Eni
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Eni S.p.A. | |
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Palazzo Eni, em Roma | |
Empresa de capital aberto | |
Cotação | |
Atividade | Petrolífera |
Fundação | 10 de fevereiro de 1953 |
Sede | Roma, Cidade Metropolitana de Roma-Capital, Lácio, Itália |
Área(s) servida(s) | Mundo |
Pessoas-chave |
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Empregados | 33,142 (2023)[1] |
Produtos |
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Subsidiárias | Enilive, Eni Plenitude, Versalis, Eni Rewind, EniPower, EniProgetti, Saipem |
Lucro | €4.771 bilhões (2023)[1] |
Faturamento | €93.72 bilhões (2023)[1] |
Website oficial | www |
Eni (Ente nazionale idrocarburi) é uma multinacional petrolífera italiana constituída em 1953 por Enrico Mattei[2] e privatizada em 1998.[3] A empresa atua nos setores de petróleo, gás natural, petroquímico e bioquímico, produção e comercialização de energia elétrica a partir de combustíveis fósseis, cogeração e fontes renováveis. A Eni está cotada nas bolsas de Milão e de Nova Iorque e o Estado italiano detém uma participação minoritária no capital social (acima de 30%).[4][5]
Em 2023 a Eni está presente em 61 países, tem 33 142 colaboradores e um faturamento de aproximadamente 93 bilhões de euros.[6]
Em 2023 Eni ocupa a 61ª posição na lista Fortune Global 500 em termos de faturamento[7] e a 81ª na lista Forbes Global 2000 por capitalização de mercado.[8] Além disso, a Eni está no Top 100 Global Energy Leaders da Thomson Reuters[9] e no Top 25 da Thomson Reuters para o setor de Petróleo e Gás.[10]
O presidente da Eni é Giuseppe Zafarana desde 10 de maio de 2023, enquanto Claudio Descalzi é o Diretor Geral desde 9 de maio de 2014.[11]
História
[editar | editar código-fonte]Em 1926 nasceu na Itália a empresa Agip com o objetivo de explorar petróleo e gás natural no território nacional. Juntamente com as atividades desenvolvidas na Itália, a Agip negociava contratos para ampliar a exploração na Romênia, Albânia e Iraque.[12]
Em 1936 foi fundada a empresa Anic.[13] Em 1941 foi criada a empresa Snam.[14] Em 1945 Enrico Mattei foi nomeado comissário da Agip e em 1953 fundou a Eni.[15]
Anos 1950-2000
[editar | editar código-fonte]Através da Lei número 136, de 10 de fevereiro de 1953, foi criada a Eni - a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos -, da qual Enrico Mattei se tornou presidente. A lei concedeu à empresa o monopólio da exploração e produção de hidrocarbonetos no Vale do Pó e o controle da Agip, Anic, Snam e outras empresas menores.[16]
Em 1957 foi criada a Saipem.[17]
Desde seus primeiros anos, a ENI expandiu-se para África, onde, além de concluir acordos para exploração, construiu refinarias e redes de distribuição. Por meio de suas subsidiárias, Snamprogetti e Saipem, a elaboração de projetos e a construção de oleodutos e refinarias foram muitas vezes incluídos como contrapartida nos acordos para a pesquisa e a exploração de campos petrolíferos. Mattei introduziu uma fórmula chamada fifty-fifty nos países produtores, tanto na África quanto além, que permitia às autoridades locais compartilhar os lucros vindos do desenvolvimento da produção de petróleo e gás.[18]
Em 1962, Enrico Mattei morreu em um atentado aéreo ao voltar de Catania.[19]
Na década de 1970, a Snam inaugurou o gasoduto Transmed que, com mais de 2.500 km de comprimento, liga Hassi R'Mel, no deserto argelino, ao Vale do Pó.[20] Em 1974, a Agip adquiriu a rede de distribuição Shell Italiana, renomeada para IP.[21]
Em 1982, a Eni criou a holding EniChimica, posteriormente renomeada como EniChem.[22]
Em 1989 a Eni assinou um acordo com a Montedison para reunir parte das empresas químicas de cada grupo com a criação da Enimont. Em 1991, a Eni integrou todas as instalações químicas de Montedison.[23]
Em 1992, a Eni foi privatizada e tornou-se uma empresa de capital aberto, tendo como único acionista o Ministério do Tesouro italiano.[24]
Em 1995, o Ministério do Tesouro vendeu 15% da Eni através da cotação na Bolsa de Valores de Milão. Entre 1995 e 1998, quatro ofertas públicas (OPVs) colocaram no mercado cerca de 63% do capital.[25]
Em 1998, a Eni incorporou a Agip, que se tornou a Divisão Exploration & Production da empresa.[26]
Século XXI
[editar | editar código-fonte]Em 2001, com a liberalização do mercado de gás, a Eni perdeu o monopólio de importação e distribuição em Itália.[14] Paralelamente à criação da EniPower, a Eni entra no setor elétrico.[27]
Em 2002, a EniChem torna-se Polimeri Europa.[28]
A Eni adquiriu a British Borneo em 2000 [29] e a Lasmo em 2001.[30] Em 2000, foi descoberto o gigantesco campo de petróleo off-shore de Kashagan no Mar Cáspio.[31]
Em 2012, o Polimeri Europa torna-se Versalis.[32]
Em julho de 2021, a Eni anunciou a aquisição da Dhamma Energy, um grupo espanhol de produção de eletricidade a partir de energias renováveis. Em agosto de 2021, a Eni anuncia a aquisição da Be Power, empresa especializada em infraestruturas elétricas para veículos elétricos.[33]
A 21 de abril de 2022, a subsidiária da Eni no Congo revelou a assinatura de um acordo com a República do Congo para aumentar a produção e exportação de gás. Este acordo inclui o desenvolvimento de um projeto de gás natural liquefeito (GNL) que deverá ter início em 2023 e produzir mais de 3 milhões de toneladas por ano.[34]
A Eni é o principal acionista da empresa americana Commonwealth Fusion Systems (CFS).[35] Em colaboração com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o CFS está tentando construir um reator de fusão usando um tokamak, uma câmara toroidal. Este reator, deve ser mais barato do que os projetados em outros projetos internacionais, como o ITER. Em setembro de 2021, a CFS realizou um teste usando super condutores de alta temperatura, que mostrou ser possível criar uma câmara de fusão que imita o processo de fusão de deutério e trítio que ocorre dentro do sol, a fim de produzir energia sustentável.[36]
Organização
[editar | editar código-fonte]A Eni está organizada em três grandes divisões operacionais:
- Divisão de E&P (Exploration and Production): exploração e produção de hidrocarbonetos
- Divisão G&P (Gas and Power): aquisição e venda de gás natural à grosso e a retalho, compra e venda de gás natural liquefeito (GNL) e compra, produção e venda de energia elétrica.
- Divisão de R&M e Química (Refining and Marketing e Química): refinação e comercialização de combustíveis e outros produtos petrolíferos
Subsidiárias da ENI
[editar | editar código-fonte]O grupo Eni inclui cinco ramos principais:
- Enilive (originalmente Eni Station), empresa dedicada à mobilidade sustentável e ao fornecimento de serviços e produtos descarbonizados
- Eni Power, produção e venda de eletricidade
- Eni Rewind, serviço na área de saneamento ambiental
- Eni Plenitude (originalmente Eni gas e luce), venda de gás natural e eletricidade a particulares e empresas
- Versalis, produção e distribuição de petroquímicos
- Saipem, engenharia e construção off-shore e on-shore, assentamento de condutas, perfuração
Acionistas
[editar | editar código-fonte]- Estado italiano 30%, mercado 70%.
Os principais acionistas são: Cassa Depositi e Prestiti S.p.A. - 28,5%, Ministério da Economia e Finanças - 1,99%.[37]
Presidentes – Comissários
[editar | editar código-fonte]- Enrico Mattei (1953-1962)
- Marcello Boldrini (1962-1967)
- Eugenio Cefis (1967-1971)
- Raffaele Girotti (1971-1975)
- Pietro Sette (1975-1979)
- Giorgio Mazzanti (1979)
- Egidio Egidi (comissário, 1979)
- Egidio Egidi (1980)
- Alberto Grandi (1980-1982)
- Enrico Gandolfi (comissário, 1982)
- Umberto Colombo (1982-1983)
- Franco Reviglio (1983-1989)
- Gabriele Cagliari (1989-1993)
- Luigi Meanti (1993-1999)
- Gian Maria Gros-Pietro (1999-2002)
- Roberto Poli (2002-2011)
- Giuseppe Recchi (2011-2014)
- Emma Marcegaglia (2014-2020)
- Lucia Calvosa (2020-2023)
- Giuseppe Zafarana (desde 2023)
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c https://www.eni.com/content/dam/enicom/documents/eng/reports/2023/Annual-Report-2023.pdf
- ↑ «A Itália contra as sete irmãs do petróleo, por André Araújo». jornalggn.com.br
- ↑ «EM BUSCA DE NOVOS CAMINHOS: O SINTTEL DE MINAS GERAIS, E A PRIVATIZAÇÃO DA TELEMIG (1994-2000)» (PDF). biblioteca.pucminas.br
- ↑ «O MERCADO DO GÁS NATURAL:DIVERSIFICAÇÃO EM CONTEXTO DE MERCADO LIBERALIZADO» (PDF). repository.utl.pt
- ↑ «Eni Shareholders». Eni.com
- ↑ «Eni Annual Report 2023» (PDF). Eni.com
- ↑ «Fortune 500». Fortune.com
- ↑ «The Global 2000». forbes.com
- ↑ «Top 100 Global Energy Leaders». thomsonreuters.com
- ↑ «Top 25 Energy Subsector Honorees». thomsonreuters.com
- ↑ «Matteo Renzi nomeia Claudio Descalzi para CEO da Eni». jornaldenegocios.pt
- ↑ «O MERCADO DE GÁS RUSSO-EUROPEU DETERMINANTES E PERSPECTIVAS» (PDF). Econ.puc-rio.br
- ↑ «Energy supply and economic development in italy the role of the state-owned companies» (PDF). Unimib.it
- ↑ a b «O MERCADO DO GÁS NATURAL DIVERSIFICAÇÃO EM CONTEXTO DE MERCADO LIBERALIZADO» (PDF). Utl.pt
- ↑ «Unitização dos reservatórios de óleo e gás» (PDF). Avm.edu.br
- ↑ «Empresas Estatais na França, Itáliae na Polônia». Enap.gov.br
- ↑ «RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE» (PDF). Thron.com
- ↑ «O PROCESSO DE INDIVIDUALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO NA ÁREA DO PRÉSAL E OS POTENCIAIS PROBLEMAS PRÁTICOS ADVINDOS DA CONVIVÊNCIA DOS TRÊS MODELOS DE CONTRATOS INTERNACIONAIS DE PETRÓLEO» (PDF). Ufrj.br
- ↑ «Itália admite atentado no caso Mattei». Uol.com.br
- ↑ «Magrebe, Islamismo e a relação energética de Portugal». Cepese.pt
- ↑ «A Comparative History of National Oil Companies». Books.google.com
- ↑ «A story of commitment renewed over time». Eni.com
- ↑ «Mãos Limpas: objeto e ciência de uma operação anticorrupção italiana1». Sinteseeventos.com.br
- ↑ «O estado como acionista controlador» (PDF). Usp.br
- ↑ «The History of Privatization». Eni.com
- ↑ «Eni SpA: Building an International Energy Major» (PDF). blackwellpublishing.com
- ↑ «AS IDEIAS DA ENI PARA A GALP». Publico.pt
- ↑ «After the Three Italies: Wealth, Inequality and Industrial Change». Books.google.com
- ↑ «Agip compra a British Borneo». Folhadelondrina.com.br
- ↑ «Eni oferece 881 milhões pela britânica Lasmo». Publico.pt
- ↑ «Campo de Petróleo de Kashagan – Campo de Alojamento para 6.500 trabalhadores». Dorce.com
- ↑ «A COMUNICAÇÃO ÉTICA E A RESPONSABILIDADE SOCIAL NO MEIO EMPRESARIAL» (PDF). Ua.pt
- ↑ «Eni assina acordo para aquisição da Be Power S.p.A». Jornaldasoficinas.com
- ↑ «Itália vai receber mais gás natural de Angola e da República do Congo». Jornaldenegocios.pt
- ↑ «A new era in fusion research at MIT». Mit.edu
- ↑ «MIT testa primeiro elemento de reator de fusão nuclear inovador». Inovacaotecnologica.com.br
- ↑ «List of shareholders». Eni.com
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- (en) Marcello Boldrini, Mattei, Rome, Colombo, 1969
- (it) Marcello Colitti, Energia e sviluppo in Italia, Bari, De Donato, 1979
- (en) Paul H. Frankel, Oil and Power Policy, New York - Washington, Praeger, 1966
- (it) Nico Perrone, Enrico Mattei, Bologna, Il mulino, 2001 ISBN 88-15-07913-0