Tristeza (Porto Alegre)
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Bairro do Brasil | ||
Localização | ||
Município | Porto Alegre | |
Características geográficas | ||
Área total | 264 hectares | |
População total | 15,125 hab (2 000) 6,963 homens 8,162 mulheres hab. | |
Densidade | 57 hab/ha hab./km² | |
Outras informações | ||
Taxa de crescimento | (+) 0,7% (de 1991 a 2000) | |
Domicílios | 5.009 | |
Rendimento médio mensal | 14,57 salários mínimos |
Tristeza é um bairro nobre da zona sul da cidade brasileira de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul. Foi criado pela Lei 2022 de 7 de dezembro de 1959.
Região de Planejamento[editar | editar código-fonte]
O bairro Tristeza está inserido na chamada Região Geral de Planejamento 6 (RGP6),[1] uma das oito Regiões de Gestão do Planejamento (RGPs) de Porto Alegre. Cada região reúne um grupo de bairros com afinidades entre si. No caso da RGP6, a qual reúne dezesseis bairros incluindo a Tristeza, a área compreendida corresponde a uma região predominantemente residencial estruturada com baixas densidades populacionais e integrada à paisagem natural local, a qual tem como grandes referências o Parque Natural do Morro do Osso e o Lago Guaíba. Devido a essas características e peculiaridades, a região foi chamada por técnicos da prefeitura de "Cidade Jardim".[2]
Há uma proposta para que a parte sul do bairro Tristeza , denominada de "Sétimo Céu", se torne um bairro oficial da cidade.[3] Os moradores do Sétimo Céu, por iniciativa da moradora Teresinha Miracy Canini Ávila, reconhecida pintora, artista plástica, escritora, cronista, contista e poetisa cujo nome artístico é Tenini,[4] fundaram uma associação de moradores própria, em 1996, a Associação dos Moradores do Sétimo Céu.[5]
Histórico[editar | editar código-fonte]
Século XIX[editar | editar código-fonte]
O nome do bairro é originário do apelido do habitante mais antigo da região, o chacareiro José da Silva Guimarães, o "Tristeza". Naquela época, a região que daria origem ao bairro Tristeza era basicamente rural, repleta de campos e pouco povoada, englobando os que hoje são seus bairros vizinhos: Vila Conceição e Vila Assunção, bem como partes de Camaquã e da Pedra Redonda.[6]
Em 1886, instalou-se no bairro um imigrante alemão chamado Josef Winge, que fundou na Tristeza uma das floriculturas mais antigas do país,[7] a Winge. Ele começou a cultivar árvores frutíferas na Rua Dr. Mário Totta; um dos filhos começou a comercializar plantas ornamentais em 1915. A empresa, que completou 120 anos em 2006, até hoje se encontra em domínio familiar e ocupa um terreno de 30 mil m² no bairro, o equivalente a um quarteirão inteiro. A casa do primeiro Winge, erguida em 1900, foi convertida recentemente em um café.[8]
Século XX[editar | editar código-fonte]
Em 1900, com a inauguração da "Estrada de Ferro do Riacho", cujo terminal era a Tristeza, intensificou-se o desenvolvimento e o movimento do bairro. Esta extinta ferrovia trazia as pessoas da área central de Porto Alegre que queriam se banhar nas águas então despoluídas do Guaíba e espairecer em suas praias. Assim surgiram os casarões e os chalés de veraneio, sendo os primeiros com maior concentração nas primeiras três quadras do bairro Tristeza e nos atuais bairros Vila Assunção, Vila Conceição e Pedra Redonda, normalmente construídos pelos moradores das ruas Duque de Caxias e Coronel Fernando Machado, no Centro Histórico da cidade, bem como dos bairros Independência e Moinhos de Vento, e do outrora nobre entorno do Parque da Redenção.
Em 1923, ocorreu a tão esperada instalação da rede elétrica no bairro, proveniente das linhas de transmissão da Vila Assunção. Naquele mesmo ano, o médico Dr. Mário Totta, que virou nome de rua no bairro, patrocinou a festa do "enterro do lampião".
Em 7 de dezembro de 1941, fundou-se na Tristeza o Clube dos Jangadeiros.[9] O fundador, o empresário e desportista Leopoldo Geyer, foi o mesmo envolvido na fundação de outros clube náuticos em Porto Alegre, como o Iate Clube Guaíba e o Veleiros do Sul. O Jangadeiros teve um período áureo na década de 1950, quando seus sócios conquistaram títulos nacionais; em 1959, sediou o Campeonato Mundial de Snipes, o primeiro evento internacional desse tipo no Hemisfério Sul. Mais tarde, para estender suas atividades e sua infraestrutura, o clube inaugurou uma ilha artificial de 7 hectares, a Ilha dos Jangadeiros.[10]
A principal via de acesso ao bairro é a Avenida Wenscelau Escobar, onde atualmente grande parte do comércio está concentrado, que de início se chamava Avenida Borges de Medeiros e Avenida 11 de Setembro, até ter seu nome definido em 1951. Nesse mesmo ano, implantou-se o Cemitério Municipal da Tristeza, situado na Rua Liberal, adjacente ao Cemitério Israelita (instalado em 1932), ambos próximos ao Morro do Osso.
Na Avenida Wenceslau Escobar destaca-se como ponto de referência um imponente pórtico em concreto armado. Foi construído para indicar a entrada do “Jardim Yacht Club” lançado em 1936 na área entre as ruas Almirante Delamare e Armando Barbedo. O nome deste loteamento é homenagem ao então clube náutico Yacht Club de Porto Alegre (não confundir com o atual Iate Clube Guaíba), fundado em 1933 por Clóvis Souza Gomes nos fundos da gleba,[11] às margens do Guaíba até a rua Almirante Mariath.[12]
Na porção sul do bairro, está localizado o Sétimo Céu, que embora pertença oficialmente à Tristeza, é mais parecido, devido a sua característica topografia e compartilhar mais laços históricos, com o bairro Vila Conceição, em função do Sétimo Céu e da Vila Conceição terem sido fundados como o loteamento Vila Conceição. As vias que englobam o Sétimo Céu são as ruas Professor Xavier Simões, Professor Padre Gomes, Coronel Gomes de Carvalho, Professor Antônio d'Ávila - que são muito longas -, e as ruas Professor Padre Werner e Professor Pereira Coelho, bem como a praça Tito Tajes.
Hoje[editar | editar código-fonte]
Na Praça Comendador Souza Gomes, onde ficava antigamente a extinta estação do trem, próximo à Paróquia Nossa Senhora das Graças, ocorre tradicionalmente, todos os sábados, a Feira de Artesanato da Tristeza.[13]
O bairro não dispõe de centros de compras de grande porte, mas possui vários e pequenos estabelecimentos comerciais, muitos deles considerados charmosos e convidativos, como o Paseo Zona Sul, o shopping Granville, o Jardins da Praça e o entorno da Praça Comendador Souza Gomes, que conta com diversos estabelecimentos comerciais e de serviços.
Futuro Centro Cultural[editar | editar código-fonte]
Em maio de 2012, anunciou-se que o prédio do antigo Fórum Regional de Justiça da Tristeza, localizado na rua Landell de Moura, se tornaria sede do Centro Cultural Zona Sul. O projeto de transformação prevê, além da restauração do prédio, a possibilidade de implantação de biblioteca, de oficinas de arte, teatro, bistrô e memorial da região no futuro centro. No passado, o antigo fórum funcionou também como uma fábrica de objetos de decoração.[14]
Características atuais[editar | editar código-fonte]
De caráter fortemente residencial, a Tristeza tem se tornado ao longo dos anos um pólo comercial para a zona sul da cidade.
Marcos[editar | editar código-fonte]
- Áreas verdes
- Praça Professor Gaelzer
- Praça Comendador Souza Gomes
- Praça Louis Braille
- Praça Tito Tajes
- Centros de compras
- Paseo Zona Sul[15]
- Shopping Granville[16]
- Shopping Jardins da Praça
- Supermercado Zaffari Otto Niemeyer[17]
- Educação
- Colégio Mãe de Deus
- Aldeia da Fraternidade[18]
- Escola Estadual de Ensino Médio Padre Reus
- Escola Estadual de Ensino Fundamental Três de Outubro
- Escola Estadual de Ensino Fundamental Monsenhor Roberto Landell de Moura
- Escola Infantil Creare
- Escola Infantil Interagir
- Escola de Ensino Fundamental São Francisco

- Outros
- Clube Adesbam
- Centro de Treinamento da PROCERGS
- Clube dos Jangadeiros[19][20]
- Clube Tristezense
- Clínica Dedicare
- Paróquia Nossa Senhora das Graças[21][22]
- Posto da Brigada Militar do Rio Grande do Sul
- Machry - Armazém e Bistrô[23]
- Cravo & Canela - cestas e especiarias[24]
- Paróquia São Vicente Mártir
Limites atuais[editar | editar código-fonte]
Da margem do rio Guaíba, pela Avenida Copacabana até encontrar a Rua Padre João Batista Reus; desta, até Rua Álvaro Guterres; e, no prolongamento desta, até a Rua Marechal Hermes; desta, até a Rua General Rondon; deste ponto, por uma linha reta, seca e imaginária, até a Rua Coronel Aristides com a Rua Coronel Massot; por esta, em direção oeste, até Avenida Wenceslau Escobar; desta, até a Avenida Copacabana; e, desta, até encontrar a margem do rio.
Seus bairros vizinhos são: Cristal, Vila Assunção, Camaquã e Vila Conceição.
Há uma proposta de uma área do bairro Tristeza denominado de Sétimo Céu para ser um bairro oficial da cidade, se desmembrando da Tristeza.[25][26]
Moradores ilustres[editar | editar código-fonte]
- Dilma Rousseff, ex-presidente do Brasil[27]
Referências
- ↑ RGP6
- ↑ SPM - As diferentes caras de Porto Alegre: Cidade Jardim
- ↑ [1]
- ↑ Página oficial de Tenini
- ↑ Site oficial da Associação dos Moradores do Sétimo Céu
- ↑ História dos bairros de Porto Alegre
- ↑ Memória Zero Hora - Winge, 120 anos
- ↑ Idasyvindas - Café&Prosa
- ↑ Página do Clube dos Jangadeiros - História
- ↑ Página do Clube dos Jangadeiros - A Ilha
- ↑ Janice Zarpellon Mazo (2005), "Associações esportivas de Porto Alegre-RS, 1867 - 1941". Em: Janice Zarpellon Mazo e Alberto Reinaldo Reppold Filho (Organizadores), "Atlas do Esporte no Rio Grande do Sul". Conselho Regional de Educação Física do Rio Grande do Sul. ISBN 85.99675-01-X [2]
- ↑ Huyer, André (2010). A ferrovia do riacho: um caminho para a urbanização da zonal sul de Porto Alegre (Dissertação de mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Arquitetura, Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional. hdl:10183/29131
- ↑ Feira de Artesanato da Tristeza (FAT)
- ↑ Centro Cultural será aberto sábado na Tristeza
- ↑ Página do Paseo Zona Sul
- ↑ Hagah - Shopping Granville, Porto Alegre
- ↑ Zona Sul Online - Supermercado Zaffari Otto Niemeyer
- ↑ Aldeia da Fraternidade - Quem somos
- ↑ Página ofical do Clube dos Jangadeiros
- ↑ Clube dos Jangadeiros no Google maps
- ↑ Página oficial da Paróquia Nossa Senhora das Graças
- ↑ Igreja Nossa Senhora das Graças no Google maps
- ↑ Site oficial do Machry Armazém e Bistrô
- ↑ Site oficial da Cravo & Canela - cestas e especiarias
- ↑ [3]
- ↑ [4]
- ↑ Dilma visita familiares em Porto Alegre
Bibliográficas[editar | editar código-fonte]
- FRANCO, Sérgio da Costa Franco. Porto Alegre: Guia histórico. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1992.
- SOUZA, Célia Ferraz de, e PESAVENTO, Sandra Jatahy. Imagens Urbanas: Os Diversos Olhares na Formação do Imaginário Urbano. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1997.