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Reforma Protestante: diferenças entre revisões

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Esse movimento resultou na divisão da Igreja do Ocidente entre os "católicos romanos" de um lado e os "reformados" ou "protestantes" de outro; entre estes, surgiram vários grupos, dos quais se destacam o [[Luteranismo]] (de [[Martinho Lutero]]) e as [[Igrejas Reformadas]] ou [[Calvinismo|calvinistas]] (de [[João Calvino]]). Um dos pontos de destaque da reforma é o fato de que a partir de então qualquer pessoa pôde ter acesso à Bíblia graças às traduções feitas por vários reformadores (entre eles o próprio Lutero), após séculos em que as escrituras estavam sob o domínio privilegiado dos membros da hierarquia eclesiástica.
Esse movimento resultou na divisão da Igreja do Ocidente entre os "católicos romanos" de um lado e os "reformados" ou "protestantes" de outro; entre estes, surgiram vários grupos, dos quais se destacam o [[Luteranismo]] (de [[Martinho Lutero]]) e as [[Igrejas Reformadas]] ou [[Calvinismo|calvinistas]] (de [[João Calvino]]). Um dos pontos de destaque da reforma é o fato de que a partir de então qualquer pessoa pôde ter acesso à Bíblia graças às traduções feitas por vários reformadores (entre eles o próprio Lutero), após séculos em que as escrituras estavam sob o domínio privilegiado dos membros da hierarquia eclesiástica.


As principais figuras da reforma foram [[Martinho Lutero]] ([[[http://www.example.com ligação externa]1483]]-[[1546]]) e [[João Calvino]] ([[1509]]-[[1564]]), herdeiros das idéias dos pré-reformadores [[John Wyclif]] ([[1320]]-[[1384]]) e [[Jan Huss]] ([[1370]]-[[1415]]). A resposta da [[Igreja Católica Romana]] foi o movimento conhecido como [[Contra-Reforma]].
As principais figuras da reforma foram [[Martinho Lutero]] ([[1483]]-[[1546]]) e [[João Calvino]] ([[1509]]-[[1564]]), herdeiros das idéiras dos pré-reformadores [[John Wyclif]] ([[1320]]-[[1384]]) e [[Jan Huss]] ([[1370]]-[[1415]]). A resposta da [[Igreja Católica Romana]] foi o movimento conhecido como [[Contra-Reforma]].

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O biógrafo de João Calvino, o francês [[Bernard Cottret]], escreveu: "Com o [[Concílio de Trento]] (1545-1563)... trata-se da racionalização e reforma da vida do clero. A Reforma Protestante é para ser entendida num sentido mais extenso: ela denomina a exortação ao regresso aos valores cristãos de cada ''indivíduo''". A Reforma redescobriu o papel de o próprio indivíduo poder se achegar a Deus, e obter o perdão e a sua salvação. Proclama-se, com a Reforma, que o ''homem seria salvo pela fé e não por obras da carne''.
O biógrafo de João Calvino, o francês [[Bernard Cottret]], escreveu: "Com o [[Concílio de Trento]] (1545-1563)... trata-se da racionalização e reforma da vida do clero. A Reforma Protestante é para ser entendida num sentido mais extenso: ela denomina a exortação ao regresso aos valores cristãos de cada ''indivíduo''". A Reforma redescobriu o papel de o próprio indivíduo poder se achegar a Deus, e obter o perdão e a sua salvação. Proclama-se, com a Reforma, que o ''homem seria salvo pela fé e não por obras da carne''.


[[Imagem:Luther46c.jpg|thumb|150px|left|[[Martinho Lutero]] aos 46 anos ([[Lucas Cranach o Velho]], 1529)]]Um elemento comum às igrejas que surgem da Reforma Protestante é esta centralização na salvação do indivíduo. [[Bernard Cottret]]: "A reforma cristã, em toda a sua diversidade, aparece centrada na teologia da salvação. A salvação, no Cristianismo, é forçosamente algo de individual, diz mais respeito ao indivíduo do que à comunidade". Este aforismo de Lutero do ano [[1531]] caracteriza bem a importância da história pessoal de cada um para a causa reformadora. Lutero não é nenhum fundador de um império, ele é um monge em busca da sua salvação. Como [[Pierre Chaunu]] mostrou de forma extraordinária, "não se trata de uma questão da Igreja mas de uma questão da salvação".
[[Imagem:Luther46c.jpg|thumb|150px|left|[[Martinho Lutero]] aos 46 anos ([[Lucas Cranach o Velho]], 1529)]]Um elemento comum às igrejas que surgem da Reforma Protestante é esta centralização na salvação do indivíduo. [[Bernard Cottret]]: "A reforma cristã, em toda a sua diversidade, aparece centrada na teologia da salvação. A salvação, no Cristianismo, é forçosamente algo de individual, diz mais respeito ao indivíduo do que à comunidade". Este aforismo de Lutero do ano [[1531]] caracteriza bem a importância da história pessoal de cada um para a causa reformadora. Lutero não é nenhum fundador de um império, ele é um monge em busca da sua salvação. Como [[Pierre Chaunu]] mostrou de forma extraordinária, "não se trata de uma questão da Igreja mas de uma questão da salvação".


O resultado deste movimento religioso é uma mais fervorosa observação dos princípios morais cristãos tais como eles estão expressos na Bíblia. Os movimentos de zelo religioso que têm lugar na Europa do século XVI são para ser entendidos no contexto do efeito multiplicador iniciado pela invenção da imprensa por [[Gutenberg]]. Se a bíblia não estivesse agora acessível a cada um, traduzida nas línguas e dialetos locais, compreensível aos Europeus, tal como ela começou a surgir no século XVI, tal zelo religioso não teria sido possível. Anteriormente ao século XVI, a bíblia era um manuscrito em Latim, (língua dominada por uma minoria) do qual havia poucas cópias, que se encontravam fechadas nos conventos e nas igrejas, lidas por uma elite eclesiástica. A grande maioria da população nunca a tinha lido. No século XVI, ela está disponível em grandes números e nas línguas e dialetos locais. Não é de admirar pois que a religião se torne um tema polêmico.woooooooooooohhhhhhhhhooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo va para runescape.com nao perke tempo lendo esas porcarias!!!!!!!!!!!!!!!!!!
O resultado deste movimento religioso é uma mais fervorosa observação dos princípios morais cristãos tais como eles estão expressos na Bíblia. Os movimentos de zelo religioso que têm lugar na Europa do século XVI são para ser entendidos no contexto do efeito multiplicador iniciado pela invenção da imprensa por [[Gutenberg]]. Se a bíblia não estivesse agora acessível a cada um, traduzida nas línguas e dialetos locais, compreensível aos Europeus, tal como ela começou a surgir no século XVI, tal zelo religioso não teria sido possível. Anteriormente ao século XVI, a bíblia era um manuscrito em Latim, (língua dominada por uma minoria) do qual havia poucas cópias, que se encontravam fechadas nos conventos e nas igrejas, lidas por uma elite eclesiástica. A grande maioria da população nunca a tinha lido. No século XVI, ela está disponível em grandes números e nas línguas e dialetos locais. Não é de admirar pois que a religião se torne um tema polêmico.


== Raízes da Reforma Religiosa ==
== Raízes da Reforma Religiosa ==

Revisão das 13h24min de 23 de agosto de 2008

 Nota: Se procura outros significados de reforma, veja Reforma (desambiguação).

A Reforma Protestante foi um movimento que começou no século XVI com uma série de tentativas de reformar a Igreja Católica Romana e levou subseqüentemente ao estabelecimento do Protestantismo.

Introdução

Esse movimento resultou na divisão da Igreja do Ocidente entre os "católicos romanos" de um lado e os "reformados" ou "protestantes" de outro; entre estes, surgiram vários grupos, dos quais se destacam o Luteranismo (de Martinho Lutero) e as Igrejas Reformadas ou calvinistas (de João Calvino). Um dos pontos de destaque da reforma é o fato de que a partir de então qualquer pessoa pôde ter acesso à Bíblia graças às traduções feitas por vários reformadores (entre eles o próprio Lutero), após séculos em que as escrituras estavam sob o domínio privilegiado dos membros da hierarquia eclesiástica.

As principais figuras da reforma foram Martinho Lutero (1483-1546) e João Calvino (1509-1564), herdeiros das idéiras dos pré-reformadores John Wyclif (1320-1384) e Jan Huss (1370-1415). A resposta da Igreja Católica Romana foi o movimento conhecido como Contra-Reforma.

O biógrafo de João Calvino, o francês Bernard Cottret, escreveu: "Com o Concílio de Trento (1545-1563)... trata-se da racionalização e reforma da vida do clero. A Reforma Protestante é para ser entendida num sentido mais extenso: ela denomina a exortação ao regresso aos valores cristãos de cada indivíduo". A Reforma redescobriu o papel de o próprio indivíduo poder se achegar a Deus, e obter o perdão e a sua salvação. Proclama-se, com a Reforma, que o homem seria salvo pela fé e não por obras da carne.

Martinho Lutero aos 46 anos (Lucas Cranach o Velho, 1529)

Um elemento comum às igrejas que surgem da Reforma Protestante é esta centralização na salvação do indivíduo. Bernard Cottret: "A reforma cristã, em toda a sua diversidade, aparece centrada na teologia da salvação. A salvação, no Cristianismo, é forçosamente algo de individual, diz mais respeito ao indivíduo do que à comunidade". Este aforismo de Lutero do ano 1531 caracteriza bem a importância da história pessoal de cada um para a causa reformadora. Lutero não é nenhum fundador de um império, ele é um monge em busca da sua salvação. Como Pierre Chaunu mostrou de forma extraordinária, "não se trata de uma questão da Igreja mas de uma questão da salvação".

O resultado deste movimento religioso é uma mais fervorosa observação dos princípios morais cristãos tais como eles estão expressos na Bíblia. Os movimentos de zelo religioso que têm lugar na Europa do século XVI são para ser entendidos no contexto do efeito multiplicador iniciado pela invenção da imprensa por Gutenberg. Se a bíblia não estivesse agora acessível a cada um, traduzida nas línguas e dialetos locais, compreensível aos Europeus, tal como ela começou a surgir no século XVI, tal zelo religioso não teria sido possível. Anteriormente ao século XVI, a bíblia era um manuscrito em Latim, (língua dominada por uma minoria) do qual havia poucas cópias, que se encontravam fechadas nos conventos e nas igrejas, lidas por uma elite eclesiástica. A grande maioria da população nunca a tinha lido. No século XVI, ela está disponível em grandes números e nas línguas e dialetos locais. Não é de admirar pois que a religião se torne um tema polêmico.

Raízes da Reforma Religiosa

Início da Reforma

Fator tecnológico fundamental: A recente invenção da imprensa

Por volta de 1450-1455 tinha sido impresso pela primeira vez um livro: uma bíblia. A Bíblia Latina, impressa por João Gutenberg, com uma edição de cerca de 150 exemplares, uma revolução tecnológica, certamente, mas que dá início a uma revolução social. Até aqui, na Idade Média, os livros eram copiados à mão. A bíblia era um luxo, exclusivo aos elementos da Igreja. A maioria da população, analfabeta, conhece a Bíblia apenas de forma lacunar, das visitas à Igreja.

Nos anos seguintes à invenção da imprensa irão surgir milhares de bíblias em circulação, impressas primeiro em latim, mas também em Grego, e depois em Inglês, Alemão, Francês, e demais línguas e dialetos. Coloca-se agora com maior acutilância a questão de descobrir as versões mais "corretas" da Bíblia, a exegese torna-se uma prática comum. Estamos na era de humanistas como Erasmo de Roterdão. Torna-se também evidente que há uma problemática intrínseca à tradução de textos. Como traduzir a palavra grega "presbyterus" ? "Padre", como pretendem os católicos ? Ou "o mais velho" como pretendem alguns protestantes ? Se no passado estas questões não se colocaram com grande urgência, agora que as bíblias apareciam nas estantes das famílias educadas e eram lidas em massa, o tema torna-se mais importante.

Fatores Demográficos e Econômicos Subjacentes

A revolta histórica produz normalmente uma nova forma de pensamento quanto à forma de organização da sociedade. Assim foi com a Reforma Protestante. No seguimento do colapso de instituições monásticas e do escolasticismo nos finais da Idade Média na Europa, acentuado pela "Cativeiro Babilônica da igreja" no papado de Avignon, o Grande Cisma e o fracasso da conciliação, assistimos no século XVI ao fermentar de um enorme debate sobre a reforma da religião e dos posteriores valores religiosos fundamentais. Este debate passou completamente ao lado de Portugal, demasiado distante do foco onde surgiram estes pensamentos. A imprensa, inventada na Alemanha por John Gutenberg, foi importante na divulgação destas idéias. As 95 Teses de Martinho Lutero foram imediatamente impressas e divulgadas por todas as regiões de língua alemã, o que contribuiu para a crescente popularidade de Martinho Lutero. Não menos relevante foi a influência da pressão social exercida pela Contra-Reforma, na qual os Jesuítas tiveram um papel de liderança. A Inquisição e a censura exercida pela Igreja Católica foram igualmente determinantes para evitar que as idéias reformadoras encontrassem divulgação em Portugal, Espanha ou Itália, países católicos. Historiadores assumem geralmente que a incapacidade de reformar (grande número de interesses legítimos, falta de coordenação na coligação dos reformadores) poderia levar a uma grande revolta ou revolução, uma vez que o sistema deverá ser gradualmente ajustado ou então se desintegrar. O fracasso da conciliação levou à Reforma Protestante do ocidente europeu. Estes movimentos reformistas frustrados variam desde o nominalismo, a moderna devoção, ao humanismo, e ocorrem em conjunção com o crescente desagrado perante a riqueza e o poder da elite clerical, sensibilizando a população para a corrupção moral e financeira da Igreja.

A Reforma Religiosa e Política na Inglaterra

John Wyclif (de barba branca) trabalhou na primeira tradução da Bíblia para o idioma inglês, ele entrega a tradução aos padres, que ficaram conhecidos como lolardos. (quadro de William Frederick Yeames).
Henrique VIII

O curso da Reforma foi diferente na Inglaterra. Desde muito tempo atrás havia uma forte corrente anticlerical, tendo a Inglaterra já tido o movimento Lollardo, que inspirou os Hussitas na Boémia. Mas em cerca de 1520, no entanto, os lollardos não eram já uma força activa, ou pelo menos um movimento de massas.

O carácter diferente da Reforma Inglesa deve-se ao facto de ter sido promovida inicialmente pelas necessidades políticas de Henrique VIII. Sendo este casado com Catarina de Aragão e estando apaixonado por Ana Bolena, Henrique solicita ao Papa Clemente VII a anulação do casamento. Perante a recusa do Papado, Henrique faz-se proclamar, em 1531, protector da Igreja inglesa. O "Ato de Supremacia", votado no Parlamento em Novembro de 1534, colocou Henrique e os seus sucessores na liderança da Igreja: os súbditos deveriam submeter-se ou então seriam excomungados e perseguidos. Apesar de uma certa deriva em direcção ao luteranismo, Henrique reafirma a ortodoxia católica através da "Confissão dos Seis Artigos" (1539).

Entre 1540 e 1553, sob Thomas Cromwell, a política conhecida como a dissolução dos mosteiros foi posta em prática. A veneração de santos, locais de peregrinação foram atacados. Enormes extensões de terras e propriedades da Igreja passaram para as mãos da coroa e posteriormente da nobreza e das classes altas. Os direitos adquiridos foram uma força poderosa de apoio às dissoluções.

Houve muitos opositores da Reforma de Henrique, tais como Thomas More e o Bispo John Fischer, que foram executados pela sua oposição. Mas também existiu um partido crescente de Protestantes genuínos que estavam inspirados pelas doutrinas então correntes no continente. Quando Henrique foi sucedido pelo seu filho Eduardo VI em 1547, os protestantes viram-se em ascendente no governo. Uma reforma mais radical foi imposta, com a destruição de imagens e o fecho de capelas, para além de ter sido revogada a "Confissão dos Seis Artigos". Em 1552, é redigido o novo "Livro de Orações" e promulgada a "Confissão de Fé em Quarenta e Dois Artigos", que aproximava doutrinalmente a Igreja de Inglaterra do calvinismo.

Seguiu-se uma breve reacção católica durante o reinado de Maria I (1553-1558). De início moderada na sua política religiosa, Maria procura a reconciliação com Roma, consagrada em 1554, quando o Parlamento vota o regresso à obediência papal. Porém, as perseguições violentas que move aos não católicos e o seu casamento com Filipe II de Espanha, provocam um forte descontentamento na população.

Um consenso começou a surgir durante o reinado de Isabel I. Em 1559, Isabel retorna à religião do pai, com o restabelecimento do "Ato de Supremacia" e do "Livro de Orações" de Eduardo VI. Através da "Confissão dos Trinta e Nove Artigos" (1563), Isabel alcança um compromisso entre o protestantismo e o catolicismo: embora o dogma se aproxime do calvinismo, só admitindo como sacramento o baptismo e a eucaristia, é mantida a hierarquia episcopal e o fausto das cerimônias religiosas.

O sucesso da Contra-Reforma no continente e o crescimento de um partido puritano dedicado a estender a Reforma Protestante polarizou a era Elizabetana, apesar da Inglaterra não ter tido até 1640 lutas religiosas comparáveis às dos seus vizinhos.

Na verdade a Reforma na Inglaterra procurou preservar o máximo da Tradição Católica (episcopado, liturgia e sacramentos). A Igreja da Inglaterra sempre se viu como a "eclesia anglicanae", ou seja, "A Igreja cristã na Inglaterra" e não derivação da Igreja de Roma ou do movimento reformista do século XVI.

Como conseqüência disso, sempre existiram dois grandes "partidos" ou "facções": a Igreja Alta (High Church) e Igreja Baixa (Low Church), que refletem a controvérsia histórica sobre as formas de culto e de expressão.

A Reforma Anglicana buscou ser a "via média" entre os extremos romanos e puritanos. Assim aceitam os dois sacramentos do Evangelho: o Santo Batismo, através do qual a pessoa é feita membro da Igreja de Cristo, sendo que tal graça é complementada na Confirmação, e na Santa Comunhão, que une o cristão ao sacrifício de Cristo Jesus que os alimenta com seu corpo e sangue.

Para os anglicanos estes dois sacramentos foram instituídos pelo próprio Senhor Jesus Cristo. Os demais ritos sacramentais da Igreja também são aceitos, apesar de não terem sido instituídos por Cristo, mas são reconhecidos por serem, em parte, estados de vida aprovados nas Escrituras: a Confirmação, Penitência, Ordens, Matrimônio e a Unção dos enfermos.

Embora tenham se afastado de muitas das práticas devocionais medievais com relação aos santos e a Virgem Maria mantiveram um calendário específico para sua comemoração na Igreja, em especial as antigas festas marianas diretamente associadas aos méritos de seu Filho Jesus Cristo (Anunciação, Natividade etc).

A Reforma na Escandinávia

Ainda durante a vida do seu fundador, o luteranismo chegará à Dinamarca, à Noruega e à Suécia.

Na Dinamarca, a difusão das idéias de Lutero deveu-se a Hans Tausen. Em 1536, na Dieta de Copenhaga, o rei Cristiano III aboliu a autoridade dos bispos católicos, tendo sido confiscados os bens das igrejas e dos mosteiros. O rei atribuiu a Johann Bugenhagen, discípulo de Lutero, a responsabilidade de organizar uma Igreja Luterana nacional. A Reforma na Noruega e na Islândia será uma conseqüência da dominação da Dinamarca sobre estes territórios; assim, logo em 1537 ela é introduzida na Noruega e entre 1541 e 1550 na Islândia, tendo assumido neste último território características violentas.

Na Suécia, o movimento reformista foi liderado pelos irmãos Olaus e Laurentius Petri. Foi em larga medida uma forma do rei Gustavo I Vasa cimentar o poder da monarquia face a um clero influente, ao qual confiscará os bens que distribui pela nobreza. O rei rompe com Roma em 1525, na Dieta de Vasteras. O luteranismo penetrará neste país de maneira lenta, tendo a Igreja reformada preservado aspectos do catolicismo, como a organização episcopal e a liturgia. Em 1593, a Igreja sueca adotará a Confissão de Augsburgo.

Comparação entre o catolicismo e protestantismo no sec. XVI

Abaixo, uma tabela resumindo as principais diferenças entre a religião católica e o protestantismo no século XVI.

Igreja Livro Sagrado Salvação humana Sacramentos Rito religioso Principais áreas de influência européia
Católica A Bíblia é a fonte de , mas devia ser interpretada pelos padres da Igreja. A tradição católica também é uma fonte de fé, assim como o Magistério da Igreja. Salvação pela fé e boas obras. São sete: batismo, crisma, eucaristia, matrimônio, penitência, ordem e extrema-unção. Missa solene em latim. Espanha, Portugal, Itália, sul da Alemanha, a maioria da França, maioria da Irlanda
Luterana A Bíblia é a única fonte de fé. Permitia-se seu livre exame. Salvação pela fé em Deus. São dois: batismo e eucaristia. Culto simples (com liturgia) com o uso das línguas nacionais. Norte da Alemanha, Dinamarca, Noruega, Suécia, Finlândia.
Calvinista A Bíblia é a única fonte de fé. Permitia-se seu livre exame. Salvação pela fé e graça de Deus (predestinação).As boas obras eram vistas como consequência da salvação. São dois: batismo e eucaristia. Culto bem simples com o uso das línguas nacionais. Suíça, Países Baixos, parte da França (huguenotes), Inglaterra (puritanos), Escócia (presbiterianos).
Anglicana A Bíblia é a fonte principal de fé. Devia ser interpretada pela Igreja (Tradição) e permitia-se seu livre exame (Razão). Salvação pela fé e graça de Deus (predestinação).As boas obras eram vistas como conseqüência da salvação. Para os anglicanos o Batismo e a Eucaristia foram os dois sacramentos instituídos pelo próprio Senhor Jesus Cristo. Os demais ritos sacramentais da Igreja também são aceitos, apesar de não terem sido instituídos por Cristo, mas são reconhecidos por serem, em parte, estados de vida aprovados nas Escrituras: a Confirmação, Penitência, Ordens, Matrimônio e a Unção dos enfermos. Culto conservando a forma católica (liturgia, hierarquia da Igreja). Uso da língua nacional (inglês). Inglaterra.

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