Eleições estaduais no Maranhão em 2006: diferenças entre revisões
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Revisão das 03h11min de 21 de maio de 2016
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1º de outubro de 2006 (Primeiro turno) 29 de outubro de 2006 (Segundo turno) | ||||
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Candidato | Jackson Lago | Roseana Sarney | ||
Partido | PDT | PFL | ||
Natural de | Pedreiras, MA | São Luís, MA | ||
Vice | Luís Carlos Porto | João Alberto de Souza | ||
Votos | 1 393 754 | 1 295 880 | ||
Porcentagem | 51,82% | 48,18% | ||
Titular Eleito | ||||
As eleições estaduais no Maranhão em 2006 aconteceram em 1º de outubro como parte das eleições gerais no Distrito Federal e em 26 estados. Foram eleitos o governador Jackson Lago, o vice-governador Luís Carlos Porto, o senador Epitácio Cafeteira, 18 deputados federais e 42 estaduais. Como nenhum candidato a governador fez metade mais um dos votos válidos, um segundo turno foi realizado em 29 de outubro e segundo a Constituição, o governador foi eleito para quatro anos de mandato a contar de 1º de janeiro de 2007,[1] com direito a uma reeleição.[2]
Desde o término da Era Vargas o Maranhão realizou doze eleições diretas e três indiretas para o governo do estado e nisso o poder foi exercido por Vitorino Freire até o Regime Militar de 1964 e desde então por José Sarney. Embora os dois tenham sido correligionários à época do PSD eles se separaram quando este último optou pela UDN e elegeu-se governador em 1965 com o apoio do presidente Humberto de Alencar Castelo Branco. Forçados a coexistir dentro da ARENA,[3] eles não divergiam publicamente embora liderassem suas próprias alas no partido governista, todavia a força dos "sarneístas" ficou mais evidente a partir do momento que José Sarney passou a atuar como senador em Brasília. Nessa condição chegou à presidência nacional da ARENA e do PDS, embora o presidente Ernesto Geisel tenha agido em favor dos "vitorinistas" em 1974 ao escolher Osvaldo da Costa Nunes Freire como governador.[4]
Ao longo do governo João Figueiredo, vigorou uma aliança entre o governador João Castelo e o senador José Sarney, permitindo a vitória do PDS em 1982 quando Luís Rocha foi o primeiro residente do Palácio dos Leões eleito pelo voto popular em dezessete anos. Todavia as articulações inerentes à sucessão presidencial desfizeram a união, afinal João Castelo apoiou Paulo Maluf, enquanto José Sarney ingressou no PMDB e foi eleito vice-presidente de Tancredo Neves. Como o novo presidente adoeceu e faleceu sem tomar posse o Palácio do Planalto ficou nas mãos de José Sarney que se aliou a Epitácio Cafeteira e o fez governador em 1986 com o recorde de 81,02% dos votos. Entretanto, o desgaste de cinco anos do Governo Sarney motivou um acordo entre João Castelo e Epitácio Cafeteira a partir de 1990 quando o "sarneísmo" elegeu Edison Lobão. Em 1994 e 1998, Roseana Sarney venceu as eleições, restabelecendo o controle direto de sua família sobre o estado.
Outro flanco de oposição a José Sarney surgiu à esquerda e foi liderado por Jackson Lago que se elegeu prefeito de São Luís em 1988, 1996 e 2000. Nascido em Pedreiras e formado em Medicina na Universidade Federal do Maranhão, foi eleito deputado estadual pelo MDB em 1974. Com o retorno ao pluripartidarismo, organizou o PDT no estado e foi Secretário de Saúde no governo Epitácio Cafeteira antes de eleger-se três vezes prefeito da capital maranhense e disputar o governo em duas ocasiões. Eleito em segundo turno, Jackson Lago foi beneficiado pelo rompimento entre o senador José Sarney e o governador José Reinaldo Tavares que antes defendia a candidatura de Edson Vidigal e depois contribuiu para a primeira derrota da família Sarney em eleições diretas à disputa pelo Palácio dos Leões.
Resultado da eleição para governador
Primeiro turno
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve 2 715 810 votos nominais (87,51%), 79 295 votos em branco (2,55%) e 308 422 votos nulos (9,94%) totalizando o comparecimento de 3 103 527 eleitores.[5]
Candidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação[6] | Percentual |
---|---|---|---|---|---|
Roseana Sarney PFL |
João Alberto PMDB |
(PFL, PMDB, PTB, PP, PSC, PL, PV, PRP, PTN, PHS, PRTB) |
|||
Jackson Lago PDT |
Luís Carlos Porto PPS |
(PDT, PPS, PAN) |
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Edson Vidigal PSB |
Teresinha Fernandes PT |
(PSB, PT, PCdoB, PMN, PRB) |
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Aderson Lago PSDB |
Conceição Formiga PSDB |
(PSDB) |
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João Bentivi PRONA |
Danilo Reis PRONA |
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Carlos Saturnino Moreira PSOL |
Nonato Masson PSOL |
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Antônio Aragão PSDC |
Domingas Nogueira PSDC |
Segundo turno
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve 2 689 634 votos nominais (90,47%) que somados aos 23 259 votos em branco (0,78%) e 260 198 votos nulos (8,75%) totalizam o comparecimento de 2 973 091 eleitores.[5]
Candidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação[6] | Percentual |
---|---|---|---|---|---|
Jackson Lago PDT |
Luís Carlos Porto PPS |
(PDT, PPS, PAN, PSB, PT, PSDB, PSOL) |
|||
Roseana Sarney PFL |
João Alberto de Souza PMDB |
(PFL, PMDB, PTB, PP, PSC, PL, PV, PRP, PTN, PHS, PRTB, PCdoB, PRB, PMN) |
Cassação dos eleitos
Confirmada a vitória de Jackson Lago, a coligação de Roseana Sarney ingressou na Justiça Eleitoral com uma ação de impugnação de mandato eletivo para cassar o governador eleito por abuso de poder político e econômico ocorrido durante o segundo turno desequilibrando o pleito e colocando o resultado do mesmo sob suspeição. Conforme entendeu o Tribunal Superior Eleitoral, as acusações procediam, a chapa vencedora foi cassada e Roseana Sarney tomou posse em seu terceiro mandato como governadora a 17 de abril de 2009 tendo João Alberto de Souza ao seu lado.[7]
O principal mote da cassação foi a assinatura de convênios destinados a 156 municípios do estado no valor de R$ 280 milhões,[8] denúncias de uso da máquina administrativa e compra de votos. Naquele mesmo ano foram cassados também os governadores Cássio Cunha Lima, da Paraíba, e Marcelo Miranda, do Tocantins.
Resultado da eleição para senador
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve 2 580 977 votos nominais (83,16%) que somados aos 147 228 votos em branco (4,74%) e 375 322 votos nulos (12,09%) totalizam o comparecimento de 3 103 527 eleitores (79,16%).[5] [9]
Candidatos a senador da República |
Primeiro suplente de senador | Número | Coligação | Votação[6] | Percentual |
---|---|---|---|---|---|
Epitácio Cafeteira PTB |
Afonso Ribeiro PTB |
(PFL, PMDB, PTB, PP, PSC, PL, PV, PRP, PTN, PHS, PRTB) |
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João Castelo PSDB |
Tati Palácio PSDB |
(PSDB) |
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Ubirajara do Pindaré PT |
Sebastião de Araújo PT |
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Luiz Soares Filho PSB |
José Carlos Reis PSB |
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Nazaré Collins PTC |
Socorro Araújo PTC |
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Luiz Carlos Noleto PRONA |
Braga Diniz PRONA |
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Ramon Silva Gomes PSTU |
Cidinha Durans PSTU |
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Francisco Matos PSOL |
Cordeiro Matos PSOL |
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Frederico Luiz PCB |
Antônio Carlos Mendes PCB |
Deputados federais eleitos
São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[10] Ressalte-se que os votos em branco eram considerados válidos para fins de cálculo do quociente eleitoral nas disputas proporcionais até 1997, quando essa anomalia foi banida de nossa legislação.[11]
Deputados federais eleitos | Partido | Votação[6] | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
Roberto Rocha | PSDB | 139 294 | São Luís | ![]() | |
Sarney Filho | PV | 136 873 | São Luís | ![]() | |
Carlos Brandão | PSDB | 134 643 | Colinas | ![]() | |
Flávio Dino | PCdoB | 123 597 | São Luís | ![]() | |
Gastão Vieira | PMDB | 114 889 | São Luís | ![]() | |
Clóvis Fecury | PFL | 102 404 | Brasília | ![]() | |
Sebastião Madeira[12] | PSDB | 98 857 | São Domingos do Maranhão | ![]() | |
Pinto Itamaraty | PSDB | 90 637 | São Luís | ![]() | |
Pedro Novais | PMDB | 87 582 | Coelho Neto | ![]() | |
Nice Lobão | PFL | 87 344 | Recife | ![]() | |
Domingos Dutra | PT | 82 017 | Buriti | ![]() | |
Pedro Fernandes | PTB | 81 618 | São Luís | ![]() | |
Davi Alves Júnior | PDT | 77 595 | Imperatriz | ![]() | |
Sétimo Waquim | PMDB | 75 193 | Timon | ![]() | |
Cleber Verde | PAN | 71 734 | Santa Luzia | ![]() | |
Waldir Maranhão | PSB | 64 286 | São Luís | ![]() | |
Ribamar Alves | PSB | 62 952 | Santa Inês | ![]() | |
Julião Amin | PDT | 61 095 | São Luís | ![]() |
Referências
- ↑ A posse dos governadores eleitos em 1990 no Amapá, Distrito Federal e Roraima aconteceu em 1º de janeiro de 1991 conforme o Art. 28 da Carta de 1988 que estabeleceu o primeiro dia do ano para a posse de todos os governadores eleitos a partir de 1994
- ↑ «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 21 de junho de 2014
- ↑ No Maranhão, os efeitos do caciquismo (online). O Estado de S. Paulo, 02/11/1978. Página visitada em 21 de junho de 2014
- ↑ O regozijo e o desânimo. Disponível em Revista Veja ed. 304 de 03/07/1974. São Paulo, Editora Abril
- ↑ a b c «Quadro geral». TSE. Cópia arquivada em . Verifique data em:
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(ajuda) - ↑ a b c d «Resultado da Eleição 2006». TSE
- ↑ «TSE nega recursos e confirma cassação do governador do Maranhão (g1.com)». Consultado em 21 de junho de 2014
- ↑ TSE manda Lago deixar governo do Maranhão Folha de S. Paulo online, 17/04/2009. Página visitada em 21 de junho de 2014
- ↑ Embora o Art. 46 § 3º da Constituição de 1988 preveja a eleição de dois suplentes, é listado somente o primeiro, sem prejuízo quanto a informar eventual convocação do segundo.
- ↑ «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 10 de setembro de 2015
- ↑ «Presidência da República: Lei nº 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 10 de setembro de 2015
- ↑ Renunciou em 2008 após ser eleito prefeito de Imperatriz e em seu lugar foi efetivado Zé Vieira.