Dinastia Tang
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A Dinastia Tang (618—907) foi uma dinastia chinesa fundada pelo oficial Sui Li Yuan, pertencente à dinastia que havia reunificado a China entre 581 e 618, após três séculos de fragmentação.
Costuma-se dizer que com a breve dinastia Sui e com a longa dinastia Tang ficaram soldadas as estruturas da formidável burocracia do Império Chinês. Yang Chien, fundador da dinastia Sui, aplicou uma profunda reforma institucional inspirada em Confúcio, que compilou no código Kaihuang. Fundou bibliotecas e universidades para o funcionalismo, centralizou a administração e simplificou a estrutura local, para homogeneizar o serviço civil e facilitar o controle do governo imperial. O período Tang é considerado a época de ouro da China medieval. Houve grande expansão territorial (Oeste: atual Irã, Leste: Coreia), teve a reconstrução de importantes cidades: Chang´na e Luoyang, teve o fortalecimento do exército. O poder era centralizado e o rei governava por meio de decretos.
Início
O último monarca da Dinastia Sui foi assassinado por seus ministros por causa das guerras com a Coreia, as invasões de nômades turcos no território chinês e os excessivos gastos com luxos no palácio.[1]
A familia Li (李) pertencia a aristocracia militar da Dinastia Sui.[2][3] As mães, do imperador Yang da Dinastia Sui e a do fundador da Dinastia Tang, eram irmãs, sendo os dois imperadores primos. [4] Li Yuan, antes de se rebelar contra a Dinastia Sui, era duque de Tang e havia sido governador de Taiyuan.[2][5] Com prestígio e experiência militar, se rebelou, junto com seu filho e sua militante filha, Pingyang (que possuía e comandava suas próprias tropas). Em 617 Li Yuan ocupou Chang'an e se tornou regente do neto do imperador de Sui, relegando o imperador Yang à posição de imperador aposentado. [6]
Com as notícias que o imperador tinha sido aposentado por seu general Yuwen Huaji (f. 619), em 18 de junho de 618, Li Yuan se declarou imperador da nova dinastia, a dinastia Tang.[6][7]
Estabeleceu seu poder sobre a China com a ajuda de tropas nómadas comandadas por seu filho Taizong, ou Tai Tsung, que mais tarde se tornaria o segundo imperador Tang.
Consolidação
Taizong reorganizou o império, aprofundando a reforma Sui num sistema que o Japão, a Coreia e o Vietname imitaram posteriormente. Alargou o ensino de funcionários com escolas provinciais e consolidou um Estado dividido em províncias, vigiadas por censores imperiais, com suas leis compiladas no Código Tang, revisto de 20 em 20 anos. Tsi Tsung impulsionou uma dinâmica política exterior, que causou o aumento do comércio com a Índia, e o resto da Ásia, atraindo mercadores estrangeiros em cujas colônias nasceram os primeiros bancos chineses. Dominou os turcos, estabeleceu um protetorado na bacia do Tarim, enviou monges e artesãos para o Tibete. A unificação da China, iniciada pelos Sui, foi estendida. Os exércitos chineses penetraram na Ásia central, na Coreia e em Anam. Depois dos dois ilustres governantes, tomou o poder uma sucessão de concubinas e favoritos, que destruíram o poder da aristocracia e isolaram os burocratas ilustrados.
Wu, mulher de Kao Tsung, pretendeu divinizar-se como encarnação de Buda, implantando um reinado de terror.
Outra imperatriz foi Wei, mulher de dois imperadores.
Hsuan Tsung restabeleceu a aristocracia e seu hábil ministro Li Linfu aplicou uma reforma fiscal e administrativa que inaugurou um período de grande prosperidade para uma população de já 70 milhões. Seu período marcou o apogeu Tang, com o esplendor cultural e literário estimulado pelo apogeu da arte budista.
A dinastia Tang governou o maior império do mundo até ser abalada, em 751, pelos árabes, perto do rio Talas, no Turquestão ocidental.
Suas relações de vassalagem estendiam-se até Áden. A imprensa foi inventada e a pólvora fabricada para ser usada em armas de fogo. Tornou-se famosa pela arte, literatura e poesia da época. Os Estados vizinhos, particularmente a Coreia e o Japão, procuraram fazer de suas terras réplicas da China. Com o fim do reinado de Minghuang e com a fracassada Rebelião de An Lushuan, em 755, começou o declínio. As invasões nômades e as revoltas trouxeram ao poder generais que passaram a controlar exércitos regionais. Quando o último imperador abdicou, veio nova fragmentação, sob o controle de dinastias efêmeras.
A sociedade
Na época dos Tang, o imperador governava por meio de decretos, nomeando e demitindo pessoas conforme sua conveniência; já a nobreza, o grupo mais rico e prestigiado da sociedade, dominava também a vida política, ocupando importantes cargos no governo. Muitos desses nobres eram parentes do imperador. A maioria deles morava em residências confortáveis, localizadas no campo, e cultivava o hábito de beber chá, jogar xadrez e enfeitar a casa com flores.
Outro grupo de prestigio na época era o dos mercadores, entre os quais havia muitos estrangeiros, já que os Tang facilitaram a entrada deles no pais. Na época,o comercio entre a China e a Europa era intenso. Os principais produtos chineses de exportação, a seda e a porcelana, seguiam para a Europa pela rota da seda e eram pagos com ouro.
Havia ainda artesãos agrupados em corporações que os protegiam, empregado-os em casas de famílias ricas e arrumando colocação para seus produtos. Alem deles, havia os trabalhadores especializados,como babas, guardas, músicos, e os trabalhadores braçais, como os carregadores de água e os que ajudavam a construir casas e estradas.
Já os camponeses formavam a maioria da população chinesa e levavam uma vida muito difícil, trabalhando do nascer ao por do sol nas plantações de arroz, chá,cereais e frutas e tendo poucos minutos para a principal ou única refeição diária, feita ao meio dia.Alimentavam-se basicamente de carne de porco ou de peixe e arroz.
A sociedade chinesa estava assim constituída quando foi fortemente influenciada por uma religião vinda da Índia, o budismo.
Referências
- ↑ «China medieval: Dinastias Sui e Tang: reunificação e esplendor do império». UOL Educação. 17 de março de 2007. Consultado em 5 de janeiro de 2013
- ↑ a b Ebrey, Walthall & Palais 2006, pp. 90–91.
- ↑ Adshead 2004, pp. 40–41.
- ↑ Ebrey, Walthall & Palais 2006, p. 91.
- ↑ Graff 2000, pp. 78, 93.
- ↑ a b Adshead 2004, p. 40.
- ↑ Graff 2000, p. 78.
Bibliografia
- Adshead, S. A. M. (2004), T'ang China: The Rise of the East in World History, New York: Palgrave Macmillan, ISBN 1-4039-3456-8 (hardback).
- Ebrey, Patricia Buckley (1999), The Cambridge Illustrated History of China, Cambridge: Cambridge University Press, ISBN 0-521-66991-X (paperback).
- Graff, David Andrew (2000), "Dou Jiande's dilemma: Logistics, strategy, and state", in van de Ven, Hans, Warfare in Chinese History, Leiden: Koninklijke Brill, pp. 77–105, ISBN 90-04-11774-1
- Roberts, John A. G., History of China (título original), Palgrave MacMillan, 1999 (primeira edição), 2006 (segunda edição), ISBN 978-989-8285-39-3, págs - 80-105, Alfredo Boulos Júnior, História Sociedade & Cidadania
Ligações externas