Catedrais de Espanha

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Catedral de Santiago de Compostela é um dos templos mais visitados de Espanha

As catedrais da Espanha são os igrejas católicos que são sés episcopais[1] do território espanhol. Possuem grande valor histórico, religioso e arquitectónico, sendo parte importante do Património Histórico Espanhol. Durante séculos, conformaram as suas cidades convertendo-se em seu referente. Assim se assinala no Plano Nacional de Catedrais, que pretende proteger e conservar 91 templos, entre catedrais, concatedrais,[2] antigas catedrais e duas basílicas significativas, a do Pilar e a da Sagrada Família.[3]

Estes templos têm grandes dimensões e precisaram enormes recursos para sua construção. Habitualmente sua edificação durou vários séculos, pelo qual costumam ser o resultado de diferentes épocas e estilos arquitetônicos. [4]

Na Espanha a Igreja católica está organizada em províncias eclesiásticas, e estas à sua vez em dioceses (em cor clara no mapa). Em cada província eclesiástica existe uma diocese predominante, chamada arquidiocese (em cor escura). Cada diocese ou arquidiocese está dirigida por um bispo ou arcebispo respectivamente.[5][6]
Fachada principal da Catedral de Burgos

A construção era começada pela cabeceira do templo e consagrava-se o altar-mor para a celebração do culto. Depois continuava com o cruzeiro e as naves. Assim os estilos mais tardios (barroco e neoclássico) desenvolveram-se com a edificação muito avançada, e dada a necessidade de manter o estilo arquitetônico do projeto primitivo, os arquitetos dos estilos tardios ampliaram-nas desenhando estâncias completas e fachadas novas, para projetar com maior liberdade e sem condicionantes.[7]

A construção era financiada quer com recursos da diocese através do cabido, quer com recursos do bispo, quer com contribuições reais ou com doações dos fiéis. Portanto a maior diocese e significação da cidade correspondia habitualmente uma catedral mais importante.

História[editar | editar código-fonte]

Hispânia visigoda[editar | editar código-fonte]

O cristianismo assentou-se cedo na Hispânia: por volta de 300 a Igreja já estava organizada, celebrando-se um concílio em Elvira (Granada ou Medina Elvira). Mais tarde, os visigodos mantêm a fé ariana, a princípio sem grandes confrontos com os cristãos ortodoxos, até aos Concílios de Toledo e a conversão do rei Recaredo em 587. Este processo, não sem oscilações, levaria à unificação de ambas as confissões.[8]

Durante este período construiu-se toda uma infraestrutura eclesiástica de igrejas e catedrais, das quais hoje em dia apenas ficam vestígios já que, como era costume, seus materiais eram reutilizados quando se construía uma igreja ou uma mesquita. Alguns edifícios que tomaram materiais de igrejas visigodas foram a antiga Catedral de Barcelona de estilo românico,[9] ou a Mesquita de Córdova. Mesmo a Catedral de Palência tem seu origem na cripta de Santo Antolín, que foi edificada na segunda metade do século VII, em época visigoda.

Os reinos cristãos: o românico[editar | editar código-fonte]

Planta românica da Catedral de Santiago de Compostela. Pertence ao modelo de grande igreja de peregrinação. Construída, entre outros, pelo Mestre Bernardo o Velho, o Mestre Estevo e o Mestre Mateus.

Com a rápida conquista muçulmana da Península Ibérica (711–718), os territórios cristãos ficaram reduzidos a uma estreita faixa nas Astúrias, Cantábria e Pirenéus. A aparição da arquitetura românica na Península Ibérica coincidiu com as primeiras vitórias importantes da Reconquista.[10]

A suposta descoberta da tumba do Apóstolo Santiago no início do século IX provocou que Santiago de Compostela se tornasse num centro importantíssimo de peregrinação na Europa nos séculos X e XI, e através do Caminho de Santiago penetrou a cultura arquitetônica europeia do românico, especialmente de influência francesa.[10]

Em Santiago de Compostela foi construído um santuário, que foi um dos mais imponentes edifícios da sua época, para albergar as relíquias do Apóstolo. Os seus artistas construtores foram francos e a criaram num período curto, começando em 1075/1078 e concluindo-se na sua primeira fase em 1122. Esta catedral é a mais importante das românicas que se conservam.[11]

O templo tem três naves com muros de dois pisos, pilares cruciformes com abóbadas de berço e abóbada de canhão na nave central, e nas duas laterais com abóbada de aresta, cruzeiro, charola e capelas absidais. A única fachada românica que se conserva é a de Pratarias, construída pelo Mestre de Pratarias em 1103. Os peregrinos entravam pela porta norte como símbolo do preto e saíam já purificados pela porta Sul de Pratarias, como símbolo do branco. Em escultura, salienta o Pórtico da Glória, obra fundamental da escultura românica concluída pelo Mestre Mateus em 1188.

Detalhe do Pórtico da Glória, nave central e porta de Pratarias com tímpanos historiados,
Catedral de Santiago de Compostela

Durante o período de arquitetura românica, o território correspondente à atual Espanha estava formada pelos reinos cristãos de Leão, Castela, Navarra e Aragão na metade norte, enquanto os muçulmanos dominavam a metade sul (o Al-Andalus). Em consequência, somente há arquitetura românica na metade norte da Espanha.[12]

Exterior do zimbório românico da Catedral Velha de Salamanca, conhecido como a torre do galo

Das catedrais construídas na reconquista cristã somente ficam algumas, poucas completas e fragmentadas a maioria delas. Das românicas, a maioria foram terminadas ou em parte reconstruídas no período gótico. Sobressaem deste período, além de Santiago, Sé de Urgel, Jaca, Tarragona, Tui, Ourense, Lugo, Zamora, a velha de Salamanca e Cidade Rodrigo.[13] Normalmente têm planta de cruz latina com 1 ou 3 naves, cruzeiro, cúpula, absides (1,3 ou raramente 5), claustro, torre, abóbada de canhão ou de aresta, contrafortes exteriores e capitéis de flora ou historiados.[13]

A Catedral de Jaca pode ser considerado o primeiro edifício românico do Caminho de Santiago. Na sua construção trabalharam mestres italianos no último quartel do século XI. Consta de três naves alternando colunas e pilares segundo as características da arquitetura lombarda. É importante a decoração em portadas e capitéis.[14]

Na zona sul do reino de Leão foi desenvolvida uma tendência regional nas catedrais de Zamora e Salamanca (velha), bem como na colegiada de Toro, observando-se uma emancipação das formas que predominavam em Leão.[15] Existem coincidências importantes nas plantas e nas abóbadas de berço, mas sobretudo nos zimbórios, umas torres lanterna que se dispunham no nascimento das cúpulas.[16]

As três torres lanterna destas igrejas, com a sua forma característica, formam um caso excepcional no românico espanhol e só se construíram outras similares na cidade portuguesa de Évora e na Capela de São Pablo da Catedral Velha de Plasencia. Talvez a influência proviesse de Poitou, na França, onde há edifícios com alguma similitude (Notre Dame de Poitiers).[17]

Na Catalunha, as obras principais do românico tardio são a catedral de Lérida e a de Tarragona.[18] Na data de construção de ambas, no século XIII, na França já se construíam as grandes catedrais do gótico, apresentando claras afinidades com o gótico francês; porém, a distribuição de espaços interiores assemelha-se a Zamora e Salamanca.[19]

Vários templos dos citados têm abóbada proto-gótica, correspondente ao começo do gótico, com arcos apontados muito abertos, tendendo ao triângulo equilátero, do período dos mosteiros cistercienses. Neste caso está Zamora, Salamanca, Ciudad Rodrigo e Tarragona.[20]

Reconquista: o mudéjar[editar | editar código-fonte]

Torre da Catedral de Teruel, mudéjar aragonês
Ver artigo principal: Arte mudéjar

Com a chamada Reconquista ocorreu um dos fenômenos nativos mais importantes da arte espanhola, o surgimento da arte mudéjar. A palavra "mudéjar" provém do árabe مدجّن (mudaǧǧam) e significa "ao que lhe foi permitido ficar", referindo-se aos muçulmanos que continuaram vivendo nos reinos cristãos quando suas terras passaram ao controlo destes.

A arte mudéjar começa seu desenvolvimento a partir do século XII. Sua constituição levou-se a cabo mediante a fusão de elementos da arte islâmica com os da cristã, quer românico, com o que coincidiu seu nascimento, quer o gótico, quer o do renascentista, até ao qual se estendeu.[21]

O nascimento do mudéjar pode situar-se em Castela e Leão, a partir do românico, constituindo o chamado mudéjar castelhano-leonês.[21] Apesar de este estilo ter tido um âmbito de desenvolvimento bastante popular, também chegaram amostras a edifícios religiosos de importância. Tal é o caso da torre Noroeste da Catedral de Getafe,[22] reminiscência de um templo anterior; a Concatedral de Guadalajara ou alguns elementos Catedral de Sigüenza, como a Porta de São Valero ou a Capela da Anunciação. Com o avanço cristão para Sul, nasceu o chamado mudéjar toledano, com um caráter ainda mais arábico. Observa-se este estilo em certas partes da Catedral de Toledo (Capela de Santo Eugênio, Sala Capitular e alguns elementos da torre).

Outro foco da arte mudéjar localizou-se no Reino de Aragão, constituindo o chamado mudéjar aragonês. Diferencia-se da variante castelhano-leonesa em alguns traços característicos, como são uma maior decoração exterior, maior influência da arquitetura cisterciense, emprego de cerâmica vidrada e os característicos campanários que recordam o estilo alminar. Algum dos melhores exemplos desta vertente são a Catedral de Tarazona, alguns elementos da Catedral de Saragoça (fachada da Parroquieta de San Miguel, absides e zimbório) ou a Catedral de Santa María de Teruel, que é considerada um dos melhores exemplos do mudéjar na Espanha.[21] Em Teruel trabalhou o muçulmano saragoçano Mestre Yusuf e interessa especialmente pela sua sólida torre, que foi modelo no seu gênero, bem como pelo seu zimbório do século XVI, versão renascentista do mudéjar, e inspirado no da catedral de Saragoça.[23]

Baixa Idade Media: o gótico[editar | editar código-fonte]

Abside ameada da Catedral de Ávila que fazia parte da muralha, porque ao invadir a abside a muralha decidiu-se fortificar a abside em vez de fazer uma igreja mais pequena.[20]

O período gótico teve uma longa vigência na Espanha, de meados do século XII até ao século XVI.[24]

No século XIV Espanha era constituída por grande quantidade de reinos cristãos: Castela, Navarra, enquanto os reinos de Aragão e Valência, o Principado de Catalunha e o Reino de Maiorca formavam a Coroa de Aragão.[25] O Islão, desde o século XIV, apenas dispunha do Reino Nacérida[26]

O gótico chegou cedo a Espanha desde França através do Caminho de Santiago. Na zona de influência do Caminho combinaram-se os novos elementos franceses com as formas tradicionais espanholas sem alcançar, como em outros países, uma variante espanhola do gótico, pois o interesse dos monarcas hispânicos pela cultura francesa implicou assumir suas inovações arquitetônicas, mantendo a influência francesa.[27]

Cerca de 1170 começou o ambicioso projeto da catedral de Ávila, com uma dupla charola, disposição que unicamente tinha em toda a Europa Saint-Denis, mausoléu dos monarcas franceses.[27]

Fachada principal da Catedral de Leão

A catedral de Cuenca foi outra das primeiras góticas. Começada em 1196, tinha a mais avançada técnica da época, seguia as formas do domínio real francês da Île-de-France com evidentes influências normandas, que se manifestam no emprego de abóbadas sexpartidas.[28]

Sobre 1225, começou a chamada etapa clássica, com a introdução em Castela das formas clássicas que triunfaram nas catedrais francesas de Chartres, Reims, Amiens, Bourges e Le Mans. As grandes catedrais de Burgos, Toledo e Leão conformaram-se segundo o modelo francês, que se caracterizava por um importante desnível entre naves.[29]

A Catedral de Burgos começou-se em 1221. Em princípio tinha três naves com transepto único e cinco capelas em cabeceira. O segundo arquiteto dispôs uma charola, com deambulatório e cinco capelas.[29] Do século XIII há três partes essenciais: a cabeceira, finalizada em 1230; logo o transepto e a nave, terminados em 1260, com algumas diferenças de estilo respeito da anterior; por último as ambiciosas ampliações do final do XIII, com as fachadas, as torres e a charola com diferenças de estilo acusadas sobre o anterior.[30] As esbeltas agulhas das torres foram acrescentadas no século XV, e o zimbório do cruzeiro no século XVI.[31] As agulhas de pedra das torres, com grande riqueza de calados em gótico flamígero, foram construídas por Hans von Köln (Juan de Colonia), e são similares às terminações das torres do gótico tardio do Sul da Alemanha.[32]

As catedrais de Burgos e Toledo estão inspiradas ambas na de Bourges da França; foram começadas ao mesmo tempo. Os seus dois promotores eram amigos e apoiavam a política de Fernando III. Toledo construiu-se mais devagar porque estava concebida com critérios mais ambiciosos: era a igreja do primado da Espanha. A redução efetuada em Burgos, respeito do modelo francês de Bourges, de três naves, deambulatório simples e transepto de uma nave, contrasta com a ampliação tipológica de Toledo, com cinco naves, duplo deambulatório e transepto de três naves.[33] Para construir Toledo foi derribada a mesquita, que estava em estado de ruína[34] e que pela sua vez fora construída sobre um templo cristão visigodo. Uma das características mais significativas da catedral de Toledo, e caso singular da arquitetura gótica europeia, é a forma de resolver a abóbada do deambulatório, que passa de cobrir 5 arcos na zona interior a 17 no muro exterior. A multiplicação das abóbadas para o exterior foi resolvida segundo o modelo de Le Mans, correspondendo a cada coluna interior duas exteriores. Em Toledo os dois deambulatórios bifurcam-se duas vezes.[35] Por último assinalar várias formas decorativas de inspiração islâmica empregadas em Toledo.[36]

Fachada principal, nave central e transepto
Catedral de Toledo

A catedral de Leão começou-se em 1250 e no essencial estava concluída em 1300. O arquiteto foi o mestre Enrique, segundo arquiteto de Burgos, e está inspirada em Amiens e Reims. As proporções são um pouco mais reduzidas que as gigantescas catedrais de Burgos e Toledo, pois a diocese tinha menos recursos, porém suas afiadas torres e leves decorações exteriores a fazem parecer maior e imponente.[37]

Os muros góticos facilitavam a colocação de grandes vitrais com extensos vitrais policromados. Na Espanha com a Catedral de Leão começa realmente o desenvolvimento desta arte, os seus numerosos vitrais igualam-se com as das catedrais de Chartres, Reims ou Amiens. Os vitrais leoneses foram atribuídos a uma oficina hispano-francesa.[38]

Interior da Catedral de Barcelona, uma igreja chamada de salão com três naves de igual altura
Abóbada da Catedral de Plasência. Nas abóbadas tardo-góticas, as nervuras estreladas apresentam grande variação de argumentos e desenhos.

O século XIV, maneirista, salienta sobretudo em Catalunha. A importância do senso espacial manifestou-se na proliferação de templos de uma nave (quando eram três tendia-se a igualar as alturas das naves), pilares delgados, grande amplitude.[39]

A catedral de Barcelona, iniciada em 1298 e com a abóbada terminada em 1448, tem uma larga nave central e as laterais quase da mesma altura. Seu principal arquiteto foi o mestre Jaume Fabré. A impressão de espaço é aumentada pelas tribunas sobre as capelas laterais, que dão maior largura ao já amplíssimo interior.[40]

Seção da Catedral de Maiorca. Uma característica do gótico é a elevação da nave central escorada por fora mediante arcobotantes.

O recurso visual empregado para dar a sensação de se encontrar num espaço maior foi o de incluir os contrafortes dentro da nave, cerrando o muro pela parte externa dos mesmos, entre os que se dispuseram as capelas laterais e em cima apareceram as tribunas.[41] Exteriomente ocorre o contrário: os contrafortes ficam fora da vista do espectador, encerrados no seu interior.[42]

O abobadamento da nave central da catedral de Gerona é um dos casos mais brilhantes da arquitetura medieval. Construída a cabeceira, decidiu-se, após uma longa discussão técnica, cobrir com uma só nave em lugar de com três. Guillem Bofill foi encarregue de construir a maior abóbada do gótico com cerca de 23 metros de largo e 34 metros de altura. Foi baseado no modelo de Barcelona que aperfeiçoou: a pressão da abóbada transmitia-se aos contrafortes interiores, colocando-se entre eles as capelas laterais. Começada a nave central em 1417, não se pôde terminar até 1604.[43]

Também resolveu brilhantemente a catedral de Palma de Maiorca. As naves estão articuladas por apertados muros contrafortes que lhe dão uma visão externa muito característica. O interior formam-no três naves de 42 metros de altura apoiadas em delgadas colunas e duas capelas laterais. A concepção técnica do sistema de apoios pressupõe que trabalhou o arquiteto catalão Berenguer de Montagut, artífice de Santa Maria do Mar de Barcelona. Este interior está à altura de Bourges, Beauvais e Milão.[44]

A imensa Catedral de Sevilha foi o maior projeto da Europa. Sua construção começou em 1401 e concluiu em 1506, demolindo a mesquita almóada que se vinha usando de igreja de 1248. Foi conservada a base da alta torre almóada, a Giralda, como campanário da nova catedral. Seu primeiro arquiteto pôde ser Charles Galter de Rouen e o desenho está influenciado por modelos franceses. Impressionam as suas sete naves, a grande altura (44 metros na nave) e seus cerca de 100 vitrais.[45] É uma construção de naves escalonadas, exteriormente apoiadas em múltiplos arcobotantes e contrafortes coroados por pináculos.[46]

No século XVI, em Roma surgia o estilo renascentista com a construção da Basílica de São Pedro. Na Espanha conviveram por muito tempo (como sucedia na Europa do Norte), o estilo anterior e o novo, em plano de igualdade. O gótico continuava sendo o estilo de representação nacional e era visto como moderno e "espanhol", enquanto o estilo renascentista era chamado romano ou italiano. Neste período foram construídas novas e impressionantes catedrais tardo-góticas em Salamanca, Segóvia, Plasência e Astorga|. Altíssimos pilares tornam-se, sem interrupção, em abóbadas com nervuras estreladas de múltiplos argumentos. Trata-se de um período muito brilhante, de grandes obras e inovações góticas ainda pouco estudado.[47]

A unificação e a expansão: O Renascimento[editar | editar código-fonte]

Interior da Catedral de Granada

O estilo do renascimento tardou em chegar a Espanha, pois os Reis Católicos, mantiveram o gótico para os edifícios eclesiásticos enquanto nos civis introduzia-se gradualmente o estilo clássico plateresco.[48]

A influência do Renascimento, combinado com elementos flamencos e hispânicos, originou o estilo plateresco. Chamado assim pela similitude dos ornamentos arquitetônicos com as filigranas dos prateiros. Momentos culminantes do plateresco foram as obras dos mestres da segunda parte do século XVI, Juan e Rodrigo Gil de Hontañón, arquitetos da Catedral Nova de Salamanca e da de Segóvia. Ao refinamento final do plateresco, simplificadas suas amplas filigranas, corresponde a nova catedral de Granada.[49]

Recriação do projeto de Juan de Herrera para a inacabada Catedral de Valladolid

A Catedral de Granada projetou-se com a escala grandiosa da de Sevilha. Quando Diego de Siloé tomou em 1518 a direção das obras, transformou o começado edifício gótico num de estilo clássico. Para isso, substituiu os pilares por colunas clássicas sobre bases cilíndricas, e o problema da união do capitel com a abóbada resolveu-o adicionando sobre o capitel uma nova ordem de pilastras para chegar à abóbada gótica.[50]

Este uso do duplo capitel de Siloé influiu nas catedrais de Málaga, Guadix e Baeza. Também Andrés de Vandelvira adotou o sistema de Siloé para a Catedral de Jaén, iniciada em 1548. As catedrais de Siloé e Valdelvira são brilhantes combinações do gótico e do clássico.[50]

Para a catedral de Valladolid, Juan de Herrera preparou desenhos entre 1578 e 1582. Projetou uma catedral que era um enorme quadrilátero gigante flanqueado por quatro torres nas esquinas, recusando totalmente o sistema gótico. Os construtores fizeram por ser fiéis aos planos de Herrera, mas a partir de 1650 foram-se afastando das suas traças. A segunda metade da igreja não chegou a construir-se, ficando inacabada.[51]

Juan de Herrera é o arquiteto espanhol mais conhecido anterior a Gaudí, e sua obra o Mosteiro do Escorial é o monumento máximo do Renascimento espanhol. Há controvérsia sobre se as traças de Valladolid são um reflexo da basílica do Escorial. A influência deste edifício inacabado foi importante na América.[52]

Império e decadência: o Barroco[editar | editar código-fonte]

A fachada da Praça do Obradoiro da Catedral de Santiago de Compostela está estruturada em três eixos e duas plantas que encerram grandes vitrais. A importância destes é rebaixada pelo ressaltado dos elementos articulatórios da fachada. A obra foi fortemente criticada no século XVIII por combinar elementos da tradição românica com a estética barroca.[53]

Na Espanha, como em outros países, a época do barroco corresponde ao século XVII e à primeira metade do século XVIII.[54]

O barroco foi a resposta dos arquitetos e artistas à nova missão dada à arquitetura no Concílio de Trento,[55] e portanto participou no movimento contra-reformista, que se opunha às ideias luteranas e calvinistas. Inicialmente, partindo do estilo herreriano, manteve-se a sobriedade ornamental e a estrutura clássica nas construções. Uma das exceções é o presbitério da Catedral de Valência de Juan Bautista Pérez, realizado entre 1674 e 1682, e a fachada principal, começada em 1703 por Conrado Rudolf e prosseguida por Fernando Vergara el Viejo. Foi um dos primeiros exemplos do emprego das formas curvas do barroco, embora devido à tardança na sua conclusão (1740) apresente também elementos do rococó.[56]

Durante o século XVII a fazenda espanhola declarou-se em bancarrota até em seis ocasiões.[57] A falta de recursos conseguinte, provocou a proliferação de construções baseadas em materiais mais baratos, que deu à maior parte das construções desta etapa um aspeto sóbrio e apagado.[58] Contudo, as economias de duas zonas da Península permitiram a evolução do barroco para um estilo mais ornamentado e que se afastou das concepções herrerianas. Foram a galega e a andaluza.[59]

Na Galiza, a obra mais característica foi a reforma empreendida pelo cônego Xosé de Vega e Verdugo na catedral de Santiago de Compostela. O ambicioso projeto foi plasmado no inventário Memória sobre as obras na catedral de Santiago {nwrap||1657|1670}} do qual somente foram realizadas atuações isoladas como a construção de um tabernáculo baldaquino sobre o altar-mor do templo e o pórtico Real da Quintana construído por Xosé Peña do Toro entre 1658 e 1666.[56] Continuou as obras Domingo de Andrade, discípulo de Toro, construindo sobre o núcleo anterior do gótico tardio a torre do relógio em 1680.[59] Em 1672, Fernando de Casas Novoa, mais próximo ao rococó e havendo realizado o claustro da catedral de Lugo, assumiu a reforma do templo de Compostela com a construção da torre Norte, à imagem da sua gêmea. Contudo, seu maior reto foi a construção da nova fachada, que devia ao mesmo tempo cobrir e proteger o românico Pórtico da Glória respeitando a escada que já fora iniciada. Está fachada seria chamada posteriormente do Obradoiro por dar à praça onde os canteiros trabalhavam a pedra.[59]

Um segundo centro do barroco espanhol desenvolveu-se na Andaluzia, que foi financiada pela importância da região com os benefícios do comércio com as posses coloniais espanholas na América. Um dos primeiros exemplos do barroco na zona o constitui a fachada da Catedral de Granada, desenhada em 1664 por Alonso Cano e construída após a morte deste, entre 1667 e 1684.

A construção de novas estâncias permitiu aos arquitetos maior liberdade e refletirem plenamente o estilo barroco, sobretudo nas novas fachadas que se desenharam. Os exemplos mais salientados, além de Granada, são a fachada da catedral de Múrcia (1742 – 1754), construída por Jaume Bort i Meliá (com todos os elementos do barroco e um dos melhores exemplos da Espanha), a fachada de Guadix, projetada por Eufrasio López de Rojas e a já mencionada de Valência.[60] O modelo habitual é o de fachadas entre torres, com um pano central estruturado com colunas de ordem gigante, que as dota de uma grande monumentalidade. As portadas de Múrcia e Guadix têm um grande movimento que culmina na fachada côncava de Valência.[60]

Mencionar também as fachadas das catedrais de Gerona, Astorga e Burgo de Osma.[61]

Menor envergadura, mas grande importância, têm as reformas barrocas ornamentais nos templos românicos e góticos. Os lugares que receberam maior ornamentação são os altares-mores, com sacrários, retábulos ou camarins e os trascoros.[61]

Sobressai entre eles, "a obra mais espetacular do barroco espanhol", o "Transparente" da Catedral de Toledo, obra de Narciso Tomé, construído entre 1721 e 1732. É uma construção situada detrás do altar-mor e onde os fiéis podem contemplar o Santíssimo desde a charola. Um retábulo côncavo de dois corpos, o inferior com a Virgem e o Menino e o superior com A Última Ceia. Uma abertura na abóbada deixa passar a luz. A arquitetura, a escultura e a pintura fundem-se de forma mestra.[62]

Anterior, entre 1625 e 1632, é o retábulo de madeira com esculturas policromadas da catedral de Plasencia, realizado por Gregorio Fernández e sua oficina, considerado o mais destacável da primeira metade do século XVII.[63]

Outra atuação de grande interesse é o espaço, em forma de "pavilhão", para a Virgem na Catedral de Saragoça, concebido por Ventura Rodríguez; trata-se de uma elipse em planta terminada por uma cúpula, com quatro absides nos eixos, abertos em três lados e no quarto fechado foi colocado o altar, onde a Virgem está descentrada.[64] Este pavilhão está disposto na nave central do templo encaixado num vão entre quatro colunas. Ventura Rodríguez reformou também o restante do templo, que iniciara Francisco Herrera, o Moço.[64]

Por último, assinalar a influência que a arquitetura barroca teve na América Latina e em algumas regiões da Ásia.[65]

Absolutismo e iluminismo: O neoclássico[editar | editar código-fonte]

Fachada da Catedral de Pamplona. Muitas cidades mudaram o que consideravam feia e antiquada fachada da sua catedral gótica por uma moderna fachada neoclássica. Isto também sucedeu no período barroco.

O começo do neoclassicismo na Espanha coincidiu com a fundação em 1752, pelo rei Fernando VI da Espanha, da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, tornando-se este estilo na arte estatal e determinando o estilo do país até 1840.[66]

Durante a segunda metade do século XVIII, as catedrais góticas foram objeto de numerosas reformas tanto interiores como exteriores. O objeto era variado, quer ocultar o templo anterior que se acreditava velho e inapropriado, quer incluir elementos artísticos compartilhados nas capelas, quer atuações em contraste com o templo anterior.[67] No primeiro caso encontra-se a fachada principal da Catedral de Pamplona, realizada por Ventura Rodríguez, considerada a obra mais importante da sua última época.[68] No terceiro caso, está a capela de Juan de Palafox e Mendoza na catedral do Burgo de Osma. Construída num espaço diferente detrás do altar-mor, contrapõem o novo e o velho, como se se tratar de dois templos diferentes de épocas diferentes. A Coroa aportou à capela os arquitetos mais prestigiosos do momento, Juan de Villanueva que a projetou e Sabatini que desenhou um plano para concluí-la.[69]

O Terremoto de Lisboa de 1755 afetou consideravelmente à fachada principal da Catedral de Lugo, o que motivou uma nova fachada de Julián Sánchez Bort, com a supervisão de Ventura Rodríguez. Está inspirada em elementos românicos e góticos.[67]

Século XIX: historicismo e ecleticismo[editar | editar código-fonte]

O historicismo acredita-se que é a aplicação do romantismo na arquitetura. Sua característica principal é o seguimento de tendências arquitetônicas do passado, especialmente da Idade Média, como o românico, o gótico e, na Espanha, o mudéjar. De forma similar, o ecleticismo, combina diferentes estilos históricos entre sim, na arquitetura do seu tempo. Historicamente, este período corresponde-se com a época do auge dos nacionalismos e o imperialismo. Em arquitetura eclesiástica, os estilos mais utilizados foram o neogótico e o neorromânico. Podemos encontrar ambos na Catedral da Almudena de Madrid, começada em 1883 por Francisco de Cubas. A cripta, de 1911, é de estilo neorromânico; o exterior continua a tendência neoclássica; e o interior responde ao modelo neogótico. Outro exemplo amostra-se na Catedral de La Laguna em Tenerife, construída entre 1904 e 1916, em estilo neogótico. Também neogóticos são o adro da Catedral de Terrassa de 1918, a fachada da Catedral de Barcelona de 1888 e a conclusão da Catedral de Sevilha dentre 1825 e 1928.

Catedral da Almudena: exterior, abside, nave central e Órgão.

Século XX: modernismo e racionalismo[editar | editar código-fonte]

Fachada oriental da Sagrada Família (que não é uma catedral)

No fim do século XIX surgiram na Europa tendências arquitetônicas que rompiam com os critérios tradicionais e buscavam novas formas dando grande relevância à estética. Na Espanha, salientou o modernismo catalão que se desenvolveu nomeadamente em Barcelona, entre 1880 e 1930, adquirindo pessoalidade própria. Dentro deste movimento foi construído o templo da Sagrada Família em Barcelona.[70]

A construção do edifício começou em estilo neogótico, mas com a assunção do projeto por Antoni Gaudí em 1883, foi completamente replanificado. Gaudí, seguindo seu método habitual, não elaborou o desenho de antemão, senão que realizou esboços com a forma geral do edifício e logo improvisava a construção à medida que avançava. Uma das suas ideias mais inovadoras foi o desenho das elevadas torres cônicas.[71]

As torres, em princípio, estavam previstas de planta quadrada, mas quando se decidiu que deviam sobressair apontadas sobre os portais, Gaudí decidiu transformá-las e adotar a forma redonda. Além disso, estreitou as torres à medida que cresciam em altura. Fez uso das formas que utilizara no Colégio Teresiano de Barcelona. Projetou-as com uma torção parabólica que sugere uma tendência ascendente para toda a fachada. As janelas que perfuram as torres tomam uma ordenação em espiral, impulsionando também para o alto.[72]

Só se tinham construído três torres quando Gaudi faleceu em 1926. Do projeto do edifício apenas se conservavam planos e um modelo em gesso que resultou muito danificado durante a Guerra Civil espanhola.[72]

Em 1940 o arquiteto Francesc Quintana assumiu o projeto. Hoje dia a construção continua, trabalhando-se sobre esses planos.

Lista de catedrais[editar | editar código-fonte]

Catedral Padroeiro Diocese
Arquidiocese de Barcelona
Catedral de Barcelona Santa Eulália Barcelona
Catedral de Sant Feliu de Llobregat São Lourenço Sant Feliu de Llobregat
Catedral de Terrassa Espírito Santo Terrassa
Templo Expiatório da Sagrada Família de Barcelona Sagrada Família
Arquidiocese de Burgos
Catedral de Burgos Virgem Maria Burgos
Catedral de Bilbao Santiago Bilbao
Catedral de Palência San Antolín Palencia
Catedral de Burgo de Osma Virgem Maria Osma-Soria
Concatedral de Soria São Pedro Osma-Soria
Catedral de Vitoria Virgem Maria Vitoria
Arquidiocese de Granada
Catedral de Granada Virgem da Encarnação Granada
Catedral de Almería Virgem da Encarnação Almería
Catedral de Guadix Virgem da Encarnação Guadix
Catedral de Jaén Virgem da Assunção Jaén
Catedral de Málaga Virgem da Encarnação Málaga
Concatedral de Cartagena em Murcia Santa Maria Cartagena
Catedral de Cartagena Santa Maria Cartagena
Arquidiocese de Madrid
Catedral de Madrid Virgem de la Almudena Madrid
Catedral de Alcalá de Henares Santos Justo e Pastor Alcalá de Henares
Catedral de Getafe Santa Maria Madalena Getafe
Catedral de Justo Não consagrada
Arquidiocese de Mérida-Badajoz
Catedral de Badajoz São João Baptista Mérida-Badajoz
Concatedral de Cáceres Virgem Maria Coria-Cáceres
Catedral de Coria Virgem da Assunção Coria-Cáceres
Catedral de Mérida Virgem Maria Mérida-Badajoz
Catedral Nova de Plasencia Plasencia
Catedral Velha de Plasencia Virgem Maria Plasencia
Arquidiocese de Oviedo
Catedral de Oviedo São Salvador Oviedo
Catedral de Astorga Virgem Maria Astorga
Catedral de León Virgem Maria León
Catedral de Santander Virgem da Assunção Santander
Arquidiocese de Pamplona e Tudela
Catedral de Pamplona Virgem Maria Pamplona
Catedral de Calahorra Virgem Maria Calahorra e La Calzada-Logroño
Catedral de la Calzada São Domingos Calahorra e La Calzada-Logroño
Catedral de Jaca São Pedro Jaca
Concatedral de Logroño Virgem Maria Calahorra e La Calzada-Logroño
Catedral de San Sebastián Virgem Maria San Sebastián
Catedral de Tudela Virgem Maria Tudela
Arquidiocese de Santiago de Compostela
Catedral de Santiago de Compostela Santiago Maior Santiago de Compostela
Concatedral de Ferrol São Julião Mondoñedo-Ferrol
Catedral de Lugo Virgem Maria Lugo
Catedral de Mondoñedo Virgem Maria Mondoñedo-Ferrol
Catedral de Ourense São Martinho Ourense
Catedral de Tui Virgem Maria Tui-Vigo
Concatedral de Vigo Virgem Maria Tui-Vigo
Arquidiocese de Sevilha
Catedral de Sevilla Virgem Maria Sevilla
Catedral de Cádiz Cruz Cádiz e Ceuta
Catedral de Ceuta Virgem da Assunção Cádiz e Ceuta
Catedral de Huelva Virgem da Misericórdia Huelva
Catedral de Córdova Virgem Maria Córdova
Catedral de Jerez de la Frontera São Salvador Jerez de la Frontera
Catedral de las Palmas de Gran Canaria Santa Ana Canarias
Catedral de La Laguna Virgem dos Remédios San Cristóbal de La Laguna
Arquidiocese de Tarragona
Catedral de Tarragona Santa Maria Tarragona
Catedral de Girona Santa Maria Girona
Catedral de Lleida Santa Maria Lleida
Catedral de Solsona Santa Maria Solsona
Catedral de Tortosa Santa Maria Tortosa
Catedral da Seu d'Urgell Santa Maria La Seu d'Urgell
Catedral de Vic São Pedro Vic
Arquidiocese de Toledo
Catedral de Toledo Virgem Maria Toledo
Catedral de Albacete São João Baptista Albacete
Catedral de Ciudad Real Virgem do Prado Ciudad Real
Catedral de Cuenca Virgem Maria e São Julião Cuenca
Concatedral de Guadalajara Virgem Maria Sigüenza-Guadalajara
Catedral de Sigüenza Virgem Maria Sigüenza-Guadalajara
Arquidiocese de Valência
Catedral de Valência Virgem Maria Valência
Concatedral de Alicante São Nicolau Orihuela-Alicante
Concatedral de Castellón Virgem Maria Segorbe-Castellón
Catedral de Ibiza Virgem Maria Ibiza
Catedral de Maiorca Virgem Maria Maiorca
Catedral de Menorca Virgem Maria Menorca
Catedral del Orihuela São Salvador Orihuela-Alicante
Catedral de Segorbe Virgem Maria Segorbe-Castellón
Arquidiocese de Valladolid
Catedral de Valladolid Virgem da Assunção Valladolid
Catedral de Ávila São Salvador Ávila
Catedral de Ciudad Rodrigo Virgem Maria Ciudad Rodrigo
Catedral Nova de Salamanca Virgem da Assunção Salamanca
Catedral Velha de Salamanca Virgem Maria Salamanca
Catedral de Segóvia Virgem Maria Segóvia
Catedral de Zamora São Salvador Zamora
Arquidiocese de Saragoça
Catedral de Saragoça São Salvador Saragoça
Catedral de Albarracín São Salvador Diocese de Teruel y Albarracín
Catedral de Barbastro Virgem da Assunção Barbastro-Monzón
Catedral de Huesca Virgem Maria Huesca
Catedral de Monzón Virgem Maria Barbastro-Monzón
Catedral de Tarazona Virgem de la Huerta Tarazona
Catedral de Teruel Virgem María Teruel y Albarracín
Basílica do Pilar Virgem do Pilar align="center"

Referências

  1. Onde o bispo tem a sua sede, a sua cátedra.
  2. Chama-se concatedral ao templo da segunda cidade diocesana, quando a sede episcopal está compartilhada entre duas cidades.
  3. «Edifícios incluídos no Plano de Catedrais»  do Ministério de Cultura da Espanha.
  4. Díaz Muñoz, M. Pilar, «Catedrales en el Barroco, pág.7», ISBN 978-84-95537-54-6, Madrid: Ediciones Jaguar 
  5. «Listado de las diócesis de España y sus obispos». www.conferenciaepiscopal.es/ (em espanhol). Consultado em 18 de março de 2007 
  6. «Mapa de las diócesis de España». www.conferenciaepiscopal.es/ (em espanhol). Consultado em 18 de março de 2007 
  7. Díaz Muñoz, M. Pilar, Catedrales en el Barroco, ISBN 978-84-95537-54-6, Madrid: Ediciones Jaguar, p. 8 
  8. «As Espanhas visigodas»  em Artehistória.
  9. «Catedral de Barcelona»  em bcn.es.
  10. a b Klein, Bruno (1996), «La arquitectura románica en España y Portugal», El románico. Arquitectura, escultura, pintura, ISBN 3-89508-547-2 (em espanhol), Colônia: Könemann Verlagsgesellschaft mbH, p. 178 
  11. Bango, Isidro G. (1992), «El Románico en España, Pág. 381/383», ISBN 84-239-5295-9, Madrid: Espasa Calpe 
  12. Klein 1996, pp. 179, 462.
  13. a b Pág 9 de Sarthou Carreres, Carlos (1946), «Catedrales de España», Madrid: Espasa Calpe 
  14. Azcárate, José María de (1983), «La Arquitectura de los orígenes al Renacimiento», Historia del Arte, ISBN 84-7253-314-5 Verifique |isbn= (ajuda) (em espanhol), III, Barcelona: Carrogio SA Ediciones, p. 155 
  15. Klein 1996, p. 199.
  16. Klein 1996, p. 202.
  17. Klein 1996, p. 205.
  18. Klein 1996, p. 212.
  19. Klein 1996, pp. 214–215.
  20. a b Azcárate 1983, pp. 189–190.
  21. a b c «Arquitetura mudéjar»  em Arteguías.
  22. «Catedral de Santa Maria Magdalena»  na Web do Concelho de Getafe.
  23. Azcárate 1983, p. 232.
  24. Klein, Bruno (1998), El gótico. Arquitectura, escultura, pintura, ISBN 3-8290-1742-1 (em espanhol), Colônia: Könemann Verlagsgesellschaft mbH, pp. 96, 286 
  25. Martín, José Luís (2004), «La España de los Reyes Católicos, tomo 5, Pág. 11», ISBN 84-670-1578-0, Historia de España, Madrid: Espasa Calpe 
  26. Martín, José Luís (2004), «Plena y Baja Edad Media, tomo 4, Pág. 280», ISBN 84-670-1577-2, Historia de España, Madrid: Espasa Calpe 
  27. a b Klein 1998, p. 196.
  28. Klein, José María, «La Arquitectura de los orígenes al Renacimiento, Pág. 191», ISBN 84-7253-314-5 Verifique |isbn= (ajuda), Historia del Arte, Volumen III, Barcelona: Carrogio SA Ediciones 
  29. a b Azcárate 1983, p. 193.
  30. Karge, Henri (1995), «La Catedral de Burgos y la arquitectura del siglo XIII en Francia y España, pág. 71», ISBN 84-7846-366-6, Junta de Castilla y León 
  31. «Web da Catedral de Burgos» .
  32. Klein, Henri (1995), «La Catedral de Burgos y la arquitectura del siglo XIII en Francia y España, pág. 61/62», ISBN 84-7846-366-6, Junta de Castilla y León 
  33. Klein, Henri (1995), «La Catedral de Burgos y la arquitectura del siglo XIII en Francia y España, pág. 168/173», ISBN 84-7846-366-6, Junta de Castilla y León 
  34. Klein, Henri (1995), «La Catedral de Burgos y la arquitectura del siglo XIII en Francia y España, pág. 168», ISBN 84-7846-366-6, Junta de Castilla y León 
  35. Klein, Henri (1995), «La Catedral de Burgos y la arquitectura del siglo XIII en Francia y España, pág. 171», ISBN 84-7846-366-6, Junta de Castilla y León 
  36. Klein, Henri (1995), «La Catedral de Burgos y la arquitectura del siglo XIII en Francia y España, pág. 173», ISBN 84-7846-366-6, Junta de Castilla y León 
  37. Klein, José María, «La Arquitectura de los orígenes al Renacimiento, Pág. 196», ISBN 84-7253-314-5 Verifique |isbn= (ajuda), Historia del Arte, Volumen III, Barcelona: Carrogio SA Ediciones 
  38. «Web Centro Virtual Cervantes» .
  39. Azcárate 1983, p. 198.
  40. Borngässer, Barbara (1998), «Arquitectura del gótico tardío en España y Portugal, Pág. 267», ISBN 3-8290-1742-1, El gótico. Arquitectura, escultura, pintura, Köln: Könemann Verlagsgesellschaft mbH 
  41. Español, Francesca (2002), «El Gótico Catalán, pág. 107», ISBN 84-96103-01-3, Fundació Caixa Manresa 
  42. Español, Francesca (2002), «El Gótico Catalán, pág. 30», ISBN 84-96103-01-3, Fundació Caixa Manresa 
  43. Borngässer, Barbara (1998), «Arquitectura del gótico tardío en España y Portugal, Pág. 269/273», ISBN 3-8290-1742-1, El gótico. Arquitectura, escultura, pintura, Köln: Könemann Verlagsgesellschaft mbH 
  44. Borngässer, Barbara (1998), «Arquitectura del gótico tardío en España y Portugal, Pág. 273», ISBN 3-8290-1742-1, El gótico. Arquitectura, escultura, pintura, Köln: Könemann Verlagsgesellschaft mbH 
  45. Thomas, Hugh (2005), «El Imperio español, pág. 610/611», ISBN 84-473-3635-2, RBA Colecionáveis 
  46. Borngässer, Barbara (1998), «Arquitectura del gótico tardío en España y Portugal, Pág. 276», ISBN 3-8290-1742-1, El gótico. Arquitectura, escultura, pintura, Köln: Könemann Verlagsgesellschaft mbH 
  47. Borngässer, Barbara (1998), «Arquitectura del gótico tardío en España y Portugal, Pág. 286», ISBN 3-8290-1742-1, El gótico. Arquitectura, escultura, pintura, Köln: Könemann Verlagsgesellschaft mbH 
  48. Mann, Nicholas (1993), «Renacimiento, pág. 199», ISBN 84-47583-492-2 Verifique |isbn= (ajuda), Barcelona: Ediciones Folio 
  49. Mann, Nicholas (1993), «Renacimiento, pág. 202», ISBN 84-47583-492-2 Verifique |isbn= (ajuda), Barcelona: Ediciones Folio 
  50. a b Wilkinson-Zerner, Catherine (1996), «Juan de Herrera, arquitecto de Felipe II, pág. 129», ISBN 84-460-0582-4, Madrid: Ediciones Akal 
  51. Wilkinson-Zerner, Catherine (1996), «Juan de Herrera, arquitecto de Felipe II, pág. 122 a 129», ISBN 84-460-0582-4, Madrid: Ediciones Akal 
  52. Wilkinson-Zerner, Catherine (1996), «Juan de Herrera, arquitecto de Felipe II, pág. 5, 122 y 124», ISBN 84-460-0582-4, Madrid: Ediciones Akal 
  53. Bongäser, Barbara (1997), «Arquitectura barroca en España y Portugal, Pág. 92», ISBN 3-89508-920-6, El Barroco, Colônia:Könemann 
  54. Bongäser, Barbara (1997), «Arquitectura barroca en España y Portugal, Pág. 78», ISBN 3-89508-920-6, El Barroco, Colônia:Könemann 
  55. LEROUX-DHUYS, Jean-Francois (1999), «Las Abadías Cistencienses, pág. 128», ISBN 3-8290-3117-3, Köln: Könemann Verlagsgesellschaft mbH 
  56. a b AUBOYER, Jeannine (2005), «El Barroco en la arquitectura», ISBN 844710334 Verifique |isbn= (ajuda), Historia del arte. T. 13, El Barroco, Barcelona:Salvat 
  57. «La época de los Austrias en España». recursos.pnte.cfnavarra.es/ (em espanhol). Consultado em 18 de novembro de 2007 
  58. «Arquitectura Barroca en España». www.arteguias.com/ (em espanhol). Consultado em 18 de novembro de 2007 
  59. a b c Bongäser, Barbara (1997), «Arquitectura barroca en España y Portugal», ISBN 3-89508-920-6, El Barroco, Colônia:Könemann 
  60. a b Díaz Muñoz, M. Pilar, «Catedrales en el Barroco, pág.9», ISBN 978-84-95537-54-6, Madrid: Ediciones Jaguar 
  61. a b Díaz Muñoz, M. Pilar, «Catedrales en el Barroco, pág.10», ISBN 978-84-95537-54-6, Madrid: Ediciones Jaguar 
  62. Bongäser, Barbara (1997), «Arquitectura barroca en España y Portugal, Pág. 104», ISBN 3-89508-920-6, El Barroco, Colônia:Könemann 
  63. Hernández Redondo, José Ignacio (1997), «Escultura barroca en España, Pág. 361», ISBN 3-89508-920-6, El Barroco, Colônia:Könemann 
  64. a b Bongäser, Barbara (1997), «Arquitectura barroca en España y Portugal, Pág. 111», ISBN 3-89508-920-6, El Barroco, Colônia:Könemann 
  65. Bongäser, Barbara (1997), «Arquitectura barroca en España y Portugal, Pág. 79», ISBN 3-89508-920-6, El Barroco, Colônia:Könemann 
  66. Bongäser, Barbara (2000), «La arquitectura del neoclasicismo y el romanticismo en España y Portugal, Pág. 124», ISBN 3-8290-1572-0, Neoclasicismo y Romanticismo, Colônia:Könemann 
  67. a b García Melero, José Enrique (2001), «Las Catedrales Góticas en la España de la Ilustración, pág. 9/10», ISBN 84-7490-645-8, Madrid: Ediciones Encuentro 
  68. García Melero, José Enrique (2001), «Las Catedrales Góticas en la España de la Ilustración, pág. 19», ISBN 84-7490-645-8, Madrid: Ediciones Encuentro 
  69. García Melero, José Enrique (2001), «Las Catedrales Góticas en la España de la Ilustración, pág. 18 y 141», ISBN 84-7490-645-8, Madrid: Ediciones Encuentro 
  70. A Sagrada Família de Barcelona inclui-se neste artigo por estar incluído no Plano Nacional de Catedrais, apesar de não ser sé episcopal.
  71. Van Zandt, Eleanor (1997), «La vida y obras de Antoni Gaudi, pág.66», ISBN 950-9575-78-X, Madrid, Asppan 
  72. a b Zerrbst, Rainer (1989), Antoni Gaudí, pág.198, ISBN 3-8228-0216-6, Taschen 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Catedrais de Espanha