Centauro (corpo menor do Sistema Solar): diferenças entre revisões

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[[Imagem:Kuiper belt plot objects of outer solar system.png|right|upright=1.5|thumb|Posições de objetos conhecidos do [[Sistema Solar]] exterior. Os centauros orbitam geralmente dentro do [[cinturão de Kuiper]] e fora dos [[troianos de Júpiter]].
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[[Ficheiro:8405 asbolus.jpg|thumb|220px|Impressão artística de Asbolo.]]
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'''Centauro''' é um tipo de [[corpo menor do Sistema Solar|corpos menores do sistema solar]] que orbitam entre [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] e [[Neptuno (planeta)|Neptuno]]. O nome provém da raça mítica dos [[centauro]]s.
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{{legend2|#FFFF00|border=1px solid #B3B300|[[Sol]]}}<br />
{{legend2|#aaa|border=1px solid #777|[[Troianos de Júpiter]]}}&nbsp;{{small|(6.178)}}<br />
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{{legend2|#FF4D4D|border=1px solid #FF0000|[[Planetas gigantes]]: [[Júpiter (planeta)|(J)]]{{·}}[[Saturno (planeta)|(S)]]{{·}}[[Urano (planeta)|(U)]]{{·}}[[Netuno (planeta)|(N)]]}}<br />
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{{TNO}}
Na [[astronomia planetária]], um '''centauro''' é um [[corpo menor do Sistema Solar]] com um [[periélio]] ou um [[semieixo maior]] entre os dos [[planeta]]s externos (entre [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] e [[Netuno (planeta)|Netuno]]). Os centauros geralmente têm [[órbita]]s instáveis porque cruzam ou cruzaram as órbitas de um ou mais [[planetas gigantes]]; quase todas as suas órbitas têm vidas dinâmicas de apenas alguns milhões de anos,<ref name=Horner2004a>{{citar periódico|último1=Horner |primeiro1= J. |último2=Evans |primeiro2= N.W.|último3= Bailey|primeiro3= M. E.|s2cid= 16002759|título=Simulations of the Population of Centaurs I: The Bulk Statistics |ano=2004|arxiv=astro-ph/0407400|doi=10.1111/j.1365-2966.2004.08240.x|periódico=[[Monthly Notices of the Royal Astronomical Society]]|volume=354|número=3|páginas=798–810 |bibcode=2004MNRAS.354..798H}}</ref> mas há um centauro conhecido, [[514107 Kaʻepaokaʻawela]], que pode estar em uma [[Movimento prógrado e retrógrado|órbita estável (embora retrógrada)]].<ref>{{citar periódico |último1=Fathi Namouni and Maria Helena Moreira Morais |s2cid=54224209 |título=An interstellar origin for Jupiter's retrograde co-orbital asteroid |periódico=Monthly Notices of the Royal Astronomical Society |volume=477 |número=1 |páginas=L117–L121 |data=2 de maio de 2018 |doi=10.1093/mnrasl/sly057 |arxiv=1805.09013 |bibcode=2018MNRAS.477L.117N }}</ref>{{notetag|Para uma crítica a esta ideia ver<ref>{{citar revista |último= Billings |primeiro= Lee|data=21 de maio de 2018|título= Astronomers Spot Potential "Interstellar" Asteroid Orbiting Backward around the Sun |revista= Scientific American|url= https://www.scientificamerican.com/article/astronomers-spot-potential-interstellar-asteroid-orbiting-backward-around-the-sun |acessodata=1 de junho de 2018}}</ref>}} Centauros normalmente exibem as características de [[asteroide]]s e [[cometa]]s. Eles são nomeados após os [[centauro]]s mitológicos que eram uma mistura de cavalo e humano. O viés observacional em relação a objetos grandes dificulta a determinação da população total de centauros. As estimativas para o número de centauros no [[Sistema Solar]] com mais de 1 km de [[diâmetro]] variam de 44.000<ref name=Horner2004a/> a mais de 10.000.000.<ref name=Sarid2019/><ref name=Sheppard2000>{{citar periódico|último=Sheppard |primeiro= S.|autor2=Jewitt, D.|autor3=Trujillo, C.|autor4=Brown, M. |autor5=Ashley, M.|s2cid= 119337442|título=A Wide-Field CCD Survey for Centaurs and Kuiper Belt Objects|data=2000|doi= 10.1086/316805|periódico=[[The Astronomical Journal]]|volume=120|número=5|páginas=2687–2694|bibcode = 2000AJ....120.2687S |arxiv=astro-ph/0008445}}</ref>


O primeiro centauro a ser descoberto, sob a definição do [[Laboratório de Propulsão a Jato]] e o utilizado aqui, foi o [[944 Hidalgo]] em 1920. No entanto, eles não foram reconhecidos como uma população distinta até a descoberta de [[2060 Chiron]] em 1977. O maior centauro confirmado é [[10199 Chariklo]], que com 260 quilômetros de diâmetro é tão grande quanto um asteroide de tamanho médio do [[cinturão principal]] e é conhecido por ter um [[Anéis de Cáriclo|sistema de anéis]]. Foi descoberto em 1997.
O primeiro centauro a ser descoberto foi [[2060 Quíron]], descrito na altura como um [[asteroide]], mas mostrou ter [[Coma cometária|coma]] quando se aproximou do [[periélio]] (ponto da sua órbita mais próximo do [[Sol]]), e agora é também oficialmente classificado como um [[cometa]], 95/P Chiron, mas bem maior que um cometa normal.<ref>{{citar web|url=http://global.britannica.com/EBchecked/topic/1075823/Centaur-object|titulo=Centaur object|publicado=Enciclopedia Britannica|acessodata=28/03/2014}}</ref>


Nenhum centauro foi fotografado de perto, embora haja evidências de que a lua de [[Saturno (planeta)|Saturno]], [[Febe (satélite)|Febe]], fotografada pela [[sonda espacial]] ''[[Cassini-Huygens|Cassini]]'' em 2004, pode ser um centauro capturado que se originou no [[cinturão de Kuiper]].<ref name="Jewitt2007">{{citar periódico|último=Jewitt|primeiro=David|autor2=Haghighipour, Nader|s2cid=13282788|título=Irregular Satellites of the Planets: Products of Capture in the Early Solar System|periódico=Annual Review of Astronomy and Astrophysics|data=2007|volume=45|número=1|páginas=261–95 |url=http://www.ifa.hawaii.edu/~jewitt/papers/2007/JH07.pdf|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090919020650/http://www.ifa.hawaii.edu/~jewitt/papers/2007/JH07.pdf|arquivodata=2009-09-19|doi=10.1146/annurev.astro.44.051905.092459|bibcode=2007ARA&A..45..261J|arxiv=astro-ph/0703059|urlmorta=sim}}</ref> Além disso, o [[Telescópio Espacial Hubble]] coletou algumas informações sobre as características da superfície de [[8405 Asbolus]].
Nenhum centauro foi visitado por qualquer sonda, mas existem indícios de que são semelhantes a [[Febe (satélite)|Febe]], um [[satélite natural]] de [[Saturno (planeta)|Saturno]] que se pensa tratar-se de um centauro capturado e que a [[sonda Cassini-Huygens|Sonda Cassini]] fotografou em 2004. No entanto, o [[telescópio espacial Hubble]] já obteve algumas informações sobre as características do centauro [[8405 Asbolo|Asbolo]].

[[Ceres (planeta anão)|Ceres]] pode ter se originado na região dos planetas externos,<ref>http://sites.nationalacademies.org/cs/groups/ssbsite/documents/webpage/ssb_183286.pdf</ref> e se assim for pode ser considerado um ex-centauro, mas os centauros vistos hoje se originaram em outros lugares.

Dos objetos conhecidos por ocuparem órbitas semelhantes a centauros, aproximadamente 30 foram encontrados para exibir [[Coma cometária|comas]] de poeira semelhantes a cometas, com três, [[2060 Chiron]], [[60558 Echeclus]] e [[29P/Schwassmann-Wachmann]] 1, tendo níveis detectáveis de produção volátil em órbitas inteiramente além de Júpiter.<ref name=Wierzchos2017/> Chiron e Echeclus são, portanto, classificados como centauros e cometas, enquanto Schwassmann-Wachmann 1 sempre teve a designação de cometa. Outros centauros, como [[52872 Okyrhoe]], são suspeitos de terem entrado em [[Coma cometária|coma]]. Espera-se que qualquer centauro que seja perturbado perto o suficiente do [[Sol]] se torne um cometa.

== Classificação ==
A definição genérica de centauro é um corpo menor que orbita o [[Sol]] entre [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] e [[Netuno (planeta)|Netuno]] e cruza as [[órbita]]s de um ou mais dos [[planetas gigantes]]. Devido à inerente instabilidade de longo prazo das órbitas nesta região, mesmo centauros como {{mp|2000 GM|137}} e {{mp|2001 XZ|255}}, que atualmente não cruzam a órbita de nenhum [[planeta]], estão em órbitas gradualmente alteradas que serão perturbadas até que comecem a cruzar o órbita de um ou mais dos planetas gigantes.<ref name=Horner2004a/> Alguns astrônomos consideram centauros apenas corpos com [[semieixo maiores]] na região dos planetas exteriores; outros aceitam qualquer corpo com [[periélio]] na região, pois suas órbitas são igualmente instáveis.

=== Critérios discrepantes ===
No entanto, diferentes instituições têm critérios diferentes para classificar objetos de fronteira, com base em valores particulares de seus elementos orbitais:

* O [[Minor Planet Center]] (MPC) define os centauros como tendo um periélio além da órbita de Júpiter ({{nowrap|5.2 UA < ''q''}}) e um eixo semimaior menor que o de Netuno ({{nowrap|''a'' < 30.1 UA}}).<ref name="MPC-centaur-def">{{citar web |url=http://www.minorplanetcenter.org/iau/lists/Unusual.html |título=Unusual Minor Planets |publicado=Minor Planet Center |acessodata=2010-10-25 |df=dmy-all}}</ref> Embora hoje em dia o MPC frequentemente liste centauros e objetos de [[disco disperso]] juntos como um único grupo.
* O [[Laboratório de Propulsão a Jato]] (JPL) define de forma semelhante os centauros como tendo um semieixo maior, ''a'', entre os de Júpiter e Netuno ({{nowrap|5.5 UA ≤ ''a'' ≤ 30.1 UA}}).<ref name=jplcent>{{citar web |título=Orbit Classification (Centaur) |publicado=JPL Solar System Dynamics |url=http://ssd.jpl.nasa.gov/sbdb_help.cgi?class=CEN |acessodata=2008-10-13 |df=dmy-all}}</ref>
* Em contraste, o [[Deep Ecliptic Survey]] (DES) define centauros usando um esquema de classificação dinâmico. Essas classificações são baseadas na mudança simulada no comportamento da órbita atual quando estendida por 10 milhões de anos. O DES define centauros como objetos não ressonantes cujos periélios instantâneos (osculantes) são menores que o semieixo maior osculador de Netuno a qualquer momento durante a simulação. Esta definição pretende ser sinônimo de órbitas de cruzamento de planetas e sugerir tempos de vida comparativamente curtos na órbita atual.<ref name=Elliot2005>{{citar periódico |último=Elliot |primeiro= J.L. |autor2=Kern, S. D. |autor3=Clancy, K. B. |autor4=Gulbis, A. A. S. |autor5=Millis, R. L. |autor6=Buie, M. W. |autor7=Wasserman, L. H. |autor8=Chiang, E. I. |autor9=Jordan, A. B. |autor10=Trilling, D. E. |autor11=Meech, K. J. |título=The Deep Ecliptic Survey: A Search for Kuiper Belt Objects and Centaurs. II. Dynamical Classification, the Kuiper Belt Plane, and the Core Population |periódico=The Astronomical Journal |volume=129 |número=2 |df=dmy-all |páginas=1117–1162 |ano=2005 |doi=10.1086/427395 |bibcode=2005AJ....129.1117E|doi-access=free }}</ref>
* A coleção ''The Solar System Beyond Neptune'' (2008) define objetos com um semieixo maior entre os de Júpiter e Netuno e um [[parâmetro de Tisserand]] relativo a Júpiter acima de 3.05 como centauros, classificando os objetos com um parâmetro de Tisserand relativo a Júpiter abaixo deste e, para excluir objetos do [[cinturão de Kuiper]], um periélio arbitrário cortado a meio caminho de Saturno ({{nowrap|''q'' ≤ 7.35 UA}}) como [[cometa]]s da família de Júpiter e classificar esses objetos em órbitas instáveis com um eixo semimaior maior que o de Netuno como membros do disco disperso.<ref name=ArizonaBook_Gladman2008>{{citar livro |título=Nomenclature in the Outer Solar System |periódico=The Solar System Beyond Neptune |isbn=978-0-8165-2755-7 |ano=2008 |primeiro1=B. |último1=Gladman |author-link1=Brett J. Gladman |primeiro2=B. |último2=Marsden |author-link2=Brian G. Marsden |primeiro3=C. |último3=Van Laerhoven |url=http://www.lpi.usra.edu/books/ssbn2008/7002.pdf|bibcode=2008ssbn.book...43G }}</ref>
* Outros astrônomos preferem definir centauros como objetos que não são ressonantes com um periélio dentro da órbita de Netuno que provavelmente cruzará a [[esfera de Hill]] de um [[gigante gasoso]] nos próximos 10 milhões de anos,<ref name="Chiang2007">{{citar periódico |último1=Chaing |primeiro1= Eugene |último2=Lithwick|primeiro2=Y. |último3=Murray-Clay |primeiro3=R. |último4=Buie |primeiro4= M. |último5=Grundy |primeiro5=W. |último6=Holman |primeiro6=M. |título=A Brief History of Transneptunian Space |periódico=Protostars and Planets V |editor-first1=B. |editor-last1=Reipurth |editor-first2=D. |editor-last2=Jewitt |editor-first3=K. |editor-last3=Keil |publicado=University of Arizona Press |local=Tucson, AZ |páginas=895–911 |ano=2007 |bibcode=2007prpl.conf..895C |arxiv=astro-ph/0601654}}</ref> de modo que os centauros podem ser pensados como objetos dispersos para dentro e que interagem mais fortemente e se espalham mais rapidamente do que objetos de disco disperso típicos.
* O JPL Small-Body Database lista 452 centauros.<ref name="jplcentaurlist">{{citar web |título=JPL Small-Body Database Search Engine: List of centaurs |publicado=JPL Solar System Dynamics |url=http://ssd.jpl.nasa.gov/sbdb_query.cgi?obj_group=all;obj_kind=all;obj_numbered=all;ast_orbit_class=CEN;OBJ_field=0;ORB_field=0;table_format=HTML;max_rows=100;format_option=comp;c_fields=AcBhBgBjBiBnBsCkCqAi;.cgifields=format_option;.cgifields=obj_kind;.cgifields=obj_group;.cgifields=obj_numbered;.cgifields=ast_orbit_class;.cgifields=table_format;.cgifields=com_orbit_class&query=1&c_sort=AiA |acessodata=2018-10-11 |df=dmy-all}}</ref> Existem 116 [[objetos transnetunianos]] adicionais (objetos com um eixo semimaior maior que o de Netuno, ou seja, {{nowrap|30.1 UA ≤ ''a''}}) com um periélio mais próximo que a órbita de [[Urano (planeta)|Urano]] ({{nowrap|''q'' ≤ 19.2 UA}}).<ref name="jplqUranusTNOlist">{{citar web |título=JPL Small-Body Database Search Engine: List of TNOs with perihelia closer than Uranus's orbit |publicado=JPL Solar System Dynamics |url=http://ssd.jpl.nasa.gov/sbdb_query.cgi?obj_group=all;obj_kind=ast;obj_numbered=all;OBJ_field=0;ORB_field=0;combine_mode=AND;c1_group=ORB;c1_item=Bi;c1_op=%3C;c1_value=19;c2_group=ORB;c2_item=Bh;c2_op=%3E;c2_value=30.1;table_format=HTML;max_rows=200;format_option=comp;c_fields=AcBhBgBjBkBlBiBnBsCjCpCmCnCoAi;.cgifields=format_option;.cgifields=ast_orbit_class;.cgifields=combine_mode;.cgifields=table_format;.cgifields=obj_kind;.cgifields=obj_group;.cgifields=obj_numbered;.cgifields=com_orbit_class&query=1&c_sort=AiA |acessodata=2018-10-11 |df=dmy-all}}</ref>

=== Objetos ambíguos ===
Os critérios de Gladman & Marsden (2008)<ref name=ArizonaBook_Gladman2008/> tornariam alguns objetos [[cometa]]s da família de Júpiter: Ambos [[60558 Echeclus|Echeclus]] ({{nowrap|''q'' {{=}} 5.8 UA}}, {{nowrap|''T''{{Subscrito|J}} {{=}} 3.03}}) e [[52872 Okyrhoe|Okyrhoe]] ({{nowrap|''q'' {{=}} 5.8 UA}}; {{nowrap|''T''{{Subscrito|J}} {{=}} 2.95}}) foram tradicionalmente classificados como centauros. Tradicionalmente considerado um [[asteroide]], mas classificado como centauro pelo [[Laboratório de Propulsão a Jato]] (JPL), [[944 Hidalgo|Hidalgo]] ({{nowrap|''q'' {{=}} 1.95 AU}}; {{nowrap|''T''{{Subscrito|J}} {{=}} 2.07}}) também mudaria de categoria para um cometa da família de Júpiter. [[29P/Schwassmann-Wachmann]] 1 ({{nowrap|''q'' {{=}} 5.72 AU}}; {{nowrap|''T''{{Subscrito|J}} {{=}} 2.99}}) foi categorizado como um centauro e um cometa da família de Júpiter, dependendo da definição usada.

Outros objetos capturados entre essas diferenças nos métodos de classificação incluem {{mpl|(44594) 1999 OX|3}}, que tem um [[semieixo maior]] de 32 UA, mas cruza as [[órbita]]s de [[Urano (planeta)|Urano]] e [[Netuno (planeta)|Netuno]]. Está listado como um centauro externo pelo ''[[Deep Ecliptic Survey]]'' (DES). Entre os centauros internos, {{mpl|(434620) 2005 VD}}, com uma distância de [[periélio]] muito próxima de [[Júpiter (planeta)|Júpiter]], é listado como um centauro tanto pelo JPL quanto pelo DES.

Uma simulação orbital recente<ref name=Sarid2019>{{citar periódico|último=Sarid |primeiro= G.|autor2=Volk, K.|autor3=Steckloff, J. |autor4=Harris, W.|autor5=Womack, M.|autor6=Woodney, L.|s2cid= 199543466|título=29P/Schwassmann-Wachmann 1, A Centaur in the Gateway to the Jupiter-Family Comets|data=2019|doi=10.3847/2041-8213/ab3fb3|periódico=[[The Astrophysical Journal Letters]] |volume=883|número=1|páginas=7|bibcode = 2019ApJ...883L..25S |arxiv=1908.04185}}</ref> da evolução dos Objetos do Cinturão de Kuiper através da região dos centauros identificou um "''portal orbital''" de curta duração entre 5.4 e 7.8 UA através do qual 21% de todos os centauros passam, incluindo 72% dos centauros que se tornam Cometas da família de Júpiter. Quatro objetos são conhecidos por ocupar esta região, incluindo 29P/Schwassmann-Wachmann, P/2010 TO20 LINEAR-Grauer, P/2008 CL94 Lemmon e 2016 LN8, mas as simulações indicam que pode haver mais de 1.000 objetos >1 km em raio que ainda não foram detectados. Os objetos nesta região de portal podem exibir atividade significativa<ref name=Womack2017/><ref name=Lacerda2013>{{citar periódico|último=Lacerda |primeiro= P. |s2cid= 54030926|título=Comet P/2010 TO20 LINEAR-Grauer as a Mini-29P/SW1|data=2013|doi=10.1093/mnras/sts164|periódico=[[Monthly Notices of the Royal Astronomical Society]]|volume=883|número=2|páginas=1818–1826|bibcode = 2013MNRAS.428.1818L |arxiv=1208.0598}}</ref> e estão em um importante estado de transição evolutiva que confunde ainda mais a distinção entre as populações de cometas centauros e da família de Júpiter.

O [[Convenções de nomenclatura astronômica#Planetas menores|Comitê de Nomenclatura de Corpos Menores]] da [[União Astronômica Internacional]] não se pronunciou formalmente sobre nenhum lado do debate. Em vez disso, adotou a seguinte convenção de nomenclatura para tais objetos: condizente com suas órbitas de transição semelhantes a centauros entre TNOs e cometas, "objetos em órbitas instáveis, não ressonantes, de cruzamento de [[planetas gigantes]] com semieixo maiores que os de Netuno" devem ser nomeado para outras criaturas míticas híbridas e que mudam de forma. Até agora, apenas os objetos binários [[65489 Ceto|Ceto e Phorcys]] e [[42355 Tifão|Typhon e Echidna]] foram nomeados de acordo com a nova política.<ref name="Grundy2007">{{citar periódico |último1=Grundy |primeiro1= Will |primeiro2=J.A. |último2=Stansberry |primeiro3=K |último3=Noll |primeiro4=D.C. |último4=Stephens |primeiro5=D.E. |último5=Trilling |primeiro6=S.D. |último6=Kern |primeiro7=J.R. |último7=Spencer |primeiro8=D.P. |último8=Cruikshank |primeiro9=H.F. |último9=Levison |s2cid= 1532765 |título=The orbit, mass, size, albedo, and density of (65489) Ceto/Phorcys: A tidally-evolved binary Centaur |periódico=Icarus |volume=191 |número=1 |páginas=286–297 |ano=2007 |arxiv=0704.1523 |doi=10.1016/j.icarus.2007.04.004 |bibcode=2007Icar..191..286G}}</ref>

Centauros com [[diâmetro]]s medidos listados como possíveis [[planetas anões]] de acordo com o site de [[Michael E. Brown]] incluem [[10199 Chariklo]], {{mpl|(523727) 2014 NW|65}} e [[2060 Chiron]].<ref name="Brown-dplist">{{citar web |título=How many dwarf planets are there in the outer solar system? (updates daily) |publicado=California Institute of Technology |autorlink=Michael E. Brown |último=Brown |primeiro=Michael E. |url=http://web.gps.caltech.edu/~mbrown/dps.html |acessodata=13 de fevereiro de 2021}}</ref>

== Órbitas==
[[Imagem:TheKuiperBelt 42AU Centaurs.svg|right|thumb|upright=1.5|[[Órbita]]s de centauros conhecidos<ref group=nota>Para o propósito deste diagrama, um objeto é classificado como um centauro se seu [[semieixo maior]] estiver entre [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] e [[Netuno (planeta)|Netuno]].</ref>]]
=== Distribuição ===
O diagrama ilustra as [[órbita]]s dos centauros conhecidos em relação às órbitas dos [[planeta]]s. Para objetos selecionados, a [[Excentricidade orbital|excentricidade]] das órbitas é representada por segmentos vermelhos (que se estendem do [[periélio]] ao [[afélio]]).

As órbitas dos centauros mostram uma ampla gama de excentricidade, desde altamente excêntricas ([[5145 Folo|Pholus]], [[8405 Asbolo|Asbolus]], [[55576 Âmico|Amycus]], [[7066 Nesso|Nessus]]) até mais circulares ([[10199 Cáriclo|Chariklo]] e os [[Asteroide cruzador de Saturno|cruzadores de Saturno]] [[32532 Tereu|Thereus]] e [[52872 Ocírroe|Okyrhoe]]).

Para ilustrar o alcance dos parâmetros das órbitas, o diagrama mostra alguns objetos com órbitas muito incomuns, plotados em amarelo:

* {{mpl|1999 XS|35}} ([[asteroide Apolo]]) segue uma órbita extremamente excêntrica ({{nowrap|1=''e'' = 0.947}}), levando-o de dentro da órbita da [[Terra]] (0.94 UA) para bem além de [[Netuno (planeta)|Netuno]] ({{nowrap|> 34 UA}})
* {{mp|2007 TB|434}} segue uma órbita quase circular ({{nowrap|''e'' < 0.026}})
* {{mp|2001 XZ|255}} tem a menor [[Inclinação orbital|inclinação]] ({{nowrap|''i'' < 3°}})
* {{mpl-|144908|2004 YH|32}} é um de uma pequena proporção de centauros com uma [[Movimento prógrado e retrógrado#Inclinação orbital|inclinação prógrado]] extrema ({{nowrap|''i'' > 60°}}). Ele segue uma órbita tão inclinada (79°) que, enquanto cruza a distância do [[cinturão de asteroides]] do [[Sol]] até além da distância de [[Saturno (planeta)|Saturno]], se sua órbita for projetada no plano da órbita de [[Júpiter (planeta)|Júpiter]], ela nem chega a até Júpiter.

Mais de uma dúzia de centauros conhecidos seguem órbitas retrógradas. Suas inclinações variam de modestas (por exemplo, 160° para [[20461 Dioretsa|Dioretsa]]) a extremas ({{nowrap|''i'' < 120°}}; por exemplo, 105° para {{mpl|(342842) 2008 YB|3}}.<ref name="Marcos">{{citar periódico|autor= C. de la Fuente Marcos|autor2= R. de la Fuente Marcos| s2cid = 119255885| título= Large retrograde Centaurs: visitors from the Oort cloud?|periódico= Astrophysics and Space Science|data= 2014 | doi = 10.1007/s10509-014-1993-9 | volume = 352|número= 2|páginas = 409–419| arxiv=1406.1450 | bibcode = 2014Ap&SS.352..409D}}</ref> Dezessete desses centauros retrógrados de alta inclinação foram controversamente reivindicados como tendo origem interestelar.<ref>{{citar periódico |último1=Fathi Namouni and Maria Helena Moreira Morais |s2cid=216056648 |título=An interstellar origin for high-inclination Centaurs |periódico=Monthly Notices of the Royal Astronomical Society |volume=494 |número=2 |páginas=2191–2199 |data=maio de 2020 |doi=10.1093/mnras/staa712 |arxiv=2004.10510 |bibcode=2020MNRAS.494.2191N }}</ref><ref>{{citar periódico|arxiv=2006.04534 |doi=10.1093/mnrasl/slaa111|título=No evidence for interstellar planetesimals trapped in the Solar system|ano=2020|último1=Raymond |primeiro1=S. N.|último2=Brasser|primeiro2=R.|último3=Batygin|primeiro3=K.|último4=Morbidelli|primeiro4=A. |s2cid=219531537|periódico=Monthly Notices of the Royal Astronomical Society: Letters|volume=497|número=1|páginas=L46–L49|bibcode=2020MNRAS.497L..46M}}</ref><ref name="Namouni_Moreira Morias_2020b">{{citar periódico |último1=Namouni |primeiro1=Fathi |título=Inclination pathways of planet-crossing asteroids |periódico=Monthly Notices of the Royal Astronomical Society |ano=2022 |volume=510 |páginas=276–291 |doi=10.1093/mnras/stab3405 |arxiv=2111.10777}}</ref>

=== Mudança de órbita ===
[[Imagem:AsbolA.png|upright=1.5|thumb|right|O [[semieixo maior]] de [[8405 Asbolo|Asbolus]] durante os próximos 5.500 anos, usando duas estimativas ligeiramente diferentes dos elementos orbitais atuais. Após o encontro com [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] no ano 4.713, os dois cálculos divergem.<ref name=AsbolusClones>{{citar web |título=Three clones of centaur 8405 Asbolus making passes within 450Gm |url=http://home.surewest.net/kheider/astro/AsbolusClones.txt |acessodata=2009-05-02 |urlmorta=sim |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150913215558/http://home.surewest.net/kheider/astro/AsbolusClones.txt |arquivodata=2015-09-13}} ({{citar web|url=http://chemistry.unina.it/~alvitagl/solex/|título=Solex 10|urlmorta=sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20081220235836/http://chemistry.unina.it/~alvitagl/solex/|arquivodata=2008-12-20 }})</ref>]]
Como os centauros não são protegidos por [[ressonâncias orbitais]], suas [[órbita]]s são instáveis em uma escala de tempo de 10<sup>6</sup>&ndash;10<sup>7</sup> anos.<ref name=Jewitt2006/> Por exemplo, [[55576 Amycus]] está em uma órbita instável perto da ressonância 3:4 de [[Urano (planeta)|Urano]].<ref name=Horner2004a/> Estudos dinâmicos de suas órbitas indicam que ser um centauro é provavelmente um estado orbital intermediário de objetos em transição do [[cinturão de Kuiper]] para a família de [[Cometa#Curto período|cometas de curto período de Júpiter]].

Os objetos podem ser [[Perturbação|perturbados]] a partir do cinturão de Kuiper, onde eles se cruzam com [[Netuno (planeta)|Netuno]] e interagem gravitacionalmente com aquele [[planeta]] (ver [[#Hipóteses de origem|teorias de origem]]). Eles então são classificados como centauros, mas suas órbitas são caóticas, evoluindo de forma relativamente rápida à medida que o centauro faz repetidas aproximações a um ou mais dos planetas exteriores. Alguns centauros evoluirão para órbitas que cruzam [[Júpiter (planeta)|Júpiter]], onde seus [[periélio]]s podem ser reduzidos ao [[Sistema Solar]] interno e podem ser reclassificados como [[cometa]]s ativos na família de Júpiter se exibirem atividade cometária. Os centauros acabarão colidindo com o [[Sol]] ou um planeta ou então podem ser ejetados para o [[espaço interestelar]] após uma aproximação de um dos planetas, particularmente Júpiter.

== Características físicas ==
O tamanho relativamente pequeno dos centauros impede a observação remota de superfícies, mas [[Índice de cor|índices de cores]] e [[Espectro visível|espectros]] podem fornecer pistas sobre a composição da superfície e informações sobre a origem dos corpos.<ref name=Jewitt2006>{{citar livro|autorlink=David C. Jewitt|primeiro=David C.|último= Jewitt|autor2=A. Delsanti|capítulo=The Solar System Beyond The Planets| título=Solar System Update : Topical and Timely Reviews in Solar System Sciences|publicado=Springer-Praxis Ed.| isbn= 978-3-540-26056-1|ano=2006}} ([http://www.ifa.hawaii.edu/faculty/jewitt/papers/2006/DJ06.pdf Preprint version (pdf)])</ref>

=== Cores ===
[[Imagem:TheKuiperBelt Albedo and Color.svg|right|thumb|Distribuição de cores dos centauros]]
As cores dos centauros são muito diversas, o que desafia qualquer modelo simples de composição de superfície.<ref name="Barucci">{{citar web|primeiro1= M. A.|último1= Barucci|primeiro2= A.|último2= Doressoundiram|primeiro3= D. P.|último3= Cruikshank| título= Physical Characteristics of TNOs and Centaurs|ano= 2003| url= http://www.lesia.obspm.fr/~alaind/TNO/Barucci2003_comet2.pdf|publicado= Laboratory for Space Studies and Astrophysics Instrumentation, Paris Observatory|acessodata=20 de março de 2008| urlmorta= sim|arquivourl= https://web.archive.org/web/20080529193555/http://www.lesia.obspm.fr/~alaind/TNO/Barucci2003_comet2.pdf|arquivodata=29 de maio de 2008}}</ref> No diagrama lateral, os [[Índice de cor|índices de cores]] são medidas de [[magnitude aparente]] de um objeto através dos filtros azul (B), visível (V) (ou seja, verde-amarelo) e vermelho (R). O diagrama ilustra essas diferenças (em cores exageradas) para todos os centauros com índices de cores conhecidos. Para referência, duas luas: [[Tritão (satélite)|Tritão]] e [[Febe (satélite)|Febe]], e o planeta [[Marte (planeta)|Marte]] são plotados (rótulos amarelos, tamanho fora de escala).

Centauros parecem ser agrupados em duas classes:
* Muito vermelho – por exemplo [[5145 Pholus]]
* Azul (ou cinza-azulado, segundo alguns autores) – por exemplo [[2060 Chiron]] ou {{mpl|2020 MK|4}}

Existem inúmeras teorias para explicar essa diferença de cor, mas elas podem ser divididas em duas categorias:
* A diferença de cor resulta de uma diferença na origem e/ou composição do centauro (ver [[#Hipóteses de origem|origem]] abaixo)
* A diferença de cor reflete um nível diferente de intemperismo espacial de [[radiação]] e/ou atividade [[Cometa|cometária]].

Como exemplos da segunda categoria, a cor avermelhada de Pholus foi explicada como um possível manto de matéria orgânica vermelha irradiada, enquanto Chiron teve seu gelo exposto devido à sua atividade cometária periódica, dando-lhe um índice azul/cinza. A correlação com atividade e cor não é certa, no entanto, como os centauros ativos abrangem a gama de cores do azul (Chiron) ao vermelho (166P/NEAT).<ref name="Baueretal2003">Bauer, J. M., Fernández, Y. R., & Meech, K. J. 2003. "[http://www.journals.uchicago.edu/PASP/journal/issues/v115n810/203101/203101.html An Optical Survey of the Active Centaur C/NEAT (2001 T4)]", Publication of the Astronomical Society of the Pacific", '''115''', 981</ref> Alternativamente, Pholus pode ter sido expulso recentemente do [[cinturão de Kuiper]], de modo que os processos de transformação da superfície ainda não ocorreram.

Delsanti ''et al.'' sugerem múltiplos processos concorrentes: vermelhidão pela radiação e ruborização pelas colisões.<ref name="Peixinho 2003">{{citar periódico|primeiro1=N.|último1=Peixinho|primeiro2= A.|último2=Doressoundiram|primeiro3= A.|último3=Delsanti |primeiro4=H.|último4=Boehnhardt|primeiro5=M. A.|último5=Barucci|primeiro6=I.|último6=Belskaya|s2cid=8515984|título=Reopening the TNOs Color Controversy: Centaurs Bimodality and TNOs Unimodality|periódico=Astronomy and Astrophysics|volume=410|número=3|páginas= L29–L32|ano=2003|doi=10.1051/0004-6361:20031420|arxiv=astro-ph/0309428|bibcode=2003A&A...410L..29P}}</ref><ref name="Hainaut, Delsanti 2002">Hainaut & Delsanti (2002) ''Color of Minor Bodies in the Outer Solar System'' Astronomy & Astrophysics, '''389''', 641 [http://www.sc.eso.org/~ohainaut/MBOSS datasource]</ref>

=== Espectro ===
A interpretação dos espectros geralmente é ambígua, relacionada ao tamanho das partículas e outros fatores, mas os espectros oferecem uma visão da composição da superfície. Tal como acontece com as cores, os espectros observados podem ajustar-se a vários modelos da superfície.

Assinaturas de [[gelo]] de [[água]] foram confirmadas em vários centauros<ref name=Jewitt2006/> (incluindo [[2060 Chiron]], [[10199 Chariklo]] e [[5145 Pholus]]). Além da assinatura de gelo de água, vários outros modelos foram apresentados:

* Sugere-se que a superfície de Chariklo seja uma mistura de [[tolina]]s (como os detectados em [[Titã (satélite)|Titã]] e [[Tritão (satélite)|Tritão]]) com [[carbono]] [[Sólido amorfo|amorfo]].
* Foi sugerido que Pholus é coberto por uma mistura de tolinas semelhantes a Titã, [[negro de carbono]], [[olivina]]<ref>A class of Magnesium Iron Silicates (Mg, Fe)<sub>2</sub>SiO<sub>4</sub>, common components of [[igneous]] rocks.</ref> e gelo de [[metanol]].
* A superfície de [[52872 Okyrhoe]] foi sugerida como uma mistura de [[querogênio]]s, olivinas e uma pequena porcentagem de gelo de água.
* [[8405 Asbolus]] foi sugerido como uma mistura de 15% de tolina tipo Tritão, 8% de tolina tipo Titã, 37% de carbono amorfo e 40% de tolina de gelo.

[[2060 Chiron]] parece ser o mais complexo. Os espectros observados variam dependendo do período de observação. A assinatura do gelo de água foi detectada durante um período de baixa atividade e desapareceu durante a alta atividade.<ref name="Dotto 2003">
{{citar periódico|último1=Dotto|primeiro1= E|último2= Barucci|primeiro2=M A|último3= De Bergh|primeiro3=C| s2cid= 189905595| título=Colours and composition of the Centaurs|periódico=Earth, Moon, and Planets| volume=92|número= 1–4|páginas= 157–167|data=junho de 2003| doi=10.1023/b:moon.0000031934.89097.88| bibcode=2003EM&P...92..157D}}</ref><ref name="Water on Chiron">{{citar periódico|primeiro1=Jane X.|último1=Luu|primeiro2=David|último2=Jewitt|autorlink2=David Jewitt|primeiro3=C. A.|último3=Trujillo|s2cid=9946112|autorlink3=Chadwick A. Trujillo|título=Water Ice on 2060 Chiron and its Implications for Centaurs and Kuiper Belt Objects|periódico=The Astrophysical Journal|volume=531|ano=2000 |número=2|pmid=10688775|páginas=L151–L154|doi=10.1086/312536|arxiv=astro-ph/0002094 |bibcode=2000ApJ...531L.151L}}</ref><ref name="Jewitt_Asbolus_Chiron2002">{{citar periódico|primeiro1=Y. R.|último1=Fernandez|autorlink2=David Jewitt|primeiro2=D. C.|último2=Jewitt|primeiro3=S. S.|último3=Sheppard|s2cid=11266670|título=Thermal Properties of Centaurs Asbolus and Chiron|periódico=The Astronomical Journal|volume=123|número=2|ano=2002|páginas=1050–1055|arxiv=astro-ph/0111395 |doi=10.1086/338436|bibcode=2002AJ....123.1050F}}</ref>

=== Semelhanças com cometas ===
[[Imagem:Comet38P2067.png|thumb|right|O [[cometa]] [[38P/Stephan-Oterma|38P]] exibe um comportamento semelhante ao de um centauro ao se aproximar de [[Júpiter (planeta)|Júpiter]], [[Saturno (planeta)|Saturno]] e [[Urano (planeta)|Urano]] entre 1982 e 2067<ref name=hybrid>{{citar web|data=1981-04-04 |em=last obs|título=JPL Close-Approach Data: 38P/Stephan-Oterma |url=http://ssd.jpl.nasa.gov/sbdb.cgi?sstr=38P;cad=1#cad|publicado= NASA|acessodata=2009-05-07}}</ref>]]
Observações de [[2060 Chiron]] em 1988 e 1989 perto de seu [[periélio]] descobriram que ele exibia um [[Coma cometária|coma]] (uma nuvem de gás e poeira evaporando de sua superfície). Portanto, agora é oficialmente classificado como um [[planeta menor]] e um [[cometa]], embora seja muito maior do que um cometa típico e haja alguma controvérsia persistente. Outros centauros estão sendo monitorados quanto a atividades semelhantes a cometas: até agora, dois, [[60558 Echeclus]] e [[166P/NEAT]] mostraram tal comportamento. O 166P/NEAT foi descoberto enquanto exibia um coma e, portanto, é classificado como um cometa, embora sua [[órbita]] seja a de um centauro. 60558 Echeclus foi descoberto sem coma, mas recentemente tornou-se ativo,<ref name="Choietal2006">{{citar periódico|primeiro1= Y-J.|último1= Choi|primeiro2= P.R.|último2= Weissman|primeiro3=D. |último3= Polishook |título=(60558) 2000 EC_98|periódico= IAU Circ.|número=8656|data=janeiro de 2006|página= 2}}</ref> e agora também é classificado como um cometa e um [[asteroide]]. No geral, existem cerca de 30 centauros para os quais foi detectada atividade, com a população ativa inclinada para objetos com distâncias de periélio menores.<ref name=Jewitt2009>{{citar periódico|último=Jewitt |primeiro= D.|s2cid= 119093318|título=The Active Centaurs|data=2009 |doi=10.3847/1538-3881/aa689c|arxiv= 0902.4687|periódico=[[The Astronomical Journal]]|volume=137|número=5|páginas=4295–4312|bibcode = 2009AJ....137.4296J}}</ref>

O [[monóxido de carbono]] foi detectado em 60558 Echeclus<ref name=Wierzchos2017>{{citar periódico|último=Wierzchos |primeiro= K.|autor2=Womack, M.|autor3=Sarid, G.|s2cid= 119093318|título=Carbon Monoxide in the Distantly Active Centaur (60558) 174P/Echeclus at 6 au|data=2017|doi=10.3847/1538-3881/aa689c|periódico=[[The Astronomical Journal]]|volume=153|número=5|páginas=8|bibcode = 2017AJ....153..230W |arxiv=1703.07660}}</ref> e Chiron<ref name=womack1999>{{citar web|último1= Womack |primeiro1= M. |último2= Stern |primeiro2= A.| título= Observations of Carbon Monoxide in (2060) Chiron.|publicado=Lunar and Planetary Science XXVIII |data=1999| url= http://www.lpi.usra.edu/meetings/lpsc97/pdf/1492.PDF| acessodata=2017-07-11 }}</ref> em quantidades muito pequenas, e a taxa de produção de CO derivada foi calculada como suficiente para explicar o coma observado. A taxa de produção de CO calculada de 60558 Echeclus e Chiron é substancialmente menor do que a normalmente observada para [[29P/Schwassmann-Wachmann]],<ref name=Womack2017>{{citar periódico|último=Womack |primeiro= M.|autor2=Wierzchos, K.|autor3=Sarid, G.|s2cid= 118507805|título= CO in Distantly Active Comets|data=2017|doi=10.1088/1538-3873/129/973/031001|periódico=[[Publications of the Astronomical Society of the Pacific]]|volume=129|número=973|páginas=031001|bibcode = 2017PASP..129c1001W |arxiv=1611.00051}}</ref> outro cometa distantemente ativo frequentemente classificado como um centauro.

Não há distinção orbital clara entre centauros e cometas. Ambos 29P/Schwassmann-Wachmann e [[39P/Oterma]] foram referidos como centauros, pois possuem órbitas típicas de centauros. O cometa 39P/Oterma está atualmente inativo e foi visto como ativo apenas antes de ser [[Perturbação|perturbado]] em uma órbita centauro por [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] em 1963.<ref name=Mazzotta2006>{{citar periódico |último=Mazzotta Epifani |primeiro=E. |autor2=Palumbo, P. |autor3=Capria, M. T. |autor4=Cremonese, G. |autor5=Fulle, M. |autor6=Colangeli, L. |título=The dust coma of the active Centaur P/2004 A1 (LONEOS): a CO-driven environment? |periódico=Astronomy & Astrophysics |volume=460 |páginas=935–944 |número=3 |ano=2006 |doi=10.1051/0004-6361:20065189 |bibcode=2006A&A...460..935M |doi-access=free }}</ref> O fraco cometa [[38P/Stephan-Oterma]] provavelmente não apresentaria coma se tivesse uma distância de periélio além da órbita de Júpiter a 5 UA. No ano 2200, o cometa [[78P/Gehrels]] provavelmente migrará para fora em uma órbita semelhante à de um centauro.

=== Períodos rotacionais ===
Uma análise de periodograma das curvas de luz desses [[2060 Chiron]] e [[10199 Chariklo]] dá, respectivamente, os seguintes períodos de rotação: 5.5±0.4~h e 7.0± 0.6~h.<ref name="Galiazzo et al. 2016">{{citar periódico|primeiro1=M. A.|último1=Galiazzo|primeiro2= C.|último2=de la Fuente Marcos|primeiro3= R.|último3=de la Fuente Marcos|primeiro4=G.|último4=Carraro|primeiro5=M.|último5=Maris|primeiro6=M. |último6=Montalto |s2cid=119204060|título=Photometry of Centaurs and trans-Neptunian objects: 2060 Chiron (1977 UB), 10199 Chariklo (1997 CU26), 38628 Huya (2000 EB173), 28978 Ixion (2001 KX76), and 90482 Orcus (2004 DW)|periódico=Astrophysics and Space Science |volume=361 |número=3|páginas=212–218|ano=2016|doi=10.1007/s10509-016-2801-5|arxiv=1605.08251|bibcode= 2016Ap&SS.361..212G}}</ref>

=== Tamanho, densidade e refletividade ===
Centauros podem atingir diâmetros de até centenas de quilômetros. Os maiores centauros têm diâmetros superiores a 300 km e residem principalmente além de 20 [[Unidade astronômica|UA]].<ref>{{citar periódico|autor1=Galiazzo, M. A. |autor2=Wiegert, P. |autor3=Aljbaae, S. |s2cid=118898917 |name-list-style=amp | título=Influence of the Centaurs and TNOs on the main belt and its families|periódico=Astrophysics and Space Science|data=2016| volume=361|número=12|páginas=361–371| bibcode=2016Ap&SS.361..371G | doi = 10.1007/s10509-016-2957-z|arxiv=1611.05731}}</ref> <!-- Precisa de uma palavra sobre refletividade (albedo?) e densidade, pois estão no título da seção. -->

== Hipóteses de origem ==
O estudo das origens dos centauros é rico em desenvolvimentos recentes, mas quaisquer conclusões ainda são prejudicadas por dados físicos limitados. Diferentes modelos foram apresentados para a possível origem dos centauros.<!-- Esta frase precisa de mais explicações, é muito difícil de entender: É amplamente aceito, no entanto, que o modelo de origem dos centauros deve explicar a distribuição peculiar dos objetos do [[cinturão de Kuiper]], a existência da borda em 48 UA, o quebra-cabeça da massa ausente (consulte o [[cinturão de Kuiper]]) etc. -->

Simulações indicam que a [[órbita]] de alguns objetos do [[cinturão de Kuiper]] pode ser [[Perturbação|perturbada]], resultando na expulsão do objeto para que se torne um centauro. Os objetos do [[disco disperso]] seriam dinamicamente os melhores candidatos (por exemplo, os centauros poderiam fazer parte de um disco disperso "interno" de objetos perturbados para dentro do cinturão de Kuiper), para tais expulsões, mas suas cores não condizem com a natureza bicolor dos centauros. Os [[plutino]]s são uma classe de objetos do cinturão de Kuiper que exibem uma natureza bicolor semelhante, e há sugestões de que nem todas as órbitas dos plutinos são tão estáveis quanto se pensava inicialmente, devido à perturbação de [[Plutão]].<ref name=wan2001>{{citar periódico |autor=Wan, X.-S. |autor2=Huang, T.-Y. |título=The orbit evolution of 32&nbsp;plutinos over 100&nbsp;million years |periódico=Astronomy and Astrophysics |volume=368 |número=2 |páginas=700–705 |ano=2001 |bibcode=2001A&A...368..700W |doi=10.1051/0004-6361:20010056|doi-access=free }}</ref>
<!-- Esta frase também precisa ser melhor explicada: [[Cubewano|objetos clássicos]] são outros candidatos, pois as diferenças na distribuição de cores entre quente e frio foram confirmadas. -->
Novos desenvolvimentos são esperados com mais dados físicos sobre os objetos do cinturão de Kuiper.

Alguns centauros podem ter sua origem em episódios de fragmentação, talvez desencadeados durante encontros próximos com [[Júpiter (planeta)|Júpiter]].<ref name="Marcos2021">{{citar periódico|título= The active centaur 2020 MK4|primeiro1= C. |último1= de la Fuente Marcos|primeiro2= R. |último2= de la Fuente Marcos|primeiro3= J. |último3= Licandro|primeiro4= M. |último4= Serra-Ricart|primeiro5= S. |último5= Martino|primeiro6= J. |último6= de Leon|primeiro7= F. |último7= Chaudry|primeiro8= M. R. |último8= Alarcón|doi=10.1051/0004-6361/202039117|url=https://www.aanda.org/articles/aa/abs/2021/05/aa39117-20/aa39117-20.html|periódico=[[Astronomy & Astrophysics]] |data=13 de maio de 2021 |volume= 649|número= 1|páginas=A85 (15 pages)|arxiv=2104.01668|bibcode=2021A&A...649A..85D |s2cid = 233024896 }}</ref> As órbitas dos centauros [[2020 MK4]], P/2008 CL94 (Lemmon) e P/2010 TO20 (LINEAR-Grauer) passam perto do cometa [[29P/Schwassmann-Wachmann]], o primeiro centauro descoberto e encontros próximos são possíveis nos quais um dos os objetos atravessam o [[Coma cometária|coma]] de 29P quando ativos.<ref name="Marcos2021"/>

Pelo menos um centauro, 2013 VZ<sub>70</sub>, pode ter origem entre a população de luas irregulares de [[Saturno (planeta)|Saturno]] por meio de impacto, fragmentação ou perturbação de maré.<ref name="Marcos2022">{{citar periódico|título= Centaur 2013 VZ<sub>70</sub>: Debris from Saturn's irregular moon population?|primeiro1= C. |último1= de la Fuente Marcos |primeiro2= R. |último2= de la Fuente Marcos|doi=10.1051/0004-6361/202142166|url=https://www.aanda.org/articles/aa/abs/2022/01/aa42166-21/aa42166-21.html |periódico=[[Astronomy & Astrophysics]]|data=10 de janeiro de 2022 |volume=657 |número=1 |páginas=A59 (10 pp)|arxiv=2110.04264 |bibcode=2022A&A...657A..59D|s2cid = 238856647 }}</ref>

== Centauros notáveis ==
{{artigo principal|Lista de centauros (corpos menores do Sistema Solar)}}
<!-- Observação: ORDEM NUMÉRICA INVERSA, para corresponder ao link externo oficial abaixo, para facilitar a comparação -->
{| class="wikitable"
! Nome !! Ano !! Descobridor !! Meia-vida<ref name=Horner2004a/><br />(para a frente) !! Classe{{efn|A classe é definida pela distância do [[periélio]] e [[afélio]] do objeto: S indica um periélio/afélio perto de [[Saturno (planeta)|Saturno]], U perto de [[Urano (planeta)|Urano]], N perto de [[Netuno (planeta)|Netuno]] e K no [[cinturão de Kuiper]].}}
|-
| [[55576 Amycus]] || 2002 || [[Near-Earth Asteroid Tracking|NEAT]] em [[Observatório Palomar|Palomar]] || 11.1&nbsp;[[Ano#Multiplicadores de prefixo SI|Ma]] || UK
|-
| [[54598 Bienor]] || 2000 || [[Marc W. Buie]] ''et al.'' || ? || U
|-
| [[10370 Hylonome]] || 1995 || [[Observatórios de Mauna Kea]] || 6.3&nbsp;Ma || UN
|-
| [[10199 Chariklo]] || 1997 || [[Spacewatch]] || 10.3&nbsp;Ma || U
|-
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== Ver também ==
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== Notas ==
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== Ligações externas ==
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* [https://minorplanetcenter.net//iau/lists/Centaurs.html List of centaurs and scattered-disk objects]
* Centaurs from [http://www.daviddarling.info/encyclopedia/C/Centaur.html The Encyclopedia of Astrobiology Astronomy and Spaceflight]
* {{citar periódico|primeiro1=Jonathan|último1=Horner|primeiro2=Patryk Sofia|último2=Lykawka|s2cid=53982616|título=Planetary Trojans – the main source of short period comets?|periódico=International Journal of Astrobiology|arxiv=1007.2541|doi=10.1017/S1473550410000212|ano=2010|volume=9|número=4|páginas=227–234|bibcode = 2010IJAsB...9..227H }}
* [http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2013-234 NASA's WISE Finds Mysterious Centaurs May Be Comets (2013)]

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Revisão das 11h47min de 24 de novembro de 2022

Posições de objetos conhecidos do Sistema Solar exterior. Os centauros orbitam geralmente dentro do cinturão de Kuiper e fora dos troianos de Júpiter.
      Sol
      Troianos de Júpiter (6.178)
      Disco disperso (>300)       Troianos de Netuno (9)
      Planetas gigantes: (J) · (S) · (U) · (N)
      Centauros (44.000)
      Cinturão de Kuiper (>100.000)
(escala em AU; época a partir de janeiro de 2015; número de objetos entre parênteses)

Na astronomia planetária, um centauro é um corpo menor do Sistema Solar com um periélio ou um semieixo maior entre os dos planetas externos (entre Júpiter e Netuno). Os centauros geralmente têm órbitas instáveis porque cruzam ou cruzaram as órbitas de um ou mais planetas gigantes; quase todas as suas órbitas têm vidas dinâmicas de apenas alguns milhões de anos,[1] mas há um centauro conhecido, 514107 Kaʻepaokaʻawela, que pode estar em uma órbita estável (embora retrógrada).[2][nota 1] Centauros normalmente exibem as características de asteroides e cometas. Eles são nomeados após os centauros mitológicos que eram uma mistura de cavalo e humano. O viés observacional em relação a objetos grandes dificulta a determinação da população total de centauros. As estimativas para o número de centauros no Sistema Solar com mais de 1 km de diâmetro variam de 44.000[1] a mais de 10.000.000.[4][5]

O primeiro centauro a ser descoberto, sob a definição do Laboratório de Propulsão a Jato e o utilizado aqui, foi o 944 Hidalgo em 1920. No entanto, eles não foram reconhecidos como uma população distinta até a descoberta de 2060 Chiron em 1977. O maior centauro confirmado é 10199 Chariklo, que com 260 quilômetros de diâmetro é tão grande quanto um asteroide de tamanho médio do cinturão principal e é conhecido por ter um sistema de anéis. Foi descoberto em 1997.

Nenhum centauro foi fotografado de perto, embora haja evidências de que a lua de Saturno, Febe, fotografada pela sonda espacial Cassini em 2004, pode ser um centauro capturado que se originou no cinturão de Kuiper.[6] Além disso, o Telescópio Espacial Hubble coletou algumas informações sobre as características da superfície de 8405 Asbolus.

Ceres pode ter se originado na região dos planetas externos,[7] e se assim for pode ser considerado um ex-centauro, mas os centauros vistos hoje se originaram em outros lugares.

Dos objetos conhecidos por ocuparem órbitas semelhantes a centauros, aproximadamente 30 foram encontrados para exibir comas de poeira semelhantes a cometas, com três, 2060 Chiron, 60558 Echeclus e 29P/Schwassmann-Wachmann 1, tendo níveis detectáveis de produção volátil em órbitas inteiramente além de Júpiter.[8] Chiron e Echeclus são, portanto, classificados como centauros e cometas, enquanto Schwassmann-Wachmann 1 sempre teve a designação de cometa. Outros centauros, como 52872 Okyrhoe, são suspeitos de terem entrado em coma. Espera-se que qualquer centauro que seja perturbado perto o suficiente do Sol se torne um cometa.

Classificação

A definição genérica de centauro é um corpo menor que orbita o Sol entre Júpiter e Netuno e cruza as órbitas de um ou mais dos planetas gigantes. Devido à inerente instabilidade de longo prazo das órbitas nesta região, mesmo centauros como 2000 GM137 e 2001 XZ255, que atualmente não cruzam a órbita de nenhum planeta, estão em órbitas gradualmente alteradas que serão perturbadas até que comecem a cruzar o órbita de um ou mais dos planetas gigantes.[1] Alguns astrônomos consideram centauros apenas corpos com semieixo maiores na região dos planetas exteriores; outros aceitam qualquer corpo com periélio na região, pois suas órbitas são igualmente instáveis.

Critérios discrepantes

No entanto, diferentes instituições têm critérios diferentes para classificar objetos de fronteira, com base em valores particulares de seus elementos orbitais:

  • O Minor Planet Center (MPC) define os centauros como tendo um periélio além da órbita de Júpiter (5.2 UA < q) e um eixo semimaior menor que o de Netuno (a < 30.1 UA).[9] Embora hoje em dia o MPC frequentemente liste centauros e objetos de disco disperso juntos como um único grupo.
  • O Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) define de forma semelhante os centauros como tendo um semieixo maior, a, entre os de Júpiter e Netuno (5.5 UA ≤ a ≤ 30.1 UA).[10]
  • Em contraste, o Deep Ecliptic Survey (DES) define centauros usando um esquema de classificação dinâmico. Essas classificações são baseadas na mudança simulada no comportamento da órbita atual quando estendida por 10 milhões de anos. O DES define centauros como objetos não ressonantes cujos periélios instantâneos (osculantes) são menores que o semieixo maior osculador de Netuno a qualquer momento durante a simulação. Esta definição pretende ser sinônimo de órbitas de cruzamento de planetas e sugerir tempos de vida comparativamente curtos na órbita atual.[11]
  • A coleção The Solar System Beyond Neptune (2008) define objetos com um semieixo maior entre os de Júpiter e Netuno e um parâmetro de Tisserand relativo a Júpiter acima de 3.05 como centauros, classificando os objetos com um parâmetro de Tisserand relativo a Júpiter abaixo deste e, para excluir objetos do cinturão de Kuiper, um periélio arbitrário cortado a meio caminho de Saturno (q ≤ 7.35 UA) como cometas da família de Júpiter e classificar esses objetos em órbitas instáveis com um eixo semimaior maior que o de Netuno como membros do disco disperso.[12]
  • Outros astrônomos preferem definir centauros como objetos que não são ressonantes com um periélio dentro da órbita de Netuno que provavelmente cruzará a esfera de Hill de um gigante gasoso nos próximos 10 milhões de anos,[13] de modo que os centauros podem ser pensados como objetos dispersos para dentro e que interagem mais fortemente e se espalham mais rapidamente do que objetos de disco disperso típicos.
  • O JPL Small-Body Database lista 452 centauros.[14] Existem 116 objetos transnetunianos adicionais (objetos com um eixo semimaior maior que o de Netuno, ou seja, 30.1 UA ≤ a) com um periélio mais próximo que a órbita de Urano (q ≤ 19.2 UA).[15]

Objetos ambíguos

Os critérios de Gladman & Marsden (2008)[12] tornariam alguns objetos cometas da família de Júpiter: Ambos Echeclus (q = 5.8 UA, TJ = 3.03) e Okyrhoe (q = 5.8 UA; TJ = 2.95) foram tradicionalmente classificados como centauros. Tradicionalmente considerado um asteroide, mas classificado como centauro pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), Hidalgo (q = 1.95 AU; TJ = 2.07) também mudaria de categoria para um cometa da família de Júpiter. 29P/Schwassmann-Wachmann 1 (q = 5.72 AU; TJ = 2.99) foi categorizado como um centauro e um cometa da família de Júpiter, dependendo da definição usada.

Outros objetos capturados entre essas diferenças nos métodos de classificação incluem (44594) 1999 OX3, que tem um semieixo maior de 32 UA, mas cruza as órbitas de Urano e Netuno. Está listado como um centauro externo pelo Deep Ecliptic Survey (DES). Entre os centauros internos, (434620) 2005 VD, com uma distância de periélio muito próxima de Júpiter, é listado como um centauro tanto pelo JPL quanto pelo DES.

Uma simulação orbital recente[4] da evolução dos Objetos do Cinturão de Kuiper através da região dos centauros identificou um "portal orbital" de curta duração entre 5.4 e 7.8 UA através do qual 21% de todos os centauros passam, incluindo 72% dos centauros que se tornam Cometas da família de Júpiter. Quatro objetos são conhecidos por ocupar esta região, incluindo 29P/Schwassmann-Wachmann, P/2010 TO20 LINEAR-Grauer, P/2008 CL94 Lemmon e 2016 LN8, mas as simulações indicam que pode haver mais de 1.000 objetos >1 km em raio que ainda não foram detectados. Os objetos nesta região de portal podem exibir atividade significativa[16][17] e estão em um importante estado de transição evolutiva que confunde ainda mais a distinção entre as populações de cometas centauros e da família de Júpiter.

O Comitê de Nomenclatura de Corpos Menores da União Astronômica Internacional não se pronunciou formalmente sobre nenhum lado do debate. Em vez disso, adotou a seguinte convenção de nomenclatura para tais objetos: condizente com suas órbitas de transição semelhantes a centauros entre TNOs e cometas, "objetos em órbitas instáveis, não ressonantes, de cruzamento de planetas gigantes com semieixo maiores que os de Netuno" devem ser nomeado para outras criaturas míticas híbridas e que mudam de forma. Até agora, apenas os objetos binários Ceto e Phorcys e Typhon e Echidna foram nomeados de acordo com a nova política.[18]

Centauros com diâmetros medidos listados como possíveis planetas anões de acordo com o site de Michael E. Brown incluem 10199 Chariklo, (523727) 2014 NW65 e 2060 Chiron.[19]

Órbitas

Órbitas de centauros conhecidos[nota 2]

Distribuição

O diagrama ilustra as órbitas dos centauros conhecidos em relação às órbitas dos planetas. Para objetos selecionados, a excentricidade das órbitas é representada por segmentos vermelhos (que se estendem do periélio ao afélio).

As órbitas dos centauros mostram uma ampla gama de excentricidade, desde altamente excêntricas (Pholus, Asbolus, Amycus, Nessus) até mais circulares (Chariklo e os cruzadores de Saturno Thereus e Okyrhoe).

Para ilustrar o alcance dos parâmetros das órbitas, o diagrama mostra alguns objetos com órbitas muito incomuns, plotados em amarelo:

  • 1999 XS35 (asteroide Apolo) segue uma órbita extremamente excêntrica (e = 0.947), levando-o de dentro da órbita da Terra (0.94 UA) para bem além de Netuno (> 34 UA)
  • 2007 TB434 segue uma órbita quase circular (e < 0.026)
  • 2001 XZ255 tem a menor inclinação (i < 3°)
  • 2004 YH32 é um de uma pequena proporção de centauros com uma inclinação prógrado extrema (i > 60°). Ele segue uma órbita tão inclinada (79°) que, enquanto cruza a distância do cinturão de asteroides do Sol até além da distância de Saturno, se sua órbita for projetada no plano da órbita de Júpiter, ela nem chega a até Júpiter.

Mais de uma dúzia de centauros conhecidos seguem órbitas retrógradas. Suas inclinações variam de modestas (por exemplo, 160° para Dioretsa) a extremas (i < 120°; por exemplo, 105° para (342842) 2008 YB3.[20] Dezessete desses centauros retrógrados de alta inclinação foram controversamente reivindicados como tendo origem interestelar.[21][22][23]

Mudança de órbita

O semieixo maior de Asbolus durante os próximos 5.500 anos, usando duas estimativas ligeiramente diferentes dos elementos orbitais atuais. Após o encontro com Júpiter no ano 4.713, os dois cálculos divergem.[24]

Como os centauros não são protegidos por ressonâncias orbitais, suas órbitas são instáveis em uma escala de tempo de 106–107 anos.[25] Por exemplo, 55576 Amycus está em uma órbita instável perto da ressonância 3:4 de Urano.[1] Estudos dinâmicos de suas órbitas indicam que ser um centauro é provavelmente um estado orbital intermediário de objetos em transição do cinturão de Kuiper para a família de cometas de curto período de Júpiter.

Os objetos podem ser perturbados a partir do cinturão de Kuiper, onde eles se cruzam com Netuno e interagem gravitacionalmente com aquele planeta (ver teorias de origem). Eles então são classificados como centauros, mas suas órbitas são caóticas, evoluindo de forma relativamente rápida à medida que o centauro faz repetidas aproximações a um ou mais dos planetas exteriores. Alguns centauros evoluirão para órbitas que cruzam Júpiter, onde seus periélios podem ser reduzidos ao Sistema Solar interno e podem ser reclassificados como cometas ativos na família de Júpiter se exibirem atividade cometária. Os centauros acabarão colidindo com o Sol ou um planeta ou então podem ser ejetados para o espaço interestelar após uma aproximação de um dos planetas, particularmente Júpiter.

Características físicas

O tamanho relativamente pequeno dos centauros impede a observação remota de superfícies, mas índices de cores e espectros podem fornecer pistas sobre a composição da superfície e informações sobre a origem dos corpos.[25]

Cores

Distribuição de cores dos centauros

As cores dos centauros são muito diversas, o que desafia qualquer modelo simples de composição de superfície.[26] No diagrama lateral, os índices de cores são medidas de magnitude aparente de um objeto através dos filtros azul (B), visível (V) (ou seja, verde-amarelo) e vermelho (R). O diagrama ilustra essas diferenças (em cores exageradas) para todos os centauros com índices de cores conhecidos. Para referência, duas luas: Tritão e Febe, e o planeta Marte são plotados (rótulos amarelos, tamanho fora de escala).

Centauros parecem ser agrupados em duas classes:

Existem inúmeras teorias para explicar essa diferença de cor, mas elas podem ser divididas em duas categorias:

  • A diferença de cor resulta de uma diferença na origem e/ou composição do centauro (ver origem abaixo)
  • A diferença de cor reflete um nível diferente de intemperismo espacial de radiação e/ou atividade cometária.

Como exemplos da segunda categoria, a cor avermelhada de Pholus foi explicada como um possível manto de matéria orgânica vermelha irradiada, enquanto Chiron teve seu gelo exposto devido à sua atividade cometária periódica, dando-lhe um índice azul/cinza. A correlação com atividade e cor não é certa, no entanto, como os centauros ativos abrangem a gama de cores do azul (Chiron) ao vermelho (166P/NEAT).[27] Alternativamente, Pholus pode ter sido expulso recentemente do cinturão de Kuiper, de modo que os processos de transformação da superfície ainda não ocorreram.

Delsanti et al. sugerem múltiplos processos concorrentes: vermelhidão pela radiação e ruborização pelas colisões.[28][29]

Espectro

A interpretação dos espectros geralmente é ambígua, relacionada ao tamanho das partículas e outros fatores, mas os espectros oferecem uma visão da composição da superfície. Tal como acontece com as cores, os espectros observados podem ajustar-se a vários modelos da superfície.

Assinaturas de gelo de água foram confirmadas em vários centauros[25] (incluindo 2060 Chiron, 10199 Chariklo e 5145 Pholus). Além da assinatura de gelo de água, vários outros modelos foram apresentados:

  • Sugere-se que a superfície de Chariklo seja uma mistura de tolinas (como os detectados em Titã e Tritão) com carbono amorfo.
  • Foi sugerido que Pholus é coberto por uma mistura de tolinas semelhantes a Titã, negro de carbono, olivina[30] e gelo de metanol.
  • A superfície de 52872 Okyrhoe foi sugerida como uma mistura de querogênios, olivinas e uma pequena porcentagem de gelo de água.
  • 8405 Asbolus foi sugerido como uma mistura de 15% de tolina tipo Tritão, 8% de tolina tipo Titã, 37% de carbono amorfo e 40% de tolina de gelo.

2060 Chiron parece ser o mais complexo. Os espectros observados variam dependendo do período de observação. A assinatura do gelo de água foi detectada durante um período de baixa atividade e desapareceu durante a alta atividade.[31][32][33]

Semelhanças com cometas

O cometa 38P exibe um comportamento semelhante ao de um centauro ao se aproximar de Júpiter, Saturno e Urano entre 1982 e 2067[34]

Observações de 2060 Chiron em 1988 e 1989 perto de seu periélio descobriram que ele exibia um coma (uma nuvem de gás e poeira evaporando de sua superfície). Portanto, agora é oficialmente classificado como um planeta menor e um cometa, embora seja muito maior do que um cometa típico e haja alguma controvérsia persistente. Outros centauros estão sendo monitorados quanto a atividades semelhantes a cometas: até agora, dois, 60558 Echeclus e 166P/NEAT mostraram tal comportamento. O 166P/NEAT foi descoberto enquanto exibia um coma e, portanto, é classificado como um cometa, embora sua órbita seja a de um centauro. 60558 Echeclus foi descoberto sem coma, mas recentemente tornou-se ativo,[35] e agora também é classificado como um cometa e um asteroide. No geral, existem cerca de 30 centauros para os quais foi detectada atividade, com a população ativa inclinada para objetos com distâncias de periélio menores.[36]

O monóxido de carbono foi detectado em 60558 Echeclus[8] e Chiron[37] em quantidades muito pequenas, e a taxa de produção de CO derivada foi calculada como suficiente para explicar o coma observado. A taxa de produção de CO calculada de 60558 Echeclus e Chiron é substancialmente menor do que a normalmente observada para 29P/Schwassmann-Wachmann,[16] outro cometa distantemente ativo frequentemente classificado como um centauro.

Não há distinção orbital clara entre centauros e cometas. Ambos 29P/Schwassmann-Wachmann e 39P/Oterma foram referidos como centauros, pois possuem órbitas típicas de centauros. O cometa 39P/Oterma está atualmente inativo e foi visto como ativo apenas antes de ser perturbado em uma órbita centauro por Júpiter em 1963.[38] O fraco cometa 38P/Stephan-Oterma provavelmente não apresentaria coma se tivesse uma distância de periélio além da órbita de Júpiter a 5 UA. No ano 2200, o cometa 78P/Gehrels provavelmente migrará para fora em uma órbita semelhante à de um centauro.

Períodos rotacionais

Uma análise de periodograma das curvas de luz desses 2060 Chiron e 10199 Chariklo dá, respectivamente, os seguintes períodos de rotação: 5.5±0.4~h e 7.0± 0.6~h.[39]

Tamanho, densidade e refletividade

Centauros podem atingir diâmetros de até centenas de quilômetros. Os maiores centauros têm diâmetros superiores a 300 km e residem principalmente além de 20 UA.[40]

Hipóteses de origem

O estudo das origens dos centauros é rico em desenvolvimentos recentes, mas quaisquer conclusões ainda são prejudicadas por dados físicos limitados. Diferentes modelos foram apresentados para a possível origem dos centauros.

Simulações indicam que a órbita de alguns objetos do cinturão de Kuiper pode ser perturbada, resultando na expulsão do objeto para que se torne um centauro. Os objetos do disco disperso seriam dinamicamente os melhores candidatos (por exemplo, os centauros poderiam fazer parte de um disco disperso "interno" de objetos perturbados para dentro do cinturão de Kuiper), para tais expulsões, mas suas cores não condizem com a natureza bicolor dos centauros. Os plutinos são uma classe de objetos do cinturão de Kuiper que exibem uma natureza bicolor semelhante, e há sugestões de que nem todas as órbitas dos plutinos são tão estáveis quanto se pensava inicialmente, devido à perturbação de Plutão.[41] Novos desenvolvimentos são esperados com mais dados físicos sobre os objetos do cinturão de Kuiper.

Alguns centauros podem ter sua origem em episódios de fragmentação, talvez desencadeados durante encontros próximos com Júpiter.[42] As órbitas dos centauros 2020 MK4, P/2008 CL94 (Lemmon) e P/2010 TO20 (LINEAR-Grauer) passam perto do cometa 29P/Schwassmann-Wachmann, o primeiro centauro descoberto e encontros próximos são possíveis nos quais um dos os objetos atravessam o coma de 29P quando ativos.[42]

Pelo menos um centauro, 2013 VZ70, pode ter origem entre a população de luas irregulares de Saturno por meio de impacto, fragmentação ou perturbação de maré.[43]

Centauros notáveis

Nome Ano Descobridor Meia-vida[1]
(para a frente)
Classe[a]
55576 Amycus 2002 NEAT em Palomar 11.1 Ma UK
54598 Bienor 2000 Marc W. Buie et al. ? U
10370 Hylonome 1995 Observatórios de Mauna Kea 6.3 Ma UN
10199 Chariklo 1997 Spacewatch 10.3 Ma U
8405 Asbolus 1995 Spacewatch (James V. Scotti) 0.86 Ma SN
7066 Nessus 1993 Spacewatch (David L. Rabinowitz) 4.9 Ma SK
5145 Pholus 1992 Spacewatch (David L. Rabinowitz) 1.28 Ma SN
2060 Chiron 1977 Charles T. Kowal 1.03 Ma SU
  1. A classe é definida pela distância do periélio e afélio do objeto: S indica um periélio/afélio perto de Saturno, U perto de Urano, N perto de Netuno e K no cinturão de Kuiper.

Ver também

Notas

  1. Para uma crítica a esta ideia ver[3]
  2. Para o propósito deste diagrama, um objeto é classificado como um centauro se seu semieixo maior estiver entre Júpiter e Netuno.

Referências

  1. a b c d e Horner, J.; Evans, N.W.; Bailey, M. E. (2004). «Simulations of the Population of Centaurs I: The Bulk Statistics». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 354 (3): 798–810. Bibcode:2004MNRAS.354..798H. arXiv:astro-ph/0407400Acessível livremente. doi:10.1111/j.1365-2966.2004.08240.x 
  2. Fathi Namouni and Maria Helena Moreira Morais (2 de maio de 2018). «An interstellar origin for Jupiter's retrograde co-orbital asteroid». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 477 (1): L117–L121. Bibcode:2018MNRAS.477L.117N. arXiv:1805.09013Acessível livremente. doi:10.1093/mnrasl/sly057 
  3. Billings, Lee (21 de maio de 2018). «Astronomers Spot Potential "Interstellar" Asteroid Orbiting Backward around the Sun». Scientific American. Consultado em 1 de junho de 2018 
  4. a b Sarid, G.; Volk, K.; Steckloff, J.; Harris, W.; Womack, M.; Woodney, L. (2019). «29P/Schwassmann-Wachmann 1, A Centaur in the Gateway to the Jupiter-Family Comets». The Astrophysical Journal Letters. 883 (1). 7 páginas. Bibcode:2019ApJ...883L..25S. arXiv:1908.04185Acessível livremente. doi:10.3847/2041-8213/ab3fb3 
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  7. http://sites.nationalacademies.org/cs/groups/ssbsite/documents/webpage/ssb_183286.pdf
  8. a b Wierzchos, K.; Womack, M.; Sarid, G. (2017). «Carbon Monoxide in the Distantly Active Centaur (60558) 174P/Echeclus at 6 au». The Astronomical Journal. 153 (5). 8 páginas. Bibcode:2017AJ....153..230W. arXiv:1703.07660Acessível livremente. doi:10.3847/1538-3881/aa689c 
  9. «Unusual Minor Planets». Minor Planet Center. Consultado em 25 de outubro de 2010 
  10. «Orbit Classification (Centaur)». JPL Solar System Dynamics. Consultado em 13 de outubro de 2008 
  11. Elliot, J.L.; Kern, S. D.; Clancy, K. B.; Gulbis, A. A. S.; Millis, R. L.; Buie, M. W.; Wasserman, L. H.; Chiang, E. I.; Jordan, A. B.; Trilling, D. E.; Meech, K. J. (2005). «The Deep Ecliptic Survey: A Search for Kuiper Belt Objects and Centaurs. II. Dynamical Classification, the Kuiper Belt Plane, and the Core Population». The Astronomical Journal. 129 (2): 1117–1162. Bibcode:2005AJ....129.1117E. doi:10.1086/427395Acessível livremente 
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