Constipação: diferenças entre revisões

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=== Outras ===
=== Outras ===
[[Imunidade de grupo]], gerada a partir de exposição anterior ao vírus do resfriado, desempenha um papel importante na limitação da propagação viral, como visto com populações mais jovens que têm maiores taxas de infecções respiratórias.<ref name=E78>Eccles Pg. 78</ref> O [[sistema imunológico]] deficiente também é um fator de risco para a doença.<ref name=E78/><ref>Eccles Pg.166</ref> [[Privação de sono|Sono insuficiente]] e [[desnutrição]] têm sido associados com maior risco de desenvolver a infecção após a exposição ao rinovírus, o que se acredita ser devido aos seus efeitos sobre o sistema imunológico.<ref>{{cite journal |author=Cohen S, Doyle WJ, Alper CM, Janicki-Deverts D, Turner RB |title=Sleep habits and susceptibility to the common cold |journal=Arch. Intern. Med. |volume=169 |issue=1|pages=62–7 |year=2009 |month=janeiro |pmid=19139325 |doi=10.1001/archinternmed.2008.505 |pmc=2629403 | url = http://archinte.jamanetwork.com/pdfaccess.ashx?ResourceID=589378 | format = PDF }}</ref><ref>Eccles Pg.160–165</ref>
[[Imunidade de grupo]], gerada a partir de exposição anterior ao vírus do resfriado, desempenha um papel importante na limitação da propagação viral, como visto com populações mais jovens que têm maiores taxas de infecções respiratórias.<ref name=E78>Eccles Pg. 78</ref> O [[sistema imunológico]] deficiente também é um fator de risco para a doença.<ref name=E78/><ref>Eccles Pg.166</ref> [[Privação de sono|Sono insuficiente]] e [[desnutrição]] têm sido associados com maior risco de desenvolver a infecção após a exposição ao rinovírus, o que se acredita ser devido aos seus efeitos sobre o sistema imunológico.<ref>{{cite journal |author=Cohen S, Doyle WJ, Alper CM, Janicki-Deverts D, Turner RB |title=Sleep habits and susceptibility to the common cold |journal=Arch. Intern. Med. |volume=169 |issue=1|pages=62–7 |year=2009 |month=janeiro |pmid=19139325 |doi=10.1001/archinternmed.2008.505 |pmc=2629403 | url = http://archinte.jamanetwork.com/pdfaccess.ashx?ResourceID=589378 | format = PDF }}</ref><ref>Eccles Pg.160–165</ref>

==Fisiopatologia==
[[Image:Illu conducting passages.svg|thumb|A constipação é uma doença do [[trato respiratório superior]].]]
Acredita-se que os sintomas da constipação estejam relacionados sobretudo com a resposta [[imunidade|imunológica]] aos vírus.<ref name=E112>Eccles Pg. 112</ref> O mecanismo de resposta varia consoante o vírus. Por exemplo, o rinovírus adquire-se geralmente por contacto directo, ligando-se aos [[Molécula de adesão celular|receptores ICAM-1]] através de mecanismos ainda desconhecidos, o que por sua vez espoleta a libertação de [[Inflamação#Fisiopatologia (mecanismos_de_instalação)|mediadores inflamatórios]].<ref name=E112/> São estes mediadores que estão na origem dos sintomas.<ref name=E112/> Normalmente não se registam danos no [[Epitélio|tecido epitelial]] nasal.<ref name=Eccles2005/> Por outro lado, o vírus sincicial respiratório (VSR) é transmitido quer através de contacto directo, quer por via aérea. Durante o processo, replica-se no nariz e na garganta antes de, frequentemente, contaminar também o [[trato respiratório inferior]].<ref name=E116>Eccles Pg.116</ref> Ao contrário dos rinovírus, o VSR provoca danos no tecido epitelial.<ref name=E116/> Os vírus parainfluenza provocam normalmente a inflamação da cavidade nasal, da garganta e dos [[brônquios]].<ref name=E122>Eccles Pg.122</ref> Em crianças, quando afecta a [[traqueia]] pode estar na origem de sintomas semelhantes aos da [[laringotraqueobronquite]] devido à reduzida dimensão das vias respiratórias.<ref name=E122/>


== Diagnóstico ==
== Diagnóstico ==
A distinção entre diferentes [[infecção do trato respiratório superior|infecções do trato respiratório superior]] virais é vagamente baseada na localização dos sintomas, com o resfriado afetando principalmente o nariz, enquanto a [[faringite]] afeta a garganta e a [[bronquite]], os pulmões.<ref name=CE11/> Pode haver, contudo, significativa sobreposição e múltiplas áreas podem ser afetadas.<ref name=CE11/> O resfriado é frequentemente definido como [[rinite|inflamação nasal]] com diferentes graus de inflamação da garganta.<ref name=E51>Eccles Pg. 51–52</ref> O auto-diagnóstico é frequente.<ref name=Eccles2005/> O isolamento do verdadeiro agente viral envolvido raramente é feito<ref name=E51/> e geralmente não é possível identificar o tipo de vírus pelos sintomas.<ref name=Eccles2005/>
A distinção entre diferentes [[infecção do trato respiratório superior|infecções do trato respiratório superior]] virais é vagamente baseada na localização dos sintomas, com o resfriado afetando principalmente o nariz, enquanto a [[faringite]] afeta a garganta e a [[bronquite]], os pulmões.<ref name=CE11/> Pode haver, contudo, significativa sobreposição e múltiplas áreas podem ser afetadas.<ref name=CE11/> O resfriado é frequentemente definido como [[rinite|inflamação nasal]] com diferentes graus de inflamação da garganta.<ref name=E51>Eccles Pg. 51–52</ref> O auto-diagnóstico é frequente.<ref name=Eccles2005/> O isolamento do verdadeiro agente viral envolvido raramente é feito<ref name=E51/> e geralmente não é possível identificar o tipo de vírus pelos sintomas.<ref name=Eccles2005/>

==Prevenção==
As acções físicas têm sido consideradas como as únicas formas eficazes de prevenção.<ref name=E209>Eccles Pg.209</ref> Entre estas medidas estão a lavagem frequente das mãos e o uso de máscaras faciais. Em ambiente hospitalar são igualmente eficazes o uso de batas e luvas descartáveis.<ref name=E209/> Medidas de prevenção como a [[quarentena]] são ineficazes devido à propagação da doença e ao facto dos sintomas serem pouco específicos. A [[vacinação]] é improvável, devido ao grande número de vírus envolvidos e à sua mutação constante,<ref name=E209/> sendo também altamente improvável que alguma vez vá ser desenvolvida uma vacina múltipla.<ref>{{cite journal|author=Lawrence DM |journal=Lancet Infect Dis |volume=9 |issue=5 |page=278 |month=May | year = 2009 |doi=10.1016/S1473-3099(09)70123-9 |title=Gene studies shed light on rhinovirus diversity}}</ref>

A lavagem frequente das mãos aparenta ser eficaz na redução do contágio dos vírus da constipação, sobretudo entre crianças.<ref name=CochP11>{{cite journal|last=Jefferson|first=T|coauthors=Del Mar CB, Dooley L, Ferroni E, Al-Ansary LA, Bawazeer GA, van Driel ML, Nair S, Jones MA, Thorning S, Conly JM |title=Physical interventions to interrupt or reduce the spread of respiratory viruses|journal=Cochrane Database of Systematic Reviews |date=2011 July 6|issue=7|id=CD006207|pmid=21735402|doi=10.1002/14651858.CD006207.pub4 }}</ref> Desconhece-se ainda se o uso de produtos [[antiviral|antivirais]] ou [[antibióticos]] durante a lavagem das mãos oferece algum benefício adicional.<ref name=CochP11/> O uso de máscaras entre grupos de infectados pode oferecer alguma protecção; no entanto não há ainda dados que demonstrem a eficácia de manter uma maior distância interpessoal.<ref name=CochP11/> Os suplementos de [[zinco]] podem ser eficazes na diminuição do número de infecções.<ref name=Zinc11>{{cite journal|last=Singh|first=M|coauthors=Das RR|title=Zinc for the common cold|journal=Cochrane Database of Systematic Reviews|date=2011 February 16|issue=2|id=CD001364|pmid=21328251|doi=10.1002/14651858.CD001364.pub3 }}</ref> A ingestão de doses suplementares de [[vitamina C]] não reduz nem o risco nem a gravidade das constipações, podendo no entanto reduzir a sua duração.<ref name="Hemilä2010"/>

==Tratamento==
[[Image:Pneumonia strikes like a man eating shark.jpg|thumb|Cartaz de incentivo à população para consultar um médico no tratamento da constipação.]]
Não existem fármacos ou medicamentos à base de plantas que tenham mostrado de forma conclusiva ser eficazes na redução da duração da infecção.<ref>{{cite web| title = Common Cold: Treatments and Drugs| publisher = Mayo Clinic| url = http://www.mayoclinic.com/health/common-cold/DS00056/DSECTION=treatments-and-drugs| accessdate = 9 January 2010}}</ref> As medidas de alívio sugeridas incluem a permanência em repouso, a ingestão de líquidos para manter o nível de hidratação, e o gargarejo com água salgada tépida.<ref name="NIAID2006"/> No entanto, grande parte dos benefícios do tratamento são atribuídos ao [[efeito placebo]].<ref>Eccles Pg.261</ref>

===Sintomas===
Entre os tratamentos que aliviam os sintomas contam-se os simples [[analgésico]] e [[antipirético]]s como o [[ibuprofeno]]<ref>{{cite journal |author=Kim SY, Chang YJ, Cho HM, Hwang YW, Moon YS |editor1-last=Kim |editor1-first=Soo Young |title=Non-steroidal anti-inflammatory drugs for the common cold |journal=Cochrane Database Syst Rev |issue=3 |id=CD006362 |year=2009 |pmid=19588387 |doi=10.1002/14651858.CD006362.pub2 }}</ref> e o [[paracetamol]].<ref>{{cite journal|journal=Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics|title=Efficacy and safety of over-the-counter analgesics in the treatment of common cold and flu|author=Eccles R|volume=31|issue=4|pages=309–319|year=2006|pmid=16882099| doi=10.1111/j.1365-2710.2006.00754.x}}</ref> Não há conclusões que afirmem que o uso de [[antitússico]]s seja mais eficaz do que simples analgésicos,<ref>{{cite journal |author=Smith SM, Schroeder K, Fahey T |title=Over-the-counter (OTC) medications for acute cough in children and adults in ambulatory settings |journal=Cochrane Database Syst Rev |issue=1 |id=CD001831 |year=2008 |pmid=18253996 |doi=10.1002/14651858.CD001831.pub3 }}</ref> além de não ser recomendado o seu uso por crianças devido à falta de evidências que demonstrem a sua eficácia e ao seu potencial para efeitos nocivos secundários.<ref name=CFP09>{{cite journal |author=Shefrin AE, Goldman RD |title=Use of over-the-counter cough and cold medications in children |journal=Can Fam Physician |volume=55 |issue=11 |pages=1081–3 |year=2009 |month=November |pmid=19910592 |pmc=2776795 |url=http://www.cfp.ca/content/55/11/1081.full.pdf }}</ref><ref>{{cite journal|last=Vassilev|first=ZP|coauthors=Kabadi S, Villa R|title=Safety and efficacy of over-the-counter cough and cold medicines for use in children|journal=Expert opinion on drug safety|date=2010 Mar|volume=9|issue=2|pages=233–42|pmid=20001764|doi=10.1517/14740330903496410}}</ref> Em 2009, o Canadá proibiu a venda de antitússicos e medicação para as constipações destinados a crianças menores que seis anos devido à preocupação com os riscos e falta de demonstração de eventuais benefícios.<ref name=CFP09/> O uso incorrecto de [[dextrometorfano]], outro fármaco de venda livre, levou à sua proibição numa série de países.<ref>Eccles Pg. 246</ref>

Em adultos, os sintomas de [[Rinorreia|congestão nasal]] podem ser aliviados com [[anti-histamínico]]s de primeira geração que, no entanto, estão associados a uma série de efeitos secundários como sonolência.<ref name=AFP07/> Outros [[Descongestionante nasal|descongestionantes nasais]] como a [[pseudoefedrina]] demonstram também ser eficazes em adultos.<ref>{{cite journal |author=Taverner D, Latte GJ |title=Nasal decongestants for the common cold |journal=Cochrane Database Syst Rev |issue=1 |id=CD001953 |year=2007 |pmid=17253470 |doi=10.1002/14651858.CD001953.pub3 }}</ref> ''Sparys'' nasais à base de [[ipratrópio]] reduzem os sintomas de congestão nasal, mas são pouco eficazes na desobstrução das vias respiratórias.<ref>{{cite journal|last=Albalawi|first=ZH|coauthors=Othman SS, Alfaleh K|title=Intranasal ipratropium bromide for the common cold|journal=Cochrane Database of Systematic Reviews|date=2011 July 6|issue=7|id=CD008231|pmid=21735425|doi=10.1002/14651858.CD008231.pub2|editor1-last=Albalawi|editor1-first=Zaina H}}</ref> No entanto, os anti-histamínicos de segunda geração não parecem ter qualquer eficácia.<ref>{{cite journal|last=Pratter|first=MR|title=Cough and the common cold: ACCP evidence-based clinical practice guidelines|journal=Chest|date=2006 Jan|volume=129|issue=1 Suppl|pages=72S–74S|pmid=16428695|doi=10.1378/chest.129.1_suppl.72S}}</ref>

Devido à falta de estudos, desconhece-se ainda se a ingestão de líquidos tem qualquer acção no alívio dos sintomas ou se diminui a dificuldade respiratória,<ref>{{cite journal|last=Guppy|first=MP|coauthors=Mickan SM, Del Mar CB, Thorning S, Rack A|title=Advising patients to increase fluid intake for treating acute respiratory infections|journal=Cochrane Database of Systematic Reviews|date=2011 February 16|issue=2|id=CD004419|pmid=21328268|doi=10.1002/14651858.CD004419.pub3|editor1-last=Guppy|editor1-first=Michelle PB}}</ref> assim como não há ainda dados que permitam tirar conclusões sobre o uso de ar humidificado aquecido.<ref>{{cite journal|last=Singh|first=M|coauthors=Singh M|title=Heated, humidified air for the common cold|journal=Cochrane Database of Systematic Reviews|date=2011 May 11|issue=5|id=CD001728|pmid=21563130|doi=10.1002/14651858.CD001728.pub4 }}</ref> Um estudo concluiu que soluções para inalação por nebulização são eficazes no alívio da tosse nocturna, congestão e dificuldade em adormecer.<ref>{{cite journal |author=Paul IM, Beiler JS, King TS, Clapp ER, Vallati J, Berlin CM |title=Vapor rub, petrolatum, and no treatment for children with nocturnal cough and cold symptoms |journal=Pediatrics |volume=126 |issue=6 |pages=1092–9 |year=2010 |month=December|pmid=21059712 |doi=10.1542/peds.2010-1601|url=http://pediatrics.aappublications.org/cgi/reprint/peds.2010-1601v1}}</ref>

===Antibióticos e antivirais===
Os [[antibiótico]]s não têm qualquer acção contra infecções virais, não tendo assim qualquer acção contra os vírus que dão origem à constipação.<ref name=CochraneAR2005>{{cite journal |author=Arroll B, Kenealy T |editor1-last=Arroll |editor1-first=Bruce |title=Antibiotics for the common cold and acute purulent rhinitis |journal=Cochrane Database Syst Rev |issue=3 |id=CD000247 |year=2005 |pmid=16034850 |doi=10.1002/14651858.CD000247.pub2 }}</ref> Devido à incidência de efeitos secundários podem até prejudicar o paciente, mas mesmo assim são frequentemente receitados.<ref name=CochraneAR2005/><ref>Eccles Pg.238</ref> Entre as razões que podem explicar a vulgaridade da prescrição de antibióticos podem ser apontadas a expectativa que o paciente tem sobre essa prescrição, a vontade do médico de fazer qualquer coisa e a dificuldade em excluir eventuais complicações que podem ser tratadas com antibióticos.<ref>Eccles Pg.234</ref> Não existe também qualquer medicamento [[antiviral]] para a constipação, embora investigações preliminares tenham demonstrado alguns benefícios.<ref name=AFP07/><ref name="EcclesPg_b">Eccles Pg.218</ref>

===Tratamentos alternativos===
Embora existam imensos tratamentos ditos alternativos para a cura da constipação, não há provas científicas que demonstrem a eficácia de maior parte deles.<ref name=AFP07/> Em 2010, não há ainda conclusões favoráveis ou contrárias à ingestão de [[mel]] ou à prática de [[irrigação nasal]].<ref>{{cite journal|last=Oduwole|first=O|coauthors=Meremikwu MM, Oyo-Ita A, Udoh EE|title=Honey for acute cough in children|journal=Cochrane Database of Systematic Reviews|date=2010 January 20|issue=1|id=CD007094|pmid=20091616|doi=10.1002/14651858.CD007094.pub2|editor1-last=Oduwole|editor1-first=Olabisi}}</ref><ref>{{cite journal|last=Kassel|first=JC|coauthors=King D, Spurling GK|title=Saline nasal irrigation for acute upper respiratory tract infections|journal=Cochrane Database of Systematic Reviews|date=2010 March 17|issue=3|id=CD006821|pmid=20238351|doi=10.1002/14651858.CD006821.pub2|editor1-last=King|editor1-first=David}}</ref> Algumas investigações sugerem que o [[zinco]], se ingerido no prazo de 24 horas depois do aparecimento de sintomas, reduz a duração e severidade da constipação em indivíduos saudáveis.<ref name=Zinc11/> Devido a disparidades entre vários estudos, continua a ser necessária uma investigação mais aprofundada de modo a determinar como e quando é que o zinco pode ser efeicaz.<ref>{{cite web |url= http://www.nhs.uk/news/2011/02February/Pages/zinc-for-the-common-cold.aspx |title=Zinc for the common cold - Health News - NHS Choices |first= |last= |work=nhs.uk |year=2012 [last update] |quote=In this review, there was a high level of heterogeneity between the studies that were pooled to determine the effect of zinc on the duration of cold symptoms. This may suggest that it was inappropriate to pool them. It certainly makes this particular finding less conclusive. |accessdate=24 February 2012}}</ref> A acção da [[vitamina C]] na constipação, embora amplamente estudado, é desapontante, excepto em circunstâncias muito particulares, nomeadamente em indivíduos que pratiquem exercício vigoroso em ambientes frios.<ref name="Hemilä2010">{{cite journal |doi=10.1002/14651858.CD000980.pub3 |pmid=17636648 |title=Vitamin C for preventing and treating the common cold |journal=Cochrane Database of Systematic Reviews |issue=3 |id=CD000980 |year=2007 |last1=Hemilä |first1=Harri |last2=Chalker |first2=Elizabeth |last3=Douglas |first3=Bob |last4=Hemilä |first4=Harri |editor1-last=Hemilä |editor1-first=Harri}}</ref><ref name="Heimer2009">{{cite journal |doi= 10.1111/j.1745-7599.2009.00409.x|pmid= 19432914 |title= Examining the evidence for the use of vitamin C in the prophylaxis and treatment of the common cold|journal= Journal of the American Academy of Nurse Practitioners |issue= 5|pages=295–300 |year=2009 |last1=Heiner |first1= Kathryn A |last2= Hart |first2= Ann Marie |last3= Martin |first3= Linda Gore |last4= Rubio-Wallace |first4= Sherrie |volume=21}}</ref> Os dados sobre a eficácia da ''[[Echinacea]]'' não são coerentes,<ref name=CochE06>{{cite journal |author=Linde K, Barrett B, Wölkart K, Bauer R, Melchart D |editor1-last=Linde |editor1-first=Klaus |title=Echinacea for preventing and treating the common cold |journal=Cochrane Database Syst Rev |issue=1 |id=CD000530 |year=2006 |pmid=16437427 |doi=10.1002/14651858.CD000530.pub2 }}</ref><ref>{{cite journal|title=Evaluation of echinacea for the prevention and treatment of the common cold: a meta-analysis|author=Sachin A Shah, Stephen Sander, C Michael White, Mike Rinaldi, Craig I Coleman|journal=The Lancet Infectious Diseases|year=2007|volume=7|issue=7|pmid=17597571|pages=473–480|doi=10.1016/S1473-3099(07)70160-3 }}</ref> havendo variações significativas de eficácia consoante o tipo de suplementos.<ref name=CochE06/> Desconhece-se se o [[alho]] apresenta qualquer eficácia.<ref>{{cite journal |author=Lissiman E, Bhasale AL, Cohen M |title=Garlic for the common cold |journal=Cochrane Database Syst Rev |volume=3 |issue= |pages=CD006206 |year=2012 |pmid=22419312 |doi=10.1002/14651858.CD006206.pub3 |url=}}</ref>

==Prognóstico==
A constipação é normalmente uma doença com pouca gravidade e a maior parte dos sintomas desaparece ao fim de uma semana.<ref name=CE11/> As complicações mais graves ocorrem normalmente em idosos, em crianças bastante novas ou em indívudos [[imunosupressão|imunosuprimidos]].<ref name=E1/> Pode haver ocorrência de infecções bacterianas secundárias que resultem em [[sinusite]], [[faringite]] ou [[Otite média|otite]].<ref>Eccles Pg.76</ref> Estima-se que ocorram sinusites em 8% dos casos e otites em 30% dos casos.<ref name="EcclesPg_a">Eccles Pg.90</ref>

==Epidemiologia==
A constipação é a [[doença]] humana mais comum,<ref name=E1>Eccles Pg. 1</ref> afectando qualquer indivíduo à escala global.<ref name=Text2007/> Os adultos sofrem normalmente duas a cinco infecções por ano<ref name=CE11>{{cite journal|last=Arroll|first=B|title=Common cold|journal=Clinical evidence|date=2011 March 16|volume=2011|pmid=21406124|issue=3}}</ref><ref name=Eccles2005/> e as crianças podem chegar a ter entre seis a dez constipações anualmente, ou mesmo doze se estiverem em idade escolar.<ref name=AFP07>{{cite journal | author = Simasek M, Blandino DA | title = Treatment of the common cold | journal = American Family Physician | volume = 75 | issue = 4 | pages = 515–20 | year = 2007 | pmid = 17323712 | url = http://www.aafp.org/afp/20070215/515.html}}</ref> A percentagem de infecções é igualmente maior nos mais idosos devido ao enfraquecimento do sistema imunitário.<ref name=E78>Eccles Pg. 78</ref>

==História==
Embora as causas da constipação só tenham sido identificadas na década de 1950, há registos da doença desde a Antiguidade.<ref>Eccles Pg. 3</ref> Os sintomas e formas de tratamento são já descritos no [[Papiro de Ebers]], o mais antigo texto clínico que se conhece, escrito durante o século XVI a.C.<ref>Eccles Pg.6</ref>

Em 1946, foi criada na Grã-Bretanha a ''Common Cold Research Unit'', uma unidade especializada na investigação das causas da constipação, onde se viria a descobrir em 1956 o rinovírus.<ref>Eccles Pg.20</ref> Durante a década de 1970, o laboratório veio a demonstrar que o tratamento à base de [[interferona]] durante a fase de incubação do rinovírus protegia, em parte, o corpo contra a doença,<ref name="pmid2438740">{{cite journal|author=Tyrrell DA|title=Interferons and their clinical value|journal=Rev. Infect. Dis.|volume=9|issue=2|pages=243–9|year=1987|pmid=2438740|doi=10.1093/clinids/9.2.243}}</ref> embora não se chegasse a desenvolver qualquer tratamento prático da doença. O centro foi encerrado em 1989, dois anos depois de ter completado a investigação com [[gluconato de zinco]] na profilaxia e tratamento das constipações rinovirais, naquele que foi o único tratamento descoberto durante a sua existência.<ref>{{cite journal| journal = J Antimicrob Chemother.| year = 1987| month = December| volume = 20| issue = 6| pages = 893–901| title = Prophylaxis and treatment of rhinovirus colds with zinc gluconate lozenges| last = Al-Nakib| first = W| pmid = 3440773| doi = 10.1093/jac/20.6.893| last2 = Higgins| first2 = PG| last3 = Barrow| first3 = I| last4 = Batstone| first4 = G| last5 = Tyrrell| first5 = DA}}</ref>

==Impacto económico==
[[Image:The Cost Of The Common Cold & Influenza.jpg|thumb|Cartaz [[Reino Unido|Britânico]] durante a [[II Guerra Mundial]], onde se descreve o custo da constipação para o esforço de guerra.<ref>{{cite web |title=The Cost of the Common Cold and Influenza |work=Imperial War Museum: Posters of Conflict |publisher=vads|url=http://vads.bath.ac.uk/flarge.php?uid=33443&sos=0}}</ref>]]
O impacto económico da constipação ainda está por estudar a nível mundial.<ref name="EcclesPg_a" /> Nos Estados Unidos, a constipação está na origem de 75 a 100 milhões de consultas médicas por ano, e as estimativas mais conservadoras apontam para um custo anual de 7,7 mil milhões de dólares. A população norte-americana gasta 2,9 mil milhões de dólares em medicamentos de venda livre, aos quais acrescem mais 400 milhões em medicamentos sujeitos a receita médica para alívio dos sintomas.<ref name=Frend03>{{cite journal | author = Fendrick AM, Monto AS, Nightengale B, Sarnes M | title = The economic burden of non-influenza-related viral respiratory tract infection in the United States | journal = Arch. Intern. Med. | volume = 163 | issue = 4 | pages = 487–94 | year = 2003 | pmid = 12588210 | url = http://archinte.ama-assn.org/cgi/content/full/163/4/487 | doi = 10.1001/archinte.163.4.487}}</ref> Foi prescrito o uso de antibióticos a mais de um terço das pessoas que consultaram um médico, o que tem graves implicações para a [[resistência antibiótica]].<ref name=Frend03/> Estima-se que anualmente sejam perdidos entre 22 e 189 milhões de dias de aulas devido à constipação, e que como consequência, os pais tenham perdido 126 milhões de dias de trabalho de modo a poder ficar em casa para cuidar dos filhos. Quando a isso se juntam os 150 milhões de dias de trabalho perdidos por parte dos trabalhadores que são vítimas da doença anualmente, o impacto económico total excede os 20 mil milhões de dólares anuais.<ref name="NIAID2006"/><ref name=Frend03/> Só a constipação é responsável por 40% do tempo de trabalho perdido nos Estados Unidos.<ref>{{cite journal |author=Kirkpatrick GL |title=The common cold |journal=Prim. Care |volume=23 |issue=4 |pages=657–75 |year=1996 |month=December |pmid=8890137 |doi=10.1016/S0095-4543(05)70355-9 }}</ref>

==Investigação==
Tem sido ensaiada a eficácia de uma série de antivirais na constipação. No entanto, até 2009 não foi encontrado nenhum que fosse eficaz e licenciado para administração.<ref name="EcclesPg_b" /> Estão ainda a decorrer ensaios com o fármaco antiviral [[pleconari]], que aparenta alguma eficácia contra os picornavírus,<ref name=E226>Eccles Pg.226</ref> embora a forma oral apresentasse preocupações de segurança e esteja a ser estudado na forma de aerossol.<ref name=E226/> Investigadores da [[Universidade de Maryland]] e da [[Universidade do Wisconsin-Madison]] elaboraram um [[mapa genético]] para todas as estirpes virais conhecidas que estão na origem da constipação.<ref name="CTgov">{{cite news| url = http://www.cnn.com/2009/HEALTH/02/12/cold.genome/| title = Genetic map of cold virus a step toward cure, scientists say| date = February 12, 2009 | accessdate = 28 April 2009| publisher = CNN| author = Val Willingham}}</ref>



{{referências}}
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Revisão das 14h53min de 24 de junho de 2012

Rhinovirus, um dos principais tipos virais causadores do resfriado.

O resfriado (no Brasil), ou constipação (em Portugal), é um estado gripal que incide, muito frequentemente, no trato respiratório superior ocasionando respostas imunológicas como a coriza (secreção nasal) e tosse. Esta doença é causada por vírus, mais frequentemente do tipo Rhinovirus ou Coronavirus. O tratamento é meramente sintomático e raramente ocorrem complicações.

A transmissão se dá pelo contato (direto ou indireto) com indivíduos infectados.[1]

Principais sintomas e sinais clínicos

Normalmente, os sintomas surgem de 1 a 3 dias após a pessoa entrar em contato com o vírus, e podem durar até 10 dias.

  • Coriza
  • Obstrução nasal
  • Tosse
  • Rouquidão
  • Dores pelo corpo
  • Dor de cabeça
  • Febre (mais comum em crianças)

Causas

Vírus

Coronavírus são um grupo de vírus conhecido por causar o resfriado comum. Quando visto sob um microscópio eletrônico, eles têm uma aparência que lembra uma auréola ou uma coroa.

O resfriado comum é uma infecção viral do trato respiratório superior. O vírus mais comumente relacionado é um rinovírus (30-80%), um tipo de picornavírus com 99 serotipos conhecidos.[2][3] Outros incluem: coronavírus (10-15%), gripe (5-15 %),[4] vírus da parainfluenza humana, vírus sincicial respiratório humano, adenovírus, enterovírus e metapneumovírus.[5] Frequentemente estão presentes mais do que um vírus.[6] No total, mais de 200 diferentes tipos virais estão associados com resfriados.[4]

Transmissão

O vírus do resfriado comum é normalmente transmitido através de gotículas (aerossóis), contato direto com secreções nasais infectadas, ou fômites (objetos contaminados).[7][8] Qual dessas vias é a mais importante não foi determinado.[9] O vírus pode sobreviver por longos períodos no ambiente e pode ser pego pelas mãos das pessoas e, posteriormente, levadas ao seu olhos ou o nariz onde a infecção ocorre.[8] A transmissão é comum em creches e escolas devido à proximidade de muitas crianças com baixa imunidade e frequentemente pouca higiene.[10] Estas infecções são, então, trazidas para dentro das casas afetando atingindo outros membros da família.[10] Não há evidências de que a recirculação de ar durante voos comerciais seja um método de transmissão.[8] No entanto, pessoas sentadas nas proximidades sujeitam-se a maior risco.[9] Resfriados causados por rinovírus são mais infecciosos durante os três primeiros dias de sintomas, sendo muito menos infecciosos depois disso.[11]

Tempo

A tradição popular diz que o frio pode ser "adquirido" pela exposição prolongada ao tempo frio, tais como chuva ou condições de inverno (em inglês, o nome da doença, "cold", significa também "frio").[12] O papel de resfriamento corporal como um fator de risco para o resfriado é controverso.[13] Alguns dos vírus que causam os resfriados são sazonais, ocorrendo mais frequentemente durante o tempo frio ou úmido.[14] Alguns acreditam que isso seja devido principalmente ao aumento do tempo gasto em lugares fechados e pelo fato das pessoas estarem mais próximas,[15] especialmente crianças que retornam à escola.[10] Entretanto, pode também estar relacionado a alterações no sistema respiratório que resultam em maior suscetibilidade.[15] A baixa umidade aumenta potencialmente as taxas de transmissão viral devido ao ar seco, permitindo que pequenas gotículas virais dispersem mais e fiquem mais tempo no ar.[16]

Outras

Imunidade de grupo, gerada a partir de exposição anterior ao vírus do resfriado, desempenha um papel importante na limitação da propagação viral, como visto com populações mais jovens que têm maiores taxas de infecções respiratórias.[17] O sistema imunológico deficiente também é um fator de risco para a doença.[17][18] Sono insuficiente e desnutrição têm sido associados com maior risco de desenvolver a infecção após a exposição ao rinovírus, o que se acredita ser devido aos seus efeitos sobre o sistema imunológico.[19][20]

Fisiopatologia

A constipação é uma doença do trato respiratório superior.

Acredita-se que os sintomas da constipação estejam relacionados sobretudo com a resposta imunológica aos vírus.[21] O mecanismo de resposta varia consoante o vírus. Por exemplo, o rinovírus adquire-se geralmente por contacto directo, ligando-se aos receptores ICAM-1 através de mecanismos ainda desconhecidos, o que por sua vez espoleta a libertação de mediadores inflamatórios.[21] São estes mediadores que estão na origem dos sintomas.[21] Normalmente não se registam danos no tecido epitelial nasal.[4] Por outro lado, o vírus sincicial respiratório (VSR) é transmitido quer através de contacto directo, quer por via aérea. Durante o processo, replica-se no nariz e na garganta antes de, frequentemente, contaminar também o trato respiratório inferior.[22] Ao contrário dos rinovírus, o VSR provoca danos no tecido epitelial.[22] Os vírus parainfluenza provocam normalmente a inflamação da cavidade nasal, da garganta e dos brônquios.[23] Em crianças, quando afecta a traqueia pode estar na origem de sintomas semelhantes aos da laringotraqueobronquite devido à reduzida dimensão das vias respiratórias.[23]

Diagnóstico

A distinção entre diferentes infecções do trato respiratório superior virais é vagamente baseada na localização dos sintomas, com o resfriado afetando principalmente o nariz, enquanto a faringite afeta a garganta e a bronquite, os pulmões.[7] Pode haver, contudo, significativa sobreposição e múltiplas áreas podem ser afetadas.[7] O resfriado é frequentemente definido como inflamação nasal com diferentes graus de inflamação da garganta.[24] O auto-diagnóstico é frequente.[4] O isolamento do verdadeiro agente viral envolvido raramente é feito[24] e geralmente não é possível identificar o tipo de vírus pelos sintomas.[4]

Prevenção

As acções físicas têm sido consideradas como as únicas formas eficazes de prevenção.[25] Entre estas medidas estão a lavagem frequente das mãos e o uso de máscaras faciais. Em ambiente hospitalar são igualmente eficazes o uso de batas e luvas descartáveis.[25] Medidas de prevenção como a quarentena são ineficazes devido à propagação da doença e ao facto dos sintomas serem pouco específicos. A vacinação é improvável, devido ao grande número de vírus envolvidos e à sua mutação constante,[25] sendo também altamente improvável que alguma vez vá ser desenvolvida uma vacina múltipla.[26]

A lavagem frequente das mãos aparenta ser eficaz na redução do contágio dos vírus da constipação, sobretudo entre crianças.[27] Desconhece-se ainda se o uso de produtos antivirais ou antibióticos durante a lavagem das mãos oferece algum benefício adicional.[27] O uso de máscaras entre grupos de infectados pode oferecer alguma protecção; no entanto não há ainda dados que demonstrem a eficácia de manter uma maior distância interpessoal.[27] Os suplementos de zinco podem ser eficazes na diminuição do número de infecções.[28] A ingestão de doses suplementares de vitamina C não reduz nem o risco nem a gravidade das constipações, podendo no entanto reduzir a sua duração.[29]

Tratamento

Cartaz de incentivo à população para consultar um médico no tratamento da constipação.

Não existem fármacos ou medicamentos à base de plantas que tenham mostrado de forma conclusiva ser eficazes na redução da duração da infecção.[30] As medidas de alívio sugeridas incluem a permanência em repouso, a ingestão de líquidos para manter o nível de hidratação, e o gargarejo com água salgada tépida.[5] No entanto, grande parte dos benefícios do tratamento são atribuídos ao efeito placebo.[31]

Sintomas

Entre os tratamentos que aliviam os sintomas contam-se os simples analgésico e antipiréticos como o ibuprofeno[32] e o paracetamol.[33] Não há conclusões que afirmem que o uso de antitússicos seja mais eficaz do que simples analgésicos,[34] além de não ser recomendado o seu uso por crianças devido à falta de evidências que demonstrem a sua eficácia e ao seu potencial para efeitos nocivos secundários.[35][36] Em 2009, o Canadá proibiu a venda de antitússicos e medicação para as constipações destinados a crianças menores que seis anos devido à preocupação com os riscos e falta de demonstração de eventuais benefícios.[35] O uso incorrecto de dextrometorfano, outro fármaco de venda livre, levou à sua proibição numa série de países.[37]

Em adultos, os sintomas de congestão nasal podem ser aliviados com anti-histamínicos de primeira geração que, no entanto, estão associados a uma série de efeitos secundários como sonolência.[38] Outros descongestionantes nasais como a pseudoefedrina demonstram também ser eficazes em adultos.[39] Sparys nasais à base de ipratrópio reduzem os sintomas de congestão nasal, mas são pouco eficazes na desobstrução das vias respiratórias.[40] No entanto, os anti-histamínicos de segunda geração não parecem ter qualquer eficácia.[41]

Devido à falta de estudos, desconhece-se ainda se a ingestão de líquidos tem qualquer acção no alívio dos sintomas ou se diminui a dificuldade respiratória,[42] assim como não há ainda dados que permitam tirar conclusões sobre o uso de ar humidificado aquecido.[43] Um estudo concluiu que soluções para inalação por nebulização são eficazes no alívio da tosse nocturna, congestão e dificuldade em adormecer.[44]

Antibióticos e antivirais

Os antibióticos não têm qualquer acção contra infecções virais, não tendo assim qualquer acção contra os vírus que dão origem à constipação.[45] Devido à incidência de efeitos secundários podem até prejudicar o paciente, mas mesmo assim são frequentemente receitados.[45][46] Entre as razões que podem explicar a vulgaridade da prescrição de antibióticos podem ser apontadas a expectativa que o paciente tem sobre essa prescrição, a vontade do médico de fazer qualquer coisa e a dificuldade em excluir eventuais complicações que podem ser tratadas com antibióticos.[47] Não existe também qualquer medicamento antiviral para a constipação, embora investigações preliminares tenham demonstrado alguns benefícios.[38][48]

Tratamentos alternativos

Embora existam imensos tratamentos ditos alternativos para a cura da constipação, não há provas científicas que demonstrem a eficácia de maior parte deles.[38] Em 2010, não há ainda conclusões favoráveis ou contrárias à ingestão de mel ou à prática de irrigação nasal.[49][50] Algumas investigações sugerem que o zinco, se ingerido no prazo de 24 horas depois do aparecimento de sintomas, reduz a duração e severidade da constipação em indivíduos saudáveis.[28] Devido a disparidades entre vários estudos, continua a ser necessária uma investigação mais aprofundada de modo a determinar como e quando é que o zinco pode ser efeicaz.[51] A acção da vitamina C na constipação, embora amplamente estudado, é desapontante, excepto em circunstâncias muito particulares, nomeadamente em indivíduos que pratiquem exercício vigoroso em ambientes frios.[29][52] Os dados sobre a eficácia da Echinacea não são coerentes,[53][54] havendo variações significativas de eficácia consoante o tipo de suplementos.[53] Desconhece-se se o alho apresenta qualquer eficácia.[55]

Prognóstico

A constipação é normalmente uma doença com pouca gravidade e a maior parte dos sintomas desaparece ao fim de uma semana.[7] As complicações mais graves ocorrem normalmente em idosos, em crianças bastante novas ou em indívudos imunosuprimidos.[56] Pode haver ocorrência de infecções bacterianas secundárias que resultem em sinusite, faringite ou otite.[57] Estima-se que ocorram sinusites em 8% dos casos e otites em 30% dos casos.[58]

Epidemiologia

A constipação é a doença humana mais comum,[56] afectando qualquer indivíduo à escala global.[10] Os adultos sofrem normalmente duas a cinco infecções por ano[7][4] e as crianças podem chegar a ter entre seis a dez constipações anualmente, ou mesmo doze se estiverem em idade escolar.[38] A percentagem de infecções é igualmente maior nos mais idosos devido ao enfraquecimento do sistema imunitário.[17]

História

Embora as causas da constipação só tenham sido identificadas na década de 1950, há registos da doença desde a Antiguidade.[59] Os sintomas e formas de tratamento são já descritos no Papiro de Ebers, o mais antigo texto clínico que se conhece, escrito durante o século XVI a.C.[60]

Em 1946, foi criada na Grã-Bretanha a Common Cold Research Unit, uma unidade especializada na investigação das causas da constipação, onde se viria a descobrir em 1956 o rinovírus.[61] Durante a década de 1970, o laboratório veio a demonstrar que o tratamento à base de interferona durante a fase de incubação do rinovírus protegia, em parte, o corpo contra a doença,[62] embora não se chegasse a desenvolver qualquer tratamento prático da doença. O centro foi encerrado em 1989, dois anos depois de ter completado a investigação com gluconato de zinco na profilaxia e tratamento das constipações rinovirais, naquele que foi o único tratamento descoberto durante a sua existência.[63]

Impacto económico

Cartaz Britânico durante a II Guerra Mundial, onde se descreve o custo da constipação para o esforço de guerra.[64]

O impacto económico da constipação ainda está por estudar a nível mundial.[58] Nos Estados Unidos, a constipação está na origem de 75 a 100 milhões de consultas médicas por ano, e as estimativas mais conservadoras apontam para um custo anual de 7,7 mil milhões de dólares. A população norte-americana gasta 2,9 mil milhões de dólares em medicamentos de venda livre, aos quais acrescem mais 400 milhões em medicamentos sujeitos a receita médica para alívio dos sintomas.[65] Foi prescrito o uso de antibióticos a mais de um terço das pessoas que consultaram um médico, o que tem graves implicações para a resistência antibiótica.[65] Estima-se que anualmente sejam perdidos entre 22 e 189 milhões de dias de aulas devido à constipação, e que como consequência, os pais tenham perdido 126 milhões de dias de trabalho de modo a poder ficar em casa para cuidar dos filhos. Quando a isso se juntam os 150 milhões de dias de trabalho perdidos por parte dos trabalhadores que são vítimas da doença anualmente, o impacto económico total excede os 20 mil milhões de dólares anuais.[5][65] Só a constipação é responsável por 40% do tempo de trabalho perdido nos Estados Unidos.[66]

Investigação

Tem sido ensaiada a eficácia de uma série de antivirais na constipação. No entanto, até 2009 não foi encontrado nenhum que fosse eficaz e licenciado para administração.[48] Estão ainda a decorrer ensaios com o fármaco antiviral pleconari, que aparenta alguma eficácia contra os picornavírus,[67] embora a forma oral apresentasse preocupações de segurança e esteja a ser estudado na forma de aerossol.[67] Investigadores da Universidade de Maryland e da Universidade do Wisconsin-Madison elaboraram um mapa genético para todas as estirpes virais conhecidas que estão na origem da constipação.[68]


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Referências bibliográficas

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