Che Guevara

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Ernesto Guevara

Che Guevara (fotografia de Alberto Korda intitulada Guerrilheiro Heroico)
Nome completo Ernesto Guevara de la Serna
Conhecido(a) por Che Guevara
Nascimento 14 de junho de 1928[1]
Rosário, Província de Santa Fé, Argentina Argentina
Morte 9 de outubro de 1967 (39 anos)
La Higuera, Bolívia Bolívia
Ocupação Médico, fotógrafo, guerrilheiro, político, jornalista, escritor
Assinatura

Ernesto Guevara de la Serna, conhecido como "Che" Guevara (Rosário, 14 de junho de 1928[1]La Higuera, 9 de outubro de 1967)[nota 1], foi um guerrilheiro, político, jornalista, escritor e médico argentino-cubano[3].

Guevara foi um dos ideólogos e comandantes que lideraram a Revolução Cubana (1953-1959) que levou a um novo regime político em Cuba. Ele participou desde então, até 1965, da reorganização do Estado cubano, desempenhando vários altos cargos da sua administração e de seu governo, principalmente na área econômica, como presidente do Banco Nacional e como Ministro da Indústria, e também na área diplomática, encarregado de várias missões internacionais.

Convencido da necessidade de estender a luta armada revolucionária a todo o Terceiro Mundo, Che Guevara impulsionou a instalação de grupos guerrilheiros em vários países da América Latina. Entre 1965 e 1967, lutou no Congo e na Bolívia, onde foi capturado e assassinado de maneira clandestina e sumária pelo exército boliviano, em colaboração com a CIA, em 9 de outubro de 1967.

A sua figura desperta grandes paixões, a favor e contra, na opinião pública, e converteu-se em um símbolo de importância mundial. Foi considerado pela revista norte-americana Time uma das cem personalidades mais importantes do século XX.[4] Para muitos dos seus partidários, representa a rebeldia, a luta contra a injustiça social e o espírito incorruptível. Em contrapartida, muitos dos seus opositores o consideram um criminoso, responsável por assassinatos em massa, e acusam-no de má gestão como ministro da Indústria.

Seu retrato fotográfico, obra de Alberto Korda, é uma das imagens mais reproduzidas do mundo e um dos ícones do movimento contracultural. Tanto a fotografia original como suas variantes, algumas apenas com o contorno do seu rosto, têm sido intensamente reproduzidas, para uso simbólico, artístico ou publicitário.

Biografia

O pequeno Ernesto, em 1929.

Muitas biografias dizem que Ernesto Che Guevara de la Serna nasceu no dia 14 de junho de 1928, mas segundo outras fontes, nasceu no dia 14 de maio de 1928, exatamente um mês antes[1].

Era o mais velho dos cinco filhos de Ernesto Guevara y Lynch (1901–1997) e de Celia de la Serna y Llosa (1906–1965), ambos pertencentes a famílias da classe alta argentina. Um bisavô paterno, Patricio Julián Lynch y Roo (1789 - 1881), grande estancieiro e armador, foi considerado, em seu tempo, como um dos homens mais ricos da América do Sul.[5]

Seus pais alternavam a sua residência da capital de Buenos Aires com a de Caraguatay, na província de Misiones, separados por 1.800 km de hidrovia, onde as plantações de erva mate estavam em sua propriedade. É a partir daqui que se aproxima o momento do nascimento, os pais de Ernesto decidiram voltar a Buenos Aires para que foi devidamente testemunhado, utilizando linhas de navegação que operam no rio Paraná. No entanto, a entrega foi em frente e tiveram que descer no porto de Rosário, onde, no Hospital Centenário, Che Guevara nasceu[6].

O filho foi registrado no dia seguinte com o nome de Ernesto Guevara de la Serna e depois que a mãe recebeu alta, se hospedaram por alguns dias em um apartamento, até que ambos fossem capazes de continuar a viagem para Buenos Aires.

Nos Primeiros anos de Ernesto, ele ia viajando entre as casas que seus pais tinham em Buenos Aires e Caraguatay, indo e vindo em barcos a vapor do rio Paraná, conforme as necessidades de produção de erva-mate e do clima. Ernesto foi apelidado pelos seus pais de Ernestito, para diferenciá-lo do pai, depois de Tete, pelo qual foi apelidado e indistintamente chamado pela sua família e pelos seus amigos de infância.

Em Buenos Aires, moraram em áreas nobres e de alto padrão, primeiro no bairro de Palermo (Santa Fe e Guise), em seguida, na cidade de San Isidro (Calle Alem) e, finalmente, no bairro da Recoleta (Sanchez de Bustamante 2286). Vivendo em San Isidro, com dois anos de idade teve o primeiro ataque de asma, uma doença que iria sofrer por toda sua vida e que iria levar a família para ir a Córdoba. O pai sempre culparia a mãe pela asma de Ernesto, atribuindo isso à bronquite agravada pela falta de atenção para com este em uma manhã fria enquanto nadava no aristocrático Clube Náutico San Isidro![7]

Em Caraguatay, os pais de Ernesto contrataram uma babá para seu filho, Carmen Arias, uma galega que viveria com a família até 1937 e que foi quem lhe deu o apelido de Tete. Da erva dos pais de Ernesto e da estância em Misiones, adquiriu um gosto para mate, que foi sua paixão em toda a sua vida.[8]

Devido à gravidade e persistência da asma afetando Ernesto, a família tentou achar um lugar com um clima mais adequado. Seguindo as recomendações dos médicos, decidiu se mudar para a província de Córdoba, um destino clássico na época para as pessoas com problemas respiratórios, devido às condições meteorológicas e as altitudes mais elevadas. Após passar um tempo na cidade de Córdoba, capital da província, a família estabeleceu-se em Alta Gracia.

Em 1944, os empreendimentos da família de Che vão mal e Ernesto emprega-se como funcionário da Câmara de uma vila, nos arredores de Córdoba, para ajudar as finanças em casa, sem deixar, contudo, de estudar. Em 1946, terminou o liceu. Os Guevara mudaram-se para Buenos Aires e Ernesto ingressou na universidade, estudando medicina. Na capital, Ernesto empregou-se outra vez como funcionário municipal e mais tarde numa tipografia, continuando, não obstante, o curso de medicina.[9]

Che em 1945, com dezessete anos.

Em 1951, seis meses antes de se formar em Medicina, decide iniciar, com Alberto Granado, uma grande viagem pelo continente, de Buenos Aires a Caracas, na velha motocicleta do companheiro, uma Norton 500 cc, fabricada em 1939 e apelidada de La Poderosa II.[10]

Fez uma viagem, começada de moto e terminada a pé, pelas províncias argentinas de Tucumán, Mendoza, Salta, Jujuy e La Rioja, na qual percorreu diversos resorts Andinos. Nessa viagem, Guevara começa a ver a América Latina como se fosse uma única entidade económica e cultural. Visita minas de cobre, povoações indígenas e leprosarias. De volta à Argentina em 1953 acaba os estudos de Medicina e passa a dedicar-se à política.

Ficheiro:CheG1951.jpg
Ernesto Guevara, em 1951, seis meses antes de sua viagem pelo continente.

Em 1953, Guevara atuou como repórter fotográfico cobrindo os Jogos Pan-Americanos do México, por uma agência de notícias argentina. Ainda em julho de 1953, inicia sua segunda viagem pela América Latina. Nessa oportunidade visita Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, El Salvador e Guatemala.

Diante da miséria que presenciou em suas viagens, Ernesto Guevara concluiu que a única maneira de acabar com a desigualdade social era promovendo o comunismo. [11]

Em sua passagem pela Guatemala, onde chegou em dezembro de 1953, Che presencia a luta do recém-eleito presidente Jacob Arbenz Guzmán, que liderava um governo socialista, na tentativa de realizar reformas de base e eliminar o latifúndio.

O governo americano se opunha a Arbenz e, através da CIA, coordenou várias ações, incluindo o apoio a grupos paramilitares, contra o então governo socialista da Guatemala. As experiências na Guatemala são importantes na construção de sua consciência política. Lá, Che Guevara autodefine-se um revolucionário e posiciona-se contra o suposto imperialismo americano.

Nesse meio tempo, Che conhece Hilda Gadea, com quem se casa e de cuja união nasce sua primeira filha, Hildita.

Em 1954, no México através de Ñico López, um amigo de guerrilha na Guatemala, ele conhece Raúl Castro que logo o apresentaria a seu irmão mais velho, Fidel Castro. Esse organiza e lidera o movimento guerrilheiro 26 de Julho, ou M26, em referência ao assalto ao Quartel Moncada, onde em 26 de julho de 1953, Fidel Castro liderou um ataque militar na qual tentava tomar a principal prisão de presos políticos em Santiago. Guevara faz parte dos 72 homens que partem para Cuba em 1956 com Fidel Castro e dos quais só 12 sobreviveriam. É durante esse ataque que Che larga a maleta médica por uma caixa de munição de um companheiro abatido, um momento que tempos depois ele iria definir como o marco divisor na sua transição de doutor a revolucionário. Em seguida eles se instalam nas montanhas da Sierra Maestra de onde iniciam o golpe contra o presidente cubano Fulgencio Batista, que era apoiado pelos Estados Unidos.

Che em 1958

Os rebeldes lentamente se fortalecem, aumentando seu armamento e angariando apoio e o recrutamento de muitos camponeses, intelectuais e trabalhadores urbanos. Guevara toma a responsabilidade de médico revolucionário, mas, em pouco tempo, foi se tornando naturalmente líder e seguido pelos rebeldes.

Após a vitória da guerrilha em 1959, Batista exila-se em São Domingos e instaura-se um novo regime em Cuba, de orientação socialista. Mas teria sido a hostilidade dos Estados Unidos que levou Fidel Castro ao seu alinhamento com a URSS. "Eu tinha a maior vontade de entender-me com os Estados Unidos. Até fui lá, falei, expliquei nossos objetivos. (…) Mas os bombardeios, por aviões americanos, de nossas fazendas açucareiras, das nossas cidades; as ameaças de invasão por tropas mercenárias e a ameaça de sanções econômicas constituem agressões à nossa soberania nacional, ao nosso povo".)[nota 2]

Governo cubano

Che Guevara em Moscovo

Guevara, então braço direito de Fidel, torna-se um dos principais dirigentes do novo estado cubano: Embaixador, Presidente do Banco Nacional, Ministro da Indústria.

Che esteve oficialmente no Brasil em agosto de 1961, quando foi condecorado pelo então presidente, Jânio Quadros, com a Grã Cruz da ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.[12] A outorga dessa condecoração foi o desfecho de uma articulação diplomática, iniciada pelo Núncio apostólico no Brasil, monsenhor Armando Lombardi, seguindo as instruções da Santa Sé, solicitando a ajuda do governo do Brasil para fazer cessar a perseguição movida contra a Igreja Católica em Cuba. Jânio Quadros solicitou a mediação de Che junto a Fidel. Guevara atendeu ao pedido de Jânio e concordou em ser o intermediário do apelo do Vaticano junto ao governo cubano.[13]

Meses antes alertara Fidel da existência da "operação Magusto", a invasão da Baía dos Porcos tentada por 1.297 anticastristas exilados, oriundos do governo de Fulgêncio Batista. A "operação Magusto" foi uma operação militar planejada pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), autorizada pelo presidente John Kennedy, que ocorreu em 17 de abril de 1961 e foi derrotada três dias depois. Em 1° de maio (ou 16 de abril, segundo outras fontes) Fidel Castro declarou que Cuba se tornaria um país socialista, e buscou apoio militar de Moscovo para se defender das tentativas de invasões americanas e de ameaças representadas por planos dos militares norte-americanos, do tipo da "Operação Mongoose", autorizada em 4 de novembro de 1961 por Kennedy,[14] ou da "Operação Northwoods" de 1962.[15][16][17] Em 1° de dezembro de 1961 Fidel Castro declarou que a revolução cubana se tornara marxista-leninista.[18]

Em 8 de agosto de 1961, Che discursou numa reunião da OEA em Punta del Este. Em 1964 Ernesto Che Guevara representou oficialmente Cuba nas Nações Unidas, tendo pronunciado um discurso em francês por ocasião da sua 19ª Assembleia Geral, em 11 de dezembro de 1964.[19] Participou do Seminário Econômico de Solidariedade Afro-asiática entre 22 e 27 de fevereiro de 1965 em Alger, quando criticou publicamente, pela primeira vez, a política externa da União Soviética. Nesse mesmo ano, Guevara, deixa Cuba para propagar os ideais da revolução cubana pelo mundo com ajuda de voluntários de vários países latino americanos, contra os conselhos dos soviéticos mas com o apoio de Fidel Castro. Em 4 de outubro de 1965 Fidel Castro anunciou que Ernesto Che Guevara deixara a ilha para lutar contra o denominado "imperialismo".

Retorno à guerrilha e morte

Ele parte primeiramente para o Congo com um grupo de 100 cubanos "internacionalistas", tendo chegado em abril de 1965. Comandante supremo da operação, atuou com o codinome Tatu (do suaíle), e encontrou-se com Kabila. Por seu total desconhecimento da região, dos seus costumes, das suas crenças religiosas, das relações intertribais e da psicologia de seus habitantes, o "delírio africano" de Che resultou numa total decepção. Em seguida parte para a Bolívia onde tenta estabelecer uma base guerrilheira para lutar pela unificação dos países da América Latina e de onde pretendia invadir a Argentina. Enfrenta dificuldades com o terreno desconhecido, não recebe o apoio do partido comunista boliviano e não consegue conquistar a confiança dos poucos camponeses que moravam na região que escolheu para suas operações, quase desabitada. Nem Che nem nenhum de seus companheiros falavam a língua indígena local. É cercado e capturado em 8 de outubro de 1967 e morto no dia seguinte pelo soldado boliviano Mario Terán, a mando do Coronel Zenteno Anaya e também do vice-presidente René Barrientos, na aldeia de La Higuera. Os boatos que cercaram a execução de Che Guevara levantaram dúvidas sobre a identidade real do guerrilheiro,[20] que se utilizou de uma miríade de documentos falsos, de vários países, para entrar e viver na Bolívia. A pedido de Juan Coronel Quiroga, amigo pessoal do então ministro da defesa da Bolívia, as mãos de Ernesto Che Guevara foram cortadas, mantidas em formol e entregues a ele. Segundo ele, «Por anos guardei as mãos de Che Guevara debaixo de minha cama, em um grande pote de vidro.»[21]

Em 1997 seus restos mortais foram encontrados por pesquisadores numa vala comum, junto a outras ossadas, na cidade de Vallegrande, a cerca de 50 km de onde ocorreu a sua morte. Sua ossada estava sem as mãos, que foram amputadas logo após a sua morte.[21] Seus restos mortais foram transferidos para Cuba, onde, em 17 de outubro do mesmo ano, foram sepultados com honras de Chefe de Estado, na presença de membros da sua família e do líder cubano e antigo companheiro de revolução Fidel Castro. Seu corpo encontra-se no Mausoléu Guevara, em Santa Clara, província de Villa Clara.[22]

Guevara em selo postal da Federação Russa de 2009, em comemoração aos 50 anos da Revolução Cubana.

Execução de Eutimio Guerra

Em 17 de fevereiro de 1957, Che executou de maneira sumária o camponês Eutimio Guerra, considerado o primeiro traidor do grupo guerrilheiro em Sierra Maestra:

“Era uma situação incômoda para as pessoas e para [Eutimio], de modo que acabei com o problema dando-lhe um tiro com uma pistola calibre 32 no lado direito do crânio, com o orifício de saída no lobo temporal direito. Ele arquejou um pouco e estava morto. Ao tratar de retirar seus pertences, não consegui soltar o relógio, que estava preso ao cinto por uma corrente e então ele me disse, numa voz firme, destituída de medo: ‘Arranque-a fora, garoto, que diferença faz...’. Assim fiz e seus bens agora me pertenciam.”[23][24]

No entanto, a narrativa do episódio pelo próprio Che Guevara no capítulo "Morte de um Traidor" de sua obra Reminiscências da Guerra Revolucionária de Cuba, diverge desta versão. No diário, o revolucionário argentino-cubano afirma:[25]

Fomos avisados, entretanto, a redobrar a guarda quando Eutimio estivesse na área; Almeida recebeu a ordem de encontrá-lo e levá-lo preso. Julito Díaz, Ciro Frías, Camilo Cienfuegos e Efigenio Ameijeiras também estavam na patrulha. Foi Ciro Frías que prendeu Eutimio facilmente, e ele foi trazido para os revolucionários. Junto a ele foi encontrada uma pistola .45, três granadas e um salvo conduto de Casillas. Uma vez capturado com esta evidência incriminadora, ele não tinha como negar. (...)

O momento era extremamente tenso. Fidel repreendeu-o duramente por sua traição e Eutimio só queria receber o tiro, reconhecendo sua culpa. Nenhum de nós vai esquecer quando Ciro Frías, um amigo próximo de Eutimio, começou a falar. Ele lembrou Eutimio de tudo o que ele tinha feito por ele, dos pequenos favores que ele e seu irmão tinham feito para a família de Eutimio, e de como Eutimio havia traído, em primeiro lugar, causando a morte do irmão de Ciro - que Eutimio tinha entregue ao exército e que tinha sido morto por eles, alguns dias antes - e depois por tentar destruir todo o grupo. Foi um discurso longo, emocional, que Eutimio escutou em silêncio, de cabeça baixa. Foi perguntado a ele se queria alguma coisa e ele respondeu que sim, disse-nos para cuidar de seus filhos.


Che Guevara. Reminiscências da Guerra Revolucionária de Cuba [25]

Eric Luther afirma que Eutímio Guerra tinha feito uma negociação com o Exército para trair os rebeldes. Segundo Luther (ob.cit. p. 97), as tropas teriam prometido a ele dez mil pesos e um lugar no Exército por prover informações sobre os movimentos dos rebeldes e, eventualmente, por matar Fidel Castro. Com a informação provida por Eutímio Guerra, o Exército incendiava as casas dos camponeses aliados dos revolucionários. Ainda segundo Eric Luther, quando Eutimio Guerra queria sair para contar ao Exército do acampamento rebelde próximo ao Monte Caracas, ele inventou uma história sobre precisar visitar sua mãe doente. Fidel Castro não apenas acreditou na história contada por Guerra, como também deu a ele dinheiro para ajudá-lo em sua viagem. Logo em seguida à saída de Guerra, houve o ataque da Força Aérea.

Che Guevara, citado na obra de Eric Luther (ob. cit, p. 98), afirmou que, de repente, eles haviam escutado o barulho de um avião de caça, o estampido de metralhadoras e, logo após, bombas e tiros por todos os lados de balas calibre .50 atingindo o solo. Che ainda relembra que os atacantes davam a impressão de aparecerem do nada, entre os arbustos.

Luther diz que Eutímio Guerra continuou no seu padrão de engano e os rebeldes continuamente enfrentaram ataques surpresa do Exército[26].

A narrativa de Luther também é confirmada pela escritora e historiadora brasileira Claudia Furiati[27], segundo a qual Eutímio Guerra teria recebido a arma do exército e a ordem de executar Castro enquanto este dormia, não logrando êxito em razão de sempre haver sentinelas de plantão nos acampamentos rebeldes.

Outras fontes porém afirmam que as acusações de que ele se havia convertido em um informante do exército eram falsas,[28] e que houve pelo menos 22 execuções na Sierra Maestra entre 1957 e 1958. Quase todas as vitimas eram do próprio grupo rebelde, três acusados de querer abandonar a luta, oito como prováveis informantes do exercito e outros 11 por causas diversas.[29][30] A sangue fria execução do pobre lavrador eliminou qualquer dúvida sobre o desejo de Che de morrer ou matar pela revolução.[31]

Finalmente, de rigor observar-se que o autor Alejandro Pietro Blanco, em seu livro, não atribui a execução de Eutímio a Che Guevara. (ob. cit, pp. 189-195).

O campo de Guanahacabibes

De acordo com Jon Lee Anderson, Guanahacabibes "era um campo de reabilitação na extremidade ocidental de Cuba, uma zona isolada, pedregosa e infernalmente quente (...) Ali tinham que se submeter a períodos de trabalho físico impessoal, a fim de se redimirem antes de retornarem ao trabalho. As sanções deviam ser aceitas voluntariamente e podiam durar de um mês a um ano, dependendo da falta, geralmente de tipo ético.”[32]

Segundo Tirso Saenz, o local se chamava de fato Uvero Quemado e ficava na península de Guanahacabibes. Era um acampamento, dentro de uma plantação de eucaliptos. De acordo com o autor, se uma pessoa se recusasse a aceitar a sanção, podia não ir para lá, mas também não poderia mais trabalhar no ministério.[33]

Segundo Jorge G. Castañeda, foi o Che quem criou esse que foi o primeiro campo de trabalho em Cuba. "Embora ele próprio tenha passado alguns dias ali, voluntariamente, estava estabelecendo um dos mais odiosos precedentes da Revolução Cubana: o confinamento de dissidentes(...)."[34] Sua justificação:

"Só em casos duvidosos se envia a Guanahacabibes gente que deveria ir para a cadeia. Eu acredito que quem deve ir para a cadeia deve ir para a cadeia, de qualquer maneira. Seja um velho militante, seja quem for, deve ir para a cadeia. Para Guanahacabibes enviam-se pessoas que não devem ir para a cadeia, gente que atentou contra a moral revolucionária, em maior ou menor grau, com sanções simultâneas de privação de cargos, em outros casos não, sempre como um tipo de reeducação por meio do trabalho. Trabalho duro, não trabalho bestial, mas condições de trabalho duras sem serem bestiais [...]”[35]Segundo o escritor estadunidense Paul Berman, Che Guevara liderou pessoalmente os primeiros pelotões de fuzilamento da Revolução Cubana,[36]

Fruto da admiração de Ernesto Che Guevara pela URSS e pela China, Régis Debray, antigo guerrilheiro de Che na Bolívia, fez notar: "Foi ele, e não Fidel, que inventou, em 1960, na península de Guanaha, o primeiro 'campo de trabalho corretivo'."[37]

Ele mesmo afirmou, em carta de 5 de fevereiro de 1959, a Luis Paredes López, de Buenos Aires:

"Os fuzilamentos não são apenas uma necessidade do povo de Cuba, mas também uma imposição desse povo."[38]

Fama mundial

Monumento em Cuba baseado na foto Guerrillero heroico, de Alberto Korda.

A reprodução da imagem de Che Guevara em camisetas e cartazes geralmente utiliza uma famosa pintura feita pelo artista plástico irlandês radicado nos Estados Unidos Jim Fitzpatrick, a partir da foto tirada por Alberto Diaz Gutiérrez, conhecido profissionalmente como Alberto Korda, divulgada pela revista Paris Match[39] em 1967, pouco antes de sua morte, a qual se tornou a segunda imagem mais difundida da era contemporânea, atrás apenas de uma imagem de Jesus Cristo. A revista norte-americana Time incluiu Ernesto Che Guevara na sua lista das 100 personalidades mais importantes do século XX, na secção "Líderes e Revolucionários".[4] Na Argentina foi eleito o maior político argentino do século XX, obtendo 59,8% dos votos, em enquete feita por TV.[40]

A imagem do Che é mítica em toda a América Latina. Na localidade onde foi assassinado em 1967, ergue-se atualmente uma estátua em sua homenagem. Ironicamente passou a ser conhecido na região como "San Ernesto de La Higuera" e a ser cultuado como santo pela população local, que o ignorou quando, em vida, o Che esteve entre eles. Sua imagem mítica, capturada por Korda e imortalizada no desenho de Fitzpatrick, surge nos locais os mais diversos: em anúncios do banco de investimentos luxemburguês Dexia,[41] num retrato feito com folhas de coca meticulosamente sobrepostas,[2] exibido no gabinete do presidente Evo Morales,[42] em biquínis usados por Gisele Bündchen num desfile da marca Companhia Marítima,[43] em tatuagens no braço de Maradona e no peito de Mike Tyson.[39]

O regime cubano ainda hoje homenageia Che Guevara. em Cuba, é objeto de veneração quase religiosa. As crianças nas escolas cantam: "Pioneros por el comunismo, Seremos como el Che". Seu mausoléu em Santa Clara atrai, todos os anos, milhares de visitantes, muitos dos quais estrangeiros.[41]

Em 1997, foi construído, em Cuba, um mausoléu de Che Guevara em Santa Clara, uma cidade na ilha caribenha. Abriga os restos mortais do político, guerrilheiro e líder comunista e vinte e nove de seus companheiros combatentes mortos em 1967 A área total inclui uma estátua de bronze de 22 pés, que é conhecido como Escultural Ernesto Guevara.[44][45]

"Como poderíamos contemplar o futuro luminoso e próximo se dois, três, muitos Vietnams desabrochassem na superfície do globo, com sua cota de mortes e suas tragédias imensas, com seu heroísmo cotidiano, com seus golpes repetidos ao imperialismo, com a obrigação que lhe traz de dispersar suas forças, sob o ódio crescente dos povos do mundo !"

Enquanto advogava a violência da luta armada como meio de atingir seus objetivos, por outro Che manifestava preocupações de ordem ideológica. Numa famosa entrevista com o jornalista Jean Daniel (L'Express, 25 de Julho de 1963, p. 9.), Che dizia:

"O socialismo económico sem a moral comunista não me interessa. Lutamos contra a miséria, mas ao mesmo tempo contra a alienação. (…) Se o comunismo passa por alto os factos da consciência, poderá ser um método de repartição, mas já não é uma moral revolucionária".[46][47]

Sobre a liberdade de pensamento disse:

"Não é possível destruir uma opinião com a força, porque isso bloqueia todo o desenvolvimento livre da inteligência."(Che Guevara, "Il piano i gli uomini", Il Manifesto n° 7, deciembre del 1969, p. 37.)[46]

Em El socialismo y el hombre en Cuba,[48] expõe suas ideias acerca do que seja um revolucionário:

"Deixe dizer-lhe, com o risco de parecer ridículo, que o revolucionário verdadeiro é guiado por grandes sentimentos de amor. É impossível pensar num revolucionário autêntico sem esta qualidade. Quiçá seja um dos grandes dramas do dirigente; este deve unir a um espírito apaixonado uma mente fria e tomar decisões dolorosas sem que se contraia um músculo.(…) Nessas condições, há que se ter uma grande dose de humanidade, uma grande dose de sentido de justiça e de verdade para não cair em extremos dogmáticos, em escolasticismos frios, em isolamento das massas. Todos os dias é preciso lutar para que esse amor à humanidade vivente se transforme em fatos concretos, em atos que sirvam de exemplo, de mobilização.[49]

A trilha de Che: empreendimento turístico

Com um investimento de 611 mil dólares e um projeto trianual - que foi parcialmente financiado pela governo da Inglaterra através do seu Departamento de Desenvolvimento Internacional - o governo boliviano procura incentivar o turismo na região por onde Che Guevara passou, e onde encontrou sua morte. Para isso foi criada uma trilha turística, a "trilha de Che", que seguindo suas pegadas, inicia-se, por rodovia, em Santa Cruz de la Sierra, atravessa a localidade inca de Samaipata, e prossegue pelos vilarejos Vallegrande e La Higuera. Essa trilha turística busca levar o turismo internacional de massas a esse distante rincão das selvas bolívianas, aproveitando o mito e a controversa glamourização da figura Che Guevara.[50][51]

Filme biográfico Diários de Motocicleta (2004)

Na Sierra Maestra com Raúl Castro.

Em 2004 foi apresentado um filme, Diários de Motocicleta, dirigido por Walter Salles, nos gêneros aventura e drama biográfico, cujo roteiro foi baseado nos livros de Ernesto "Che" Guevara de La Serna (Notas de viaje) e Alberto Granado (Con el Che por Sudamérica[52]), contando a aventura desses então dois colegas universitários na travessia do continente sul-americano numa velha motocicleta Norton 500 cc, fabricada em 1939 e apelidada de La Poderosa II,[10] numa viagem que se estendeu de Buenos Aires a Caracas.

Filme Che apresentado no 61° Festival de Cannes

Em 2008 foi exibido um filme-acontecimento do 61º Festival de Cannes, intitulado "Che", de Steven Soderbergh, com 4h28 de duração, em duas partes[53]

Na primeira metade descreve a participação de Che na Revolução Cubana (1959) e avança até o discurso do guerrilheiro na ONU, em 1964. A segunda parte de "Che" se concentra nos 341 dias que ele passou na selva boliviana, treinando guerrilheiros, até sua morte, em outubro de 1967.

""Cuba é um assunto que me interessa menos do que Che", disse Soderbergh. "Mas há muitos aspectos da vida de Che que as pessoas não conhecem. Se contássemos o que ocorreu na Bolívia sem mostrar o que houve antes, não haveria o contexto para entender a história." disse Soderbergh.

O diretor achou "hilária" a recepção crítica desigual que seu filme teve em Cannes. "Enquanto uns o criticaram por ser muito convencional, outros cobraram mais momentos convencionais no filme", disse.

Sobre os que desaprovam o fato do filme "Che" retratar um perfil positivo do guerrilheiro e favorável às suas ações, Soderbergh afirmou: "Conheço bem a argumentação dos que são anti-Che e sei que qualquer quantidade de barbaridades que incluíssemos nesse filme não seria suficiente para satisfazê-los".[54]

Ver também

Notas

  1. Segundo o escritor Jon Lee Anderson, Che Guevara teria nascido no dia 14 de maio e não a 15 de junho como consta de todas as biografias. Anderson cita como fonte uma das amigas da mãe de Che que lhe afirmou que à época do nascimento dele, sua mãe, Célia de la Serna, teve de adiar a data em um mês porque ela havia se casado grávida e, se não o fizesse, sua família descobriria o seu segredo. Che Guevara foi capturado em 8 de outubro de 1967 (não no dia 9) e morto no dia seguinte.[2]
  2. Fala de Fidel Castro a Louis Wiznitzer, enviado especial de O Globo a Havana, em entrevista publicada em 24 de março de 1960.

Referências

  1. a b c A data de nascimento que aparece em sua certidão de nascimento é 14 de junho de 1928, mas, segundo Julia Constenla, historiadora e amiga pessoal da mãe de Ernesto Guevara, Célia de la Serna estava grávida quando se casou com Ernesto Guevara y Lynch, e a verdadeira data do nascimento do Che teria sido 14 de maio. Constenla afirma que a data da certidão de nascimento foi modificada para um mês mais tarde, a fim de evitar escândalo. Entrevista com Julia Constenla por Luciana Peker "Página/12, 3 de março de 2005. O biógrafo Jon Lee Anderson aceita como válida essa versão. Jon Lee Anderson (1997):Che Guevara: Uma Vida Revolucionária, Barcelona: Anagrama, pg. 17.
  2. a b DUARTE, Douglas. "Che". Piauí, p. 3
  3. Segundo o artigo 12°, alínea "d" da Constituição de Cuba de 7 de fevereiro de 1959, chamada [www.bibliojuridica.org/libros/6/2525/38.pdf Lei Fundamental da República], também são considerados cidadãos cubanos por nascimento os estrangeiros de mérito excepcional alcançados na luta pela libertação de Cuba. Em 9 de fevereiro (algumas fontes sugerem mesmo dia 7) um decreto do Conselho de Ministros reconheceu essa condição ao Che. Na sua famosa carta de despedida escrita a Fidel Castro (1965), ele renuncia à sua nacionalidade cubana. A validade dessa renúncia foi discutida.
  4. a b DORFMAN, Ariel. Heroes & Icons - Che Guevara.. Time, 14 de junho de 1999. Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "TIME100" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  5. Árbol genealógico - Patrick Lynch y Blake & Maria Rosa de Galayn de la Cámara
  6. A certidão de nascimento feita em 15 de junho de 1928, relata que Guevara nasceu no dia anterior, às 3:05 pm, no endereço declarado pelo pai, ou seja, o apartamento alugado em Entre Rios, 480. No entanto, o testemunho de membros da família são consistentes ao considerar que Ernesto nasceu na maternidade do Hospital Centenário.
  7. Ernesto Guevara Linch. Mi hijo El Che. [S.l.]: Plaza & Janes Editores, S.A. pp. 139–140 
  8. Ernesto Guevara Linch. Mi hijo El Che. [S.l.]: Plaza & Janes Editores, S.A. 
  9. http://www.ppsm.org.mx/anterior/opinion/che_tavi.html
  10. a b Granado, Alberto. Che veio a se formar em medicina em 1953. MundoAndino.com Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "PODEROSAII" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  11. http://www.ppsm.org.mx/anterior/opinion/che_tavi.html
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  47. GUEVARA, Ernesto Che. Mensaje a los pueblos del mundo a través de la Tricontinental.. 16 de abril de 1967
  48. Originalmente, trata-se de uma carta enviada ao jornalista uruguaio Carlos Quijano, diretor do semanário Marcha, e publicada em 12 de março de 1965
  49. GUEVARA, Ernesto Che El socialismo y el hombre en Cuba. "Déjeme decirle, a riesgo de parecer ridículo, que el revolucionario verdadero está guiado por grandes sentimientos de amor. Es imposible pensar en un revolucionario auténtico sin esta cualidad. Quizás sea uno de los grandes dramas del dirigente; éste debe unir a un espíritu apasionado una mente fría y tomar decisiones dolorosas sin que se contraiga un músculo. (...) En esas condiciones, hay que tener una gran dosis de humanidad, una gran dosis de sentido de la justicia y de la verdad para no caer en extremos dogmáticos, en escolasticismos fríos, en aislamiento de las masas. Todos los días hay que luchar porque ese amor a la humanidad viviente se transforme en hechos concretos, en actos que sirvan de ejemplo, de movilización.
  50. ATKINSON, David. Che Guevara legacy lives on in Bolivia. La Higuera, Bolivia: BBC News, 26 de agosto de 2004.
  51. ATKINSON, David. In Bolivia, shadowing the ghost of Che Guevara., Los Angeles Times, 19 de março de 2006
  52. Walter Salles descobre suas origens em "Diários de Motocicleta"
  53. Soderbergh mostra seu 'Che' em Cannes e conquista crítica. FONSECA, Rodrigues. Cannes: O Globo Online, 21 de maio de 2008, 19h26]
  54. 61º Festival de Cannes: "Cuba me interessa menos do que Che", diz diretor. ARANTES, Silvana. Cannes: Folha de S. Paulo (Ilustrada), 23 de maio de 2008

Bibliografia

Em português

Esboço de bibliografia organizado por ordem cronológica das primeiras edições em Portugal e/ou no Brasil.

  • GUEVARA, Ernesto Che. Diário - Lisboa, Editora Ática, 1975
  • GONÇALVES, Egito (org). Poemas a Guevara - Porto, Editora Limiar, 1975
  • GUEVARA, Ernesto Che. Cuba - Guerra Revolucionária - Lisboa: Edições 70, 1975
  • GUEVARA, Ernesto Che. Viagem Pela América - Lisboa: Edições Dinossauro, 1996
  • GADEA, Hilda. Os Meus Anos com o Che - Lisboa: Edições Dinossauro, 1996
  • GUERRA, Félix, ESCOBAR, Froilán e TAIBO II, Paco Ignacio. O Ano em que Estivémos em Parte Nenhum - Porto: Editora Campo das Letras, 1996
  • CASTAÑEDA GUTMAN, Jorge. Che Guevara: A Vida em Vermelho - São Paulo, Companhia das Letras, 1997
  • FAFE, José Fernandes. Ernesto Che Guevara - Homem do Século XIX ou do Século XXI? - Porto: Edições Dividendo, 1997
  • BARBOSA, Wilson. Presença de Che Guevara - Rio de Janeiro: Editora Quartet, 2000
  • GOMES, Saulo. Quem Matou Che Guevara - São Paulo: Editora Elevação, 2002
  • GUEVARA, Ernesto Che. Outra Vez - Rio de Janeiro: Editora Ediouro, 2003; Porto: Editora Ausência, 2003
  • TELES, Viriato. A Utopia segundo Che Guevara Porto: Editora Campo das Letras, 2005
  • ABAD, José Gómez. Como o Che Enganou a CIA - Editora Avante!, SA, Lisboa - 2006
  • FONTOVA, Humberto. O Verdadeiro Che Guevara - e os idiotas úteis que o idolatram - É Realizações, 2008.
Em castelhano

1964: Sobre el sistema presupuestario de financiamiento.

1965: El socialismo y el hombre en Cuba.

1967: Mensaje a los pueblos del mundo a traves de la Tricontinental.

Em francês
Em inglês

Ligações externas

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Alguns artigos publicados no Brasil por ocasião do 40º aniversário da morte de Che Guevara