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Os fonemas usados no português do Brasil são, muitas vezes, diferentes dos usados no português europeu, ou seja, uma mesma palavra tem notação fonética diferente no Brasil da dos outros países lusófonos. Existem vários dialetos dentro do português brasileiro e o europeu, entretanto, dentro de cada padrão, esses dialetos compartilham as mesmas peculiaridades básicas do ponto de vista fonético. O português brasileiro utiliza 34 fonemas, sendo treze vogais, dezenove consoantes e duas semivogais.

Fonema * Características fonéticas Exemplos **
Vogais /a/ Aberta, central, oral, não arredondada. átomo, arte.
/ɐ/ Semiaberta (dialetalmente semifechada possível no Rio de Janeiro), central, oral (possivelmente nasal quando na sílaba tônica antes de consoante nasal), não arredondada. pano, ramo, lanho.
/ɐ̃/ Semiaberta, central, nasal, não arredondada. antes, amplo, maçã, âmbito, ânsia.
/ɛ/ Semiaberta, frontal, oral, não arredondada. métrica, peça.
/e/ Semifechada, frontal, oral, não arredondada medo, pêssego.
/ẽ/ Semifechada, frontal, nasal, não arredondada sempre, êmbolo, centro, concêntrico, têm, também.**
/ɔ/ semiaberta (dialetalmente aberta possível no Rio de Janeiro), posterior, oral, arredondada ótima, ova.
/o/ Semifechada, posterior, oral, arredondada rolha, avô.
/õ/ Semifechada, posterior, nasal, arredondada. ombro, ontem, cômputo, cônsul.
/i/ Fechada, frontal, oral, não arredondada item, silvícola.
/ĩ/ Fechada, frontal, nasal, não arredondada. simples, símbolo, tinta, síncrono.
/u/ Fechada, posterior, oral, arredondada uva, útero.
/ũ/ Fechada, posterior, nasal, arredondada. algum, plúmbeo, nunca, renúncia, muito.
Consoantes /m/ Nasal, sonora, bilabial marca.
/n/ Nasal, sonora, alveolar nervo.
/ɲ/ ~ /ȷ̃/ Nasal sonora palatal ou Aproximante palatal nasalizada (varia com o falante) arranhado.
/b/ Oral, oclusiva, bilabial, sonora barco.
/p/ Oral, oclusiva, bilabial, surda pato.
/d/ Oral, oclusiva, linguodental, sonora data.
/t/ Oral, oclusiva, linguodental, surda telha.
/g/ Oral, oclusiva, velar, sonora gato.
/k/ Oral, oclusiva, velar, surda carro, quanto.
/v/ Oral, fricativa, labiodental, sonora vento.
/f/ Oral, fricativa, labiodental, surda farelo.
/z/ Oral, fricativa, alveolar, sonora zero, casa, exalar.
/s/ Oral, fricativa, alveolar, surda seta, cebola, espesso, excesso, açúcar, auxílio, asceta.
/ʒ/ Oral, fricativa, pós-alveolar, sonora gelo, jarro.
/ʃ/ Oral, fricativa, pós-alveolar, surda xarope, chuva.
/ʁ/ Oral, vibrante, sonora, uvular. Inúmeros alófonos pelo território nacional, costuma ter esta exata pronúncia apenas em Santa Catarina, no Paraná, no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e na Zona da Mata Mineira como resultado da maior influência europeia na região. rato, carroça.
/ɾ/ Oral, vibrante, sonora, alveolar variação.
/ʎ/ Oral, lateral aproximante, sonora, palatal. Ausente no dialeto caipira e socioletos de baixo prestígio por todo o território nacional, possuindo como alófonos /j/ e /l/ em tais ambientes. cavalheiro.
/l/ Oral, lateral aproximante, sonora, alveolar luz.
Semivogais /j/ ~ /ȷ̃/ Oral, palatal, sonora uivo, mãe, área, têm, também, vivem.
/w/ ~ /w̃/ Oral, velar, sonora. Uso como /ɫ/ vocalizado possui como alófono /ɻ/ no dialeto caipira e /ɫ/ em certos regionalismos do dialeto gaúcho, como o original do português europeu. automático, móvel, pão, frequente, falam.

Comparação com português europeu[editar | editar código-fonte]

Alguns autores sugerem que o português do Brasil seguiu as características do português europeu do Centro-Sul.[1] No entanto, dados históricos provam que a grande maioria dos imigrantes portugueses que se instalaram no Brasil durante não só o período colonial mas também no período pós-colonial eram oriundos das regiões Norte/Nordeste do país, o que sugere que o português do Brasil poderá ter uma grande influência dos dialetos setentrionais de Portugal.[2]

Alguns aspectos conservadores e inovadores da fonética brasileira:

Aspectos conservadores[editar | editar código-fonte]

Na maior parte do Brasil, os -s e -z em final de palavra ou diante de consoante surda são realizados como [s] (como em "atrás" ou "uma vez") ou como [z] diante de consoante sonora ("desde"), em vez de [ʃ] e [ʒ] como em Portugal.

As vogais átonas permaneceram abertas, perpetuando "mais uma vez a pronúncia de Portugal antes das grandes mutações fonéticas do século XVIII".[3]

Por outro lado, certas inovações fonéticas ocorridas no português europeu no século XIX foram ignoradas no Brasil: manteve-se a pronúncia [ej] em ditongos como do "ei" em "primeiro", versus a pronúncia [ɐj]; a pronúncia do "e" tônico como [e], versus [ɐ], em palavras como "espelho" ou "vejo".[4]

Aspectos inovadores[editar | editar código-fonte]

Entre outros, assinalam-se os seguintes: Desaparição da oposição entre timbre aberto e fechado nas vogais tônicas a, e e o seguidas de consoante nasal (ex: "vênia" vs. "vénia", "Antônio" vs. "António"); O mesmo fenômeno ocorre nas vogais das sílabas pretônicas (ex: o primeiro "a" de cadeira, pronunciado /a/ no Brasil e /ɐ/ em Portugal); Vocalização do "l" velar, como em "animal", que em algumas regiões é pronunciado [ɐ̃niˈmaw].[5]

Os fenômenos fonológicos do PB que não ocorreram no PE ora são apresentados pelos tupinólogos como provas da influência tupi, ora pelos africanistas como influência das línguas dos escravos. Alguns autores, porém, contestam a tese de que esse tipo de influência tenha sido determinante, preferindo interpretar tais mudanças fonéticas como "desenvolvimento ou a realização de tendências latentes, embrionárias ou incipientes na língua-tronco",[6] porquanto tais fenômenos são encontrados em outras línguas neolatinas:

  • ensurdecimento e queda do r final: ocorre também em francês, provençal, catalão, andaluz, etc.;
  • ieísmo (e. g. *muier por mulher ou *trabaio por trabalho): no francês, em espanhol, no galego, em Portugal, em dialetos crioulos portugueses;
  • redução de nd a n nos gerúndios (e. g. *andano em vez de andando): efetuou-se no catalão antigo, aragonês, italiano centro-meridional;
  • alguns casos de epêntese (e. g., *fu por flor ou *quelaro por claro): aparece na evolução do latim nas diversas línguas românicas;
  • terminação verbal átona desnasalizada (e. g. *amaro por amaram): ocorre o mesmo em alguns falares do Norte de Portugal, como o do Baixo Minho;
  • queda ou vocalização do l final (e. g. *finaw em vez de final): possível de ouvir também em algumas zonas do Alto Minho, no Norte de Portugal, e da Madeira, em Portugal Insular.

Nota: o asterisco (*) marca as palavras ortograficamente incorretas

Nasalização[editar | editar código-fonte]

A nasalização é muito mais presente no português brasileiro que no europeu. Isso é especialmente perceptível em vogais antes de /n/ ou /m/ seguidos de vogal; no PB, são pronunciadas com tanta nasalização quanto as vogais foneticamente nasalizadas, enquanto no PE quase não têm nasalização. Pelo mesmo motivo, vogais abertas (que não ocorrem em nasalização no português em geral) não ocorrem antes de /n/ ou /m/ no PB, mas ocorrem no PE. Isso pode afetar a escrita das palavras, sendo a explicação para a maior parte das duplas grafias permitidas pelo Acordo Ortográfico, como harmónico [ɐɾˈmɔniku] e harmônico [aɦˈmõniku]. Um outro caso é a distinção que o PE faz entre falamos [fɐˈlɐmuʃ] e falámos [fɐˈlamuʃ], enquanto os brasileiros pronunciam os dois tempos verbais como [faˈlɐ̃mus].

De acordo com muitos historiadores, entre eles os célebres Teodoro Sampaio, Mário de Andrade e Roquette-Pinto, a nasalação da maior parte dos falares brasileiros é uma herança tipicamente indígena.[7] Que as línguas autóctones desta parte das Américas, especialmente o tupi-guarani, eram muito nasais, é indiscutível.[7]

No livro Aspectos da música brasileira, de Mário de Andrade, há a seguinte citação de Teodoro Sampaio:

(...) O vício da nasalação, herdado do índio, leva ainda hoje o brasileiro a fazer nasais sons que em vocábulos portugueses absolutamente não o são brasileira é um vício que os índios exclusivamente nos herdaram.

Uma exceção importante é a maior cidade do país, São Paulo, onde, supostamente pela influência da forte imigração italiana, a nasalização de vogais tônicas antes de consoante nasal não ocorre. Dessa forma, a palavra homens é pronunciada em São Paulo com um /o/ oral, não nasal, ao invés do /õ/ nasal ouvido em grande parte do Brasil. Isso é tornado especialmente relevante pela condição de São Paulo como grande centro da mídia brasileira, sede das principais emissoras de televisão (à exceção da Rede Globo), o que faz com que essa pronúncia não nasal seja ouvida em boa parte da programação nacional de televisão e rádio.

Um fenômeno relacionado ao já descrito é uma divergência de pronúncia da consoante representada por nh. No PE, a pronúncia é sempre [ɲ], mas, em boa parte do Brasil, é realizada como a semivogal nasalizada [j̃].[8] Exemplo: manhãzinha [mɐ̃j̃ɐ̃zĩj̃ɐ].

Redução de vogais[editar | editar código-fonte]

A redução de vogais é uma característica fonética notável da língua portuguesa, mas sua intensidade e frequência são variáveis entre a variante europeia e a brasileira.

De forma geral, os brasileiros pronunciam as vogais de forma mais aberta que os portugueses, mesmo quando estão reduzindo-as.[9] Nas sílabas seguintes à tônica, o PB geralmente pronuncia o O como [u], o A como [ɐ] e o E como [i]. Alguns dialetos do PB seguem esse padrão também nas vogais anteriores à sílaba tônica.

Em contraste, o PE pronuncia o A átono principalmente como [ɐ], elide (não pronuncia) algumas vogais átonas ou as reduz a uma vogal [ɨ] (um som que não existe no português do Brasil). Por exemplo, a palavra setembro é [seˈtẽbɾu]/[sɛˈtẽbɾʊ] no Brasil mas [s(ɨ)ˈtẽbɾu] em Portugal.

A principal diferença entre os dialetos internos do Brasil é a presença frequente ou não de vogais abertas em sílabas átonas. Em geral, os dialetos do Sul-Sudeste sempre pronunciam E e O átonos como [e] e [o], isso quando não são reduzidos a [i] e [u]. Nesse caso a pronúncia pode variar de palavra para palavra ou até de falante para falante. Em contraste, nos sotaques do Norte e Nordeste há muitas regras complexas, ainda não muito estudadas, que determinam a pronúncia aberta de E e O em posição átona em muitas palavras. Exemplo: “rebolar”, que se fala [heboˈla] no Sudeste e [hɛbɔˈla] no Nordeste.

Uma outra diferença perceptível, mesmo que pequena, entre os dialetos é a frequência de nasalização das vogais antes de M e N. No Norte-Nordeste, são nasalizadas quase sempre, enquanto no Sul-Sudeste podem permanecer não nasalizadas se forem átonas. Um exemplo famoso é a pronúncia de banana. No Nordeste se fala [bɐ̃ˈnɐ̃nɐ], enquanto no Sul a pronúncia é [baˈnɐ̃nɐ].

Palatalização de 'di' e ti'[editar | editar código-fonte]

Uma das tendências mais notáveis do PB moderno é a palatalização de /d/ e /t/ na maioria das regiões; esses sons são pronunciados como [dʒ] e [tʃ] (ou [dᶾ] e [tᶴ]), respectivamente, antes de /i/. A palavra presidente, por exemplo, se fala [pɾeziˈdẽtᶴi] nas regiões brasileiras em que esse fenómeno ocorre, mas [pɾɨziˈdẽt(ɨ)] em Portugal.

Essa pronúncia deve ter começado no Rio de Janeiro e ainda é frequentemente associada a essa cidade, mas atualmente é a norma em muitos outros estados e grandes cidades, como Belo Horizonte e Salvador. Recentemente, foi difundida para algumas regiões do estado de São Paulo (talvez pela imigração), onde é comum para a maioria dos falantes abaixo de 40 anos, em média. Sempre foi a norma na comunidade japonesa do Brasil, por ser também uma característica da língua japonesa. As regiões que ainda preservam o [ti] e o [di] não palatalizados se localizam principalmente no Nordeste e no Sul do país, por conta da influência maior do português europeu (no Nordeste) e do italiano e do espanhol (no caso do Sul).

Epêntese em encontros consonantais[editar | editar código-fonte]

O PB tende a desfazer encontros consonantais em que a primeira consoante não seja /r/, /l/, ou /s/ por meio da inserção da vogal epentética /i/, que também pode ser caracterizada, em certos contextos, como um xevá.[10]

Esse fenómeno acontece predominantemente em posição pretónica e com os encontros consonantais ks, ps, bj, dj, dv, kt, bt, ft, mn, tm e dm, isto é, encontros consonantais que não são comuns em português. Exemplo: "opção": [ɔpˈsɐ̃ʊ̃] > [ɔpiˈsɐ̃ʊ̃]).

No entanto, algumas regiões brasileiras (como Minas Gerais e partes do Nordeste) apresentam uma tendência oposta, de reduzir a vogal átona [i] em uma vogal muito fraca, o que faz com que partes ou destratar sejam frequentemente realizados como [pahts] e [dstɾaˈta]. Esse fenómeno pode ocorrer ainda mais intensamente em vogais átonas pós-tónicas (exceto as finais), causando a redução da palavra e a criação de encontros consonantais: prática > prát'ca; máquina > maq'na; abóbora > abobra; cócega > cosca).[11]

Supressão do R e vocalização do L[editar | editar código-fonte]

Na maioria das regiões do Brasil, [ʀ] (o som do dígrafo RR) é enfraquecido a [χ] ou [h], e o som representado pela letra R em fim de sílaba (qualquer que seja esse som no dialeto em questão), quando está no fim de verbos, costuma ser suprimido em contextos não formais. Assim, matar e correr são normalmente pronunciados como [maˈta] e [koˈhe]. Isto também é visto em PE, mas com menos frequência.[12]

Paralelamente, o som /l/ em fim de sílaba é pronunciado como [u̯] em quase todos os dialetos do país. Esses fenômenos, combinados com o fato de que /n/ e /m/ não ocorrem em fim de sílaba em português (sendo substituídos pela nasalização da vogal anterior), fazem com que o PB tenha uma fonologia que favorece fortemente sílabas abertas. Na quase totalidade do Brasil, a letra 'r' possui fonologia de [h], como exemplo a palavra "porta" fica pronunciada ['pohta]. Os únicos locais em que isso não ocorre é em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, talvez por conta da grande imigração portuguesa, italiana, alemã e eslava.

Dialetos do português brasileiro[editar | editar código-fonte]

A fala popular brasileira apresenta uma relativa unidade, apesar das dimensões continentais do Brasil. A comparação das variedades dialetais do português brasileiro com as do português europeu leva à conclusão de que aquelas representam em conjunto um sincretismo destas, já que quase todos os traços regionais ou do português padrão europeu que não aparecem na língua culta brasileira são encontrados em algum dialeto do Brasil.

Há pouca precisão na divisão dialetal brasileira. Alguns dialetos, como o dialeto caipira, já foram estudados, estabelecidos e reconhecidos por linguistas tais como Amadeu Amaral. Contudo, há poucos estudos a respeito da maioria dos demais dialetos, e atualmente aceita-se a classificação proposta pelo filólogo Antenor Nascentes. Em entrevista ao jornal da UNICAMP,[13] o linguista Ataliba Teixeira de Castilho diz que o padrão do português paulista espalhou-se pelo Brasil. "Se você olhar mapas que retratem os movimentos das bandeiras, das entradas e dos tropeiros, verá que os paulistas tomaram várias direções, para Minas e Goiás, para o Mato Grosso, para os estados do sul. Tudo isso integrava a Capitania de São Paulo. Na direção do Vale do Paraíba, eles levaram o português paulista até Macaé, no estado do Rio de Janeiro. Era paulista a língua que se falava no Rio de Janeiro. Isso mudou em 1808, quando a população do Rio era de 14 mil habitantes e D. João VI chegou com sua Corte, cerca de 16 mil portugueses. Não eram portugueses quaisquer. Eram portugueses da Corte. Seu prestígio fez com que imediatamente a língua local fosse alterada.

A primeira célula mais marcante do português brasileiro surgiu em Minas Gerais com a exploração de pedras preciosas, quando bandeirantes paulistas, escravos, índios e europeus criaram um jeito de pronunciar que se espalhou pelo país através do comércio e outras formas. Os principais dialetos do português brasileiro são:

Diversos linguistas têm estudado os vários dialetos do português brasileiro e verificam que os dialetos individuais se podem agrupar em grupos maiores e estes, por sua vez, em dois grandes grupos - o do norte e o do sul. Na Nova Gramática do Português Contemporâneo (1996) Celso Cunha e Lindley Cintra citam Antenor Nascentes sobre este assunto:

"De acordo com Antenor Nascentes é possível distinguir dois grupos de dialectos brasileiros – o do Norte e o do Sul -, tendo em conta dois traços fundamentais:

a) abertura das vogais pretônicas, nos dialectos do Norte, em palavras que não sejam diminutivos nem advérbios em mente: pègar por pegar, còrrer por correr;

b) o que ele chama um tanto impressionisticamente «cadência» da fala: fala «cantada» no Norte, fala «descansada» no Sul.

A fronteira entre os dois grupos de dialectos passa por «uma zona que ocupa uma posição mais ou menos equidistante dos extremos setentrional e meridional do país. Esta zona se estende, mais ou menos, da foz do rio Mucuri, entre Espírito Santo e Bahia, até à cidade de Mato Grosso, no Estado do mesmo nome.»"[25]

Assim, de acordo com as suas características (maior ou menor semelhança entre eles), os dialetos do português brasileiro acima mencionados podem ser agrupados do seguinte modo:

Grupos de Dialetos[19][26][27][28]

Dialeto padrão[editar | editar código-fonte]

A sede da Academia Brasileira de Letras no Rio de Janeiro.

Os dialetos das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro são os que têm maior exposição nacional, devido à condição de centro econômico e midiático das duas cidades. O dialeto paulistano é apontado como o mais prestigioso entre os brasileiros,[29] enquanto que o dialeto do Rio de Janeiro[30] é apontado com maior frequência como possível dialeto padrão brasileiro.[31] Desde a década de 1960, o dialeto usado como padrão na mídia é definido como sendo neutro, por carregar elementos comuns à maioria dos sotaques do Brasil.[17][18]

Referências

  1. Paul Teyssier, "História da Língua Portuguesa", Lisboa: Livraria Sá da Costa, p. 80.
  2. Florentino, Manolo, and Machado, Cacilda. Ensaio sobre a imigração portuguesa e os padrões de miscigenação no Brasil (séculos XIX e XX) - 2002 - Portugueses (PDF file)
  3. Paul Teyssier, "História da Língua Portuguesa", Lisboa: Livraria Sá da Costa, p. 81.
  4. Paul Teyssier, "História da Língua Portuguesa", Lisboa: Livraria Sá da Costa, pp. 80-81.
  5. Paul Teyssier, "História da Língua Portuguesa", Lisboa: Livraria Sá da Costa, pp. 81-83.
  6. MELO, Gladstone Chaves de. "A língua do Brasil". 4. Ed. Melhorada e aum., Rio de Janeiro: Padrão, 1981
  7. a b Mário de Andrade (2012). Aspectos da música brasileira – Volume 11 de Obras de Mário de Andrade. [S.l.]: Nova Fronteira. 196 páginas. ISBN 9788520931530 
  8. «Portuguese language, alphabet and pronunciation». omniglot.com. Consultado em 3 de abril de 2022 
  9. Abaurre, Maria Bernadete; Galves, Charlotte (1998). «As diferenças rítmicas entre o português europeu e o português brasileiro: uma abordagem otimalista e minimalista». DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada: 377–403. ISSN 0102-4450. doi:10.1590/S0102-44501998000200005. Consultado em 3 de abril de 2022 
  10. UFSC.br
  11. Ppglufpb.com.br
  12. Mira Mateus, Maria Helena; Rodrigues, Celeste (1991). «A vibrante em coda no Português Europeu» (PDF). Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Centro de Linguística da Universidade de Lisboa. Consultado em 13 de julho de 2016 
  13. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Entrevista Unicamp
  14. a b c d e f g h i j k l m n Zonas dialetais do português brasileiro. The Fools. 2022.
  15. «A linguagem: dialeto sertanezo» 
  16. «Sotaque branco». Meia Maratona Internacional CAIXA de Brasília. Consultado em 24 de setembro de 2012. Arquivado do original em 17 de maio de 2016 
  17. a b c Hamburger, Esther (23 de janeiro de 1995). «'Jornal Nacional' precisa se reinventar». Folha de S.Paulo. Consultado em 21 de junho de 2018. Cópia arquivada em 21 de junho de 2018 
  18. a b c DE SOUSA, Socorro Cláudia Tavares; DE ANDRADE, Rafaela Cristina Oliveira; DIONÍSIO, Cynthia Israelly Barbalho (2012). Sotaque do telejornalismo brasileiro: Uma questão de política semântica. João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba 
  19. a b «Diferentes "dialetos": as expressões regionais brasileiras». Portal Educar Brasil. Consultado em 3 de março de 2017 
  20. Professores lançam o Atlas Linguístico do Amapá nesta sexta-feira, dia 4. UFPA. 1 de agosto de 2017.
  21. Dialeto roraimense vai ganhar dicionário próprio com expressões típicas. Bom Dia Amazônia – RR. 5 de outubro de 2021.
  22. Karlberg, Luísa Galvão Lessa. Atlas etnolinguístico do Acre – ALAC: fronteiras léxicas. Rio Branco: Edufac, 2018.
  23. [1] - Seringueiros da Amazônia, Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de Geografia
  24. a b BRITO, Heloíde Lima de; SANTOS, Mayra Suany Ferreira dos. (et. all.). Os Dialetos Paraenses. I Colóquio de Letras da FPA: Do Dialeto à Literatura Paraense: Conhecendo o Universo Linguístico-Literário Regional. Capanema: Faculdade Pan-Americana, 2010.
  25. Cunha; Cintra, Celso; Lindley (1996). Nova Gramática do Português Contemporâneo 12.ª ed. Lisboa: Edições João Sá da Costa. p. 20-23. ISBN 972-9230-00-5 
  26. Cunha; Cintra, Celso; Lindley (1996). Nova Gramática do Português Contemporâneo 12ª ed. Lisboa: Edições João Sá da Costa. p. 20-23. ISBN 972-9230-00-5 
  27. «Zonas Dialecticais Brasileiras». CIn-UFPE. Consultado em 3 de março de 2017 
  28. ARAÚJO, Aluiza Alves de. Rev. de Letras - Vol. 30 - 1/4 - jan. 2010/dez. 2011 - Fortaleza, Universidade Federal do Ceará
  29. RAMOS, Jania M. (1997). «Avaliação de dialetos brasileiros: o sotaque» (PDF). Revista de Estudos da Linguagem. UFMG. p. 118. Consultado em 13 de fevereiro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 13 de fevereiro de 2013 
  30. A suposta supremacia da fala carioca: uma questão de norma
  31. «Cadernos do CNLF, Série IX, no 2 - Tomo I - Apresentação». www.filologia.org.br. Consultado em 3 de abril de 2022 


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