Estação Baltazar Fidélis

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Baltazar Fidélis
Estação Baltazar Fidélis
Plataformas da estação, 2009.
Uso atual Estação de trens metropolitanos
Proprietário Governo do Estado de São Paulo
Administração EFSJ (1955-1969)

RFFSA (1975–1984)
CBTU (1984–1994)
CPTM (1994–atualmente)

Linha Rubi
Sigla BFI
Movimento em 2016 7,4 mil
Informações históricas
Nome antigo Parada Km 113
Inauguração 1 de setembro de 1955 (68 anos)

30 de abril de 1997 (26 anos)

Fechamento 18 de outubro de 1996 (27 anos)
Projeto arquitetônico CBTU STU-SP
Intervenções plásticas CPTM (1996-7)
Localização
Localização Estação Baltazar Fidélis
Endereço Avenida Gales, s/n - Franco da Rocha
 São Paulo
Próxima estação
Sentido Jundiaí
Sentido Rio Grande da Serra
Baltazar Fidélis

A Estação Baltazar Fidélis é uma estação ferroviária, pertencente à Linha 7–Rubi da CPTM, localizada no município de Franco da Rocha.

História[editar | editar código-fonte]

Com o crescimento de Francisco Morato, a Estrada de Ferro Santos Jundiaí criou a Parada Km 113, aberta em 1 de setembro de 1955, sendo constituída de um simples apeadeiro sem cobertura, com capacidade para atender apenas um carro e meio da ferrovia e com parada apenas em determinados horários. Em 1970 ela é renomeada Baltazar Fidélis (vide seção toponímia).[1][2] Em 1974 os moradores das redondezas e passageiros da Paradinha (como foi popularmente chamada) já reclamavam das condições da mesma:

"...Lamentam os moradores...que a estaçãozinha esteja suja e malcuidada além de não possuir abrigo que os proteja contra a chuva e contra o sol...Os moradores interessados pedem ao superintendente da Rede Ferroviária Federal em São Paulo que mande fazer uma vistoria na Parada "Baltazar Fidélis"..."
— Trecho de carta enviada ao jornal Folha de S. Paulo, 24 de junho de 1974 [3]

No entanto, apenas em 1985 a parada é elevada à estação e recebe melhorias como o alongamento das plataformas (1985) e a construção de uma edificação para sediar a estação (1987).[4][5] Desde 1 de junho de 1994 a estação é administrada pela CPTM. [6] Durante os Tumultos na CPTM em 1996 a estação Baltazar Fidélis foi uma das sete severamente depredadas, resultando em seu fechamento para reparos emergenciais por 6 meses.[7]

Projeto[editar | editar código-fonte]

Em fins de 2004 a CPTM realizou a licitação nº 8292402011 com o objetivo de elaborar projetos arquitetônicos e de engenharia para subsidiar a reforma/reconstrução de 39 estações, divididas em 10 lotes. A estação Baltazar Fidélis ficou no lote 1 (ao lado das estações Piqueri, Pirituba, Perus e Caieiras). Em 12 de abril de 2005, a lcitação teve o seu resultado anunciado homologado. O lote 1 foi vencido por um consórcio formado pelas empresas Figueiredo Ferraz/Toscano, pelo valor de 1 040 439,58 reais. [8]

Apesar de concluídos em 2007, os projetos de Baltazar Fidélis não saíram do papel. Uma segunda tentativa de relançá-los foi realizada em 2012 com a licitação Nº 8616110011, cujo objetivo era o de atualizar os projetos realizados entre 2005 e 2007 para as estações Baltazar Fidélis e Pirituba. O consórcio Herjacktech-Geométrica-III venceu o certame, pelo valor de 4 202 139,03 reais em julho de 2012 e subcontratou a empresa ASL e Associados para elaborar o novo projeto arquitetônico. O projeto foi concluído em 2015, porém as obras da estação não saíram do papel por conta do financiamento das mesmas obtido pelo Programa de Aceleração do Crescimento ter sido cancelado por conta da crise econômica de 2014 no país.[9][10][11]

Toponímia[editar | editar código-fonte]

Baltazar Fidélis concedendo entrevista ao jornal Correio Paulistano em 1946.

Baltazar Fidélis nasceu em 1886 e aos dezessete anos ingressou na São Paulo Railway. Pelos próximos 47 anos atuou em diversos cargos, tendo se aposentado em 1951 como Secretário Geral da ferrovia já estatizada Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Entre 1920 e 1948, foi acionista minoritário da Companhia Paulista de Estradas de Ferro.[2][12][13] Baltazar Fidelis faleceu em 29 de março de 1966, em Francisco Morato, pouco tempo após completar 80 anos. Por iniciativa do vereador Gentil da Rocha, da Câmara Municipal de Franco da Rocha, foi proposta em dezembro de 1970 a renomeação da Parada do Km 113 para Parada Baltazar Fidélis. A medida acabou por ser aprovada pela Rede Ferroviária Federal e pela família do homenageado.[1]

Um de seus filhos, Eduardo Antonio de Camargo Fidelis (1924-1971) ingressou na ingressou na São Paulo Railway em 1945. Após a estatização da ferrovia, formou-se em engenharia e atuou na recém criada Estrada de Ferro Santos-Jundiaí e na Rede Ferroviária Federal alcançando o cargo de superintendente da Regional Centro-Sul da empresa (responsável por administrar as ferrovias Santos-Jundiaí e Noroeste do Brasil, além de diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo e membro do Conselho Técnico e Consultivo da Companhia Municipal de Transportes Coletivos. Após sua morte, foi homenageado pela prefeitura de São Paulo, através do Decreto nº 9.922, de 27 de março de 1972 que rebatizou a Rua "11", no distrito do Butantã para Rua Engenheiro Camargo Fidelis.[14][15]

Tabela[editar | editar código-fonte]

Sigla Estação Inauguração Integração Plataformas Posição Notas
BFI Baltazar Fidélis 1 de setembro de 1955 Bilhete Único da SPTrans. Laterais Superfície Estação construída pela EFSJ

Referências

  1. a b «Cãmara presta homenagem a ex-ferroviário». Folha de S.Paulo, Ano L, edição 15145, página 37. 3 de dezembro de 1970. Consultado em 24 de agosto de 2019 
  2. a b Ralph Mennucci Giesbrecht (2001). «Baltazar Fidélis». Estações Ferroviárias do Brasil. Consultado em 7 de março de 2019 
  3. «Esta cidade é sua:Estaçãozinha esquecida». Folha de S.Paulo, Ano LIV,edição 16440, página 14. 24 de junho de 1974. Consultado em 7 de março de 2019 
  4. CBTU (1985). «São Paulo:4- Trabalhos Executados-B:obras» (PDF). Relatório Anual, página C-48. Consultado em 7 de março de 2019 
  5. CBTU/STU-SP (20 de dezembro de 1987). «Anúncio publicitário». Folha de S. Paulo, Ano 67, edição 21445, segundo caderno -cidades, página A26. Consultado em 7 de março de 2019 
  6. CBTU (1994). «Introdução» (PDF). Relatório de Administração, página 37. Consultado em 6 de março de 2019 
  7. «CPTM reativa hoje 11 estações de trem». Folha de S. Paulo, Ano 77, edição 24864, Caderno São Paulo página 9. 30 de abril de 1997. Consultado em 7 de março de 2019 
  8. «HOMOLOGAÇÃO-CONCORRÊNCIA Nº 8292402011» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo. 12 de abril de 2005. Consultado em 7 de março de 2019 
  9. CPTM. «licitação Nº 8616110011». Diário Oifical do estado de São Paulo/e-negócios públicos. Consultado em 7 de março de 2019 
  10. «Estação Baltazar Fidélis». ASL e Associados. Consultado em 7 de março de 2019 
  11. Caio Lobo (6 de dezembro de 2017). «Verba do PAC cai e afeta projetos de mobilidade em São Paulo». Via Trólebus. Consultado em 7 de março de 2019 
  12. Companhia Paulista de Estradas de Ferro (26 de junho de 1920). «Relatorio nº 71 da Directoria para a Sessão de Assembléa Geral» (PDF). Página 87/ Memória Estatística do Brasil. Consultado em 7 de março de 2019 
  13. Companhia Paulista de Estradas de Ferro (27 de abril de 1949). «Acionistas». Relatorio nº 100 (1948) da Directoria da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, página 84/Memória Estatística do Brasil-Biblioteca do Ministério da Fazenda no Rio de Janeiro-republico pelo Internet Archive. Consultado em 24 de agosto de 2019 
  14. Arquivo Histórico Municipal de São Paulo. «Rua Engenheiro Camargo Fidelis». Dicionário de Ruas-Prefeitura da Cidade de São Paulo-Secretaria Municipal de Cultura. Consultado em 24 de agosto de 2019 
  15. «Necrologia». Folha de S. Paulo, Ano L, edição 15200, página 21. 27 de janeiro de 1971. Consultado em 24 de agosto de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]