Críticas ao marxismo: diferenças entre revisões
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{{Marxismo}} |
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⚫ | '''Críticas ao marxismo''' vieram de várias [[Ideologia|ideologias políticas]] e [[disciplina]]s acadêmicas. Estas incluem críticas gerais sobre a falta de consistência interna, críticas relacionadas ao [[materialismo histórico]], a necessidade de supressão dos [[Direitos humanos|direitos individuais]], questões com a implementação do [[comunismo]] e questões econômicas como a distorção ou a ausência de sinais de [[preço]]s e incentivos reduzidos. Além disso, problemas empíricos são freqüentemente identificados.<ref name=Howard>M. C. Howard and J. E. King, 1992, A History of Marxian Economics: Volume II, 1929–1990. Princeton, NJ: Princeton Univ. Press.</ref><ref name=Popper>Popper, Karl (2002). Conjectures and Refutations: The Growth of Scientific Knowledge. Routledge. p. 49. ISBN 0-415-28594-1.</ref><ref name=Keynes>John Maynard Keynes. Essays in Persuasion. W. W. Norton & Company. 1991. p. 300 ISBN 978-0-393-00190-7.</ref> |
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⚫ | [[Imagem:012_2007_Monumentul_Victimelor_Comunismului.jpg|miniatura|250px|Memorial para as vítimas do comunismo, localizado em [[Washington,_D.C.|Washington]]. A estátua representa a deusa da democracia.<ref>[http://dcmemorials.com/index_indiv0000002.htm] Victims of Communism Memorial in Washington, D.C. |
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⚫ | de Thomas Marsh - Washington D.C. memorials, monuments, statues - Acessado em 19/07/2018.</ref><ref>[https://georgewbush-whitehouse.archives.gov/news/releases/2007/06/20070612-2.html President Bush Attends Dedication of Victims of Communism Memorial - White House Archives] - Acessado em 19/07/2018</ref>]] |
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A principal crítica feita ao |
A principal crítica feita ao [[marxismo]] na atualidade alega que este possui caráter [[Simplismo|simplista]], seja na organização da sociedade em classes ([[capitalista]] e [[proletariado]]),<ref>{{Citar livro|sobrenome=Lawrence H.|nome=Simon|título=Selected Writings/Karl Marx|editor=Hackett Publishing Company, Inc|local=Indianapolis|publicação=1994|páginas=xxxiv|isbn=978-0872202184}}</ref> seja nas diversas interpretações que [[Marx]] faz da inter-relação direta entre os fatores sociais de consciência (como [[cultura]], [[religião]] e [[política]]) e os da [[economia]].<ref name=preface>{{citar livro|último =Marx |primeiro =Karl |autorlink =Karl Marx |título=Preface to a Critique of Political Economy |
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|publicado=The Electric Book Company |data=2001 |local=London |páginas= 7–8}}</ref> |
|publicado=The Electric Book Company |data=2001 |local=London |páginas= 7–8}}</ref> |
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Segundo alguns destes críticos, as razões de caráter econômico também são insuficientes para explicar fenômenos modernos como a busca do homem pelo ''status,'' ainda que este não venha a representar qualquer vantagem econômica, ou o crescimento da ''cultura das |
Segundo alguns destes críticos, as razões de caráter econômico também são insuficientes para explicar fenômenos modernos como a busca do homem pelo ''[[status]],'' ainda que este não venha a representar qualquer vantagem econômica, ou o crescimento da ''cultura das [[celebridade]]s''. Também depõem contra as ideias de [[Karl Marx]] o resultado histórico dos diversos regimes que foram influenciados pelo ideário político-ideológico do Marxismo, como a [[União das Repúblicas Socialistas Soviéticas|União Soviética]], o regime [[Fidel Castro|castrista]] de [[Cuba]] e as chamadas "repúblicas vermelhas" do [[Ásia|Sudeste Asiático]].<ref>Besançon, Alain; ''A infelicidade do século: sobre o comunismo, o nazismo e a unicidade de Shoah''. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.</ref><ref>Koba the Dread - Laghter and the Twenty Million" - Vintage - 2002 - p.85-86</ref><ref>Courtois, Stéphane [et al.]; ''O Livro Negro do Comunismo: crimes, terror e repressão''. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.</ref><ref>Courtois, Stéphane [et al.]; ''Cortar o mal pela raiz!: história e memória do comunismo na Europa''. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.</ref> |
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== Críticas gerais == |
== Críticas gerais == |
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⚫ | De acordo com Leszek Kołakowski, as leis da [[Materialismo dialético|dialética]] na base do marxismo são fundamentalmente imperfeitas: algumas são "truísmos sem conteúdo marxista específico", outras "[[Dogma|dogmas filosóficos]] que não podem ser provados por meios científicos", outras são apenas "absurdos". Algumas "leis" marxistas são vagas e podem ser interpretadas de maneira diferente, mas essas interpretações geralmente também se enquadram em uma das categorias de falhas mencionadas anteriormente.<ref>Kołakowski, Leszek (2005). Main Currents of Marxism. New York: W. W. Norton and Company. p. 909. ISBN 9780393329438.</ref> |
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⚫ | De acordo com [[Leszek Kołakowski]], as leis da [[Materialismo dialético|dialética]] na base do marxismo são fundamentalmente imperfeitas: algumas são "truísmos sem conteúdo marxista específico", outras "[[Dogma|dogmas filosóficos]] que não podem ser provados por [[Método científico|meios científicos]]", outras são apenas "absurdos". Algumas "leis" marxistas são vagas e podem ser interpretadas de maneira diferente, mas essas interpretações geralmente também se enquadram em uma das categorias de falhas mencionadas anteriormente.<ref>Kołakowski, Leszek (2005). Main Currents of Marxism. New York: W. W. Norton and Company. p. 909. ISBN 9780393329438.</ref> |
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O economista [[Thomas Sowell]] escreveu em 1985: |
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⚫ | Vladimir Karpovich Dmitriev, no seu livro "Economic Essays on Value, Competition and Utility" escrito em 1898,<ref>V. K. Dmitriev, 1974 (1898), Economic Essays on Value, Competition and Utility. Cambridge: Cambridge Univ. Press</ref> Ladislaus von Bortkiewicz em duas de suas obras escrita em 1906 e 1907<ref>Ladislaus von Bortkiewicz, 1952 (1906–1907), "Value and Price in the Marxian System", International Economic Papers 2, 5–60; Ladislaus von Bortkiewicz, 1984 (1907), "On the Correction of Marx’s Fundamental Theoretical Construction in the Third Volume of Capital". In Eugen von Böhm-Bawerk 1984 (1896), Karl Marx and the Close of his System, Philadelphia: Orion Editions</ref><ref>M. C. Howard and J. E. King. (1992) A History of Marxian Economics: Volume II, 1929–1990, chapter 12, sect. III. Princeton, NJ: Princeton Univ. Press.</ref> e críticos subsequentes alegaram que a 'Teoria do |
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⚫ | {{Citação3|''O que Marx realizou foi produzir uma visão tão abrangente, dramática e fascinante que pudesse suportar inúmeras contradições ''[[Empirismo|empíricas]], [[Refutação|refutações]] [[lógica]]s'' e repulsões morais em seus efeitos. A visão marxista tomou a esmagadora complexidade do mundo real e fez as partes se encaixarem, de um modo que era intelectualmente estimulante e conferiu tal senso de superioridade moral que os oponentes poderiam ser simplesmente rotulados e dispensados como leprosos morais ou ''[[reacionário]]s'' cegos. O marxismo foi - e continua sendo - um poderoso instrumento para a aquisição e manutenção do'' [[poder político]].<ref>Sowell, Thomas Marxism Philosophy and Economics (William Morrow 1985) p. 218. ISBN</ref>}} |
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⚫ | Também há dúvidas de que a taxa de lucro no [[capitalismo]] tenderia a cair como Marx previu. Em 1961, Nobuo Okishio desenvolveu um teorema (o teorema de Okishio) mostrando que, se os capitalistas buscam técnicas de corte de |
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⚫ | [[Imagem:012_2007_Monumentul_Victimelor_Comunismului.jpg|miniatura|250px|Memorial para as vítimas do comunismo, localizado em [[Washington,_D.C.|Washington]] (''ver: [[Assassinatos em massa sob regimes comunistas]]''). A estátua representa a deusa da democracia.<ref>[http://dcmemorials.com/index_indiv0000002.htm] Victims of Communism Memorial in Washington, D.C. |
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⚫ | Críticos que alegam que Marx tem sido provado inconsistente incluem economistas marxistas e / ou [[Piero Sraffa|sraffianos]] antigos e atuais, como Paul Sweezy,<ref>Paul M. Sweezy, 1970 (1942), The Theory of Capitalist Development, p. 15. New York: Modern Reader Paperbacks</ref> Nobuo Okishio,<ref> Nobuo Okishio, 1961, "Technical Changes and the Rate of Profit," Kobe University Economic Review 7, pp. 85–99.</ref> Ian Steedman,<ref>Ian Steedman, 1977, Marx after Sraffa, pp. 202, 207. London: New Left Books</ref> John Roemer,<ref>John Roemer, Analytical Foundations of Marxian Economic Theory, p. 12. Cambridge: Cambridge Univ. Press, 1981</ref> Gary Mongiovi<ref>[https://web.archive.org/web/20071010135415/http://www.iwgvt.org/files/02-mongiovi.doc Vulgar Economy in Marxian Garb: A Critique of Temporal Single System Marxism], Gary Mongiovi, 2002, ''Review of Radical Political Economics'' 34:4, p. 393. "Marx cometeu vários erros ao elaborar sua teoria do valor e a taxa de lucro."</ref> e David Laibman,<ref> David Laibman, "Rhetoric and Substance in Value Theory" in Alan Freeman, Andrew Kliman and Julian Wells (eds.), ''The New Value Controversy and the Foundations of Economics'', Cheltenham, UK: Edward Elgar, 2004, p. 17</ref> que propõem que a teoria |
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⚫ | de Thomas Marsh - Washington D.C. memorials, monuments, statues - Acessado em 19/07/2018.</ref><ref>[https://georgewbush-whitehouse.archives.gov/news/releases/2007/06/20070612-2.html President Bush Attends Dedication of Victims of Communism Memorial - White House Archives] - Acessado em 19/07/2018</ref>]] |
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⚫ | Vladimir Karpovich Dmitriev, no seu livro "Economic Essays on Value, Competition and Utility" escrito em 1898,<ref>V. K. Dmitriev, 1974 (1898), Economic Essays on Value, Competition and Utility. Cambridge: Cambridge Univ. Press</ref> Ladislaus von Bortkiewicz em duas de suas obras escrita em 1906 e 1907<ref>Ladislaus von Bortkiewicz, 1952 (1906–1907), "Value and Price in the Marxian System", International Economic Papers 2, 5–60; Ladislaus von Bortkiewicz, 1984 (1907), "On the Correction of Marx’s Fundamental Theoretical Construction in the Third Volume of Capital". In Eugen von Böhm-Bawerk 1984 (1896), Karl Marx and the Close of his System, Philadelphia: Orion Editions</ref><ref>M. C. Howard and J. E. King. (1992) A History of Marxian Economics: Volume II, 1929–1990, chapter 12, sect. III. Princeton, NJ: Princeton Univ. Press.</ref> e críticos subsequentes alegaram que a '[[Teoria do valor-trabalho]]' e a lei de Karl Marx da 'Tendência da Taxa de Lucro a Cair' são internamente inconsistentes. Em outras palavras, os críticos alegam que Marx tirou conclusões que na verdade não seguem suas [[premissa]]s teóricas. Uma vez que esses erros sejam corrigidos, a conclusão de Marx de que [[Preço]] [[Agregado (economia)|Agregado]] e [[Lucro]] são determinados por - e igual a - Valor Agregado e [[Mais-valia]] não se aplica mais. Este resultado põe em causa a sua teoria de que a [[Exploração (socioeconomia)|exploração dos trabalhadores]] é a única fonte de lucro.<ref>M. C. Howard and J. E. King. (1992) A History of Marxian Economics: Volume II, 1929–1990, capítulo 12, parte III. Princeton, NJ: Princeton Univ. Press.</ref> |
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⚫ | Também há dúvidas de que a taxa de lucro no [[capitalismo]] tenderia a cair como Marx previu. Em 1961, Nobuo Okishio desenvolveu um [[teorema]] (o [[teorema de Okishio]]) mostrando que, se os capitalistas buscam técnicas de corte de [[custo]]s e se o [[salário]] real não aumenta, a taxa de lucro deve subir.<ref> M. C. Howard and J. E. King. (1992) ''A History of Marxian Economics: Volume II, 1929–1990'', capítulo 7, parte II–IV. Princeton, NJ: Princeton Univ. Press.</ref> |
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⚫ | Críticos que alegam que Marx tem sido provado inconsistente incluem economistas marxistas e / ou [[Piero Sraffa|sraffianos]] antigos e atuais, como [[Paul Sweezy]],<ref>Paul M. Sweezy, 1970 (1942), The Theory of Capitalist Development, p. 15. New York: Modern Reader Paperbacks</ref> Nobuo Okishio,<ref> Nobuo Okishio, 1961, "Technical Changes and the Rate of Profit," Kobe University Economic Review 7, pp. 85–99.</ref> Ian Steedman,<ref>Ian Steedman, 1977, Marx after Sraffa, pp. 202, 207. London: New Left Books</ref> [[John Roemer]],<ref>John Roemer, Analytical Foundations of Marxian Economic Theory, p. 12. Cambridge: Cambridge Univ. Press, 1981</ref> Gary Mongiovi<ref>[https://web.archive.org/web/20071010135415/http://www.iwgvt.org/files/02-mongiovi.doc Vulgar Economy in Marxian Garb: A Critique of Temporal Single System Marxism], Gary Mongiovi, 2002, ''Review of Radical Political Economics'' 34:4, p. 393. "Marx cometeu vários erros ao elaborar sua teoria do valor e a taxa de lucro."</ref> e David Laibman,<ref> David Laibman, "Rhetoric and Substance in Value Theory" in Alan Freeman, Andrew Kliman and Julian Wells (eds.), ''The New Value Controversy and the Foundations of Economics'', Cheltenham, UK: Edward Elgar, 2004, p. 17</ref> que propõem que a teoria marxista seja fundamentada em suas versões corretas da [[economia marxiana]] e não na forma original em que Marx apresentou e desenvolveu em [[O Capital]].<ref>Andrew Kliman, Reclaiming Marx's "Capital": A Refutation of the Myth of Inconsistency, Lanham, MD: Lexington Books, 2007, p. 3 - ISBN: 978-0739118511</ref> |
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O historiador [[Paul Johnson]] escreveu: "A verdade é que mesmo a investigação mais superficial sobre o uso de evidências de Marx força a pessoa a tratar com ceticismo tudo o que ele escreveu que se baseia em dados factuais". Por exemplo, Johnson declarou: "A totalidade do capítulo VIII do livro ''O Capital'' é uma falsificação deliberada e sistemática para provar uma tese que um exame objetivo dos fatos mostrou ser insustentável".<ref>[https://www.academia.edu/12009844/Intellectuals_From_Marx_and_Tolstoy_to_Sartre_and_Chomsky_by_Paul_Johnson "Intellectuals From Marx and Tolstoy to Sartre and Chomsky by Paul Johnson"].</ref> |
O historiador [[Paul Johnson]] escreveu: "A verdade é que mesmo a investigação mais superficial sobre o uso de evidências de Marx força a pessoa a tratar com [[ceticismo]] tudo o que ele escreveu que se baseia em dados factuais". Por exemplo, Johnson declarou: "A totalidade do capítulo VIII do livro ''O Capital'' é uma falsificação deliberada e sistemática para provar uma [[tese]] que um exame objetivo dos fatos mostrou ser insustentável".<ref>[https://www.academia.edu/12009844/Intellectuals_From_Marx_and_Tolstoy_to_Sartre_and_Chomsky_by_Paul_Johnson "Intellectuals From Marx and Tolstoy to Sartre and Chomsky by Paul Johnson"].</ref> |
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== Supressão de direitos individuais == |
== Supressão de direitos individuais == |
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Alguns teóricos liberais argumentam que qualquer redistribuição de propriedade é uma forma de coerção.<ref>{{citar livro|autor =Ludwig Von Mises|título=''Human Action: A Treatise on Economics''|publicado=Martino Fine Books|ano=2012|ISBN=9781441745606}}</ref> |
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Vários economistas argumentaram que um estado socialista, por sua própria natureza, corroeria os direitos de seus cidadãos. O economista americano [[Milton Friedman]] argumentou que, no socialismo, a ausência de uma economia de mercado livre levaria inevitavelmente a um regime político autoritário. A visão de Friedman também foi compartilhada por [[Friedrich Hayek]], que ambos acreditavam que o capitalismo é uma pré-condição para a liberdade florescer em um Estado-nação.<ref>{{citar livro|autor=Friedrich Hayek|titulo=The Road to Serfdom|editora=University Of Chicago Press|ano=1944|ISBN=0-226-32061-8}}</ref><ref>{{citar livro|autor =Bellamy, Richard|título=The Cambridge History of Twentieth-Century Political Thought|publicado=Cambridge University Press|ano=2003|isbn=0-521-56354-2|página=60}}</ref> |
Alguns teóricos liberais argumentam que qualquer redistribuição de [[propriedade]] é uma forma de coerção.<ref>{{citar livro|autor =Ludwig Von Mises|título=''Human Action: A Treatise on Economics''|publicado=Martino Fine Books|ano=2012|ISBN=9781441745606}}</ref> |
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Vários economistas argumentaram que um [[estado socialista]], por sua própria natureza, corroeria os direitos de seus cidadãos. O economista americano [[Milton Friedman]] argumentou que, no socialismo, a ausência de uma economia de [[mercado livre]] levaria inevitavelmente a um regime político [[autoritário]]. A visão de Friedman também foi compartilhada por [[Friedrich Hayek]], que ambos acreditavam que o capitalismo é uma pré-condição para a liberdade florescer em um [[Estado-nação]].<ref>{{citar livro|autor=Friedrich Hayek|titulo=The Road to Serfdom|editora=University Of Chicago Press|ano=1944|ISBN=0-226-32061-8}}</ref><ref>{{citar livro|autor =Bellamy, Richard|título=The Cambridge History of Twentieth-Century Political Thought|publicado=Cambridge University Press|ano=2003|isbn=0-521-56354-2|página=60}}</ref> |
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== Implementação do comunismo == |
== Implementação do comunismo == |
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⚫ | Os [[Anarquismo|anarquistas]] sempre argumentaram que o comunismo marxista inevitavelmente levaria à coerção e ao domínio do Estado. [[Mikhail Bakunin]] acreditava que os regimes marxistas levariam ao "controle despótico da população por uma nova e não numerosa aristocracia".<ref name="Statism and Anarchy"/> Mesmo que essa nova aristocracia tivesse se originado entre as fileiras do proletariado, Bakunin argumentou que seu recém-descoberto poder mudaria fundamentalmente sua visão da sociedade e, assim, os levaria a "olhar com inferioridade para as simples massas |
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⚫ | Os [[Anarquismo|anarquistas]] sempre argumentaram que o comunismo marxista inevitavelmente levaria à coerção e ao domínio do [[Estado]] (''ver: [[Anarquismo e Marxismo]]''). [[Mikhail Bakunin]] acreditava que os regimes marxistas levariam ao "controle despótico da população por uma nova e não numerosa [[aristocracia]]".<ref name="Statism and Anarchy"/> Mesmo que essa [[Nomenklatura|nova aristocracia]] tivesse se originado entre as fileiras do [[proletariado]], Bakunin argumentou que seu recém-descoberto [[poder]] mudaria fundamentalmente sua visão da sociedade e, assim, os levaria a "olhar com inferioridade para as simples massas [[trabalhador]]as".<ref name="Statism and Anarchy">{{citar web|último =Bakunin|primeiro =Mikhail|autorlink =Mikhail Bakunin|título=Statism and Anarchy|publicado=Marxists Internet Archive|url=http://www.marxists.org/reference/archive/bakunin/works/1873/statism-anarchy.htm|acessodata=19 de julho de 2018}}</ref> |
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Ao comparar [[nazismo]] e [[comunismo]], historiadora francesa [[Françoise Thom]], especialista em [[história da União Soviética]], afirma que ambos acreditam ser possuidores de bases científicas.<ref name="The Soviet Story">{{citar web|url=https://www.youtube.com/watch?v=rKdnylUzlMc|titulo=The Soviet Story (A História Soviética)|data=20 de fevereiro de 2016|acessodata=8 de setembro de 2019|publicado=Hugo Venturini ([[YouTube]], a partir de 12min,13s.)|ultimo=|primeiro=}}</ref> Também que estão em guerra contra a [[natureza humana]] e, que ambos, tem o desejo de criar o "[[Novo Homem]]".<ref name="The Soviet Story"/> E, que enquanto o primeiro baseia-se numa "[[Nazismo e raça|falsa biologia]]", o segundo baseia-se numa "[[Sociologia marxista|falsa sociologia]]".<ref name="The Soviet Story"/> |
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{{Citação3|''As advertências de Bakunin sobre a burocracia vermelha que instituiria o pior de todos os governos despóticos vieram muito antes de ''[[Lênin]]'' e foram dirigidas contra os seguidores de Marx. Havia, na verdade, seguidores de muitos tipos; ''[[Anton Pannekoek]], [[Rosa Luxemburgo]], [[Paul Mattick]]'' e outros, e eles estavam muito longe de Lênin, e suas opiniões frequentemente convergem com elementos do ''[[anarcossindicalismo]].'' Korsh e outros, de fato, escreveram com simpatia sobre a revolução anarquista na Espanha. Há continuidades de Marx para Lenin, mas também há continuidades para os marxistas que foram severos críticos de Lenin e do ''[[bolchevismo]].'' O trabalho de Teodor Shanin nos últimos anos sobre as atitudes posteriores de Marx em relação à revolução camponesa também é relevante aqui. [...] O início Marx vem em grande parte do ambiente em que ele viveu, e há muitas semelhanças com o pensamento do ''[[liberalismo clássico]],'' aspectos do ''[[Iluminismo]]'' e ''[[romantismo]]'' francês e alemão. Mais uma vez, não sou um estudante de Marx para reivindicar um julgamento autorizado. Minha impressão, no que vale a pena, é que Marx primitivo era muito mais uma figura do Iluminismo tardio, e que o Marx posterior era um ativista muito autoritário e um analista ''[[Críticas ao capitalismo|crítico do capitalismo]]'' que tinha pouco a dizer sobre alternativas socialistas.''<ref>{{citar web|último =Chomsky|primeiro =Noam|título=Anarquismo Marxismo Y Esperanzas Para El Futuro|publicado=Scribd|url=https://www.scribd.com/document/9784460/Anarquismo-Marxismo-Y-Esperanzas-Para-El-Futuro-Noam-Chomsky|acessodata=19 de julho de 2018}}</ref>}} |
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== Economia == |
== Economia == |
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⚫ | A economia marxista tem sido criticada por várias razões. Alguns críticos apontam para a análise marxista do capitalismo, enquanto outros argumentam que o sistema econômico proposto pelo comunismo é impraticável.<ref>Shleifer, Andrei, and Robert Vishny. ''Pervasive shortages under socialism''. No. 3791. National Bureau of Economic Research, 1991.</ref><ref>Stringham, Edward Peter. "Kaldor-Hicks efficiency and the problem of central planning." (2001).</ref><ref>{{citar jornal|url=https://www.washingtonexaminer.com/millennials-open-to-socialism-are-not-living-in-the-real-world|título=Millennials open to socialism are not living in the real world|data=2017-12-11|obra=Washington Examiner|acessodata=2018-05-08|língua=en}}</ref> A [[Teoria do valor-trabalho]] é |
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{{Principal|Economia marxiana}} |
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⚫ | A economia marxista tem sido criticada por várias razões. Alguns críticos apontam para a análise marxista do capitalismo, enquanto outros argumentam que o sistema econômico proposto pelo comunismo é impraticável.<ref>Shleifer, Andrei, and Robert Vishny. ''Pervasive shortages under socialism''. No. 3791. National Bureau of Economic Research, 1991.</ref><ref>Stringham, Edward Peter. "Kaldor-Hicks efficiency and the problem of central planning." (2001).</ref><ref>{{citar jornal|url=https://www.washingtonexaminer.com/millennials-open-to-socialism-are-not-living-in-the-real-world|título=Millennials open to socialism are not living in the real world|data=2017-12-11|obra=Washington Examiner|acessodata=2018-05-08|língua=en}}</ref> A [[Teoria do valor-trabalho]] é um dos textos do marxismo mais comumente criticados.<ref>{{citar jornal|url=https://marginalrevolution.com/marginalrevolution/2010/03/what-is-the-biggest-flaw-in-the-labor-theory-of-value.html|título=What is the biggest flaw in the labor theory of value? - Marginal REVOLUTION|data=2010-03-30|obra=Marginal REVOLUTION|acessodata=2018-05-08|língua=en-US}}</ref><ref>{{citar periódico|último =Becker|primeiro =Gary S.|ano=1965|título=A Theory of the Allocation of Time|periódico=The Economic Journal|publicado=Royal Economic Society|volume=75|número=299|páginas=493–517|doi=10.2307/2228949|issn=1468-0297|jstor=2228949|registro=y|via=[[JSTOR]]}}</ref><ref>{{citar jornal|url=https://www.investopedia.com/terms/l/labor-theory-of-value.asp|título=Labor Theory Of Value|último =Staff|primeiro =Investopedia|data=2010-06-24|obra=Investopedia|acessodata=2018-05-08|língua=en-US}}</ref> |
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== Reduz incentivos == |
== Reduz incentivos == |
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⚫ | Alguns críticos do socialismo utópico ou igualitário argumentam que a divisão da renda reduz os incentivos individuais ao trabalho e, portanto, a renda deveria ser individualizada o máximo possível.<ref>Zoltan J. Acs & Bernard Young. ''Small and Medium-Sized Enterprises in the Global Economy''. University of Michigan Press, p. 47, 1999.</ref> Críticos do socialismo argumentam que em qualquer sociedade em que todos detenham riqueza igual não haveria incentivo material para o trabalho porque não se receberia recompensa por um trabalho bem feito. |
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⚫ | Alguns críticos do [[socialismo utópico]] ou igualitário argumentam que a divisão da [[renda]] reduz os incentivos individuais ao [[trabalho (economia)|trabalho]] e, portanto, a renda deveria ser individualizada o máximo possível.<ref>Zoltan J. Acs & Bernard Young. ''Small and Medium-Sized Enterprises in the Global Economy''. University of Michigan Press, p. 47, 1999.</ref> Críticos do socialismo argumentam que em qualquer [[sociedade]] em que todos detenham riqueza igual não haveria incentivo material para o trabalho porque não se receberia recompensa por um trabalho bem feito. |
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O economista [[John Kenneth Galbraith]] criticou as formas comunais de socialismo que promovem o [[igualitarismo]] em termos de salários/compensações como irreais em suas suposições sobre a motivação humana: |
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⚫ | {{Citação3|''Essa esperança, que a recompensa igualitária levaria a um nível mais alto de motivação, que se espalhou depois de Marx, foi mostrada pela história e pela experiência humana como irrelevante. Gerações de socialistas aprenderam isso com a sua decepção e, mais frequentemente, com a sua tristeza.''<ref>John Kenneth Galbraith, ''The Good Society: The Humane Agenda'' (Boston, MA: Houghton Mifflin Co., 1996), pp. 59–60.</ref>}} |
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== Relevância == |
== Relevância == |
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O marxismo tem sido criticado como irrelevante, com muitos economistas rejeitando seus princípios e suposições.<ref>{{citar livro|título=Marxism: Philosophy and Economics|último =Sowell|primeiro =Thomas|publicado=William Morrow|ano=1985|isbn=0688029639|local=|páginas=220|}}</ref><ref>Leiter, B. (2002). Marxism and the continuing irrelevance of Normative Theory.</ref><ref>{{citar jornal|url=https://newrepublic.com/article/117673/piketty-read-marx-doesnt-make-him-marx|título=Thomas Piketty Is Pulling Your Leg|último =Judis|primeiro =John B.|data=6 de maio de 2014|obra=The New Republic|acessodata=2018-05-06|língua=en-US}}</ref> Segundo [[George Stigler]], "os economistas que trabalham na tradição marxista representam uma pequena minoria de economistas modernos, e que seus escritos praticamente não têm impacto sobre o trabalho profissional da maioria dos economistas nas principais universidades de língua inglesa".<ref name="Stigler1732">{{citar periódico|último =Stigler|primeiro =George J.|autorlink =George Stigler|data=Dezembro de 1988|título=Palgrave's Dictionary of Economics|periódico=Journal of Economic Literature|publicado=American Economic Association|volume=26|páginas=1729–36|jstor=2726859|ref=harv|número=4}}</ref> [[Robert Solow]], em uma revisão da primeira edição do [[The New Palgrave: A Dictionary of Economics]], criticou por enfatizar demais a importância do marxismo na economia moderna. |
O marxismo tem sido criticado como irrelevante, com muitos economistas rejeitando seus princípios e suposições.<ref>{{citar livro|título=Marxism: Philosophy and Economics|último =Sowell|primeiro =Thomas|publicado=William Morrow|ano=1985|isbn=0688029639|local=|páginas=220|}}</ref><ref>Leiter, B. (2002). Marxism and the continuing irrelevance of Normative Theory.</ref><ref>{{citar jornal|url=https://newrepublic.com/article/117673/piketty-read-marx-doesnt-make-him-marx|título=Thomas Piketty Is Pulling Your Leg|último =Judis|primeiro =John B.|data=6 de maio de 2014|obra=The New Republic|acessodata=2018-05-06|língua=en-US}}</ref> Segundo [[George Stigler]], "os economistas que trabalham na tradição marxista representam uma pequena minoria de economistas modernos, e que seus escritos praticamente não têm impacto sobre o trabalho profissional da maioria dos economistas nas principais universidades de língua inglesa".<ref name="Stigler1732">{{citar periódico|último =Stigler|primeiro =George J.|autorlink =George Stigler|data=Dezembro de 1988|título=Palgrave's Dictionary of Economics|periódico=Journal of Economic Literature|publicado=American Economic Association|volume=26|páginas=1729–36|jstor=2726859|ref=harv|número=4}}</ref> [[Robert Solow]], em uma revisão da primeira edição do [[The New Palgrave: A Dictionary of Economics]], criticou por enfatizar demais a importância do marxismo na economia moderna. |
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Marx foi um pensador importante e influente, e o marxismo tem sido uma doutrina com influência intelectual e prática. O fato é que, no entanto, os economistas mais sérios do idioma inglês consideram a economia marxista um beco sem saída irrelevante.<ref>{{citar jornal|url=https://www.nytimes.com/1988/03/20/books/the-wide-wide-world-of-wealth.html|título=THE WIDE, WIDE WORLD OF WEALTH|último =Solow|primeiro =Robert M.|data=1988|obra=The New York Times|acessodata=2018-05-06|língua=en}}</ref> |
Marx foi um pensador importante e influente, e o marxismo tem sido uma doutrina com influência intelectual e prática. O fato é que, no entanto, os economistas mais sérios do idioma inglês consideram a economia marxista um beco sem saída irrelevante.<ref>{{citar jornal|url=https://www.nytimes.com/1988/03/20/books/the-wide-wide-world-of-wealth.html|título=THE WIDE, WIDE WORLD OF WEALTH|último =Solow|primeiro =Robert M.|data=1988|obra=The New York Times|acessodata=2018-05-06|língua=en}}</ref> |
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Uma pesquisa nacionalmente representativa de professores norte-americanos em 2006 revelou que 3% deles se identificam como marxistas. A parcela sobe para 5% nas humanidades e é cerca de 18% entre os cientistas sociais.<ref>Gross, Neil, and Solon Simmons. "The social and political views of American professors." ''Working Paper presented at a Harvard University Symposium on Professors and Their Politics''. 2007.</ref> |
Uma pesquisa nacionalmente representativa de professores norte-americanos em 2006 revelou que 3% deles se identificam como marxistas. A parcela sobe para 5% nas [[humanidades]] e é cerca de 18% entre os [[Ciências sociais|cientistas sociais]].<ref>Gross, Neil, and Solon Simmons. "The social and political views of American professors." ''Working Paper presented at a Harvard University Symposium on Professors and Their Politics''. 2007.</ref> |
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== Outros intelectuais == |
== Outros intelectuais == |
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=== Eric Voegelin === |
=== Eric Voegelin === |
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⚫ | [[Eric Voegelin]], em seu livro ''"Reflexões Autobiográficas"'' relata que, induzido pela onda de interesse sobre a Revolução Russa de 1917, estudou ''"O Capital"'' de Marx e foi marxista entre agosto e dezembro de 1919. Porém, durante seu curso universitário, ao estudar |
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⚫ | [[Eric Voegelin]], em seu livro ''"Reflexões Autobiográficas"'' relata que, induzido pela onda de interesse sobre a [[Revolução Russa de 1917]], estudou ''"[[O Capital]]"'' de Marx e foi marxista entre agosto e dezembro de 1919. Porém, durante seu curso universitário, ao estudar [[disciplina]]s de [[teoria econômica]] e [[História do pensamento económico|história da teoria econômica]] aprendera o que estava errado em Marx. Voegelin afirma que Marx comete uma grave distorção ao escrever sobre Hegel. Como prova de sua afirmação cita os editores dos ''Frühschiften'' [Escritos de Juventude] de Karl Marx (Kröner, 1955), especialmente Siegfried Landshut, que dizem o seguinte sobre o estudo feito por Marx da ''"[[Filosofia do direito]]"'' de Hegel: |
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⚫ | Para Voegelin, ao equivocar-se deliberadamente sobre Hegel, Marx pretendia sustentar uma ideologia que lhe permitisse apoiar a violência contra seres humanos afetando indignação moral e, por isso, Voegelin considera Karl Marx um mistificador deliberado. Afirma que o charlatanismo de Marx reside também na terminante recusa de dialogar com o argumento etiológico de [[Aristóteles]]. Argumenta que, embora tenha recebido uma excelente formação filosófica, Marx sabia que o problema da etiologia na existência humana era central para uma filosofia do homem e que, se quisesse destruir a humanidade do homem fazendo dele um "homem socialista", Marx precisava repelir a todo custo o argumento etiológico.<ref name='voegelin'/> |
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{{Citação3|''Ao equivocar-se deliberadamente sobre Hegel, se nos é dado falar desta maneira, Marx transforma todos os conceitos que Hegel concebeu como predicados da ideia em anunciados sobre fatos''.}} |
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⚫ | Para Voegelin, ao equivocar-se deliberadamente sobre Hegel, Marx pretendia sustentar uma [[ideologia]] que lhe permitisse apoiar a [[violência]] contra seres humanos afetando indignação moral e, por isso, Voegelin considera Karl Marx um mistificador deliberado. Afirma que o [[charlatanismo]] de Marx reside também na terminante recusa de dialogar com o argumento etiológico de [[Aristóteles]]. Argumenta que, embora tenha recebido uma excelente formação filosófica, Marx sabia que o problema da [[etiologia]] na existência humana era central para uma filosofia do homem e que, se quisesse destruir a [[humanidade]] do homem fazendo dele um "homem socialista", Marx precisava repelir a todo custo o argumento etiológico.<ref name='voegelin'/> |
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Segundo Voegelin, Marx e Engels enunciam um disparate ao iniciarem o [[Manifesto Comunista]] com a afirmação categórica de que toda a história social até o presente foi a história da [[luta de classes]]. Eles sabiam, desde o colégio, que outras lutas existiram na história, como as [[Guerras Médicas]], as conquistas de Alexandre, a [[Guerra do Peloponeso]], as [[Guerras Púnicas]] e a expansão do [[Império Romano]], as quais decididamente nada tiveram de luta de classes.<ref name='voegelin'/> |
Segundo Voegelin, Marx e Engels enunciam um disparate ao iniciarem o [[Manifesto Comunista]] com a afirmação categórica de que toda a história social até o presente foi a história da [[luta de classes]]. Eles sabiam, desde o colégio, que outras lutas existiram na história, como as [[Guerras Médicas]], as conquistas de [[Alexandre, o Grande]], a [[Guerra do Peloponeso]], as [[Guerras Púnicas]] e a expansão do [[Império Romano]], as quais decididamente nada tiveram de luta de classes.<ref name='voegelin'/> |
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Voegelin diz que Marx levanta questões que são impossíveis de serem resolvidas pelo "homem socialista". Também alega que Marx conduz a uma realidade alternativa, a qual não tem necessariamente nenhum vínculo com a realidade objetiva do sujeito. Segundo Voeglin, quando a realidade entra em conflito com Marx, ele descarta a realidade.<ref name='voegelin'>{{citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=atGePgAACAAJ|título= Estudos de ideias políticas de Erasmo a Nietzsche|editora=Ática Press|data=1996|acessodata=2 de agosto de 2016|isbn=972617130X|autor= Voegelin, Eric}}</ref> |
Voegelin diz que Marx levanta questões que são impossíveis de serem resolvidas pelo "homem socialista". Também alega que Marx conduz a uma realidade alternativa, a qual não tem necessariamente nenhum vínculo com a realidade objetiva do sujeito. Segundo Voeglin, quando a realidade entra em conflito com Marx, ele descarta a realidade.<ref name='voegelin'>{{citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=atGePgAACAAJ|título= Estudos de ideias políticas de Erasmo a Nietzsche|editora=Ática Press|data=1996|acessodata=2 de agosto de 2016|isbn=972617130X|autor= Voegelin, Eric}}</ref> |
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=== Jordan Peterson === |
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[[Imagem:Jordan Peterson (29055126178).jpg|thumb|170px|direita|Jordan Peterson em 15 de Junho de 2018.]] |
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Segundo [[Jordan Peterson]]: "(...) doutrinas marxistas [que] mataram pelo menos 100 milhões de pessoas no século XX. Venho estudando o [[autoritarismo]] na [[direita (política)|direita]] e na [[esquerda (política)|esquerda]] por 35 anos. (...) O resultado dos meus estudos é que passei a acreditar que o [[marxismo]] é uma ideologia assassina."<ref>{{citar web|url=https://nationalpost.com/opinion/jordan-peterson-the-right-to-be-politically-incorrect|titulo=Jordan Peterson: The right to be politically incorrect|data=8 de novembro de 2016|acessodata=8 de setembro de 2019|publicado=[[National Post]] {{en}}|ultimo=|primeiro=}}</ref> |
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=== George Watson === |
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Sobre a relação entre [[genocídio]]s e as ideias de Marx, [[George Watson (historiador)|George Watson]] afirmou: "(...) Eu não sei se muitas pessoas sabem, mas só o socialismo publicamente advogou genocídio nos séculos XIX e XX. É um fato bastante desconhecido e parece chocante se você mencionar."<ref name="George Watson">«The Soviet Story (A História Soviética)». Hugo Venturini (<span class="plainlinks">[https://www.youtube.com/watch?v=rKdnylUzlMc YouTube]</span>, a partir de 14min,15s.). 20 de fevereiro de 2016. Consultado em 8 de setembro de 2019</ref> "(...) Marx foi o predecessor do modelo político do genocídio. Eu não conheço nenhum pensador europeu num período anterior a Marx e Engels que tenha publicamente advogado um extermínio racial. Eu não consigo achar mais nada antigo, então presumo que começou com eles."<ref name="George Watson"/> |
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=== Roger Scruton === |
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[[Imagem:Roger Scruton (1).jpg|thumb|170px|direita|Roger Scruton em [[Budapeste]] (19 de Setembro de 2016).]] |
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Em seu livro publicado em 1985, ''Thinkers of the New Left'', [[Roger Scruton]] defende a tese de que uma série de [[estudioso]]s ([[Max Weber|Weber]], [[Werner Sombart|Sombart]], [[Böhm-Bawerk]], [[Ludwig von Mises|Mises]], [[Piero Sraffa|Sraffa]], [[Werner Sombart|Sombart]], [[Karl Popper|Popper]], [[Friedrich Hayek|Hayek]], [[Raymond Aron|Aron]] entre outros) já teriam [[Refutação|refutado]] todas as teorias de Karl Marx ([[Historiografia marxista|da história]], [[Teoria do valor-trabalho|valor-trabalho]], [[alienação (marxismo)|alienação]], [[luta de classes]], etc.).<ref>{{citar livro|autor=Scruton, Roger|título=Thinkers of the New Left|editora=Longman {{en}}, pág. 05|ano=1985|páginas=|id=ISBN 9780582902732}} Adicionado em 8 de setembro de 2019.</ref> |
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=== José Guilherme Merquior === |
=== José Guilherme Merquior === |
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⚫ | No âmbito |
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⚫ | No âmbito [[brasil]]eiro, [[José Guilherme Merquior]] foi um dos grandes críticos do marxismo. O [[diplomata]] membro da [[Academia Brasileira de Letras]] aponta que, o socialismo, em suas origens intelectuais, não era uma [[teoria política]] e sim uma [[teoria econômica]] que procurava reestruturar a indústria. O movimento foi se politizar com [[Karl Marx]], que fundiu a crítica do [[liberalismo econômico]] com a tradição revolucionária do comunismo.<ref name='merquior'/> |
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⚫ | Ainda de acordo com Merquior, Marx nunca valorizou os [[direitos civis]] e chegou a condená-los, vendo neles mero instrumento de exploração de classe. O [[marxismo]], em especial regimes comunistas, sempre refletiu esse menosprezo pelos direitos de expressão, profissão, associação, etc.<ref name='merquior'>{{citar web|url=http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/files/anexos/28162-28172-1-PB.html|titulo=SOCIALISMO E LIBERALISMO|acessodata=25 de dezembro de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161226055724/http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/files/anexos/28162-28172-1-PB.html|arquivodata=2016-12-26|urlmorta=yes}}</ref> |
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⚫ | Ainda de acordo com Merquior, Marx nunca valorizou os [[direitos civis]] e chegou a condená-los, vendo neles mero instrumento de [[Exploração (socioeconomia)|exploração de classe]]. O [[marxismo]], em especial regimes comunistas, sempre refletiu esse menosprezo pelos direitos de expressão, profissão, associação, etc.<ref name='merquior'>{{citar web|url=http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/files/anexos/28162-28172-1-PB.html|titulo=SOCIALISMO E LIBERALISMO|acessodata=25 de dezembro de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161226055724/http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/files/anexos/28162-28172-1-PB.html|arquivodata=2016-12-26|urlmorta=yes}}</ref> |
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== Contra-crítica == |
== Contra-crítica == |
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{{AP|vt=s|Antianticomunismo}} |
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Crítica de críticas ao marxismo são diversas. Por um lado, os marxistas têm argumentado que vários relatos falsearam metodologias marxistas por razões políticas e / ou interpretaram mal as teorias marxistas.<ref>{{citar web|url=https://www.marxist.com/marx-keynes-hayek-and-the-crisis-of-capitalism-part-one.htm|título=Marx, Keynes, Hayek and the Crisis of Capitalism}} {{citar web|url=http://www.worldsocialism.org/spgb/socialist-standard/1950s/1956/no-625-september-1956/critics-criticised-professor-popper-looks-histor|título=The Critics Criticised}} {{citar periódico|url=http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1467-9248.1981.tb01280.x/full|título=Kolakowski's Anti-Marx|periódico=Political Studies|volume=29|páginas=115–22|doi=10.1111/j.1467-9248.1981.tb01280.x|ano=2016|último1 =Miliband|primeiro1 =Ralph}} [https://www.marxist.com/in-defence-of-ltv.htm In Defence of Marx's Labour Theory of Value]</ref> |
Crítica de críticas ao marxismo são diversas. Por um lado, os marxistas têm argumentado que vários relatos falsearam metodologias marxistas por razões políticas e / ou interpretaram mal as teorias marxistas.<ref>{{citar web|url=https://www.marxist.com/marx-keynes-hayek-and-the-crisis-of-capitalism-part-one.htm|título=Marx, Keynes, Hayek and the Crisis of Capitalism}} {{citar web|url=http://www.worldsocialism.org/spgb/socialist-standard/1950s/1956/no-625-september-1956/critics-criticised-professor-popper-looks-histor|título=The Critics Criticised}} {{citar periódico|url=http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1467-9248.1981.tb01280.x/full|título=Kolakowski's Anti-Marx|periódico=Political Studies|volume=29|páginas=115–22|doi=10.1111/j.1467-9248.1981.tb01280.x|ano=2016|último1 =Miliband|primeiro1 =Ralph}} [https://www.marxist.com/in-defence-of-ltv.htm In Defence of Marx's Labour Theory of Value]</ref> |
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== Ver também == |
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* [[Pitirim Sorokin]] |
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* [[Roger Scruton]] |
* [[Roger Scruton]] |
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== Bibliografia == |
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* PAYNE, Robert; ''Marx''. Londres: W. H. ALLEN & COMPANY, 1968. |
* PAYNE, Robert; ''Marx''. Londres: W. H. ALLEN & COMPANY, 1968. |
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* ARON, Raymond; ''O Ópio dos Intelectuais''. Tradução de Yvonne Jean. Brasília: Ed. UNB, 1980. |
* ARON, Raymond; ''O Ópio dos Intelectuais''. Tradução de Yvonne Jean. Brasília: Ed. UNB, 1980. |
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* [[Marshall Berman|BERMAN, Marshall]]. [[Tudo que É Sólido Desmancha no Ar]] |
* [[Marshall Berman|BERMAN, Marshall]]. [[Tudo que É Sólido Desmancha no Ar]] |
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Revisão das 16h27min de 8 de setembro de 2019
Críticas ao marxismo vieram de várias ideologias políticas e disciplinas acadêmicas. Estas incluem críticas gerais sobre a falta de consistência interna, críticas relacionadas ao materialismo histórico, a necessidade de supressão dos direitos individuais, questões com a implementação do comunismo e questões econômicas como a distorção ou a ausência de sinais de preços e incentivos reduzidos. Além disso, problemas empíricos são freqüentemente identificados.[1][2][3]
A principal crítica feita ao marxismo na atualidade alega que este possui caráter simplista, seja na organização da sociedade em classes (capitalista e proletariado),[4] seja nas diversas interpretações que Marx faz da inter-relação direta entre os fatores sociais de consciência (como cultura, religião e política) e os da economia.[5]
Segundo alguns destes críticos, as razões de caráter econômico também são insuficientes para explicar fenômenos modernos como a busca do homem pelo status, ainda que este não venha a representar qualquer vantagem econômica, ou o crescimento da cultura das celebridades. Também depõem contra as ideias de Karl Marx o resultado histórico dos diversos regimes que foram influenciados pelo ideário político-ideológico do Marxismo, como a União Soviética, o regime castrista de Cuba e as chamadas "repúblicas vermelhas" do Sudeste Asiático.[6][7][8][9]
Críticas gerais
De acordo com Leszek Kołakowski, as leis da dialética na base do marxismo são fundamentalmente imperfeitas: algumas são "truísmos sem conteúdo marxista específico", outras "dogmas filosóficos que não podem ser provados por meios científicos", outras são apenas "absurdos". Algumas "leis" marxistas são vagas e podem ser interpretadas de maneira diferente, mas essas interpretações geralmente também se enquadram em uma das categorias de falhas mencionadas anteriormente.[10]
O economista Thomas Sowell escreveu em 1985:
“ | O que Marx realizou foi produzir uma visão tão abrangente, dramática e fascinante que pudesse suportar inúmeras contradições empíricas, refutações lógicas e repulsões morais em seus efeitos. A visão marxista tomou a esmagadora complexidade do mundo real e fez as partes se encaixarem, de um modo que era intelectualmente estimulante e conferiu tal senso de superioridade moral que os oponentes poderiam ser simplesmente rotulados e dispensados como leprosos morais ou reacionários cegos. O marxismo foi - e continua sendo - um poderoso instrumento para a aquisição e manutenção do poder político.[11] | ” |
Vladimir Karpovich Dmitriev, no seu livro "Economic Essays on Value, Competition and Utility" escrito em 1898,[14] Ladislaus von Bortkiewicz em duas de suas obras escrita em 1906 e 1907[15][16] e críticos subsequentes alegaram que a 'Teoria do valor-trabalho' e a lei de Karl Marx da 'Tendência da Taxa de Lucro a Cair' são internamente inconsistentes. Em outras palavras, os críticos alegam que Marx tirou conclusões que na verdade não seguem suas premissas teóricas. Uma vez que esses erros sejam corrigidos, a conclusão de Marx de que Preço Agregado e Lucro são determinados por - e igual a - Valor Agregado e Mais-valia não se aplica mais. Este resultado põe em causa a sua teoria de que a exploração dos trabalhadores é a única fonte de lucro.[17]
Também há dúvidas de que a taxa de lucro no capitalismo tenderia a cair como Marx previu. Em 1961, Nobuo Okishio desenvolveu um teorema (o teorema de Okishio) mostrando que, se os capitalistas buscam técnicas de corte de custos e se o salário real não aumenta, a taxa de lucro deve subir.[18]
Críticos que alegam que Marx tem sido provado inconsistente incluem economistas marxistas e / ou sraffianos antigos e atuais, como Paul Sweezy,[19] Nobuo Okishio,[20] Ian Steedman,[21] John Roemer,[22] Gary Mongiovi[23] e David Laibman,[24] que propõem que a teoria marxista seja fundamentada em suas versões corretas da economia marxiana e não na forma original em que Marx apresentou e desenvolveu em O Capital.[25]
O historiador Paul Johnson escreveu: "A verdade é que mesmo a investigação mais superficial sobre o uso de evidências de Marx força a pessoa a tratar com ceticismo tudo o que ele escreveu que se baseia em dados factuais". Por exemplo, Johnson declarou: "A totalidade do capítulo VIII do livro O Capital é uma falsificação deliberada e sistemática para provar uma tese que um exame objetivo dos fatos mostrou ser insustentável".[26]
Supressão de direitos individuais
Alguns teóricos liberais argumentam que qualquer redistribuição de propriedade é uma forma de coerção.[27]
Vários economistas argumentaram que um estado socialista, por sua própria natureza, corroeria os direitos de seus cidadãos. O economista americano Milton Friedman argumentou que, no socialismo, a ausência de uma economia de mercado livre levaria inevitavelmente a um regime político autoritário. A visão de Friedman também foi compartilhada por Friedrich Hayek, que ambos acreditavam que o capitalismo é uma pré-condição para a liberdade florescer em um Estado-nação.[28][29]
Implementação do comunismo
Os anarquistas sempre argumentaram que o comunismo marxista inevitavelmente levaria à coerção e ao domínio do Estado (ver: Anarquismo e Marxismo). Mikhail Bakunin acreditava que os regimes marxistas levariam ao "controle despótico da população por uma nova e não numerosa aristocracia".[30] Mesmo que essa nova aristocracia tivesse se originado entre as fileiras do proletariado, Bakunin argumentou que seu recém-descoberto poder mudaria fundamentalmente sua visão da sociedade e, assim, os levaria a "olhar com inferioridade para as simples massas trabalhadoras".[30]
Ao comparar nazismo e comunismo, historiadora francesa Françoise Thom, especialista em história da União Soviética, afirma que ambos acreditam ser possuidores de bases científicas.[31] Também que estão em guerra contra a natureza humana e, que ambos, tem o desejo de criar o "Novo Homem".[31] E, que enquanto o primeiro baseia-se numa "falsa biologia", o segundo baseia-se numa "falsa sociologia".[31]
O ativista Noam Chomsky explicou brevemente sua posição sobre o marxismo, a partir de uma diretriz ideológica de esquerda que se enquadra entre o anarquismo e o populismo:
“ | As advertências de Bakunin sobre a burocracia vermelha que instituiria o pior de todos os governos despóticos vieram muito antes de Lênin e foram dirigidas contra os seguidores de Marx. Havia, na verdade, seguidores de muitos tipos; Anton Pannekoek, Rosa Luxemburgo, Paul Mattick e outros, e eles estavam muito longe de Lênin, e suas opiniões frequentemente convergem com elementos do anarcossindicalismo. Korsh e outros, de fato, escreveram com simpatia sobre a revolução anarquista na Espanha. Há continuidades de Marx para Lenin, mas também há continuidades para os marxistas que foram severos críticos de Lenin e do bolchevismo. O trabalho de Teodor Shanin nos últimos anos sobre as atitudes posteriores de Marx em relação à revolução camponesa também é relevante aqui. [...] O início Marx vem em grande parte do ambiente em que ele viveu, e há muitas semelhanças com o pensamento do liberalismo clássico, aspectos do Iluminismo e romantismo francês e alemão. Mais uma vez, não sou um estudante de Marx para reivindicar um julgamento autorizado. Minha impressão, no que vale a pena, é que Marx primitivo era muito mais uma figura do Iluminismo tardio, e que o Marx posterior era um ativista muito autoritário e um analista crítico do capitalismo que tinha pouco a dizer sobre alternativas socialistas.[32] | ” |
Economia
A economia marxista tem sido criticada por várias razões. Alguns críticos apontam para a análise marxista do capitalismo, enquanto outros argumentam que o sistema econômico proposto pelo comunismo é impraticável.[33][34][35] A Teoria do valor-trabalho é um dos textos do marxismo mais comumente criticados.[36][37][38]
Reduz incentivos
Alguns críticos do socialismo utópico ou igualitário argumentam que a divisão da renda reduz os incentivos individuais ao trabalho e, portanto, a renda deveria ser individualizada o máximo possível.[39] Críticos do socialismo argumentam que em qualquer sociedade em que todos detenham riqueza igual não haveria incentivo material para o trabalho porque não se receberia recompensa por um trabalho bem feito.
O economista John Kenneth Galbraith criticou as formas comunais de socialismo que promovem o igualitarismo em termos de salários/compensações como irreais em suas suposições sobre a motivação humana:
“ | Essa esperança, que a recompensa igualitária levaria a um nível mais alto de motivação, que se espalhou depois de Marx, foi mostrada pela história e pela experiência humana como irrelevante. Gerações de socialistas aprenderam isso com a sua decepção e, mais frequentemente, com a sua tristeza.[40] | ” |
Relevância
O marxismo tem sido criticado como irrelevante, com muitos economistas rejeitando seus princípios e suposições.[41][42][43] Segundo George Stigler, "os economistas que trabalham na tradição marxista representam uma pequena minoria de economistas modernos, e que seus escritos praticamente não têm impacto sobre o trabalho profissional da maioria dos economistas nas principais universidades de língua inglesa".[44] Robert Solow, em uma revisão da primeira edição do The New Palgrave: A Dictionary of Economics, criticou por enfatizar demais a importância do marxismo na economia moderna.
Marx foi um pensador importante e influente, e o marxismo tem sido uma doutrina com influência intelectual e prática. O fato é que, no entanto, os economistas mais sérios do idioma inglês consideram a economia marxista um beco sem saída irrelevante.[45]
Uma pesquisa nacionalmente representativa de professores norte-americanos em 2006 revelou que 3% deles se identificam como marxistas. A parcela sobe para 5% nas humanidades e é cerca de 18% entre os cientistas sociais.[46]
Outros intelectuais
Eric Voegelin
Eric Voegelin, em seu livro "Reflexões Autobiográficas" relata que, induzido pela onda de interesse sobre a Revolução Russa de 1917, estudou "O Capital" de Marx e foi marxista entre agosto e dezembro de 1919. Porém, durante seu curso universitário, ao estudar disciplinas de teoria econômica e história da teoria econômica aprendera o que estava errado em Marx. Voegelin afirma que Marx comete uma grave distorção ao escrever sobre Hegel. Como prova de sua afirmação cita os editores dos Frühschiften [Escritos de Juventude] de Karl Marx (Kröner, 1955), especialmente Siegfried Landshut, que dizem o seguinte sobre o estudo feito por Marx da "Filosofia do direito" de Hegel:
“ | Ao equivocar-se deliberadamente sobre Hegel, se nos é dado falar desta maneira, Marx transforma todos os conceitos que Hegel concebeu como predicados da ideia em anunciados sobre fatos. | ” |
Para Voegelin, ao equivocar-se deliberadamente sobre Hegel, Marx pretendia sustentar uma ideologia que lhe permitisse apoiar a violência contra seres humanos afetando indignação moral e, por isso, Voegelin considera Karl Marx um mistificador deliberado. Afirma que o charlatanismo de Marx reside também na terminante recusa de dialogar com o argumento etiológico de Aristóteles. Argumenta que, embora tenha recebido uma excelente formação filosófica, Marx sabia que o problema da etiologia na existência humana era central para uma filosofia do homem e que, se quisesse destruir a humanidade do homem fazendo dele um "homem socialista", Marx precisava repelir a todo custo o argumento etiológico.[47]
Segundo Voegelin, Marx e Engels enunciam um disparate ao iniciarem o Manifesto Comunista com a afirmação categórica de que toda a história social até o presente foi a história da luta de classes. Eles sabiam, desde o colégio, que outras lutas existiram na história, como as Guerras Médicas, as conquistas de Alexandre, o Grande, a Guerra do Peloponeso, as Guerras Púnicas e a expansão do Império Romano, as quais decididamente nada tiveram de luta de classes.[47]
Voegelin diz que Marx levanta questões que são impossíveis de serem resolvidas pelo "homem socialista". Também alega que Marx conduz a uma realidade alternativa, a qual não tem necessariamente nenhum vínculo com a realidade objetiva do sujeito. Segundo Voeglin, quando a realidade entra em conflito com Marx, ele descarta a realidade.[47]
Jordan Peterson
Segundo Jordan Peterson: "(...) doutrinas marxistas [que] mataram pelo menos 100 milhões de pessoas no século XX. Venho estudando o autoritarismo na direita e na esquerda por 35 anos. (...) O resultado dos meus estudos é que passei a acreditar que o marxismo é uma ideologia assassina."[48]
George Watson
Sobre a relação entre genocídios e as ideias de Marx, George Watson afirmou: "(...) Eu não sei se muitas pessoas sabem, mas só o socialismo publicamente advogou genocídio nos séculos XIX e XX. É um fato bastante desconhecido e parece chocante se você mencionar."[49] "(...) Marx foi o predecessor do modelo político do genocídio. Eu não conheço nenhum pensador europeu num período anterior a Marx e Engels que tenha publicamente advogado um extermínio racial. Eu não consigo achar mais nada antigo, então presumo que começou com eles."[49]
Roger Scruton
Em seu livro publicado em 1985, Thinkers of the New Left, Roger Scruton defende a tese de que uma série de estudiosos (Weber, Sombart, Böhm-Bawerk, Mises, Sraffa, Sombart, Popper, Hayek, Aron entre outros) já teriam refutado todas as teorias de Karl Marx (da história, valor-trabalho, alienação, luta de classes, etc.).[50]
José Guilherme Merquior
No âmbito brasileiro, José Guilherme Merquior foi um dos grandes críticos do marxismo. O diplomata membro da Academia Brasileira de Letras aponta que, o socialismo, em suas origens intelectuais, não era uma teoria política e sim uma teoria econômica que procurava reestruturar a indústria. O movimento foi se politizar com Karl Marx, que fundiu a crítica do liberalismo econômico com a tradição revolucionária do comunismo.[51]
Ainda de acordo com Merquior, Marx nunca valorizou os direitos civis e chegou a condená-los, vendo neles mero instrumento de exploração de classe. O marxismo, em especial regimes comunistas, sempre refletiu esse menosprezo pelos direitos de expressão, profissão, associação, etc.[51]
Contra-crítica
Crítica de críticas ao marxismo são diversas. Por um lado, os marxistas têm argumentado que vários relatos falsearam metodologias marxistas por razões políticas e / ou interpretaram mal as teorias marxistas.[52]
Ver também
Bibliografia
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