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Sistema Solar: diferenças entre revisões

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A interação gravitacional entre os planetas e os planetesimais fez com que Saturno, Urano e principalmente Netuno migrassem para fora do Sistema Solar, ou seja, suas órbitas ficaram mais afastadas do Sol.<ref group="nota">Júpiter não se moveu porque sua massa é muito maior comparada com a dos outros planetas. Saturno, Urano e Netuno, por causa das massas menores, não se mantinham estáveis quando ocorria a passagem de outros corpos, por isso se moveram para uma órbita mais distante em relação ao Sol devido à influência desses corpos que passavam.</ref> Então, Netuno passou a interagir gravitacionalmente com os objetos que existiam no cinturão de Kuiper original, que é composto de várias pedras de gelo. Consequentemente, a órbita de vários desses objetos foi perturbada, direcionando-os para dentro ou para fora do Sistema Solar. Essa migração planetária foi a provável causa do [[intenso bombardeio tardio]], que ocorreu há cerca de 3.9 bilhões de anos<ref group="nota"> De acordo com a escala longa, esse valor equivale a 3 900 milhões de anos</ref> e atingiu todos os planetas interiores, deixando marcas de crateras que existem até hoje na Lua, em Marte e em Mercúrio.<ref name= enciclopedia49>{{Harvnb|McFadden|2007|p=49}}</ref>
A interação gravitacional entre os planetas e os planetesimais fez com que Saturno, Urano e principalmente Netuno migrassem para fora do Sistema Solar, ou seja, suas órbitas ficaram mais afastadas do Sol.<ref group="nota">Júpiter não se moveu porque sua massa é muito maior comparada com a dos outros planetas. Saturno, Urano e Netuno, por causa das massas menores, não se mantinham estáveis quando ocorria a passagem de outros corpos, por isso se moveram para uma órbita mais distante em relação ao Sol devido à influência desses corpos que passavam.</ref> Então, Netuno passou a interagir gravitacionalmente com os objetos que existiam no cinturão de Kuiper original, que é composto de várias pedras de gelo. Consequentemente, a órbita de vários desses objetos foi perturbada, direcionando-os para dentro ou para fora do Sistema Solar. Essa migração planetária foi a provável causa do [[intenso bombardeio tardio]], que ocorreu há cerca de 3.9 bilhões de anos<ref group="nota"> De acordo com a escala longa, esse valor equivale a 3 900 milhões de anos</ref> e atingiu todos os planetas interiores, deixando marcas de crateras que existem até hoje na Lua, em Marte e em Mercúrio.<ref name= enciclopedia49>{{Harvnb|McFadden|2007|p=49}}</ref>


==Estrutura==
==Componentes==
O Sistema Solar pode ser definido como o conjunto de objetos cujos movimentos são governados pelo campo gravitacional do Sol. Outros critérios também são definidos para definir seu tamanho, como o alcance da pressão da radiação solar e o alcance da interação entre o vento solar e o meio interestelar. Utilizando-se qualquer um desses critérios, sabe-se que o Sistema Solar tem cerca de dois [[ano-luz|anos-luz]] de extensão. Os maiores corpos do Sistema Solar são os [[planetas]], que atualmente são [[Anexo:Lista de planetas|oito]]. De acordo com uma nova classificação, existem ainda cinco [[planeta anão|planetas anões]]. Entre as órbitas de Marte e Júpiter existe o Cinturão de Asteroides, com objetos cujo tamanho varia de alguns metros a alguns quilômetros. Outras zonas onde existem corpos de menor tamanho são o Cinturão de Kuiper e a Nuvem de Oort, que se encontram além da órbita de Netuno. Os [[satélite natural|satélites naturais]] são corpos que orbitam primariamente planetas. Alguns planetas possuem, ainda, sistemas de [[anel planetário|anéis planetários]], compostos de partículas cujo tamanho varia de alguns milímetros a alguns metros. Os cometas, que são basicamente bolas de gelo, movem-se em órbitas altamente inclinadas em relação à orbita dos planetas. O espaço entre esses objetos não é totalmente vazio, mas existem grãos de poeira de alguns micrômetros e plasma originado do vento solar. A massa de todos os corpos do Sistema Solar juntos representa somente 0.15% da massa do Sol.<ref>{{Harvnb|Encrenaz|2004|p=1,2}}</ref><ref>{{citar web|url=http://starchild.gsfc.nasa.gov/docs/StarChild/solar_system_level1/planets.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6Dtdq9kOb|arquivodata=23 de janeiro de 2013|título=Os planetas e os planetas anões|autor=Star Child|publicado=[[NASA]]|acessodata=23 de janeiro de 2013|língua=Inglês}}</ref>
O Sistema Solar pode ser definido como o conjunto de objetos cujos movimentos são governados pelo campo gravitacional do Sol. Outros critérios também são definidos para definir seu tamanho, como o alcance da pressão da radiação solar e o alcance da interação entre o vento solar e o meio interestelar. Utilizando-se qualquer um desses critérios, sabe-se que o Sistema Solar tem cerca de dois [[ano-luz|anos-luz]] de extensão. Os maiores corpos do Sistema Solar são os [[planetas]], que atualmente são [[Anexo:Lista de planetas|oito]]. De acordo com uma nova classificação, existem ainda cinco [[planeta anão|planetas anões]]. Entre as órbitas de Marte e Júpiter existe o Cinturão de Asteroides, com objetos cujo tamanho varia de alguns metros a alguns quilômetros. Outras zonas onde existem corpos de menor tamanho são o Cinturão de Kuiper e a Nuvem de Oort, que se encontram além da órbita de Netuno. Os [[satélite natural|satélites naturais]] são corpos que orbitam primariamente planetas. Alguns planetas possuem, ainda, sistemas de [[anel planetário|anéis planetários]], compostos de partículas cujo tamanho varia de alguns milímetros a alguns metros. Os cometas, que são basicamente bolas de gelo, movem-se em órbitas altamente inclinadas em relação à orbita dos planetas. O espaço entre esses objetos não é totalmente vazio, mas existem grãos de poeira de alguns micrômetros e plasma originado do vento solar. A massa de todos os corpos do Sistema Solar juntos representa somente 0.15% da massa do Sol.<ref>{{Harvnb|Encrenaz|2004|p=1,2}}</ref><ref>{{citar web|url=http://starchild.gsfc.nasa.gov/docs/StarChild/solar_system_level1/planets.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6Dtdq9kOb|arquivodata=23 de janeiro de 2013|título=Os planetas e os planetas anões|autor=Star Child|publicado=[[NASA]]|acessodata=23 de janeiro de 2013|língua=Inglês}}</ref>


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===Planetas telúricos===
===Planetas telúricos===
Os [[Planeta telúrico|planetas telúricos]] ou terrestres são aqueles que possuem uma superfície compacta e rochosa. São os quatro planetas mais internos do Sistema Solar, Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Desses, somente a Terra tem um campo magnético substancial, mas nenhum tem anéis planetários. Vênus e a Terra possuem atmosferas significantes, que estão relacionadas com o tamanho do planeta; quanto maior, mais difícil das moléculas dos gases que circundam o planeta escaparem e se perderem no espaço.<ref name="planets inner outer">{{citar web|url=http://www2.jpl.nasa.gov/basics/bsf1-2.php|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2Xbq00y|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=Chapter 1. The Solar System|autor=[[Instituto de Tecnologia da Califórnia]]|publicado=[[NASA]]|língua=Inglês|acessodata=29 de janeiro de 2013}}</ref>

[[Ficheiro:Mercury in color - Prockter07.jpg|thumb|frameless|Mercúrio.]]
[[Ficheiro:Mercury in color - Prockter07.jpg|thumb|frameless|Mercúrio.]]
====[[Mercúrio (planeta)|Mercúrio]]====
====[[Mercúrio (planeta)|Mercúrio]]====
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===Planetas gigantes===
===Planetas gigantes===
Os planetas gigantes, [[Planeta gasoso|gasosos]] ou jovianos são aqueles muito maiores que a Terra, cuja composição é majoritariamente de hidrogênio e hélio, semelhante à Júpiter. Além deste, Saturno, Urano e Netuno são considerados gigantes. Apesar de serem chamados de gasosos, a maioria provavelmente possui núcleos rochosos pequenos. Além disso, todos esses planetas possuem campo magnético significativo, sistemas de anéis planetários e muitos satélites naturais.<ref name="planets inner outer"/>

[[Ficheiro:PIA04866 modest.jpg|thumb|left|Júpiter]]
[[Ficheiro:PIA04866 modest.jpg|thumb|left|Júpiter]]
====[[Júpiter (planeta)|Júpiter]]====
====[[Júpiter (planeta)|Júpiter]]====
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Quando o cometa se aproxima do Sol, começa a se aquecer e o gelo começa a se transformar em gás, dando origem a uma longa e por vezes brilhante [[Cauda cometária|cauda]], formada pelo gás e poeira desprendidos do núcleo do cometa e empurradas pelo vento solar. Alguns cometas passam a uma distância segura do Sol e por isso resistem ao aumento de temperatura, mas outros passam muito perto ou mesmo caem diretamente na estrela, fazendo com que se desintegram totalmente e evaporam.<ref name="comet"/>
Quando o cometa se aproxima do Sol, começa a se aquecer e o gelo começa a se transformar em gás, dando origem a uma longa e por vezes brilhante [[Cauda cometária|cauda]], formada pelo gás e poeira desprendidos do núcleo do cometa e empurradas pelo vento solar. Alguns cometas passam a uma distância segura do Sol e por isso resistem ao aumento de temperatura, mas outros passam muito perto ou mesmo caem diretamente na estrela, fazendo com que se desintegram totalmente e evaporam.<ref name="comet"/>

====Meteoroides, meteoros e meteoritos====
Os [[meteoroide]]s são pequenas partículas, geralmente microscópicas, que orbitam o Sol. Quando uma delas entra na atmosfera da Terra, geralmente em alta velocidade (dezenas de quilômetros por segundo), são chamadas de [[meteoro]]s quando se inflamam e se desintegram. Se esse objeto conseguir resistir ao atrito com a atmosfera e atingir o solo, esse fragmento passa a se chamar [[meteorito]]. Isso acontece com relativa frequência, sendo que toda noite é possível avistar alguns desses objetos brilhando no céu. Geralmente cometas quando passam próximo ao Sol liberam vários compostos voláteis que carregam consigo pequenas partículas sólidas. Isso forma uma trilha desses dejetos e quando a Terra cruza uma dessas regiões do espaço onde é alta a concentração dessas partículas acontece uma [[chuva de meteoros]].<ref>{{citar web|url=http://www2.jpl.nasa.gov/basics/bsf1-3.php|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2XKNrRC|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=Chapter 1. The Solar System|autor=[[Instituto de Tecnologia da Califórnia]]|publicado=[[NASA]]|língua=Inglês|acessodata=29 de janeiro de 2013}}</ref>


==== Disco disperso ====
==== Disco disperso ====
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Acredita-se que o disco disperso, que sobrepõe o cinturão de Kuiper mas se estende muito mais além, seja a fonte de cometas de curto período e que objetos da região tenham sido ejetados em órbitas erráticas pela influência gravitacional da [[Formação e evolução do Sistema Solar#Migração planetária|migração de Netuno]]. A maioria dos objetos do disco disperso tem o perihélhio dentro do cinturão de Kuiper mas o afélio estão a mais de 150&nbsp;UA do Sol. A órbita destes objetos são altamente inclinadas em relação ao plano elíptico, e alguns são quase perpendiculares a este. Alguns astrônomos consideram que o disco disperso seja meramente outra regão do cinturão de Kuiper, e descrevem os objetos do disco disperso como "objetos do cinturão de Kuiper dispersos."<ref>{{cite web |year=2005 |author=David Jewitt |title=The 1000 km Scale KBOs |work=University of Hawaii |url=http://www2.ess.ucla.edu/~jewitt/kb/big_kbo.html |accessdate=16 de julho de 2006}}</ref> Alguns astrônomos também classificam os centauros como objetos internos do cinturão de Kuiper junto com os objetos externos do disco.<ref>{{cite web |url=http://www.minorplanetcenter.org/iau/lists/Centaurs.html |title=List Of Centaurs and Scattered-Disk Objects |work=IAU: Minor Planet Center |accessdate=2 de abril de 2007}}</ref>
Acredita-se que o disco disperso, que sobrepõe o cinturão de Kuiper mas se estende muito mais além, seja a fonte de cometas de curto período e que objetos da região tenham sido ejetados em órbitas erráticas pela influência gravitacional da [[Formação e evolução do Sistema Solar#Migração planetária|migração de Netuno]]. A maioria dos objetos do disco disperso tem o perihélhio dentro do cinturão de Kuiper mas o afélio estão a mais de 150&nbsp;UA do Sol. A órbita destes objetos são altamente inclinadas em relação ao plano elíptico, e alguns são quase perpendiculares a este. Alguns astrônomos consideram que o disco disperso seja meramente outra regão do cinturão de Kuiper, e descrevem os objetos do disco disperso como "objetos do cinturão de Kuiper dispersos."<ref>{{cite web |year=2005 |author=David Jewitt |title=The 1000 km Scale KBOs |work=University of Hawaii |url=http://www2.ess.ucla.edu/~jewitt/kb/big_kbo.html |accessdate=16 de julho de 2006}}</ref> Alguns astrônomos também classificam os centauros como objetos internos do cinturão de Kuiper junto com os objetos externos do disco.<ref>{{cite web |url=http://www.minorplanetcenter.org/iau/lists/Centaurs.html |title=List Of Centaurs and Scattered-Disk Objects |work=IAU: Minor Planet Center |accessdate=2 de abril de 2007}}</ref>


==Dinâmica==
==Regiões mais distantes==
===Movimentos===
[[File:Neptune Orbit.gif|thumb|Planetas orbitando o Sol. Em destaque a órbita de Netuno.]]
Todos os planetas do Sistema Solar orbitam o Sol em [[Sentido dos ponteiros do relógio|sentido anti-horário]] quando vistos de cima, na parte norte.<ref group="nota">A parte norte do Sistema Solar refere-se à metade que está imediatamente acima do polo norte da Terra, ou seja, como se o Sol e os planetas fossem vistos a uma grande altitude logo acima do hemisfério sententrional da Terra.</ref> Suas órbitas encontram-se praticamente no mesmo plano. Todos os planetas, com exceção de Mercúrio e Vênus, possuem satélites naturais que também giram no sentido anti-horário quando vistos de cima, somente com algumas exceções.<ref>{{Harvnb|Koupelis|2010|p=187}}</ref> Os planetas e demais corpos apresentam ainda um movimento próprio, o [[movimento de rotação]], cujos períodos variam bastante de um planeta para outro. Júpiter, por exemplo, gasta somente 9.9 horas para girar sobre seu próprio eixo e o Sol cerca de 25 dias, enquanto Vênus gasta 243 dias. O sentido do movimento de rotação de todos os planetas, com exceção de Vênus e Urano, também é anti-horário.<ref>{{Harvnb|Koupelis|2010|p=189}}</ref> O fato da maior parte dos planetas girar e orbitar no mesmo sentido não é coincidência. Na verdade, como todos os objetos se originaram de uma mesma nuvem que girava em uma só direção, o Sol, os planetas e os demais corpos herdaram esse movimento. As causas pelas quais alguns corpos não se movem na mesma direção dos demais são provavelmente colisões que aconteceram na época da formação do Sistema Solar.<ref>{{citar web|url=http://www2.jpl.nasa.gov/basics/bsf1-1.php|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2ViIX2h|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=Chapter 1. The Solar System|autor=[[Instituto de Tecnologia da Califórnia]]|publicado=[[NASA]]|língua=Inglês|acessodata=29 de janeiro de 2013}}</ref>


====Leis de Kepler e Newton e a relatividade de Einstein====
O ponto em que o Sistema Solar termina e o espaço interestelar começa não é precisamente definido, uma vez que as fronteiras externas são formadas por duas forças distintas: o vento e a gravidade solar. O limite exterior da influência do vento solar é definido como aproximadamente quatro vezes a distância de Plutão do Sol; esta ''[[heliopausa]]'' é considerada o começo do [[meio interestelar]].<ref name="Voyager" /> Entretanto acredita-se que a [[esfera de Hill]] do Sol, o alcance efetivo de seu domínio gravitacional, se estende por mil vezes esta distância.<ref name=Littmann>{{cite book|last=Littmann|first=Mark|title=Planets Beyond: Discovering the Outer Solar System|year=2004|pages=162–163|publisher=Courier Dover Publications|isbn=9780486436029}}</ref>
Desde os tempos da [[Grécia Antiga]], os cientistas tinham um desejo de estabelecer uma ordem numérica para a distribuição e movimento dos corpos celestes. [[Johannes Kepler]] acreditava no modelo heliocêntrico de Copérnico e que os números e a geometria poderiam ser utilizados para explicar o espaçamento das órbitas plantárias. Por isso construiu diversos modelos geométricos para descrever as distâncias dos planetas ao Sol e seus movimentos. Com isso, criou [[Leis de Kepler|três leis de movimento palentário]] que se aproximavam bastante dos dados observados. A primeira delas diz que um planeta tem uma órbita elíptica em torno do Sol, que está em um de seus focos; a segunda fala sobre o raio das órbitas que varre áreas iguais em intervalos de tempos iguais e a terceira descreve a relação entre a distância do planeta ao Sol e seu período orbital. Essas leis surgiram de forma [[Empirismo|empírica]], pois Kepler não sabia explicar por que os planetas obedeciam essas leis.<ref>{{Harvnb|Murray|1999|p=2,3}}</ref>


Somente no século XVII, com os estudos de [[Isaac Newton]] que descobriu-se a razão pela qual os planetas se mantêm em suas órbitas. A [[lei da gravitação universal]], que diz que a força gravitacional é diretamente proporcional ao produto das massas de dois corpos e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles permitiu provar que as leis descritas por Kepler eram só uma consequência da força gravitacional que regia os corpos no Universo. Com isso, constatou-se que a influência mútua dos planetas não permitia que as órbitas fossem fixas, mas que tinham um movimento chamado de [[precessão]], mais facilmente verificável na [[Precessão do periélio de Mercúrio|órbita de Mercúrio]]. Contudo, observações mais acuradas mostraram que a precessão de Mercúrio é maior do que a prevista pela lei da gravitação de Newton. A solução foi dada somente anos depois com a [[relatividade geral]] de [[Albert Einstein|Einstein]]. Hoje sabe-se que os movimentos dos corpos são muito mais complexos do que se pensava, pois são influenciados pela distorção que a [[gravidade]] causa no [[espaço-tempo]], por exemplo. Contudo, as leis de Newton ainda fornecem uma boa aproximação sobre os movimentos planetários.<ref>{{Harvnb|Murray|1999|p=4,5}}</ref><ref>{{citar web|url=http://csep10.phys.utk.edu/astr161/lect/history/einstein.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2RTvyHc|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=Albert Einstein and the Theory of Relativity|autor=Departamento de Física e Astronomia da Universidade do Tenessee|língua=Inglês|acessodata=29 de janeiro de 2013}}</ref>
===Heliopausa===
[[Ficheiro:PIA12375.jpg|thumb|250px|esquerda|Representação da ''[[Programa Voyager|Voyager]]'' entrando na ''[[heliosheath]]''.]]


[[File:Galilean moon Laplace resonance animation la.gif|thumb|Ressonância nas luas de Júpiter, quando duas delas se alinham.]]
A Heliosfera é dividia em duas regiões separadas. O vento solar viaja a uma velocidade aproximada de 400&nbsp;km/s até colidir com o vento interestelar; o fluxo de plasma no [[meio interestelar]]. A colisão ocorre na [[zona de choque terminal]], que está a cerca de 80–100&nbsp;UA a partir do Sol no sentido do meio interestelar e cerca de 200&nbsp;UA a partir do meio interestelar no sentido do Sol. Neste ponto o vento diminui drasticamente, condensa e se torna mais turbulento,<ref name=fahr /> formando uma grande estrutura oval conhecida como ''[[heliosheath]]''. Acreditava-se que esta estrutura foesse parecida e se comportasse como a cauda de um cometa, se extendo por mais de 40&nbsp;UA no sentido do vento entretanto evidências da sonda [[Cassini-Huygens]] e do satélite ''[[Interstellar Boundary Explorer]]'' tem sugerido que esta é de fato no formato de uma bolha devido a ação de contração do campo magnético do meio interestelar.<ref>{{cite web|title=Cassini's Big Sky: The View from the Center of Our Solar System|author=NASA/JPL|url=http://www.jpl.nasa.gov/news/features.cfm?feature=2370&msource=F20091119&tr=y&auid=5615216|year=2009|accessdate=2009-12-20}}</ref>
Tanto a ''[[Voyager 1]]'' quanto ''[[Voyager 2]]'' relataram ter passado pela zona de choque terminal entrando na ''heliosheath'' a uma distância de 94 e 84&nbsp;UA a partir do Sol, respectivamente.<ref>{{cite journal | doi=10.1126/science.1117684 | year=2005 | month=September | author=Stone, E. C.; Cummings, A. C.; McDonald, F. B.; Heikkila, B. C.; Lal, N.; Webber, W. R. | title=Voyager 1 explores the termination shock region and the heliosheath beyond | volume=309 | issue=5743 | pages=2017–20 | pmid=16179468 | journal=Science}}</ref><ref>{{cite journal | doi=10.1038/nature07022 | year=2008 | month=July | author=Stone, E. C.; Cummings, A. C.; McDonald, F. B.; Heikkila, B. C.; Lal, N.; Webber, W. R. | title=An asymmetric solar wind termination shock | volume=454 | issue=7200 | pages=71–4 | pmid=18596802 | journal=Nature }}</ref> A fronteira externa da heliosfera, a [[Heliopausa]], é o ponto em que o vento solar finalmente termina e começa o espaço interestelar médio.<ref name="Voyager">{{cite web |url=http://www.nasa.gov/vision/universe/solarsystem/voyager_agu.html |title=Voyager Enters Solar System's Final Frontier |work=NASA |accessdate=2007-04-02}}</ref>


===Ressonância===
O aspecto e a forma da margem externa da heliosfera parecem ser afetados pela [[dinâmica dos fluidos]] da interação com o meio interestelar<ref name="fahr">{{cite journal |year=2000 |author=Fahr, H. J.; Kausch, T.; Scherer, H. |title=A 5-fluid hydrodynamic approach to model the Solar System-interstellar medium interaction |journal=Astronomy & Astrophysics | volume=357 | page=268 |url=http://aa.springer.de/papers/0357001/2300268.pdf | format=PDF | bibcode=2000A&A...357..268F }} See Figures 1 and 2.</ref> assim como pelo campo magnético solar prevalece sobre o sul, e.g. distorcendo o norte da heliosfera que se estende por 9UA além do hemisfério sul. Além da heliopausa, a cerca de 230&nbsp;UA reside o ''[[bow shock]]'', um "rastro" de plasma deixado pelo Sol a medida que este viaja pela [[Via Láctea]].<ref>{{cite web | date=June 24, 2002 |author=P. C. Frisch (University of Chicago) |title=The Sun's Heliosphere & Heliopause | work=[[Astronomy Picture of the Day]] | url=http://antwrp.gsfc.nasa.gov/apod/ap020624.html |accessdate=2006-06-23}}</ref>
{{AP|Ressonância orbital}}
Um fenômeno importante que influencia o movimento dos planetas é a ressonância, que consiste numa relação numérica simples entre períodos, que podem ser tanto de rotação quanto de translação. Um dos exemplos mais simples é a ressonância entre a rotação e a translação da Lua, que é de 1:1. Isso significa que o período do moviento de translação é igual ao período do movimento de rotação. Netuno e Plutão estão numa ressonância 3:2, o que significa que enquanto Netuno completa três voltas em torno do Sol, Plutão completa duas. Entrentanto, os mais notáveis desses exemplos se encontram nos sistemas de satélites naturais dos planetas gigantes, especialmente o de Júpiter. Três das maiores luas do planeta estão em ressonância, mas sempre se alinham em duas de cada vez, mas nunca as três. Em Saturno, as perturbações causadas por ressonâncias fazem com que surjam lacunas nos anéis do planeta, como a divisão de Cassini. O encontro de dois corpos massivos faz com que ocorra um puxão gravitacional, ou seja, a gravidade dos corpos age junta, o que pode influenciar a órbita não só deles próprios, mas também a dos outros corpos próximos.<ref>{{Harvnb|Murray|1999|p=9 a 11}}</ref>


{| class="table" border="0"; style="float: right; margin-right: 0px; margin-left: 1em; font-size:100%;"
Nenhuma espaçonave ultrapassou ainda a heliopausa, portanto é impossível saber com certeza as condições do espaço interestelar. A expectativa é de que as sondas do [[Programa Voyager]] irão ultrapassar a heliosfera em algum ponto dentro da próxima década e transmitir dados importantes sobre os níveis de radiação e vento solar de volta para a Terra.<ref>{{cite web | year=2007 | title=Voyager: Interstellar Mission | work=NASA Jet Propulsion Laboratory | url=http://voyager.jpl.nasa.gov/mission/interstellar.html |accessdate=2008-05-08}}</ref> o quão bem a heliosfera protege o Sistema Solar dos raios cósmicos ainda é pouco entendido. Uma equipe financiada pela NASA tem desenvolvido um conceito de "Vision Mission" dedicado a enviar sondas para a heliosfera.<ref>{{cite conference |title=Innovative Interstellar Explorer |author=R. L. McNutt, Jr. et al. | booktitle= Physics of the Inner Heliosheath: Voyager Observations, Theory, and Future Prospects |publisher=AIP Conference Proceedings |volume=858 |pages=341–347 |year=2006 |url=http://adsabs.harvard.edu/abs/2006AIPC..858..341M |doi=10.1063/1.2359348}}</ref><ref>{{cite web |title=Interstellar space, and step on it! |work=New Scientist |url=http://space.newscientist.com/article/mg19325850.900-interstellar-space-and-step-on-it.html |date=2007-01-05 |accessdate=2007-02-05 | author=Anderson, Mark}}</ref>
! [[File:Solar system barycenter.svg|thumb|Deslocamento do centro de massa do Sistema Solar.]]
! [[File:Orbit3.gif|thumb|Movimento de dois corpos em torno do centro de massa.]]
|-
|}
===Centro de massa e momento angular===
O [[centro de massa]] do Sistema Solar não se localiza exatamente no centro do Sol. Por conta da existência dos planetas e outros objetos que estão em contínuo movimento, o baricentro também muda constantemente de posição. O maior planeta do Sistema Solar, Júpiter, também é responsável por causar maior parte desse deslocamento. Por si só, já é capaz de mover o centro de massa para fora do Sol. Por vezes é realmente isso que acontece, o centro de massa se desloca para fora da estrela. Isso faz com que o movimento do próprio Sol seja alterado, já que na verdade todos os corpos giram em torno do centro de massa.<ref>{{citar web|url=http://spaceplace.nasa.gov/barycenter/|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2RsABRX|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=One way to find a planet|autor=NASA|acessodata=26 de janeiro de 2013|língua=Inglês}}</ref> <ref>{{citar web|url=http://mechanicalintegrator.com/2009/solar-system-center-of-mass/|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2Ry8IDw|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=Solar System Center of Mass|autor=Nathan|publicado=Mechanical Integrator|data=17 de agosto de 2009|acessodata=29 de janeiro de 2009|língua=Inglês}}</ref>

Apesar do Sol conter a maioria da massa do Sistema Solar, a maior parte do [[momento angular]], que é a quantidade de movimento associada a um corpo que executa um movimento circular, está concentrada principalmente em Júpiter, que responde por mais de sessenta por cento desse movimento. De fato o momento angular do Sol é de apenas 0.3% e os planetas gigantes respondem por mais de 99% dessa energia. A Terra e os outros planetas interiores tem momento angular desprezível comparado com o dos outros corpos. Ainda permanece um mistério a razão pela qual o Sol perdeu seu momento angular já que, de acordo com as teorias de formação do Sistema Solar, o astro girava muito mais rapidamente mas, por algum motivo, perdeu essa energia. Acredita-se que o principal responsável por essa perda de momento angular seja o vento solar que, quando era ejetado da estrela, levava consigo boa parte da energia do movimento.<ref>{{citar web|url=http://lifeng.lamost.org/courses/astrotoday/CHAISSON/AT315/HTML/AT31505.HTM|arquivourl=http://www.webcitation.org/6DyyGDYDP|arquivodata=27 de janeiro de 2013|título=The angular momentum problem|publicado=Astroday|língua=Inglês|acessodata=27 de janeiro de 2013}}</ref>

===Movimento aparente dos planetas===
A palavra planeta, que vem da expressão grega ''asteres planetai'' que significa "estrelas errantes", por conta do movimento irregular que alguns astros executavam no céu em relação às estrelas fixas. Sabe-se hoje que esses cinco objetos, que são Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno são planetas que apresentam movimentos próprios, e são classificados em planetas inferiores e superiores, de acordo com a posição de sua órbita em relação à da Terra.<ref>{{citar web|url=https://dept.astro.lsa.umich.edu/ugactivities/Labs/planetMotions/index.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2SAmOAv|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=Motions of the Inner and Outer Planets|autor=Universidade de Michigan - Departamento de Astronomia|língua=Inglês|data=25 de outubro de 2010|acessodata=27 de janeiro de 2013}}</ref>
[[File:Diagrama fases de venus horizonte.svg|thumb|Diagrama do movimento de Vênus no céu.]]
====Planetas inferiores====
Mercúrio e Vênus, também chamados de planetas inferiores, são os únicos cujas órbitas são mais próximas do Sol em relação à da Terra. Com isso, esses planetas sempre estão perto do Sol, oscilando entre os lados desse astro, por isso só são vistos da Terra pouco depois do pôr-do-sol e algumas horas antes da alvorada.<ref>{{citar web|url=http://history.nasa.gov/SP-424/ch1.htm|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2SE9Rtq|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=Apparition of Inner Planets|autor=[[NASA]]|obra=SP-424 The Voyage of Mariner 10|língua=Inglês|acessodata=27 de janeiro de 2013}}</ref> Por vezes esses planetas passam entre a Terra e o Sol, o que é chamado de [[Conjunção (astronomia)#Conjunção Inferior|conjunção inferior]]. Continuando sua órbita, o planeta move-se para oeste do Sol, fazendo com que seja visível, agora, antes do nascer-do-sol no horizonte leste. O ângulo entre o planeta e o Sol visto da Terra ([[Elongação (astronomia)|enlongação]]) vai aumentando cada vez mais até um limite, a enlongação máxima a oeste, quando parece que o planeta está mais afastado do Sol. Logo depois, a enlongação vai diminuindo novamente até que o planeta passa atrás do Sol, o que caracteriza uma [[Conjunção (astronomia)#Conjunção Superior|conjunção superior]]. Seguindo sua órbita, o planeta surge agora do lado leste do Sol, tornando-se visível logo depois do pôr-do-sol. Mais uma vez a enlongação vai aumentando até que o planeta atinge a enlongação máxima a leste. Posteriormente a enlongação vai diminuindo novamente, até que acontece uma nova conjunção inferior, e o ciclo se repete.<ref>{{Harvnb|Nicolson|1999|p=51}}</ref>

A medida que se move em torno do Sol, Mercúrio e Vênus passam por um ciclo de fases, por isso seu brilho e tamanho aparente varia consideravelmente de acordo com a distância e posição do planeta em relação à Terra. Na conjunção inferior, por exemplo, o tamanho aparente do planeta é máximo, mas o brilho é mínimo. Se o alinhamento do planeta entre o Sol e a Terra for perfeito durante uma conjunção inferior, acontece um [[Trânsito astronômico|trânsito]], ou seja, o planeta passa na frente do disco solar. Os [[Trânsito de Mercúrio|trânsitos de Mercúrio]] são relativamente comuns, mas os de [[Trânsito de Vênus|Vênus]], por outro lado, são bem mais raros.<ref>{{Harvnb|Nicolson|1999|p=52}}</ref>
[[File:Retrograde Motion.bjb.svg|thumb|left|Esquema do movimento retrógrado.]]

====Planetas superiores====
Os planetas superiores são aqueles cujas órbitas são mais afastadas do Sol em relação à da Terra. Com isso, nosso planeta por vezes fica entre um planeta superior e o Sol, o que é chamado de [[Oposição (astronomia)|oposição]]. Quando isso acontece, é a melhor oportunidade para observação desses objetos celestes porque seu tamanho aparente é o maior possível e a face visível do planeta está completamente iluminada. A medida que a Terra se move, cria-se a impressão de que o planeta segue no horizonte leste em direção ao Sol até que ele passa atrás da estrela, criando uma conjunção superior. Depois que isso acontece, o planeta surge novamente no horizonte oeste e vai ficando cada vez mais alto no horizonte a cada dia, ou seja, sua enlongação vai aumentando, até que novamente acontece uma oposição.<ref name="retograde">{{Harvnb|Nicolson|1999|p=53}}</ref>

Durante a maior parte desse período, os planetas superiores movem-se em direção oeste-leste no céu, o que é chamado de movimento direto. Contudo, próximo ao período da oposição, o planeta faz um movimento aparente de ''loop'' e começa a se mover em direção contrária, o que é chamado de [[movimento retrógrado aparente]]. Isso acontece por causa das diferenças das órbitas da Terra e dos planetas superiores; como a Terra move-se mais rapidamente, ela "passa na frente" em relação aos outros planetas, dando a impressão que estes estão voltando.<ref>{{citar web|url=http://certificate.ulo.ucl.ac.uk/modules/year_one/ROG/solar_system/conWebDoc.13858.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2SJstnM|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=Moving Worlds - Wandering Stars|autor= National Maritime Museum de Londres|língua=Inglês|acessodata=27 de janeiro de 2013}}</ref><ref name="retograde"/>


==Limites e localização==
===Fronteiras===
É difícil estabelecer uma fronteira que delimite onde termina o Sistema Solar e começa o espalo interplanetário. Algumas possíveis possibilidades, como a intensidade da luz e da gravidade do Sol não são muito viáveis, pois seu alcance é, pelo menos teoricamente, infinito. Contudo, os cientistas definiram que o Sistema Solar termina onde acaba a influência do vento solar, que forma uma espécie de bolha chamada heliosfera.<ref>{{citar web|url=http://www.nasa.gov/mission_pages/ibex/IBEXDidYouKnow.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2T28O4m|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=What defines the boundary of the Solar System?|autor=[[NASA]]|língua=Inglês|data=30 de julho de 2008|acessodata=29 de janeiro de 2013}}</ref>
{{AP|[[Vulcanoide]], [[Planeta X]] e [[Nêmesis (astronomia)|Nêmesis]]}}


===Heliosfera===
Muito do nosso Sistema Solar ainda é desconhecido. Estima-se que o campo gravitacional solar supera a forma das [[Anexo:Lista de estrelas próximas|estrelas próximas]] num raio de dois anos-luz (125 mil UA). Estimativas inferiores para o raio da nuvem de Oort, por outro lado, não o colocal a mais de 50,000&nbsp;UA.<ref>{{cite book |title=The Solar System: Third edition |author=T. Encrenaz, JP. Bibring, M. Blanc, MA. Barucci, F. Roques, PH. Zarka |publisher=Springer |year=2004 |page=1}}</ref> Apesar de descobertas tais como de Sedna, a região entre o cinturão de Kuiper e a nuvem de Oort, uma área com dezenas de milhares de unidades astronômicas de raio está virtualmente não-mapeada. Existem também estudos em desenvolvimento para a região entre Mercúrio e o Sol,<ref>{{cite web |year=2004 |author=Durda D.D.; Stern S.A.; Colwell W.B.; Parker J.W.; Levison H.F.; Hassler D.M. |title=A New Observational Search for Vulcanoids in SOHO/LASCO Coronagraph Images |url=http://www.ingentaconnect.com/search/expand?pub=infobike://ap/is/2000/00000148/00000001/art06520&unc=ml |accessdate=23 de julho de 2006}}</ref> e objetos ainda podem ser descobertos nas regiões não-mapeadas do Sistema Solar.
{{AP|Heliosfera}}
[[File:Heliospheric-current-sheet.gif|thumb|Corrente heliosférica difusa causada pelo fluxo de partículas do vento solar.]]
A heliosfera é a região do espaço dominada pelo plasma e pelo campo magnético do Sol. Essa região tem o formato de uma bolha, contudo um lado é mais curto, que se estende por mais de 150 unidade astronômicas a partir da estrela, por conta da ação do vento interestelar. O outro lado mais comprido pode se estender por centenas ou mesmo milhares de unidades astronômicas.<ref>{{Harvnb|Barucci|2008|p=444}}</ref> O [[vento solar]] é uma corrente de particulas que deixam o Sol em todas as direções com velocidades superiores a 1.5 milhões de quilômetros por hora. O motivo pelo qual essas partículas são ejetadas com velocidades tão grandes é desconhecido.<ref>{{citar web|url=http://solarscience.msfc.nasa.gov/SolarWind.shtml|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2TMaYle|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=The Solar Wind|autor=Marshall Space Flight Center|publicado=[[NASA]]|língua=Inglês|acessodata=27 de janeiro de 2013}}</ref> Contudo, o vento solar não se propaga de forma uniforme, mas se propaga em correntes de maior e menor intensidade que formam ondas que permeiam toda a heliosfera. Essa corrente, chamada de [[corrente heliosférica difusa]] é causada pelas [[Ciclo solar|mudanças periódicas da polaridade do Sol]], que alteram o fluxo dessas partículas através de todo o Sistema Solar.<ref name="heliosphere">{{citar web|url=http://science.nasa.gov/science-news/science-at-nasa/2003/22apr_currentsheet/|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2TQWlBZ|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=A star with two north poles|autor=[[NASA]]|data=22 de abril de 2003|língua=Inglês|acessodata=27 de janeiro de 2013}}</ref>


[[File:Voyager 1 entering heliosheath region fr.jpg|thumb|left|Representação da helisofera.]]
== Contexto galáctico ==
Entretanto, existe uma região chamada de choque terminal, onde as partículas do vento solar são consideravelmente desaceleradas por conta da influência do [[meio interestelar]]. Com isso, o plasma é comprimido e se torna muito mais quente.<ref>{{citar web|url=http://ibex.swri.edu/students/IBEX_heliosphereposter.pdf|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2TUUV1d|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=IBEX: The edge of our Solar System|autor=[[NASA]]|língua=Inglês|formato=PDF|acessodata=27 de janeiro de 2013}}</ref> Atualmente somente duas sondas atravessaram essa região, a [[Voyager 1]] e a [[Voyager 2]], que fizeram medições que mediram a distância dessa região ao Sol de 94 unidades astronômicas e 83.7 unidades astronômicas, respectivamente. Essa diferença provavelmente é causada pela assimetria da bolha, que possui menor volume na parte sul.<ref>{{Harvnb|Linsky|2009|p=46}}</ref> As partículas continuam avançando por uma região chamada de ''[[heliosheath]]'', onde o vento continua aquecido e avança até um certo ponto, quando não mais consegue se mover por causa das partículas do meio interestelar. Esse limite é chamado de [[heliopausa]] e limita a área de ação do Sol no espaço. Nessa área existe ainda uma espécie de arco de choque resultante da colisão do vento solar com as partículas do meio interestelar.<ref name="heliosphere"/>
[[Ficheiro:Milky Way Spiral Arm pt.svg|esquerda|thumb|Localização do Sistema Solar dentro da [[Via Láctea]].]]


[[File:Local Interstellar Clouds with motion arrows.jpg|thumb|Nuvem interestelar local.]]
O Sistema Solar está localizado em uma [[galáxia]] denominada [[Via Láctea]], uma [[galáxia espiral barrada]], com um [[diâmetro]] de cerca de cem mil [[Ano-luz|anos-luz]], contendo cerca de 200 bilhões de [[estrela]]s.<ref name="fn9">
===Contexto local===
{{cite web
O Sol e consequentemente todos os corpos do Sistema Solar movem-se através de uma região do espaço conhecida como [[nuvem interestelar local]], uma região formada de gases do meio interestelar. Essa nuvem não é uniforme e apresenta áreas com maior ou menor densidade de partículas, além de um movimento próprio em diversas direções. Atualmente o Sol segue em direção a uma das áreas com baixa densidade em relação aos seus arredores, chamada de [[bolha local]]. Segundo estimativas, o Sol deve atravessar essa nuvem estelar nos próximos dez mil anos. Pouco se sabe sobre essa região do espaço e como ela afeta o Sol e a Terra. O fluxo da nuvem interestelar, por sua vez, é influencidado pela associação Scorpius-Centaurus, uma região de formação de estrelas a algumas centenas de anos-luz de distância.<ref>{{citar web|url=http://www.nasa.gov/mission_pages/ibex/news/interstellar-difference.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2TwM03C|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=IBEX: Glimpses of the Interstellar Material Beyond our Solar System|autor=[[NASA]]|data=31 de janeiro de 2012|língua=Inglês|acessodata=28 de janeiro de 2013}}</ref><ref>{{citar web|url=http://apod.nasa.gov/apod/ap000411.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2U0LMUv|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=The Local Interstellar Cloud
|last=English |first=J.
|autor=[[Astronomy Picture of the Day]]|publicado=[[NASA]]|data=11 de abril de 2000|acessodata=28 de janeiro de 2013|língua=Inglês}}</ref><ref>{{citar web|url=http://apod.nasa.gov/apod/ap020217.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2U3c4Kj|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=The Local Bubble and the Galactic Neighborhood|autor=[[Astronomy Picture of the Day]]|publicado=[[NASA]]|data=17 de fevereiro de 2002|acessodata=28 de janeiro de 2013|língua=Inglês}}</ref> Entre 450 e 1500 anos-luz do Sol se encontra a [[Nebulosa de Gum]], o [[remanescente de supernova]] mais próximo de nós.<ref>{{citar web|url=http://apod.nasa.gov/apod/ap001107.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2U7iuKu|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=The Gum Nebula Supernova Remnant|autor=[[Astronomy Picture of the Day]]|publicado=[[NASA]]|data=7 de novembro de 2000|acessodata=28 de janeiro de 2013|língua=Inglês}}</ref> Outro objeto celeste relativamente próximo do Sistema Solar é a [[Nebulosa de Órion]], a cerca de 1 500 anos-luz, onde é intensa a formação de estrelas, o que fornece pistas para o estudo da formação estelar.<ref>{{citar web|url=http://apod.nasa.gov/apod/ap120715.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2UBHmBD|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=Orion Nebula: The Hubble View|autor=[[Astronomy Picture of the Day]]|publicado=[[NASA]]|data=15 de julho de 2012|acessodata=28 de janeiro de 2013|língua=Inglês}}</ref>
|title=Exposing the Stuff Between the Stars
|url = http://www.ras.ucalgary.ca/CGPS/press/aas00/pr/pr_14012000/pr_14012000map1.html
|publisher=Hubble News Desk
|year=2000
|accessdate = 10 de maio de 2007
}}</ref> A nossa estrela, o [[Sol]], está residida em um dos braços exteriores da [[Via Láctea]] em espiral, conhecida como [[Braço de Órion]].<ref>{{cite web |title=Three Dimensional Structure of the Milky Way Disk |author=R. Drimmel, D. N. Spergel |year=2001 |url=http://arxiv.org/abs/astro-ph/0101259 |accessdate=23 de julho de 2006}}</ref> O Sol se localiza entre vinte e cinco e vinte e oito mil anos-luz do centro galáctico,<ref name="distance2">
{{cite journal
|last=Eisenhauer |first=F.
|coauthors=et al.
|title=A Geometric Determination of the Distance to the Galactic Center
|journal=[[Astrophysical Journal]]
|volume=597 |issue=2 |pages=L121–L124
|year=2003
|doi=10.1086/380188
|bibcode=2003ApJ...597L.121E
}}</ref> e sua velocidade dentro da Via Láctea é de cerca de duzentos e vinte quilômetros por segundo, levando cerca de 225–250 milhões de anos até completar uma revolução. Essa revolução é conhecida como o [[ano galáctico]] do Sistema Solar. O [[ápice solar]], que é a direção do caminho do Sol no espaço interestelar, localiza-se próximo à constelação de Hércules, na atual direção de uma [[estrela]] brilhante, conhecida como [[Vega]].<ref>{{cite web |year=2003 |author=C. Barbieri |title=Elementi di Astronomia e Astrofisica per il Corso di Ingegneria Aerospaziale V settimana |work=IdealStars.com |url=http://dipastro.pd.astro.it/planets/barbieri/Lezioni-AstroAstrofIng04_05-Prima-Settimana.ppt |accessdate=12 de fevereiro de 2007}}</ref> O [[plano da eclíptica]] do Sistema Solar está em um ângulo de aproximadamente sessenta graus em relação ao plano galáctico.{{ref_label|F|f|none}}


A [[Anexo:Lista de estrelas próximas|estrela mais próxima do Sistema Solar]] é a estrela vermelha [[Próxima Centauri]], uma dos três componentes do sistema estelar [[Alpha Centauri]], cujo componente principal, Alpha Centauri A é a terceira estrela mais brilhante do céu, visível no hemisfério sul. Encontram-se a cerca de 4.3 anos luz de distância do Sistema Solar. Orbitanto a segunda maior estrela do sistema, Alpha Centauri B, que é parecida com o Sol em tamanho e brilho, foi [[Alfa Centauri Bb|descoberto um planeta]] de tamanho um pouco maior que o da Terra, o mais próximo [[planeta extrasolar]] conhecido.<ref>{{citar web|url=http://www.eso.org/public/brazil/news/eso1241/|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2UEQZgE|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=Encontrado Planeta no Sistema Estelar mais Próximo da Terra|autor=[[Observatório Europeu do Sul]]|data=16 de outubro de 2012|acessodata=28 de janeiro de 2013}}</ref> Outra estrela próxima é a [[estrela de Barnard]], muito pequena e visível somente com telescópio. [[Sirius]], a estrela mais brilhante vista da Terra (depois do Sol), está a 8.6 anos-luz de distância. Boa parte das estrelas nas proximidades do Sistema Solar formam sistemas com duas ou mais estrelas. Num raio de treze anos-luz a partir do sol, existem 25 [[Sistema estelar|sistemas estelares]], alguns deles com componentes ainda não descobertos por causa do brilho muito fraco, de acordo com estimativas.<ref>{{citar web|url=http://apod.nasa.gov/apod/ap010318.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2UJUpye|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=The nearest stars|autor=[[Astronomy Picture of the Day]]|publicado=[[NASA]]|data=18 de marco 2001|acessodata=28 de janeiro de 2013|língua=Inglês}}</ref>
Acredita-se que a localização do Sistema Solar na nossa galáxia tenha sido um fator na evolução da vida [[Terra|terrestre]]. Sua órbita não é circular e, sim, elíptica, com uma velocidade quase igual a dos braços espirais, o que significa que passa por eles apenas raramente. Os braços espirais são o lar de uma concentração muito maior de ''[[supernovas]]'' potencialmente perigosos, que deram longos períodos de estabilidade interestelar na Terra até a vida evoluir.<ref name="astrobiology">{{cite web |year=2001 |author=Leslie Mullen |title=Galactic Habitable Zones |work=Astrobiology Magazine |url=http://www.astrobio.net/news/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=139 |accessdate=23 de junho de 2006}}</ref> O Sistema Solar está fora do entorno de estrelas movimentadas do centro galáctico. Próximo ao centro, empuxos gravitacionais de estrelas próximas chegam a perturbar corpos na [[nuvem de Oort]] e enviar muitos [[cometa]]s no interior do Sistema Solar, que acabam produzindo catastróficas consequências para a vida na Terra. A intensa radiação do centro galáctico também pode interferir com o desenvolvimento de uma vida complexa.<ref name=astrobiology/> Mesmo com a atual localização do Sistema Solar, alguns cientistas têm a hipótese de que uma supernova recente pode ter prejudicado a vida nos últimos 35 mil anos, pelo fato de ter arremessado pedaços expulsos do núcleo estelar para o Sol como grãos de poeira radioativa e maiores, os corpos de cometa.<ref>{{cite web |year=2005 |author=|title=Supernova Explosion May Have Caused Mammoth Extinction |work=Physorg.com |url=http://www.physorg.com/news6734.html |accessdate=2 de fevereiro de 2007}}</ref>


[[File:Milky Way Annotated.jpg|thumb|left|Localização na Via Láctea.]]
===Vizinhança===
===Contexto galáctico===
A vizinhança galáctica próxima do Sistema Solar é conhecida como [[Nuvem Interestelar Local]], uma area de densas nuvens de uma outra forma esparsa conhecida como [[Bolha Local]], uma cavidade em forma de ampulheta no [[meio interestelar]] com aproximadamente 300 anos-luz de comprimento. Esta bolha é repleta de plasma de alta temperatura o que sugere ser o produto de uma supernova recente.<ref>{{cite web |title=Near-Earth Supernovas |work=NASA |url=http://science.nasa.gov/headlines/y2003/06jan_bubble.htm |accessdate=23 de julho de 2006}}</ref>
O Sistema Solar está localizado no [[Braço de Órion]] (ou braço local) que é na verdade uma mera conexão entre o [[Braço de Perseus]] e o [[Braço de Sagitário]], bem mais desenvolvidos, que fazem parte da [[Via Láctea]], uma [[galáxia espiral]]. O Sol está localizado entre 26 e 28 mil anos-luz do [[Centro da Via Láctea|centro da galáxia]]. Como estamos dentro da galáxia, vemos seu plano como uma faixa brilhante percorrendo todo o céu, sendo que seu centro se localiza na [[constelação]] de [[Sagittarius|Sagitário]]. A Via Láctea possui cerca de cem mil anos-luz de diâmetro, com pelo menos 200 bilhões de estrelas, embora estimativas recentes estimam mais de 400 bilhões desses objetos<ref group="nota">De acordo com a escala longa, este valor é equivalente a 200 mil milhões e a 400 mil milhões de estrelas na Via Láctea.</ref> e seus planetas, além de milhares de [[Aglomerado estelar|aglomerados estelares]] e [[nebulosa]]s. Nos braços da galáxia encontram-se as estrelas mais jovens, a matéria intelestelar e nebulosas difusas, enquanto na parte central existem majoritariamente aglomerados de estrelas velhas.<ref name="Milky Way">{{citar web|url=http://www.eso.org/public/outreach/eduoff/cas/cas2002/cas-projects/austria_milky_1/|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2UOa0Qr|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=The Milky Way - Our galaxy|autor=Reiterer Martin, Reiterer Stefan, Dinhobl Erhard|publicado=[[Observatório Europeu do Sul]]|data=3 de abril de 2007|língua=Inglês|acessodata=29 de janeiro de 2013}}</ref> As estrelas de toda a galáxia orbitam em torno do centro galáctico, mas com períodos diferentes. A velocidade de rotação do Sistema Solar é de cerca de cerca de 828 mil quilômetros por hora, por isso são necessários cerca de 225 milhões de anos para completar uma volta, o que caracteriza um [[ano galáctico]]. Estima-se que o Sol completou esse trajeto somente vinte vezes desde sua formação.<ref>{{citar web|url=http://hypertextbook.com/facts/2002/StacyLeong.shtml|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2UT7XWg|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=Period of the Sun's Orbit around the Galaxy (Cosmic Year)|autor=Stacy Leong|ano=2002|língua=Inglês|publicado=The Physics Factbook|acessodata=29 de janeiro de 2013}}</ref><ref>{{citar web|url=http://starchild.gsfc.nasa.gov/docs/StarChild/questions/question18.html|arquivourl=http://www.webcitation.org/6E2UWfuwv|arquivodata=29 de janeiro de 2013|título=StarChild Question of the Month for February 2000|autor=[[NASA]]|língua=Inglês|acessodata=29 de janeiro de 2013}}</ref>


Nossa galáxia pertence a um grupo esparso chamado de [[Grupo Local]], composto por três grandes e cerca de trinta galáxias menores. A mais extensa do grupo é a [[Galáxia de Andrômeda]], que está a cerca de 2.9 milhões de anos-luz de nós, porém, de acordo com estudos, a Via Láctea possui mais massa. A mais próxima galáxia é a [[Galáxia Anã Elíptica de Sagitário]], seguida pela [[Grande Nuvem de Magalhães|Grande]] e [[Pequena Nuvem de Magalhães]], sendo que as três são [[Galáxia satélite|galáxias satélite]] da Via Láctea.<ref name="Milky Way"/>
Existem relativamente poucas [[Anexo:Lista de estrelas próximas|estrelas dentro de uma distância de dez anos-luz]] do Sol. A estrela mais próxima é o sistema triplo de estrelas [[Alpha Centauri]], que está a 4,4 anos-luz de distância. Alpha Centauri A e B são um par de estrelas parecidas com o Sol, enquanto a pequena [[anã vermelha]] Alpha Centauri C (também conhecida como [[Proxima Centauri]]) orbita este par a uma distância de 0,2 anos-luz. As próximas estrelas perto do Sol são as anãs vermelhas [[Estrela de Barnard]] (a 5,9 anos-luz), [[Wolf 359]] (7,8 anos-luz) e [[Lalande 21185]] (8.3 anos-luz). A maior estrela numa distância de dez anos-luz é [[Sírius]], uma estrela na [[sequência principal]] estelar com aproximadamente o dobro da massa solar e orbitada por uma [[anã branca]] chamada Sírius B, situada a 8,6 anos-luz. As estrelas restantes dentro de dez anos-luz são o sistema binário de anãs vermelhas [[Luyten 726-8]] (8,7 anos-luz) e a anã vermelha solitária [[Ross 154]] (9,7 anos-luz).<ref>{{cite web |title=Stars within 10 light years |url=http://www.solstation.com/stars/s10ly.htm|work=SolStation |accessdate=2 de abril de 2007}}</ref> A estrela mais próxima parecida com o Sol é [[Tau Ceti]], que dista 11,9 anos-luz de distância e tem uma massa de aproximadamente 80% da solar, mas com apenas 60% da luminosidade solar.<ref>{{cite web |title=Tau Ceti |url=http://www.solstation.com/stars/tau-ceti.htm |work=SolStation |accessdate=2 de abril de 2007}}</ref> O [[planeta extrasolar]] mais próximo do Sistema Solar está situado na estrela [[Epsilon Eridani]] que é ligeiramente mais escura e vermelha que o Sol, distando 10,5 anos-luz de distância. Existe um planeta confirmado [[Epsilon Eridani b]], que tem aproximadamente 1,5 vezes a massa de Júpiter e tem um período orbital de 6,9 anos terrestres.<ref>{{cite web |title=HUBBLE ZEROES IN ON NEAREST KNOWN EXOPLANET |work=Hubblesite |year=2006 |url=http://hubblesite.org/newscenter/archive/releases/2006/32/text/ |accessdate=13 de janeiro de 2008}}</ref>


[[Ficheiro:Universe Reference Map (Location) 001.jpeg|600px|thumb|centro|Uma série de cinco mapas estelares que mostram a localização da Terra no Sistema Solar, do Sol na vizinhança, na área próxima da via Láctea, e no local do grupo de Galáxias, e no supercluster de galáxias.]]
[[Ficheiro:Universe Reference Map (Location) 001.jpeg|600px|thumb|centro|Uma série de cinco mapas estelares que mostram a localização da Terra no Sistema Solar, do Sol na vizinhança, na área próxima da via Láctea, e no local do grupo de Galáxias, e no supercluster de galáxias.]]
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*{{Citar livro|url=http://books.google.com.br/books?id=rvNuz3pJuqsC&printsec=frontcover&dq=mars+solar+system&hl=pt-BR&sa=X&ei=eVcCUdPlAo_W9ATbuYHICg&ved=0CD0QuwUwAA#v=onepage&q=mars%20solar%20system&f=false|nome=Educational Publishing|sobrenome=Britannica|título=The Inner Solar System|subtítulo=The Sun, Mercury, Vênus, Earth and Mars|editor=Erik Gregersen|idioma=Inglês|edição=1ª|local=New York|editora=The Rosen Publishing Group|ano=2010|páginas=248|isbn =978-1-61530-050-1|acessodata=2013-01-24|ref=harv}}
*{{Citar livro|url=http://books.google.com.br/books?id=rvNuz3pJuqsC&printsec=frontcover&dq=mars+solar+system&hl=pt-BR&sa=X&ei=eVcCUdPlAo_W9ATbuYHICg&ved=0CD0QuwUwAA#v=onepage&q=mars%20solar%20system&f=false|nome=Educational Publishing|sobrenome=Britannica|título=The Inner Solar System|subtítulo=The Sun, Mercury, Vênus, Earth and Mars|editor=Erik Gregersen|idioma=Inglês|edição=1ª|local=New York|editora=The Rosen Publishing Group|ano=2010|páginas=248|isbn =978-1-61530-050-1|acessodata=2013-01-24|ref=harv}}

*{{citar livro|url=http://books.google.com.br/books?id=WRiW8-U9EssC&pg=PA180&dq=solar+system+neighborhood&hl=pt&sa=X&ei=kwwDUaS9DIqa8gSkz4GABA&ved=0CEgQuwUwAzgK#v=onepage&q=solar%20system%20neighborhood&f=false|sobrenome=Koupelis|nome=Theo|título=In Quest of the Solar System|editora=Jones & Bartlett Learning|ano=2010|páginas=399|isbn=978-0-7637-6629-0|língua=Inglês|acessodata=26 de janeiro de 2013|ref=harv}}

*{{citar livro|url=http://catdir.loc.gov/catdir/samples/cam032/99019679.pdf|sobrenome=Murray|nome=Carl D.|coautor=Stanley F. Dermott|título=Solar System Dynamics|editora=Cambridge University Press|ano=1999|isbn=0-521-57295-9|páginas=608|língua=Inglês|acessodata=26 de janeiro de 2013|ref=harv}}

*{{citar livro|url=http://books.google.com.br/books?id=5iacbufd4kEC&pg=PA52&lpg=PA52&dq=planets+elongation+transit+conjunction&source=bl&ots=M3axDqwlxD&sig=vah2RhnczTVjnI8eyqLXsuXPnI0&hl=pt&sa=X&ei=n1wGUY7vGIqo9gSm5YDIBA&redir_esc=y#v=onepage&q=planets%20elongation%20transit%20conjunction&f=false|título=Unfolding our Universe|sobrenome=Nicolson|nome=Iain|ano=1999|editora=Cambridge University Press|língua=Inglês|isbn=0-521-59270-4|acessodata=27 de janeiro de 2013|ref=harv}}

*{{citar livro|url=http://books.google.com.br/books?id=HhBYx9ng-WQC&pg=PA443&dq=solar+system+boundary&hl=pt-BR&sa=X&ei=vt0GUc6jJ4mXqQGCuoGIDg&ved=0CEMQuwUwAQ#v=onepage&q=solar%20system%20boundary&f=false|sobrenome=Barucci|nome=M. Antonietta|título=The Solar System beyond Neptune|editora=the University of Arizona press|páginas=592|língua=Inglês|acessodata=27 de janeiro de 2013|isbn=978-0-8165-2755-7|ano=2008|ref=harv}}

*{{citar livro|url=http://books.google.com.br/books?id=lbWSxRAOndoC&pg=PA46&dq=termination+shock&hl=pt-BR&sa=X&ei=mOkGUeWvJPS60AHlioHIBw&ved=0CFAQuwUwBQ|título=From the Outer Heliosphere to the Local Bubble|subtítulo=Comparisons of New Observations with Theory|sobrenome=Linsky|nome=J.L.|páginas=473|língua=Inglês|editora=Springer|isbn=978-1-4419-0247-4|ano=2009|acessodata=27 de janeiro de 2013|ref=harv}}


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Revisão das 19h59min de 29 de janeiro de 2013

Representação esquemática do Sistema Solar, mostrando o Sol e os planetas.

O Sistema Solar é constituído pelo Sol e por um conjunto de objetos astronômicos que se ligam ao Sol através da gravidade. Acredita-se que esses corpos tenham sido formados por meio de um colapso de uma nuvem molecular gigante há 4,6 bilhões de anos. Entre os muitos corpos que orbitam ao redor do Sol, a maior parte da massa está contida dentro de oito planetas relativamente solitários,[e] cujas órbitas são quase circulares e se encontram dentro de um disco quase plano, denominado plano da eclíptica. Os quatro menores planetas (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) são conhecidos como planetas telúricos ou sólidos, encontram-se mais próximos do Sol e são compostos principalmente de metais e rochas. Os quatro maiores planetas (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) encontram-se mais distantes do Sol e concentram mais massa do que os planetas telúricos, sendo também chamados de planetas gasosos. Os dois maiores, Júpiter e Saturno, são compostos em sua maior parte de hidrogênio e hélio. Urano e Netuno, conhecidos também como "planetas ultraperiféricos", são cobertos de gelo, sendo às vezes referidos como "gigantes de gelo", apresentando também em sua composição água, amônia e metano.

O Sistema Solar também é o lar de outras duas regiões povoadas por objetos menores. O cinturão de asteroides está situado entre Marte e Júpiter e sua composição se assemelha à dos planetas sólidos. Além da órbita de Netuno, encontram-se os "objetos transnetunianos", com uma composição semelhante a dos planetas gasosos. Dentro destas duas regiões, existem outros cinco corpos individuais. São eles: Ceres, Plutão, Haumea, Makemake e Éris, denominados de planetas anões.[e] Além de milhares de corpos pequenos nestas duas regiões, várias outras populações de pequenos corpos que viajam livremente entre as regiões, como cometas, centauros.

O vento solar, fluxo de plasma do Sol, é responsável por criar uma bolha no meio interestelar conhecida como heliosfera, que se estende até a borda do disco disperso. A hipotética nuvem de Oort, que atua como fonte de cometas durante um longo período, pode estar a uma distância de aproximadamente dez mil vezes maior do que a heliosfera.

Seis dos planetas e três planetas anões são orbitados por satélites naturais,[b] normalmente conhecidos como "luas", depois da Lua da Terra. Os planetas gasosos são cercados por anéis planetários compostos de poeira e outras partículas.

Descoberta

Durante milhares de anos, a humanidade, com poucas e notáveis exceções, não reconheceu a existência do Sistema Solar. As pessoas acreditavam que a Terra era estacionária no centro do universo e categoricamente diferente dos objetos que se moviam no céu. Esse modelo geocêntrico criado por Ptolomeu prevaleceu por vários séculos. Embora o filósofo grego Aristarco de Samos tenha afirmado sobre uma possível reordenação heliocêntrica no universo, Nicolau Copérnico foi o primeiro a propor que os planetas giravam em torno do Sol. De acordo com sua teoria, as órbitas de Mercúrio e Vênus formavam círculos menores do que o da Terra. Marte, Júpiter e Saturno, por sua vez, descreviam órbitas circulares maiores e, por fim, uma esfera de estrelas que envolvia todo o sistema permanecia fixa. Contudo, o movimento dos planetas ainda apresentavam variações, que foram sendo corrigidas com base em novas teorias e observações feitas por vários cientistas e astrônomos como Johannes Kepler, Galileu Galilei e Isaac Newton [1][2]

Formação

O estudo da formação do sistema solar pode ser feito por meio de duas formas diferentes. A primeira delas é a análise da composição e das características dos corpos que compõem o atual sistema, sua composição e movimentos. Contudo, as características atuais são muito diferentes daquelas encotradas há bilhões de anos, quando o Sol e os primeiros corpos começaram a se formar. Por isso os cientistas observam estrelas próximas que estão em formação para deduzir como o Sistema Solar se formou. Com isso a teoria aceita hoje sobre a formação do Sol e dos outros corpos celestes que o orbitam é baseada na observação de regiões de formação de estrelas em regiões onde existem grandes nuvens moleculares.[3]

Protoestrela

Ficheiro:Solarnebula.jpg
Concepção artística da nebulosa solar.

O Sistema Solar começou a se formar há cerca de 4.5 bilhões de anos atrás[nota 1] a partir do colapso de uma nuvem molecular formada de gás e poeira, semelhante à nebulosa de Órion atualmente. Dentro dessa nuvem interestelar, que se estendia por várias dezenas de anos-luz de um lado a outro, começou a surgir uma região com maior densidade de partículas, que é chamada de nebulosa solar. Então, os primeiros grãos de poeira começaram a se fundir e formar corpos cada vez maiores, os planetesimais que, por sua vez, se fundiam e formavam os planetoides. Essa região mais densa surgiu provavelmente por uma perturbação oriunda das proximidades, como a explosão de uma supernova no entorno da nuvem. Entretanto, observando outras estrelas em formação atualmente, os cientistas criaram uma outra teoria que afirma que a perturbação da nuvem surgiu de dentro para fora, e que esse mecanismo destruiu o equilíbrio dessa nuvem.[4]

No interior da nebulosa solar, a metéria começou a se aglomerar e ficar cada vez mais densa e quente, dando início ao colapso da nuvem. Com a temperatura cada vez maior, começa a surgir uma protoestrela, que fica agora no centro da nuvem. O gás existente na nebulosa continua a cair em direção à protoestrela mas parte é ejetado ao longo do eixo de rotação por causa do efeito do campo magnético, formando uma espécie de jato de gás que se dirige para longe da estrela. A essa altura, além desses jatos e da protoestrela, existia um disco de acreção que orbitava a protoestrela no seu plano equatorial, o que explica porque os planetas orbitam na mesma direção e praticamente no mesmo plano.[5]

Formação dos planetas

Na nebulosa solar, os pequenos grãos de poeira predominavam, com tamanhos médios de somente um micrômetro de diâmetro em média. Por isso, a força de interação entre eles era sobretudo de origem eletrostática. De acordo com pesquisas em laboratório, as colisões geravam cargas elétricas entre as partículas que então, carregadas eletricamente, se atraíam e formavam agregegados de partículas, que ficavam cada vez maiores, com tamanho de alguns metros até poucos quilômetros de diâmetro. Nesse caso, a força gravitacional desses objetos, ainda que fraca, conseguia atrair partículas para si, ficando cada vez maiores e formando os planetesimais, que atingiam até dez quilômetros de diâmetro.[6]

Quando dois planetesimais passavam perto uns dos outros, a atração gravitacional mútua fazia com que eles se atraíssem e se fundissem, formando corpos ainda maiores, os protoplanetas. Depois de diversas fusões de planetesimais, os protoplanetas já chegavam a ter sua massa mil vezes maior do que inicialmente, por isso sua influência gravitacional se tornava cada vez mais evidente. Com isso, mais planetesimais colidiam com os protoplanetas, enquanto órbitas de outros eram radicalmente alteradas, fazendo com que colidissem uns contra os outros com grandes velocidades, quebrando-os em partes menores novamente. Essas partículas menores geradas também foram atraídas para os protoplanetas, fazendo com que crescessem ainda mais. Logo após essa fase, os protoplanetas começaram a colidir entre si, formando os primeiros planetas. Acredita-se que Vênus e a Terra, por exemplo, foram formados pela colisão de mais de dez protoplanetas cada um, mas permanece um mistério a razão pela qual Mercúrio e Marte não cresceram na mesma taxa. Com o crescimento dos protoplanetas, a temperatura aumentava por conta da energia cinética das colisões, e essa energia se conserva até hoje no núcleo dos planetas.[7]

Concepção artística da colisão que deu origem à Lua.

Colisões também foram responsáveis pelo surgimento de diversos satélites, dentre eles a Lua, que, de acordo com a teoria mais aceita atualmente, surgiu a partir dos remanescentes do choque entre a Terra e Theia, um corpo do tamanho de Marte que colidiu com o nosso planeta há 4.44 bilhões de anos atrás.[nota 2][5][8] Outras características dos planetas e satélites atuais são atribuídas às colisões entre planetas e outros corpos, como a alta inclinação do eixo de rotação de Urano, a alta densidade de Mercúrio comparada com a dos outros planetas terrestres e as características físicas de Miranda, satélite de Urano, que sugerem que o satélite se despedaçou durante um impacto, mas se reconstituiu posteriormente.[9]

Os planetas gigantes, como Júpiter e Saturno, surgiram da atração gravitacional dos protoplanetas sobre os planetesimais e os gases ao seu redor, que foram se agregando e formando os planetas que são atualmente os maiores do Sistema Solar.[10] Urano e Netuno, entretanto, possuem massas menores em relação à de Júpiter e de Saturno provavelmente porque não havia tanta oferta de gás na região onde eles se formaram. Os planetesimais que ainda restavam interagiam gravitacionalmente com os planetas gigantes e uma das principais consequências dessa interação foi a formação da nuvem de Oort. Quando passavam perto dos planetas gigantes, esses objetos eram direcionados para fora do Sistema Solar, mas enquanto alguns saíam da influência gravitacional do Sol, outros permaneciam orbitando a estrela, mas numa distância muito grande.[11] Enquanto isso, boa parte do gás já havia sido expulsa do interior do Sistema Solar, por conta da atividade da estrela, que agora entrava na sequência principal.[12]

A interação gravitacional entre os planetas e os planetesimais fez com que Saturno, Urano e principalmente Netuno migrassem para fora do Sistema Solar, ou seja, suas órbitas ficaram mais afastadas do Sol.[nota 3] Então, Netuno passou a interagir gravitacionalmente com os objetos que existiam no cinturão de Kuiper original, que é composto de várias pedras de gelo. Consequentemente, a órbita de vários desses objetos foi perturbada, direcionando-os para dentro ou para fora do Sistema Solar. Essa migração planetária foi a provável causa do intenso bombardeio tardio, que ocorreu há cerca de 3.9 bilhões de anos[nota 4] e atingiu todos os planetas interiores, deixando marcas de crateras que existem até hoje na Lua, em Marte e em Mercúrio.[11]

Componentes

O Sistema Solar pode ser definido como o conjunto de objetos cujos movimentos são governados pelo campo gravitacional do Sol. Outros critérios também são definidos para definir seu tamanho, como o alcance da pressão da radiação solar e o alcance da interação entre o vento solar e o meio interestelar. Utilizando-se qualquer um desses critérios, sabe-se que o Sistema Solar tem cerca de dois anos-luz de extensão. Os maiores corpos do Sistema Solar são os planetas, que atualmente são oito. De acordo com uma nova classificação, existem ainda cinco planetas anões. Entre as órbitas de Marte e Júpiter existe o Cinturão de Asteroides, com objetos cujo tamanho varia de alguns metros a alguns quilômetros. Outras zonas onde existem corpos de menor tamanho são o Cinturão de Kuiper e a Nuvem de Oort, que se encontram além da órbita de Netuno. Os satélites naturais são corpos que orbitam primariamente planetas. Alguns planetas possuem, ainda, sistemas de anéis planetários, compostos de partículas cujo tamanho varia de alguns milímetros a alguns metros. Os cometas, que são basicamente bolas de gelo, movem-se em órbitas altamente inclinadas em relação à orbita dos planetas. O espaço entre esses objetos não é totalmente vazio, mas existem grãos de poeira de alguns micrômetros e plasma originado do vento solar. A massa de todos os corpos do Sistema Solar juntos representa somente 0.15% da massa do Sol.[13][14]

Sol

Ficheiro:TheSun.png
O Sol em atividade.
Ver artigo principal: Sol

O Sol é a estrela que se localiza no centro do Sistema Solar, a uma distância média de 149.6 milhões de quilômetros da Terra (o que equivale a uma unidade astronômica). O Sol consite em uma esfera gigante composta principalmente de gás ionizado, cujo tamanho é suficiente para conter em seu interior mais de um milhão de planetas do tamanho da Terra. Toda a matéria do Sol é mantida junta graças à ação da gravidade, o que faz com que exista uma imensa temperatura e pressão em seu interior que permite a ocorrência de reações de fusão nuclear e liberação de energia.[15] O Sol é a estrela mais próxima da Terra e a maior fonte de energia do Sistema Solar, mas em comparação com outras estrelas da Via Láctea, é relativamente pequena e comum, de cor amarelada, pertencente à classe estelar G2V.[16]

Existem basicamente seis regiões importantes no Sol. No seu interior encontra-se o núcleo, onde ocorrem as reações de liberação de energia, a uma temperatura de mais de quinze milhões de graus Celsius. Em torno do núcleo existe a zona de radiação, que faz a transferência do calor para a zona convectiva, a camada seguinte. Logo a seguir vem a fotosfera, uma camada de cerca de quinhentos quilômetros de espessura que possui temperatura de cerca de 5 500 graus Celsius, por onde escapa a luz e o calor que irradia-se para todo o sistema. Logo acima da fotosfera estão a cromosfera e a coroa solar, que são praticamente invisíveis por causa do ofuscamento causado pela fotosfera. Dessa coroa, que se aquece e chega a temperatura de dois milhões de graus Celsius, saem correntes de partículas carregadas eletricamente chamadas de vento solar, que atingem até os limites mais externos do sistema.[15]

Planetas telúricos

Os planetas telúricos ou terrestres são aqueles que possuem uma superfície compacta e rochosa. São os quatro planetas mais internos do Sistema Solar, Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Desses, somente a Terra tem um campo magnético substancial, mas nenhum tem anéis planetários. Vênus e a Terra possuem atmosferas significantes, que estão relacionadas com o tamanho do planeta; quanto maior, mais difícil das moléculas dos gases que circundam o planeta escaparem e se perderem no espaço.[17]

Mercúrio.

Mercúrio

Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol e possui uma aparência acinzentada e cheia de maracas de impactos, que lembram bastante a superfície da Lua. Gasta somente 88 dias para completar seu período de translação e não possui nenhum satélite natural. A atmosfera do planeta é muito tênue, formada somente de partículas retidas do vento solar, mas que se perdem rapidamente por causa da radiação oriunda da estrela. Por isso, ela não é capaz de reter calor, fazendo com que a temperatura, que durante o dia chega a mais de 420 graus Celsius, caia drasticamente durante a noite, chegando a -180°C. Por causa da ausência de atmofera conservaram-se as marcas dos impactos de meteoritos e asteroides que aconteceram há bilhões de anos, deixando marcas extensas, como a bacia Caloris, com mais de 1 500 quilômetros de diâmetro. Mercúrio é o segundo planeta mais denso do Sistema Solar, com um núcleo metálico cujo raio equivale a 75% do raio do planeta, e que é responsável pela manutenção de um fraco campo magnético. Existem evidências da existência de água sob a forma de gelo no planeta, em crateras profundas nos polos norte e sul que nunca recebem a luz do Sol diretamente, por isso estão sempre geladas.[18]

Vênus

Vênus

O segundo planeta a partir do Sol se encontra a cerca de 108 milhões de quilômetros da estrela e é similar com a Terra em tamanho, massa, composição e gravidade. O planeta leva 243 dias terrestres para dar uma volta em torno do seu próprio eixo, mais do que o próprio período de translação, que é de 225 dias terrestres. Além disso, a rotação do planeta é retrógrada, diferentemente da Terra. Vênus possui uma atmosfera extremamente espessa e violenta, composta principalmente de gás carbônico e com formação de nuvens de ácido sulfúrico, com pressão 90 vezes maior do que a da atmosfera terrestre. Isso cria uma espécie de superefeito estufa e faz com que a temperatura atinja mais de 470 graus Celsius. Os ventos atingem em média mais de 360 quilômetros por hora, e as nuvens circulam todo o planeta a cada quatro dias.[19]

Devido à cobertura permanente das nuvens, não é possível observar a superfície do planeta diretamente, por isso foram enviadas diversas sondas para fazer o mapeamento da superfície. Descobriu-se que o planeta apresentou intensa atividade vulcânica entre 300 e 500 milhões de anos atrás que mudou completamente as características da superfície venusiana. Dentre os principais acidentes geográficos do planeta pode-se destacar duas regiões elevadas; a Ishtar Terra e a Aphrodite Terra, além da região Maxwell Montes, onde está o pico mais alto do planeta, comparável com o monte Everest na Terra. Existem, ainda, diversos canais na superfície criados pelos fluxos de lava, que se estendem por milhares de quilômetros. As nuvens das camadas mais altas da atmosfera refletem a luz solar, fazendo com que pareça o planeta mais brilhante visto da Terra.[19]

Terra

Terra

A Terra é o terceiro planeta a partir do Sol e o quinto maior do Sistema Solar, além de ser o único conhecido que abriga vida. Mais de setenta por cento de sua superfície é coberta por oceanos, com uma profundidade média de quatro quilômetros. O planeta é envolvido por uma atmosfera composta principalmente de nitrogênio e oxigenio, que é responsável pela proteção contra radiações nocivas à vida provenientes do Sol do espaço e contra o impacto de pequenos meteoroides, que se desintegram antes de atingir a superfície. A rotação relativamente rápida do planeta produz o movimento do núcleo, composto principalmente de ferro e níquel, que produz um campo magnético que protege a Terra do vento solar. A crosta do planeta, não é contínua, mas dividida em placas que se movem sobre uma camada de rocha fundida e em cujas bordas surgem vulcões que continuamente renovam a superfície.[20]

A Terra possui um único satélite natural, a Lua que, segundo estudos, surgiu a partir do impacto de um corpo do tamanho de Marte com o planeta, e os remanescentes se tornaram o satélite natural. Como a Lua essencialmente não possui atmosfera, as marcas dos impactos com asteroides, meteoroides e cometas se conservam, formando milhares de crateras por toda a sua extensão. Em sua superfície podem ser distinguidas duas características básicas, as terras altas, que são as partes mais claras e os mares, as áreas escuras que são bacias de impacto. O satélite que orbita o nosso planeta a cada 27 dias tem sempre a mesma face voltada para a Terra, e sua influência gravitacional produz as marés. As primeiras sondas para explorar o satélite foram enviadas em 1959 e dez anos depois a primeira missão tripulada foi enviada para realizar uma alunissagem, que é o único corpo celeste visitado por humanos.[21]

Marte

Marte

Marte é o quarto planeta do Sistema Solar, e é conhecido também como planeta vermelho por causa de sua coloração, atribuída à grande quantidade de minérios de ferro em sua superfície. Visto da Terra, parece estar em constante mudança, por causa das tempestades de areia qua acontecem com relativa frequência. O planeta possui cerca de metade do tamanho da Terra e sua superfície apresenta diversas marcas de impactos e de atividade geológica. Acredita-se que os vulcanismos aconteceram principalmente há três bilhões de anos atrás e deixaram diversas marcas notáveis, das quais destacam-se o Monte Olimpo, um vulcão extinto que é o maior do Sistema Solar, com altitude três vezes maior do que a do Monte Everest, e o Valles Marineris, um sistema de cânions que se estende por mais de três mil quilômetros na região equatorial do planeta. Marte possui dois satélites naturais, Fobos e Deimos, dois corpos pequenos de formato irregular que acredita-se serem asteroides capturados pela gravidade do planeta.[22] A atmosfera do planeta é composta principalmente de dióxido de carbono e é bem mais rarefeita do que a da Terra, e às vezes formam-se nuvens de vapor de água e neblina em vales e crateras. Nos polos norte e sul existem calotas polares cuja área aumenta e diminui conforme a estação do ano. Por vezes acontecem também intensas tempestades de areia que duram por semanas e atingem todo o planeta.[23]

Diversas sondas espaciais já foram enviadas ao planeta para estudar suas características. Os dados obtidos mostram evidências que Marte já teve água líquida em sua superfície e em grande quantidade, que deixou muitas marcas como cânions e bacias.[22] Atualmente Marte intriga os cientistas com a possibilidade de ter existido alguma forma de vida no passado, e também se mostra como um alvo possível da colonização humana em outros planetas.[23]

Vesta

Asteroides

Ver artigo principal: Cinturão de asteroides

Os asteroides podem ser definidos como fragmentes pequenos e rochosos remanescentes da formação do Sistema Solar. Seu tamanho varia de algumas centenas de quilômetros de diâmetro a alguns metros, e até hoje já foram encontrados mais de meio milhão desses objetos orbitando o Sol, mas acredita-se que existam muito mais. Estima-se que a massa de todos os asteroides juntos seja menor que a massa da Lua. Durante a formação do Sistema Solar, a gravidade do planeta Júpiter não permitiu que os corpos entre a órbita do planeta e a de Marte se agregassem para formar um novo planeta. Por isso, existem no local milhões desses corpos que atualmente formam o Cinturão de Asteroides. Praticamente todos eles possuem forma irregular e com pequenas crateras em sua superfície. Mais de 150 desses corpos possuem satélites naturais e outros formam sistemas binários, ou seja, um gira em torno do outro. A gravidade de Júpiter ocasionalmente desvia alguns desses asteroides, que são enviados para o interior do Sistema Solar e cruzam com a órbita da Terra, por exemplo. O impacto desses corpos no passado alteraram significativamente a história geológica e a evolução da vida no nosso planeta.[24]

Uma sonda espacial foi enviada pela NASA para estudar os dois maiores asteroides, Ceres (que é atualmete classificado como planeta anão) e Vesta. O primeiro possui o formato arredondado e tem mais de 950 quilômetros de diâmetro, enquanto o segundo tem mais de 530 quilômetros de extensão. Por vezes são chamados de planetas bebês, porque estavam crescendo, mas a gravidade de Júpiter impediu que esses objetos atingissem o porte de um planeta.[24]

Planetas gigantes

Os planetas gigantes, gasosos ou jovianos são aqueles muito maiores que a Terra, cuja composição é majoritariamente de hidrogênio e hélio, semelhante à Júpiter. Além deste, Saturno, Urano e Netuno são considerados gigantes. Apesar de serem chamados de gasosos, a maioria provavelmente possui núcleos rochosos pequenos. Além disso, todos esses planetas possuem campo magnético significativo, sistemas de anéis planetários e muitos satélites naturais.[17]

Júpiter

Júpiter

Júpiter é o mais massivo planeta do Sistema Solar. O planeta é caracterizado pelas diversas faixas de nuvens de diferentes cores, que são formadas principalmente de amônia. Os cinturões do planeta são criados pelos intensos ventos leste-oeste na alta atmosfera. Por vezes surgem diversos sistemas de tempestades circulares, sendo que o maior e mais famoso deles é a grande mancha vermelha, uma incrível tormenta que tem durado por séculos. A atmosfera jupiteriana é composta de hidrogênio e hélio. Provavelmente nas camadas mais inferiores a pressão faz com que o hidrogênio se torne líquido. No interior do planeta o mesmo elemento se torna metálico e eletricamente condutivo, por onde fluem correntes elétricas que geram um poderoso campo magnético cerca de vinte mil vezes mais intenso do que o da Terra. Sondas enviadas ao planeta descobriram um tênue sistema de aneis composto por minúsculas partículas negras provenientes dos restos do impacto de meteoroides com seus satélites. Se o planeta continuasse absorvendo gás quando se formou há bilhões de anos, teria pressão suficiente para iniciar a fusão nuclear e se tornaria uma estrela em vez de planeta.[25]

Júpiter possui mais de cinquenta satélites naturais. Os quatro maiores são chamados luas galileanas porque Galileu Galilei foi quem as primeiro observou com um telescópio em 1610 e hoje sabe-se das grandes peculiaridades que cada uma apresenta. Io é o corpo mais ativo vulcanicamente do Sistema Solar, com vários vulcões que se mantêm em erupção graças à gravidade de Júpiter, e os compostos de enxofre que são expelidos conferem ao satélite uma coloração peluliar. Europa atrai a atenção dos cientistas por ser possível a existência de formas de vida. O satélite possui uma camada externa de gelo e um possível oceano líquido de água logo abaixo, que totaliza cerca de duas vezes a quantidade de água presente na Terra. Ganimendes é maior do que o planeta Mercúrio, além de ser o único satélite que possui seu próprio campo magnético. Por fim, a superfície extremamente antiga e cheia de crateras de Calisto é uma recordação visível dos eventos que aconteceram no início da história do Sistema Solar. Outra peculiaridade desses satélites são as interações gravitacionais entre eles. Io, por exemplo, fica em uma espécie de cabo-de-guerra gravitacional entre Júpiter e Europa e Ganimendes. Além disso, todas essas luas mantém sempre a mesma face voltada para Júpiter, assim como a Lua mostra sempre a mesma face para a Terra.[25][26]

Saturno

Saturno

Saturno é o sexto planeta a partir do Sol e o segundo maior do Sistema Solar. Sem dúvida a característica mais conhecida do planeta é seu notável sistema de anéis, que são formados principalmente por pedras de gelo e se estendem por milhares de quilômetros na região equatorial, mas possui espessura média de somente dez metros em média. A composição do planeta é semelhante à de Júpiter, composto principalmente de hidrogênio e hélio. Os ventos nas camadas superiores da atmosfera, que chegam a mais de 1800 quilômetros por hora, combinados com os gases mais quentes que emanam do seu interior criam bandas amarelas e douradas distinguíveis na atmosfera.[27]

Os satélites naturais do planeta também apresentam peculiaridades. O maior deles, Titã, possui uma espessa atmofera composta principalmente de nitrogênio que é provavelmente similar à da Terra antes do surgimento das formas de vida. Japeto tem um lado claro e outro escuro, além de uma cordilheira que existe exatamente sobre o equador. Mimas possui uma cratera gigantesca resultante de um impacto que quase partiu a lua ao meio. Encélado apresenta indícios de atividade vulcânica, com ejeções de vapor de água em sua porção meridional. No total, Saturno possui 53 satélites naturais, muitos deles descobertos somente após o envio de sondas espaciais.[28]

Urano

Urano

Urano é o sétimo planeta do Sistema Solar, e foi o primeiro a ser descoberto por meio de um telescópio, em 1781. Assim como Vênus, o sentido de rotação de Urano é diferente do dos outros planetas. Além disso, o eixo de rotação é extremamente inclinado, fazendo com que os polos do planeta fiquem diretamente voltados para o Sol por um longo período. Urano é um dos dois planetas conhecidos como gigantes de gelo (o outro é Netuno), cuja atmosfera é composta principalmente de hidrogênio e hélio e uma pequena quantidade de metano (que produz a coloração azul esverdeada) e água. O interior do planeta contém uma camada líquida de água, metano e amônia. O planeta também possui um sistema de aneis com faixas estreitas, composto por partículas escuras nos anéis mais internos e partículas brilhantes nos mais externos.[29]

Os satélites naturais do planeta, que totalizam 27, foram nomeados de acordo com o nome das personagens de uma peça em homenagem ao autor inglês William Shakespeare, diferente das luas de outros planetas, que receberam nomes da mitologia grega. As maiores luas do planeta são Oberon e Titânia. Ariel tem a superfície mais brilhantes e possivelmente a mais recente dos satélites de Urano, com poucas crateras de impacto. Miranda tem caracterísitcas únicas que não são encontradas em nenhum outro corpo do Sistema Solar. Possui gigantescos cânions e áreas de de superfície que parecem muito antigas, mas outras que parecem bem mais recentes. Umbriel é a mais escura das cinco maiores luas do planeta e possui muitas crateras de impacto antigas. A composição de boa parte dos maiores satélites parece ser uma mistura de gelo de água e rochas. Outras luas em órbitas mais externas são provavelmente asteroides capturados pela gravidade do planeta.[30]

Netuno

Netuno

O gigante e gelado planeta Netuno, o oitavo do Sistema Solar, foi o primeiro planeta localizado através de cálculos matemáticos em vez de observações regulares do céu. Como Urano não orbitava exatamente como deveria, concluíram que outro objeto desconhecido influenciava o planeta, o que realmente foi constatado com a ajuda de um telescópio. A atmosfera netuniana estende-se até grandes profundidades, onde encontram-se gelo de água e outros compostos que envolvem um núcleo metálico, provavelmente do tamanho da Terra, aproximadamente. Os ventos no planeta são até nove vezes mais rápidos do que os mais fortes do nosso planeta. A cor azul vívida de Netuno é atribuída à grande quantidade de metano, mas provavelmente outro composto desconhecido também contribui na coloração. Quando a sonda Voyager 2 passou pelo planeta, fotografou uma grande mancha escura, maior do que a Terra um grande sistema de tempestades que desapareceu anos depois, mas novas manchas desse tipo surgem continuamente. O planeta possui, ainda, um tênue sistema de anéis que não são uniformes, formados principalmente de poeira, com áreas mais espessas chamadas de arcos.[31]

Netuno possui treze satélites naturais conhecidos, dos quais seis foram descobertos pela sonda Voyager 2. O maior deles é Tritão, que orbita o planeta na direção oposta à dos outros satélites. Essa lua é extremamente fria (com temperaturas inferiores a -230°C), mas possui gêiseres que expelem gelo a altitudes superiores a oito quilômetros da superfície. O satélite possui ainda uma tênue atmosfera que, por algum motivo desconhecido, está ficando cada vez mais quente.[31]

Objetos transnetunianos

Ver artigo principal: Objeto transnetuniano

Além da órbita de Netuno, existem muitos outros objetos que são chamados de transnetunianos. Dentre eles estão vários planetas anões, como Plutão e Éris, além de diversas rochas e pedaços de gelo nas regiões chamadas de cinturão de Kuiper e Nuvem de Oort.[32]

Comparação do tamanho de Éris, Ceres, Plutão e Caronte (de cima para baixo) com a Terra e a Lua.

Planetas anões

Por um longo tempo, Plutão foi considerado o nono planeta do Sistema Solar. Entretanto, a descoberta de um novo corpo celeste chamado Éris em 2005, com tamanho semelhante ao de Plutão, levantou uma discussão sobre o que realmente era um planeta. Com isso a União Astronômica Internacional decidiu, no ano seguinte, criar uma nova classificação para designar esses novos mundos descobertos, que são mais desenvolvidos que asteroides, mas se distinguem dos planetas comuns. Por isso criou-se a categoria dos planetas anões.[33] Atualmente estão nessa classificação cinco objetos celestes, que são Plutão, Éris, Haumea, Makemake e Ceres, sendo que somente este último se localiza mais próximo do Sol que Netuno, no cinturão de asteroides. Os outros objetos dessa classe também são chamados de plutoides.[34]

Localização do Cinturão de Kuiper e Nuvem de Oort.

Cinturão de Kuiper e Nuvem de Oort

Ver artigos principais: Cinturão de Kuiper e Nuvem de Oort

Além da órbita de Netuno existe uma zona povoada com diversas massas de rocha e gelo chamada de Cinturão de Kuiper (ou Cinturão de Kuiper-Edgeworth). Está localizada a uma distância entre 30 a 55 unidades astronômicas[nota 5] onde estima-se que existam um trilhão de corpos de gelo[nota 6], centenas de milhares deles com mais de cem quilômetros de diâmetro. Dentre os objetos do Cinturão de Kuiper estão os planetas anões, como Plutão e Éris.[35]

Em 1950, o astrônomo alemão Jan Oort propôs que alguns cometas provém de uma vasta e extremamente distante região do Sistema Solar, que forma uma espécie de concha esférica de corpos compostos de gelo que circundam todo o Sistema Solar. Essa região foi então chamada de Nuvem de Oort, que ocupa um espaço entre 5 mil e 100 mil unidades astronômicas. Acredita-se que nessa área a influência de outras estrelas seja mais forte que a do próprio Sol. Estima-se que a quantidade de corpos de gelo nessa região esteja entre 0.1 até 2 trilhões[nota 7] Por vezes a influência gravitacional de outros corpos desvia essas massas de gelo para o interior do Sistema Solar, dando origem a um cometa de longo período. Sedna foi o primeiro corpo descoberto da região interna dessa nuvem.[35]

Cometas

Cometa Halley
Ver artigo principal: Cometa

Os cometas são aglomerados formados essencialmente de gelo e de materiais rochosos, chamados também de "bolas de neve sujas". Esses corpos são os remanescentes da formação do Sistema Solar e por isso podem conter informações importantes sobre esse período. Acredita-se que os cometas trouxeram água e compostos orgânicos para o nosso planeta, essenciais para o surgimento da vida. Existem basicamente cometas de dois tipos, classificados de acordo com o período e a região de origem. Os cometas de curto período são aqueles que gastam menos de duzentos anos para orbitar o Sol, se originam na região do Cinturão de Kuiper e são previsíveis. Entretanto, os cometas de longo período se originam de uma região muito mais distante, a Nuvem de Oort, por isso podem levar até trinta milhões de anos para completar uma volta em torno do Sol.[36]

Quando o cometa se aproxima do Sol, começa a se aquecer e o gelo começa a se transformar em gás, dando origem a uma longa e por vezes brilhante cauda, formada pelo gás e poeira desprendidos do núcleo do cometa e empurradas pelo vento solar. Alguns cometas passam a uma distância segura do Sol e por isso resistem ao aumento de temperatura, mas outros passam muito perto ou mesmo caem diretamente na estrela, fazendo com que se desintegram totalmente e evaporam.[36]

Meteoroides, meteoros e meteoritos

Os meteoroides são pequenas partículas, geralmente microscópicas, que orbitam o Sol. Quando uma delas entra na atmosfera da Terra, geralmente em alta velocidade (dezenas de quilômetros por segundo), são chamadas de meteoros quando se inflamam e se desintegram. Se esse objeto conseguir resistir ao atrito com a atmosfera e atingir o solo, esse fragmento passa a se chamar meteorito. Isso acontece com relativa frequência, sendo que toda noite é possível avistar alguns desses objetos brilhando no céu. Geralmente cometas quando passam próximo ao Sol liberam vários compostos voláteis que carregam consigo pequenas partículas sólidas. Isso forma uma trilha desses dejetos e quando a Terra cruza uma dessas regiões do espaço onde é alta a concentração dessas partículas acontece uma chuva de meteoros.[37]

Disco disperso

Ver artigo principal: Disco disperso

Acredita-se que o disco disperso, que sobrepõe o cinturão de Kuiper mas se estende muito mais além, seja a fonte de cometas de curto período e que objetos da região tenham sido ejetados em órbitas erráticas pela influência gravitacional da migração de Netuno. A maioria dos objetos do disco disperso tem o perihélhio dentro do cinturão de Kuiper mas o afélio estão a mais de 150 UA do Sol. A órbita destes objetos são altamente inclinadas em relação ao plano elíptico, e alguns são quase perpendiculares a este. Alguns astrônomos consideram que o disco disperso seja meramente outra regão do cinturão de Kuiper, e descrevem os objetos do disco disperso como "objetos do cinturão de Kuiper dispersos."[38] Alguns astrônomos também classificam os centauros como objetos internos do cinturão de Kuiper junto com os objetos externos do disco.[39]

Dinâmica

Movimentos

Planetas orbitando o Sol. Em destaque a órbita de Netuno.

Todos os planetas do Sistema Solar orbitam o Sol em sentido anti-horário quando vistos de cima, na parte norte.[nota 8] Suas órbitas encontram-se praticamente no mesmo plano. Todos os planetas, com exceção de Mercúrio e Vênus, possuem satélites naturais que também giram no sentido anti-horário quando vistos de cima, somente com algumas exceções.[40] Os planetas e demais corpos apresentam ainda um movimento próprio, o movimento de rotação, cujos períodos variam bastante de um planeta para outro. Júpiter, por exemplo, gasta somente 9.9 horas para girar sobre seu próprio eixo e o Sol cerca de 25 dias, enquanto Vênus gasta 243 dias. O sentido do movimento de rotação de todos os planetas, com exceção de Vênus e Urano, também é anti-horário.[41] O fato da maior parte dos planetas girar e orbitar no mesmo sentido não é coincidência. Na verdade, como todos os objetos se originaram de uma mesma nuvem que girava em uma só direção, o Sol, os planetas e os demais corpos herdaram esse movimento. As causas pelas quais alguns corpos não se movem na mesma direção dos demais são provavelmente colisões que aconteceram na época da formação do Sistema Solar.[42]

Leis de Kepler e Newton e a relatividade de Einstein

Desde os tempos da Grécia Antiga, os cientistas tinham um desejo de estabelecer uma ordem numérica para a distribuição e movimento dos corpos celestes. Johannes Kepler acreditava no modelo heliocêntrico de Copérnico e que os números e a geometria poderiam ser utilizados para explicar o espaçamento das órbitas plantárias. Por isso construiu diversos modelos geométricos para descrever as distâncias dos planetas ao Sol e seus movimentos. Com isso, criou três leis de movimento palentário que se aproximavam bastante dos dados observados. A primeira delas diz que um planeta tem uma órbita elíptica em torno do Sol, que está em um de seus focos; a segunda fala sobre o raio das órbitas que varre áreas iguais em intervalos de tempos iguais e a terceira descreve a relação entre a distância do planeta ao Sol e seu período orbital. Essas leis surgiram de forma empírica, pois Kepler não sabia explicar por que os planetas obedeciam essas leis.[43]

Somente no século XVII, com os estudos de Isaac Newton que descobriu-se a razão pela qual os planetas se mantêm em suas órbitas. A lei da gravitação universal, que diz que a força gravitacional é diretamente proporcional ao produto das massas de dois corpos e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles permitiu provar que as leis descritas por Kepler eram só uma consequência da força gravitacional que regia os corpos no Universo. Com isso, constatou-se que a influência mútua dos planetas não permitia que as órbitas fossem fixas, mas que tinham um movimento chamado de precessão, mais facilmente verificável na órbita de Mercúrio. Contudo, observações mais acuradas mostraram que a precessão de Mercúrio é maior do que a prevista pela lei da gravitação de Newton. A solução foi dada somente anos depois com a relatividade geral de Einstein. Hoje sabe-se que os movimentos dos corpos são muito mais complexos do que se pensava, pois são influenciados pela distorção que a gravidade causa no espaço-tempo, por exemplo. Contudo, as leis de Newton ainda fornecem uma boa aproximação sobre os movimentos planetários.[44][45]

Ressonância nas luas de Júpiter, quando duas delas se alinham.

Ressonância

Ver artigo principal: Ressonância orbital

Um fenômeno importante que influencia o movimento dos planetas é a ressonância, que consiste numa relação numérica simples entre períodos, que podem ser tanto de rotação quanto de translação. Um dos exemplos mais simples é a ressonância entre a rotação e a translação da Lua, que é de 1:1. Isso significa que o período do moviento de translação é igual ao período do movimento de rotação. Netuno e Plutão estão numa ressonância 3:2, o que significa que enquanto Netuno completa três voltas em torno do Sol, Plutão completa duas. Entrentanto, os mais notáveis desses exemplos se encontram nos sistemas de satélites naturais dos planetas gigantes, especialmente o de Júpiter. Três das maiores luas do planeta estão em ressonância, mas sempre se alinham em duas de cada vez, mas nunca as três. Em Saturno, as perturbações causadas por ressonâncias fazem com que surjam lacunas nos anéis do planeta, como a divisão de Cassini. O encontro de dois corpos massivos faz com que ocorra um puxão gravitacional, ou seja, a gravidade dos corpos age junta, o que pode influenciar a órbita não só deles próprios, mas também a dos outros corpos próximos.[46]

Deslocamento do centro de massa do Sistema Solar.
Movimento de dois corpos em torno do centro de massa.

Centro de massa e momento angular

O centro de massa do Sistema Solar não se localiza exatamente no centro do Sol. Por conta da existência dos planetas e outros objetos que estão em contínuo movimento, o baricentro também muda constantemente de posição. O maior planeta do Sistema Solar, Júpiter, também é responsável por causar maior parte desse deslocamento. Por si só, já é capaz de mover o centro de massa para fora do Sol. Por vezes é realmente isso que acontece, o centro de massa se desloca para fora da estrela. Isso faz com que o movimento do próprio Sol seja alterado, já que na verdade todos os corpos giram em torno do centro de massa.[47] [48]

Apesar do Sol conter a maioria da massa do Sistema Solar, a maior parte do momento angular, que é a quantidade de movimento associada a um corpo que executa um movimento circular, está concentrada principalmente em Júpiter, que responde por mais de sessenta por cento desse movimento. De fato o momento angular do Sol é de apenas 0.3% e os planetas gigantes respondem por mais de 99% dessa energia. A Terra e os outros planetas interiores tem momento angular desprezível comparado com o dos outros corpos. Ainda permanece um mistério a razão pela qual o Sol perdeu seu momento angular já que, de acordo com as teorias de formação do Sistema Solar, o astro girava muito mais rapidamente mas, por algum motivo, perdeu essa energia. Acredita-se que o principal responsável por essa perda de momento angular seja o vento solar que, quando era ejetado da estrela, levava consigo boa parte da energia do movimento.[49]

Movimento aparente dos planetas

A palavra planeta, que vem da expressão grega asteres planetai que significa "estrelas errantes", por conta do movimento irregular que alguns astros executavam no céu em relação às estrelas fixas. Sabe-se hoje que esses cinco objetos, que são Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno são planetas que apresentam movimentos próprios, e são classificados em planetas inferiores e superiores, de acordo com a posição de sua órbita em relação à da Terra.[50]

Diagrama do movimento de Vênus no céu.

Planetas inferiores

Mercúrio e Vênus, também chamados de planetas inferiores, são os únicos cujas órbitas são mais próximas do Sol em relação à da Terra. Com isso, esses planetas sempre estão perto do Sol, oscilando entre os lados desse astro, por isso só são vistos da Terra pouco depois do pôr-do-sol e algumas horas antes da alvorada.[51] Por vezes esses planetas passam entre a Terra e o Sol, o que é chamado de conjunção inferior. Continuando sua órbita, o planeta move-se para oeste do Sol, fazendo com que seja visível, agora, antes do nascer-do-sol no horizonte leste. O ângulo entre o planeta e o Sol visto da Terra (enlongação) vai aumentando cada vez mais até um limite, a enlongação máxima a oeste, quando parece que o planeta está mais afastado do Sol. Logo depois, a enlongação vai diminuindo novamente até que o planeta passa atrás do Sol, o que caracteriza uma conjunção superior. Seguindo sua órbita, o planeta surge agora do lado leste do Sol, tornando-se visível logo depois do pôr-do-sol. Mais uma vez a enlongação vai aumentando até que o planeta atinge a enlongação máxima a leste. Posteriormente a enlongação vai diminuindo novamente, até que acontece uma nova conjunção inferior, e o ciclo se repete.[52]

A medida que se move em torno do Sol, Mercúrio e Vênus passam por um ciclo de fases, por isso seu brilho e tamanho aparente varia consideravelmente de acordo com a distância e posição do planeta em relação à Terra. Na conjunção inferior, por exemplo, o tamanho aparente do planeta é máximo, mas o brilho é mínimo. Se o alinhamento do planeta entre o Sol e a Terra for perfeito durante uma conjunção inferior, acontece um trânsito, ou seja, o planeta passa na frente do disco solar. Os trânsitos de Mercúrio são relativamente comuns, mas os de Vênus, por outro lado, são bem mais raros.[53]

Esquema do movimento retrógrado.

Planetas superiores

Os planetas superiores são aqueles cujas órbitas são mais afastadas do Sol em relação à da Terra. Com isso, nosso planeta por vezes fica entre um planeta superior e o Sol, o que é chamado de oposição. Quando isso acontece, é a melhor oportunidade para observação desses objetos celestes porque seu tamanho aparente é o maior possível e a face visível do planeta está completamente iluminada. A medida que a Terra se move, cria-se a impressão de que o planeta segue no horizonte leste em direção ao Sol até que ele passa atrás da estrela, criando uma conjunção superior. Depois que isso acontece, o planeta surge novamente no horizonte oeste e vai ficando cada vez mais alto no horizonte a cada dia, ou seja, sua enlongação vai aumentando, até que novamente acontece uma oposição.[54]

Durante a maior parte desse período, os planetas superiores movem-se em direção oeste-leste no céu, o que é chamado de movimento direto. Contudo, próximo ao período da oposição, o planeta faz um movimento aparente de loop e começa a se mover em direção contrária, o que é chamado de movimento retrógrado aparente. Isso acontece por causa das diferenças das órbitas da Terra e dos planetas superiores; como a Terra move-se mais rapidamente, ela "passa na frente" em relação aos outros planetas, dando a impressão que estes estão voltando.[55][54]

Limites e localização

É difícil estabelecer uma fronteira que delimite onde termina o Sistema Solar e começa o espalo interplanetário. Algumas possíveis possibilidades, como a intensidade da luz e da gravidade do Sol não são muito viáveis, pois seu alcance é, pelo menos teoricamente, infinito. Contudo, os cientistas definiram que o Sistema Solar termina onde acaba a influência do vento solar, que forma uma espécie de bolha chamada heliosfera.[56]

Heliosfera

Ver artigo principal: Heliosfera
Corrente heliosférica difusa causada pelo fluxo de partículas do vento solar.

A heliosfera é a região do espaço dominada pelo plasma e pelo campo magnético do Sol. Essa região tem o formato de uma bolha, contudo um lado é mais curto, que se estende por mais de 150 unidade astronômicas a partir da estrela, por conta da ação do vento interestelar. O outro lado mais comprido pode se estender por centenas ou mesmo milhares de unidades astronômicas.[57] O vento solar é uma corrente de particulas que deixam o Sol em todas as direções com velocidades superiores a 1.5 milhões de quilômetros por hora. O motivo pelo qual essas partículas são ejetadas com velocidades tão grandes é desconhecido.[58] Contudo, o vento solar não se propaga de forma uniforme, mas se propaga em correntes de maior e menor intensidade que formam ondas que permeiam toda a heliosfera. Essa corrente, chamada de corrente heliosférica difusa é causada pelas mudanças periódicas da polaridade do Sol, que alteram o fluxo dessas partículas através de todo o Sistema Solar.[59]

Representação da helisofera.

Entretanto, existe uma região chamada de choque terminal, onde as partículas do vento solar são consideravelmente desaceleradas por conta da influência do meio interestelar. Com isso, o plasma é comprimido e se torna muito mais quente.[60] Atualmente somente duas sondas atravessaram essa região, a Voyager 1 e a Voyager 2, que fizeram medições que mediram a distância dessa região ao Sol de 94 unidades astronômicas e 83.7 unidades astronômicas, respectivamente. Essa diferença provavelmente é causada pela assimetria da bolha, que possui menor volume na parte sul.[61] As partículas continuam avançando por uma região chamada de heliosheath, onde o vento continua aquecido e avança até um certo ponto, quando não mais consegue se mover por causa das partículas do meio interestelar. Esse limite é chamado de heliopausa e limita a área de ação do Sol no espaço. Nessa área existe ainda uma espécie de arco de choque resultante da colisão do vento solar com as partículas do meio interestelar.[59]

Nuvem interestelar local.

Contexto local

O Sol e consequentemente todos os corpos do Sistema Solar movem-se através de uma região do espaço conhecida como nuvem interestelar local, uma região formada de gases do meio interestelar. Essa nuvem não é uniforme e apresenta áreas com maior ou menor densidade de partículas, além de um movimento próprio em diversas direções. Atualmente o Sol segue em direção a uma das áreas com baixa densidade em relação aos seus arredores, chamada de bolha local. Segundo estimativas, o Sol deve atravessar essa nuvem estelar nos próximos dez mil anos. Pouco se sabe sobre essa região do espaço e como ela afeta o Sol e a Terra. O fluxo da nuvem interestelar, por sua vez, é influencidado pela associação Scorpius-Centaurus, uma região de formação de estrelas a algumas centenas de anos-luz de distância.[62][63][64] Entre 450 e 1500 anos-luz do Sol se encontra a Nebulosa de Gum, o remanescente de supernova mais próximo de nós.[65] Outro objeto celeste relativamente próximo do Sistema Solar é a Nebulosa de Órion, a cerca de 1 500 anos-luz, onde é intensa a formação de estrelas, o que fornece pistas para o estudo da formação estelar.[66]

A estrela mais próxima do Sistema Solar é a estrela vermelha Próxima Centauri, uma dos três componentes do sistema estelar Alpha Centauri, cujo componente principal, Alpha Centauri A é a terceira estrela mais brilhante do céu, visível no hemisfério sul. Encontram-se a cerca de 4.3 anos luz de distância do Sistema Solar. Orbitanto a segunda maior estrela do sistema, Alpha Centauri B, que é parecida com o Sol em tamanho e brilho, foi descoberto um planeta de tamanho um pouco maior que o da Terra, o mais próximo planeta extrasolar conhecido.[67] Outra estrela próxima é a estrela de Barnard, muito pequena e visível somente com telescópio. Sirius, a estrela mais brilhante vista da Terra (depois do Sol), está a 8.6 anos-luz de distância. Boa parte das estrelas nas proximidades do Sistema Solar formam sistemas com duas ou mais estrelas. Num raio de treze anos-luz a partir do sol, existem 25 sistemas estelares, alguns deles com componentes ainda não descobertos por causa do brilho muito fraco, de acordo com estimativas.[68]

Localização na Via Láctea.

Contexto galáctico

O Sistema Solar está localizado no Braço de Órion (ou braço local) que é na verdade uma mera conexão entre o Braço de Perseus e o Braço de Sagitário, bem mais desenvolvidos, que fazem parte da Via Láctea, uma galáxia espiral. O Sol está localizado entre 26 e 28 mil anos-luz do centro da galáxia. Como estamos dentro da galáxia, vemos seu plano como uma faixa brilhante percorrendo todo o céu, sendo que seu centro se localiza na constelação de Sagitário. A Via Láctea possui cerca de cem mil anos-luz de diâmetro, com pelo menos 200 bilhões de estrelas, embora estimativas recentes estimam mais de 400 bilhões desses objetos[nota 9] e seus planetas, além de milhares de aglomerados estelares e nebulosas. Nos braços da galáxia encontram-se as estrelas mais jovens, a matéria intelestelar e nebulosas difusas, enquanto na parte central existem majoritariamente aglomerados de estrelas velhas.[69] As estrelas de toda a galáxia orbitam em torno do centro galáctico, mas com períodos diferentes. A velocidade de rotação do Sistema Solar é de cerca de cerca de 828 mil quilômetros por hora, por isso são necessários cerca de 225 milhões de anos para completar uma volta, o que caracteriza um ano galáctico. Estima-se que o Sol completou esse trajeto somente vinte vezes desde sua formação.[70][71]

Nossa galáxia pertence a um grupo esparso chamado de Grupo Local, composto por três grandes e cerca de trinta galáxias menores. A mais extensa do grupo é a Galáxia de Andrômeda, que está a cerca de 2.9 milhões de anos-luz de nós, porém, de acordo com estudos, a Via Láctea possui mais massa. A mais próxima galáxia é a Galáxia Anã Elíptica de Sagitário, seguida pela Grande e Pequena Nuvem de Magalhães, sendo que as três são galáxias satélite da Via Láctea.[69]

Uma série de cinco mapas estelares que mostram a localização da Terra no Sistema Solar, do Sol na vizinhança, na área próxima da via Láctea, e no local do grupo de Galáxias, e no supercluster de galáxias.

Galeria

Sumário visual composto por imagens centradas de alguns astros do sistema solar, seleccionadas pelo tamanho e detalhe e ordenadas pelo volume dos corpos. O Sol é aproximadamente 10.000 vezes maior e 41 triliões de vezes mais volumoso que o objecto mais pequeno exposto, Prometeu.

Sistema Solar
Ficheiro:TheSun.png
Sol Júpiter Saturno Urano Neptuno Terra Vénus
Marte Ganímedes Titã Mercúrio Calisto Io Lua
Europa Tritão Titânia Réia Oberon Jápeto Umbriel
Ficheiro:Ariel-NASA.jpg
Ariel Dione Tétis Vesta Encélado Miranda Proteu
Mimas Hipérion Fobos (satélite) Jano Amalteia Epimeteu Prometeu

Ver também

Notas

  1. De acordo com a escala longa, esse valor equivale a 4 500 milhões de anos
  2. De acordo com a escala longa, este valor equivale a 4 440 milhões de anos.
  3. Júpiter não se moveu porque sua massa é muito maior comparada com a dos outros planetas. Saturno, Urano e Netuno, por causa das massas menores, não se mantinham estáveis quando ocorria a passagem de outros corpos, por isso se moveram para uma órbita mais distante em relação ao Sol devido à influência desses corpos que passavam.
  4. De acordo com a escala longa, esse valor equivale a 3 900 milhões de anos
  5. Uma unidade astronômica equivale à distância média da Terra ao Sol, ou seja, 150 milhões de quilômetros.
  6. De acordo com a escala longa, este valor equivale a um bilião de corpos de gelo.
  7. De acordo com a escala longa, existem entre 0.1 a 2 biliões de corpos gelados na Nuvem de Oort.
  8. A parte norte do Sistema Solar refere-se à metade que está imediatamente acima do polo norte da Terra, ou seja, como se o Sol e os planetas fossem vistos a uma grande altitude logo acima do hemisfério sententrional da Terra.
  9. De acordo com a escala longa, este valor é equivalente a 200 mil milhões e a 400 mil milhões de estrelas na Via Láctea.

Referências

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