Cristovão Tezza
| Cristovão Tezza | |
|---|---|
| Nascimento | 21 de agosto de 1952 (73 anos) Lages |
| Cidadania | Brasil |
| Alma mater | |
| Ocupação | romancista, escritor, jornalista, linguista, crítico literário, professor universitário, roteirista |
| Distinções | |
| Empregador(a) | Universidade Federal do Paraná |
| Obras destacadas | O filho eterno |
| Página oficial | |
| http://www.cristovaotezza.com.br | |
Cristovão Cesar Tezza (Lages, 21 de agosto de 1952[1]) é um escritor brasileiro.
Biografia
[editar | editar código]Filho de um advogado, neto de imigrantes italianos, e de uma professora,[2] Tezza nasceu em Lages, Santa Catarina, mas, acompanhando a família, mudou-se com oito anos de idade para Curitiba, no Paraná, onde mora até hoje. Esta cidade é cenário de boa parte de sua literatura, como nos romances Trapo (1988), Juliano Pavollini (1991), O Fantasma da Infância (1992), Uma Noite em Curitiba (1995), Breve Espaço (1998), O Fotógrafo (2004), A tensão superficial do tempo (2020) e Beatriz e o poeta (2022).[3]
Em sua juventude, Tezza trabalhou em teatro, participando da primeira peça de Denise Stoklos, em 1968, e integrando no ano seguinte o Centro Capela de Artes Populares, com sede em Antonina, Paraná, sob direção de W. Rio Apa. Em 1970 concluiu os estudos no Colégio Estadual do Paraná.[4] Em 1971, ingressou na Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante, no Rio de Janeiro, com o projeto de se tornar piloto, mas não suportou o regime e abandonou o curso. Em dezembro de 1974, foi para Portugal, matriculado no Curso de Letras da Universidade de Coimbra - mas, devido à Revolução dos Cravos, a universidade ficou fechada por um ano. Em 1975, foi trabalhador ilegal na Alemanha e viajou por vários países da Europa. Retornando ao Brasil em 1976, abriu uma oficina de consertos de relógios em Antonina, que abandonou em pouco tempo. Casou-se em 1977, ingressando finalmente na Universidade. Formou-se em Letras em 1982, na Universidade Federal do Paraná. Fez mestrado em Literatura Brasileira na UFSC (1984), onde começou a dar aulas de Língua Portuguesa como professor auxiliar. Em 1986, entrou para o Departamento de Linguística da UFPR, também na área de Língua Portuguesa, onde foi professor até 2009, quando se demitiu para se dedicar exclusivamente à literatura.
Na área acadêmica, publicou sua tese de doutorado (USP, 2002) "Entre a prosa e a poesia - Bakhtin e o formalismo russo" (Editora Rocco, 2003; Amazon Kindle, 2014) e é autor dos livros didáticos Oficina de Texto (Vozes) e Prática de Textos (Vozes), em parceria com o linguista Carlos Alberto Faraco.
Durante muitos anos assinou resenhas e textos críticos nos jornais Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S.Paulo, e na revista Veja, e foi cronista semanal do jornal Gazeta do Povo entre 2008 e 2014. Duas seleções de suas crônicas foram publicadas, ambas com seleção e organização de Christian Schwartz – Um operário em férias (2013) e A máquina de caminhar (2016). Seus ensaios e textos críticos estão reunidos na antologia Leituras - resenhas & ensaios, de 2014.
Seu maior sucesso, o romance O filho eterno, foi adaptado para cinema (direção de Paulo Machline) e para o teatro (direção de Daniel Herz, no Brasil e na Argentina, com texto adaptado por Bruno Lara Rezende; a atuação do ator Charles Fricks na peça foi contemplada com o prêmio Shell). O livro recebeu no Brasil os prêmios Jabuti, Portugal-Telecom (atual Oceanos), Zaffari-Bourbon, Bravo!, APCA e São Paulo de Literatura. A edição francesa recebeu o prêmio Charles Brisset do Instituto de Psiquiatria de Paris, e a edição inglesa foi uma das dez finalistas do prêmio IMPAC-Dublin que contemplou as melhores obras internacionais publicadas em língua inglesa de 2011. Em 2025, uma enquete do jornal Folha de S.Paulo, numa consulta a uma centena de críticos, destacou O filho eterno entre os cinco melhores romances brasileiros do século 21. Cristovão Tezza recebeu outros dois prêmios Jabuti (pelos romances O fotógrafo e A tradutora), e o prêmio Machado de Assis de melhor romance, da Academia Brasileira de Letras, pelo romance Breve espaço entre cor e sombra.
Seus livros já foram publicados em uma dezena de países: França, Austrália, China, Croácia, Inglaterra, México, Macedônia, Portugal, Dinamarca (O filho eterno); Itália (O filho eterno e O professor); Holanda (O filho eterno e Um erro emocional); Eslovênia (Uma noite em Curitiba e O filho eterno); Noruega (O filho eterno e O professor); Finlândia (O professor e O filho eterno); Estados Unidos (O filho eterno e Breve espaço entre cor e sombra); Portugal (O filho eterno) e Espanha (edição em catalão de O filho eterno). Além dos romances, tem contos publicados na Alemanha, Áustria, Inglaterra, Finlândia, Itália, Rússia, França, Estados Unidos, Equador e México.
Obra
[editar | editar código]Ficção
[editar | editar código]- Gran Circo das Américas (romance; Brasiliense, 1988)
- A Cidade Inventada (contos; CooEditora, 1980; Amazon Kindle, 2014)
- O Terrorista Lírico, (romance; Criar Edições, 1981; Amazon Kindle, 2014)
- Ensaio da Paixão (romance; Criar Edições, 1985; Rocco, 1999, ed. revista; Amazon Kindle, 2014)
- Trapo, São Paulo, (romance; Brasiliense, 1988; Rocco 1995; Record, 2007)
- Aventuras Provisórias (romance; Mercado Aberto,1989; Record, 2007, ed. revista)
- Juliano Pavollini (romance; Record, 1989; Rocco, 2002; Record, 2010, ed. revista)
- A Suavidade do Vento (romance; Record 1991; Rocco, 2002; Record, 2015, ed. revista)
- O Fantasma da Infância, (romance; Editora Record (1994; 2007)
- Uma Noite em Curitiba, (romance, Rocco, 1995; Record, 2014)
- Breve espaço entre cor e sombra. (romance; Rocco, 1998); Breve espaço (edição revista; Record, 2013)
- O fotógrafo (romance; Rocco, 2004; Record, 2011, ed. revista)
- O filho eterno (romance; Record, 2007)
- Um erro emocional (romance; Record, 2010)
- Beatriz (contos; Record, 2011)
- O professor (romance; Record, 2014)
- A tradutora (romance; Record, 2016)
- A tirania do amor (romance; Todavia, 2018)
- A tensão superficial do tempo (romance; Todavia, 2020)
- Beatriz e o poeta (romance; Todavia, 2022)
- Visita ao pai (romance; Companhia das Letras, 2025)
Não-Ficção
[editar | editar código]- Entre a prosa e a poesia - Bakhtin e o formalismo russo (ensaio; Rocco, 2002; Amazon Kindle, 2014)
- O espírito da prosa - uma autobiografia literária (Record, 2012)
- Um operário em férias (crônicas; seleção e apresentação de Christian Schwartz; Record, 2013)
- Leituras - resenhas & ensaios (textos críticos; apresentação de Manuel da Costa Pinto; Amazon Kindle, 2014)
- Literatura à margem (conferências; Amazon Kindle, 2014)
- A máquina de caminhar (crônicas; seleção e apresentação de Christian Schwartz; Record, 2016)
Referências
- ↑ «Cristóvão Tezza - Biografia». Tiro de Letra. Consultado em 1 de outubro de 2014
- ↑ Cunha, Luiz Felipe (30 de novembro de 2022). «ESPECIAL | "O super escritor da cidade"». bpp.pr.gov.br. Consultado em 12 de outubro de 2023
- ↑ Tezza, Cristovão; Bernardi, Rosse Marye; Faraco, Carlos Alberto, eds. (1994). Cristovão Tezza. Col: Série Paranaenses. Curitiba, Brazil: Editora da UFPR
- ↑ «Comemorações pelos 165 anos do Colégio Estadual do Paraná». Ministério Público do Estado do Paraná - MPPR. 21 de março de 2011. Consultado em 5 de janeiro de 2022