Carro americano
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Carro americano, ou simplesmente americano, era o nome usado em Portugal (especialmente em Lisboa) para designar um meio de transporte ligeiro coletivo de passageiros, precursor do bonde / carro elétrico, utilizado na segunda metade do século XIX: Como este, também se movia sobre carris, mas por tração animal.[1]
Em 1832 faziam o percurso Nova Iorque-Harlem e em 1834 em Nova Orleães. O fenómeno do Americano iria propagar-se pela Europa continental.
Inicialmente a linha férrea era saliente, transtornando a circulação pedestre e provocando acidentes. Seriam suplantados por carris embutidos no pavimento (trâmueis, de tramway) em 1852, uma invenção de Alphonse Loubat.
Em Portugal
[editar | editar código-fonte]Nas últimas décadas do séc. XIX existiram em Portugal vários sistemas de transporte ferroviário ligeiro de tração animal, alguns aceitando passageiros em regime de transporte público, por vezes sazonal / turístico-balnear:
- Braga
- Coimbra
- Figueira da Foz
- Funchal
- Lisboa
- Pedernais (Marinha Grande) / São Martinho do Porto
- Porto
- Póvoa de Varzim / Vila do Conde
Braga
[editar | editar código-fonte]Em Braga os carros americanos circularam de 1877 até 1914, quando a tração passou a eléctrica.
Coimbra
[editar | editar código-fonte]Em 1874 foi criada uma linha em sistema americano que ligava a o centro de Coimbra (Largo da Portagem) e a Estação Velha. Extinto em 1887, este sistema foi reaberto em 1904 e ampliado à Universidade, para encerrar em 1908. Os elétricos de Coimbra só entrariam em funcionamento em 1911, retomando e ampliando a rede do carro americano.
Figueira da Foz
[editar | editar código-fonte]Funchal
[editar | editar código-fonte]Funcionou no Funchal uma linha de carros americanos de 1893 a 1916, desde o Pombal à atual Av. Arriaga. Ao contrário do que ocorreu noutras cidades, a tração não foi mecanizada, sendo a rede desmantelada após o encerramento.
Lisboa
[editar | editar código-fonte]Em Lisboa a linha de americanos foi inaugurada a 17 de novembro de 1873 entre a Estação da linha Férrea Norte e Leste (Stª. Apolónia) e o então extremo oeste do Aterro da Boa Vista (Santos). A rede cresceu nas décadas seguintes, foi alterada na sua bitola, e finalmente alterada em 1900 para tração elétrica.
Porto
[editar | editar código-fonte]No Porto circularam de 9 de março de 1872 até 22 de setembro de 1904.
Póvoa de Varzim / Vila do Conde
[editar | editar código-fonte]Na Póvoa de Varzim os carros americanos apareceram em 1874 e ligavam inicialmente o centro da Póvoa de Varzim até ao centro de Vila do Conde, posteriormente expandido para a zona balnear, até ao Passeio Alegre e até à Avenida dos Banhos. No início do século XX a tração passou a a diesel, tendo depois a rede sido desmantelada.
Referências
- ↑ António Lopes VIEIRA: “Algumas questões sobre os transportes públicos da cidade de Lisboa nos finais do século XIX” Análise Social XVI:61/62: 72.