Rádio Manchete

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Rádio Manchete
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Rádio Manchete
Rádio Federal Ltda.
País Brasil
Cidade de concessão Niterói, RJ
Frequência(s) AM 760 kHz
Antiga: AM 1 090 kHz
Sede Rio de Janeiro, RJ
Fundação 22 de novembro de 1960 (63 anos)
Fundador Antenógenes Silva
Léa Silva
Proprietário(s) Carla Kapeller
Daniela Kapeller
Antigo(s) proprietário(s) Antenógenes Silva (1960–1971)
Adolpho Bloch (1971–1995)
Pedro Jack Kapeller (1995–2022)
Formato comercial
Afiliações anteriores Rádio Deus É Amor (2003–2006)
Idioma português
Prefixo ZYJ 478[1]
Prefixo(s) anterior(es) ZYP 40[2]
Nome(s) anterior(es) Rádio Federal (1960–1980)
Rádio Manchete CCI (1999–2000)
Coord. do transmissor 22° 49' 3.61" S 43° 04' 34.9" O[1]
Dados técnicos Potência ERP: 25 kW[1]
Classe: B[1]
Agência reguladora ANATEL
Informação de licença
CDB
PDF
Aplicativo móvel App Store
Google Play
Página oficial www.radiomanchete.com.br

A Rádio Manchete é uma emissora de rádio brasileira sediada na cidade do Rio de Janeiro que opera na frequência de 760 kHz, outorgada em Niterói.[1] Seu início remonta a 1960, quando o casal de radialistas Antenógenes Silva e Léa Silva inauguraram a Rádio Federal, com transmissão em 1 090 kHz. A estação foi vendida em 1971 ao jornalista Adolpho Bloch e renomeada em 1980 como Rádio Manchete, inspirado na revista de mesmo nome, já nos 760 kHz e chegando a ser uma das mais ouvidas da região metropolitana do Rio de Janeiro. No final da década de 1990, com as Empresas Bloch declinando por dificuldades financeiras, a emissora passou a ter sua programação arrendada, intercalando com períodos em que esteve integralmente musical.

História[editar | editar código-fonte]

A Rádio Federal de Niterói começou a ser planejada no final da década de 1950, quando o casal Antenógenes Silva, compositor e musicista, e Léa Silva, locutora e então produtora da Rádio Tupi, comprou um terreno localizado no bairro Porto das Pedras, em São Gonçalo, para a instalação de seus transmissores e obteve a outorga da frequência de 1 090 kHz.[3][4][2] A pré-inauguração da emissora foi realizada em 17 de setembro de 1960 com uma cerimônia apresentada por Léa na Arquidiocese de Niterói a representantes das áreas religiosa, política e industrial,[5] enquanto a inauguração oficial ocorreu em 22 de novembro com um show em comemoração ao aniversário de Niterói.[2][6] Tendo contado também com a organização do padre Laurindo Rauber, diretor artístico da Rádio Aparecida e da Rádio 9 de Julho, a estação, localizada no 10.º andar do Edifício Brasília,[7] reservava três horas de sua programação para aulas de ensino fundamental elaboradas pelo Sistema Radioeducativo Nacional (SIRENA), enquanto o restante da programação era preenchido por músicas populares e eruditas intercaladas com noticiários.[8][5]

Em 1971, Antenógenes vendeu a Rádio Federal para o jornalista e empresário Adolpho Bloch, proprietário das Empresas Bloch. Neste período, a emissora dedicava sua programação à música e à transmissão de corridas de turfe.[9][6] Bloch pretendia renomeá-la como Rádio Manchete, em inspiração na sua revista Manchete,[10] mas o processo de mudança foi concluído apenas em 1980, quando, em 15 de julho, foi lançada com o novo nome, já tendo a sede transferida para o Rio de Janeiro, no novo prédio da Bloch Editores, localizado na rua do Russel[11] — ainda durante a década de 1970, a transmissão havia sido deslocada para a frequência de 760 kHz.[a] Com os investimentos, começou a disputar as colocações de audiência com as líderes Rádio Globo e Rádio Tupi.[12] Em seus primeiros aniversários, a Rádio Manchete promoveu shows de cantores de música popular no Maracanãzinho.[13][14]

Durante a década de 1990, as Empresas Bloch foram afetadas por uma crise financeira passada pela Rede Manchete, sua rede de televisão. Em 1995, com a morte de Adolpho Bloch, seu sobrinho Pedro Jack Kapeller assumiu o controle dos veículos do grupo.[15] Em outubro de 1999, a Rádio Manchete, com poucos funcionários, foi arrendada ao empresário Jair Marchesini. A emissora recebeu o nome Manchete CCI, sigla da Central de Comunicação e Imagem, produtora de propriedade de Marchesini, foi transferida para o 39.º andar do edifício Conde Pereira Carneiro, no Centro do Rio de Janeiro, e teve sua programação revitalizada, contando com a coordenação de Roberto Canazio, que fazia parte do grupo de locutores desde sua inauguração. No decorrer dos meses, Marchesini, sem querer pagar o valor do aluguel e priorizando seus negócios na televisão, perdeu o interesse na Rádio Manchete e deixou de investir em sua qualidade técnica. A parceria entre o empresário e a emissora encerrou em outubro de 2000, e sua programação tornou-se inteiramente musical.[12][16]

Em janeiro de 2002, a Rádio Manchete foi arrendada ao Grupo Dial Brasil, que tinha em seu quadro societário o apresentador Luciano Huck e a empresária Marlene Mattos e controlava também a rádio Jovem Pan 2 Rio de Janeiro. Novos comunicadores foram contratados e alguns veteranos como Cidinha Campos e Wagner Montes retornaram, tendo contratado ainda o ator Francisco Cuoco, estreante no meio radiofônico. A emissora também foi deslocada para um espaço na Rua da Assembleia. Em poucos meses, o Grupo Dial Brasil enfrentou problemas na administração financeira da estação, pois, com exceção de sua equipe esportiva, partilhava com a Jovem Pan os mesmos anunciantes, causando prejuízos e fazendo com que a mensalidade do arrendamento não fosse paga. Em 30 de julho, o aluguel foi encerrado e a Rádio Manchete voltou a veicular programação musical. A emissora procurou por novos arrendatários, como a Canção Nova, que não aceitou a proposta pela insatisfação com o valor da mensalidade. Foi arrendada em 1.º de abril de 2003 à Rádio Deus É Amor.[12][16]

Em 2006, a Rádio Manchete encerrou o arrendamento e novamente recorreu à programação musical. A direção procurou por interessados em administrá-la através de aluguel, como o apresentador e empresário Ratinho. Desta vez, o Grupo Nasseh de Comunicação, controlado por Miguel Nasseh, aceitou a proposta e, após alguns dias de testes, a emissora estreou, em 1.º de agosto de 2006, sua nova programação. Foram contratados novos locutores, como Luiz de França, William Travassos e o ex-governador do estado do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, e houve uma reestruturação técnica com a aquisição de um sistema digital de transmissão.[16][17][18] A estação transmitiu a Copa do Mundo FIFA de 2010, numa parceria com a Rádio Eldorado de São Paulo,[16] e de 2014, com a Rádio Central de Campinas, além de cobrir a Copa das Confederações de 2013 com as emissoras da Rede Nossa Copa, liderada pela Rádio Cultura de Miracema do Tocantins.[19]

Em 31 de outubro de 2015, a Rádio Manchete encerrou o arrendamento com o Grupo Nasseh e deixou os 760 kHz, passando a transmitir sua programação apenas em seu website[16][20] até 2018, quando retornou ao dial. Em maio de 2016, a emissora começou a veicular a versão brasileira do programa russo Rádio Sputnik, da agência de notícias Sputnik, e do mesmo ano até 2020, veiculou produções da Ibéria Universal, empresa portuguesa que distribui programas com notícias sobre a China direcionados a países lusófonos, enquanto o restante da grade era composto por músicas religiosas.[21] Em 7 de maio de 2022, o proprietário Pedro Jack Kapeller morreu aos 83 anos.[15]

Em 3 de julho de 2023, a Rádio Manchete lançou uma nova programação produzida pela Rede MRio, empresa administrada por Raphael de França, com o aval das irmãs Carla Kapeller e Daniela Kapeller, agora proprietárias da emissora. A grade, formada por programas populares e cobertura futebolística, contou com comunicadores como Raphael e William Travassos, que trabalharam na estação quando foi arrendada em 2006. Ao mesmo tempo, iniciou-se a expectativa para lançar sua frequência modulada estendida de 76,9 MHz, migrante dos 760 kHz.[22][23][24][18] A Rádio Manchete passou os primeiros meses localizada em um andar do Centro Empresarial Mirante do Rio e transferiu-se para o Edifício Gustavo José de Mattos, no andar onde estava a JB FM.[25][26][27] A parceria foi encerrada em 7 de dezembro, e a MRio deixou a emissora, que voltou a apenas transmitir músicas, para ocupar outra frequência no Rio de Janeiro.[27][28]

Notas e referências

Notas

  1. No acervo digital da Biblioteca Nacional, a menção mais antiga à transmissão da Rádio Federal nos 760 kHz data de maio de 1977

Referências

  1. a b c d e «Spectrum-E: SRD Formulário TV». ANATEL 
  2. a b c «Rádio Federal está fazendo, hoje, 2 anos». O Fluminense. 22 de novembro de 1962. p. 18 
  3. «NOTICIAS». Revista do Rádio (481). Companhia Editora Fon-Fon e Seleta. 6 de dezembro de 1958. p. 63 
  4. «NOVA EMISSORA». Diario de Noticias. 17 de março de 1959. p. 2 (Segunda Seção) 
  5. a b «Inaugurada em Niterói uma emissora cultural e educativa». Correio da Manhã. 23 de setembro de 1960. p. 13 
  6. a b «NITERÓI FICARÁ COM APENAS UMA EMISSORA». O Fluminense. 20 de julho de 1971. p. 3 
  7. Barros Filho (1 de setembro de 1960). «Rádio - Vitrine». O Fluminense. p. 6 
  8. Gold, Max (1960). «ANTENÓGENES E LÉA SILVA REALIZAM UM VELHO SONHO!». Revista do Rádio (549). p. 42 
  9. Politis, Pomona (16 de junho de 1971). «E MAIS ESTAS...». Diario de Noticias. p. 3 (2.º Caderno) 
  10. Fernandes, Hélio (18 de janeiro de 1972). «[sem título]». Tribuna da Imprensa. p. 3 
  11. «Complexo eletrônico apóia uma empresa jornalística». Sino Azul. TELERJ. 1978. p. 43 
  12. a b c «Eduardo Sander». Observatório da Imprensa. 19 de julho de 2005. Consultado em 14 de julho de 2019 
  13. Leme, Lúcia (1 de agosto de 1981). «Manchete AM - Como vibra um coração jovem». Manchete (1 528). Bloch Editores. p. 128 
  14. Leme, Lúcia (21 de julho de 1982). «Rádio Manchete faz a festa». Manchete (1 580). Bloch Editores. p. 16 
  15. a b «Morre Pedro Jack Kapeller, sobrinho de Adolfo Bloch, da TV Manchete». Natelinha. 9 de maio de 2022 
  16. a b c d e «RÁDIO MANCHETE - AM 760 kHz e FM 76,9 MHz». Tributo ao Rádio do Rio de Janeiro. Consultado em 14 de julho de 2019 
  17. Starck, Daniel (9 de outubro de 2006). «Rádio Manchete volta ao ar cheia de novidades». Tudoradio.com. Consultado em 14 de julho de 2019 
  18. a b «Nova Rádio Manchete AM confirma a sua posição no mercado Carioca e hoje é a rádio sensação do Rio de Janeiro». Brasil Rádio News. 8 de fevereiro de 2008. Consultado em 13 de julho de 2019. Cópia arquivada em 14 de abril de 2008 
  19. Brocanelli, Rodney (17 de junho de 2013). «Rádio Grenal entra na rede Nossa Copa». Radioamantes. Consultado em 14 de julho de 2019 
  20. Massaro, Carlos (13 de novembro de 2015). «Rádio Manchete deixa o AM do Rio de Janeiro». Tudoradio.com. Consultado em 19 de dezembro de 2015 
  21. Brocanelli, Rodney (28 de fevereiro de 2022). «Proibida na Europa, Agência Sputnik segue com programa veiculado na Rádio Manchete». Radioamantes. Consultado em 28 de fevereiro de 2022 
  22. Moura, Eduardo (30 de maio de 2023). «Exclusivo! Manchete se prepara para voltar no Rio: saiba detalhes». Audiência Carioca. Consultado em 6 de junho de 2023 
  23. Moura, Eduardo (5 de junho de 2023). «Rádio Manchete confirma novidades no jornalismo, esportes e entretenimento». Audiência Carioca 
  24. Massaro, Carlos (19 de junho de 2023). «Rádio Manchete confirma estreia de nova programação no Rio de Janeiro para o dia 3 de julho». Tudoradio.com 
  25. «Política de privacidade». Rádio Manchete. Cópia arquivada em 27 de novembro de 2023 
  26. Moura, Eduardo (4 de julho de 2023). «Rádio Manchete terá novos estúdios em breve». Audiência Carioca 
  27. a b Moura, Eduardo (7 de dezembro de 2023). «Rádio Manchete chega ao fim: mudança de nome e bastidores movimentadíssimos». Audiência Carioca 
  28. Massaro, Carlos (8 de dezembro de 2023). «Empresa mRio deixa de operar a Rádio Manchete no Rio de Janeiro». Tudoradio.com. Consultado em 8 de dezembro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]