Artiodátilos: diferenças entre revisões

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaArtiodáctilos
Exemplos de artiodáctilos
Exemplos de artiodáctilos
Classificação científica
Domínio: Eukariota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Artiodactyla[1][2]
Owen, 1848
Famílias
Antilocapridae

Bovidae (antílopes, boi, cabra, etc.)

Camelidae (camelos, llamas)

Cervidae (veado[2])

Giraffidae (girafas e okapis[1])

Hippopotamidae (hipopótamos)

Moschidae

Suidae (porcos)

Tayassuidae

Tragulidae

Leptochoeridae

Dichobunidae

Cebochoeridae

Entelodontidae

Anoplotheriidae

Anthracotheriidae

Cainotheriidae

Agriochoeridae

Merycoidodontidae

Leptomerycidae

Protoceratidae

Xiphodontidae

Amphimerycidae

Helohyidae

Gelocidae

Dromomerycidae

Raoellidae

Choeropotamidae

Sanitheriidae

Climacoceratidae

Os artiodáctilos (latim científico: Artiodactyla) constituem uma ordem de mamíferos ungulados com um número par de dedos nas patas[3]. É um grupo muito variado, com cerca de 220 espécies descritas. Incluem muitos animais com grande importância econômica para o homem, como o boi, a cabra, o camelo e o porco, entre outros[3].

Há espécies nativas de artiodáctilos em todos os continentes, exceto na Austrália e na Antártida. É importante mencionar que na Austrália existem espécies de artiodáctilos, que foram, porém, introduzidas pelo Homem[2]. A maioria deles vivem em habitates terrestres, incluindo savanas[1], montanhas e florestas, mas com um grupo semi-aquático, o dos hipopótamos. A maioria são herbívoros[3] – e nesta ordem se encontram os ruminantes, com o seu aparelho digestivo especializado. Alguns, porém, são omnívoros, como, por exemplo, o porco. Entre estes animais se encontram alguns dos mamíferos mais rápidos.

Anatomia

A principal característica dos artiodáctilos é serem paraxónicos, ou seja, o plano de simetria do passa entre o terceiro e quarto dedos. Em todas as espécies o número de dedos se encontra reduzido, em relação ao número básico de cinco, característico dos mamíferos: o primeiro dedo perdeu-se neste grupo e o segundo e quinto são pequenos ou vestigiais. O terceiro e o quarto dedos encontram-se bem desenvolvidos, são protegidos por cascos e é sobre eles que todos os artiodátilos se apoiam. Em algumas formas, como nos antílopes e veados, a redução chega aos ossos: o terceiro e quarto metapodiais estão fundidos, parcial ou completamente, num único osso chamado "canhão" e nos membros posteriores destas espécies, os ossos do tornozelo estão também reduzidos em número e é o astrágalo que suporta todo o peso do animal. Estas adaptações ajudam estes animais a correrem mais rápido.

Os artiodáctilos são geralmente divididos em dois grupos com algumas características diferentes, as subordens Suina (porcos, hipopótamos e taguás) e Ruminantia (bovídeos, camelos e os restantes antílopes e veados). Os primeiros têm todos quatro dedos nas patas, dentes molares mais simples, mas os caninos estão muitas vezes transformados em presas e têm pernas mais curtas que os ruminantes. Em geral, eles são onívoros e têm um estômago simples (com exceção dos hipopótamos, que são principalmente herbívoros).

Os membros da subordem Ruminantia tendem a ter pernas mais longas com apenas dois dedos, dentes molares mais complexos, adequados à sua alimentação à base de ervas duras e o estômago dividido em várias câmaras, onde se alojam microorganismos simbiontes que decompõem a celulose. Eles também desenvolveram a técnica de ruminar, ou seja, regurgitam comida parcialmente digerida e tornam a mastigá-la, a fim de extrair dela o máximo de nutrientes.

Classificação

Árvore filogenética

⇐o Artiodactyla Owen, 1848

  |-- †Dichobunidae Gill, 1872 [parafilético ?]
  |--o †Antiacodontidae
  |--o †Helohyidae Marshall 1877
  `--+-- Suina Gray, 1868 [=Suiformia]
     `--o Selenodontia Scopoli, 1777 sensu  Métais et al., 2005
        |--o †Homacodontidae Marsh, 1849
        `--o Selenodontia Scopoli, 1777 sensu McKenna e Bell, 1997
           |-- †Bunomerycidae
           `--o Neoselenodontia Webb e Taylor, 1980
              |--o Ruminantia Scopoli, 1777
              `--o Tylopoda Illiger, 1811

Registro fóssil

Tal como a maioria dos mamíferos, os artiodátilos apareceram durante o Eoceno inferior (há cerca de 50 milhões de anos) e eram de pequenas dimensões (do tamanho de uma cabra atual), mas no Oligoceno eles atingiram grandes dimensões. Todos os atuais descendem da ordem Condylarthra, extinta no período Cretácico, há 65 milhões de anos.

No Eoceno superior (há 46 milhões de anos), já se tinham desenvolvido as três subordens atuais. No entanto, os artiodátilos estavam longe de serem os mamíferos herbívoros dominantes, pois os perissodátilos, ordem que atualmente inclui os cavalos e os rinocerontes, eram muito mais numerosos. Os artiodátilos sobreviveram em nichos "marginais", em habitates mais pobres e foi provavelmente nessa altura que eles desenvolveram o seu complexo aparelho digestivo.

Durante todo o Cenozóico apareceram 36 famílias de artiodátilos e os seus membros tinham já as formas a(c)tuais no Mioceno (há 20 milhões de anos, quando se desenvolveram as gramíneas). Durante aquele período, eles tornaram-se os mamíferos herbívoros dominantes, ao mesmo tempo que diminuiram os perissodátilos. Foi sugerido que foi a competição dos artiodátilos que fez diminui a população dos perissodátilos, ou então que o diminuição dos perissodátilos permitiu a radiação dos artiodátilos, mas até ao presente não se conhece o processo desta evolução.

Curiosidades

Os ruminantes são considerados kosher, enquanto que os camelos, que têm "almofadas" nos pés, em vez de cascos são considerados halal. Os porcos, que não são ruminantes, não são permitidos na alimentação, tanto no judaísmo como no islã.

Estudos recentes utilizando técnicas moleculares sugerem que um grupo de artiodátilos próximo dos Hippopotamidae regressou ao mar, dando origem às baleias. A proximidade entre hipopótamos e cetáceos, assim como a relação entre os diversos subgrupos de Artiodáctilos, mostra que a ordem na verdade é um grupo parafilético, e muitos taxonomistas têm preferido reunir Artiodactyla e Cetacea numa ordem chamada Cetartiodactyla.

Os camelídeos originários da América do Sul (lhama, alpaca, guanaco e vicunha) podem cruzar entre sí e produzir descendentes férteis. Sendo que o cruzamento mais comum é entre o lhama e a alpaca produzindo o alpama.

Ver também

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Referências

  1. a b c Antonio Alves de Siqueira. «Girafa - TodaBiologia». TodaBiologia.com. Consultado em 18 de fevereiro de 2016 
  2. a b c Mariana Araguaia de Castro Sá Lima. «Veado (Família Cervidae) - Mundo Educação». MundoEducação.bol.uol.com.br. Consultado em 18 de fevereiro de 2016 
  3. a b c Krukemberghe Fonseca (Graduado em Biologia). «Eutérios (placentários) - BrasilEscola.uol.com.br». Brasil Escola (site). Consultado em 18 de fevereiro de 2016