Estação Jardim Belval

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Jardim Belval
Estação Jardim Belval
Vista da estação Jardim Belval e arredores em 2008.
Uso atual Estação de trens metropolitanos
Proprietário Governo do Estado de São Paulo
Administração Estrada de Ferro Sorocabana (1951–1971)
FEPASA (1983–1996)
CPTM (1996–2022)

ViaMobilidade (Atualmente)

Linha Diamante
Sigla JBE
Posição Superfície
Serviços Terminal rodoviário
Informações históricas
Nome antigo Km 29
Inauguração c. 1951
Reconstrução 11 de março de 1983 (41 anos) - Fepasa
6 de abril de 2018 (6 anos) - CPTM
Projeto arquitetônico Engevix/Sofrerail (1973)[1]

Escritório NW Arquitetos - Nelson Andrade e Wilson Edson Jorge [2]

Localização
Localização Estação Jardim Belval
Endereço Avenida Grupo Bandeirantes, s/nº, Jardim Belval - Barueri
Próxima estação
Sentido Itapevi/
Amador Bueno
Sentido Júlio Prestes
Jardim Belval

A Estação Jardim Belval é uma estação ferroviária, pertencente à Linha 8–Diamante, operada pela ViaMobilidade. Está localizada no bairro homônimo, no município de Barueri.

História[editar | editar código-fonte]

Jardim Belval em 1972. No centro da imagem, a estação construída pela Sorocabana em 1951.
Arquivo Público do Estado de São Paulo.

Com o crescimento do então distrito de Barueri, alguns empreendimentos começaram a ser instalados ao redor do quilômetro 29 da Estrada de Ferro Sorocabana. O primeiro foi a pedreira de propriedade de Luís Mateos Encarnación (que forneceu material para obras no Museu do Ipiranga, no Teatro Municipal e na Escola Politécnica), contando com um ramal ferroviário. Posteriormente, ao lado do quilômetro 29, instalou-se a Fazenda Cerâmica e Olaria Belo Vale, na década de 1920. Em 1938, partes das terras da fazenda foram vendidas para grupos imobiliários, que lançaram os loteamentos Vila Nova (1938), Jardim Belval (1953) e Jardim Silveira (1957).[3][4][5]

A Parada Jardim Belval (chamada de estação pelo Exército) foi aberta por volta de 1951, como Quilômetro 29, atendendo aos trabalhadores do Curtume Franco Brasileiro (aberto em 1953).[3] Em 1955, o Exército Brasileiro lançou obras para implantar o aquartelamento de Barueri. Em 1957, durante a inauguração do aquartelamento, a parada já era chamada informalmente de Parada Jardim Belval.[6][7][8] Em 1958, o presidente Juscelino Kubitschek viajou até a parada para inaugurar uma nova ala do aquartelamento de Barueri.[9]

Impulsionada pelos projetos imobiliários na região, a Sorocabana construiu a Parada do Jardim Silveira em 1961, de forma que a Parada Jardim Belval perdeu importância e tornou-se cada vez mais acanhada e inadequada para a região, que continuou crescendo com a chegada das empresas Têxtil Capitólio e Plásticos Eldorado. Em 1977, o Exército ampliou suas instalações e implantou, ao lado da estação, o 20.º Grupo de Artilharia de Campanha Leve.[10]

Em 1973, a Fepasa contratou um consórcio, formado por Engevix e Sofrerail, para realizar um plano de modernização dos trens de subúrbio.[11] As primeiras obras de modernização começaram em 1976, no entanto as obras de Jardim Belval foram iniciadas apenas no início dos anos 1980. A Estação Jardim Belval foi reinaugurada em 13 de março de 1983, sendo parte do plano de investimento de seis bilhões de cruzeiros no trecho Barueri–Itapevi.[12][13] A implantação da nova estação atraiu investimentos da prefeitura de Barueri, que inaugurou o Instituto Técnico de Barueri (1992), o Ginásio de Esportes Caetano Manoel da Silva e o Museu Municipal de Barueri (2004) em áreas ao redor da estação, aumentando sua demanda de passageiros.[14][15] A passagem de nível existente ao lado da estação foi eliminada apenas em junho de 2000, com a abertura do Viaduto Joaquim Antunes da Silva.[16]

Apesar de reconstruída, a estação não recebeu equipamentos de acessibilidade, como elevadores e escadas rolantes. Em 1993, a Fepasa realizou a contratação de obras para implantar esses equipamentos em todas as suas estações, mas a falta de fundos inviabilizou o projeto.[17]

O projeto de adequação da estação foi retomado após a incorporação das linhas da Fepasa à CPTM, em 1996. Durante a década de 2000, a CPTM elaborou seu primeiro plano diretor e licitou, em maio de 2005, o projeto de modernização da Estação Jardim Belval junto às empresas EGT Engenharia Ltda e Copem Engenharia Ltda, por 567 693 reais (incluindo os projetos das estações Quitaúna e Jardim Silveira).[18] A contratação das obras foi atrasada pela crise financeira de 2007–2008, e os projetos tiveram de ser revisados, em 2012, pelas empresas Engecorps e Estra.[19]

As obras de modernização da Estação Jardim Belval foram contratadas em 17 de outubro de 2014, com prazo de 36 meses, ficando a cargo das empresas Contracta, Engefel e MPO, pelo valor de 99 707 386,30 reais (incluindo as estações Quitaúna e Jardim Silveira).[20] Após atrasos, a estação foi reinaugurada em 6 de abril de 2018.[21]

Em 20 de abril de 2021, foi concedida para o consórcio ViaMobilidade, composto pelas empresas CCR e RUASinvest, com a concessão para operar a linha por trinta anos. O contrato de concessão foi assinado e a transferência da linha foi realizada em 27 de janeiro de 2022.[22]

Toponímia[editar | editar código-fonte]

O nome Belval é uma corruptela do termo "Belo Vale", nome da empresa cerâmica que se instalou às margens da Estrada de Ferro Sorocabana na década de 1920. Em 1953, um grupo imobiliário lançou um loteamento no local chamado Jardim Belval, que deu origem ao bairro e ao uso do nome para denominar a região como um todo.[3]

Tabelas[editar | editar código-fonte]

Linha Terminais Comprimento (km) Estações Observações
8
Diamante
Júlio PrestesItapevi 35,283 20 Possui extensão operacional.
Antiga Linha B–Cinza / Antiga Linha Oeste do Trem Metropolitano da FEPASA.
Sigla Estação Inauguração Integração Plataformas Posição Notas
JBE Jardim Belval c. 1951 Bilhete Único da SPTrans/Benfácil. Centrais Elevada Estação construída pela FEPASA e inaugurada em 11 de março de 1983

Referências

  1. «Subúrbios: um metrô de 200 km para Sã o Paulo». Folha de S. Paulo, Ano LV, edição 17060, seção Transportes, página 30. 26 de novembro de 1975. Consultado em 6 de fevereiro de 2019 
  2. «Estação Jardim Silveira». NW Arquitetos. 2013. Consultado em 6 de fevereiro de 2019 
  3. a b c Prefeitura de Barueri (2012). «Os primeiros passos do Belo Vale» (PDF). Uma pincelada na história de Barueri. Consultado em 9 de maio de 2019 
  4. Registro de Imóveis da Décima Circunscrição da comarca desta capital (21 de janeiro de 1953). «Edital de lançamento do empreendimento Jardim Belval». Correio Paulistano ,ano XCIX, edição 29689, página 10/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 9 de maio de 2019 
  5. Imobiliária Mirante (4 de abril de 1957). «Publicidade do loteamento Jardim Silveira». A Gazeta Esportiva, Ano XXVII, edição 9642, página 10/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 9 de maio de 2019 
  6. «O ministro da guerra inaugurará hoje nesta capital várias obras militares». Folha da Manhã, Ano XXXII, edição 10175, Caderno de Assuntos Gerais, página 1. 28 de junho de 1957. Consultado em 9 de maio de 2019 
  7. «Sexta -feira em São Paulo o presidente da república». Correio Paulistano ,ano 104, edição 31053, página 5/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. 26 de junho de 1957. Consultado em 9 de maio de 2019 
  8. «Como transcorreram as inauugrações dos quartéis e melhoramentos outros para a tropa da guarnição de São Paulo». Correio Paulistano ,ano 104, edição 31057, página 11/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. 30 de junho de 1957. Consultado em 9 de maio de 2019 
  9. Notícias do Exército (10 de outubro de 1958). «Inauguração do setor de fabricação do Arsenal de Guerra de São Paulo em Barueri». Diário de Notícias, Ano XXIX, edição 11014, página 5/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 9 de maio de 2019 
  10. «100 mil passageiros, poucos vagões». Folha de S.Paulo, ano LIV, edição 16637, página 11. 1976. Consultado em 9 de maio de 2019 
  11. «Barueri:estação sem luz, um perigo diário». Folha de S.Paulo, ano LVI, edição 17421, página 27. 14 de dezembro de 1976. Consultado em 9 de maio de 2019 
  12. «Trens circulam ociosos no ramal de Pinheiros». Folha de S.Paulo, Ano 62, edição 19385, , página 10. 30 de abril de 1982. Consultado em 9 de maio de 2019 
  13. «De helicóptero, Marin inaugura subúrbios». Folha de S.Paulo, Ano 63, edição 19700, seção transportes, página 12. 11 de março de 1983. Consultado em 9 de maio de 2019 
  14. «ITB Brasílio Flores de Azevedo». Cadastro Nacional de Museus. Consultado em 20 de março de 2021 
  15. «Museu Municipal de Barueri». Fundação Instituto de Educação de Barueri. Consultado em 20 de março de 2021 
  16. Alphabet Inc. (junho de 2019). «viaduto Joaquim Antunes da Silva, Barueri-SP». Google street view. Consultado em 20 de março de 2021 
  17. Ferrovia Paulista S/A (17 de julho de 1993). «Resumo de contratos» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo, caderno Ineditoriais, página 24. Consultado em 20 de março de 2021 
  18. «HOMOLOGAÇÃO-CONCORRÊNCIA Nº 8292402011» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo. 12 de abril de 2005. Consultado em 20 de março de 2021 
  19. Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. «Concorrência 8618110011». Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Consultado em 20 de março de 2021 
  20. Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. «Concorrência 8089130011». Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Consultado em 20 de março de 2021 
  21. Claudeci Martins (25 de abril de 2018). «Estações modernizadas da CPTM recebem aprovação dos usuários» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo, Caderno Executivo I, página II. Consultado em 20 de março de 2021 
  22. «Resolução da STM autoriza a ViaMobilidade a assumir controle total da operação das Linhas 8 e 9 da CPTM a partir de 27 de janeiro.». Diário do Transporte. Consultado em 25 de janeiro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]