Eleições estaduais no Maranhão em 2006
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Eleições estaduais no Maranhão em 2006 | ||||
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1º de outubro de 2006 (Primeiro turno) 29 de outubro de 2006 (Segundo turno) | ||||
Candidato | Jackson Lago | Roseana Sarney | ||
Partido | PDT | PFL | ||
Natural de | Pedreiras, MA | São Luís, MA | ||
Vice | Luís Carlos Porto | João Alberto Souza | ||
Votos | 1.393.754 | 1.295.880 | ||
Porcentagem | 51,82% | 48,18% | ||
Candidato mais votado por município no 2º turno (217): Roseana Sarney (136) Jackson Lago (81)
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Titular Eleito | ||||
As eleições estaduais no Maranhão em 2006 aconteceram em 1º de outubro como parte das eleições no Distrito Federal e em 26 estados. Foram eleitos o governador Jackson Lago, o vice-governador Luís Carlos Porto e o senador Epitácio Cafeteira, além de 18 deputados federais e 42 estaduais.[1] Como nenhum candidato a governador obteve metade mais um dos votos válidos, houve um segundo turno em 29 de outubro e segundo a Constituição, o governador foi eleito para quatro anos de mandato a contar de 1º de janeiro de 2007, com direito a uma reeleição.[nota 1]
Desde o término da Era Vargas o Maranhão realizou doze eleições diretas e três indiretas para o governo do estado e nisso o poder foi exercido por Vitorino Freire até o Regime Militar de 1964 e desde então por José Sarney. Embora os dois tenham sido correligionários à época do PSD eles se separaram quando este último optou pela UDN e elegeu-se governador em 1965 com o apoio do presidente Humberto de Alencar Castelo Branco. Forçados a coexistir dentro da ARENA,[2] eles não divergiam publicamente embora liderassem suas próprias alas no partido governista, todavia a força dos "sarneístas" ficou mais evidente a partir do momento que José Sarney passou a atuar como senador em Brasília. Nessa condição chegou à presidência nacional da ARENA e do PDS, embora o presidente Ernesto Geisel tenha agido em favor dos "vitorinistas" em 1974 ao escolher Osvaldo da Costa Nunes Freire como governador.[3]
Ao longo do governo João Figueiredo, vigorou uma aliança entre o governador João Castelo e o senador José Sarney, permitindo a vitória do PDS em 1982 quando Luís Rocha foi o primeiro residente do Palácio dos Leões eleito pelo voto popular em dezessete anos. Todavia as articulações inerentes à sucessão presidencial desfizeram a união, afinal João Castelo apoiou Paulo Maluf, enquanto José Sarney ingressou no PMDB e foi eleito vice-presidente de Tancredo Neves. Como o novo presidente adoeceu e faleceu sem tomar posse o Palácio do Planalto ficou nas mãos de José Sarney que se aliou a Epitácio Cafeteira e o fez governador em 1986 com o recorde de 81,02% dos votos. Entretanto, o desgaste de cinco anos do Governo Sarney motivou um acordo entre João Castelo e Epitácio Cafeteira a partir de 1990 quando o "sarneísmo" elegeu Edison Lobão. Em 1994 e 1998, Roseana Sarney venceu as eleições, restabelecendo o controle direto de sua família sobre o estado.
Outro flanco de oposição a José Sarney surgiu à esquerda e foi liderado por Jackson Lago que se elegeu prefeito de São Luís em 1988, 1996 e 2000. Nascido em Pedreiras e formado em Medicina na Universidade Federal do Maranhão, foi eleito deputado estadual pelo MDB em 1974. Com o retorno ao pluripartidarismo, organizou o PDT no estado e foi Secretário de Saúde no governo Epitácio Cafeteira antes de eleger-se três vezes prefeito da capital maranhense e disputar o governo em duas ocasiões. Eleito em segundo turno, Jackson Lago foi beneficiado pelo rompimento entre o senador José Sarney e o governador José Reinaldo Tavares que antes defendia a candidatura de Edson Vidigal e depois contribuiu para a primeira derrota da família Sarney em eleições diretas à disputa pelo Palácio dos Leões.
Resultado da eleição para governador
[editar | editar código-fonte]Primeiro turno
[editar | editar código-fonte]Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve 2.715.810 votos nominais (87,51%), 79.295 votos em branco (2,55%) e 308.422 votos nulos (9,94%) totalizando o comparecimento de 3.103.527 eleitores.[4][1]
Candidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Roseana Sarney PFL |
João Alberto Souza PMDB |
(PFL, PMDB, PP, PTB, PL, PSC, PV, PTN, PHS, PRTB, PRP) |
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Jackson Lago PDT |
Luís Carlos Porto PPS |
(PDT, PPS, PAN) |
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Edson Vidigal PSB |
Teresinha Fernandes PT |
(PSB, PT, PCdoB, PRB, PMN) |
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Aderson Lago PSDB |
Conceição Formiga PSDB |
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João Bentivi PRONA |
Danilo Reis PRONA |
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Carlos Saturnino Moreira PSOL |
Nonato Masson PSOL |
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Antônio Aragão PSDC |
Domingas Nogueira PSDC |
Segundo turno
[editar | editar código-fonte]Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve 2.689.634 votos nominais (90,47%) que somados aos 23.259 votos em branco (0,78%) e 260.198 votos nulos (8,75%) totalizam o comparecimento de 2.973.091 eleitores.[1]
Candidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Jackson Lago PDT |
Luís Carlos Porto PPS |
(PDT, PPS, PAN) |
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Roseana Sarney PFL |
João Alberto Souza PMDB |
(PFL, PMDB, PTB, PP, PSC, PL, PV, PTN, PHS, PRTB, PRP) |
Cassação dos eleitos
[editar | editar código-fonte]Confirmada a vitória de Jackson Lago, a coligação de Roseana Sarney ingressou na Justiça Eleitoral com uma ação de impugnação de mandato eletivo para cassar o governador eleito por abuso de poder político e econômico ocorrido durante o segundo turno desequilibrando o pleito e colocando o resultado do mesmo sob suspeição. Conforme entendeu o Tribunal Superior Eleitoral, as acusações procediam, a chapa vencedora foi cassada e Roseana Sarney tomou posse em seu terceiro mandato como governadora a 17 de abril de 2009 tendo João Alberto Souza ao seu lado.[5]
O principal mote da cassação foi a assinatura de convênios destinados a 156 municípios do estado no valor de R$ 280 milhões,[6] denúncias de uso da máquina administrativa e compra de votos. Naquele mesmo ano foram cassados também os governadores Cássio Cunha Lima, da Paraíba, e Marcelo Miranda, do Tocantins.
Resultado da eleição para senador
[editar | editar código-fonte]Segundo o Tribunal Superior Eleitoral houve 2.580.977 votos nominais (83,16%) que somados aos 147.228 votos em branco (4,74%) e 375.322 votos nulos (12,09%) totalizam o comparecimento de 3.103.527 eleitores (79,16%).[1][nota 2]
Candidatos a senador da República |
Primeiro suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Epitácio Cafeteira PTB |
Afonso Ribeiro PTB |
(PFL, PMDB, PP, PTB, PL, PSC, PV, PTN, PHS, PRTB, PRP) |
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João Castelo PSDB |
Tati Palácio PSDB |
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Ubirajara do Pindaré PT |
Sebastião de Araújo PT |
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Luiz Soares Filho PSB |
José Carlos Reis PSB |
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Nazaré Collins PTC |
Socorro Araújo PTC |
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Luiz Carlos Noleto PRONA |
Braga Diniz PRONA |
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Ramon Silva Gomes PSTU |
Cidinha Durans PSTU |
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Francisco Matos PSOL |
Cordeiro Matos PSOL |
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Frederico Luiz PCB |
Antônio Carlos Mendes PCB |
Deputados federais eleitos
[editar | editar código-fonte]São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[7][8]
Deputados federais eleitos | Partido | Votação | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
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Roberto Rocha | PSDB | 139.294 | São Luís | Maranhão |
Sarney Filho | PV | 136.873 | São Luís | Maranhão |
Carlos Brandão | PSDB | 134.643 | Colinas | Maranhão |
Flávio Dino | PCdoB | 123.597 | São Luís | Maranhão |
Gastão Vieira | PMDB | 114.889 | São Luís | Maranhão |
Clóvis Fecury | PFL | 102.404 | Brasília | Distrito Federal |
Sebastião Madeira[nota 3] | PSDB | 98.857 | São Domingos do Maranhão | Maranhão |
Pinto Itamaraty | PSDB | 90.637 | São Luís | Maranhão |
Pedro Novais | PMDB | 87.582 | Coelho Neto | Maranhão |
Nice Lobão | PFL | 87.344 | Recife | Pernambuco |
Domingos Dutra | PT | 82.017 | Buriti | Maranhão |
Pedro Fernandes | PTB | 81.618 | São Luís | Maranhão |
Davi Alves Silva Júnior | PDT | 77.595 | Imperatriz | Maranhão |
Sétimo Waquim | PMDB | 75 193 | Timon | Maranhão |
Cléber Verde | PAN | 71.734 | Santa Luzia | Maranhão |
Waldir Maranhão[nota 4] | PSB | 64.286 | São Luís | Maranhão |
Ribamar Alves | PSB | 62.952 | Santa Inês | Maranhão |
Julião Amin | PDT | 61.095 | São Luís | Maranhão |
Deputados estaduais eleitos
[editar | editar código-fonte]42 deputados estaduais foram eleitos.[9]
Deputados estaduais eleitos | Partido | Votação |
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Afonso Manoel Borges Ferreira | PSB | 71.372 |
Cleide Barroso Coutinho | PSDB | 56.634 |
Joao Evangelista Serra dos Santos | PSDB | 55.092 |
Marcelo Tavares Silva | PSB | 50.985 |
Soliney de Sousa e Silva | PSDB | 50.116 |
Carlos Alberto Franco de Almeida | PSDB | 46.670 |
Rigo Alberto Teles de Sousa | PSDB | 42.566 |
Carlos Victor Guterres Mendes | PV | 41.735 |
Raimundo Soares Cutrim | PFL | 40.627 |
Antonio Arnaldo Alves de Melo | PSDB | 39.938 |
Joao Batista dos Santos Silva | PP | 39.493 |
Helio Oliveira Soares | PP | 39.459 |
Camilo de Lellis Carneiro Figuereido | PDT | 37.488 |
Graciete de Maria Trabulsi Lisboa | PSDB | 37.368 |
Jose Max Pereira Barros | PFL | 37.037 |
Ricardo Jorge Murad | PMDB | 35.521 |
Rubens Pereira e Silva Junior | PRTB | 34.837 |
Antonio Carlos Bacelar Nunes | PDT | 34.612 |
Maria da Graça Fonseca Paz | PDT | 34.491 |
Maura Jorge Alves de Melo Ribeiro | PDT | 34.126 |
Joao Pavão Filho | PDT | 33.124 |
Joaquim Nagib Haickel | PMDB | 32.791 |
Stenio dos Santos Rezende | PSDB | 30.402 |
Jurandir Ferro do Lago Filho | PMDB | 30.238 |
Francisco Dantas Ribeiro Filho | PMDB | 30.039 |
Carlos Alberto Milhomem de Sousa | PFL | 29.668 |
Paulo Roberto Almeida Neto | PSB | 28.257 |
Jose Lima dos Santos Filho | PSB | 27.124 |
Carlos Antonio Muniz Filho | PV | 26.474 |
Francisco de Assis Castro Gomes | PFL | 25.676 |
Penaldo Jorge Ribeiro Moreira | PSC | 20.530 |
Domingos Alburqueque Paz | PSB | 17.255 |
Helena Barros Heluy | PT | 16.199 |
Marcos Antonio de Carvalho Caldas | PT do B | 15.091 |
Eliziane Pereira Gama | PPS | 15.084 |
Edivaldo de Holanda Braga | PTC | 14.023 |
Valdinar Pereira Barros | PT | 11.290 |
Notas
- ↑ A posse dos governadores eleitos em 1990 no Amapá, Distrito Federal e Roraima aconteceu em 1º de janeiro de 1991 conforme o Art. 28 da Carta de 1988 que estabeleceu o primeiro dia do ano para a posse de todos os governadores eleitos a partir de 1994.
- ↑ Embora o Art. 46 § 3º da Constituição de 1988 preveja a eleição de dois suplentes, é listado somente o primeiro, sem prejuízo quanto a informar eventual convocação do segundo.
- ↑ Renunciou em 2008 após ser eleito prefeito de Imperatriz e em seu lugar foi efetivado Zé Vieira.
- ↑ Licenciou-se em prol do suplente Washington Oliveira a fim de assumir o cargo de Ciência e Tecnologia no terceiro governo Roseana Sarney.
Referências
- ↑ a b c d «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 21 de abril de 2017
- ↑ No Maranhão, os efeitos do caciquismo (online). O Estado de S. Paulo, 02/11/1978. Página visitada em 21 de junho de 2014
- ↑ O regozijo e o desânimo. Disponível em Revista Veja ed. 304 de 03/07/1974. São Paulo, Editora Abril
- ↑ «Quadro geral das eleições de 2006 segundo o TSE». Consultado em 21 de abril de 2017
- ↑ «TSE nega recursos e confirma cassação do governador do Maranhão (g1.com)». Consultado em 21 de junho de 2014
- ↑ TSE manda Lago deixar governo do Maranhão Folha de S.Paulo (online), 17/04/2009. Página visitada em 21 de junho de 2014
- ↑ «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 10 de setembro de 2015. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013
- ↑ «BRASIL. Presidência da República: Lei nº 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 10 de setembro de 2015
- ↑ «Resultado da eleição 2006». www.tse.jus.br. Consultado em 7 de fevereiro de 2022