Estação General Miguel Costa

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General Miguel Costa
Estação General Miguel Costa
Vista da estação.
Uso atual Estação de trens metropolitanos
Proprietário Governo do Estado de São Paulo
Administração EFS (1951–1971)
Fepasa (1971–1996)
CPTM (1996–2022)
ViaMobilidade (2022-presente)
Linha Diamante
Sigla GMC
Posição Superfície
Movimento em 2016 18,6 mil passageiros/dia
Serviços Terminal rodoviário Terminal Metropolitano Km 21
Informações históricas
Nomes antigos Km 21
Matadouro
Inauguração Meados de 1951 (73 anos)
Reconstrução 25 de janeiro de 1979 (45 anos)
Localização
Localização Estação General Miguel Costa
Endereço Avenida dos Autonomistas, s/n, Quitaúna, Osasco
Próxima estação
Sentido Itapevi/
Amador Bueno
Sentido Júlio Prestes
General Miguel Costa

A Estação General Miguel Costa é uma estação ferroviária, pertencente à Linha 8–Diamante operada pela ViaMobilidade. Está localizada no município de Osasco.

História[editar | editar código-fonte]

Vista da passarela de acesso ao Terminal de ônibus do Km 21. À direita, encontra-se a silhueta da velha estação General Miguel Costa, ainda não integrada fisicamente ao terminal. No futuro, a parede branca (vista ao fundo) será derrubada para a passarela do terminal se integrar ao prédio da nova estação.

Com o crescimento de São Paulo, o abastecimento de víveres tornou-se uma questão vital. Até então, a cidade possuía o Matadouro de Vila Mariana para abastecer a cidade com carne fresca. Essa estrutura tornou-se ultrapassada no início da década de 1910 e obrigou o governo a conceder autorização para empresários interessados em construir novos matadouros. Um desses matadouros foi planejado pelo Coronel Delfino Cerqueira (??-1936). Autorizado pela Resolução municipal n° 50 de 22 de agosto de 1914, o Coronel Cerqueira implantou em 1920 um Matadouro, localizado às margens do quilômetro 21 da da Linha Tronco da Estrada de Ferro Sorocabana. Com a implantação do Matadouro, a Sorocabana implantou um pátio para o recebimento de vagões cargueiros que transportavam os bois para o abate. Apesar do interesse de Cerqueira em ter uma estação ao lado do Matadouro do Quilômetro 21, o seu requerimento foi arquivado pela municipalidade em 1924.[1] O Matadouro foi estatizado em 1938 e operou até meados dos anos 1960, quando foi desativado. [2]

Em 1951 foi implantada a "Parada do Quilômetro 21", em frente ao Matadouro, que se tornou o nome popular da pequena estação. Com a desativação e abandonado do Matadouro nos anos 1960, suas instalações são invadidas e transformadas em cortiços que evoluíram para uma imensa favela ao lado da estação. Em algum momento da década de 1960, a Sorocabana renomeou a parada para Matadouro, gerando protestos dos moradores dos conjuntos habitacionais construídos pela Cohab-SP nas proximidades da estação em 1972. [2][3]

Em 1973, é lançado o plano de Remodelação dos Subúrbios e uma nova estação é projetada para o local, cujas obras foram iniciadas em março de 1977, sendo inaugurada em 25 de janeiro de 1979 e batizada Km 21. A prefeitura de Osasco implantou na mesma época o sistema viário da região, incluindo baias e pontos de parada para ônibus em frente à estação, antevendo a implantação do terminal de ônibus. A estação foi rebatizada para General Miguel Costa em dezembro de 1987.[3][4][5]

Em 1996 a estação (e as Linhas Oeste e Sul) são transferidas da FEPASA para a CPTM. Enquanto o acesso sul da estação, construída sobre os trilhos se consolidou com o principal acesso da estação (contando com um terminal improvisado de ônibus), o acesso norte foi construído e subutilizado, por dar acesso a uma gleba vazia de quase 100 mil m² e acabou sendo fechado para evitar evasão de renda.[3][6]

Em 2002 o Rodoanel Mário Covas é construído sobre a estação e a favela do Matadouro é inteiramente removida. Posteriormente, em 2007, a prefeitura de Osasco contrata o escritório de arquitetura Vigliecca e Associados para projetar um conjunto habitacional na área de 97.757 m² ao lado do acesso norte da estação. Com capacidade de 1592 unidades habitacionais, as obras do conjunto habitacional Miguel Costa (batizado dessa forma por conta da estação homônima) demoraram a sair do papel. Além disso,a capacidade foi diminuída para 960 unidades habitacionais. As primeiras unidades estavam programadas para serem entregues em 2018, embora a falta de acesso viário (por conta da área estar cercada por terrenos do Exército) atrasou a entrega das mesmas para meados de 2019.[6][7]

Projetado desde 1978, o Terminal de ônibus do Km 21 foi construído apenas em 2017, abrigando em sua maioria linhas municipais de Carapicuíba, embora também seja terminal e ponto de passagem para linhas municipais de Osasco e metropolitanas da EMTU. Apesar da implantação desses empreendimentos, a estação General Miguel Costa não recebeu obras de modernização de sua (já defasada) estrutura até o momento, o que dificulta seu uso e integração ao terminal de ônibus por parte dos passageiros.[8][9]

Em 20 de abril de 2021 foi concedida para o consórcio ViaMobilidade composto pelas empresas CCR e RUASinvest, com a concessão para operar a linha por trinta anos. O contrato de concessão foi assinado e a transferência da linha foi realizada em 27 de janeiro de 2022.[10]

Projetos[editar | editar código-fonte]

Em 2005 a CPTM contratou projetos de construção/modernização de 41 estações, divididas por lotes (de 1 a 10). A estação General Miguel Costa foi selecionada para o Lote 4, ao lado das estações Jandira, Sagrado Coração e Engenheiro Cardoso. O lote 4 foi vencido pelo consórcio formado pelas empresas Themag e Tekhnites, no valor de 624 828 reais. Os projetos foram apresentados em audiência pública em junho de 2007, porém as obras não saíram do papel.[11]

Um novo projeto é contratado pela CPTM em janeiro de 2012 através da licitação nº 8508110011, que englobou as estações General Miguel Costa e Perus. O consórcio vencedor era formado pelas empresas Maubertec e Pedro Taddei Arquitetos Associados, pelo valor total de 3 768 701 reais. O projeto da nova estação General Miguel Costa ficou pronto em setembro de 2016 e foi inscrito no PAC Mobilidade do governo federal. Como reflexo da Crise econômica no Brasil desde 2014, o PAC Mobilidade é cancelado por falta de recursos e o financiamento para as obras da estação não saiu. Não existe prazo para a realização das obras da nova estação General Miguel Costa, embora a CPTM aposte numa controversa concessão das Linhas 8 e 9 via PPP, esperando que o futuro concessionário das linhas realize parte dos investimentos de modernização da estação em até 5 anos após a assinatura do contrato de concessão.[12][13]

Toponímia[editar | editar código-fonte]

Miguel Costa, sem data.

Aberta em 1951, a estação recebeu inicialmente o nome de seu marco quilométrico mais próximo, Km 21. Em meados dos anos 1960, a Estrada de Ferro Sorocabana modifica o nome para Matadouro, por conta da existência da instalação homônima ao lado da estação. A desativação do Matadouro (ocorrida na mesma década) e a conotação negativa do seu nome obrigaram a Fepasa (que incorporou a Sorocabana) a renomear a estação pelo antigo nome (Km 21) apenas em 1979. [14][3]

Uma campanha do professor Miguel Costa Júnior para rebatizar a estação com o nome de seu pai, Miguel Costa, foi bem sucedida e resultou na mudança do nome da estação de Km 21 para General Miguel Costa em dezembro de 1987 através do projeto de lei estadual 5832 de 20 outubro de 1987.[3][15]

Miguel Costa (1885-1959) foi um oficial da Força Pública Paulista, um dos principais participantes dos levantes tenentistas de 1924, da Coluna Prestes (que liderou ao lado de Prestes), da Revolução de 1930 e da Revolução Constitucionalista de 1932. Segundo seu filho, Miguel Costa era frequentador assíduo da região e, por força de sua patente, fazia os trens da Sorocabana pararem nas terras do Coronel Delfino Cerqueira para ele e sua comitiva pescarem num lago formado pela várzea dos córregos ali existentes. Posteriormente a família de Miguel Costa radicou-se em Carapicuíba[3] [16]

Tabelas[editar | editar código-fonte]

Linha Terminais Comprimento (km) Estações Observações
8
Diamante
Júlio PrestesItapevi 35,283 20 Possui extensão operacional.
Antiga Linha B–Cinza / Antiga Linha Oeste do Trem Metropolitano da FEPASA.
Sigla Estação Inauguração Integração Plataformas Posição Notas
GMC General Miguel Costa 1951 Bilhete Único da SPTrans, Bilhete Ônibus Metropolitano (BOM) e Terminal Metropolitano Luiz Bortolosso (EMTU) (paga). Centrais e laterais Elevada Estação reconstruída pela FEPASA e reinaugurada em 25 de janeiro de 1979

Referências

  1. Prefeitura do Município de São Paulo (16 de março de 1924). «Resolução nº 819». Correio Paulistano, edição 21800, página 8/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 16 de julho de 2020 
  2. a b Leandro Antonio de Almeida (2008). «A COHAB DE CARAPICUÍBA, SUA IMPLANTAÇÃO E MUDANÇAS:NOTAS PARA UMA PESQUISA HISTÓRICA» (PDF). Revista da ASBRAP nº 14, páginas 79-109. Consultado em 12 de março de 2019 
  3. a b c d e f Ralph Mennucci Giesbrecht (2001). «General Miguel Costa». Estações Ferroviárias do Brasil. Consultado em 12 de março de 2019 
  4. «Sistema Integrado de Transporte de Massa» (PDF). Diário Oficial do estado de São Paulo, página 21. 4 de março de 1977. Consultado em 12 de março de 2019 
  5. «Osasco implanta sistema viário». Folha de S. Paulo, Ano 58, edição 18311, seção Interior página 20. 22 de maio de 1979. Consultado em 12 de março de 2019 
  6. a b «Miguel Costa». Vigliecca e Associados. 2007. Consultado em 12 de março de 2019 
  7. «Prefeitura entrega 320 moradias do Miguel Costa em dezembro». Diário da Região (Osasco). 30 de agosto de 2018. Consultado em 12 de março de 2019 
  8. «Terminal do Km 21 é inaugurado». Visão Oeste. 16 de agosto de 2017. Consultado em 12 de março de 2019 
  9. CaioCésar Ortega (8 de setembro de 2015). «Estação General Miguel Costa e as múltiplas facetas da falta de infraestrutura». Commu. Consultado em 12 de março de 2019 
  10. «Resolução da STM autoriza a ViaMobilidade a assumir controle total da operação das Linhas 8 e 9 da CPTM a partir de 27 de janeiro.». Diário do Transporte. Consultado em 25 de janeiro de 2022 
  11. «HOMOLOGAÇÃO-CONCORRÊNCIA Nº 8292402011» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo. 12 de abril de 2005. Consultado em 12 de março de 2019 
  12. «CONCORRÊNCIA Número 8508110011». Imprensa Oficial. 3 de dezembro de 2011. Consultado em 12 de março de 2019 
  13. «Projetos-Estação General Miguel Costa». Pedro Taddei Arquitetos Associados. 2012. Consultado em 12 de março de 2019 
  14. «Fogo em trem fere passageira». Folha de S. Paulo, Ano LVI, edição 17714, seção Necrologia/Local página 52. 2 de outubro de 1977. Consultado em 12 de março de 2019 
  15. «LEI N. 5.832». Assembléia Legislativa de São Paulo. 20 de outubro de 1987. Consultado em 12 de março de 2019 
  16. COSTA,Yuri Abyaza (2010). Miguel Costa: um herói brasileiro. [S.l.]: Imprensa Oficial do estado de São Paulo. 184 páginas 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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