Eleições estaduais na Paraíba em 1990
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Eleições estaduais na  Paraíba em 1990
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| 3 de outubro de 1990 (Primeiro turno) 25 de novembro de 1990 (Segundo turno) | ||||||
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| Candidato | Ronaldo Cunha Lima | Wilson Braga | ||||
| Partido | PMDB | PDT | ||||
| Natural de | Guarabira, PB | Conceição, PB | ||||
| Vice | Cícero Lucena | Enivaldo Ribeiro | ||||
| Votos | 704.375 | 571.802 | ||||
| Porcentagem | 55,19% | 44,81% | ||||
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Resultado por município (2° turno):
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Titular Eleito | ||||||
As eleições estaduais na Paraíba em 1990 ocorreram em 3 de outubro como parte das eleições gerais no Distrito Federal e em 26 estados brasileiros.[1] Foram eleitos o governador Ronaldo Cunha Lima, o vice-governador Cícero Lucena, o senador Antônio Mariz, 12 deputados federais e 36 estaduais. Como nenhum candidato a governador atingiu metade mais um dos votos válidos, houve um segundo em 25 de novembro e segundo a Constituição, o governador tomaria posse em 15 de março de 1991, para um mandato de quatro anos sem direito a reeleição.[2][nota 1][3]
Durante o Regime Militar de 1964 o MDB triunfou sobre a ARENA na maioria das eleições para senador e atingiu um número significativo de deputados federais e estaduais até o fim do bipartidarismo quando o PMDB viu sua chapa ser derrotada em 1982 ante o PDS que fez Wilson Braga governador, José Carlos da Silva Júnior vice-governador e Marcondes Gadelha senador. Com a Nova República, o PMDB assistiu ao embate entre Wilson Braga e Tarcísio Burity pelo controle do PFL e com a vitória do primeiro, restou a Burity o ingresso no PTB.[4][5] Graças a essa desavença entre antigos correligionários o PMDB recebeu o apoio de Braga e elegeu Antônio Carneiro Arnaud prefeito de João Pessoa em 1985, entretanto no ano seguinte ofereceu sua legenda a Tarcísio Burity que se elegeu governador da Paraíba numa disputa com Marcondes Gadelha, enquanto Wilson Braga perdia a eleição para senador naquele ano de 1986.[6]
Encerrada a apuração, o advogado Ronaldo Cunha Lima foi eleito governador da Paraíba ao vencer Wilson Braga em segundo turno. Natural de Guarabira, ele é formado na Universidade Federal da Paraíba e iniciou sua carreira política como vereador em Campina Grande e em 1962 foi eleito deputado estadual pelo PTB[7] reelegendo-se via MDB em 1966. Dois anos depois foi eleito prefeito de Campina Grande, mas teve o mandato cassado pelo Ato Institucional Número Cinco e após isso foi morar no Rio de Janeiro só retornando à política em 1982 quando foi eleito para um novo mandato como prefeito de Campina Grande pelo PMDB. Sua chegada ao Palácio da Redenção fez da Paraíba o único estado governado pelo PMDB em todo o Nordeste e embora a legenda tenha elegido Tarcísio Burity em 1986, foi a primeira vez que um político originário do MDB venceu a disputa pelo executivo paraibano. Sobre Tarcísio Burity ele se filiou ao PRN e apoiou, sem sucesso, a candidatura de João Agripino Maia.[nota 2][8][9]
Outro vencedor foi o engenheiro civil Cícero Lucena. Natural de São José de Piranhas e primo de Humberto Lucena, formou-se na Universidade Federal da Paraíba e trabalhou numa empresa de construção civil e terraplanagem como diretor financeiro antes do ingresso na política. Filiado ao PMDB foi eleito vice-governador da Paraíba na chapa de Ronaldo Cunha Lima em 1990 e nos últimos meses de mandato assumiu o governo estadual quando o titular pediu licença para tratar de um assunto de caráter pessoal e depois foi efetivado quando Cunha Lima renunciou para eleger-se senador.[10]
Resultado da eleição para governador
[editar | editar código-fonte]Primeiro turno
[editar | editar código-fonte]| Mapa eleitoral do 1º turno | |||||||
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João Agripino Maia (11 municípios)
30–39% (2) 40–49% (4) 50–59% (4) 60–69% (Lagoa de Dentro)
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Segundo o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba foram apurados 1.150.025 votos nominais (77,58%), 202.478 votos em branco (13,66%) e 129.946 votos nulos (8,76%) resultando no comparecimento de 1.482.449 eleitores.
| Candidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
|---|---|---|---|---|---|
| Wilson Braga PDT |
Enivaldo Ribeiro PFL |
(PDT, PFL, PTB, PL, PSC, PTR) |
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| Ronaldo Cunha Lima PMDB |
Cícero Lucena PMDB |
(PMDB, PSDB, PST, PSD) |
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| João Agripino Maia PDS |
João Rafael de Aguiar PRN |
(PDS, PRN) |
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| Genival Veloso de França PT |
Emília Correia de Lima PCB |
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| Juracy Palhano PDC |
João Ariosvaldo Pereira da Silva PDC |
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| Fontes:[1][3] | |||||
Segundo turno
[editar | editar código-fonte]Segundo o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba foram apurados 1.276.177 votos nominais (90,92%), 31.417 votos em branco (2,24%) e 95.946 votos nulos (6,84%) resultando no comparecimento de 1.403.540 eleitores.
| Candidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
|---|---|---|---|---|---|
| Ronaldo Cunha Lima PMDB |
Cícero Lucena PMDB |
(PMDB, PSDB, PST, PSD) |
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| Wilson Braga PDT |
Enivaldo Ribeiro PFL |
(PDT, PFL, PTB, PL, PSC, PTR) |
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| Fontes:[1][3] | |||||
Biografia do senador eleito
[editar | editar código-fonte]Antônio Mariz
[editar | editar código-fonte]Nascido em João Pessoa e diplomado em Ciência Política na Universidade de Nancy, Antônio Mariz graduou-se advogado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e desempenhou as funções de promotor de justiça adjunto em cidades potiguares e paraibanas até assumir a subchefia da Casa Civil no governo Pedro Gondim em 1962.[nota 3] Eleito prefeito de Sousa via PTB em 1963, ocupou o cargo até o fim do mandato embora tenha sido preso brevemente por ocasião do Regime Militar de 1964. Nomeado promotor de justiça em Itabaiana[nota 4] foi secretário de Educação no governo João Agripino.[11] Eleito deputado federal pela ARENA em 1970, 1974 e 1978, foi derrotado por Tarcísio Burity na convenção que indicou o candidato arenista ao governo em 1978 e após a reforma partidária migrou para o PP e a seguir para o PMDB, sendo derrotado ao disputar o governo estadual em 1982.[12] Nomeado para uma diretoria do Banco Nacional da Habitação no primeiro ano de José Sarney na Presidência da República, deixou o cargo em 1986, quando foi eleito deputado federal e participou da elaboração da Constituição de 1988. Em 1990 foi eleito senador pela Paraíba e quatro anos depois venceu a eleição para governador.[2][13]
Suplente efetivado
[editar | editar código-fonte]Ney Suassuna
[editar | editar código-fonte]Natural de Campina Grande e morador do Rio de Janeiro desde 1965, Ney Suassuna presidiu a Associação Comercial da Barra da Tijuca e dentre seus negócios como empresário estão o Colégio Anglo-Americano e participações nos setores de construção civil e construção naval. Formado em Pedagogia pela Faculdade Castelo Branco, ingressou na Universidade Federal do Rio de Janeiro onde se graduou em Administração e Economia. Assessor técnico do Ministério do Planejamento durante grande parte do Regime Militar de 1964, foi derrotado ao candidatar-se a senador pela Paraíba numa sublegenda do PMDB em 1982, mas em 1990 foi eleito primeiro suplente na chapa de Antônio Mariz, sendo efetivado após a renúncia do titular.[14][15]
Resultado da eleição para senador
[editar | editar código-fonte]Segundo o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba houve 893.486 votos nominais (60,27%), 469.352 votos em branco (31,66%) e 119.611 votos nulos (8,07%) resultando no comparecimento de 1.482.449 eleitores.
| Candidatos a senador da República |
Candidatos a suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
|---|---|---|---|---|---|
| Antônio Mariz PMDB |
Ney Suassuna PMDB Péricles Vilhena PMDB |
(PMDB, PSDB, PST, PSD) |
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| Marcondes Gadelha PFL |
Hermano Alfredo Netto de Sá - Carlos Alberto de Oliveira Andrade - |
(PDT, PFL, PTB, PL, PSC, PTR) |
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| Joacil Pereira PDS |
Rildo Cavalcanti Fernandes PDS José Hely Tenório PDS |
(PDS, PRN) |
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| Paulo de Araújo Netto PSB |
Alberto Magno de Vasconcelos PSB Luiz Lima de Almeida - |
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| Francisco Asfora PDC |
José Palhano Freire PDC Jorge Luiz de Lima PDC |
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| Fontes:[1][3] | |||||
Deputados federais eleitos
[editar | editar código-fonte]São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.
| Número | Deputados federais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
| 1201 | Lúcia Braga | PDT | 67.462 | 9,08% | João Pessoa | Paraíba
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| 1113 | Ivan Burity | PDS | 44.466 | 5,98% | João Pessoa | Paraíba
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| 1511 | Ivandro Cunha Lima | PMDB | 44.231 | 5,95% | Guarabira | Paraíba
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| 1101 | Rivaldo Medeiros | PDS | 39.473 | 5,31% | Patos | Paraíba
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| 1234 | Vital do Rego | PDT | 33.468 | 4,50% | Campina Grande | Paraíba
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| 2522 | Adauto Pereira | PFL | 30.456 | 4,10% | Pombal | Paraíba
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| 2511 | Efraim Morais | PFL | 30.308 | 4,08% | Santa Luzia | Paraíba
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| 2525 | Evaldo Gonçalves | PFL | 29.569 | 3,98% | São João do Cariri | Paraíba
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| 1212 | Francisco Evangelista | PDT | 27.307 | 3,68% | Alexandria |  Rio Grande do Norte
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| 1555 | José Maranhão | PMDB | 25.860 | 3,48% | Araruna | Paraíba
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| 1520 | José Luiz Clerot | PMDB | 25.106 | 3,38% | Mamanguape | Paraíba
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| 1566 | Zuca Moreira | PMDB | 22.105 | 2,98% | Cajazeiras | Paraíba
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| Fontes:[1][3][16][17][18] | ||||||
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Deputados estaduais eleitos
[editar | editar código-fonte]36 deputados estaduais foram eleitos para a legislatura 1991-95. As vagas foram assim distribuídas: 9 para PFL e PDS, 8 para PMDB e PDT, 1 para PT e PCdoB.
Notas
- ↑ A posse dos governadores eleitos em 1990 foi determinada pelo Art. 4º, § 3º do Ato das Disposições Constituições Transitórias, exceto no Amapá, Distrito Federal e Roraima, que empossaram seus mandatários em 1º de janeiro de 1991 conforme o Art. 28 da Carta Magna.
- ↑ A cassação de Ronaldo Cunha Lima levou à efetivação do vice-prefeito Orlando Augusto César de Almeida, mas este seria afastado pelos militares que empossaram o General Manoel Paz de Lima como interventor.
- ↑ No Rio Grande do Norte trabalhou em Arês, Martins e Natal e na Paraíba atuou em São João do Cariri e São João do Rio do Peixe.
- ↑ Cidade paraibana homônima à de Sergipe.
Referências
- ↑ a b c d e f BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1990». Consultado em 16 de março de 2024
- ↑ a b BRASIL. Presidência da República. «Constituição de 1988». Consultado em 17 de julho de 2017
- ↑ a b c d e f BRASIL. Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba. «Banco de Dados». Consultado em 17 de julho de 2017
- ↑ Redação (27 de fevereiro de 1985). «Burity não aceita Braga e sai do PFL. Primeiro Caderno, Política – p. 02». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 17 de julho de 2017
- ↑ Redação (18 de março de 1986). «Estratégia do PTB é modesta. Primeiro Caderno, Política – p. 03». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 17 de julho de 2017
- ↑ José Nêumanne Pinto (25 de novembro de 1985). «Braga domina três partidos e sonha em ser vice-presidente. Primeiro Caderno, Política – p. 02». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 17 de julho de 2017
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Ronaldo Cunha Lima». Consultado em 17 de julho de 2017
- ↑ Marceu Vieira (18 de novembro de 1990). «Braga diz que agora é de esquerda. Primeiro Caderno, Política e Economia – p. 03». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 18 de julho de 2017
- ↑ Redação (3 de janeiro de 1990). «PMDB decide ser oposição e promete punir adesista. Primeiro Caderno, Brasil – p. 02». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 19 de julho de 2017
- ↑ BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Cícero Lucena». Consultado em 17 de julho de 2017
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Antônio Mariz». Consultado em 17 de julho de 2017
- ↑ Redação (21 de dezembro de 1981). «PP e PMDB decidem unir-se. Capa». acervo.folha.com.br. Folha de S.Paulo. Consultado em 16 de março de 2024
- ↑ BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Antônio Mariz». Consultado em 17 de julho de 2017
- ↑ Redação (26 de março de 1995). «A associação emergente da Barra. Primeiro Caderno, Cidade – p. 18». bndigital.bn.gov.br. Jornal do Brasil. Consultado em 18 de julho de 2017
- ↑ BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Ney Suassuna». Consultado em 17 de julho de 2017
- ↑ BRASIL. Câmara dos Deputados. «Página oficial». Consultado em 16 de março de 2024
- ↑ BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Resolução n.º 16.347 de 27/03/1990». Consultado em 16 de março de 2024
- ↑ BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 16 de março de 2024
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Em itálico as ocasiões em que não houve eleição direta para governador. | ||
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