Síndrome de Tourette

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Síndrome Tourette)
Síndrome de Tourette
Síndrome de Tourette
Georges Gilles de la Tourette (1857–1904), epónimo da síndrome
Especialidade neurologia
Classificação e recursos externos
CID-10 F95.2
CID-9 307.23
CID-11 119340957
OMIM 137580
DiseasesDB 5220
MedlinePlus 000733
eMedicine med/3107 neuro/664
MeSH D005879
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

A síndrome de Tourette é um transtorno neuropsiquiátrico hereditário que se manifesta durante a infância, caracterizado por diversos tiques físicos e pelo menos um tique vocal. Estes tiques têm remissões e recidivas características, podem ser suprimidos temporariamente e são precedidos por impulsos premonitórios. A síndrome é definida enquanto parte do espectro dos transtornos devido a tiques, no qual se incluem tiques transitórios e crónicos.[1]

A Tourette era considerada uma síndrome rara que na maior parte das vezes é associada à vocalização de termos obscenos ou afirmações depreciativas e socialmente impróprias (coprolalia), embora este sintoma se manifeste apenas numa pequena minoria de pessoas com a doença.[1][2][3] A Tourette já não é considerada uma condição rara, embora nem sempre seja corretamente identificada, uma vez que a maior parte dos casos são moderados e a gravidade dos tiques diminui à medida que a pessoa atravessa a adolescência. Estima-se que entre 0,4 e 3,8% das crianças e adolescentes entre os 5 e 18 anos possam ter Tourette.[4] A prevalência de outros transtornos devido a tiques nas crianças em idade escolar é maior, sendo os mais comuns piscar os olhos, tossir, limpar a garganta, fungar e determinados movimentos faciais. Os casos graves em adultos são raros. A Tourette não afeta a inteligência ou a esperança de vida.

Os fatores genéticos e ambientais desempenham um papel na etiologia da Tourette,[1] embora se desconheçam as causas precisas da doença. Na maior parte dos casos não é necessária qualquer medicação. Não existem tratamentos eficazes para todos os casos de tiques, mas alguns medicamentos e terapias podem ajudar.[1] A educação é uma parte importante de qualquer plano de tratamento, e a própria educação do paciente e palavras de conforto são muitas vezes suficientes enquanto tratamento.[1][2][5] Em muitos dos pacientes com Tourette que frequentam clínicas da especialidade verificam-se também condições comórbidas (diagnóstico de outras doenças para além de Tourette), como gagueira, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade ou transtorno obsessivo-compulsivo.[1] Estas outras condições causam frequentemente maiores transtornos funcionais ao indivíduo do que os tiques característicos de Tourette, pelo que é importante identificar e tratar estas condições.[6]

A doença foi descrita pela primeira vez em 1825 pelo médico francês Jean Itard. Mais tarde, em 1885, foi estudada e apresentada ao meio médico-acadêmico pelo neurólogo francês Gilles de la Tourette, que publicou um relato de nove casos da doença, que denominou maladie des tics convulsifs avec coprolalie ("doença dos tiques convulsivos com coprolalia"). Posteriormente, a doença foi renomeada "doença de Gilles de la Tourette", por Charcot, o influente diretor da Salpêtrière.[7]

A maioria das pessoas acometidas é do sexo masculino; o início da síndrome geralmente se manifesta na infância ou juventude; os sintomas ocorrem involuntariamente.[8]

História[editar | editar código-fonte]

Uma pintura de uma palestra médica do século XIX. Na frente da classe, uma mulher desmaia nos braços de um homem parado atrás dela, enquanto outra mulher, aparentemente uma enfermeira, estende a mão para ajudar. Um homem mais velho, o professor, está ao lado dela e gesticula como se estivesse fazendo uma observação. Duas dúzias de estudantes do sexo masculino os observam.
Jean-Martin Charcot foi um neurologista e professor francês que nomeou a síndrome de Tourette para seu estagiário, Georges Gilles de la Tourette. Em A Clinical Lesson at the Salpêtrière (1887), André Brouillet retrata uma palestra médica de Charcot (a figura central em pé) e mostra de la Tourette na platéia (sentado na primeira remar, vestindo um avental).

Um médico francês, Jean Marc Gaspard Itard, relatou o primeiro caso de síndrome de Tourette em 1825,[9] descrevendo a Marquesa de Dampierre, uma importante mulher da nobreza em seu tempo.[10][11] Em 1884, Jean-Martin Charcot, um influente médico francês, designou seu aluno[12] e interno Georges Gilles de la Tourette, para estudar pacientes com distúrbios do movimento no Hospital Salpêtrière, com o objetivo de definir uma condição distinta de histeria e choreia.[13] Em 1885, Gilles de la Tourette publicou um relato no Study of a Nervous Affliction de nove pessoas com "transtorno de tique convulsivo", concluindo que uma nova categoria clínica deveria ser definida.[14][15] O epônimo foi concedido por Charcot depois e em nome de Gilles de la Tourette, que mais tarde se tornou o residente sênior de Charcot.[16][17]

Seguindo as descrições do século XIX, uma visão psicogênica prevaleceu e pouco progresso foi feito na explicação ou tratamento de tiques até o século XX.[16] A possibilidade de que os distúrbios do movimento, incluindo a síndrome de Tourette, possam ter origem orgânica foi levantada quando uma epidemia de encefalite letárgica de 1918 a 1926 foi associada a um aumento nos distúrbios de tique.[16][18]

Durante as décadas de 1960 e 1970, quando os efeitos benéficos do haloperidol nos tiques se tornaram conhecidos, a abordagem psicanalítica da síndrome de Tourette foi questionada.[19][20] A virada veio em 1965, quando Arthur K. Shapiro — descrito como "o pai da pesquisa moderna do tique nervoso"[21] — usou haloperidol para tratar uma pessoa com síndrome de Tourette e publicou um artigo criticando a abordagem psicanalítica.[18] Em 1975, o The New York Times publicou um artigo com "Explosões bizarras de vítimas da doença de Tourette ligadas a distúrbios químicos no cérebro", e Shapiro disse: "Os sintomas bizarros desta doença são rivalizados apenas pelos tratamentos bizarros usados para tratá-la."[22]

Durante a década de 1990, surgiu uma visão mais neutra da síndrome de Tourette, na qual uma predisposição genética é vista para interagir com fatores não genéticos e ambientais.[16][23][24] A quarta revisão do DSM (DSM-IV) em 1994 acrescentou um requisito de diagnóstico para "sofrimento acentuado ou prejuízo significativo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes do funcionamento", o que levou a protestos de especialistas e pesquisadores em TS, que observaram que muitas pessoas nem mesmo sabiam que tinham ST, nem se incomodavam com seus tiques; clínicos e pesquisadores recorreram ao uso dos critérios mais antigos na pesquisa e na prática.[25] Em 2000, a Associação Psiquiátrica Americana revisou seus critérios de diagnóstico na quarta revisão de texto do DSM (DSM-IV-TR) para remover o requisito de deficiência,[26] reconhecendo que os médicos frequentemente atendem pessoas com síndrome de Tourette sem sofrimento ou deficiência.[27]

Características da síndrome[editar | editar código-fonte]

Exemplos de tiques

O início da síndrome manifesta-se, geralmente, na infância ou juventude do indivíduo, eventualmente atingindo estágios classificados como crônicos. Porém, no decorrer da vida adulta, frequentemente, os sintomas vão aos poucos se amenizando e diminuindo. Mesmo assim, até hoje ainda não foi encontrada uma cura para a Tourette.[1] Tratamentos médicos existem para amenizar os sintomas, porém, o consenso entre os profissionais da área é o de que os tratamentos precisam ser individualizados por causa das sempre presentes reações adversas aos medicamentos.

Os tiques podem se manifestar em qualquer parte ou conjunto de partes do corpo (barriga, nádegas, pernas, braços etc.), mas, tipicamente, ocorrem no rosto e na cabeça -- no rosto, como caretas repetidas, e na cabeça como um todo, como movimentos bruscos, repetidos, de lado a lado etc. A principal comorbidade é o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC),[1] prevalente em cerca de 50% dos portadores. Os comportamentos obsessivo-compulsivos estão intimamente ligados, tanto do ponto de vista genético, quanto do ponto de vista fenomenológico (Robertson & Yakely, 2002). Outros sofrimentos psíquicos que se têm mostrado abundantes são os distúrbios do sono, a ansiedade e a depressão. Pesquisas têm levantado a possibilidade de que essas alterações possam fazer parte dos próprios subtipos da ST (Robertson & Yakely, 2002). Bastos e Vaz apresentam outras características psicológicas verificadas:

"Outros aspectos psicodinâmicos e comportamentais relativamente comuns na ST, como os comportamentos opositivos, agressivos, regressivos, a forma como está se dando a liberação dos impulsos, a capacidade de autorregulação e autocrítica, a capacidade e estado de adaptação, a capacidade de tolerância à tensão e ansiedade, a capacidade de concentração no que se está fazendo, a liberação dos impulsos e instintos mais primitivos, a liberação das reações emocionais compatíveis com explosividade, os indicadores de falta de integração e organização, a labilidade do controle emocional e impulsividade, os indicadores de carência afetiva, a necessidade de contato humano e de ausência de repressão, podem ser constatados nos protocolos da técnica de Rorschach, e isto aparece de forma abundante na literatura sobre este teste" (Bastos & Vaz, 2009).

Um aspecto que merece ênfase, ao se tentar explicar ou compreender essa síndrome, é que os sintomas ocorrem involuntariamente. Raramente, uma pessoa que sofre da síndrome consegue controlar um mínimo de seus tiques e jamais por prolongados períodos de tempo.[1] Assim como o ser humano não consegue viver por muito tempo com os olhos abertos, pois seu corpo reage de forma natural, inconsciente, para que seus olhos pisquem, dessa mesma forma se manifestam os sintomas da síndrome de Tourette no indivíduo por ela afetado.[28]

Convém salientar também que alguns tiques fônicos involuntários presentes na síndrome de Tourette podem ser genericamente rotulados de "gagueira" por pessoas pouco familiarizadas.[29] Em função da imagem estereotipada que foi criada em torno da síndrome, acreditou-se por muito tempo que suas manifestações vocais resumiam-se basicamente à coprolalia e a uma vontade incontrolável de proferir imprecações e termos impróprios, mas hoje se sabe que, além de tiques fônicos involuntários, alguns pacientes com síndrome de Tourette podem apresentar disfluências de fala que lembram muito as que são vistas em pessoas com gagueira, e até metade das pessoas que acreditam possuir gagueira do desenvolvimento podem na verdade ter síndrome de Tourette não diagnosticada.[30][31]

Infelizmente, a reação de muitas pessoas desinformadas perante manifestações da síndrome de Tourette é aquela de fobia ao diferente. Ainda mais: às vezes, a reação é de reprovação. Isso ocorre, especialmente, quando a pessoa afetada pela síndrome de Tourette manifesta sintomas de gagueira e coprolalia. A gagueira pode prejudicar sensivelmente a eficiência comunicativa do indivíduo e isolar ainda mais a pessoa com Tourette. Já a coprolalia engloba aqueles indivíduos que, além de outros sintomas de Tourette, veem-se obrigados a repetir palavras obscenas e/ou insultos. Obviamente, as consequências desses sintomas traduzem-se em desvantagens pronunciadas no âmbito social e ocupacional.

Os critérios diagnósticos oferecidos pelo DSM-IV-TR são:

  • Múltiplos tiques motores e um ou mais tiques vocais em algum momento durante a doença, embora não necessariamente ao mesmo tempo (um tique é um movimento ou vocalização súbita, rápida, recorrente, não-rítmica e estereotipada).
  • Os tiques ocorrem muitas vezes ao dia (geralmente em ataques), quase todos os dias ou intermitentemente durante um período de mais de um ano, sendo que durante esse período jamais existe uma fase livre de tiques superior a 3 meses consecutivos.
  • A perturbação causa acentuado sofrimento ou prejuízo significativo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
  • O início dá-se antes dos 18 anos de idade.
  • A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo, estimulantes) ou a uma condição médica geral (por exemplo, doença de Huntington ou encefalite pós-viral) (DSM-IV-TR, 2002, p.101).

Sociedade e cultura[editar | editar código-fonte]

Retrato de meio corpo de um homem grande e vesgo com rosto carnudo, vestido de marrom e usando uma peruca do século XVIII
Samuel Johnson c. 1772. É provável que Johnson tenha tido a síndrome de Tourette.

Nem todo mundo com Tourette deseja tratamento ou cura, especialmente se isso significar que eles podem perder algo mais no processo.[32][33] Os pesquisadores Leckman e Cohen acreditam que pode haver vantagens latentes associadas à vulnerabilidade genética de um indivíduo para desenvolver a síndrome de Tourette que pode ter valor adaptativo, como maior consciência e maior atenção aos detalhes e arredores.[34][35]

Músicos talentosos, atletas, oradores públicos e profissionais de todas as esferas da vida são encontrados entre as pessoas com Tourette.[36][37] O atleta Tim Howard, descrito pelo Chicago Tribune como a "mais rara das criaturas — um herói do futebol americano",[38] e pela Associação da Síndrome de Tourette como o "indivíduo mais notável com Síndrome de Tourette em todo o mundo",[39] diz que sua composição neurológica lhe deu uma percepção aprimorada e um foco agudo que contribuiu para seu sucesso no campo.[40]

Samuel Johnson é uma figura histórica que provavelmente teve a síndrome de Tourette, conforme evidenciado pelos escritos de seu amigo James Boswell.[41][42] Johnson escreveu A Dictionary of the English Language em 1747 e foi um prolífico escritor, poeta e crítico. Há pouco apoio[43][44] para a especulação de que Mozart tinha Tourette:[45] o aspecto potencialmente coprolálico dos tiques vocais não é transferido para a escrita, então os escritos escatológicos de Mozart não são relevantes; o histórico médico disponível do compositor não é completo; os efeitos colaterais de outras condições podem ser mal interpretados; e "a evidência de tiques motores na vida de Mozart é duvidosa".[46]

Prováveis retratos de ST ou tiques na ficção anteriores à obra de Gilles de la Tourette são "Sr. Pancks" em Little Dorrit, de Charles Dickens, e "Nikolai Levin", em Anna Karenina, de Leon Tolstoi.[47] A indústria do entretenimento tem sido criticada por retratar aqueles com síndrome de Tourette como desajustados sociais cujo único tique é a coprolalia, o que aumentou a incompreensão do público e a estigmatização daqueles com síndrome de Tourette.[48][49][50] Os sintomas coprolálicos da síndrome de Tourette também são tema de talk shows de rádio e televisão nos Estados Unidos[51] e da mídia britânica.[52] A cobertura da mídia de alto nível concentra-se em tratamentos que não têm segurança ou eficácia estabelecidas, como estimulação cerebral profunda, e terapias alternativas envolvendo eficácia não estudada e efeitos colaterais são buscadas por muitos pais.[53]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h i MAMEDE, Walner. «Tique e toc na escola: mais que um problema de saúde, uma questão social e pedagógica.». Revista Educação-PUC/RS. Porto Alegre, v. 40, n. 1, p. 97-105, jan.-abr. 2017. 
  2. a b Singer, HS (2011). «Tourette syndrome and other tic disorders». Handb Clin Neurol (100): 641–57. PMID 21496613. doi:10.1016/B978-0-444-52014-2.00046-X 
  3. Singer, HS (2005). «Tourette's syndrome: from behaviour to biology». Lancet Neurol. 3 (4): 149–59. PMID 15721825. doi:10.1016/S1474-4422(05)01012-4 
  4. Robertson, MM (2011). «Gilles de la Tourette syndrome: the complexities of phenotype and treatment». Br J Hosp Med. 2 (72): 100–7. PMID 21378617 
  5. Peterson, BS; Cohen,DJ (1998). «The treatment of Tourette's Syndrome: multimodal, developmental intervention». J Clin Psychiatry (59, Suppl 1): 62–72. PMID 9448671. Because of the understanding and hope that it provides, education is also the single most important treatment modality that we have in TS 
  6. Du, JC; Chiu TF, Lee KM, et al. (2010). «Tourette syndrome in children: an updated review». Pediatr Neonatol. 5 (51): 255–64. PMID 20951354. doi:10.1016/S1875-9572(10)60050-2 
  7. KUSHNER, Howard I. A brief history of Tourette syndrome Revista Brasileira de Psiquiatria vol.22 n°.2. São Paulo, Jun. 2000. ISSN 1516-4446
  8. Drago, R., & Pinel, H. (2014). Alunos com síndrome rara na escola comum: um olhar fenomenológico-existencial. Linhas Crí­ticas, 20(43), 605–627. https://doi.org/10.26512/lc.v20i43.4395
  9. Itard J (1825). «Mémoire sur quelques functions involontaires des appareils de la locomotion, de la préhension et de la voix». Arch Gen Med. 8: 385–407  As cited in Newman S (setembro de 2006). «'Study of several involuntary functions of the apparatus of movement, gripping, and voice' by Jean-Marc Gaspard Itard (1825)» (PDF). History of Psychiatry. 17 (67 Pt 3): 333–339. PMID 17214432. doi:10.1177/0957154X06067668 
  10. Walusinski (2019), pp. 167–169.
  11. «What is Tourette syndrome?». Tourette Syndrome Association. Consultado em 14 de janeiro de 2012. Cópia arquivada em 14 de janeiro de 2012 
  12. Walusinski (2019), pp. xvii–xviii, 23.
  13. Rickards H, Cavanna AE (dezembro de 2009). «Gilles de la Tourette: the man behind the syndrome». Journal of Psychosomatic Research. 67 (6): 469–474. PMID 19913650. doi:10.1016/j.jpsychores.2009.07.019 
  14. Gilles de la Tourette G, Goetz CG, Llawans HL (1982). «Étude sur une affection nerveuse caractérisée par de l'incoordination motrice accompagnée d'echolalie et de coprolalie». Advances in Neurology: Gilles de la Tourette Syndrome. 35: 1–16  As discussed at Black KJ (30 de março de 2007). «Tourette syndrome and other tic disorders». eMedicine. Consultado em 10 de agosto de 2009. Cópia arquivada em 22 de agosto de 2009 
  15. Robertson MM, Reinstein DZ (1991). «Convulsive tic disorder: Georges Gilles de la Tourette, Guinon and Grasset on the phenomenology and psychopathology of Gilles de la Tourette syndrome» (PDF). Behavioural Neurology. 4 (1): 29–56. PMID 24487352. doi:10.1155/1991/505791Acessível livremente 
  16. a b c d Black KJ (30 de março de 2007). «Tourette syndrome and other tic disorders». eMedicine. Consultado em 10 de agosto de 2009. Cópia arquivada em 22 de agosto de 2009 
  17. Walusinski (2019), pp. xi, 398: "Interne: House physician or house officer. The internes lived at the hospital and had diagnostic and therapeutic responsibilities. Chef de Clinique: Senior house officer or resident. In 1889, when Gilles de la Tourette was Chef de Clinique under Charcot ... ".
  18. a b Blue T (2002). Tourette syndrome. Essortment, Pagewise Inc. Retrieved on August 10, 2009.
  19. Jankovic J, Mejia NI (2006). «Tics associated with other disorders». Adv Neurol (Review). 99: 61–68. PMID 16536352 
  20. Rickards H, Hartley N, Robertson MM (setembro de 1997). «Seignot's paper on the treatment of Tourette's syndrome with haloperidol. Classic Text No. 31». Hist Psychiatry (Historical biography). 8 (31 Pt 3): 433–436. PMID 11619589. doi:10.1177/0957154X9700803109 
  21. Gadow KD, Sverd J (2006). «Attention deficit hyperactivity disorder, chronic tic disorder, and methylphenidate». Adv Neurol (Review). 99: 197–207. PMID 16536367 
  22. Brody JE (29 de maio de 1975). «Bizarre outbursts of Tourette's disease victims linked to chemical disorder in brain». The New York Times. Consultado em 19 de janeiro de 2020. Cópia arquivada em 12 de fevereiro de 2020 
  23. Kushner (2000), pp. 142–143, 187, 204, 208–212.
  24. Cohen DJ, Leckman JF (janeiro de 1994). «Developmental psychopathology and neurobiology of Tourette's syndrome». J Am Acad Child Adolesc Psychiatry (Review). 33 (1): 2–15. PMID 8138517. doi:10.1097/00004583-199401000-00002Acessível livremente. [Pathogenesis of tic disorders involves] interactions among genetic factors, neurobiological substrates, and environmental factors in the production of the clinical phenotypes. The genetic vulnerability factors that underlie Tourette's syndrome and other tic disorders undoubtedly influence the structure and function of the brain, in turn producing clinical symptoms. Available evidence ... also indicates that a range of epigenetic or environmental factors ... are critically involved in the pathogenesis of these disorders. 
  25. Robertson MM, Eapen V (outubro de 2014). «Tourette's: syndrome, disorder or spectrum? Classificatory challenges and an appraisal of the DSM criteria». Asian Journal of Psychiatry (Review). 11: 106–113. PMID 25453712. doi:10.1016/j.ajp.2014.05.010 
  26. Walkup JT, Ferrão Y, Leckman JF, Stein DJ, Singer H (junho de 2010). «Tic disorders: some key issues for DSM-V» (PDF). Depress Anxiety (Review). 27 (6): 600–610. PMID 20533370. doi:10.1002/da.20711. Cópia arquivada (PDF) em 20 de janeiro de 2012 
  27. «Summary of Practice: Relevant changes to DSM-IV-TR». American Psychiatric Association. Consultado em 29 de dezembro de 2011. Cópia arquivada em 11 de maio de 2008 
  28. Drauzio Varella. «Síndrome de Tourette». Consultado em 22 de janeiro de 2012 
  29. Mulligan, HF; Anderson TJ, Jones RD, et al. (2003). «Tics and developmental stuttering». Parkinsonism & related disorders. 5 (9): 281–89. PMID 12781595. doi:10.1016/S1353-8020(03)00002-6 
  30. Jankovic, Joseph (2001). «Tourette's syndrome — Review article». The New England Journal of Medicine. 16 (345): 1184–92. PMID 11642235. doi:10.1056/NEJMra010032 
  31. Abwender, DA; Trinidad KS, Jones KR, et al. (1998). «Features resembling Tourette's syndrome in developmental stutterers». Brain and Language. 3 (62): 455–464. PMID 9593619. doi:10.1006/brln.1998.1948 
  32. Müller-Vahl (2013), p. 623.
  33. Leckman & Cohen (1999), p. 408.
  34. Leckman & Cohen (1999), pp. 18–19, 148–151, 408.
  35. Müller-Vahl (2013), p. 624; "... a few 'positive' aspects may be closely linked to TS. People with TS, for example, may have positive personality characteristics and talents such as punctuality, correctness, conscientiousness, a sense of justice, quick comprehension, good intelligence, creativity, musicality, and athletic abilities. For that reason, some people with TS even hesitate when asked whether they wish the disorder would disappear completely".
  36. Müller-Vahl (2013), p. 625.
  37. Portraits of adults with TS. Tourette Syndrome Association. Retrieved from July 16, 2011, archive.org version on December 21, 2011.
  38. Keilman J (22 de janeiro de 2015). «Reviews: The Game of Our Lives by David Goldblatt, The Keeper by Tim Howard». Chicago Tribune. Consultado em 21 de março de 2015. Cópia arquivada em 2 de abril de 2015 
  39. Tim Howard receives first-ever Champion of Hope Award from the National Tourette Syndrome Association. Arquivado em março 30, 2015, no Wayback Machine Tourette Syndrome Association. October 14, 2014. Retrieved on March 21, 2015.
  40. Howard T (6 de dezembro de 2014). «Tim Howard: Growing up with Tourette syndrome and my love of football». The Guardian. Consultado em 21 de março de 2015. Cópia arquivada em 15 de novembro de 2016 
  41. Samuel Johnson. Tourette Syndrome Association. Retrieved from April 7, 2005, archive.org version on December 30, 2011.
  42. Pearce JM (julho de 1994). «Doctor Samuel Johnson: 'the great convulsionary' a victim of Gilles de la Tourette's syndrome». J R Soc Med (Historical biography). 87 (7): 396–399. PMC 1294650Acessível livremente. PMID 8046726. doi:10.1177/014107689408700709 
  43. Powell H, Kushner HI (2015). «Mozart at play: the limitations of attributing the etiology of genius to tourette syndrome and mental illness». Prog. Brain Res. (Historical biography). 216: 277–291. PMID 25684294. doi:10.1016/bs.pbr.2014.11.010 
  44. Bhattacharyya KB, Rai S (2015). «Famous people with Tourette's syndrome: Dr. Samuel Johnson (yes) & Wolfgang Amadeus Mozart (may be): Victims of Tourette's syndrome?». Ann Indian Acad Neurol. 18 (2): 157–161. PMC 4445189Acessível livremente. PMID 26019411. doi:10.4103/0972-2327.145288 
  45. Simkin B (1992). «Mozart's scatological disorder». BMJ (Historical biography). 305 (6868): 1563–1567. PMC 1884718Acessível livremente. PMID 1286388. doi:10.1136/bmj.305.6868.1563  Also see: Simkin, Benjamin. Medical and musical byways of Mozartiana. Fithian Press. 2001. ISBN 1-56474-349-7 Review Arquivado em dezembro 7, 2005, no Wayback Machine, Retrieved on May 14, 2007.
  46. Mozart:
  47. Voss H (outubro de 2012). «The representation of movement disorders in fictional literature». J. Neurol. Neurosurg. Psychiatry (Review). 83 (10): 994–999. PMID 22752692. doi:10.1136/jnnp-2012-302716 
  48. Calder-Sprackman S, Sutherland S, Doja A (março de 2014). «Tourette syndrome in film and television». The Canadian Journal of Neurological Sciences. 41 (2): 226–232. PMID 24534035. doi:10.1017/S0317167100016620Acessível livremente 
  49. Lim Fat MJ, Sell E, Barrowman N, Doja A (2012). «Public perception of Tourette syndrome on YouTube». Journal of Child Neurology. 27 (8): 1011–1016. CiteSeerX 10.1.1.997.9069Acessível livremente. PMID 22821136. doi:10.1177/0883073811432294 
  50. Holtgren B (11 de janeiro de 2006). «Truth about Tourette's not what you think». Cincinnati Enquirer. As medical problems go, Tourette's is, except in the most severe cases, about the most minor imaginable thing to have. ... the freak-show image, unfortunately, still prevails overwhelmingly. The blame for the warped perceptions lies overwhelmingly with the video media—the Internet, movies and TV. If you search for 'Tourette' on Google or YouTube, you'll get a gazillion hits that almost invariably show the most outrageously extreme examples of motor and vocal tics. Television, with notable exceptions such as Oprah, has sensationalized Tourette's so badly, for so long, that it seems beyond hope that most people will ever know the more prosaic truth. 
  51. Mídia dos Estados Unidos:
  52. Guldberg H (26 de maio de 2006). «Stop celebrating Tourette's». Spiked. Consultado em 26 de dezembro de 2006. Cópia arquivada em 14 de março de 2017 
  53. Swerdlow NR (setembro de 2005). «Tourette syndrome: current controversies and the battlefield landscape». Curr Neurol Neurosci Rep. 5 (5): 329–331. PMID 16131414. doi:10.1007/s11910-005-0054-8 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Abi-Jaoude E, Kideckel D, Stephens R, et al. (2009). «Tourette syndrome: a model of integration». In: Carlstedt RA. Handbook of Integrative Clinical Psychology, Psychiatry, and Behavioral Medicine: Perspectives, Practices, and Research. New York: Springer Publishing Company. ISBN 978-0-8261-1095-4 
  • Cohen DJ, Jankovic J, Goetz CG, eds. (2001). Tourette Syndrome. Col: Advances in Neurology. 85. Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins. ISBN 0-7817-2405-8 
  • Kushner HI (2000). A Cursing Brain?: The Histories of Tourette Syndrome. [S.l.]: Harvard University Press. ISBN 0-674-00386-1 
  • Leckman JF, Cohen DJ (1999). Tourette's Syndrome—Tics, Obsessions, Compulsions: Developmental Psychopathology and Clinical Care. New York: John Wiley & Sons, Inc. ISBN 978-0471160373 
  • Martino D, Leckman JF, eds. (2013). Tourette syndrome. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0199796267 
    • Bloch MH (2013). «Clinical course and adult outcome in Tourette syndrome». In: Martino D, Leckman JF. Tourette syndrome. [S.l.]: Oxford University Press. pp. 107–120 
    • Müller-Vahl KR (2013). «Information and social support for patients and families». In: Martino D, Leckman JF. Tourette syndrome. [S.l.]: Oxford University Press. pp. 623–635 
    • Pruitt SK, Packer LE (2013). «Tourette syndrome». In: Martino D, Leckman JF. Information and support for educators. [S.l.]: Oxford University Press. pp. 636–655 
  • Sukhodolsky DG, Gladstone TR, Kaushal SA, Piasecka JB, Leckman JF (2017). «Tics and Tourette Syndrome». In: Matson JL. Handbook of Childhood Psychopathology and Developmental Disabilities Treatment. Col: Autism and Child Psychopathology Series. [S.l.]: Springer. pp. 241–256. ISBN 978-3-319-71209-3. doi:10.1007/978-3-319-71210-9_14 
  • Walkup JT, Mink JW, Hollenback PJ, eds. (2006). Advances in Neurology, Tourette Syndrome. 99. Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins. ISBN 0-7817-9970-8 
  • Walusinski O (2019). Georges Gilles de la Tourette: Beyond the Eponym, a Biography. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-063603-6 

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]

  • McGuire JF, Murphy TK, Piacentini J, Storch EA (2018). The Clinician's Guide to Treatment and Management of Youth with Tourette Syndrome and Tic Disorders. [S.l.]: Academic Press. ISBN 978-0128119808 
  • Olson S (setembro de 2004). «Neurobiology. Making sense of Tourette's». Science. 305 (5689): 1390–92. PMID 15353772. doi:10.1126/science.305.5689.1390 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Síndrome de Tourette