CPI da Petrobras: diferenças entre revisões

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[[Imagem:CPMI - Petrobras - 2014 - CPMIPETRO (15041459593).jpg|thumb|275px|Sala de comissões do Senado Federal durante reunião da CPI Mista da Petrobras, em 29 de outubro de 2014.]]
'''CPI da Petrobras''' é uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada inicialmente em 2014 como comissão mista ([[CPMI]]), iniciada no Senado,<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/05/cervero-fala-para-tres-senadores-em-sessao-esvaziada-da-cpi-da-petrobras.html|publicado=[[G1]]|acessodata=10 de março de 2016|data=22 de maio de 2015|título=Cerveró fala para três senadores em sessão esvaziada da CPI da Petrobras|autor=Priscilla Mendes}}</ref> e posteriormente em fevereiro de 2015 na Câmara para investigar o escândalo da [[Petrobras]]<ref name="CPIpetro">{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/02/camara-dos-deputados-instala-cpi-para-investigar-petrobras.html|autor=Fernanda Calgaro|título=Câmara dos Deputados instala CPI para investigar a Petrobras|publicado=[[G1]]|acessodata=11 de março de 2016|data=26 de fevereiro de 2015}}</ref>, relacionados a [[superfaturamento]] e [[gestão temerária]] na construção de refinarias no Brasil; à constituição de empresas subsidiárias e sociedades de propósito específico pela Petrobras com o fim de praticar atos ilícitos; ao superfaturamento e gestão temerária na construção e afretamento de navios de transporte, navios-plataforma e navios-sonda; a irregularidades na operação da companhia [[Sete Brasil]] e na venda de ativos da Petrobras na [[África]].<ref>{{citar web|url=http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1301279|título=DOCCPI 14/2015 CPIPETRO => RCP 3/2015|publicado=[[Câmara dos deputados]]|acessodata=11 de março de 2016|data=4 de março de 2015}}</ref>
[[File:CPMI - Petrobras - Acarea%C3%A7%C3%A3o_entre dois ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerver%C3%B3_%2815313026903%29.jpg|thumb|Acareção de [[Paulo Roberto Costa]] e [[Nestor Cerveró]] na CPMI da Petrobras em 2014]]


'''CPI da [[Petrobras]]''' é uma [[Comissão Parlamentar de Inquérito]] (CPI) criada inicialmente em 2014 como comissão mista ([[CPMI]]), inicialmente no [[Senado do Brasil]],<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/05/cervero-fala-para-tres-senadores-em-sessao-esvaziada-da-cpi-da-petrobras.html|publicado=[[G1]]|acessodata=10 de março de 2016|data=22 de maio de 2015|título=Cerveró fala para três senadores em sessão esvaziada da CPI da Petrobras|autor=Priscilla Mendes}}</ref> e posteriormente em fevereiro de 2015 na [[Câmara dos Deputados do Brasil|Câmara dos Deputados]] para investigar o [[Operação Lava Jato|escândalo da Petrobras]],<ref name="CPIpetro">{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/02/camara-dos-deputados-instala-cpi-para-investigar-petrobras.html|autor=Fernanda Calgaro|título=Câmara dos Deputados instala CPI para investigar a Petrobras|publicado=[[G1]]|acessodata=11 de março de 2016|data=26 de fevereiro de 2015}}</ref> relacionados a [[superfaturamento]] e gestão temerária na construção de refinarias no Brasil, à constituição de empresas subsidiárias e sociedades de propósito específico pela Petrobras com o fim de praticar atos ilícitos, ao superfaturamento e gestão temerária na construção e afretamento de navios de transporte, navios-plataforma e navios-sonda, a irregularidades na operação da companhia [[Sete Brasil]] e na venda de ativos da Petrobras na [[África]].<ref>{{citar web|url=http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1301279|título=DOCCPI 14/2015 CPIPETRO => RCP 3/2015|publicado=[[Câmara dos deputados]]|acessodata=11 de março de 2016|data=4 de março de 2015}}</ref>
==Antecedentes==
===Dilma contrária à CPI===
Em 22 de maio de 2009, então ministra-chefe da [[Casa Civil]], [[Dilma Rousseff]], pré-candidata à presidência, deu uma entrevista que foi gravada em vídeo contrária a instalação de uma [[CPI]] da [[Petrobras]]. “Eu acredito que a Petrobras é uma empresa tão importante do ponto de vista estratégico, no Brasil, mas também por ser a maior empresa, a maior empregadora, a maior contratadora de bens e serviços e a empresa que, hoje, vai ocupar cada vez mais, a partir do pré-sal, espaço muito grande, né? Ela é uma empresa que tem de ser preservada. Acho que você pode, todos os objetos, pelos menos os que eu vi da CPI, você pode investigar usando [[TCU]] e o [[Ministério Público]]. Essa história de falar que a Petrobras é uma caixa-preta. Ela pode ter sido uma caixa-preta em 97, em 98, em 99, em 2000. A Petrobras de hoje é uma empresa com um nível de contabilidade dos mais apurados do mundo. Porque, caso contrário, os investidores não a procurariam como sendo um dos grandes objetos de investimento. Investidor não investe em caixa-preta desse tipo. Agora, é espantoso que se refiram dessa forma a uma empresa do porte da Petrobras. Ninguém vai e abre ação na [[Bolsa de Nova York]] e é fiscalizado pela [[Sarbanes-Oxley]] e aprovado sem ter um nível de controle bastante razoável”, afirmou Dilma em vídeo.<ref>{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/como-dilma-ajudou-a-impedir-que-se-investigasse-a-petrobras-e-concorreu-para-o-naufragio-da-empresa-pior-ignorou-crimes-reais-e-apontou-os-que-nao-existiam-ou-o-video-da-impostura/|publicado=[[VEJA]]|autor=Reinaldo Azevedo|título=Como Dilma ajudou a impedir que se investigasse a Petrobras e concorreu para o naufrágio da empresa; pior: ignorou crimes reais e apontou os que não existiam. Ou: O vídeo da impostura|acessodata=12 de março de 2016|data=6 de fevereiro de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,dilma-se-petrobras-ja-foi-caixa-preta-foi-no-passado,375348|publicado=[[Estadão]]|autor=Leonencio Nossa|acessodata=12 de março de 2016|título=Dilma: se Petrobras já foi 'caixa-preta', foi no passado}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/dilma-diz-que-petrobras-pode-ter-sido-caixa-preta-no-passado-bl6ruqeb37ug31au51jw9sl72|publicado=[[Gazeta do Povo]]|acessodata=12 de março de 2016|título=Dilma diz que Petrobras pode ter sido "caixa-preta" no passado|autor=[[Globo.com]]}}</ref>


===Evitar a CPI===
== Antecedentes ==
=== Dilma contrária à CPI ===
Um encontro entre o ex-presidente [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]] e a presidente [[Dilma Rousseff|Dilma]], em abril de 2014, foi discutido que o [[Palácio do Planalto]] deve fazer de tudo para evitar a CPI, considerada por Lula uma arma perigosa contra Dilma, em razão da compra de [[Pasadena Refinery System Inc|Pasadena]] pela [[Petrobras]], presidida o conselho na época por Dilma Rousseff.<ref>{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,lula-se-reune-com-dilma-e-diz-que-e-preciso-evitar-cpi,1149564|publicado=[[Estadão]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Lula se reúne com Dilma e diz que é preciso evitar CPI|autor=Tânia Monteiro|data=4 de abril de 2014}}</ref>
[[Imagem:Dilma Rousseff 2009.jpg|thumb|upright|[[Dilma Rousseff]], então ministra em 2009, se opunha à criação da CPI.]]


Em 22 de maio de 2009, a então ministra-chefe da [[Casa Civil]], [[Dilma Rousseff]], e pré-candidata à presidência, deu uma entrevista que foi gravada em vídeo contrária a instalação de uma [[CPI]] da [[Petrobras]]. “Eu acredito que a Petrobras é uma empresa tão importante do ponto de vista estratégico, no Brasil, mas também por ser a maior empresa, a maior empregadora, a maior contratadora de bens e serviços e a empresa que, hoje, vai ocupar cada vez mais, a partir do pré-sal, espaço muito grande, né? Ela é uma empresa que tem de ser preservada. Acho que você pode, todos os objetos, pelos menos os que eu vi da CPI, você pode investigar usando TCU ([[Tribunal de Contas da União]]) e o [[Ministério Público]]. Essa história de falar que a Petrobras é uma caixa-preta. Ela pode ter sido uma caixa-preta em 97, em 98, em 99, em 2000. A Petrobras de hoje é uma empresa com um nível de contabilidade dos mais apurados do mundo. Porque, caso contrário, os investidores não a procurariam como sendo um dos grandes objetos de investimento. Investidor não investe em caixa-preta desse tipo. Agora, é espantoso que se refiram dessa forma a uma empresa do porte da Petrobras. Ninguém vai e abre ação na [[Bolsa de Nova York]] e é fiscalizado pela [[Sarbanes-Oxley]] e aprovado sem ter um nível de controle bastante razoável”, afirmou Dilma em vídeo.<ref>{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/como-dilma-ajudou-a-impedir-que-se-investigasse-a-petrobras-e-concorreu-para-o-naufragio-da-empresa-pior-ignorou-crimes-reais-e-apontou-os-que-nao-existiam-ou-o-video-da-impostura/|publicado=[[VEJA]]|autor=Reinaldo Azevedo|título=Como Dilma ajudou a impedir que se investigasse a Petrobras e concorreu para o naufrágio da empresa; pior: ignorou crimes reais e apontou os que não existiam. Ou: O vídeo da impostura|acessodata=12 de março de 2016|data=6 de fevereiro de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,dilma-se-petrobras-ja-foi-caixa-preta-foi-no-passado,375348|publicado=[[Estadão]]|autor=Leonencio Nossa|acessodata=12 de março de 2016|título=Dilma: se Petrobras já foi 'caixa-preta', foi no passado}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/dilma-diz-que-petrobras-pode-ter-sido-caixa-preta-no-passado-bl6ruqeb37ug31au51jw9sl72|publicado=[[Gazeta do Povo]]|acessodata=12 de março de 2016|título=Dilma diz que Petrobras pode ter sido "caixa-preta" no passado|autor=[[Globo.com]]}}</ref>
===Mandado de segurança===
A senadora Ana Rita ([[Partido dos Trabalhadores|PT]]-[[ES]]) impetrou, no [[Supremo Tribunal Federal]] (STF), [[mandado de segurança]] em que pede a [[suspensão]] da instalação da CPI com o objetivo de apurar denúncias de irregularidades na Petrobras. Segundo a senadora, a CPI se propõe a investigar fatos generalizados e desconexos, em afronta à Constituição Federal.<ref name="mandadodesegurança">{{citar web|url=http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=264549&caixaBusca=N|acessodata=12 de março de 2016|data=9 de abril de 2014|título=Mandado de segurança pede suspensão de CPI da Petrobras|publicado=[[Supremo Tribunal Federal]]}}</ref>


=== Evitar a CPI ===
Ao pedir liminarmente a suspensão da CPI, a senadora do [[Partido dos Trabalhadores]] alega que sua instauração coloca em risco a imagem e o funcionamento da estatal, dificulta o exercício do direito de defesa e abre margem para a exploração política do acontecimento, em razão de ser próximo a período eleitoral.<ref name="mandadodesegurança" />
Um encontro entre o ex-presidente [[Luiz Inácio Lula da Silva]] e a presidente Dilma, em abril de 2014, foi discutido que o [[Palácio do Planalto]] deveria "fazer de tudo" para evitar a CPI, considerada por Lula uma arma perigosa contra Dilma, em razão da compra de [[Pasadena Refinery System Inc|Pasadena]] pela Petrobras, presidida o conselho na época por Dilma Rousseff.<ref>{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,lula-se-reune-com-dilma-e-diz-que-e-preciso-evitar-cpi,1149564|publicado=[[Estadão]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Lula se reúne com Dilma e diz que é preciso evitar CPI|autor=Tânia Monteiro|data=4 de abril de 2014}}</ref>


=== Mandado de segurança ===
==CPMI no Senado==
A senadora [[Ana Rita Esgário]] ([[Partido dos Trabalhadores|PT]]-[[Espírito Santo|ES]]) impetrou, no [[Supremo Tribunal Federal]] (STF), [[mandado de segurança]] em que pediu a suspensão da instalação da CPI com o objetivo de apurar denúncias de irregularidades na Petrobras. Segundo a senadora, a CPI se propunha a investigar fatos generalizados e desconexos, em afronta à Constituição Federal.<ref name="mandadodesegurança">{{citar web|url=http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=264549&caixaBusca=N|acessodata=12 de março de 2016|data=9 de abril de 2014|título=Mandado de segurança pede suspensão de CPI da Petrobras|publicado=[[Supremo Tribunal Federal]]}}</ref>
===Composição===

Ao pedir liminarmente a suspensão da CPI, a senadora do Partido dos Trabalhadores alegou que sua instauração colocaria em risco a imagem e o funcionamento da estatal, dificultaria o exercício do direito de defesa e abriria margem para a exploração política do acontecimento, em razão de ser próximo a período eleitoral.<ref name="mandadodesegurança" />

== CPMI no Senado ==
=== Composição ===
Integrantes da CPMI da Petrobras:<ref>{{citar web|url=http://www.valor.com.br/politica/3564894/congresso-divulga-lista-dos-integrantes-da-cpi-mista-da-petrobras|publicado=[[Valor Econômico]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Congresso divulga lista dos integrantes da CPI mista da Petrobras|autor=Fábio Brandt|data=27 de maio de 2014}}</ref>
Integrantes da CPMI da Petrobras:<ref>{{citar web|url=http://www.valor.com.br/politica/3564894/congresso-divulga-lista-dos-integrantes-da-cpi-mista-da-petrobras|publicado=[[Valor Econômico]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Congresso divulga lista dos integrantes da CPI mista da Petrobras|autor=Fábio Brandt|data=27 de maio de 2014}}</ref>
*[[João Alberto Souza]] (PMDB-MA)
*[[Valdir Raupp]] (PMDB-RO)
*[[Vital do Rêgo]] (PMDB-PB)
*[[Kátia Abreu]] (PMDB-TO)
*[[Ciro Nogueira]] (PP-PI)
*[[José Pimentel]] (PT-CE)
*[[Vanessa Grazziotin]] (PCdoB-AM)
*[[Humberto Costa]] (PT-PE)
*[[Acir Gurgacz]] (PDT-RO)
*[[Acir Gurgacz]] (PDT-RO)
*[[Álvaro Dias]] (PSDB)
*[[Aníbal Diniz]] (PT-AC)
*[[Aníbal Diniz]] (PT-AC)
*[[Antonio Carlos Rodrigues]] (PR-SP)
*[[Antonio Carlos Rodrigues]] (PR-SP)
*[[Ataídes Oliveira]] (Pros-TO)
*[[Ciro Nogueira]] (PP-PI)
*[[Gim Argello]] (PTB-DF)
*[[Gim Argello]] (PTB-DF)
*[[Ataídes Oliveira]] (Pros-TO)
*[[Humberto Costa]] (PT-PE)
*[[Álvaro Dias]] (PSDB)
*[[João Alberto Souza]] (PMDB-MA)
*[[José Pimentel]] (PT-CE)
*[[Kátia Abreu]] (PMDB-TO)
*[[Valdir Raupp]] (PMDB-RO)
*[[Vanessa Grazziotin]] (PCdoB-AM)
*[[Vital do Rêgo]] (PMDB-PB)


===Colaborações===
=== Colaborações ===
Na CPMI da Petrobras, o ex-gerente da Petrobras, [[Pedro Barusco]], foi um dos poucos que prestaram depoimentos dentre os que foram convocados pela CPMI. Em depoimentos na CPMI da Petrobras, Barusco afirmou que pagamento irregular era ‘endêmico’ e ‘institucionalizado’. Barusco disse ainda que, junto com seu antigo chefe, o ex-diretor de Serviços e Engenharia [[Renato Duque|Renato de Souza Duque]], recebeu pagamentos relativos a mais de 60 contratos firmados pela estatal e que Duque ficava com a maior parte da propina. As declarações dele foram incluídas pela Polícia Federal nos relatórios finais dos inquéritos relativos às empreiteiras [[Engevix]] e [[UTC Engenharia]] e [[Constran]].<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/brasil/ex-gerente-da-petrobras-pedro-barusco-fala-em-nucleo-duro-da-propina-14828973|acessodata=11 de março de 2016|publicado=[[O Globo]]|título=Ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco fala em ‘núcleo duro’ da propina|data=13 de dezembro de 2014}}</ref>
Na CPMI da Petrobras, o ex-gerente da Petrobras, [[Pedro Barusco]], foi um dos poucos que prestaram depoimentos dentre os que foram convocados pela CPMI. Em depoimentos na CPMI da Petrobras, Barusco afirmou que pagamento irregular era ‘endêmico’ e ‘institucionalizado’. Barusco disse ainda que, junto com seu antigo chefe, o ex-diretor de Serviços e Engenharia [[Renato Duque|Renato de Souza Duque]], recebeu pagamentos relativos a mais de sessenta contratos firmados pela estatal e que Duque ficava com a maior parte da propina. As declarações dele foram incluídas pela Polícia Federal nos relatórios finais dos inquéritos relativos às empreiteiras [[Engevix]] e [[UTC Engenharia]] e [[Constran]].<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/brasil/ex-gerente-da-petrobras-pedro-barusco-fala-em-nucleo-duro-da-propina-14828973|acessodata=11 de março de 2016|publicado=[[O Globo]]|título=Ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco fala em ‘núcleo duro’ da propina|data=13 de dezembro de 2014}}</ref>


===Fraude na CPMI===
=== Fraude na CPMI ===
[[File:CPMI - Petrobras - 2014 - CPMIPETRO_%2814867283323%29.jpg|thumb|Jorge Zelada na CPI Mista da Petrobras em 2014]]
[[Imagem:CPMI - Petrobras - 2014 - CPMIPETRO_%2814867283323%29.jpg|thumb|Jorge Zelada na CPI Mista da Petrobras em agosto de 2014.]]
Em agosto de 2014, reportagem publicada na [[Revista Veja]] diz que a então presidente da Petrobras, [[Maria das Graças Foster]], e ex-dirigentes da estatal ouvidos na CPI da Petrobras no Senado que investiga a estatal tiveram acesso prévio a perguntas - e respostas - que seriam feitas por parlamentares governistas durante as sessões. A revista informa que teve acesso a um vídeo de uma reunião em que o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, e um advogado da empresa, Bruno Ferreira, teriam tratado do assunto. De acordo com a revista, servidores da estatal redigiram respostas às perguntas que seriam feitas e repassaram o material a Foster, ao ex-presidente da Petrobras [[José Sérgio Gabrielli]] e ao ex-diretor da Área Internacional [[Nestor Cerveró]].<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/brasil/revista-diz-que-dirigentes-da-petrobras-tiveram-acesso-previo-perguntas-de-cpi-13471116|publicado=[[O Globo]]|acessodata=11 de março de 2016|data=2 de agosto de 2014|título=Revista diz que dirigentes da Petrobras tiveram acesso prévio a perguntas de CPI|autor=[[O Globo]]}}</ref>


Em agosto de 2014, reportagem publicada na revista [[Veja]] disse que a então presidente da Petrobras, [[Maria das Graças Foster]], e ex-dirigentes da estatal ouvidos na CPI da Petrobras no Senado que investiga a estatal tiveram acesso prévio a perguntas - e respostas - que seriam feitas por parlamentares governistas durante as sessões. A revista informa que teve acesso a um vídeo de uma reunião em que o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, e um advogado da empresa, Bruno Ferreira, teriam tratado do assunto. De acordo com a revista, servidores da estatal redigiram respostas às perguntas que seriam feitas e repassaram o material a Foster, ao ex-presidente da Petrobras [[José Sérgio Gabrielli]] e ao ex-diretor da Área Internacional [[Nestor Cerveró]].<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/brasil/revista-diz-que-dirigentes-da-petrobras-tiveram-acesso-previo-perguntas-de-cpi-13471116|publicado=[[O Globo]]|acessodata=11 de março de 2016|data=2 de agosto de 2014|título=Revista diz que dirigentes da Petrobras tiveram acesso prévio a perguntas de CPI|autor=[[O Globo]]}}</ref>
Dilma, que procurou se afastar do caso, dizendo se tratar de um assunto do Congresso. “Essa [denúncia] é uma questão que deve ser respondida pelo Congresso”, disse Dilma ao ser questionada pelos jornalistas que a acompanhavam.<ref>{{citar web|url=http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/eleicoes/2014/dilma-tenta-se-afastar-da-denuncia-de-fraude-na-cpi-da-petrobras-ebq70meawkmf47g3tzihuy5ou|acessodata=11 de março de 2016|publicado=[[Gazeta do Povo]]|título=Dilma tenta se afastar da denúncia de fraude na CPI da Petrobras}}</ref>


Dilma, procurou se afastar do caso, dizendo se tratar de um assunto do Congresso. “Essa [denúncia] é uma questão que deve ser respondida pelo Congresso”, disse Dilma ao ser questionada pelos jornalistas que a acompanhavam.<ref>{{citar web|url=http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/eleicoes/2014/dilma-tenta-se-afastar-da-denuncia-de-fraude-na-cpi-da-petrobras-ebq70meawkmf47g3tzihuy5ou|acessodata=11 de março de 2016|publicado=[[Gazeta do Povo]]|título=Dilma tenta se afastar da denúncia de fraude na CPI da Petrobras}}</ref>
===Conclusão e críticas===
[[File:CPMI - Petrobras - 2014 - CPMIPETRO_%2815183634436%29.jpg|thumb|[[Nestor Cerveró]] após o término da [[CPMI]]]]
O relatório final da CPI mista de 10 de dezembro de 2014 teve quase 1.000 páginas e nenhum pedido de indiciamento.<ref>{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,relatorio-final-da-cpi-mista-da-petrobras-tem-quase-mil-paginas-e-nenhum-indiciamento,1605009|publicado=Estadão|acessodata=11 de março de 2016|título=Relatório final da CPI mista da Petrobras tem quase mil páginas e nenhum indiciamento}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2014/12/10/interna_politica,598350/relatorio-da-cpi-mista-da-petrobras-nao-pede-indiciamento-de-ninguem.shtml|publicado=[[Estado de Minas]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Relatório da CPI mista da Petrobras não pede indiciamento de ninguém|autor=Agência Estado|data=10 de dezembro de 2014}}</ref> O relator, deputado [[Marco Maia]], do [[Partido dos Trabalhadores|PT]], apenas recomendou o aprofundamento das investigações. O parecer aponta [[superfaturamento]] de US$ 4,2 bilhões nas obras da [[Refinaria Abreu e Lima]], em [[Pernambuco]].<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2014/12/relatorio-final-da-cpi-da-petrobras-nao-pede-indiciamentos-de-envolvidos.html|publicado=[[G1]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Relatório final da CPI da Petrobras não pede indiciamentos de envolvidos|data=11 de dezembro de 2014}}</ref>


=== Conclusão e críticas ===
Marco Maia não fez qualquer ligação das irregularidades com partidos políticos. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef contaram em depoimentos à Justiça que [[Partido dos Trabalhadores|PT]], [[PMDB]] e [[Partido Progressista (Brasil)|PP]] se beneficiaram do esquema de corrupção na empresa.<ref name="sem-indiciamento">{{citar web|url=http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/12/relator-da-cpmi-da-petrobras-nao-pede-indiciamento-de-ninguem.html|publicado=[[G1]]|autor=[[Jornal Nacional]]|título=Relator da CPMI da Petrobras não pede indiciamento de ninguém|acessodata=11 de março de 2016|data=10 de dezembro de 2014}}</ref>
O relatório final da CPI mista de 10 de dezembro de 2014 teve quase mil páginas e nenhum pedido de indiciamento.<ref>{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,relatorio-final-da-cpi-mista-da-petrobras-tem-quase-mil-paginas-e-nenhum-indiciamento,1605009|publicado=Estadão|acessodata=11 de março de 2016|título=Relatório final da CPI mista da Petrobras tem quase mil páginas e nenhum indiciamento}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2014/12/10/interna_politica,598350/relatorio-da-cpi-mista-da-petrobras-nao-pede-indiciamento-de-ninguem.shtml|publicado=[[Estado de Minas]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Relatório da CPI mista da Petrobras não pede indiciamento de ninguém|autor=Agência Estado|data=10 de dezembro de 2014}}</ref> O relator, deputado [[Marco Maia]], do PT, apenas recomendou o aprofundamento das investigações. O parecer aponta [[superfaturamento]] de US$ 4,2 bilhões nas obras da [[Refinaria Abreu e Lima]], em [[Pernambuco]].<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2014/12/relatorio-final-da-cpi-da-petrobras-nao-pede-indiciamentos-de-envolvidos.html|publicado=[[G1]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Relatório final da CPI da Petrobras não pede indiciamentos de envolvidos|data=11 de dezembro de 2014}}</ref>

[[Imagem:CPMI - Petrobras - 2014 - CPMIPETRO_%2815183634436%29.jpg|thumb|upright|[[Nestor Cerveró]] após o término da CPMI.]]

Marco Maia não fez qualquer ligação das irregularidades com partidos políticos. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef contaram em depoimentos à Justiça que PT, PMDB e [[Partido Progressista (Brasil)|PP]] se beneficiaram do esquema de corrupção na empresa.<ref name="sem-indiciamento">{{citar web|url=http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/12/relator-da-cpmi-da-petrobras-nao-pede-indiciamento-de-ninguem.html|publicado=[[G1]]|autor=[[Jornal Nacional]]|título=Relator da CPMI da Petrobras não pede indiciamento de ninguém|acessodata=11 de março de 2016|data=10 de dezembro de 2014}}</ref>


O texto de Maia, produzidas após sete meses de investigação e 23 depoimentos, foi alterado em 17 de dezembro.<ref>{{citar web|url=http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2014-12-17/maia-muda-texto-da-cpmi-da-petrobras-e-pede-indiciamento-de-paulo-roberto-costa.html|publicado=[[iG]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Maia muda texto da CPMI da Petrobras e pede indiciamento de Paulo Roberto Costa|data=17 de dezembro de 2014}}</ref> Em uma das mudanças, ele detalhou os pedidos de indiciamento e os crimes relacionados. Segundo Maia, quando o relatório inicial, apresentado em 10 dezembro, defendeu um pedido para o Ministério Público “aprofundar as investigações”, o significado real já era uma solicitação de indiciamento.<ref name="conclusao-CPMI" />
O texto de Maia, produzidas após sete meses de investigação e 23 depoimentos, foi alterado em 17 de dezembro.<ref>{{citar web|url=http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2014-12-17/maia-muda-texto-da-cpmi-da-petrobras-e-pede-indiciamento-de-paulo-roberto-costa.html|publicado=[[iG]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Maia muda texto da CPMI da Petrobras e pede indiciamento de Paulo Roberto Costa|data=17 de dezembro de 2014}}</ref> Em uma das mudanças, ele detalhou os pedidos de indiciamento e os crimes relacionados. Segundo Maia, quando o relatório inicial, apresentado em 10 dezembro, defendeu um pedido para o Ministério Público “aprofundar as investigações”, o significado real já era uma solicitação de indiciamento.<ref name="conclusao-CPMI" />
Os [[parlamentar]]es da [[oposição]] criticaram o resultado final da comissão. Para o líder do [[PPS]] na Câmara, deputado [[Rubens Bueno]] ([[Paraná|PR]]), o texto aprovado é um relatório chapa branca. “Esse relatório chapa branca apresentado hoje e aprovado pela base do governo é um sinal de que não querem aprofundar qualquer tipo de investigação. O que eles querem é passar a mão na cabeça, blindar, jogar sujeira para baixo do tapete, lamentavelmente.”<ref name="conclusao-CPMI" />
Os [[parlamentar]]es da [[oposição]] criticaram o resultado final da comissão. Para o líder do [[PPS]] na Câmara, deputado [[Rubens Bueno]] ([[Paraná|PR]]), o texto aprovado é um relatório chapa branca. “Esse relatório chapa branca apresentado hoje e aprovado pela base do governo é um sinal de que não querem aprofundar qualquer tipo de investigação. O que eles querem é passar a mão na cabeça, blindar, jogar sujeira para baixo do tapete, lamentavelmente.”<ref name="conclusao-CPMI" />


Para o deputado [[Onyx Lorenzoni]] ([[DEM]]-[[RS]]), a única certeza do resultado é a necessidade de haver uma nova CPMI na próxima legislatura, o que de fato ocorreu em fevereiro de 2015. “Precisamos de uma nova CPI, sem nenhuma dúvida, na expectativa de que o Parlamento se debruce para continuar as investigações.” Segundo ele, todo o acervo de informações da CPMI atual será transferido para a futura comissão ter “um patamar mínimo” para começar as investigações.<ref name="conclusao-CPMI" />
Para o deputado [[Onyx Lorenzoni]] ([[DEM]]-[[Rio Grande do Sul|RS]]), a única certeza do resultado é a necessidade de haver uma nova CPMI na próxima legislatura, o que de fato ocorreu em fevereiro de 2015. “Precisamos de uma nova CPI, sem nenhuma dúvida, na expectativa de que o Parlamento se debruce para continuar as investigações.” Segundo ele, todo o acervo de informações da CPMI será transferido para a futura comissão ter “um patamar mínimo” para começar as investigações.<ref name="conclusao-CPMI" />


Para o deputado do [[DEM]], líder do partido, [[Mendonça Filho]], “Essa foi uma das operações mais lesivas ao patrimônio público e à Petrobras, significando um prejuízo de mais de US$ 1 bilhão, o que é uma coisa absurda”.<ref name="sem-indiciamento" />
Para o deputado do DEM, líder do partido, [[Mendonça Filho]], “Essa foi uma das operações mais lesivas ao patrimônio público e à Petrobras, significando um prejuízo de mais de US$ 1 bilhão, o que é uma coisa absurda”.<ref name="sem-indiciamento" />


Em 18 de dezembro de 2014, a [[Comissão Parlamentar Mista de Inquérito]] (CPMI) da Petrobras aprovou o novo relatório do deputado Marco Maia ([[Partido dos Trabalhadores|PT]]-[[RS]]) que pede o indiciamento de 52 pessoas pelos crimes de participação em [[organização criminosa]], [[lavagem de dinheiro]] e [[corrupção passiva]], entre elas o ex-diretor da estatal [[Paulo Roberto Costa]]. Desse total, 23 já são réus em processos na Justiça Federal do [[Paraná]], derivados da [[Operação Lava Jato|Lava Jato]]. A comissão não chegou a votar o relatório paralelo feito por partidos da oposição.<ref name="conclusao-CPMI">{{citar web|url=http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/479703-CPMI-DA-PETROBRAS-APROVA-RELATORIO-FINAL-DO-DEPUTADO-MARCO-MAIA.html|publicado=Câmara dos Deputados|acessodata=11 de março de 2016|título=CPMI da Petrobras aprova relatório final do deputado Marco Maia|data=18 de dezembro de 2014}}</ref>
Em 18 de dezembro de 2014, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras aprovou o novo relatório do deputado Marco Maia que pediu o indiciamento de 52 pessoas pelos crimes de participação em [[organização criminosa]], [[lavagem de dinheiro]] e [[corrupção passiva]], entre elas o ex-diretor da estatal [[Paulo Roberto Costa]]. Desse total, 23 já são réus em processos na Justiça Federal do [[Paraná]], derivados da [[Operação Lava Jato|Lava Jato]]. A comissão não chegou a votar o relatório paralelo feito por partidos da oposição.<ref name="conclusao-CPMI">{{citar web|url=http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/479703-CPMI-DA-PETROBRAS-APROVA-RELATORIO-FINAL-DO-DEPUTADO-MARCO-MAIA.html|publicado=Câmara dos Deputados|acessodata=11 de março de 2016|título=CPMI da Petrobras aprova relatório final do deputado Marco Maia|data=18 de dezembro de 2014}}</ref>


==CPI na Câmara==
== CPI na Câmara ==
===Composição===
=== Composição ===
[[File:Hugo Motta.jpg|thumb|Presidente da CPI da Petrobras na Câmara, deputado [[Hugo Motta]].]]
[[Imagem:Hugo Motta.jpg|thumb|Presidente da CPI da Petrobras na Câmara, deputado [[Hugo Motta]].]]
Presidente: [[Hugo Motta]] ([[PMDB]]-[[PB]])<ref name="membros">{{citar web|url=http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/parlamentar-de-inquerito/55a-legislatura/cpi-petrobras/conheca-a-comissao/membros-da-comissao|publicado=Câmara|acessodata=11 de março de 2016|título=Membros - Portal Câmara dos deputados}}</ref>
Integrantes da CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados:<ref name="membros">{{citar web|url=http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/parlamentar-de-inquerito/55a-legislatura/cpi-petrobras/conheca-a-comissao/membros-da-comissao|publicado=Câmara|acessodata=11 de março de 2016|título=Membros - Portal Câmara dos deputados}}</ref>
*Presidente: [[Hugo Motta]] (PMDB-PB)
*1º Vice-presidente: [[Antônio Imbassahy]] (PSDB-BA)
*2º Vice-presidente: [[Félix Mendonça Júnior]] (PDT-BA)
*3º Vice-presidente: [[Kaio Maniçoba]] (PHS-PE)
*Relator: [[Luiz Sérgio]] (PT-RJ)
*Sub-relator: [[Altineu Côrtes]] (PR-RJ)
*Sub-relator: [[Bruno Covas]] (PSDB-SP)
*Sub-relator: [[Arnaldo Faria de Sá]] (PTB-SP)
*Sub-relator: [[André Moura]] (PSC-SE)
*Sub-relator: [[Valmir Prascidelli]] (PT-SP)


=== Cronograma ===
1º Vice-presidente: [[Antônio Imbassahy]] ([[PSDB]]-[[BA]])<ref name="membros" />
Em 23 de fevereiro de 2015, o líder do PMDB na Câmara, deputado [[Leonardo Picciani]] (RJ), confirmou a indicação do deputado [[Hugo Motta]] (PMDB-PB) para ocupar a Presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Picciani disse ainda que Motta deveria conduzir com “vigor” as investigações sobre a corrupção nos contratos da petroleira. “Hugo Motta presidiu em 2014, com muita altivez e muita competência, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, o que o credencia para conduzir com muito vigor as investigações sobre os escândalos da Petrobras”, declarou.<ref>{{citar web|url=http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/482071-LIDER-DO-PMDB-CONFIRMA-HUGO-MOTTA-COMO-PRESIDENTE-DA-CPI-DA-PETROBRAS.html|título=Líder do PMDB confirma Hugo Motta como presidente da CPI da Petrobras|publicado=[[Câmara dos Deputados]]|acessodata=11 de março de 2016|data=23 de fevereiro de 2015}}</ref>


No início da sessão que instalou a CPI, o deputado [[Ivan Valente]] (PSOL-RJ) apresentou uma questão de ordem pedindo a destituição dos parlamentares que receberam doações de campanha de empreiteiras implicadas na Operação Lava Jato.<ref name="CPIpetro" />
2º Vice-presidente: [[Félix Mendonça Júnior]] ([[PDT]]-[[BA]])<ref name="membros" />


=== Desdobramentos ===
3º Vice-presidente: [[Kaio Maniçoba]] ([[PHS]]-[[PE]])<ref name="membros" />
[[Imagem:Paulo Roberto Costa-2015 05 05 1.jpg|thumb|[[Paulo Roberto Costa]] na CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados em 5 de maio de 2015.]]


Em 12 de março de 2015, o presidente da Câmara dos Deputados, [[Eduardo Cunha]] (PMDB-RJ), afirmou em depoimento à CPI da Petrobras que não possuía nenhuma conta bancária no exterior. A declaração foi dada meses antes de vir à tona investigação aberta pelo Ministério Público suíço, que apontou a existência de quatro contas<ref name="contacunha">{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,contas-bloqueadas-de-cunha-e-de-seus-familiares-na-suica-somam-quase-us-5-milhoes,1772690|publicado=[[Estadão]]|autor=Jamil Chade|acessodata=11 de março de 2016|data=1 de outubro de 2015|título=Contas bloqueadas de Cunha e de seus familiares somam quase US$ 5 milhões}}</ref> no nome dele no país europeu.<ref name="contasuiça">{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/10/cunha-negou-em-marco-cpi-da-petrobras-ter-contas-no-exterior.html|publicado=[[G1]]|acessodata=11 de março de 2016|data=1 de outubro de 2015|título=Cunha negou em março à CPI da Petrobras ter contas no exterior|autor=Fernanda Calgaro}}</ref> Na ocasião, o peemedebista foi questionado pelo deputado [[Delegado Waldir]] (PSDB-GO) sobre a existência de contas na [[Suíça]] ou em algum [[paraíso fiscal]]. Cunha negou: "Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu imposto de renda”, disse.<ref name="contasuiça" /> As contas foram posteriormente bloqueadas pela Suíça.<ref name="contacunha" />
Relator: [[Luiz Sérgio]] ([[Partido dos Trabalhadores|PT]]-[[RJ]])<ref name="membros" />


Em 24 de março de 2015, a CPI da Petrobras aprovou requerimento de convocação do ex-presidente da [[Gasene]] Antônio Carlos Pinto de Azeredo. A Gasene é uma empresa responsável pela construção de [[gasodutos]]. Azeredo exerceu o cargo entre 2005 e 2011.<ref>{{citar web|url=http://atarde.uol.com.br/politica/noticias/1669137-cpi-da-petrobras-aprova-requerimento-de-convocacao-do-ex-presidente-da-gasene|título=CPI da Petrobras aprova requerimento de convocação do ex-presidente da Gasene|autor=Daiene Cardoso e Daniel Carvalho|acessodata=11 de março de 2016|data=24 de março de 2015}}</ref> Antônio Carlos Azeredo era dono de um escritório de contabilidade contratado pela estatal e admitiu, em entrevista publicada pelo [[O Globo]] em 24 de dezembro, ter sido apenas um "preposto" da companhia no cargo de presidente da transportadora. Segundo ele, a função exercida foi "puramente simbólica", em que assinava contratos mediante autorização expressa da Petrobras.<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/brasil/cpi-da-petrobras-convoca-laranja-colocado-frente-das-obras-da-gasene-15690341|publicado=[[O Globo]]|acessodata=11 de março de 2016|data=26 de março de 2015|título=CPI da Petrobras convoca laranja colocado à frente das obras da Gasene|autor=Vinicius Sassine}}</ref>
Sub-relator: [[Altineu Côrtes]] ([[Partido da República|PR]]-[[RJ]])<ref name="membros" />


Em 19 de maio de 2015, uma comitiva da CPI da Petrobras tomou em [[Londres]] o depoimento de Jonathan David Taylor, ex-diretor da empresa holandesa [[SBM Offshore]], uma das fornecedoras da Petrobras. O ex-executivo da multinacional denunciou irregularidades em contratos assinados entre a companhia da [[Holanda]] e a estatal brasileira. Em entrevista publicada no jornal [[Folha de S.Paulo]], Taylor relatou ter enviado à [[Controladoria-Geral da União]] (CGU), em agosto de 2014, dossiê que comprovaria que a empresa da SBM pagou propina a funcionários da Petrobras para fechar contratos de aluguel de plataformas. Segundo ele, porém, a investigação só teria sido aberta após a reeleição de Dilma.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/2015/05/cpi-da-petrobras-ouve-ex-diretor-da-sbm-offshore-em-londres.html|publicado=[[G1]]|acessodata=11 de março de 2016|data=19 de maio de 2015|título=CPI da Petrobras ouve ex-diretor da SBM Offshore em Londres}}</ref>
Sub-relator: [[Bruno Covas]] ([[PSDB]]-[[SP]])<ref name="membros" />


Em junho de 2015, numa sessão tumultuada, a CPI aprovou 140 novos requerimentos, entre eles a convocação do presidente do [[Instituto Lula]], [[Paulo Okamotto]], quebras de sigilos e acareações. Exaltados, os petistas reclamaram que a ação foi orquestrada para expor o PT no dia da abertura de seu 5º Congresso.<ref name="requerimentos">{{citar web|url=http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/06/cpi-aprova-requerimento-de-convocacao-de-chefe-do-instituto-lula-para-depor-4779323.html|publicado=ZH Notícias|autor=Estadão conteúdo|acessodata=11 de março de 2016|título=CPI aprova requerimento de convocação de chefe do Instituto Lula para depor|data=11 de junho de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/490031-SOB-PROTESTOS,-CPI-DA-PETROBRAS-APROVA-EM-BLOCO-140-REQUERIMENTOS.html|publicado=Câmara|acessodata=11 de março de 2016|título=Sob protestos, CPI da Petrobras aprova em bloco 140 requerimentos|data=11 de junho de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2015/06/cpi-aprova-requerimento-de-convocacao-de-paulo-okamotto.html|publicado=[[Revista Época]]|acessodata=11 de março de 2016|título=CPI APROVA REQUERIMENTO DE CONVOCAÇÃO DE PAULO OKAMOTTO|data=11 de junho de 2015}}</ref> "Não pode transformar a CPI em tiro ao alvo ao PT", protestou [[Afonso Florence]]. Os tucanos acusaram o Partido dos Trabalhadores de impedir as investigações da CPI. "Bandidos do PT estão presos e eles não querem que sejam acareados?" provocou o líder do PSDB, [[Carlos Sampaio]]. "Hoje no PT tem bandidos de quinta categoria", continuou Sampaio.<ref name="requerimentos" />
Sub-relator: [[Arnaldo Faria de Sá]] ([[PTB]]-[[SP]])<ref name="membros" />


Em 27 de agosto de 2015, a CPI aprovou a convocação do ex-ministro [[José Dirceu]] e do ex-diretor da Petrobras [[Jorge Zelada]]. Os dois estavam presos no Paraná quando convocados.<ref name="dirceu">{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/08/cpi-da-petrobras-aprova-convocacao-do-ex-ministro-jose-dirceu.html|publicado=[[G1]]|acessodata=11 de março de 2016|data=27 de agosto de 2015|título=CPI da Petrobras aprova convocação de José Dirceu e Jorge Zelada}}</ref> Dirceu teve de prestar depoimento para esclarecer a suspeita de que recebeu propina de fornecedores da estatal do petróleo por meio de sua empresa, a [[JD Consultoria]]. O ex-chefe da Casa Civil, que está preso na Superintendência da [[Polícia Federal]] desde o início de agosto, será ouvido pelos deputados federais no dia 31, em [[Curitiba]], segundo o cronograma da CPI.<ref name="dirceu" />
Sub-relator: [[André Moura]] ([[PSC]]-[[SE]])<ref name="membros" />

Sub-relator: [[Valmir Prascidelli]] ([[Partido dos Trabalhadores|PT]]-[[SP]])<ref name="membros" />

===Cronograma===
Em 23 de fevereiro de 2015, o líder do [[PMDB]] na Câmara, deputado [[Leonardo Picciani]] (RJ), confirmou a indicação do deputado [[Hugo Motta]] ([[PMDB]]-[[PB]]) para ocupar a Presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Picciani disse ainda que Motta deve conduzir com “vigor” as investigações sobre a corrupção nos contratos da petroleira, alvo da [[Operação Lava Jato]]. “Hugo Motta presidiu em 2014, com muita altivez e muita competência, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, o que o credencia para conduzir com muito vigor as investigações sobre os escândalos da Petrobras”, declarou.<ref>{{citar web|url=http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/482071-LIDER-DO-PMDB-CONFIRMA-HUGO-MOTTA-COMO-PRESIDENTE-DA-CPI-DA-PETROBRAS.html|título=Líder do PMDB confirma Hugo Motta como presidente da CPI da Petrobras|publicado=[[Câmara dos Deputados]]|acessodata=11 de março de 2016|data=23 de fevereiro de 2015}}</ref>

No início da sessão que instalou a CPI, o deputado [[Ivan Valente]] apresentou uma questão de ordem pedindo a destituição dos parlamentares que receberam doações de campanha de empreiteiras implicadas na Operação Lava Jato.<ref name="CPIpetro" />

===Desdobramentos===
[[File:Paulo Roberto Costa-2015 05 05 1.jpg|thumb|[[Paulo Roberto Costa]] na CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados em 2015]]
Em 12 de março de 2015, o presidente da [[Câmara dos Deputados]], [[Eduardo Cunha]] ([[PMDB]]-[[RJ]]), afirmou em depoimento à CPI da Petrobras que não possuía nenhuma [[conta bancária]] no [[exterior]]. A declaração foi dada meses antes de vir à tona investigação aberta pelo Ministério Público suíço, que aponta a existência de quatro contas<ref name="contacunha">{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,contas-bloqueadas-de-cunha-e-de-seus-familiares-na-suica-somam-quase-us-5-milhoes,1772690|publicado=[[Estadão]]|autor=Jamil Chade|acessodata=11 de março de 2016|data=1 de outubro de 2015|título=Contas bloqueadas de Cunha e de seus familiares somam quase US$ 5 milhões}}</ref> no nome dele no país europeu.<ref name="contasuiça">{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/10/cunha-negou-em-marco-cpi-da-petrobras-ter-contas-no-exterior.html|publicado=[[G1]]|acessodata=11 de março de 2016|data=1 de outubro de 2015|título=Cunha negou em março à CPI da Petrobras ter contas no exterior|autor=Fernanda Calgaro}}</ref> Na ocasião, o peemedebista foi questionado pelo deputado [[Delegado Waldir]] ([[PSDB]]-[[GO]]) sobre a existência de contas na Suíça ou em algum paraíso fiscal. Cunha negou: "Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu imposto de renda”, disse.<ref name="contasuiça" /> As contas foram posteriormente bloqueadas pela [[Suíça]].<ref name="contacunha" />

Em 24 de março de 2015, a CPI da Petrobras aprovou [[requerimento]] de convocação do ex-presidente da [[Gasene]] Antônio Carlos Pinto de Azeredo. A Gasene é uma empresa responsável pela construção de [[gasodutos]]. Azeredo exerceu o cargo entre 2005 e 2011.<ref>{{citar web|url=http://atarde.uol.com.br/politica/noticias/1669137-cpi-da-petrobras-aprova-requerimento-de-convocacao-do-ex-presidente-da-gasene|título=CPI da Petrobras aprova requerimento de convocação do ex-presidente da Gasene|autor=Daiene Cardoso e Daniel Carvalho|acessodata=11 de março de 2016|data=24 de março de 2015}}</ref> Antônio Carlos Azeredo era dono de um escritório de contabilidade contratado pela estatal e admitiu, em entrevista publicada pelo [[O Globo]] em 24 de dezembro, ter sido apenas um "preposto" da companhia no cargo de presidente da transportadora. Segundo ele, a função exercida foi "puramente simbólica", em que assinava [[contratos]] mediante autorização expressa da Petrobras.<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/brasil/cpi-da-petrobras-convoca-laranja-colocado-frente-das-obras-da-gasene-15690341|publicado=[[O Globo]]|acessodata=11 de março de 2016|data=26 de março de 2015|título=CPI da Petrobras convoca laranja colocado à frente das obras da Gasene|autor=Vinicius Sassine}}</ref>

Em 19 de maio de 2015, uma comitiva da CPI da Petrobras tomou em [[Londres]] o depoimento de Jonathan David Taylor, ex-diretor da empresa holandesa [[SBM Offshore]], uma das fornecedoras da Petrobras. O ex-executivo da multinacional denunciou irregularidades em contratos assinados entre a companhia da [[Holanda]] e a estatal brasileira. Em entrevista publicada no jornal [[Folha de S.Paulo]], Taylor relatou ter enviado à [[Controladoria-Geral da União]] (CGU), em agosto de 2014, dossiê que comprovaria que a empresa da SBM pagou [[propina]] a funcionários da Petrobras para fechar contratos de aluguel de plataformas. Segundo ele, porém, a investigação só teria sido aberta após a [[reeleição]] de Dilma.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/2015/05/cpi-da-petrobras-ouve-ex-diretor-da-sbm-offshore-em-londres.html|publicado=[[G1]]|acessodata=11 de março de 2016|data=19 de maio de 2015|título=CPI da Petrobras ouve ex-diretor da SBM Offshore em Londres}}</ref>

Em junho de 2015, numa sessão tumultuada, a CPI aprovou 140 novos requerimentos, entre eles a convocação do presidente do [[Instituto Lula]], [[Paulo Okamotto]], quebras de sigilos e acareações. Exaltados, os petistas reclamaram que a ação foi orquestrada para expor o PT no dia da abertura de seu 5º Congresso.<ref name="requerimentos">{{citar web|url=http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/06/cpi-aprova-requerimento-de-convocacao-de-chefe-do-instituto-lula-para-depor-4779323.html|publicado=ZH Notícias|autor=Estadão conteúdo|acessodata=11 de março de 2016|título=CPI aprova requerimento de convocação de chefe do Instituto Lula para depor|data=11 de junho de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/490031-SOB-PROTESTOS,-CPI-DA-PETROBRAS-APROVA-EM-BLOCO-140-REQUERIMENTOS.html|publicado=Câmara|acessodata=11 de março de 2016|título=Sob protestos, CPI da Petrobras aprova em bloco 140 requerimentos|data=11 de junho de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2015/06/cpi-aprova-requerimento-de-convocacao-de-paulo-okamotto.html|publicado=[[Revista Época]]|acessodata=11 de março de 2016|título=CPI APROVA REQUERIMENTO DE CONVOCAÇÃO DE PAULO OKAMOTTO|data=11 de junho de 2015}}</ref>

"Não pode transformar a CPI em tiro ao alvo ao PT", protestou [[Afonso Florence|Florence]]. Os [[PSDB|tucanos]] acusaram o [[Partido dos Trabalhadores|PT]] de impedir as investigações da CPI. "Bandidos do PT estão presos e eles não querem que sejam acareados?" provocou o líder do PSDB, [[Carlos Sampaio]]. "Hoje no PT tem bandidos de quinta categoria", continuou Sampaio.<ref name="requerimentos" />

Em 27 de agosto de 2015, a CPI aprovou a convocação do ex-ministro [[José Dirceu]] e do ex-diretor da Petrobras [[Jorge Zelada]]. Os dois estavam presos no Paraná quando convocados.<ref name="dirceu">{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/08/cpi-da-petrobras-aprova-convocacao-do-ex-ministro-jose-dirceu.html|publicado=[[G1]]|acessodata=11 de março de 2016|data=27 de agosto de 2015|título=CPI da Petrobras aprova convocação de José Dirceu e Jorge Zelada}}</ref>
Dirceu terá de prestar depoimento para esclarecer a suspeita de que recebeu propina de fornecedores da estatal do petróleo por meio de sua empresa, a [[JD Consultoria]]. O ex-chefe da Casa Civil, que está preso na Superintendência da [[Polícia Federal]] desde o início de agosto, será ouvido pelos [[deputados federais]] no dia 31, em [[Curitiba]], segundo o cronograma da CPI.<ref name="dirceu" />


Em 1º de outubro de 2015, a CPI da Petrobras aprovou requerimento para convocar o presidente da Petrobrás, [[Aldemir Bendine]], para prestar esclarecimentos sobre a estatal à comissão.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/10/cpi-da-petrobras-aprova-convocacao-do-presidente-aldemir-bendine.html|publicado=[[G1]]|acessodata=11 de março de 2016|data=1 de outubro de 2015|título=CPI da Petrobras aprova convocação do presidente Aldemir Bendine}}</ref><ref>{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,cpi-da-petrobras-aprova-convocacao-de-bendine,1772752|publicado=[[Estadão]]|acessodata=11 de março de 2016|título=CPI da Petrobras aprova a convocação de Aldemir Bendine}}</ref><ref>{{citar web|url=http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2015-10/cpi-da-petrobras-aprova-convocacao-de-aldemir-bendine|publicado=[[EBC]] Agência Brasil|acessodata=11 de março de 2016|data=1 de outubro de 2015|autor=Carolina Gonçalves|título=CPI da Petrobras aprova convocação de Aldemir Bendine}}</ref>
Em 1º de outubro de 2015, a CPI da Petrobras aprovou requerimento para convocar o presidente da Petrobrás, [[Aldemir Bendine]], para prestar esclarecimentos sobre a estatal à comissão.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/10/cpi-da-petrobras-aprova-convocacao-do-presidente-aldemir-bendine.html|publicado=[[G1]]|acessodata=11 de março de 2016|data=1 de outubro de 2015|título=CPI da Petrobras aprova convocação do presidente Aldemir Bendine}}</ref><ref>{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,cpi-da-petrobras-aprova-convocacao-de-bendine,1772752|publicado=[[Estadão]]|acessodata=11 de março de 2016|título=CPI da Petrobras aprova a convocação de Aldemir Bendine}}</ref><ref>{{citar web|url=http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2015-10/cpi-da-petrobras-aprova-convocacao-de-aldemir-bendine|publicado=[[EBC]] Agência Brasil|acessodata=11 de março de 2016|data=1 de outubro de 2015|autor=Carolina Gonçalves|título=CPI da Petrobras aprova convocação de Aldemir Bendine}}</ref>


===Colaborações===
=== Colaborações ===
Na CPI da Petrobras praticamente todos os convocados permaneceram em silêncio, com raras exceções.<ref>{{citar web|url=http://www.jb.com.br/pais/noticias/2015/08/31/cinco-convocados-pela-cpi-da-petrobras-ficam-em-silencio/|publicado=Jornal do Brasil|acessodata=11 de março de 2016|título=Cinco convocados pela CPI da Petrobras ficam em silêncio|data=31 de agosto de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/08/ex-ministro-jose-dirceu-fica-em-silencio-na-cpi-da-petrobras.html|publicado=[[G1]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Ex-ministro José Dirceu fica em silêncio na CPI da Petrobras|autor=Rosanne D'Agostino|data=31 de agosto de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/495013-EMPRESARIO-ACUSADO-DE-CORRUPCAO-TAMBEM-FICA-EM-SILENCIO-NA-CPI-DA-PETROBRAS.html|título=Empresário acusado de corrupção também fica em silêncio na CPI da Petrobras|publicado=[[Câmara dos Deputados]]|acessodata=11 de março de 2016|data=31 de agosto de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/09/1682855-executivo-do-schahin-fica-em-silencio-na-cpi-da-petrobras.shtml|publicado=[[Folha de S.Paulo]]|autor=Gustavo Uribe|data=17 de setembro de 2015|título=Executivo do Schahin fica em silêncio na CPI da Petrobras}}</ref>
Na CPI da Petrobras praticamente todos os convocados permaneceram em silêncio, com raras exceções.<ref>{{citar web|url=http://www.jb.com.br/pais/noticias/2015/08/31/cinco-convocados-pela-cpi-da-petrobras-ficam-em-silencio/|publicado=Jornal do Brasil|acessodata=11 de março de 2016|título=Cinco convocados pela CPI da Petrobras ficam em silêncio|data=31 de agosto de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/08/ex-ministro-jose-dirceu-fica-em-silencio-na-cpi-da-petrobras.html|publicado=[[G1]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Ex-ministro José Dirceu fica em silêncio na CPI da Petrobras|autor=Rosanne D'Agostino|data=31 de agosto de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/495013-EMPRESARIO-ACUSADO-DE-CORRUPCAO-TAMBEM-FICA-EM-SILENCIO-NA-CPI-DA-PETROBRAS.html|título=Empresário acusado de corrupção também fica em silêncio na CPI da Petrobras|publicado=[[Câmara dos Deputados]]|acessodata=11 de março de 2016|data=31 de agosto de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/09/1682855-executivo-do-schahin-fica-em-silencio-na-cpi-da-petrobras.shtml|publicado=[[Folha de S.Paulo]]|autor=Gustavo Uribe|data=17 de setembro de 2015|título=Executivo do Schahin fica em silêncio na CPI da Petrobras}}</ref>
===Propina em 2009===
=== Propina em 2009 ===
Durante acareação, de 25 de agosto de 2015, na CPI da Petrobras, o doleiro [[Alberto Youssef]] e o ex-diretor da Petrobras [[Paulo Roberto Costa]] reafirmaram ter sido feito pagamento de R$ 10 milhões ao [[Sérgio Guerra]], do [[PSDB]], para evitar uma CPI no Congresso, em 2009.<ref name="sergioguerra">{{citar web|url=http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2015-08/youssef-e-costa-reafirmam-pagamento-de-r-10-milhoes-para-abafar-cpi|título=Youssef e Costa reafirmam pagamento de R$ 10 milhões para abafar CPI|autor=Luciano Nascimento|acessodata=11 de março de 2016|publicado=EBC Agência Brasil|data=25 de agosto de 2015}}</ref>
Durante acareação, de 25 de agosto de 2015, na CPI da Petrobras, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa reafirmaram ter sido feito pagamento de R$ 10 milhões a [[Sérgio Guerra]], do PSDB, para evitar uma CPI no Congresso, em 2009.<ref name="sergioguerra">{{citar web|url=http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2015-08/youssef-e-costa-reafirmam-pagamento-de-r-10-milhoes-para-abafar-cpi|título=Youssef e Costa reafirmam pagamento de R$ 10 milhões para abafar CPI|autor=Luciano Nascimento|acessodata=11 de março de 2016|publicado=EBC Agência Brasil|data=25 de agosto de 2015}}</ref>


Segundo os delatores, a propina foi paga para esvaziar uma comissão parlamentar criada para investigar a Petrobras. De acordo com Youssef o valor de R$ 10 milhões foi pago pela empreiteira [[Grupo Camargo Corrêa|Camargo Corrêa]] ao então presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, morto em 2014.<ref name="sergioguerra" /> Costa acrescentou que foi procurado por Sérgio Guerra e pelo deputado [[Eduardo da Fonte]] (PP-PE) para tratar do pagamento, que seria destinado a “abafar” a CPI.” Da minha parte, posso dizer que eles receberam”, disse Costa.<ref name="sergioguerra" />
Segundo os delatores, a propina foi paga para esvaziar uma comissão parlamentar criada para investigar a Petrobras. De acordo com Youssef o valor de R$ 10 milhões foi pago pela empreiteira [[Grupo Camargo Corrêa|Camargo Corrêa]] ao então presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, morto em 2014.<ref name="sergioguerra" /> Costa acrescentou que foi procurado por Sérgio Guerra e pelo deputado [[Eduardo da Fonte]] (PP-PE) para tratar do pagamento, que seria destinado a “abafar” a CPI.” Da minha parte, posso dizer que eles receberam”, disse Costa.<ref name="sergioguerra" />


[[File:RTEmagicC kodama.jpg|thumb|130px|[[Nelma Kodama]] em depoimento na CPI da Petrobras]]
[[Imagem:RTEmagicC kodama.jpg|thumb|130px|[[Nelma Kodama]] em depoimento na CPI da Petrobras.]]
===Fatos inusitados===
Em 12 de maio de 2015, a doleira [[Nelma Kodama]] condenada a 18 anos de [[prisão]] nos processos da [[Operação Lava Jato]], cantou trecho de uma música do cantor [[Roberto Carlos]] para explicar aos deputados da CPI como era sua relação com o doleiro [[Alberto Youssef]].


=== Fato inusitado ===
“Sob meu ponto de vista, eu vivi maritalmente com Alberto Youssef do ano de 2000 a 2009. [[Amante]] é uma palavra que engloba tudo, né? Amante é esposa, amante é amiga”, disse a doleira. “Tem até uma música do Roberto Carlos: a amada amante, a amada amante. Não é verdade? Quer coisa mais bonita que ser amante? Você ter uma amante que você pode contar com ela, ser amiga dela.”, Em seguida, a doleira cantarolou ‘Amada Amante’, sucesso do Rei da [[Jovem Guarda (álbum de Roberto Carlos)|Jovem Guarda]] em 1971.<ref>{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/na-cpi-doleira-canta-roberto-carlos-para-explicar-relacao-amorosa-com-youssef/|publicado=[[Estadão]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Na CPI, doleira canta Roberto Carlos para explicar relação amorosa com Youssef|autor=Redação|data=12 de maio de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/05/1627920-em-cpi-doleira-promete-delacao-canta-e-elogia-juiz-sergio-moro.shtml|publicado=[[Folha de S.Paulo]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Em CPI, doleira canta Roberto Carlos e elogia Sérgio Moro|autor=Lucas Laranjeira|autor=12 de maio de 2015}}</ref>
Em 12 de maio de 2015, a doleira [[Nelma Kodama]] condenada a dezoito anos de prisão nos processos da Operação Lava Jato, cantou trecho de uma música do cantor [[Roberto Carlos]] para explicar aos deputados da CPI como era sua relação com o doleiro Alberto Youssef.

“Sob meu ponto de vista, eu vivi maritalmente com Alberto Youssef do ano de 2000 a 2009. Amante é uma palavra que engloba tudo, né? Amante é esposa, amante é amiga”, disse a doleira. “Tem até uma música do Roberto Carlos: a amada amante, a amada amante. Não é verdade? Quer coisa mais bonita que ser amante? Você ter uma amante que você pode contar com ela, ser amiga dela.”, Em seguida, a doleira cantarolou ‘Amada Amante’.<ref>{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/na-cpi-doleira-canta-roberto-carlos-para-explicar-relacao-amorosa-com-youssef/|publicado=[[Estadão]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Na CPI, doleira canta Roberto Carlos para explicar relação amorosa com Youssef|autor=Redação|data=12 de maio de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/05/1627920-em-cpi-doleira-promete-delacao-canta-e-elogia-juiz-sergio-moro.shtml|publicado=[[Folha de S.Paulo]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Em CPI, doleira canta Roberto Carlos e elogia Sérgio Moro|autor=Lucas Laranjeira|autor=12 de maio de 2015}}</ref>


A doleira defendeu que os culpados fossem punidos: "Que essas brechas sejam localizadas. Que os verdadeiros culpados sejam culpados, que os inocentes sejam inocentados, e que realmente tudo isso possa mudar", afirmou.<ref name="elogio">{{citar web|url=http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/em-cpi-doleira-promete-dela%C3%A7%C3%A3o-canta-e-elogia-juiz-sergio-moro-1.1037554|publicado=[[O Tempo]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Em CPI, doleira promete delação, canta e elogia juiz Sergio Moro|data=12 de maio de 2015}}</ref>
A doleira defendeu que os culpados fossem punidos: "Que essas brechas sejam localizadas. Que os verdadeiros culpados sejam culpados, que os inocentes sejam inocentados, e que realmente tudo isso possa mudar", afirmou.<ref name="elogio">{{citar web|url=http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/em-cpi-doleira-promete-dela%C3%A7%C3%A3o-canta-e-elogia-juiz-sergio-moro-1.1037554|publicado=[[O Tempo]]|acessodata=11 de março de 2016|título=Em CPI, doleira promete delação, canta e elogia juiz Sergio Moro|data=12 de maio de 2015}}</ref>
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Nelma ainda usou seu depoimento para elogiar o juiz Sérgio Moro: "Eu admiro a atuação do juiz federal Sergio Moro, mesmo tendo sido sentenciada a uma pena pesada. Eu admiro. Eu acho que estão tentando virar [o jogo]", disse. "Se for necessário que haja recessão, que haja desemprego, que haja tudo isso, para acabar com essa corrupção, poxa vida! Vamos lá. Enquanto não cortarem o mal pela raiz, vai continuar."<ref name="elogio" />
Nelma ainda usou seu depoimento para elogiar o juiz Sérgio Moro: "Eu admiro a atuação do juiz federal Sergio Moro, mesmo tendo sido sentenciada a uma pena pesada. Eu admiro. Eu acho que estão tentando virar [o jogo]", disse. "Se for necessário que haja recessão, que haja desemprego, que haja tudo isso, para acabar com essa corrupção, poxa vida! Vamos lá. Enquanto não cortarem o mal pela raiz, vai continuar."<ref name="elogio" />


===Contratação da kroll===
=== Contratação da Kroll ===
A empresa norte-americana [[Kroll]] contratada pela Câmara para fornecer informações à CPI que "investigou" os desvios de recursos da Petrobras, apresentou apenas recortes de jornais, isto é, notícias já sabidas. A denúncia é da deputada [[Eliziane Gama]] (Rede-MA), que vai entrar com uma representação na [[Procuradoria-Geral da República]] para que a empresa faça o ressarcimento do dinheiro recebido para esta prestação de serviço.
A empresa norte-americana [[Kroll]] foi contratada pela Câmara para fornecer informações à CPI que "investigou" os desvios de recursos da Petrobras, apresentou apenas recortes de jornais, isto é, notícias já sabidas. A denúncia é da deputada [[Eliziane Gama]] (Rede-MA), que vai entrar com uma representação na [[Procuradoria-Geral da República]] para que a empresa faça o ressarcimento do dinheiro recebido para esta prestação de serviço.
Segundo a deputada, a comissão gastou R$ 1,1 milhão para contratar a Kroll, porém recebeu dela apenas “recortes de jornais” e um trabalho que mereceu apenas menção de duas páginas no relatório final. A empresa de consultoria foi contrata para identificar contas suspeitas e repasses ilegais ao exterior investigados na [[Operação Lava Jato]]. “Estamos entrando com uma representação na Procuradoria-Geral da República para pedir o ressarcimento desse valor, porque não podemos admitir que o dinheiro do poder público seja gasto da forma como foi”, disse.<ref name="kroll">{{citar web|url=http://www.maranhaohoje.com.br/politica/item/2201-contratada-para-assessorar-cpi-da-petrobras-kroll-apresentou-so-recortes-de-jornais/2201-contratada-para-assessorar-cpi-da-petrobras-kroll-apresentou-so-recortes-de-jornais|publicado=Maranhao hoje|data=23 de outubro de 2015|acessodata=11 de março de 2016|título=Contratada para assessorar CPI da Petrobras, Kroll apresentou apenas recortes de jornais}}</ref>
Segundo a deputada, a comissão gastou R$ 1,1 milhão para contratar a Kroll, porém recebeu dela apenas “recortes de jornais” e um trabalho que mereceu apenas menção de duas páginas no relatório final. A empresa de consultoria foi contrata para identificar contas suspeitas e repasses ilegais ao exterior investigados na Operação Lava Jato. “Estamos entrando com uma representação na Procuradoria-Geral da República para pedir o ressarcimento desse valor, porque não podemos admitir que o dinheiro do poder público seja gasto da forma como foi”, disse.<ref name="kroll">{{citar web|url=http://www.maranhaohoje.com.br/politica/item/2201-contratada-para-assessorar-cpi-da-petrobras-kroll-apresentou-so-recortes-de-jornais/2201-contratada-para-assessorar-cpi-da-petrobras-kroll-apresentou-so-recortes-de-jornais|publicado=Maranhao hoje|data=23 de outubro de 2015|acessodata=11 de março de 2016|título=Contratada para assessorar CPI da Petrobras, Kroll apresentou apenas recortes de jornais}}</ref>


Eliziane ainda alegou que: “A própria Kroll chegou a suspender esse contrato, sabe-se lá por quais razões. Eu, pelo menos, não fiquei nenhum um pouco convencida das razões que foram apresentadas para a suspensão”.
Eliziane ainda alegou que: “A própria Kroll chegou a suspender esse contrato, sabe-se lá por quais razões. Eu, pelo menos, não fiquei nenhum um pouco convencida das razões que foram apresentadas para a suspensão”.
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Eliziane cumprimentou o trabalho feito pelos sub-relatores, que na sua avaliação diminuíram os impactos no relatório final, mas criticou o relator da CPI [[Luiz Sérgio]] por não ter feito os indiciamentos e as recomendações necessárias. “Quero deixar aqui registrado o meu descontentamento e a minha frustração por todo o trabalho que foi feito. Nós poderíamos ter tido um relatório conclusivo. Fica o meu protesto contra esse relatório na CPI da Petrobras”, concluiu.<ref name="kroll" />
Eliziane cumprimentou o trabalho feito pelos sub-relatores, que na sua avaliação diminuíram os impactos no relatório final, mas criticou o relator da CPI [[Luiz Sérgio]] por não ter feito os indiciamentos e as recomendações necessárias. “Quero deixar aqui registrado o meu descontentamento e a minha frustração por todo o trabalho que foi feito. Nós poderíamos ter tido um relatório conclusivo. Fica o meu protesto contra esse relatório na CPI da Petrobras”, concluiu.<ref name="kroll" />


===Conclusão e críticas===
=== Conclusão e críticas ===
A CPI da Petrobras chegou ao fim depois de oito meses sem pedir indiciamento de políticos. Por 17 votos a 9, os deputados aprovaram o parecer do [[relator]], [[Luiz Sérgio]], do [[Partido dos Trabalhadores|PT]], que isenta políticos de participação nos desvios na Petrobras. O relator apenas sugeriu o indiciamento de 69 pessoas, como ex-diretores da Petrobras, ex-funcionários e operadores. O nome do ex-tesoureiro do PT [[João Vaccari Neto]], que está preso na Lava Jato, foi incluído de última hora por pressão de outros parlamentares.<ref name="pizza">{{citar web|url=http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/10/cpi-da-petrobras-chega-ao-fim-sem-pedir-indiciamento-de-politicos.html|publicado=[[G1]]|autor=[[Jornal Nacional]]|acessodata=11 de março de 2016|data=22 de outubro de 2015|título=CPI da Petrobras chega ao fim sem pedir indiciamento de políticos}}</ref><ref>{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/cpi-da-petrobras-chega-ao-fim-com-serie-de-constrangimentos-ao-congresso/|publicado=[[VEJA]]|acessodata=11 de março de 2016|data=22 de outubro de 2015|título=CPI da Petrobras chega ao fim com série de constrangimentos ao Congresso}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/10/cpi-da-petrobras-chega-ao-fim-sem-indiciar-politicos.html|publicado=G1|autor=Bom dia Brasil|acessodata=11 de março de 2016|data=20 de outubro de 2015|título=CPI da Petrobras chega ao fim sem indiciar políticos}}</ref>
A CPI da Petrobras chegou ao fim depois de oito meses sem pedir indiciamento de políticos. Por 17 votos a 9, os deputados aprovaram o parecer do relator, Luiz Sérgio, do PT, que isentou políticos de participação nos desvios na Petrobras. O relator apenas sugeriu o indiciamento de 69 pessoas, como ex-diretores da Petrobras, ex-funcionários e operadores. O nome do ex-tesoureiro do PT [[João Vaccari Neto]], que estava preso na Lava Jato, foi incluído de última hora por pressão de outros parlamentares.<ref name="pizza">{{citar web|url=http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/10/cpi-da-petrobras-chega-ao-fim-sem-pedir-indiciamento-de-politicos.html|publicado=[[G1]]|autor=[[Jornal Nacional]]|acessodata=11 de março de 2016|data=22 de outubro de 2015|título=CPI da Petrobras chega ao fim sem pedir indiciamento de políticos}}</ref><ref>{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/cpi-da-petrobras-chega-ao-fim-com-serie-de-constrangimentos-ao-congresso/|publicado=[[VEJA]]|acessodata=11 de março de 2016|data=22 de outubro de 2015|título=CPI da Petrobras chega ao fim com série de constrangimentos ao Congresso}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/10/cpi-da-petrobras-chega-ao-fim-sem-indiciar-politicos.html|publicado=G1|autor=Bom dia Brasil|acessodata=11 de março de 2016|data=20 de outubro de 2015|título=CPI da Petrobras chega ao fim sem indiciar políticos}}</ref>


{{quote2|“No Brasil inteiro você vai em qualquer roda, no comércio, enfim, estão lá as pessoas falando uma frase que já é célebre no Brasil: ‘CPI acaba em pizza’”|disse a deputada [[Eliziane Gama]] (Rede-MA)<ref name="pizza" />}}
{{quote2|“No Brasil inteiro você vai em qualquer roda, no comércio, enfim, estão lá as pessoas falando uma frase que já é célebre no Brasil: ‘CPI acaba em pizza’”|[[Eliziane Gama]] (Rede-MA), em 22 de outubro de 2015<ref name="pizza" />}}


{{quote2|“Nós tínhamos que cumprir a nossa tarefa, que nós não cumprimos, é que está dando todo desgaste que nós estamos assistindo, que é a percepção que passou para sociedade que isso aqui terminou em pizza”|afirmou o deputado Ivan Valente (PSOL–SP)<ref name="pizza" />}}
{{quote2|“Nós tínhamos que cumprir a nossa tarefa, que nós não cumprimos, é que está dando todo desgaste que nós estamos assistindo, que é a percepção que passou para sociedade que isso aqui terminou em pizza”|[[Ivan Valente]] (PSOL–SP), em 22 de outubro de 2015<ref name="pizza" />}}


==Ver também==
== Ver também ==
*[[Operação Lava Jato]]
*[[Operação Lava Jato]]
*[[Lista de pessoas envolvidas na Operação Lava Jato]]
*[[Lista de pessoas envolvidas na Operação Lava Jato]]
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{{Referências|col=2}}
{{Referências|col=2}}


==Ligações externas==
== Ligações externas ==
{{Commonscat|CPI da Petrobrás}}
*{{Link||2=http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/parlamentar-de-inquerito/55a-legislatura/cpi-petrobras/conheca-a-comissao/historico-de-reunioes|3=Histórico de reuniões}}
*{{Link||2=http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/parlamentar-de-inquerito/55a-legislatura/cpi-petrobras/conheca-a-comissao/historico-de-reunioes|3=Histórico de reuniões}}
*{{Link||2=http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/parlamentar-de-inquerito/55a-legislatura/cpi-petrobras/conheca-a-comissao/criacao-e-constituicao/ato-de-constituicao|3=Ato de Constituição}}
*{{Link||2=http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/parlamentar-de-inquerito/55a-legislatura/cpi-petrobras/conheca-a-comissao/criacao-e-constituicao/ato-de-constituicao|3=Ato de Constituição}}



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[[Categoria:CPI da Petrobras|CPI da Petrobras]]

Revisão das 14h23min de 12 de março de 2016

Sala de comissões do Senado Federal durante reunião da CPI Mista da Petrobras, em 29 de outubro de 2014.

CPI da Petrobras é uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada inicialmente em 2014 como comissão mista (CPMI), inicialmente no Senado do Brasil,[1] e posteriormente em fevereiro de 2015 na Câmara dos Deputados para investigar o escândalo da Petrobras,[2] relacionados a superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias no Brasil, à constituição de empresas subsidiárias e sociedades de propósito específico pela Petrobras com o fim de praticar atos ilícitos, ao superfaturamento e gestão temerária na construção e afretamento de navios de transporte, navios-plataforma e navios-sonda, a irregularidades na operação da companhia Sete Brasil e na venda de ativos da Petrobras na África.[3]

Antecedentes

Dilma contrária à CPI

Dilma Rousseff, então ministra em 2009, se opunha à criação da CPI.

Em 22 de maio de 2009, a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e pré-candidata à presidência, deu uma entrevista que foi gravada em vídeo contrária a instalação de uma CPI da Petrobras. “Eu acredito que a Petrobras é uma empresa tão importante do ponto de vista estratégico, no Brasil, mas também por ser a maior empresa, a maior empregadora, a maior contratadora de bens e serviços e a empresa que, hoje, vai ocupar cada vez mais, a partir do pré-sal, espaço muito grande, né? Ela é uma empresa que tem de ser preservada. Acho que você pode, todos os objetos, pelos menos os que eu vi da CPI, você pode investigar usando TCU (Tribunal de Contas da União) e o Ministério Público. Essa história de falar que a Petrobras é uma caixa-preta. Ela pode ter sido uma caixa-preta em 97, em 98, em 99, em 2000. A Petrobras de hoje é uma empresa com um nível de contabilidade dos mais apurados do mundo. Porque, caso contrário, os investidores não a procurariam como sendo um dos grandes objetos de investimento. Investidor não investe em caixa-preta desse tipo. Agora, é espantoso que se refiram dessa forma a uma empresa do porte da Petrobras. Ninguém vai e abre ação na Bolsa de Nova York e é fiscalizado pela Sarbanes-Oxley e aprovado sem ter um nível de controle bastante razoável”, afirmou Dilma em vídeo.[4][5][6]

Evitar a CPI

Um encontro entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma, em abril de 2014, foi discutido que o Palácio do Planalto deveria "fazer de tudo" para evitar a CPI, considerada por Lula uma arma perigosa contra Dilma, em razão da compra de Pasadena pela Petrobras, presidida o conselho na época por Dilma Rousseff.[7]

Mandado de segurança

A senadora Ana Rita Esgário (PT-ES) impetrou, no Supremo Tribunal Federal (STF), mandado de segurança em que pediu a suspensão da instalação da CPI com o objetivo de apurar denúncias de irregularidades na Petrobras. Segundo a senadora, a CPI se propunha a investigar fatos generalizados e desconexos, em afronta à Constituição Federal.[8]

Ao pedir liminarmente a suspensão da CPI, a senadora do Partido dos Trabalhadores alegou que sua instauração colocaria em risco a imagem e o funcionamento da estatal, dificultaria o exercício do direito de defesa e abriria margem para a exploração política do acontecimento, em razão de ser próximo a período eleitoral.[8]

CPMI no Senado

Composição

Integrantes da CPMI da Petrobras:[9]

Colaborações

Na CPMI da Petrobras, o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, foi um dos poucos que prestaram depoimentos dentre os que foram convocados pela CPMI. Em depoimentos na CPMI da Petrobras, Barusco afirmou que pagamento irregular era ‘endêmico’ e ‘institucionalizado’. Barusco disse ainda que, junto com seu antigo chefe, o ex-diretor de Serviços e Engenharia Renato de Souza Duque, recebeu pagamentos relativos a mais de sessenta contratos firmados pela estatal e que Duque ficava com a maior parte da propina. As declarações dele foram incluídas pela Polícia Federal nos relatórios finais dos inquéritos relativos às empreiteiras Engevix e UTC Engenharia e Constran.[10]

Fraude na CPMI

Jorge Zelada na CPI Mista da Petrobras em agosto de 2014.

Em agosto de 2014, reportagem publicada na revista Veja disse que a então presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, e ex-dirigentes da estatal ouvidos na CPI da Petrobras no Senado que investiga a estatal tiveram acesso prévio a perguntas - e respostas - que seriam feitas por parlamentares governistas durante as sessões. A revista informa que teve acesso a um vídeo de uma reunião em que o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, e um advogado da empresa, Bruno Ferreira, teriam tratado do assunto. De acordo com a revista, servidores da estatal redigiram respostas às perguntas que seriam feitas e repassaram o material a Foster, ao ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli e ao ex-diretor da Área Internacional Nestor Cerveró.[11]

Dilma, procurou se afastar do caso, dizendo se tratar de um assunto do Congresso. “Essa [denúncia] é uma questão que deve ser respondida pelo Congresso”, disse Dilma ao ser questionada pelos jornalistas que a acompanhavam.[12]

Conclusão e críticas

O relatório final da CPI mista de 10 de dezembro de 2014 teve quase mil páginas e nenhum pedido de indiciamento.[13][14] O relator, deputado Marco Maia, do PT, apenas recomendou o aprofundamento das investigações. O parecer aponta superfaturamento de US$ 4,2 bilhões nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.[15]

Nestor Cerveró após o término da CPMI.

Marco Maia não fez qualquer ligação das irregularidades com partidos políticos. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef contaram em depoimentos à Justiça que PT, PMDB e PP se beneficiaram do esquema de corrupção na empresa.[16]

O texto de Maia, produzidas após sete meses de investigação e 23 depoimentos, foi alterado em 17 de dezembro.[17] Em uma das mudanças, ele detalhou os pedidos de indiciamento e os crimes relacionados. Segundo Maia, quando o relatório inicial, apresentado em 10 dezembro, defendeu um pedido para o Ministério Público “aprofundar as investigações”, o significado real já era uma solicitação de indiciamento.[18] Os parlamentares da oposição criticaram o resultado final da comissão. Para o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), o texto aprovado é um relatório chapa branca. “Esse relatório chapa branca apresentado hoje e aprovado pela base do governo é um sinal de que não querem aprofundar qualquer tipo de investigação. O que eles querem é passar a mão na cabeça, blindar, jogar sujeira para baixo do tapete, lamentavelmente.”[18]

Para o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), a única certeza do resultado é a necessidade de haver uma nova CPMI na próxima legislatura, o que de fato ocorreu em fevereiro de 2015. “Precisamos de uma nova CPI, sem nenhuma dúvida, na expectativa de que o Parlamento se debruce para continuar as investigações.” Segundo ele, todo o acervo de informações da CPMI será transferido para a futura comissão ter “um patamar mínimo” para começar as investigações.[18]

Para o deputado do DEM, líder do partido, Mendonça Filho, “Essa foi uma das operações mais lesivas ao patrimônio público e à Petrobras, significando um prejuízo de mais de US$ 1 bilhão, o que é uma coisa absurda”.[16]

Em 18 de dezembro de 2014, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras aprovou o novo relatório do deputado Marco Maia que pediu o indiciamento de 52 pessoas pelos crimes de participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, entre elas o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. Desse total, 23 já são réus em processos na Justiça Federal do Paraná, derivados da Lava Jato. A comissão não chegou a votar o relatório paralelo feito por partidos da oposição.[18]

CPI na Câmara

Composição

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Presidente da CPI da Petrobras na Câmara, deputado Hugo Motta.

Integrantes da CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados:[19]

Cronograma

Em 23 de fevereiro de 2015, o líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), confirmou a indicação do deputado Hugo Motta (PMDB-PB) para ocupar a Presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Picciani disse ainda que Motta deveria conduzir com “vigor” as investigações sobre a corrupção nos contratos da petroleira. “Hugo Motta presidiu em 2014, com muita altivez e muita competência, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, o que o credencia para conduzir com muito vigor as investigações sobre os escândalos da Petrobras”, declarou.[20]

No início da sessão que instalou a CPI, o deputado Ivan Valente (PSOL-RJ) apresentou uma questão de ordem pedindo a destituição dos parlamentares que receberam doações de campanha de empreiteiras implicadas na Operação Lava Jato.[2]

Desdobramentos

Paulo Roberto Costa na CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados em 5 de maio de 2015.

Em 12 de março de 2015, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou em depoimento à CPI da Petrobras que não possuía nenhuma conta bancária no exterior. A declaração foi dada meses antes de vir à tona investigação aberta pelo Ministério Público suíço, que apontou a existência de quatro contas[21] no nome dele no país europeu.[22] Na ocasião, o peemedebista foi questionado pelo deputado Delegado Waldir (PSDB-GO) sobre a existência de contas na Suíça ou em algum paraíso fiscal. Cunha negou: "Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu imposto de renda”, disse.[22] As contas foram posteriormente bloqueadas pela Suíça.[21]

Em 24 de março de 2015, a CPI da Petrobras aprovou requerimento de convocação do ex-presidente da Gasene Antônio Carlos Pinto de Azeredo. A Gasene é uma empresa responsável pela construção de gasodutos. Azeredo exerceu o cargo entre 2005 e 2011.[23] Antônio Carlos Azeredo era dono de um escritório de contabilidade contratado pela estatal e admitiu, em entrevista publicada pelo O Globo em 24 de dezembro, ter sido apenas um "preposto" da companhia no cargo de presidente da transportadora. Segundo ele, a função exercida foi "puramente simbólica", em que assinava contratos mediante autorização expressa da Petrobras.[24]

Em 19 de maio de 2015, uma comitiva da CPI da Petrobras tomou em Londres o depoimento de Jonathan David Taylor, ex-diretor da empresa holandesa SBM Offshore, uma das fornecedoras da Petrobras. O ex-executivo da multinacional denunciou irregularidades em contratos assinados entre a companhia da Holanda e a estatal brasileira. Em entrevista publicada no jornal Folha de S.Paulo, Taylor relatou ter enviado à Controladoria-Geral da União (CGU), em agosto de 2014, dossiê que comprovaria que a empresa da SBM pagou propina a funcionários da Petrobras para fechar contratos de aluguel de plataformas. Segundo ele, porém, a investigação só teria sido aberta após a reeleição de Dilma.[25]

Em junho de 2015, numa sessão tumultuada, a CPI aprovou 140 novos requerimentos, entre eles a convocação do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, quebras de sigilos e acareações. Exaltados, os petistas reclamaram que a ação foi orquestrada para expor o PT no dia da abertura de seu 5º Congresso.[26][27][28] "Não pode transformar a CPI em tiro ao alvo ao PT", protestou Afonso Florence. Os tucanos acusaram o Partido dos Trabalhadores de impedir as investigações da CPI. "Bandidos do PT estão presos e eles não querem que sejam acareados?" provocou o líder do PSDB, Carlos Sampaio. "Hoje no PT tem bandidos de quinta categoria", continuou Sampaio.[26]

Em 27 de agosto de 2015, a CPI aprovou a convocação do ex-ministro José Dirceu e do ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada. Os dois estavam presos no Paraná quando convocados.[29] Dirceu teve de prestar depoimento para esclarecer a suspeita de que recebeu propina de fornecedores da estatal do petróleo por meio de sua empresa, a JD Consultoria. O ex-chefe da Casa Civil, que está preso na Superintendência da Polícia Federal desde o início de agosto, será ouvido pelos deputados federais no dia 31, em Curitiba, segundo o cronograma da CPI.[29]

Em 1º de outubro de 2015, a CPI da Petrobras aprovou requerimento para convocar o presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, para prestar esclarecimentos sobre a estatal à comissão.[30][31][32]

Colaborações

Na CPI da Petrobras praticamente todos os convocados permaneceram em silêncio, com raras exceções.[33][34][35][36]

Propina em 2009

Durante acareação, de 25 de agosto de 2015, na CPI da Petrobras, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa reafirmaram ter sido feito pagamento de R$ 10 milhões a Sérgio Guerra, do PSDB, para evitar uma CPI no Congresso, em 2009.[37]

Segundo os delatores, a propina foi paga para esvaziar uma comissão parlamentar criada para investigar a Petrobras. De acordo com Youssef o valor de R$ 10 milhões foi pago pela empreiteira Camargo Corrêa ao então presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, morto em 2014.[37] Costa acrescentou que foi procurado por Sérgio Guerra e pelo deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) para tratar do pagamento, que seria destinado a “abafar” a CPI.” Da minha parte, posso dizer que eles receberam”, disse Costa.[37]

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Nelma Kodama em depoimento na CPI da Petrobras.

Fato inusitado

Em 12 de maio de 2015, a doleira Nelma Kodama condenada a dezoito anos de prisão nos processos da Operação Lava Jato, cantou trecho de uma música do cantor Roberto Carlos para explicar aos deputados da CPI como era sua relação com o doleiro Alberto Youssef.

“Sob meu ponto de vista, eu vivi maritalmente com Alberto Youssef do ano de 2000 a 2009. Amante é uma palavra que engloba tudo, né? Amante é esposa, amante é amiga”, disse a doleira. “Tem até uma música do Roberto Carlos: a amada amante, a amada amante. Não é verdade? Quer coisa mais bonita que ser amante? Você ter uma amante que você pode contar com ela, ser amiga dela.”, Em seguida, a doleira cantarolou ‘Amada Amante’.[38][39]

A doleira defendeu que os culpados fossem punidos: "Que essas brechas sejam localizadas. Que os verdadeiros culpados sejam culpados, que os inocentes sejam inocentados, e que realmente tudo isso possa mudar", afirmou.[40]

Nelma ainda usou seu depoimento para elogiar o juiz Sérgio Moro: "Eu admiro a atuação do juiz federal Sergio Moro, mesmo tendo sido sentenciada a uma pena pesada. Eu admiro. Eu acho que estão tentando virar [o jogo]", disse. "Se for necessário que haja recessão, que haja desemprego, que haja tudo isso, para acabar com essa corrupção, poxa vida! Vamos lá. Enquanto não cortarem o mal pela raiz, vai continuar."[40]

Contratação da Kroll

A empresa norte-americana Kroll foi contratada pela Câmara para fornecer informações à CPI que "investigou" os desvios de recursos da Petrobras, apresentou apenas recortes de jornais, isto é, notícias já sabidas. A denúncia é da deputada Eliziane Gama (Rede-MA), que vai entrar com uma representação na Procuradoria-Geral da República para que a empresa faça o ressarcimento do dinheiro recebido para esta prestação de serviço. Segundo a deputada, a comissão gastou R$ 1,1 milhão para contratar a Kroll, porém recebeu dela apenas “recortes de jornais” e um trabalho que mereceu apenas menção de duas páginas no relatório final. A empresa de consultoria foi contrata para identificar contas suspeitas e repasses ilegais ao exterior investigados na Operação Lava Jato. “Estamos entrando com uma representação na Procuradoria-Geral da República para pedir o ressarcimento desse valor, porque não podemos admitir que o dinheiro do poder público seja gasto da forma como foi”, disse.[41]

Eliziane ainda alegou que: “A própria Kroll chegou a suspender esse contrato, sabe-se lá por quais razões. Eu, pelo menos, não fiquei nenhum um pouco convencida das razões que foram apresentadas para a suspensão”. Na avaliação da deputada maranhense, o relatório final da CPI não reflete o tamanho do escândalo de corrupção da Petrobras. A deputada acredita que houve blindagem a políticos na comissão.[41]

Eliziane cumprimentou o trabalho feito pelos sub-relatores, que na sua avaliação diminuíram os impactos no relatório final, mas criticou o relator da CPI Luiz Sérgio por não ter feito os indiciamentos e as recomendações necessárias. “Quero deixar aqui registrado o meu descontentamento e a minha frustração por todo o trabalho que foi feito. Nós poderíamos ter tido um relatório conclusivo. Fica o meu protesto contra esse relatório na CPI da Petrobras”, concluiu.[41]

Conclusão e críticas

A CPI da Petrobras chegou ao fim depois de oito meses sem pedir indiciamento de políticos. Por 17 votos a 9, os deputados aprovaram o parecer do relator, Luiz Sérgio, do PT, que isentou políticos de participação nos desvios na Petrobras. O relator apenas sugeriu o indiciamento de 69 pessoas, como ex-diretores da Petrobras, ex-funcionários e operadores. O nome do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que estava preso na Lava Jato, foi incluído de última hora por pressão de outros parlamentares.[42][43][44]

Ver também

Referências

  1. Priscilla Mendes (22 de maio de 2015). «Cerveró fala para três senadores em sessão esvaziada da CPI da Petrobras». G1. Consultado em 10 de março de 2016 
  2. a b Fernanda Calgaro (26 de fevereiro de 2015). «Câmara dos Deputados instala CPI para investigar a Petrobras». G1. Consultado em 11 de março de 2016 
  3. «DOCCPI 14/2015 CPIPETRO => RCP 3/2015». Câmara dos deputados. 4 de março de 2015. Consultado em 11 de março de 2016 
  4. Reinaldo Azevedo (6 de fevereiro de 2015). «Como Dilma ajudou a impedir que se investigasse a Petrobras e concorreu para o naufrágio da empresa; pior: ignorou crimes reais e apontou os que não existiam. Ou: O vídeo da impostura». VEJA. Consultado em 12 de março de 2016 
  5. Leonencio Nossa. «Dilma: se Petrobras já foi 'caixa-preta', foi no passado». Estadão. Consultado em 12 de março de 2016 
  6. Globo.com. «Dilma diz que Petrobras pode ter sido "caixa-preta" no passado». Gazeta do Povo. Consultado em 12 de março de 2016 
  7. Tânia Monteiro (4 de abril de 2014). «Lula se reúne com Dilma e diz que é preciso evitar CPI». Estadão. Consultado em 11 de março de 2016 
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  11. O Globo (2 de agosto de 2014). «Revista diz que dirigentes da Petrobras tiveram acesso prévio a perguntas de CPI». O Globo. Consultado em 11 de março de 2016 
  12. «Dilma tenta se afastar da denúncia de fraude na CPI da Petrobras». Gazeta do Povo. Consultado em 11 de março de 2016 
  13. «Relatório final da CPI mista da Petrobras tem quase mil páginas e nenhum indiciamento». Estadão. Consultado em 11 de março de 2016 
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  44. Bom dia Brasil (20 de outubro de 2015). «CPI da Petrobras chega ao fim sem indiciar políticos». G1. Consultado em 11 de março de 2016 

Ligações externas

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