Saltar para o conteúdo

Théophile Gautier

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Théophile Gautier
Théophile Gautier
Retrato de Théophile Gautier em 1856 por Félix Nadar
Nome completo Pierre Jules Théophile Gautier
Nascimento 31 de agosto de 1811
Tarbes
Morte 23 de outubro de 1872 (61 anos)
Paris
Nacionalidade francês
Ocupação escritor, poeta, jornalista e crítico literário
Movimento literário Romantismo, parnasianismo
Magnum opus Capitão Fracasse

Pierre Jules Théophile Gautier (francês: [pjɛʁ ʒyl teofil ɡotje]; Tarbes, 31 de agosto de 1811Paris, 23 de outubro de 1872) foi um escritor, poeta, jornalista e crítico literário francês.

Enquanto Gautier foi um ardente defensor do Romantismo, sua obra é difícil de classificar e continua a ser um ponto de referência para muitas tradições literárias posteriores, como parnasianismo, simbolismo, modernismo e decadentismo. Ele foi amplamente valorizado por escritores tão diversos como Balzac, Baudelaire, os irmãos Goncourt, Flaubert, Proust e Oscar Wilde.

Pierre Jules Théophile Gautier nasceu em 31 de agosto de 1811, em Tarbes. Ainda jovem, mudou-se para Paris com sua família.[1] Seu desejo inicial era dedicar-se à pintura mas, influenciado por Victor Hugo, passou a interessar-se pela literatura (especialmente a poesia romântica). Vestindo sempre um colete vermelho e calças verdes, tornou-se personagem conhecida antes mesmo de alcançar a fama como escritor.

Em 1830 publicou suas primeiras poesias, nas quais demonstra habilidade na descrição precisa e colorida de objetos e paisagens.[2]

No prefácio de Mademoiselle de Maupin, de 1835, Gautier afirma sua posição estética, seu culto da arte pela arte, seu desdém pela moral, sustentando a tese de que a arte e a moral nada têm em comum.

Aos poucos, afasta-se de seus amigos românticos. Nessa época, por necessidades econômicas, teve de sujeitar-se ao trabalho de crítico dramático, literário e artístico do La Presse e depois do Le Moniteur Universel.

Ao contrário de outros românticos, Gautier não se manifestou ativamente em política. Sua obra compreende coletâneas de poesias, entre as quais: Émaux et Camées, de 1852, obra que teve grande influência sobre Baudelaire, Banville e outros poetas parnasianos; romances como O Romance da Múmia, de 1858 e Capitão Fracasse, de 1863; diários de viagem e o poema L´Art, uma das obras mais importantes e características de Gautier, onde ele proclama o valor absoluto da profissão de artista, a necessidade — para o poeta — de aceitar as dificuldades da técnica, sugerindo a ideia do jogo sutil das imagens e a utilização delicada dos recursos de linguagem.

Faleceu aos 61 anos. Foi sepultado no Cemitério de Montmartre, em Paris.[3]

Sua produção estava, até meados do século XX, dispersa e havia naquela época a estimativa de que montava em mais de duzentos volumes, que o colocam dentre os mais produtivos e originais autores de seu tempo.[4]

Principais obras

[editar | editar código-fonte]
  • Poésies (1830)
  • Albertus ou L'Ame et le pêché (1833)
  • La Comédie de la mort (1838)
  • Espagna
  • Poésies complètes (1845)
  • Émaux et camées (1852)
  • Poésies de Théophile Gautier qui ne figureront pas dans ses œuvres (1873)

Balé e teatro

[editar | editar código-fonte]
  • Une larme du diable, suspense (1839)
  • Giselle, ou Les Wilis, balé (1841)
  • Un voyage en Espagne, vaudeville (1843)
  • La Péri, balé (1845)
  • Le tricorne enchanté (1845)
  • La Juive de Constantine (1846)
  • Regardez mais ne touchez pas (1847)
  • Le Selam (1850)
  • Paquerette, balé (1851)
  • Gemma, balé (1854)
  • Sacountala, balé (1858)
  • La Femme de Diomède (1860)

Narrativas de viagens

[editar | editar código-fonte]
  • Tra los montes
  • Le Voyage en Espagne (1843)
  • Zigzags (1845)
  • Caprices et zigzags (1852)
  • Italia (1852)
  • Constantinople (1853)
  • Quand on voyage (1865) (coletânea)
  • Loin de Paris (1865) (coletânea)
  • Voyage en Russie (1867)
  • L'Orient (1877)
  • Les Vacances du lundi (1884) (coletânea)

Críticas de arte e críticas literária

[editar | editar código-fonte]
  • Les Grotesque (1843)
  • Salon de 1847
  • Les Beaux-Arts en Europe (1855)
  • L'Art moderne (1856)
  • Histoire de l'art dramatique en France depuis vingt-cinq ans (1858)
  • Honoré de Balzac (1858)
  • Abécédaire du salon de 1861
  • [Rapport sur le progrès des Lettres (1868)
  • Histoire du Romantisme (1874)
  • Portraits contemporains (1874)
  • Portraits et souvenirs littéraires (1875)

Obras diversas

[editar | editar código-fonte]
  • De la Mode (1858)
  • Les Vosges (1860)
  • Dessins de Victor Hugo (1863)
  • Ménagerie intime (1869)
  • La nature chez elle (1870)
  • Tableaux de siège (1871)

Contos e novelas

[editar | editar código-fonte]

O autor escreveu uma trintena de contos e novelas, na grande maioria, seguindo a tradição do gênero Fantástico

  • Mademoiselle de Maupin Double amour (1835)
  • L'Eldorado
  • Fortunio (1837-1838)
  • Militona (1847)
  • Les Roués innocents (1847)
  • Jean et Jeannette (1848)
  • Les Deux étoiles (1848)
  • Partie carrée (1851)
  • La Belle Jenny (1865)
  • Arria Marcella, souvenir de Pompéi (1852)
  • Jettatura (1857)
  • Le Roman de la momie (1858)
  • Le Capitaine Fracasse (1863)
  • Spirite (1866)
  • Edwin Denby (1998). Dance Writings and Poetry (em inglês). New Harven: Yale University Press. ISBN 0-300-06985-5 
  • Théophile Gautier (em inglês). Boston: Twayne Publishers. 1975. ISBN 0-8057-6213-2 
  • Théophile Gautier (2008). Ivor Guest, ed. Gautier on Dance (em inglês). Londres: Dance Books. ISBN 0-903102-94-3 
  • Joanna Richardson (1958). Théophile Gautier: His Life and Times (em inglês). Londres: Max Reinhardt 
  • Phillip Ernest Tennant (1975). Théophile Gautier (em inglês). Londres: The Athalone Press. ISBN 0-485-12204-9 

Referências

  1. Christopher, John Murray (2013). Encyclopedia of the Romantic Era, 1760-1850 (em inglês). [S.l.]: Routledge. 1336 páginas. ISBN 1135455783. Consultado em 22 de outubro de 2013 
  2. Koestler, Kathleen. Théophile Gautier's España. Summa Publications, Inc., 2002. p. 13. ISBN 1883479371
  3. Théophile Gautier (em inglês) no Find a Grave[fonte confiável?]
  4. Edgar Cavalheiro in: Diaulas Riedel (1953). Maravilhas do Conto Francês. São Paulo: Cultrix. p. 129 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]