Hospital Municipal Ouro Verde

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Hospital Ouro Verde
Hospital Municipal Ouro Verde
Vista total do complexo hospitalar.
Nome completo Hospital Municipal Ouro Verde
Localização Campinas
 São Paulo
 Brasil
Fundação 10 de junho de 2008 (15 anos)
Sistema de saúde SUS
Tipo Público
Especialidades Diversas
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O Hospital Municipal Ouro Verde é um hospital público municipal, localizado na cidade de Campinas, no distrito do Ouro Verde. Atende, por mês, cerca de 18 mil pacientes no seu Pronto Socorro. Além disso, são cerca de 300 cirurgias mensais.[1]

A construção do hospital é modular, ou seja, formada por módulos que podem ir se agregando ao prédio principal, ao mesmo tempo que novos serviços vão sendo implantados. Projetado para ter 220 leitos, o hospital enfrentou desde falta de recursos até problemas com licitação das obras, o que atrasou o cronograma inicial. O projeto original previa investimentos de US$ 29,7 milhões, além de outros US$ 14,2 milhões em equipamentos.

História[editar | editar código-fonte]

Vista lateral da entrado do complexo hospitalar.
Vista panorâmica do complexo hospitalar.

A preparação, com aquisição de terreno para a implantação do hospital foi iniciado em 1989, no governo de Jacó Bittar, mas as obras só tiveram início em 1991. A construção parou em 1992 e foi retomada em 1995, com previsão de estar concluída em sua totalidade no ano seguinte. No governo do PSDB foi construído, em 1996, o pronto-socorro com apenas 20 leitos de retaguarda e uma policlínica.[2]

A construção de fato do hospital começou em 2006 e só foi inaugurado em 10 de junho de 2008, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Saúde José Gomes Temporão, o prefeito de Campinas Hélio de Oliveira Santos e o secretário municipal de Saúde José Francisco Kerr Saraiva. Na época a unidade começou a funcionar com 20% de sua capacidade e 219 leitos. A Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Medicina/Universidade Federal Paulista (SPDM/Unifesp) assumiu a gestão do hospital na época. [3]

Em 2015 a prefeitura abriu um chamamento com a intenção de selecionar uma Organização Social para assumir a gestão do Hospital Ouro Verde, com base na lei, que foi publicada no dia 20 de março e é de autoria do executivo. A proposta foi aprovada na Câmara de Vereadores em duas sessões extraordinárias, sendo que um dos questionamentos, de manifestantes e vereadores que fazem oposição ao prefeito, foi em relação à rapidez do processo de tramitação da lei e, consequentemente, falta de discussão sobre o assunto. Houve protesto na cidade.[4]

A partir do dia 02 de maio de 2016 teve início o período de um mês de transição da gestão da Associação Paulista para Desenvolvimento da Medicina (SPDM) para a Organização Social Vitale Saúde (OS), e no dia 01 de junho o Hospital passou a ser administrado em definitivo pela OS. O contrato de gestão foi de R$ 10.9 milhões mensais, com duração de até cinco anos e renovações por período, foi assinado pelo prefeito de Campinas, Jonas Donizette.[5]

Crise: Operação Ouro Verde[editar | editar código-fonte]

O ano de 2017 foi um dos piores anos para a área de saúde do município de Campinas.[6] O Hospital Ouro Verde foi alvo de operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em novembro e, segundo o promotor Daniel Zulian, foi constatado que um grupo ligado à Vitale usava a entidade para desviar recursos por meio de consultorias que nunca existiram.[7] A Organização Social (OS) Vitale, gestora do hospital, teve o contrato rescindido pela prefeitura. [8] A má gestão da Vitale gerou uma greve dos funcionários do hospital, por conta do atraso no pagamento de salários e benefícios.[9]

Graças a operação do Ministério Público (MP) o atual prefeito da cidade Jonas Donizette foi investigado após ser citado por empresários em supostas negociações para favorecer Vitale.[7] Foi apreendido R$ 1,2 milhão na casa do diretor da Secretaria de Saúde, Anésio Corat Júnior, que foi exonerado do cargo.[8] Seis empresários investigados cumprem prisão preventiva e foram denunciados à 4ª Vara Criminal de Campinas, pelos crimes de organização criminosa, fraude à licitação, falsidade ideológica e peculato. Entre eles está Fernando Vitor Torres Nogueira Franco, que teve dois carros, modelos Ferrari e BMW, apreendidos no dia em que ocorreu a 1ª fase da "Operação Ouro Verde".[10][11]

Instalações[editar | editar código-fonte]

O complexo hospitalar de Campinas tem cerca de 1,4 mil funcionários e 250 leitos. Oferece consultas nas especialidades de ortopedia, pneumologia, dermatologia, proctologia, urologia, cirurgia pediátrica, cirurgia geral, pneumologia, entre outros. Também oferece exames de colonoscopia, audiometria, ultrassonografia, teste ergométrico, mamografia, etc.[12]

Endereço[editar | editar código-fonte]

O Hospital Municipal Ouro Verde localiza-se na avenida Ruy Rodrigues, 3434 Chacará são josé em Campinas, São Paulo.

Referências

  1. Prefeitura de Campinas (26 de janeiro de 2010). «Pedro Serafim visita instalações do Hospital Municipal Ouro Verde». Site da Prefeitura de Campinas. Consultado em 15 de novembro de 2016 
  2. Maria Teresa Costa (27 de março de 2014). «Depois de 25 anos, Ouro Verde será concluído». RAC.com.br. Consultado em 15 de novembro de 2016 
  3. Caius Lucilius com Denize Assis (10 de junho de 2008). «Novo Hospital Ouro Verde amplia leitos na cidade». Hospital de Clínicas da Unicamp. Consultado em 15 de novembro de 2016 
  4. G1 Campinas e Região (29 de abril de 2016). «Campinas assina contrato com nova administradora do hospital Ouro Verde». G1. Consultado em 15 de novembro de 2016 
  5. Sheila Vieira (29 de abril de 2016). «Hospital Ouro Verde passa a ser administrado por OS». Correio Popular. Consultado em 15 de novembro de 2016 
  6. Marcello Carvalho (29 de dezembro de 2017). «Colapso no SUS e a maior crise da história do Ouro Verde: Prefeitura e Cremesp debatem caos da saúde em Campinas». G1 
  7. a b Jornal da EPTV 2ª Edição (8 de dezembro de 2017). «'Ouro Verde': Jonas é investigado após ser citado por empresários em supostas negociações para favorecer Vitale». G1. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  8. a b G1 Campinas e região (30 de novembro de 2017). «Campinas anuncia que irá rescindir contrato com Vitale, que administra o Hospital Ouro Verde». G1 
  9. G1 Campinas e região (4 de dezembro de 2017). «Funcionários do Hospital Ouro Verde aceitam proposta da Prefeitura e suspendem greve em Campinas». G1 
  10. G1 Campinas e Região (12 de dezembro de 2017). «'Ouro Verde': Secretário e líder de governo na Câmara são investigados, afirma MP». G1. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  11. G1 Campinas e Região (30 de novembro de 2017). «Operação do MP apura desvios de dinheiro da saúde e apreende R$ 1,2 milhão e carros de luxo em Campinas». G1. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  12. Prefeitura de Campinas (29 de abril de 2016). «Gestão do Ouro Verde terá novos responsáveis a partir de 1º de junho». Site da Prefeitura de Campinas. Consultado em 15 de novembro de 2016