Marielle Franco: diferenças entre revisões

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Após ser velado na [[Câmara Municipal do Rio de Janeiro|Câmara Municipal carioca]], com a presença de milhares de pessoas, o corpo de Franco foi enterrado em 15 de março, no [[Cemitério de São Francisco Xavier (Rio de Janeiro)|Cemitério São Francisco Xavier]], no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]].<ref>{{Citar web |url=https://extra.globo.com/casos-de-policia/velorio-de-marielle-mobiliza-milhares-de-pessoas-na-cinelandia-22493022.html |título=Velório de Marielle mobiliza milhares de pessoas na Cinelândia |publicado=Extra |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/mundo/brasil/noticia/2018/03/15/marielle-franco-e-enterrada-sob-forte-comocao-no-rio-331556.php |título=Marielle Franco é enterrada sob forte comoção no Rio |publicado=Uol |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref> O assassinato dela motivou reações nacionais e internacionais, como a organização de diversos protestos em todo o [[Brasil#Subdivisões|território brasileiro]]<ref>{{Citar web|data=15 de março de 2018|titulo=''Atos de protesto por Marielle Franco estão marcados em mais de 10 capitais''|url=http://justificando.cartacapital.com.br/2018/03/15/atos-de-protesto-por-marielle-franco-estao-marcados-em-mais-de-10-capitais/|jornal=''[[CartaCapital|Justificando]]''|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180315201519/http://justificando.cartacapital.com.br/2018/03/15/atos-de-protesto-por-marielle-franco-estao-marcados-em-mais-de-10-capitais/|arquivodata=15 de março de 2018}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/03/milhares-protestam-no-rio-e-em-sp-contra-assassinato-de-marielle.shtml|titulo=Milhares protestam no Rio e em SP contra assassinato de Marielle|data=15 de Março de 2018|acessodata=15 de Março de 2018|publicado=Folha de São Paulo|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/manifestantes-protestam-pelo-pais-contra-a-morte-de-marielle-franco.ghtml|titulo=Manifestantes protestam pelo país contra a morte de Marielle Franco|data=15 de Março de 2018|acessodata=15 de Março de 2018|publicado=G1}}</ref><ref name="#Especial#ESP"/> e oposição de parte dos [[eurodeputado]]s à negociação [[Bloco econômico|econômica]] entre [[União Europeia]] e [[Mercado Comum do Sul|Mercosul]].<ref>{{citar web|url=http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,diante-de-morte-de-marielle-deputados-europeus-pedem-suspensao-de-negociacao-com-mercosul,70002228542|título=''Diante de morte de Marielle, deputados europeus pedem suspensão de negociação com Mercosul''|data=15 de março de 2018|acessodata=16 de março de 2018|autor=Jamil Chade|publicado=''[[O Estado de S. Paulo|Estadão]]''|arquivourl=http://archive.is/RFt6T|arquivodata=16 de março de 2018}}</ref> O Presidente da República, [[Michel Temer]], afirmou que o crime era "inaceitável" e que "não ficaria impune", enquanto a [[Câmara dos Deputados do Brasil|Câmara dos Deputados]] realizou sessão solene em sua homenagem, bem como todos os ministros do [[Supremo Tribunal Federal]] (STF) proferiram discursos de pesar.<ref>{{Citar web |url=http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2018-03-15/michel-temer-marielle-franco.html |título='Covardia que não ficará impune', promete Temer sobre morte de vereadora no Rio |publicado=iG |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://correiodopovo.com.br/Noticias/Pol%C3%ADtica/2018/3/644954/Camara-dos-Deputados-realiza-homenagem-a-vereadora-Marielle-Franco |título=Câmara dos Deputados realiza homenagem à vereadora Marielle Franco |publicado=Correio do Povo |obra=Agência Brasil |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.conjur.com.br/2018-mar-15/ministros-stf-lamentam-assassinato-vereadora-rio |título=Ministros do Supremo lamentam assassinato da vereadora do Rio de Janeiro |publicado=Consultor Jurídico |autor=Ana Pompeu |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref>
Após ser velado na [[Câmara Municipal do Rio de Janeiro|Câmara Municipal carioca]], com a presença de milhares de pessoas, o corpo de Franco foi enterrado em 15 de março, no [[Cemitério de São Francisco Xavier (Rio de Janeiro)|Cemitério São Francisco Xavier]], no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]].<ref>{{Citar web |url=https://extra.globo.com/casos-de-policia/velorio-de-marielle-mobiliza-milhares-de-pessoas-na-cinelandia-22493022.html |título=Velório de Marielle mobiliza milhares de pessoas na Cinelândia |publicado=Extra |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/mundo/brasil/noticia/2018/03/15/marielle-franco-e-enterrada-sob-forte-comocao-no-rio-331556.php |título=Marielle Franco é enterrada sob forte comoção no Rio |publicado=Uol |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref> O assassinato dela motivou reações nacionais e internacionais, como a organização de diversos protestos em todo o [[Brasil#Subdivisões|território brasileiro]]<ref>{{Citar web|data=15 de março de 2018|titulo=''Atos de protesto por Marielle Franco estão marcados em mais de 10 capitais''|url=http://justificando.cartacapital.com.br/2018/03/15/atos-de-protesto-por-marielle-franco-estao-marcados-em-mais-de-10-capitais/|jornal=''[[CartaCapital|Justificando]]''|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180315201519/http://justificando.cartacapital.com.br/2018/03/15/atos-de-protesto-por-marielle-franco-estao-marcados-em-mais-de-10-capitais/|arquivodata=15 de março de 2018}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/03/milhares-protestam-no-rio-e-em-sp-contra-assassinato-de-marielle.shtml|titulo=Milhares protestam no Rio e em SP contra assassinato de Marielle|data=15 de Março de 2018|acessodata=15 de Março de 2018|publicado=Folha de São Paulo|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/manifestantes-protestam-pelo-pais-contra-a-morte-de-marielle-franco.ghtml|titulo=Manifestantes protestam pelo país contra a morte de Marielle Franco|data=15 de Março de 2018|acessodata=15 de Março de 2018|publicado=G1}}</ref><ref name="#Especial#ESP"/> e oposição de parte dos [[eurodeputado]]s à negociação [[Bloco econômico|econômica]] entre [[União Europeia]] e [[Mercado Comum do Sul|Mercosul]].<ref>{{citar web|url=http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,diante-de-morte-de-marielle-deputados-europeus-pedem-suspensao-de-negociacao-com-mercosul,70002228542|título=''Diante de morte de Marielle, deputados europeus pedem suspensão de negociação com Mercosul''|data=15 de março de 2018|acessodata=16 de março de 2018|autor=Jamil Chade|publicado=''[[O Estado de S. Paulo|Estadão]]''|arquivourl=http://archive.is/RFt6T|arquivodata=16 de março de 2018}}</ref> O Presidente da República, [[Michel Temer]], afirmou que o crime era "inaceitável" e que "não ficaria impune", enquanto a [[Câmara dos Deputados do Brasil|Câmara dos Deputados]] realizou sessão solene em sua homenagem, bem como todos os ministros do [[Supremo Tribunal Federal]] (STF) proferiram discursos de pesar.<ref>{{Citar web |url=http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2018-03-15/michel-temer-marielle-franco.html |título='Covardia que não ficará impune', promete Temer sobre morte de vereadora no Rio |publicado=iG |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://correiodopovo.com.br/Noticias/Pol%C3%ADtica/2018/3/644954/Camara-dos-Deputados-realiza-homenagem-a-vereadora-Marielle-Franco |título=Câmara dos Deputados realiza homenagem à vereadora Marielle Franco |publicado=Correio do Povo |obra=Agência Brasil |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.conjur.com.br/2018-mar-15/ministros-stf-lamentam-assassinato-vereadora-rio |título=Ministros do Supremo lamentam assassinato da vereadora do Rio de Janeiro |publicado=Consultor Jurídico |autor=Ana Pompeu |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref>


De outro lado, figuras públicas ligadas à [[Direita (política)|direita]] brasileira, como os jornalistas [[Reinaldo Azevedo]]<ref>{{Citar web |url=http://www3.redetv.uol.com.br/blog/reinaldo/a-morte-de-marielle-1-assassinato-interessa-ao-crime-organizado-que-se-opoe-a-intervencao-como-fazem-o-pt-e-o-psol/ |título=A MORTE DE MARIELLE 1: Assassinato interessa ao crime organizado, que se opõe à intervenção, como fazem o PT e o PSOL |publicado=Rede TV |autor=Reinaldo Azevedo |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref> e [[Augusto Nunes]],<ref>{{Citar web |url=https://www.youtube.com/watch?v=LqD0vw1O6CM |título=Debate: A exploração política do cadáver de Marielle |publicado=YouTube |data=15 de março de 2018 |acessodata=3 de julho de 2018}}</ref> acusaram a [[esquerda (política)|esquerda]] de explorar politicamente o assassinato de Marielle.<ref>{{Citar web |url=https://www.oantagonista.com/brasil/marielle-continua-ser-assassinada-por-comentaristas-blogs-sujos-e-o-pt/ |título=Marielle continua a ser assassinada por comentaristas, blogs sujos e o PT |publicado=O Antagonista |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref> Em acréscimo, pessoas e grupos representativos da direita, como o [[Movimento Brasil Livre]] e o deputado [[Alberto Fraga]] ([[Democratas (Brasil)|DEM]]), publicaram mensagens nas redes sociais, manifestando dúvidas sobre a idoneidade moral da vereadora, tais como uma alegada ligação com traficantes.<ref>{{Citar web|autor=Heloísa Mendonça e Flávia Marreiro|data=19 de março de 2018|titulo=''MBL e deputado propagam mentiras contra Marielle Franco em campanha difamatória''|url=https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/17/politica/1521318452_688519.html|publicado=''[[El País]]''|acessodata=21 de março de 2018|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180321215806/https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/17/politica/1521318452_688519.html|arquivodata=21 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar periódico|data=2018-03-17|titulo=PSOL processará&nbsp;desembargadora que&nbsp;acusou&nbsp;Marielle de se engajar com crime|url=https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/03/psol-processara-desembargadora-que-acusou-marielle-de-se-engajar-com-crime.shtml|jornal=Folha de S.Paulo}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2018/03/apos-assassinato-de-marielle-vereadora-e-atacada-na-internet.html |título=Após assassinato de Marielle, vereadora é atacada na internet |publicado=Fantástico |data=18 de março de 2018 |acessodata=19 de março de 2018}}</ref> Nas semanas seguintes, o poder judiciário, por meio de sentenças proferidas por magistrados distintos, determinou a remoção de publicações contendo conteúdo calunioso ou falso sobre Franco no ''[[Facebook]]'' e no ''[[YouTube]]''.<ref>{{Citar web |url=https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/justica-determina-que-youtube-retire-do-ar-16-videos-com-ofensas-a-marielle-franco.ghtml |título=Justiça determina que YouTube retire do ar 16 vídeos com ofensas a Marielle Franco |publicado=G1 |data=22 de março de 2018 |acessodata=28 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/justica-do-rio-determina-que-facebook-retire-publicacoes-com-informacoes-falsas-sobre-marielle-em-24-horas.ghtml |título=Juiz dá 24 horas para Facebook retirar posts com informações falsas sobre Marielle |publicado=G1 |data=22 de março de 2018 |acessodata=28 de março de 2018}}</ref>
De outro lado, figuras públicas ligadas à [[Direita (política)|direita]] brasileira, como os jornalistas [[Reinaldo Azevedo]]<ref>{{Citar web |url=http://www3.redetv.uol.com.br/blog/reinaldo/a-morte-de-marielle-1-assassinato-interessa-ao-crime-organizado-que-se-opoe-a-intervencao-como-fazem-o-pt-e-o-psol/ |título=A MORTE DE MARIELLE 1: Assassinato interessa ao crime organizado, que se opõe à intervenção, como fazem o PT e o PSOL |publicado=Rede TV |autor=Reinaldo Azevedo |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref> e [[Augusto Nunes]],<ref>{{Citar web |url=https://www.youtube.com/watch?v=LqD0vw1O6CM |título=Debate: A exploração política do cadáver de Marielle |publicado=YouTube |data=15 de março de 2018 |acessodata=3 de julho de 2018}}</ref> acusaram a [[esquerda (política)|esquerda]] de explorar politicamente o assassinato de Marielle.<ref>{{Citar web |url=https://www.oantagonista.com/brasil/marielle-continua-ser-assassinada-por-comentaristas-blogs-sujos-e-o-pt/ |título=Marielle continua a ser assassinada por comentaristas, blogs sujos e o PT |publicado=O Antagonista |data=15 de março de 2018 |acessodata=16 de março de 2018}}</ref> Em [[Salvador (Bahia)|Salvador]], durante o [[Fórum Social Mundial]], [[Dilma Roussef]] chegou a afirmar que o assassinato "fez parte de um dos atos deste golpe que desencadearam no Brasil".<ref>[https://www.youtube.com/watch?v=oIhMASL714s YouTube] - ''Dilma Rousseff diz que morte de Marielle faz parte do "golpe".'' Publicado em 16 de mar de 2018. Acessado em 30/07/2018.</ref> Em acréscimo, pessoas e grupos representativos da direita, como o [[Movimento Brasil Livre]] e o deputado [[Alberto Fraga]] ([[Democratas (Brasil)|DEM]]), publicaram mensagens nas redes sociais, manifestando dúvidas sobre a idoneidade moral da vereadora, tais como uma alegada ligação com traficantes.<ref>{{Citar web|autor=Heloísa Mendonça e Flávia Marreiro|data=19 de março de 2018|titulo=''MBL e deputado propagam mentiras contra Marielle Franco em campanha difamatória''|url=https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/17/politica/1521318452_688519.html|publicado=''[[El País]]''|acessodata=21 de março de 2018|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180321215806/https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/17/politica/1521318452_688519.html|arquivodata=21 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar periódico|data=2018-03-17|titulo=PSOL processará&nbsp;desembargadora que&nbsp;acusou&nbsp;Marielle de se engajar com crime|url=https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/03/psol-processara-desembargadora-que-acusou-marielle-de-se-engajar-com-crime.shtml|jornal=Folha de S.Paulo}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2018/03/apos-assassinato-de-marielle-vereadora-e-atacada-na-internet.html |título=Após assassinato de Marielle, vereadora é atacada na internet |publicado=Fantástico |data=18 de março de 2018 |acessodata=19 de março de 2018}}</ref> Nas semanas seguintes, o poder judiciário, por meio de sentenças proferidas por magistrados distintos, determinou a remoção de publicações contendo conteúdo calunioso ou falso sobre Franco no ''[[Facebook]]'' e no ''[[YouTube]]''.<ref>{{Citar web |url=https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/justica-determina-que-youtube-retire-do-ar-16-videos-com-ofensas-a-marielle-franco.ghtml |título=Justiça determina que YouTube retire do ar 16 vídeos com ofensas a Marielle Franco |publicado=G1 |data=22 de março de 2018 |acessodata=28 de março de 2018}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/justica-do-rio-determina-que-facebook-retire-publicacoes-com-informacoes-falsas-sobre-marielle-em-24-horas.ghtml |título=Juiz dá 24 horas para Facebook retirar posts com informações falsas sobre Marielle |publicado=G1 |data=22 de março de 2018 |acessodata=28 de março de 2018}}</ref>


== Ver também ==
== Ver também ==

Revisão das 18h45min de 30 de julho de 2018

Marielle Franco
Marielle Franco
Marielle em setembro de 2016.
Vereadora do Rio de Janeiro
Período 1º de janeiro de 2017
até 14 de março de 2018
Dados pessoais
Nome completo Marielle Francisco da Silva
Nascimento 27 de julho de 1979
Rio de Janeiro, RJ
Morte 14 de março de 2018 (38 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileira
Alma mater PUC-RJ[1]
UFF[1]
Partido PSOL[1]
Profissão Socióloga
Website mariellefranco.com.br

Marielle Francisco da Silva, conhecida como Marielle Franco[2] (Rio de Janeiro, 27 de julho de 1979 – Rio de Janeiro, 14 de março de 2018), foi uma socióloga, feminista, defensora dos direitos humanos e política brasileira.[3] Filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), elegeu-se vereadora do Rio de Janeiro para a Legislatura 2017-2020, durante a eleição municipal de 2016, com a quinta maior votação.[4] Crítica da intervenção federal no Rio de Janeiro e da Polícia Militar, denunciava constantemente abusos de autoridade por parte de policiais contra moradores de comunidades carentes. Em 14 de março de 2018, foi assassinada a tiros junto a Anderson Pedro Mathias Gomes na região central do Rio de Janeiro. [5][6]

Família, juventude e educação

Marielle Franco era filha de Marinete e Antonio Francisco da Silva Neto. Com criação católica,[7] nasceu no Complexo da Maré, na cidade do Rio de Janeiro, e se apresentava como "cria da Maré".[7][8] Em 1990, aos 11 anos de idade, começou a trabalhar, usando o salário para ajudar a pagar os seus estudos.[7] Posteriormente, também exerceu a função de educadora infantil em uma creche.[9] Ainda na juventude, participou da equipe do Furacão 2000.[7]

Em 1998, Franco deu à luz sua primeira e única filha, Luyara.[7][8] Naquele mesmo ano, matriculou-se na primeira turma de pré-vestibular comunitário oferecido no Complexo da Maré.[10] Em 2000, começou a militar pelos direitos humanos, depois de uma de suas amigas ser atingida fatalmente por uma troca de tiros entre policiais e traficantes na Maré.[7][8]

Em 2002, ingressou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), estudando Ciências Sociais com uma bolsa integral obtida pelo Programa Universidade para Todos (Prouni).[8] Após se graduar em Ciências Sociais, concluiu um mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), onde defendeu a dissertação intitulada "UPP - A redução da favela a três letras: uma análise da política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro".[11][12][13][14]

Franco identificava-se como parte da comunidade LGBT e, em 2017, mudou-se para o bairro carioca da Tijuca com sua esposa, Mônica Benício, e sua filha, Luyara.[15][16][17] Franco e Benício iniciaram um relacionamento amoroso em meados dos anos 2000, e em 2018 haviam marcado o casamento para o ano seguinte.[18]

Carreira política

Franco discursando em agosto de 2016.
Franco em um debate em setembro de 2016.

Na eleição estadual carioca de 2006, Franco integrou a equipe de campanha que elegeu Marcelo Freixo à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).[12] Com a posse de Freixo, foi nomeada assessora parlamentar do deputado, trabalhando com ele por dez anos.[12] Franco assumiu a coordenação da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e,[19] nesta posição, prestou auxílio jurídico e psicológico a familiares de vítimas de homicídios ou policiais vitimados. Um dos casos que ela ajudou a solucionar foi o de um policial civil assassinado por um colega. De acordo com um ex-comandante da Polícia Militar que trocava informações com Franco sobre policiais mortos, "É uma bobagem dizer que não defendia policiais".[20]

Em 2016, na sua primeira disputa eleitoral, foi eleita vereadora na capital fluminense pela coligação Mudar é possível, formada pelo PSOL e pelo PCB. Com mais de 46 mil votos, foi a quinta candidata mais votada no município e a segunda mulher mais votada ao cargo de vereadora em todo o país.[1][21] Na Câmara Municipal, presidiu a Comissão de Defesa da Mulher e integrou uma comissão composta por quatro pessoas, cujo objetivo era monitorar a intervenção federal no Rio de Janeiro, sendo escolhida como sua relatora em 28 de fevereiro de 2018.[22][23] Era crítica da intervenção federal, assim como criticava e denunciava constantemente abusos policiais e violações aos direitos humanos.[24][25][26]

Como vereadora, Franco também trabalhou na coleta de dados sobre a violência contra as mulheres, pela garantia do aborto nos casos previstos por lei e pelo aumento na participação feminina na política. Em pouco mais de um ano, redigiu e firmou dezesseis projetos de lei, dois dos quais foram aprovados: um que regulou o serviço de mototáxi e a Lei das Casas de Parto, visando a construção desses espaços cujo objetivo era fornecer a realização de partos normais.[27][28] Suas preposições legislativas buscavam garantir apoio aos direitos das mulheres, a população LGBT, aos negros e moradores de favelas.[29][22][30][28] Em agosto de 2017, os vereadores cariocas rejeitaram, por 19 a 17, sua proposta para incluir o Dia da Visibilidade Lésbica no calendário municipal.[31]

Execução e investigação

Velório de Marielle Franco na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, em 15 de março de 2018.
Passeata realizada em Vitória em homenagem a Marielle Franco e Anderson Pedro Gomes.
Ver artigo principal: Assassinato de Marielle Franco

Franco foi executada com três tiros na cabeça e um no pescoço,[32] por volta das 21h30min de 14 de março de 2018, quando também foi assassinado Anderson Pedro Mathias Gomes, motorista do veículo em que a vereadora se encontrava.[33][34] A principal linha de investigação das autoridades competentes é que seu assassinato se tratou de uma execução, embora não descartem outros potenciais motivos.[35] No entanto, segundo investigações a respeito da direção dos tiros e sobre o fato de haver um outro carro dando possível cobertura aos atiradores, a hipótese de um crime premeditado se fortalece.[36][37] De acordo com a Human Rights Watch, o assassinato dela relacionou-se à "impunidade existente no Rio de Janeiro" e ao "sistema de segurança falido" do estado.[38]

Após ser velado na Câmara Municipal carioca, com a presença de milhares de pessoas, o corpo de Franco foi enterrado em 15 de março, no Cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro.[39][40] O assassinato dela motivou reações nacionais e internacionais, como a organização de diversos protestos em todo o território brasileiro[41][42][43][32] e oposição de parte dos eurodeputados à negociação econômica entre União Europeia e Mercosul.[44] O Presidente da República, Michel Temer, afirmou que o crime era "inaceitável" e que "não ficaria impune", enquanto a Câmara dos Deputados realizou sessão solene em sua homenagem, bem como todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) proferiram discursos de pesar.[45][46][47]

De outro lado, figuras públicas ligadas à direita brasileira, como os jornalistas Reinaldo Azevedo[48] e Augusto Nunes,[49] acusaram a esquerda de explorar politicamente o assassinato de Marielle.[50] Em Salvador, durante o Fórum Social Mundial, Dilma Roussef chegou a afirmar que o assassinato "fez parte de um dos atos deste golpe que desencadearam no Brasil".[51] Em acréscimo, pessoas e grupos representativos da direita, como o Movimento Brasil Livre e o deputado Alberto Fraga (DEM), publicaram mensagens nas redes sociais, manifestando dúvidas sobre a idoneidade moral da vereadora, tais como uma alegada ligação com traficantes.[52][53][54] Nas semanas seguintes, o poder judiciário, por meio de sentenças proferidas por magistrados distintos, determinou a remoção de publicações contendo conteúdo calunioso ou falso sobre Franco no Facebook e no YouTube.[55][56]

Ver também

Referências

  1. a b c d Venturini, Lilian (15 de março de 2018). «O assassinato de Marielle Franco num Rio sob intervenção em 4 pontos centrais». Nexo Jornal. Consultado em 15 de março de 2018. Cópia arquivada em 15 de março de 2018 
  2. «Saiba quem era Marielle Franco, vereadora assassinada a tiros no Rio». Estado de Minas. Diários associados. 16 de março de 2018. Consultado em 16 de março de 2018 
  3. «Nascida na Maré e formada na PUC-Rio, Marielle Franco é a 5ª vereadora mais bem votada». Jornal da PUC. Consultado em 15 de março de 2017 
  4. «Perfil da vereadora Marielle Franco». Câmara do Rio. Consultado em 15 de março de 2017 
  5. «Marielle Franco, vereadora do PSOL, é assassinada no Rio». Uol - Notícias - Cotidiano 
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Ligações externas

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