univ. Press, 1990.
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* Morpurgo Davies, Anna, and Yves Duhoux, eds. ''A Companion to Linear B: Mycenaean Greek Texts and their World.'' Vol. 1. Louvain, Belgium: Peeters, 2008.
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* Swiggers, Pierre and Alfons Wouters. "Description of the Constituent Elements of the (Greek) Language." In ''Brill's Companion to Ancient Greek Scholarship.'' Edited by Franco Montanari and Stephanos Matthaios, 757–797. Leiden : Brill, 2015.
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==Ligações externas==
== Ligações externas ==
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{{Wikisourcelang|el|Κύρια_Σελίδα/Αρχαία|Texts in Ancient Greek}}
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* [https://lrc.la.utexas.edu/eieol/grkol Classical Greek Online] por Winfred P. Lehmann e Jonathan Slocum, aulas online gratuitas no [https://liberalarts.utexas.edu/lrc Linguistics Research Center] da [[Universidade do Texas em Austin]]
* [https://lrc.la.utexas.edu/eieol/grkol Classical Greek Online]por Winfred P. Lehmann e Jonathan Slocum, aulas online gratuitas no [https://liberalarts.utexas.edu/lrc Linguistics Research Center] da [[Universidade do Texas em Austin]]
* [https://web.archive.org/web/20130320124722/http://www.tododiccionarios.com/rosetta/griego.html Online Greek resources] – Dicionários, gramática, bibliotecas virtuais, fontes, etc.
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* [http://www.alpheios.net Alpheios] – Combina LSJ, Autenrieth, gramática de Smyth e tabelas de inflexão em um complemento do navegador para uso em qualquer site
* [http://www.alpheios.net Alpheios]– Combina LSJ, Autenrieth, gramática de Smyth e tabelas de inflexão em um complemento do navegador para uso em qualquer site
* [http://starling.rinet.ru/cgi-bin/response.cgi?root=new100&morpho=0&basename=new100\ier\grk&limit=-1 Léxico básico do grego antigo no Global Lexicostatistical Database]
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* [http://en.wiktionary.org/wiki/Appendix:Ancient_Greek_Swadesh_list Lista Swadesh do grego antigo de palavras básicas do vocabulário] (do [http://en.wiktionary.org/wiki/Appendix:Swadesh_lists apêndice da lista Swadesh] do Wikcionário)
* [http://en.wiktionary.org/wiki/Appendix:Ancient_Greek_Swadesh_list Lista Swadesh do grego antigo de palavras básicas do vocabulário](do [http://en.wiktionary.org/wiki/Appendix:Swadesh_lists apêndice da lista Swadesh] do Wikcionário)
* {{Cite EB1911|wstitle=Greek Language |short=x}}
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* [http://slavonicpro.ru/polytonicEn.html Slavonic] – editor online para grego antigo
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* [https://spw.uni-goettingen.de/projects/aig/lng-grc.html glottothèque - Ancient Indo-European Grammars online], uma coleção online de vídeos sobre várias línguas indo-europeias antigas, incluindo o grego antigo
* [https://spw.uni-goettingen.de/projects/aig/lng-grc.html glottothèque - Ancient Indo-European Grammars online], uma coleção online de vídeos sobre várias línguas indo-europeias antigas, incluindo o grego antigo


===Aprendizagem de gramática===
=== Aprendizagem de gramática ===
* [http://members.home.nl/petjoeprietveld/muomgram/grammar/ Uma gramática mais extensa da língua grega antiga escrita por J. Rietveld] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20210107054921/http://members.home.nl/petjoeprietveld/muomgram/grammar/ |date=7 January 2021 }}
* {{Link||2=http://members.home.nl/petjoeprietveld/muomgram/grammar/ |3=Uma gramática mais extensa da língua grega antiga escrita por J. Rietveld |4={{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20210107054921/http://members.home.nl/petjoeprietveld/muomgram/grammar/ |date=7 January 2021}}}}
* [https://web.archive.org/web/20130530033451/http://www.rhapsodes.fll.vt.edu/Greek.htm Recitation of classics books]
* [https://web.archive.org/web/20130530033451/http://www.rhapsodes.fll.vt.edu/Greek.htm Recitation of classics books]
* [https://www.perseus.tufts.edu/cache/perscoll_PersInfo.html Perseus Greek dictionaries]
* [https://www.perseus.tufts.edu/cache/perscoll_PersInfo.html Perseus Greek dictionaries]
* [http://greek-language.com Greek-Language.com] – Informações sobre a história da língua grega, aplicação da linguística moderna ao estudo do grego e ferramentas para aprender grego
* [http://greek-language.com Greek-Language.com]– Informações sobre a história da língua grega, aplicação da linguística moderna ao estudo do grego e ferramentas para aprender grego
* [http://www.ellopos.net/elpenor/greek-language.asp Aulas gratuitas de grego antigo, bibliotecas bilíngues, fórum]
* [http://www.ellopos.net/elpenor/greek-language.asp Aulas gratuitas de grego antigo, bibliotecas bilíngues, fórum]
* [http://greekgrammar.wikidot.com Uma pesquisa crítica de sites dedicados ao grego antigo]
* [http://greekgrammar.wikidot.com Uma pesquisa crítica de sites dedicados ao grego antigo]
* [http://socrates.berkeley.edu/~ancgreek/ancient_greek_start.html Ancient Greek Tutorials] – Berkeley Language Center da Universidade da Califórnia
* [http://socrates.berkeley.edu/~ancgreek/ancient_greek_start.html Ancient Greek Tutorials]– Berkeley Language Center da Universidade da Califórnia
* [http://daedalus.umkc.edu/FirstGreekBook/index.html Um tutorial digital para grego antigo baseado no primeiro livro grego de White]
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* [http://www.ntgreek.net/ New Testament Greek]
* [http://www.ntgreek.net/ New Testament Greek]
* [https://web.archive.org/web/20160922003312/http://www.akwn.net/ Acropolis World News] – Um resumo das últimas notícias do mundo em grego antigo, Juan Coderch, University of St Andrews
* [https://web.archive.org/web/20160922003312/http://www.akwn.net/ Acropolis World News]– Um resumo das últimas notícias do mundo em grego antigo, Juan Coderch, University of St Andrews


===Textos clássicos===
=== Textos clássicos ===
* [https://www.perseus.tufts.edu/cache/perscoll_Greco-Roman.html Perseus – Greek and Roman Materials]
* [https://www.perseus.tufts.edu/cache/perscoll_Greco-Roman.html Perseus – Greek and Roman Materials]
* [http://www.mikrosapoplous.gr/en/texts1en.htm Ancient Greek Texts]
* [http://www.mikrosapoplous.gr/en/texts1en.htm Ancient Greek Texts]

Revisão das 17h24min de 16 de agosto de 2023

Grego antigo

ἡ Ἑλληνικὴ γλῶσσα

Falado(a) em: Mediterrâneo oriental
Extinção: evoluiu para o Grego Koiné
Família: Indo-europeia
 Helênica
  Grego antigo
Códigos de língua
ISO 639-1: grc
ISO 639-2: grc
ISO 639-3: grc

A língua grega antiga ou clássica (ἡ Ἑλληνικὴ γλῶσσα, hē Hellēnikḕ glō̃ssa, em grego antigo) é uma língua indo-europeia extinta, falada na Grécia durante a Antiguidade e que evoluiu para o grego moderno. A língua grega clássica é dividida com base nos seguintes períodos: grego micênico (c. 1400–1200 aC), período homérico (c. 1200–800 aC), o período arcaico (c. 800–500 aC) e o período clássico (c. 500–300 aC).[1]

Uso moderno

Na educação

O estudo do grego antigo nos países europeus, além do latim, ocupou um lugar importante no currículo desde o Renascimento até o início do século XX. Isso também foi verdade nos Estados Unidos, onde muitos dos fundadores da nação receberam uma educação de base clássica.[2] O latim era enfatizado nas faculdades americanas, mas o grego também era exigido nas eras colonial e nacional,[3] e o estudo da Grécia antiga tornou-se cada vez mais popular em meados do século XIX, a era do filelenismo americano.[4] Em particular, as intelectuais femininas da época designaram o domínio do grego antigo como essencial para se tornar uma "mulher de letras."[5]

O grego antigo ainda é ensinado como disciplina obrigatória ou opcional, especialmente em escolas tradicionais ou de elite em toda a Europa, como escolas públicas e escolas de gramática no Reino Unido. É obrigatório no liceu clássico na Itália, no ginásio da Holanda, em algumas aulas na Áustria, na klasična gimnazija (escola secundária – orientação: línguas clássicas) na Croácia, nos estudos clássicos na ASO na Bélgica e é opcional no ginásio orientado para as humanidades na Alemanha, geralmente como uma terceira língua depois do latim e do inglês, dos quatorze aos dezoito anos. Em 2006/07, quinze mil alunos estudaram grego antigo na Alemanha, de acordo com o Departamento Federal de Estatística da Alemanha, e 280 mil alunos o estudaram na Itália.[6]

É uma disciplina obrigatória ao lado do latim no ramo de humanidades do bacharelado espanhol. O grego antigo é ensinado na maioria das grandes universidades do mundo, muitas vezes combinado com o latim como parte do estudo dos clássicos. Em 2010, foi oferecido em três escolas primárias no Reino Unido, para aumentar as habilidades linguísticas das crianças,[7][8] e foi uma das sete línguas estrangeiras que as escolas primárias poderiam ensinar em 2014 como parte de um grande esforço para aumentar os padrões de educação.[9]

O grego antigo é ensinado como disciplina obrigatória em todos os ginásios e liceus da Grécia.[10][11] Começando em 2001, uma competição internacional anual "Explorando a Língua e Cultura Grega Antiga" (em grego: Διαγωνισμός στην Αρχαία Ελληνική Γλώσσα και Γραμματεία) foi realizada para alunos do ensino médio em grego. Ministério da Educação Nacional e Assuntos Religiosos, com a língua grega e organizações culturais como co-organizadores.[12] Parece ter cessado em 2010, não tendo obtido o reconhecimento e aceitação dos professores.[13]

Modern real-world usage

Autores modernos raramente escrevem em grego antigo, embora Jan Křesadlo tenha escrito alguma poesia e prosa no idioma, e Harry Potter e a Pedra Filosofal,[14] alguns volumes de Asterix,[15] e As Aventuras de Alix foram traduzidos para o grego antigo. Ὀνόματα Kεχιασμένα (Onomata Kechiasmena) é a primeira revista de palavras cruzadas e quebra-cabeças em grego antigo.[16] Sua primeira edição apareceu em abril de 2015 como um anexo da Hebdomada Aenigmatum. Alfred Rahlfs incluiu um prefácio, uma breve história do texto da Septuaginta e outros assuntos iniciais traduzidos para o grego antigo em sua edição de 1935 da Septuaginta; Robert Hanhart também incluiu as observações introdutórias da edição revisada de Rahlfs–Hanhart de 2006 no idioma.[17] Akropolis World News relata semanalmente um resumo das notícias mais importantes em grego antigo.[18]

O grego antigo também é usado por organizações e indivíduos, principalmente gregos, que desejam denotar seu respeito, admiração ou preferência pelo uso desse idioma. Esse uso às vezes é considerado gráfico, nacionalista ou humorístico. De qualquer forma, o fato de os gregos modernos ainda poderem entender total ou parcialmente textos escritos em formas não arcaicas do grego antigo mostra a afinidade da língua grega moderna com seu predecessor ancestral.[18]

Referências

  1. Ralli, Angela (2012). «Greek». Revue belge de Philologie et d'Histoire. 90 (3): 964. doi:10.3406/rbph.2012.8269. Consultado em 23 de janeiro de 2021. Arquivado do original em 30 de setembro de 2022 
  2. Thirty-six of the eighty-nine men who signed the Declaration of Independence and attended the Constitutional Convention went to a colonial college, all of which offered only the classical curricula. Richard M. Gummere, The American Colonial Mind and the Classical Tradition, p.66 (1963). Admission to Harvard, for example, required that the applicant: "Can readily make and speak or write true Latin prose and has skill in making verse, and is competently grounded in the Greek language so as to be able to construe and grammatically to resolve ordinary Greek, as in the Greek Testament, Isocrates, and the minor poets." Meyer Reinhold, Classica Americana: The Greek and Roman Heritage in the United States, p.27 (1984).
  3. Harvard's curriculum was patterned after those of Oxford and Cambridge, and the curricula of other Colonial colleges followed Harvard's. Lawrence A. Cremin, American Education: The Colonial Experience, 1607-1783, pp. 128–129 (1970), and Frederick Rudolph, Curriculum: A History of the American Undergraduate Course of Study Since 1636, pp. 31–32 (1978)
  4. Caroline Winterer, The Culture of Classicism: Ancient Greece and Rome in American Cultural Life, 1780-1910, pp.3-4 (2002).
  5. Yopie Prins, Ladies' Greek: Victorian Translations of Tragedy, pp. 5–6 (2017). See also Timothy Kearley, Roman Law, Classical Education, and Limits on Classical Participation in America into the Twentieth-Century, pp. 54–55, 97–98 (2022)
  6. «Ministry publication» (PDF). www.edscuola.it. Consultado em 27 de outubro de 2010. Cópia arquivada (PDF) em 18 de setembro de 2018 
  7. «Ancient Greek 'to be taught in state schools'». The Daily Telegraph. 30 de julho de 2010. Consultado em 3 de maio de 2015. Cópia arquivada em 10 de janeiro de 2022  Verifique o valor de |url-access=subscription (ajuda)
  8. "Now look, Latin's fine, but Greek might be even Beta" Arquivado em 3 agosto 2010 no Wayback Machine, TES Editorial, 2010 - TSL Education Ltd.
  9. More primary schools to offer Latin and ancient Greek Arquivado em 13 junho 2018 no Wayback Machine, The Telegraph, 26 November 2012
  10. «Ωρολόγιο Πρόγραμμα των μαθημάτων των Α, Β, Γ τάξεων του Hμερησίου Γυμνασίου». Consultado em 3 de maio de 2015. Cópia arquivada em 1 de junho de 2015 
  11. «ΩΡΟΛΟΓΙΟ ΠΡΟΓΡΑΜΜΑ ΓΕΝΙΚΟΥ ΛΥΚΕΙΟΥ». Consultado em 3 de maio de 2015. Cópia arquivada em 30 de setembro de 2022 
  12. «Annex to 2012 Greek statistics» (PDF). UNESCO. 2012. p. 26. Consultado em 14 de dezembro de 2018. Cópia arquivada (PDF) em 15 de dezembro de 2018 
  13. Proceedings of the 2nd Pan-hellenic Congress for the Promotion of Innovation in Education. II. 2016. p. 548 
  14. Areios Potēr kai ē tu philosophu lithos, Bloomsbury 2004, ISBN 1-58234-826-X
  15. «Asterix speaks Attic (classical Greek) - Greece (ancient)». Asterix around the World - the many Languages of Asterix. 22 de maio de 2011. Consultado em 12 de julho de 2011. Cópia arquivada em 30 de setembro de 2011 
  16. «Enigmistica: nasce prima rivista in greco antico 2015». 4 de maio de 2015. Consultado em 10 de setembro de 2018. Cópia arquivada em 28 de julho de 2020 
  17. Rahlfs, Alfred, and Hanhart, Robert (eds.), Septuaginta, editio altera (Deutsche Bibelgesellschaft, 2006).
  18. a b «Akropolis World News». www.akwn.net (em inglês). Arquivado do original em 22 de setembro de 2016 

Bibliografia

  • Adams, Matthew. "The Introduction of Greek into English Schools." Greece and Rome 61.1: 102–13, 2014. JSTOR 43297490.
  • Allan, Rutger J. "Changing the Topic: Topic Position in Ancient Greek Word Order." Mnemosyne: Bibliotheca Classica Batava 67.2: 181–213, 2014.
  • Athenaze: An Introduction to Ancient Greek (Oxford University Press). [A series of textbooks on Ancient Greek published for school use.]
  • Bakker, Egbert J., ed. A Companion to the Ancient Greek Language. Oxford: Wiley-Blackwell, 2010.
  • Beekes, Robert S. P. Etymological Dictionary of Greek. Leiden, The Netherlands: Brill, 2010.
  • Chantraine, Pierre. Dictionnaire étymologique de la langue grecque, new and updated edn., edited by Jean Taillardat, Olivier Masson, & Jean-Louis Perpillou. 3 vols. Paris: Klincksieck, 2009 (1st edn. 1968–1980).
  • Christidis, Anastasios-Phoibos, ed. A History of Ancient Greek: from the Beginnings to Late Antiquity. Cambridge: Cambridge University Press, 2007.
  • Easterling, P and Handley, C. Greek Scripts: An Illustrated Introduction. London: Society for the Promotion of Hellenic Studies, 2001. ISBN 0-902984-17-9
  • Fortson, Benjamin W. Indo-European Language and Culture: An Introduction. 2d ed. Oxford: Wiley-Blackwell, 2010.
  • Hansen, Hardy and Quinn, Gerald M. (1992) Greek: An Intensive Course, Fordham University Press
  • Horrocks, Geoffrey. Greek: A History of the Language and its Speakers. 2d ed. Oxford: Wiley-Blackwell, 2010.
  • Janko, Richard. "The Origins and Evolution of the Epic Diction." In The Iliad: A Commentary. Vol. 4, Books 13–16. Edited by Richard Janko, 8–19. Cambridge, UK: Cambridge Univ. Press, 1992.
  • Jeffery, Lilian Hamilton. The Local Scripts of Archaic Greece: Revised Edition with a Supplement by A. W. Johnston. Oxford: Oxford Univ. Press, 1990.
  • Morpurgo Davies, Anna, and Yves Duhoux, eds. A Companion to Linear B: Mycenaean Greek Texts and their World. Vol. 1. Louvain, Belgium: Peeters, 2008.
  • Swiggers, Pierre and Alfons Wouters. "Description of the Constituent Elements of the (Greek) Language." In Brill's Companion to Ancient Greek Scholarship. Edited by Franco Montanari and Stephanos Matthaios, 757–797. Leiden: Brill, 2015.

Ligações externas

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