Frida Boccara

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Frida Boccara
Frida Boccara
Frida Boccara no Grand Gala du Disque Populaire, ocorrido na Holanda, em 27 de fevereiro de 1970.
Informação geral
Nome completo Danielle Frida Hélène Boccara
Nascimento 29 de outubro de 1940
Local de nascimento Casablanca
Marrocos Protetorado Francês de Marrocos
País  França
Local de morte Paris
França
Gênero(s) Chanson, Jazz, Pop, Easy Listening, Folk, Clássica
Ocupação(ões) Cantora
Instrumento(s) Voz
Extensão vocal Mezzo-soprano
Período em atividade 1959 - 1996
Gravadora(s) Universal-Philips-Polydor
Disques Yvon Chateigner
Edina Music - Nocturne

Frida Boccara foi uma famosa cantora francesa.

De origem italiana, Danielle Frida Hélène Boccara - seu nome completo - nasceu na cidade de Casablanca, em Marrocos (à época um protetorado francês), em 29 de outubro de 1940. Em 1958 transferiu-se de Casablanca para Paris, na França, onde deu início a sua consagrada carreira artística.

Boccara faleceu em Paris, em 1 de agosto de 1996, aos 55 anos, devido a uma infecção pulmonar.

Contexto familiar e juventude em Marrocos

Seus pais, Elie e Georgette (nascida Hagège) Boccara, descendiam de famílias judias originárias de Livorno, região da Toscana, na Itália; embora tivessem antes vivido na Tunísia, à época um protetorado da França, eles se mudaram para a cidade de Casablanca, em Marrocos (que, àquela época, era também um protetorado francês), e lá constituíram a sua família. Foi em Casablanca que, a 29 de outubro de 1940, veio ao mundo Danielle Frida Hélène Boccara - seu nome de batismo. Crescendo em Casablanca, Frida, cuja primeira língua fora o francês, aprendeu a falar o árabe marroquino (ambas as línguas francesa e árabe são ainda hoje muito faladas pela população de Marrocos, ainda que o árabe e o berbere sejam reconhecidos como as línguas oficiais do país).

A música sempre ocupou um lugar importante na vida de Frida, pois a família Boccara amava a arte e em seu lar reinava uma atmosfera criativa; a avó e a mãe de Frida foram as maiores responsáveis por transmitir às crianças esse fascínio pelo mundo artístico. Toda a família tinha o costume de cantar. Os irmãos de Frida também seguiriam carreira artística quando adultos: Roger Boccara, seu irmão mais velho - que mais tarde seria profissionalmente conhecido como Jean-Michel Braque -, tornaria-se ator teatral, embora também soubesse cantar e compor, bem como tocar instrumentos (ele chegaria a gravar alguns discos ao longo de sua carreira); já Lina Boccara, sua irmã mais nova, além de compositora, tornaria-se uma apreciada pianista.

Frida teve suas primeiras lições musicais com um professor italiano chamado Nino Vernuccio - um aluno do famoso pianista, professor e compositor franco-alemão Walter Wilhelm Gieseking. A família Boccara frequentemente se reunia durante as noites, onde as crianças com prazer tocavam e cantavam com seus jovens amigos. Ao recordar durante uma entrevista os anos de sua juventude, Frida afirmou que desde sempre gostou de cantar, e quando o fazia durante o dia, costumava fechar todas as portas e janelas de sua casa para que os vizinhos não fossem incomodados.

Durante uma turnê do grupo The Platters em Casablanca, a jovem Frida Boccara foi apresentada ao compositor e produtor do grupo, Buck Ram. Este encontro ajudou a então futura cantora a acreditar em si mesma e a tomar a decisão de dedicar-se ao estudo da arte vocal. Após ter tido aulas de canto clássico com um professor russo, passou a aderir a um repertório mais diversificado, que ia de árias de ópera a canções pop. Charles Aznavour era um de seus músicos favoritos.

Em busca de oportunidades, Frida e seus irmãos trocaram Marrocos pela França em 1958. Em Paris, eles atuavam como um trio musical: Roger (já se apresentando como Jean-Michel Braque) e Frida faziam os vocais, enquanto Lina os acompanhava ao piano.

Em Paris: formação musical e início da carreira

A formação musical clássica que recebeu em Paris ao se matricular, a conselho do ator e cineasta Sacha Guitry, no Petit Conservatoire de la chanson de Mireille (fundado em 1955 pela cantora, atriz e compositora Mireille Hartuch), transmitiu a Frida Boccara o conhecimento, a habilidade e a experiência fundamentais para um jovem talento. Por este mesmo conservatório passariam outros nomes populares da Música Francesa, como Alice Dona, Hervé Cristiani, Yves Duteil, Françoise Hardy, Colette Magny e Alain Souchon. Simultaneamente, Frida também deu aulas de representação, produção vocal e dicção.

Em 1960, após ter registrado suas primeiras gravações em disco, Boccara se apresentou no Festival de la Rose d'Or, em Antibes, tendo sido um dos grandes destaques deste festival. No ano seguinte, gravou "Cherbourg avait raison" (Cherburgo tinha razão), que se tornou o seu primeiro grande sucesso e contribuiu para que ela se consolidasse como uma promissora estrela do cenário musical francês. Pouco a pouco Frida Boccara tornava-se popular em toda a França, apresentando-se frequentemente em concertos, festivais e programas de TV.

O ano de 1964 foi marcado pela sua primeira tentativa de representar a França no Eurovision Song Contest (Festival Eurovisão da Canção), com a canção "Autrefois" (Outra vez); tal representação, no entanto, terminaria por ficar a cargo da cantora francesa Rachel. Mas o sucesso de "Autrefois" e das canções que se seguiram continuaram garantindo à Boccara a obtenção do prestígio entre os franceses e também entre o público de outros países, visto que a cantora já começara a se popularizar na Espanha, nos Países Baixos (Holanda) e na Rússia. Entre as canções dessa época merecem destaque "Aujourd'hui" (Hoje), de 1965, e, sobretudo, "Cent mille chansons" (Cem mil canções), de 1968, tendo esta última sido um marco por ter representado o início de uma fase que culminou em sua consagração internacional.

Reconhecimento internacional

"Cent mille chansons" (1968)

Apesar de ter tornado-se uma das principais marcas de referência de toda a carreira de Frida Boccara, "Cent mille chansons" havia sido gravada primeiro pela cantora brasileira Maysa, já no ano de 1963 (como "100.000 Chansons"). Inspirada numa das composições de Johann Sebastian Bach, a melodia fora composta por Michel Magne em 1962, tendo sido incluída na trilha sonora do filme franco-italiano O Repouso do guerreiro (dirigido por Roger Vadim e com Robert Hossein e Brigitte Bardot como protagonistas). Pouco depois, Eddy Marnay compôs a letra, e em seguida Maysa gravou a canção, que foi incluída num disco lançado pela cantora na França. Entretanto, o reconhecimento mundial desta canção deu-se, de fato, quando da interpretação criada por Frida Boccara em 1968. Com o sucesso, Boccara em seguida gravou versões da canção em outros dois idiomas: o italiano - através da versão intitulada "Un paese incantato" - e o neerlandês (holandês) - com a versão de título "De nieuwe dag".

"Un jour, un enfant" (1969), vitória no Eurovision e consagração

Frida Boccara viu sua carreira chegar ao auge após representar a França no Eurovision de 1969, ocorrido na cidade de Madrid, na Espanha. Neste festival ela interpretou o tema "Un jour, un enfant" (Um dia, uma criança), que teve música de Emil Stern e letra de Eddy Marnay. Boccara conquistou o primeiro lugar junto a três outras cantoras - Lenny Kuhr, da Holanda, Lulu, do Reino Unido, e Salomé, da Espanha. "Un jour, un enfant" tornou-se um estrondoso sucesso, e ficou durante várias semanas em primeiro lugar nas rádios de vários países europeus. A canção também ganhou versões interpretadas por Frida em castelhano (espanhol) - "Un día, un niño" -, inglês - "Through the Eyes of a Child" -, italiano - "Canzone di un amore perduto" - e alemão - "Es schlägt ein Herz für dich". Ainda em 1969, a cantora recebeu o prêmio da Academia Charles Cros.

Frida Boccara e o jovem cantor holandês Heintje em foto tirada em 26 de fevereiro de 1970, durante uma viagem à Holanda para o Grand Gala du Disque Populaire.

Outros dos grandes sucessos interpretados por Frida Boccara no período compreendido entre o fim dos anos 1960 e o início dos anos 1970 são "Les moulins de mon cœur" - música de Michel Legrand e letra de Eddy Marnay (que ganhou uma famosa versão em inglês por vários artistas, intitulada The Windmills of Your Mind) -, "Belle du Luxembourg" - música de Michel Magne e letra de Eddy Marnay -, "L'enfant aux cymbales" - música adaptada por Vinícius de Moraes a partir de uma composição de Johann Sebastian Bach e letra de Eddy Marnay -, "La croix, l'étoile et le croissant" - música composta por seu irmão Jean-Michel Braque e letra por Eddy Marnay (uma canção pela tolerância entre as três grandes religiões cujo símbolo é a cidade de Jerusalém - o cristianismo, representado pela cruz, o judaísmo, representado pela estrela de Davi, e o Islã, representado pela lua crescente) -, "Mr. Callaghan" - música de Philippe Monay e letra de Eddy Marnay -, "Venise va mourir" - música composta por Stelvio Cipriani (para o filme O anônimo veneziano, de Enrico Maria Salerno) e letra escrita por Eddy Marnay -, "Trop jeune ou trop vieux" - música de Jean-Michel Braque e letra de Eddy Marnay - e "Pour vivre ensemble" - música de Jean-Michel Braque e letra de Eddy Marnay. No fim da década de 1970, grava uma de suas mais memoráveis canções, a belíssima "L'Année où Piccoli jouait Les choses de la vie", com música por Georg Philipp Telemann e letra por Eddy Marnay. Esta última canção, muitas vezes referida apenas como "L'Année où Piccoli" (o título completo pode ser traduzido para o português como "O ano em que Piccoli atuou em As coisas da vida"), traz uma referência ao filme de 1970 Les choses de la vie (conhecido no Brasil e em Portugal como As coisas da vida), de Claude Sautet, que fora estrelado por Michel Piccoli e Romy Schneider.

Como pode-se notar, foram frequentes colaboradores de Frida Boccara compositores como Eddy Marnay (um grande amigo de Frida, que declaradamente a tinha como uma de suas melhores intérpretes) e Michel Magne, além de seus irmãos Jean-Michel Braque e Lina Boccara.

Gozando de imensa popularidade na Europa, não demorou até que a fama de Frida se espalhasse pelos demais continentes. Ela viajou e se apresentou em concertos em cerca de 85 países, passando pela Austrália, Japão, países da América do Norte (sendo especialmente apreciada na cidade francófona de Québec, no Canadá) e da América do Sul (dentre os quais o Brasil). A Rússia havia sido o primeiro país onde Frida Boccara conseguiu ultrapassar a marca de um milhão de cópias vendidas.

Poliglota, ao longo de sua vida Frida teve contato com vários idiomas, adquirindo fluência em cerca de seis línguas. Em sua juventude recebeu um diploma de bacharel, estudando francês, grego e latim. Além do seu nativo francês e do árabe de Marrocos, falava fluentemente o espanhol, o português, o hebraico e o russo. Por fim, adquiriu contato também com o inglês, o italiano, o alemão e o holandês - contato este que se deu por intermédio de estudos, viagens, pessoas que conheceu que falavam estas línguas e canções que interpretou nestes idiomas. Embora tenha performado durante suas apresentações canções na maioria das línguas citadas, em sua discografia encontram-se registradas canções em sete dos idiomas mencionados - francês (língua predominante ao longo de sua discografia), espanhol, inglês, alemão (gravou discos nestas línguas), italiano (algumas canções), russo (duas canções - "Белый свет" ["Belyy svet"/Luz do dia] e "Нежность" ["Nezhnost"/Ternura] -, que foram incluídas num disco lançado pela cantora na Rússia em 1967, "Поёт Фрида Боккара" ["Poyot Frida Bokkara"/Canta Frida Boccara]) e holandês (uma canção - "De nieuwe dag" [O novo dia, versão holandesa de "Cent mille chansons"], que, embora gravada, não chegou a ser incluída em seus discos; apenas recentemente a canção veio a ser apresentada, pela primeira vez, no CD de compilação "Alone: The International Versions").

No decorrer de sua carreira, Boccara tornou-se engajada com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para promover a defesa dos direitos das crianças.

Frida Boccara e o Brasil

Já no ano de 1959, quando Frida Boccara começou a gravar suas canções, um de seus primeiros registros foi uma versão em língua francesa da famosa canção brasileira Manhã de Carnaval intitulada "La chanson d’Orphée", que trazia uma referência ao filme ítalo-franco-brasileiro Orfeu Negro, lançado à época com grande sucesso e que teve Manhã de carnaval incluída em sua trilha sonora.

Durante sua passagem pelo Brasil, Boccara participou do Festival Internacional da Canção realizado em 1969 no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, tendo obtido o quarto lugar entre os finalistas internacionais, com a canção "Les vertes collines" (As colinas verdes), de Darry Cowl e Eddy Marnay. Como eram recompensados os quatro primeiro colocados, ela recebeu o seu prêmio das mãos de Wilson Simonal no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A canção brasileira Cantiga por Luciana, de Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, interpretada por Evinha, obteve o primeiro lugar no concurso, tendo mais tarde sido gravada por Frida em língua francesa sob o título de "Berceuse pour Luciana". Segundo a própria Frida em uma entrevista concedida nos anos 1970, a sua participação no festival realizado no Rio em 1969 seria a sua melhor lembrança profissional em toda a sua carreira.

Dentre as canções brasileiras que gravou em francês também estão Funeral de um lavrador, de Chico Buarque e João Cabral de Melo Neto (intitulada em francês "Funérailles d'un laboureur brésilien"), Catavento (mais conhecida no Brasil através da versão da cantora Maysa), de Paulinho Tapajós e Arthur Verocai (Catavento foi adaptada para o francês como "Girouette"), e Disparada, de Geraldo Vandré e Theo de Barros (que em francês ficou com o nome de "Taureau"), além de ter interpretado "Aria cantilena", um fragmento das "Bachianas brasileiras", do maestro e compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos.

A canção "L'enfant aux cymbales" (A criança com os címbalos) foi adaptada em língua francesa por Eddy Marnay a partir da canção brasileira Rancho das flores, escrita pelo poeta e músico brasileiro Vinícius de Moraes, que usou uma melodia baseada na cantata de Bach "Jesus bleibet meine Freude" (conhecida como Jesus, alegria dos homens). "L'enfant aux cymbales" foi dedicada à cidade do Rio de Janeiro, e sua letra fala do Carnaval do Rio e das crianças correndo atrás dos músicos. Em suas canções Frida também homenagearia outras cidades, como Veneza - em "Venise va mourir" (Veneza vai morrer, alusão ao fato de que um dia a cidade italiana desaparecerá, submergida pelas águas) -, Cherburgo - em "Cherbourg avait raison" (Cherburgo tinha razão) - e Valldemossa - em "Valdemosa".

Estilo

Frida Boccara com o ciclista holandês Peter Post e a cantora italiana Caterina Valente, em 1971.

Muitas de suas canções foram adaptadas a partir das obras de compositores clássicos como Antonio Vivaldi (cuja obra inspirou Frida a gravar a versão intitulada "Les Quatre chemins de l'amour"), Georg Philipp Telemann (com "L'Année où Piccoli jouait Les choses de la vie"), Gioachino Rossini (com "Rossini et Beaumarchais"), Edvard Grieg (com "Un sourire au-delà du ciel"), Bedřich Smetana (com "Ma rivière"), Wolfgang Amadeus Mozart (com "Les enfants de Mozart"), Johann Sebastian Bach (com "Cent mille chansons", "La chanson du veilleur", "L'enfant aux cymbales" e "Jesus bleibet meine Freude"), Ludwig van Beethoven (com "Le dernier rendez-vous"), Enrique Granados (com "Mille fontaines"), Johannes Brahms (com "Wiegenlied"), Edward Elgar (com "Land of Hope and Glory"), Heitor Villa-Lobos (com "Aria Cantilena") e Georg Friedrich Haendel (com "Un Monde en sarabande").

No entanto, não limitando-se a esse nicho, ela interpretou estilos muito diferentes, que iam desde o jazz ("Autrefois"; "Armstrong"), passando pelo folk ("La ronde aux chansons"; "La Mariée") e canções de grandes musicais ("Un pays pour nous", versão em francês de "Somewhere", do famoso musical West Side Story) até temas popularizados por filmes ("Venise va mourir"; "Angélique marquise des anges"; "L'Île nue"; "Il n'y a pas de fumée sans feu"; "Amarcord") e também grandes clássicos da chanson (como "Ne me quitte pas", de Jacques Brel).

Numa entrevista concedida em fins dos anos 1980, Frida afirmou admirar imensamente o trabalho de grandes artistas da música pop como Barbra Streisand, Michael Jackson e George Michael, a quem se referiu como "artistas extraordinários".

Últimos anos, morte e legado

Em 1980, foi candidata da pré-seleção francesa para o Festival Eurovisão da Canção com a canção "Un enfant de France" (Um filho da França); contudo, não se classificou ao final da pré-seleção, tendo ficado no penúltimo lugar com a quinta posição. Em 1981, concorre novamente com a canção "Voilà comment je t'aime" (Assim é que eu te amo), mas, novamente, não se classifica, chegando ao final da pré-seleção em quarto lugar.

Após vários discos com distinta fortuna, Frida Boccara ausenta-se da cena musical em meados da década de 1980. Tendo enfrentado alguns problemas de saúde, especificamente problemas de visão, que fizeram com que tivesse de usar os óculos com os quais não mais deixaria de aparecer durante suas apresentações, chegou nessa época a passar por algumas intervenções cirúrgicas. Seus fãs ao redor do mundo sentiam pela sua ausência, e, ao retornar aos palcos em 1988, ela não pode oferecer uma grandiosa apresentação. No entanto, extremamente querida pelo público de Québec, continuou a ter enorme sucesso por lá - seu CD "Témoin de mon amour", que havia sido lançado àquela época no Canadá, chegara a primeira posição no ranking dos mais vendidos, o que fez com que Frida tivesse grande sucesso também nas rádios e nos programas de televisão. Em 1989 ela lançou "Expression", um CD de compilação; porém, devido a sua saúde frágil, apenas esporadicamente a cantora veio a se apresentar em público nos anos seguintes.

Em meados de 1996, é notificado que a cantora está com a saúde debilitada. Acometida por uma infecção pulmonar (algumas fontes alegam que tal infecção fora uma pneumonia, outras alegam um edema pulmonar), Frida Boccara veio a falecer no dia 1 de agosto do referido ano em Paris, aos 55 anos. Encontra-se sepultada no Cimetière parisien de Bagneux, um cemitério judeu localizado na comuna de Bagneux, nos arredores da capital francesa.

Philippe Douste-Blazy, ministro da cultura, manifestou-se em memória de Frida, declarando que ela fora "uma cantora popular autêntica, que durante muitos anos levou a música francesa pelos palcos do mundo".

Seu filho, Tristan Boccara (a quem havia dedicado a canção "Tristan"), nasceu nos anos 1970 e seguiu os passos da mãe, sendo hoje músico. Vários artistas apreciadores do repertório de Frida regravaram ou interpretaram em suas respectivas línguas alguns dos sucessos dela; a exemplo destes as canadenses Céline Dion e Marie Denise Pelletier, a sueca Agnetha Fältskog (do ABBA), a britânica Dusty Springfield, a francesa Anne-Marie David, a holandesa Lenny Kuhr e também os brasileiros Martinha e Jessé.

Discografia

  • 1959 : «Baccara 9» n° 17 - Mes Frères/La chanson d’Orphée (Super 45 RPM - VA compilation)
  • 1960 : L'Orgue des amoureux/Le Doux Caboulot (Super 45 RPM - Festival Records)
  • 1960 : Verte Campagne/Quand la valse est là/Le Grand Amour/Depuis ce temps-là (Super 45 RPM - Festival Records)
  • 1961 : La Seine à Paris/Les Amours du samedi/Les Bohémiens/Jenny (Super 45 RPM - Festival Records)
  • 1961 : On n'a pas tous les jours 20 ans/Berceuse tendre/Les Nuits/Les Yeux de maman (Super 45 RPM - Totem Records)
  • 1961 : Cherbourg avait raison/Comme un feu/Un jeu dangereux/Tiens, c'est Paris (Super 45 RPM - Festival Records)
  • 1962 : Les Trois Mots/Aujourd'hui je fais la fête/Je veux chanter/Je ne peux plus attendre (Super 45 RPM - Festival Records)
  • 1962 : Le Ciel du port/Les Portes de l'amour/Ballade pour un poète/D'abord je n'ai vu (Super 45 RPM - Festival Records)
  • 1962 : Un premier amour/Bruxelles/L'Homme de lumière/Les Pas (Super 45 RPM - Festival Records)
  • 1962 : Java des beaux dimanches/Les Javas/Rose de sang/Quien sabe (Qui peut savoir) (Super 45 RPM - Festival Records)
  • 1963 : Moi je n'avais pas compris/J'ai peur de trop t'aimer/On les a attendus/Rien a changé (Super 45 RPM - Festival Records)
  • 1963 : Souviens-toi des Noëls de là-bas/Donna/Johnny Guitar/Ballade pour notre amour (Super 45 RPM - Festival Records)
  • 1964 : Autrefois/Chaud dans mon cœur/Le Souffle de ma vie/Je suis perdue (Super 45 RPM - Festival Records)
  • 1965 : Tous les enfants/Aujourd'hui/Plus jamais/Un jour (Super 45 RPM - Festival Records)
  • 1967 : Поёт Фрида Боккара [Poyot Frida Bokkara/Canta Frida Boccara] (LP lançado pela gravadora russa Мелодия ["Melodiya"] / apenas na Rússia)
  • 1969 : Un jour, un enfant (33 RPM - Philips)
  • 1969 : Les Vertes Collines (33 RPM - Philips / apenas no Brasil)
  • 1970 : Au pays de l’arbre blanc (33 RPM - Philips)
Frida Boccara e Caterina Valente em 1971.
  • 1971 : Pour vivre ensemble (33 RPM - Philips)
  • 1971 : Place des Arts 71 (live à Montréal / 33 RPM / duplo - Philips / reeditado em CD em 2006 apenas no Canadá)
  • 1971 : So ist das Leben/Er wird Dir dankbar sein (45 RPM - Polydor / apenas na Alemanha)
  • 1972 : Rossini et Beaumarchais (33 RPM - Philips)
  • 1974 : Je me souviens (Mi Melancolia e Je me souviens, adaptações em espanhol e francês do tema musical Mia Malinconia do filme Amarcord, de Federico Fellini + versão instrumental por Nino Rota) (45 RPM - Deram Records)
  • 1975 : Oriundi (33 RPM - London Records)
  • 1976 : Valdemosa - Oublier (33 RPM - Philips)
  • 1977 : An Evening with Frida Boccara (live en Australie / 33 RPM / duplo - Philips)
  • 1978 : L’Année où Piccoli... (33 RPM - Philips)
  • 1979 : Frida Boccara & De Mastreechter Staar (33 RPM - Philips, apenas na Holanda)
  • 1979 : Un monde en sarabande / La Prière (45 RPM - Philips)
  • 1980 : Un enfant de France / Écrit dans la pierre (45 RPM - Philips)
  • 1983 : Dis-leur / Aime-moi (45 RPM - Kébec-Disque / apenas no Canadá e na França)
  • 1988 : Témoin de mon amour (33 RPM - Productions Guy Cloutier / apenas no Canadá)
Compilações
  • 1967 : Frida Boccara (33 RPM - MusiDisc / compilação dos anos de 1961 a 1965)
  • 1972 : Greatest Hits (33 RPM - Philips / apenas na Holanda)
  • 1984 : Cent mille chansons, « Série grandes vedettes » (33 RPM - Philips)
  • 1989 : Expression (CD pela PolyGram com 23 faixas)
  • 1993 : Master Série (CD pela PolyGram com 16 faixas / lançado apenas em Quebec)
  • 1994 : Un jour, un enfant (CD pela Spectrum Music/Karussell France)
  • 1997 : Frida Boccara (CD pela Podis/Polygram, 23 faixas)
  • 1999 : Un jour on vit (CD pela Disques Yvon Chateigner)
  • 1999 : Ses premiers succès (CD com 18 faixas pela Disques Yvon Chateigner)
  • 2003 : Canta en español (CD pela Divucsa Music SA / apenas na Espanha)
  • 2005 : Live Place-des-Arts de Montréal (CD - XXI-21/Universal Canada / apenas no Canadá)
  • 2006 : Un sourire au-delà du ciel (CD pela Édina Music - Nocturne)
  • 2007 : La Grande Frida Boccara, l'ultime compilation (CD com 25 faixas - XXI-21/Universal Canada / apenas no Canadá)
  • 2008 : Un enfant de France (CD pela Édina Music - Nocturne)
  • 2010 : Les Grandes Années - 1972-1988 (box com 3 CDs pela Marianne Mélodie)
  • 2010 : Collection Chanson Française (CD pela Disques Mercury)
  • 2012 : Oriundi + Jérémie + Alone: The International Versions (três lançamentos em CD pela Natris Records)

Nota sobre os lançamentos de 2012 : o CD Oriundi apresenta integralmente todas as faixas contidas no disco homônimo de 1975; Jérémie reúne 10 faixas, dentre as quais duas inéditas em CD - "Jérémie" e '"Un Coeur dans un port"; já o álbum Alone: The International Versions reúne 12 faixas cantadas por Frida Boccara em inglês, espanhol, alemão, italiano e holandês.

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Frida Boccara