São João do Cariri

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
São João do Cariri
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de São João do Cariri
Bandeira
Brasão de armas de São João do Cariri
Brasão de armas
Hino
Gentílico são-jõaense, caririense ou caririseiro
Localização
Localização de São João do Cariri na Paraíba
Localização de São João do Cariri na Paraíba
Localização de São João do Cariri na Paraíba
São João do Cariri está localizado em: Brasil
São João do Cariri
Localização de São João do Cariri no Brasil
Mapa
Mapa de São João do Cariri
Coordenadas 7° 23' 27" S 36° 31' 58" O
País Brasil
Unidade federativa Paraíba
Municípios limítrofes Serra Branca, Gurjão, Parari, Santo André, Cabaceiras, São Domingos do Cariri, Barra de São Miguel, Caraúbas, Coxixola
Distância até a capital 287 km
História
Fundação 6 de outubro de 1857 (166 anos)
Emancipação 22 de março de 1800 (224 anos)
Administração
Prefeito(a) José Helder Trajano de Queiroz[1] (UNIÃO [2], 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [3] 1 000,856 km²
População total (IBGE/2010[4]) 4 344 hab.
Densidade 4,3 hab./km²
Clima Semiárido
Altitude 458 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000[5]) 0,674 médio
PIB (IBGE/2008[6]) R$ 20 460,216 mil
PIB per capita (IBGE/2008[6]) R$ 4 481,98

São João do Cariri é um município brasileiro do estado da Paraíba. Cidade da Região Geográfica Intermediária de Campina Grande, Região Geográfica Imediata de Campina Grande. Está a 458 metros de altitude, 216 km distante de João Pessoa e em 2010 sua população era de 4 344 habitantes segundo o IBGE e sua área territorial é de 612,966 km².[7]

História[editar | editar código-fonte]

Criado como distrito em 6 de outubro de 1857, já com o nome de São João do Cariri, foi promovido a vila em 22 de março de 1800, por determinação de carta régia. Em 18 de novembro de 1921, a lei estadual nº 540 elevaria a vila à condição de cidade.[8]

Geografia[editar | editar código-fonte]

O município está incluído na área geográfica de abrangência do semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005.[9] Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico, o índice de aridez e o risco de seca. No território de São João do Cariri é predominante a caatinga, com cactáceas, predegulhos e serrotes.[10]

Clima[editar | editar código-fonte]

Dados do Departamento de Ciências Atmosféricas, da Universidade Federal de Campina Grande, mostram que São João do Cariri apresenta um clima com média pluviométrica anual de 384,8 mm[11] e temperatura média anual de 24,0 °C.[12]

Dados climatológicos para São João do Cariri
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima média (°C) 32,4 31,8 31,2 30,5 29,3 28,2 27,9 29,1 30,6 32,2 32,9 33,0 30,8
Temperatura média (°C) 25,3 25,0 24,6 24,3 23,5 22,5 22,1 22,4 23,4 24,4 25,0 25,4 24,0
Temperatura mínima média (°C) 20,6 20,6 20,5 20,3 19,6 18,6 17,7 17,7 18,7 19,5 20,1 20,6 19,5
Precipitação (mm) 25,9 54,1 90,4 81,3 48,1 31,0 22,9 6,3 1,8 5,3 6,3 12,1 384,8
Fonte: Departamento de Ciências Atmosféricas.[11][12][13][14]

Turismo[editar | editar código-fonte]

O velho São João do Cariri tem um potencial turístico bastante significativo. Na parte antiga da cidade, conserva-se um antigo casario colonial, com vistosos sobrados e casarões que remontam ao Brasil colônia e império, apesar das destruições do seu patrimônio ao longo dos anos. Nesse casario, se encontra um sobrado árabe, com arquitetura mourisca e inscrições árabes no frontão. É um dos poucos do Nordeste. Na sua zona rural encontram-se intrigantes inscrições rupestres de épocas pré-colombianas. A famosa Muralha do Meio do Mundo, muro natural de pedras que corta a Paraíba e adentra no Rio Grande do Norte, passa por São João do Cariri, no sítio Picoitos. Essa antiga cidade ainda tem a sua grande festa de padroeira: a festa de Nossa Senhora dos Milagres. Uma das maiores e mais antigas festas de padroeira do interior do Nordeste, celebrada desde 1750, com enorme quantidade de fiéis de várias partes da velha Freguesia.

Cultura[editar | editar código-fonte]

Em São João do Cariri é muito forte a tradição oral. Nas histórias contadas, figuram lendas e mitos locais. Contos de assombrações do casario antigo, histórias de botijas enterradas e almas penadas são passadas de geração em geração aos filhos da cidade. Na zona rural permeiam relatos sobre entes fantásticos da mata, como a Caipora, também conhecida por Comadre Florzinha. Mistura-se ao imaginário coletivo de São João uma herança religiosa muito marcante que remete ao catolicismo rústico e popular, denotando a presença de rezadoras e benzedeiras, aflorada ainda mais durante sua festa de padroeiro.

Flora e fauna[editar | editar código-fonte]

Flora e fauna do município de São João do Cariri:[15]

Flora[editar | editar código-fonte]

Espécies vegetais comuns do município de São João do Cariri:[15]

Nome popular Nome científico Uso
mandacaru Cereus jamacaru alimentação/medicinal
xique-xique Pilosocereus gounellei medicinal
facheiro Pilosocereus piauhyensis medicinal/outros
catingueira Caesalpinia sp. medicinal
jurema Mimosa sp. lenha/construção
favela Cnidoscolus phyllacanthus diversos
pereiro Aspidosperma pyrifolium medicinal/construção
juazeiro Ziziphus joazeiro medicinal/alimentação
umburana Bursera leptophloeos medicinal/construção

Outros espécies vegetais comuns na região do Cariri Paraibano:

Nome popular Nome científico Família
angico Anadenanthera macrocarpa Mimosaceae
angico monjolo Piptadenia zehntneri Mimosaceae
aroeira Astronium urundeuva Anacardiaceae
baraúna Schinopsis brasiliensis Anacardiaceae
barriguda Cavanillesia arborea Bombacaceae
burra-leiteira Sapium sp. Euphorbiaceae
caatinga branca Croton heterocalyx Euphorbiaceae
caroá Neoglaziovia variegata Bromeliaceae
catingueira Caesalpinia pyramidalis Caesalpiniaceae
coroa de frade Melocactus sp. Cactaceae
craibeira Tabebuia caraiba Bignoniaceae
cumaru Coumarouna odorata Papilionoideae
facheiro Pilosocereus sp. Cactaceae
faveleiro Cnidoscolus phyllacanthus Euphorbiaceae
feijão brabo Capparis flexuosa Capparaceae
jericó Selaginella convoluta Selaginellaceae
juazeiro Ziziphus joazeiro Rhamnaceae
jucá, pau-ferro Caesalpinia ferrea Caesalpiniaceae
jurema branca Pithecellobium dumosum Mimosaceae
jurema de embira Pithecellobium dumosum Mimosaceae
jurema preta Pithecellobium sp. Mimosaceae
mandacaru Cereus jamacaru Cactaceae
marmeleiro Croton sonderianus Euphorbiaceae
mofumbo Combretum leprosum Combretaceae
moleque-duro Cordia leucocephala Boraginaceae
mororó Bauhinia forficata Caesalpinioideae
palmatória Opuntia palmadora Cactaceae
pereiro Aspidosperma pyrifolium Apocynaceae
pinhão Jatropha sp. Euphorbiaceae
quipá Opuntia inamoena Cactaceae
quixabeira Bumelia sartorum Sapotaceae
tambor Enterolobium contortisiliquum Mimosoideae
umburana Bursera leptophloeos Burseraceae
umbuzeiro Spondias tuberosa Anacardiaceae
unha-de-gato Acacia farnesiana Mimosoideae
xique-xique Pilosocereus gounellei Cactaceae

Plantas medicinais da farmacopéia índia e de uso comum no interior da Paraíba:

Nome popular Nome científico
abóbora-jerimum Cucurbita pepo
alecrim Rosmarinus officinalis
angico-manso Piptadenia macrocarpa
aroeira Myracrodruon
arruda Ruta graveolens
babosa Aloe vera
cana-de-macaco Costus spicatus
cajueiro Anacardium occidentale
capim-santo Cymbopogon citratus
corda-santa Argemone mexicana
catingueira Caesalpinia pyramidalis
cidreira-de-arbusto Lippia alba
colônia Alpinia zerumbet
cumaru Amburana cearensis
erva-doce Foeniculum vulgare
espinheira-santa Maytenus ilicifolia
favela Cnidoscolus phyllacanthus
fedegoso Heliotropium indicum
goiabeira Psidium guajava
hortelã-miúda Mentha × villosa
juazeiro Ziziphus joazeiro
jurema-preta Mimosa tenuiflora
jurubeba Solanum paniculatum
macela Egletes viscosa
malva-rosa Geranium erodiflorum
mastruz Chenopodium ambrosioides
mororó Bouchinia cheillantha
mulungu Erythrina velutina
pau-d'arco-roxo Tabebuia avellanedae
quebra-pedra Phyllanthus niruri
quixabeira Sideroxylon obtusifolium
saião Bryophyllum pinnatum
vassourinha Scoparia dulcis

Fauna[editar | editar código-fonte]

Fauna comum no município de São João do Cariri:[15]

Mamíferos:

Nome popular Nome científico
furão Mustela sp.
gambá Didelphis sp.
gatos diversos Felidae
mocó Kerodon rupestris
morcego Chiroptera
peba de corroxo (tatu)? Euphractus sexcinctus
preá Cavia aperea
punaré Thrichomys sp.
raposa Vulpes sp.
rolo da peste
sagüi Callithrix sp.
tamanduá preto Tamandua tetradactyla
tatu Tolypeutes sp.
timbú Didelphis sp.

Aves:

Nome popular Nome científico
arribaçã Zenaida auriculata
azulão Passerina brissonii
bacurau Caprimulgidae
caboré Tyto alba
carcará Polyborus plancus
casaca-de-couro Pseudoseisura cristata
cibito Coereba flaveola
concriz Icterus jamacaii
coruja Strigiformes
galo-de-campina Paroaria dominicana
gavião Ciconiiformes
jandaia Aratinga solstitialis
juriti Leptotila sp.
lambú Crypturellus sp.
papa-vento
periquito-gangarra
rolinha Columbidae sp.
salta-caminho
seriema Cariama cristata
urubu Cathartidae sp.

Répteis:

Nome popular Nome científico
calango Tropidurus sp.
calango-bico-doce Tropidurus sp.
camaleão Iguana iguana
cascavel Crotalus durissus
casco-de-burro Liophis viridis
cobra-de-veado Corallus hortulanus
cobra preta Clelia sp.
cobra-cipó Chironius bicarinatus
cobra-coral Micrurus sp.
cobra-coral-de-bucho-branco Micrurus sp.
corre-campos Thamnodynastes pallidus
jararaca-do-rabo-fino Bothrops sp.
lagartixa Gekkonidae
salamandra Salamandridae

Anfíbios:

Nome popular Nome científico
caçote
cururu Bufo sp.
gia Leptodactylus sp.

Peixes:

Nome popular Nome científico
chupa-pedra Hypostomus sp.
curimatã Prochilodus sp.
piaba Astyanax sp.

Artrópodes:

Nome popular Nome científico
abelha africana Apis mellifera scutellata
abelha pimenta Apis sp.
abelha uruçu Melipona scutellaris
aranha (diversos) Araneae
aripuá Trigona spinipes
barata-d'água Belostomatidae
barata preta Blattaria
barbeiro Triatoma sp.
besouro mangangá Bombus sp.
caranguejeira Lasiodora sp.
cavalo-do-cão Pepsis sp.
cupira Partamona cupira
escorpião-amarelo Tityus stigmurus
grilo Gryllidae
mané-magro Stiphra robusta
maribondo Hymenoptera
mosca-de-sombra
mutuca Tabanus bovinus
piolho-de-cobra Sphaerotheriida
pulga Siphonaptera
tubiba Scaptotrigona tubiba

Caririenses notórios[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. [1]
  2. «Representantes». União Brasil. Consultado em 29 de setembro de 2022 
  3. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 
  4. «Censo Populacional 2010». Censo. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  5. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  6. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dez. 2010 
  7. «Panorama - São João do Cariri». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 14 de novembro de 2022  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  8. «São João do Cariri». IBGE Cidades. Consultado em 23 de fevereiro de 2022 
  9. Ministério da Integração Nacional, 2005. Nova delimitação do semiárido brasileiro Arquivado em 26 de março de 2010, no Wayback Machine..
  10. Barbosa, Vanessa Coelho. «ALTERNATIVAS SUSTENTAVEIS PARA O USO DA ÁGUA NA COMUNIDADE DE URUÇU NO SEMIÁRIDO PARAIBANO» (PDF). Unieducar Inteligência Educacional Ltda. Semana Acadêmica. Consultado em 14 de novembro de 2022 
  11. a b «Precipitação Mensal». Departamento de Ciências Atmosféricas. 1911–1990. Consultado em 13 de julho de 2018. Cópia arquivada em 11 de junho de 2014 
  12. a b «Temperatura Compensada Mensal e Anual da Paraíba». Departamento de Ciências Atmosféricas. Consultado em 13 de julho de 2018. Cópia arquivada em 11 de junho de 2014 
  13. «Temperatura Máxima Mensal e Anual da Paraíba». Departamento de Ciências Atmosféricas. 1911–1980. Consultado em 13 de julho de 2018. Cópia arquivada em 11 de junho de 2014 
  14. «Temperatura Mínima Mensal e Anual da Paraíba». Departamento de Ciências Atmosféricas. Consultado em 13 de julho de 2018. Cópia arquivada em 11 de junho de 2014 
  15. a b c de Souza Santos, Juvandi. 2009. Cariri e Tarairiú?: culturas tapuais nos sertões da Paraíba. Doutorado em História. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]