Megalodonte: diferenças entre revisões

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{{Info/Taxonomia
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| imagem_legenda =Modelo das mandíbulas do megalodonte no [[Museu Americano de História Natural]]
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| binomial_autoridade =([[Louis Agassiz|Agassiz]], 1843)<ref name="um">[[Louis Agassiz|Agassiz, Louis]] (1843). "[https://archive.org/details/recherchessurles01agas Recherches sur les poissons fossiles]". Neuchatel: Petitpierre. p. [https://archive.org/details/recherchessurles01agas/page/41 41].</ref>
| género = ''[[Carcharodon]]'' ou ''[[Carcharocles]]''
| sinônimos ={{collapsible list|title=Lista de sinônimos|{{collapsible list|title='''Gênero ''Carcharias'''''|
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| binomial_autoridade = [[Louis Agassiz|Agassiz]], 1843
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| sinônimos_ref =<ref>"[http://shark-references.com/species/view/Otodus-Megaselachus-megalodon Otodus (Megaselachus) megalodon (Agassiz, 1837)]". ''sharkreferences.com''. Acessado em 24 de outubro de 2017.</ref><ref>Eastman, C. R. (1904). "[https://books.google.com/books?id=8XNGAAAAYAAJ&pg=PA82 Maryland Geological Survey]". '''2'''. Baltimore, Maryland: Johns Hopkins University. p. 82.</ref><ref name="quatro">Cappetta, H. (1987). "Mesozoic and Cenozoic Elasmobranchii". ''Handbook of Paleoichthyology''. '''3B'''. Munique, Alemanha: Friedrich Pfeil. {{ISBN|978-3-89937-046-1}}. {{OCLC|829906016}}.</ref><ref>Hay, O. P. (1901). "[https://books.google.com/books?id=ZmqWKhTAeqYC&pg=PA308 Bibliography and Catalogue of the Fossil Vertebrata of North America]". ''Bulletin of the United States Geological Society'' (179): 308.</ref>
}}
}}
{{Wikispecies|Carcharodon megalodon}}
'''''Carcharocles''''' (ou '''''Carcharodon''''') '''''megalodon''''' (também denominado '''megalodonte''' ou '''tubarão branco-gigante''') foi uma espécie de [[tubarão]] gigante que viveu entre 23 e 2,6 milhões de anos atrás no [[Mioceno|período Mioceno]] no [[Oceano Pacífico]].<ref>{{citar web|url=http://www.avph.com.br/megalodonte.htm|título=Megalodonte - Carcharodon megalodon|website=www.avph.com.br}}</ref>


'''Megalodonte''' ({{IPA-pt|mɛɡɐlɔˈdõt(ə)}})<ref>"[https://www.infopedia.pt/%24megalodonte Megalodonte]". ''Dicionários [[Porto Editora]]''. [[Infopédia]]. Acessado em 22 de junho de 2020.</ref> {{NC|Carcharocles megalodon}}, que significa "dente grande", é uma [[espécie]] [[extinta]] de [[tubarão]] que viveu há aproximadamente 23 a 3,6 milhões de anos, durante o [[Mioceno|Mioceno Inferior]] ao [[Plioceno]].<ref>"[https://www.sciencedaily.com/releases/2019/02/190213081637.htm Giant 'megalodon' shark extinct earlier than previously thought]". ''Science Daily''. Acessado em 13 de fevereiro de 2019.</ref> Antigamente se pensava ser um membro da [[Família (biologia)|família]] [[Lamnidae]] e um parente próximo do [[tubarão-branco]] (''Carcharodon carcharias''). No entanto, atualmente é classificado na família extinta [[Otodontidae]], que [[Especiação|divergiu]] da do tubarão-branco durante o [[Cretáceo Inferior]]. Sua colocação de gênero ainda é debatida, com alguns autores colocando-o em ''Carcharocles'', ''Megaselachus'', ''Otodus'' ou ''Procarcharodon''. Isso ocorre porque [[fósseis de transição]] foram encontrados mostrando que o megalodonte é a [[cronoespécie]] final de uma linhagem de tubarões gigantes originalmente do gênero ''Otodus'' que evoluíram durante o [[Paleoceno]].
Os [[dente]]s são em muitos aspectos similares aos do [[tubarão-branco]] atual (''Carcharodon carcharias''), mas com um tamanho que pode superar os 17 centímetros de comprimento,<ref>{{citar web|url=http://universoracionalista.org/carcharodon-megalodon-o-terror-dos-mares-pre-historicos/|título=Carcharodon megalodon, o terror dos mares pré-históricos - Universo Racionalista|primeiro =Aryel|último =Goes|data=12 de julho de 2014|website=universoracionalista.org}}</ref> pelo que se pode considerar a existência de um estreito parentesco entre as espécies. No entanto, alguns investigadores opinam que as similitudes entre os dentes de ambos os animais são produto de um processo de [[evolução convergente]]. Por causa de seus grandes dentes que o nomearam Megalodonte que significa "dente enorme".<ref>{{citar web|url=http://mundoanimaleeu.blogspot.com/2007/09/megalodonte.html|título=Mundo Animal: Megalodonte|primeiro =|último =Brasil|website=mundoanimaleeu.blogspot.com}}</ref>


Embora seja considerado como um dos maiores e mais poderosos predadores que já existiram, o megalodonte é conhecido a partir de vestígios fragmentários, e por isso sua aparência e tamanho máximo são incertos. Os cientistas divergem quanto à uma aparência de uma versão mais robusta do tubarão-branco, do [[tubarão-frade]] (''Cetorhinus maximus'') ou do [[tubarão-tigre]] (''Carcharias taurus''). A maioria das estimativas de tamanho do megalodonte extrapolam dos dentes; com comprimento máximo estimado em até 18 [[metros]] (59 [[pés]]) e comprimento médio estimado em 10,5 metros (34 pés). As estimativas sugerem que suas grandes mandíbulas poderiam exercer uma força de mordida de até 110 000 a 180 000 [[newtons]] (25 000 a 40 000 [[libras-força]]).<ref name="sete">Wroe, S.; Huber, D. R.; Lowry, M.; McHenry, C.; Moreno, K.; Clausen, P.; Ferrara, T. L.; Cunningham, E.; Dean, M. N.; Summers, A. P. (2008). "[http://www.bio-nica.info/Biblioteca/Wroe2008GreatWhiteSharkBiteForce.pdf Three-dimensional computer analysis of white shark jaw mechanics: how hard can a great white bite?]". ''Journal of Zoology''. '''276''' (4): 336–342. {{doi|10.1111/j.1469-7998.2008.00494.x}}.</ref> Seus dentes eram grossos e robustos, preparados para agarrar presas e quebrar ossos.
O tamanho desta criatura era entre 10 e 18 metros, com uma massa que podia chegar as 50 toneladas. Em algumas primeiras reconstituições ultrapassadas, possuíam comprimentos que podiam chegar aos 30 metros, mas sabe-se hoje que o megalodonte provavelmente não ultrapassava os 20 metros.


O megalodonte provavelmente causou um grande impacto na estrutura de [[Vida marinha|comunidades marinhas]]. O registro fóssil indica que tinha uma [[distribuição cosmopolita]]. Provavelmente visava presas grandes, como [[baleias]], [[foca]]s e [[tartarugas-marinhas]]. Os juvenis habitavam águas costeiras quentes e se alimentavam de peixes e pequenas baleias. Ao contrário do tubarão-branco, que ataca presas da parte macia inferior, o megalodonte provavelmente usava suas mandíbulas fortes para romper a cavidade torácica e perfurar o coração e os pulmões de suas presas.
Em [[1995]], foi feita uma proposta para mover a espécie para um novo género, ''[[Carcharocles]]''. Esta questão ainda não está de todo resolvida. Muitos [[Paleontologia|paleontólogos]] defendem a inclusão no género ''Carcharocles'', que inclui outras três espécies, enquanto outros mantêm a conexão com o tubarão-branco e incluem ambos os animais no género ''[[Carcharodon]]''. Os defensores de ''Carcharocles'' opinam que o ancestral mais provável do megalodonte foi a espécie ''[[Otodus obliquus]]'', do [[Eoceno]], enquanto o tubarão-branco descenderia da espécie ''[[Isurus hastalis]]''.


Ele enfrentava competição com cetáceos predadores de baleias, como ''[[Livyatan]]'' e outros cachalotes macropredadores e possivelmente de [[orca]]s ancestrais menores. Como o tubarão preferia águas mais quentes, acredita-se que o resfriamento oceânico associado ao início das [[eras glaciais]], combinado à redução do nível do mar e à consequente perda de áreas adequadas de viveiro, também possa ter contribuído para seu declínio. Uma redução na diversidade de misticetos e uma mudança em sua distribuição para regiões polares pode ter reduzido a principal fonte de alimento do megalodonte. Um estudo de 2019 analisou evidências mais recentes sugerindo que a concorrência do tubarão-branco moderno também pode ter contribuído para a extinção do megalodonte, juntamente com a fragmentação da variação, resultando em uma extinção gradual e assíncrona como resultado do resfriamento dos oceanos há cerca de 3,6 a 4 milhões de anos, muito mais cedo do que se pensava anteriormente.<ref name="oito">Boessenecker, R. W.; Ehret, D. J.; Long, D. J.; Churchill, M.; Martin, E.; Boessenecker, S. J. (2019). "[https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6377595 The Early Pliocene extinction of the mega-toothed shark Otodus megalodon: a view from the eastern North Pacific]". ''PeerJ''. '''7''': e6088. {{doi|10.7717/peerj.6088}}. {{PMC|6377595}}.{{free access}} {{PMID|30783558}}.</ref> A extinção do megalodonte pareceu afetar outros animais; por exemplo, o tamanho das baleias aumentou, após seu desaparecimento.
Acredita-se que os megalodontes adultos se alimentavam de [[baleia]]s e que se extinguiram quando os mares polares se tornaram demasiado frios para a sua sobrevivência, permitindo que as baleias pudessem prosperar durante o [[verão]].


==Taxonomia==
== Descoberta e taxonomia ==
De acordo com relatos da época do [[Renascimento]], acreditava-se que gigantescos dentes fósseis triangulares, muitas vezes encontrados incrustados em formações rochosas, pertenciam a [[dragão|dragões]] e [[cobra]]s.{{Carece de fontes}} Esta interpretação foi corrigida em 1667 pelo naturalista dinamarquês [[Nicolaus Steno]], que os reconheceu como dentes de tubarão. Ele produziu uma famosa representação de uma cabeça de tubarão com os tais dentes. Steno descreveu suas descobertas no livro ''The Head of a Shark Dissected'', que também continha uma ilustração de um dente de ''C. megalodon''.


===Nomeação===
O naturalista suíço [[Louis Agassiz]] foi quem deu ao tubarão seu primeiro nome científico, ''Carcharodon megalodon'', em 1835, em seu trabalho de pesquisa ''Recherches sur les poissons fossiles'' ("Pesquisa sobre peixes fósseis", em tradução livre), concluído em 1843. Os dentes do megalodonte são morfologicamente semelhantes aos dentes do tubarão branco. Com base nesta observação, Agassiz categorizou a espécie dentro do gênero ''[[Carcharodon]]''. Embora o nome científico seja ''C. megalodon'', é muitas vezes informalmente apelidado de "tubarão-branco-gigante" ou "tubarão-monstro".{{Carece de fontes}}


[[Imagem:Stenoshark.jpg|thumb|200px|left|Representação da cabeça de um tubarão por [[Nicolas Steno]] em sua obra ''The Head of a Shark Dissected'' [A Cabeça de um Tubarão Dissecada] ]]
== Estratégias de alimentação ==
Tubarões muitas vezes empregam estratégias de caça complexas para pegar presas de grande porte. Alguns [[paleontólogos]] sugerem que as estratégias de caça do grande [[tubarão-branco]] podem oferecer pistas de como o grande megalodonte poderia ter caçado presas extraordinariamente grandes, como [[baleias]]. No entanto, a evidência fóssil sugere que ''C. megalodon'' era mais eficaz nas estratégias para capturar grandes presas em comparação com as estratégias empregadas pelo grande tubarão-branco. Os paleontólogos têm realizado um levantamento de fósseis para determinar os padrões de ataque do ''C. megalodon'' com as presas.


Segundo relatos da [[Renascença]], acreditava-se que gigantescos fósseis triangulares frequentemente encontrados em formações rochosas eram as línguas petrificadas, ou glossópetra, de [[dragões]] e [[cobra]]s. Essa interpretação foi corrigida em 1667 pelo [[naturalista]] dinamarquês [[Nicolas Steno]], que os reconheceu como dentes de [[tubarão]], o que produziu uma famosa representação da cabeça de um tubarão com esses dentes. Ele descreveu suas descobertas no livro ''The Head of a Shark Dissected'' [A Cabeça de um Tubarão Dissecada], que também continha uma ilustração de um dente de megalodonte.<ref>Haven, Kendall (1997). "[https://books.google.com/books?id=4ANALQiCje4C&pg=PA25 100 Greatest Science Discoveries of All Time]". Westport, Connecticut: Libraries Unlimited. pp. 25–26. {{ISBN|978-1-59158-265-6}}. {{OCLC|230807846}}.</ref><ref>Hsu, Kuang-Tai (2009). "[https://books.google.com/books?id=4gGAgHcKX6YC&pg=PA93 The Path to Steno's Synthesis on the Animal Origin of Glossopetrae]". In: Rosenburg, G. D. (ed.). ''The Revolution in Geology from the Renaissance to the Enlightenment''. '''203'''. Boulder, Colorado: Geological Society of America. {{ISBN|978-0-8137-1203-1}}. {{OCLC|608657795}}.</ref><ref>Eilperin, J. (2012). ''[https://books.google.com/books?id=T-AoDwAAQBAJ&pg=PA43 Demon Fish]''. Pantheon Books. p. 43. {{ISBN|978-0-7156-4352-5}}.</ref>
Durante o [[Plioceno]], cetáceos muito grandes e avançados desapareceram. O megalodonte aparentemente era mais refinado com suas estratégias de caça para lidar com estas grandes baleias. Numerosos ossos fossilizados de nadadeiras (ou seja, segmentos das barbatanas peitorais), e vértebras caudais de grandes baleias do Plioceno foram encontradas com marcas de mordida que foram causados ​​por ataques de megalodonte. Esta evidência paleontológica sugere que o megalodonte tentava imobilizar uma grande baleia rasgando ou mordendo suas estruturas de propulsão antes de matar e se alimentar dela.


O naturalista suíço Louis Agassiz deu a este tubarão seu nome científico inicial, ''Carcharodon megalodon'', em sua obra ''Recherches sur les poissons fossiles'' [Pesquisa de fósseis de peixes], de 1843, com base em restos de dentes.<ref name="um"/><ref name="doze">Nyberg, K. G.; Ciampaglio, C. N.; Wray, G. A. (2006). "Tracing the ancestry of the great white shark, ''Carcharodon carcharias'', using morphometric analyses of fossil teeth". ''Journal of Vertebrate Paleontology''. '''26''' (4): 806–814. {{doi|10.1671/0272-4634(2006)26[806:TTAOTG]2.0.CO;2}}.</ref> O [[paleontólogo]] inglês [[Edward Charlesworth]], em seu artigo de 1837, usou o nome ''Carcharias megalodon'', citando Agassiz como autor, indicando que Agassiz descreveu a espécie antes de 1843. O paleontólogo inglês [[Charles Davies Sherborn]] em 1928 listou uma série de artigos de 1835 por Agassiz como a primeira descrição científica do tubarão.<ref>Keyes, I. W. (2012). "New records of the Elasmobranch ''C. megalodon'' (Agassiz) and a review of the genus ''Carcharodon'' in the New Zealand fossil record". ''New Zealand Journal of Geology and Geophysics''. '''15''' (2): 229. {{doi|10.1080/00288306.1972.10421956}}.</ref> O [[nome específico]] ''megalodon'' se traduz em "dente grande". Em [[grego antigo]]: μέγας (''mégas'') significa "grande, poderoso"; e ὀδούς (''odoús'') quer dizer "dente".<ref>Liddell, Henry George; Scott, Robert. "[http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus:text:1999.04.0057:entry=me/gas μέγας]". ''[[A Greek–English Lexicon]]'' no [[Perseus Project]].</ref><ref>Liddell, Henry George; Scott, Robert. "[http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus:text:1999.04.0057:entry=o)dou/s ὀδούς]". ''[[A Greek–English Lexicon]]'' no [[Perseus Project]].</ref> Os dentes do megalodonte são morfologicamente semelhantes aos do [[tubarão-branco]] (''Carcharodon carcharias'') e, com base nessa observação, Agassiz atribuiu o tubarão ao gênero ''Carcharodon''.<ref name="doze"/> Embora “megalodonte” seja um nome coloquial para o tubarão, ele também é informalmente referido como "tubarão-branco gigante",<ref name="dezesseis">Augilera, Orangel A.; García, Luis; Cozzuol, Mario A. (2008). "Giant-toothed white sharks and cetacean trophic interaction from the Pliocene Caribbean Paraguaná Formation". ''Paläontologische Zeitschrift''. '''82''' (2): 204–208. {{doi|10.1007/BF02988410}}. {{ISSN|0038-2353}}.</ref> "megatubarão",<ref>"[https://g1.globo.com/google/amp/natureza/noticia/2018/08/11/megatubarao-o-que-e-verdade-sobre-tubaroes-pre-historicos.ghtml 'Megatubarão': o que é verdade sobre tubarões pré-históricos | Natureza | G1]" (11 de agosto de 2018). ''g1.globo.com''. Acessado em 22 de junho de 2020.</ref> "tubarão de megadentes", "tubarão de dentes grandes" ou "Meg".<ref name="dezessete">Renz, Mark (2002). "[https://books.google.com/books?id=cMRe5GmDXmUC Megalodon: Hunting the Hunter]". Lehigh Acres, Flórida: PaleoPress. pp. 1–159. {{ISBN|978-0-9719477-0-2}}. {{OCLC|52125833}}.</ref>{{rp|4}}
Os megalodontes jovens não eram grandes o bastante para atacar baleias. Os dentes dos jovens eram geralmente encontrados em águas rasas, sugerindo que estes grandes tubarões viviam perto das costas. E com isso eles provavelmente deveriam ter caçado peixes de grande porte e pequenos mamíferos, como o ''[[Odobenocetops]]''.


Em 1881 havia uma descrição aparente do tubarão, classificando-o como ''Selache manzonii''.<ref>Lawley, R. (1881). "''Selache manzonii'' n. sp. – Dente Fossile délia Molassa Miocenica del Monte Titano (Repubblica di San Marino)". ''Atti della Società Toscana di Scienze Naturali''. '''5''': 167–172.</ref>
== Fósseis ==
''C. megalodon'' é representado no registro [[fóssil]] principalmente pelos seus dentes e centra vertebral. Como acontece com todos os outros tubarões, seu esqueleto era formado por cartilagem em vez de ossos propriamente ditos.


===Evolução===
Os fósseis mais comuns de megalodontes são seus [[dentes]]. Seus dentes têm: forma triangular, estrutura robusta, são de grande porte, serrilha boa e são em forma de "V". Os dentes deste tubarão podem medir mais de 180mm de altura (ou comprimento, quando inclinado na diagonal) e são maiores do que os de qualquer outra espécie de [[tubarão]] conhecida.


{{cladograma|align=right|cladograma={{clade
Os fósseis de ''C. megalodon'' foram escavados em muitos lugares do mundo, incluindo [[Brasil]], [[Europa]], [[América do Norte]], [[América do Sul]], [[Porto Rico]], [[Cuba]], [[Jamaica]], [[Austrália]], [[Nova Zelândia]], [[Japão]], [[África]], [[Malta]], [[Granadinas]], [[Índia]] e [[Madagascar]]. Seus dentes também foram escavados em lugares enormes,por exemplo, o Rio São Francisco em [[Sergipe]].
|label1=[[Lamniformes]]
|1={{clade
|1={{clade
|1={{clade
|1=''[[Otodus obliquus]]''
|2='''''Carcharocles megalodon'''''}} }}
|2={{clade
|1=''[[Cosmopolitodus hastalis|Isurus hastalis]]''
|2=''[[Tubarão-branco|Carcharodon carcharias]]''}} }} }} |legenda=Relação entre o megalodonte e outros tubarões, incluindo o [[tubarão-branco]] (''Carcharodon carcharias'')<ref name="dezenove">Ehret D. J.; Hubbell G.; Macfadden B. J. (2009). "Exceptional preservation of the white shark ''Carcharodon'' from the early Pliocene of Peru". ''Journal of Vertebrate Paleontology''. '''29''' (1): 1–13. {{doi|10.1671/039.029.0113}}. {{JSTOR|20491064}}.</ref>}}


Embora os primeiros restos mortais do megalodonte tenham sido relatados como sendo do [[Chattiano|Oligoceno Superior]] há cerca de 28 milhões de anos,<ref>Yabe, H.; Goto, M.; Kaneko, N. (2004). "Age of ''Carcharocles megalodon'' (Lamniformes: Otodontidae): A review of the stratigraphic records". ''The Palaeontological Society of Japan''. '''75''': 7–15.</ref><ref name="vinte e um">Gottfried, M. D.; Fordyce, R. E. (2001). "[http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:MgxUX8ckLrYJ:www.thefossilforum.com/applications/core/interface/file/attachment.php%3Fid%3D270846+&cd=13&hl=en&ct=clnk&gl=us An associated specimen of Carcharodon angustidens (Chondrichthyes, Lamnidae) from the Late Oligocene of New Zealand, with comments on Carcharodon interrelationships]". ''Journal of Vertebrate Paleontology''. '''21''' (4): 730–739. {{doi|10.1671/0272-4634(2001)021[0730:AASOCA]2.0.CO;2}}.</ref> há discordância sobre quando ele surgiu, com datas que variam a tão cedo quanto 16 milhões de anos atrás.<ref name="vinte e dois">Pimiento, C.; MacFadden, B. J.; Clements, C. F.; Varela, S.; Jaramillo, C.; Velez-Juarbe, J.; Silliman, B. R. (2016). "[https://semanticscholar.org/paper/33f8fdc5db865749b334dba9dc3d0d8e15fb5b06 Geographical distribution patterns of Carcharocles megalodon over time reveal clues about extinction mechanisms]". ''Journal of Biogeography''. '''43''' (8): 1645–1655. {{doi|10.1111/jbi.12754}}.</ref> Pensa-se que o megalodonte se extinguiu por volta do final do [[Plioceno]], há cerca de 2,6 milhões de anos;<ref name="vinte e dois"/><ref name="vinte e três">Pimiento, C.; Clements, C. F. (2014). "[https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4206505 When Did ''Carcharocles megalodon'' Become Extinct? A New Analysis of the Fossil Record]". ''PLOS ONE''. '''9''' (10): e111086. {{Bibcode|2014PLoSO...9k1086P}}. {{doi|10.1371/journal.pone.0111086}}. {{PMC|4206505}}.{{free access}} {{PMID|25338197}}.</ref> alegando que os dentes de megalodonte são do [[Pleistoceno]], datas anteriores a 2,6 milhões de anos atrás são consideradas incertas.<ref name="vinte e três"/> Uma avaliação mais recente remonta a sua data de extinção ao Plioceno, há 3,6 milhões de anos.<ref name="oito"/>
Fósseis do megalodonte foram encontrados em diversos continentes.


O megalodonte é atualmente considerado um membro da [[Família (biologia)|família]] [[Otodontidae]], do gênero ''[[Carcharocles]]'', em oposição à sua classificação anterior em [[Lamnidae]], e do gênero ''Carcharodon''.<ref name="vinte e dois"/><ref name="vinte e três"/><ref name="vinte e quatro">Shimada, K.; Chandler, R. E.; Lam, O. L. T.; Tanaka, T.; Ward, D. J. (2016). "A new elusive otodontid shark (Lamniformes: Otodontidae) from the lower Miocene, and comments on the taxonomy of otodontid genera, including the 'megatoothed' clade". ''Historical Biology''. '''29''' (5): 1–11. {{doi|10.1080/08912963.2016.1236795}}.</ref><ref name="vinte e cinco">Pimiento, C.; Balk, M. A. (2015). "[https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4541548 Body-size trends of the extinct giant shark ''Carcharocles megalodon'': a deep-time perspective on marine apex predators]". ''Paleobiology''. '''41''' (3): 479–490. {{doi|10.1017/pab.2015.16}}. {{PMC|4541548}}.{{free access}} {{PMID|26321775}}.</ref> A classificação do megalodonte em ''Carcharodon'' deveu-se à semelhança dental com o tubarão-branco, mas a maioria dos autores atualmente acredita que isso se deve a uma [[evolução convergente]]. Nesse modelo, o tubarão-branco está mais intimamente relacionado ao extinto tubarão-mako-de-dentes-largos (''[[Isurus hastalis]]'') do que ao megalodonte, como evidenciado por uma dentição mais parecida entre esses dois tubarões; os dentes de megalodonte têm serrilhas muito mais finas do que as dos dentes do tubarão-branco. O tubarão-branco está mais intimamente relacionado ao [[tubarão-mako]] (''Isurus'' spp.), com um [[Ancestral comum mais recente|ancestral comum]] de em torno de 4 milhões de anos atrás.<ref name="doze"/><ref name="dezenove"/> Os proponentes do modelo anterior, em que o megalodonte e o tubarão-branco estão mais intimamente relacionados, argumentam que as diferenças entre a dentição são mínimas e obscuras.<ref name="vinte e seis">Klimley, Peter; Ainley, David (1996). "[https://books.google.com/books?id=2My8M5tL-KIC&pg=PA9 Evolution]". In: ''Great White Sharks: The Biology of Carcharodon carcharias''. San Diego, Califórnia: Academic Press. {{ISBN|978-0-12-415031-7}}. {{OCLC|212425118}}.</ref>{{rp|23–25}}
== Galeria ==
<gallery>
Ficheiro:VMNH megalodon.jpg|Impressão artística de um megalodonte perseguindo duas baleias do gênero ''[[Eobalaenoptera]]''.
Ficheiro:Stenoshark.jpg|A representação da cabeça de um tubarão por [[Nicolaus Steno]].
Ficheiro:Megalodon tooth ruler.jpg|Dente de megalodonte com altura inclinada na [[diagonal]] de mais de 170 [[mm]].
Ficheiro:Megalodon tooth with great white sharks teeth-3-2.jpg|Dente de megalodonte com dois dentes de tubarão-branco.
Ficheiro:Carcharodon megalodon.jpg|Reconstrução por [[Bashford Dean]] em [[1909]].
Ficheiro:Megalodon teeth.jpg|Reconstrução mostrando a posição dos dentes de substituição.
Ficheiro:Megalodon jaws on display at the National Baltimore Aquarium.jpg|[[Maxilar|Maxilares]] reconstruídos em exposição no [[National Aquarium in Baltimore]].
Ficheiro:Megalodon skeleton.jpg|Esqueleto reconstruído de megalodonte em exposição no [[Museu de Marinha Calvert]].
Ficheiro:Megalodon teeth.png|Coleção de dentes de megalodonte jovem de uma área de berçário provavelmente na Formação Gatun do [[Panamá]].
Ficheiro:Megalodon tooth great white shark teeth.jpg|Dois dentes de tubarão-branco (branco) em comparação com um único dente de megalodonte (preto). Uma [[moeda]] de 23 milímetros de largura mostra a [[escala]].
</gallery>


[[Imagem:Megalodon tooth with great white sharks teeth-3-2.jpg|200px|thumb|left|Dente de megalodonte com dois de [[tubarão-branco]]]]
{{Referências}}


Atualmente, o gênero ''Carcharocles'' contém quatro espécies: ''C. auriculatus'', ''C. angustidens'', ''C. chubutensis'' e ''C. megalodon''.<ref name="dezessete"/>{{rp|30–31}} A evolução dessa linhagem é caracterizada pelo aumento de serrilhas, alargamento da coroa dentária, desenvolvimento de um formato mais triangular e o desaparecimento das [[cúspide]]s laterais.<ref name="dezessete"/>{{rp|28–31}}<ref name="vinte e sete">Andres, Lutz (2002). "[http://www.fossilguy.com/topics/megshark/megshark.htm ''C. megalodon'' — Megatooth Shark, ''Carcharodon'' versus ''Carcharocles'']". ''fossilguy.com''. Acessado em 16 de janeiro de 2008.</ref> A evolução na morfologia dentária reflete uma mudança nas táticas de predação de uma mordida de agarrar para uma mordida cortante, o que provavelmente demonstra uma mudança na escolha das presas de peixes para cetáceos. As cúspides laterais foram finalmente perdidas em um processo gradual que levou aproximadamente 12 milhões de anos durante a transição entre ''C. chubutensis'' e ''C. megalodon''.<ref>Perez, V. J.; Godfrey, S. J.; Kent, B. W.; Weems, R. E.; Nance, J. R. (2019). "The transition between ''Carcharocles chubutensis'' and ''Carcharocles megalodon'' (Otodontidae, Chondrichthyes): lateral cusplet loss through time". ''Journal of Vertebrate Paleontology''. '''38''' (6): e1546732. {{doi|10.1080/02724634.2018.1546732}}.{{free access}}</ref> O gênero foi proposto por D. S. Jordan e H. Hannibal em 1923 para conter o ''C. auriculatus''. Na década de 1980, o megalodonte foi atribuído a ''Carcharocles''.<ref name="doze"/><ref name="dezessete"/>{{rp|30}} Antes disso, em 1960, o gênero ''Procarcharodon'' foi levantado pelo [[ictiólogo]] francês Edgard Casier, que incluía esses quatro tubarões e foi considerado separado do tubarão-branco. Agora é considerado um [[Sinonímia (taxonomia)|sinônimo júnior]] de ''Carcharocles''.<ref name="dezessete"/>{{rp|30}} O gênero ''Palaeocarcharodon'' foi levantado ao lado de ''Procarcharodon'' para constituir o início da linhagem e, no modelo em que o megalodonte e o tubarão-branco estão intimamente relacionados, representa seu último ancestral comum. Acredita-se que isso seja um [[Ajuste ecológico|beco sem saída evolutivo]] e não relacionado aos tubarões ''Carcharocles'' por autores que rejeitam esse modelo.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|70}}
== Bibliografia ==
* Agassiz, L. 1833-1844. Recherches sur les Poissons Fossiles, V. 1-5. Imprimerie de Petitpierre, Neuchâtel, Suisse.


[[Imagem:White shark.jpg|200px|thumb|O [[tubarão-branco]] (''Carcharodon carcharias'') e o megalodonte foram anteriormente considerados parentes próximos<ref name="doze"/><ref name="dezenove"/>]]
== Ligações externas ==
{{Commons|Megalodon}}
* [http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI3980190-EI8145,00-Cientistas+estudam+origem+do+mais+temido+predador+dos+mares.html Terra: Cientistas estudam origem do mais temido predador dos mares]
* [http://www.enchantedlearning.com/subjects/sharks/glossary/Megalodon.shtml ''Shark Glossary'']
* [https://web.archive.org/web/20070117213537/http://www.150.si.edu/150trav/discover/d111a.htm Fotografia das mandíbulas]
* [https://web.archive.org/web/20060221210234/http://www.sharksteeth.com/Megalodon.htm Fotos]
* [http://www.elasmo.com/frameMe.html?file=selachin/gw/cvc_intr.html&menu=bin/menu_topics-alt.html ''Carcharodon'' ou ''Carcharocles''?]
* [https://web.archive.org/web/20131021005820/http://web.ncf.ca/bz050/megalodon.html Uma avaliação crítica da suposta existência contemporânea de ''Carcharodon megalodon'', por Ben S. Roesch]
* [https://web.archive.org/web/20061215192704/http://www.strangemag.com/megalodon.html ''Carcharodon megalodon'' ainda existe? - por Richard J. Ravalli, Jr.]
* [http://www.elasmo-research.org/education/evolution/reconstruct_megalodon.htm Reconstruindo o Megalodonte]
* [http://www.bbc.co.uk/science/seamonsters/factfiles/megalodon.shtml Ficha do megalodonte na BBC, com reconstituições 3-D e vídeo]
* [https://web.archive.org/web/20060106122645/http://www.sharksteeth4u.com/toothfacts.htm Museo de dientes fósiles]


Outro modelo da evolução desse gênero, também proposto por Casier em 1960, é que o ancestral direto dos ''Carcharocles'' é o tubarão ''[[Otodus obliquus]]'', que viveu desde o [[Paleoceno]] até as épocas do [[Mioceno]], de 60 a 13 milhões de anos atrás.<ref name="dezenove"/><ref name="vinte e sete"/> O gênero ''Otodus'' é por fim derivado de ''Cretolamna'', um tubarão do período [[Cretáceo]].<ref name="vinte e quatro"/><ref>Siverson, M.; Lindgren, J.; Newbrey, M.G.; Cederström, P.; Cook, T.D. (2013). "[https://web.archive.org/web/20131019193239/http://www.app.pan.pl/archive/published/app58/app20120137_acc.pdf Late Cretaceous (Cenomanian-Campanian) mid-palaeolatitude sharks of ''Cretalamna appendiculata'' type]". ''Acta Palaeontologica Polonica'': 2. {{doi|10.4202/app.2012.0137}}. Arquivado do [http://www.app.pan.pl/archive/published/app58/app20120137_acc.pdf original] em 19 de outubro de 2013.</ref> Nesse modelo, ''O. obliquus'' evoluiu para ''O. aksuaticus'', que evoluiu para ''C. auriculatus'', depois para ''C. angustidens'', depois para ''C. chubutensis'' e finalmente para ''C. megalodon''.
{{Portal3|Zoologia|Extinção}}

Outro modelo da evolução de ''Carcharocles'', proposto em 2001 pelo paleontólogo [[Michael Benton]], é que as três outras espécies são na verdade uma única espécie de tubarão que mudou gradualmente ao longo do tempo entre o [[Paleoceno]] e o [[Plioceno]], tornando-o uma [[cronoespécie]].<ref name="dezessete"/>{{rp|17}}<ref name="vinte e um"/><ref>Benton, M. J.; Pearson, P. N. (2001). "Speciation in the fossil record". ''Trends in Ecology and Evolution''. '''16''' (7): 405–411. {{doi|10.1016/s0169-5347(01)02149-8}}. {{PMID|11403874}}.</ref> Alguns autores sugerem que ''C. auriculatus'', ''C. angustidens'' e ''C. chubutensis'' deveriam ser classificados como uma única espécie no gênero ''Otodus'', deixando ''C. megalodon'' como o único membro de ''Carcharocles''.<ref name="vinte e um"/><ref name="trinta e um">Pimiento, Catalina; Ehret, Dana J.; MacFadden, Bruce J.; Hubbell, Gordon (2010). Stepanova, Anna (ed.). "[https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2866656 Ancient Nursery Area for the Extinct Giant Shark Megalodon from the Miocene of Panama]". ''PLOS ONE''. '''5''' (5): e10552. {{Bibcode|2010PLoSO...510552P}}. {{doi|10.1371/journal.pone.0010552}}. {{PMC|2866656}}.{{free access}} {{PMID|20479893}}.</ref>

O gênero ''Carcharocles'' pode ser inválido e o tubarão pode realmente pertencer ao gênero ''Otodus'', tornando-o ''Otodus megalodon''. Um estudo de 1974 realizado por Henri Cappetta sobre tubarões paleogênicos, erigiu o subgênero ''Megaselachus'', classificando o tubarão como ''Otodus (Megaselachus) megalodon'', junto com ''O. (M.) chubutensis''. Uma revisão de [[condríctios]] em 2006 elevou o ''Megaselachus'' ao gênero e classificou os tubarões como ''Megaselachus megalodon'' e ''M. chubutensis''.<ref name="quatro"/> A descoberta de fósseis atribuídos ao gênero ''Megalolamna'' em 2016 levou a uma reavaliação do ''Otodus'', que concluiu que é [[parafilético]], ou seja, consiste em um [[Ancestral comum mais recente|último ancestral comum]], mas não inclui todos os seus descendentes. A inclusão dos tubarões ''Carcharocles'' em ''Otodus'' o tornaria [[monofilético]], com o [[clado irmão]] sendo ''Megalolamna''.<ref name="vinte e quatro"/>

==Biologia==

===Aparência===

[[Imagem:Megalodon NT.jpg|200px|thumb|Restauração assumindo uma semelhança em sua aparência com a do [[tubarão-branco]]]]

Uma interpretação de como seria a aparência do megalodonte é que era um tubarão de aparência robusta e que poderia ter tido uma estrutura semelhante à do tubarão-branco. As mandíbulas podem ter sido mais grossas e largas que as do tubarão-branco, e as barbatanas também teriam um formato semelhante, embora mais espessas devido ao seu tamanho. Poderia ter tido uma aparência de olhos de porco, por ter olhos pequenos e profundos.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|64–65}}

Outra interpretação é que o megalodonte apresentava uma semelhança com o [[tubarão-baleia]] (''Rhincodon typus'') ou com o [[tubarão-frade]] (''Cetorhinus maximus''). A [[barbatana]] caudal teria a forma de um crescente, a anal e a segunda dorsal seriam pequenas e haveria uma quilha caudal presente em ambos os lados da barbatana caudal (no pedúnculo caudal). Essa estrutura é comum em outros grandes animais aquáticos, como baleias, atuns e outros tubarões, a fim de reduzir o [[arrasto]] enquanto nada. O formato da cabeça pode variar entre as espécies, já que a maioria das adaptações para redução do arrasto são em direção ao final da cauda do animal.<ref name="dezessete"/>{{rp|35–36}}

[[Imagem:2016 megalodon.jpg|200px|thumb|left|Escultura no Museu da Evolução em Puebla, México]]

Como ''Carcharocles'' é derivado de ''Otodus'', e os dois tinham dentes que se assemelham aos do tubarão-tigre (''Carcharias taurus''), o megalodonte pode ter tido uma estrutura mais parecida com a do tubarão-tigre do que com a de outros tubarões. Isso é improvável, uma vez que o tubarão-tigre é um nadador carangiforme que requer um movimento mais rápido da cauda para propulsão na água do que o tubarão-branco, um nadador tuniforme.<ref name="dezessete"/>{{rp|35–36}}<ref>"[http://www.elasmo-research.org/education/evolution/megalodon_as_sandtiger.htm Could Megalodon Have Looked Like a BIG Sandtiger Shark?]". ''Biology of Sharks and Rays''. Acessado em 2 de setembro de 2017.</ref>

===Tamanho===

====Estimativas médias====

Devido a restos fragmentários, existem muitas estimativas contraditórias de tamanho para o megalodonte, pois elas só podem ser extraídas de dentes fósseis e vértebras.<ref name="dezessete"/>{{rp|87}}<ref>Portell, Roger; Hubell, Gordon; Donovan, Stephen; Green, Jeremy; Harper, David; Pickerill, Ron (2008). "[https://web.archive.org/web/20110720034621/http://caribjsci.org/Dec08/44_279-286.pdf Miocene sharks in the Kendeace and Grand Bay formations of Carriacou, The Grenadines, Lesser Antilles]". ''Caribbean Journal of Science''. '''44''' (3): 279–286. {{doi|10.18475/cjos.v44i3.a2}}. Arquivado do [http://caribjsci.org/Dec08/44_279-286.pdf original] em 20 de julho de 2011.</ref> Também por causa disso, o tubarão-branco é utilizado como base de suas reconstruçãos e estimativas de seu tamanho,<ref name="vinte e seis"/>{{rp|57}} pois é considerado o melhor análogo ao megalodonte.<ref name="trinta e um"/> Usando estimativas de comprimento extrapoladas de 544 dentes encontrados ao longo do tempo e da geografia, incluindo indivíduos adultos e juvenis, um estudo de 2015 estimou um comprimento médio de 10,5 [[metros]] (34 [[pés]]).<ref name="vinte e dois"/><ref name="vinte e cinco"/> Em comparação, o tamanho máximo registrado do tubarão-branco é de 6,1 metros (20 pés), e o tubarão-baleia (o maior peixe vivo) pode atingir 18,8 metros (62 pés).<ref>Woodford, James; Woodford, James. "[https://www.theguardian.com/environment/ng-interactive/2014/nov/26/-sp-great-white-sharks-10-myths-debunked Great white sharks: 10 myths debunked]". ''The Guardian''. Acessado em 3 de junho de 2016.</ref><ref>Carpenter, K. "[http://www.fishbase.org/Summary/speciesSummary.php?ID=751&AT=great+white+shark Carcharodon carcharias]". ''fishbase.org''. Acessado em 3 de junho de 2016.</ref><ref>Viegas, Jennifer. "[http://dsc.discovery.com/sharks/largest-great-white-shark.html Largest Great White Shark Don't Outweigh Whales, but They Hold Their Own]". ''Discovery Channel''. Acessado em 19 de janeiro de 2010.</ref><ref>McClain, Craig R.; Balk, Meghan A.; Benfield, Mark C.; Branch, Trevor A.; Chen, Catherine; Cosgrove, James; Dove, Alistair D.M.; Gaskins, Lindsay C.; Helm, Rebecca R.; Hochberg, Frederick G.; Lee, Frank B. (13 de janeiro de 2015). "[https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4304853 Sizing ocean giants: patterns of intraspecific size variation in marine megafauna]". ''PeerJ''. '''3''': e715. {{doi|10.7717/peerj.715}}. {{ISSN|2167-8359}}. {{PMC|4304853}}.{{free access}} {{PMID|25649000}}.</ref> É possível que diferentes populações de megalodonte em todo o mundo tivessem diferentes tamanhos e comportamentos corporais devido a diferentes pressões ecológicas.<ref name="vinte e cinco"/> De qualquer forma, acredita-se que tenha sido o maior tubarão macropredador que já existiu.<ref name="trinta e oito">Gottfried, M. D.; Compagno, L. J. V.; Bowman, S. C. (1996). "Size and skeletal anatomy of the giant megatooth shark ''Carcharodon megalodon''". In: Klimley; Ainley (eds.). ''[https://www.google.com/books/edition/Great_White_Sharks/2My8M5tL-KIC?hl=en&gbpv=1&bsq=Gottfried Great White Sharks: The Biology of Carcharodon carcharias]''. San Diego, Califórnia: Academic Press. p. 55-89. {{ISBN|978-0124150317}}.</ref>

[[Imagem:Megalodon-Carcharodon-Scale-Chart-SVG.svg|200px|thumb|Um diagrama comparando os tamanhos das estimativas de megalodonte (primeira e segunda figuras de cima para baixo), o de um [[tubarão-branco]] fêmea (terceira figura), o de um [[tubarão-baleia]] (quarta figura em azul) e de um [[humano]] (em preto)]]

Um megalodonte macho adulto podia ter uma massa corporal de 12,6 a 33,9 [[toneladas métricas]] (13,9 a 37,4 [[toneladas curtas]]) e as fêmeas adultas podiam ter de 27,4 a 59,4 toneladas métricas (30,2 a 65,5 toneladas curtas), assumindo que os machos pudessem variar em comprimento de 10,5 a 14,3 metros (34 a 47 pés) e as fêmeas de 13,3 a 17 metros (44 a 56 pés).<ref name="vinte e seis"/>{{rp|61}}<ref name="sete"/> Um estudo de 2015 que ligava o tamanho do tubarão à velocidade típica de natação estimava que o megalodonte normalmente poderia nadar a 18 [[quilômetros por hora]] (11 [[milhas por hora]]) &mdash; assumindo que sua massa corporal era de tipicamente 48 [[toneladas]] (53 toneladas curtas) &mdash; o que é consistente com outras criaturas aquáticas de seu tamanho, como a [[baleia-comum]] (''Balaenoptera physalus''), que normalmente viaja a velocidades de 14,5 a 21,5 quilômetros por hora (9,0 a 13,4 milhas por hora).<ref>Jacoby, D. M. P.; Siriwat, P.; Freeman, R.; Carbone, C. (2015). "[https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4707698 Is the scaling of swim speed in sharks driven by metabolism?]". ''Biology Letters''. '''12''' (10): 20150781. {{doi|10.1098/rsbl.2015.0781}}. {{PMC|4707698}}.{{free access}} {{PMID|26631246}}.</ref>

Seu grande tamanho pode ter como causa fatores climáticos e a abundância de presas grandes, e também pode ter sido influenciado pela evolução da endotermia regional (mesotermia), que aumentaria sua [[taxa metabólica]] e velocidade de natação. Os tubarões otodontídeos foram considerados como [[ectotérmico]]s, e portanto, baseando nisso, o megalodonte teria sido ectotérmico também. No entanto, os maiores tubarões ectotérmicos contemporâneos, como o tubarão-baleia, se alimentam por filtração, enquanto que os lamnídeos agora são conhecidos por terem sido endotérmicos regionais, o que implica em algumas correlações metabólicas com um estilo de vida predatório. Essas considerações, assim como os dados isotópicos do oxigênio no dente e a necessidade de velocidades de impulsos de natação mais altas em macropredadores de presas endotérmicas do que a ectotermia permitiria, implicam que os otodontídeos, incluindo o megalodonte, eram provavelmente endotérmicos regionais.<ref name="quarenta">Ferrón, H. G. (2017). "[https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5609766 Regional endothermy as a trigger for gigantism in some extinct macropredatory sharks]". ''PLOS ONE''. '''12''' (9): e0185185. {{Bibcode|2017PLoSO..1285185F}}. {{doi|10.1371/journal.pone.0185185}}. {{PMC|5609766}}.{{free access}} {{PMID|28938002}}.</ref>

====Estimativas máximas====

Gordon Hubbell, de [[Gainesville (Flórida)|Gainesville]], [[Flórida]], possui um dente superior anterior de megalodonte cuja altura máxima é de 18,4 [[centímetros]] (7,25 [[polegadas]]), Um dos maiores espécimes de dentes conhecidos do tubarão.<ref>Crane, B. (2017). "[https://www.newyorker.com/tech/elements/a-prehistoric-killer-buried-in-muck A Prehistoric Killer, Buried in Muck]". ''The New Yorker''. Acessado em 10 de dezembro de 2017.</ref> Além disso, uma reconstrução da mandíbula de megalodonte de 2,7 por 3,4 [[metros]] (9 por 11 [[pés]]) desenvolvida pelo caçador de fósseis Vito Bertucci contém um dente cuja altura máxima é supostamente superior a 18 centímetros (7 polegadas).<ref>Mustain, A. (2011). "[https://www.livescience.com/14255-shark-jaws-worlds-largest-auction.html For Sale: World's Largest Shark Jaws]". ''LiveScience''. Acessado em 31 de agosto de 2017.</ref>

A primeira tentativa de reconstruir a mandíbula do megalodonte foi feita por [[Bashford Dean]] em 1909, e exibida no [[Museu Americano de História Natural]]. A partir das dimensões dessa reconstrução da mandíbula, foi levantada a hipótese de que o megalodonte poderia ter se aproximado dos 30 metros (98 pés) de comprimento. Dean havia superestimado o tamanho da cartilagem em ambas as mandíbulas, fazendo com que ela fosse alta demais.<ref name="quarenta e três">Prothero, D. R. (2015). "[https://books.google.com/books?id=QjkjBQAAQBAJ&pg=PA96 Mega-Jaws]". ''The Story of Life in 25 Fossils''. Nova Iorque, Nova Iorque: [[Columbia University Press]]. pp. 96–110. {{ISBN|978-0-231-17190-8}}. {{OCLC|897505111}}.</ref><ref>Helfman, G.; Burgess, G. H. (2014). ''[https://books.google.com/books?id=miZ8AwAAQBAJ&pg=PA19 Sharks: The Animal Answer Guide]''. Baltimore, Maryland: Johns Hopkins University Press. p. 19. {{ISBN|978-1-4214-1310-5}}. {{OCLC|903293986}}.</ref>

{{Imagem múltipla | align =right | direction =horizontal | width1 =195 | image1 =Carcharodon megalodon.jpg | caption1 =Reconstrução por [[Bashford Dean]] em 1909 | width2 =150 | image2 =Megalodon.jpg | caption2 =Dente comparado às mãos de uma mulher}}

Em 1973, John E. Randall, um [[ictiologista]], usou a altura do [[esmalte dentário]] (a distância vertical da lâmina da base da porção de esmalte do dente até a ponta) para medir o comprimento do tubarão, resultando em um comprimento máximo de aproximadamente 13 metros (43 pés).<ref>Randall, John E. (1973). "Size of the Great White Shark (''Carcharodon'')". ''Science Magazine''. '''181''' (4095): 169–170. {{Bibcode|1973Sci...181..169R}}. {{doi|10.1126/science.181.4095.169}}. {{PMID|17746627}}.</ref> No entanto, a altura do esmalte dentário não aumenta necessariamente em proporção o comprimento total do animal.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|99}}

Em 1994, os biólogos marinhos Patrick J. Schembri e Stephen Papson opinaram que o ''C. megalodon'' pode ter atingido no máximo cerca de 24 a 25 metros (79 a 82 pés) de comprimento total.<ref>Schembri, Patrick (1994). "[https://www.researchgate.net/publication/242261710 Malta's Natural Heritage]". ''Natural Heritage''. pp. 105–124.</ref><ref>Papson, Stephen (1992). "Copyright: Cross the Fin Line of Terror". ''Journal of American Culture''. '''15''' (4): 67–81. {{doi|10.1111/j.1542-734X.1992.1504_67.x}}.</ref>

Em 1996, os pesquisadores Michael D. Gottfried, Leonard Compagno e S. Curtis Bowman propuseram uma relação linear entre o comprimento total de um tubarão e a altura do maior dente superior anterior. A relação proposta é: comprimento total em metros = - (0,096) × [altura máxima UA ([[milímetros]])] - (0,22).<ref name="vinte e um"/><ref name="vinte e seis"/>{{rp|60}} Eles afirmaram que ''C. megalodon'' poderia ter atingido no máximo 20,3 metros (67 pés) de comprimento total.<ref name="sete"/><ref name="vinte e seis"/><ref>Compagno, Leonard J. V. (2002). ''Sharks of the World: An Annotated and Illustrated Catalogue of Shark Species Known to Date''. Roma: Food & Agriculture Organization of the United Nations. p. 97. {{ISBN|978-92-5-104543-5}}.</ref>

Em 2002, o pesquisador de tubarões Clifford Jeremiah propôs que o comprimento total fosse proporcional à largura da raiz de um dente superior anterior. Ele afirmou que para cada 1 centímetro (0,39 polegada) de largura da raiz, há aproximadamente 1,4 metros (4,6 pés) de comprimento no tubarão. Jeremiah apontou que o perímetro da mandíbula de um tubarão é diretamente proporcional ao seu comprimento total, com a largura das raízes dos dentes maiores sendo uma ferramenta para estimar o perímetro da mandíbula. O maior dente possuído por Jeremiah tinha uma largura de raiz de cerca de 12 centímetros (4,7 polegadas), que rendia 16,5 metros (54 pés) ao comprimento total do animal.<ref name="dezessete"/>{{rp|88}}

Em 2002, o paleontólogo Kenshu Shimada, da Universidade DePaul, propôs uma relação linear entre a altura da coroa dentária e o comprimento total após a análise anatômica de várias amostras, permitindo a utilização de qualquer tamanho de dente. Shimada afirmou que os métodos propostos anteriormente eram baseados em uma avaliação menos confiável da [[Homologia (biologia)|homologia]] dental entre o megalodonte e o tubarão-branco, e que a taxa de crescimento entre a coroa e a raiz não é [[Isometria (geometria)|isométrica]], o que ele considerou em seu modelo. Usando esse modelo, o dente superior anterior possuído por Gottfried e colegas correspondia a um comprimento total de 15 metros (49 pés).<ref>Shimada, Kenshu (2002). "The relationship between the tooth size and total body length in the white shark, ''Carcharodon carcharias'' (Lamniformes: Lamnidae)". ''Journal of Fossil Research''. '''35''' (2): 28–33.</ref> Entre várias amostras encontradas na Formação Gatún do Panamá, um dente superior lateral foi usado por outros pesquisadores que obtiveram uma estimativa de comprimento total de 17,9 metros (59 pés) usando esse método.<ref name="trinta e um"/><ref name="cinquenta">Pimiento, Catalina; Gerardo González-Barba; Dana J. Ehret; Austin J. W. Hendy; Bruce J. MacFadden; Carlos Jaramillo (2013). "[https://web.archive.org/web/20131029205612/http://stri.si.edu/sites/publications/PDFs/STRI-W_Pimiento_et_al_2013_Sharks_and_Rays_from_Gatun.pdf Sharks and Rays (Chondrichthyes, Elasmobranchii) from the Late Miocene Gatun Formation of Panama]". ''Journal of Paleontology''. '''87''' (5): 755–774. {{doi|10.1666/12-117}}. Arquivado do [http://stri.si.edu/sites/publications/PDFs/STRI-W_Pimiento_et_al_2013_Sharks_and_Rays_from_Gatun.pdf original] em 29 de outubro de 2013.</ref>

Em 2019, Shimada revisitou o tamanho do megalodonte e desencorajou o uso de dentes não anteriores para estimativas, observando que a posição exata de dentes não anteriores isolados é difícil de se identificar. Shimada afirmou que as estimativas de comprimento total máximo, baseadas nos dentes superiores anteriores disponíveis em museus, são de 14,2 e 15,3 metros (47 e 50 pés), dependendo do método de estimativa usado.<ref>Shimada, Kenshu (2019). "The size of the megatooth shark, ''Otodus megalodon'' (Lamniformes: Otodontidae), revisited". ''Historical Biology'': 1–8. {{doi|10.1080/08912963.2019.1666840}}. {{ISSN|0891-2963}}.</ref>

===Dentes e força de mordida===

[[Imagem:Megalodon teeth.jpg|200px|thumb|left|Reconstrução mostrando a posição dos dentes de substituição]]

Os fósseis mais comuns do megalodonte são os dentes. As características diagnósticas incluem uma forma triangular, estrutura robusta, ausência de [[dentículo (dente)|dentículos]] laterais e pescoço do dente visível em forma de "V" (onde a [[Raiz (dente)|raiz]] encontra a [[Coroa (dente)|coroa]]).<ref name="vinte e seis"/>{{rp|55}}<ref name="trinta e um"/> O dente encontrava a mandíbula em um ângulo acentuado, semelhante ao tubarão-branco. Ficava ancorado por [[Colágeno|fibras de tecido conjuntivo]], e a rugosidade da base poderia ter aumentado a [[Resistência dos materiais|resistência mecânica]].<ref name="cinquenta e dois">Bendix-Almgreen, Svend Erik (1983). "[http://2dgf.dk/xpdf/bull32-01-02-1-32.pdf ''Carcharodon megalodon'' from the Upper Miocene of Denmark, with comments on elasmobranch tooth enameloid: coronoïn]". ''Bulletin of the Geological Society of Denmark''. '''32''': 1–32.</ref> O lado lingual do dente, a parte voltada para a língua, era convexo; e o lado labial, o outro lado do dente, era levemente convexo ou achatado. Os dentes anteriores eram quase perpendiculares à mandíbula e simétricos, enquanto os dentes posteriores eram inclinados e assimétricos.<ref>Reolid, M.; Molina, J. M. (2015). "Record of ''Carcharocles megalodon'' in the Eastern Guadalquivir Basin (Upper Miocene, South Spain)". ''Estudios Geológicos''. '''71''' (2): e032. {{doi|10.3989/egeol.41828.342}}. {{free access}}</ref>

Os dentes do megalodonte podem medir mais de 180 [[milímetros]] (7,1 [[polegadas]]) de altura inclinada (comprimento diagonal) e são os maiores dentre todas as espécies conhecidas de tubarões,<ref name="dezessete"/>{{rp|33}} o que implica que foi o maior entre todos os tubarões macropredadores.<ref name="trinta e oito"/> Em 1989, um conjunto quase completo de dentes de megalodonte foi descoberto em [[Saitama (cidade)|Saitama]], [[Japão]]. Outra dentição de megalodonte associada quase completa foi escavada na [[Formação Yorktown]], nos Estados Unidos, e serviu de base para uma reconstrução mandibular do megalodonte no [[Museu Nacional de História Natural (Estados Unidos)|Museu Nacional de História Natural]] (USNM). Com base nessas descobertas, uma fórmula dental artificial foi montada para o megalodonte em 1996.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|55}}<ref>Uyeno, T.; Sakamoto, O.; Sekine, H. (1989). "The Description of an Almost Complete Tooth Set of ''Carcharodon megalodon'' from a Middle Miocene Bed in the Saitama Prefecture, Japan". ''Saitama Museum of Natural History Bulletin''. '''7''': 73–85.</ref>

A fórmula dental do megalodonte é: {{Fórmuladentária|superior=2.1.7.4|inferior=3.0.8.4}}. Como é evidente na fórmula, o megalodonte tinha quatro tipos de dentes em sua mandíbula: anterior, intermediário, lateral e posterior. O dente intermediário do megalodonte parece tecnicamente ser um superior anterior e é denominado "A3" porque é bastante simétrico e não aponta mesialmente (lado do dente em direção à [[Sínfise da mandíbula|linha média]] das mandíbulas onde a esquerda e a direita se encontram). O megalodonte tinha uma dentição muito robusta,<ref name="vinte e seis"/>{{rp|20–21}} e tinha mais de 250 dentes nas mandíbulas, abrangendo 5 filas.<ref name="dezessete"/>{{rp|iv}} É possível que indivíduos grandes de megalodonte possuíssem mandíbulas que mediam aproximadamente os 2 [[metros]] (6,6 [[pés]]) de diâmetro.<ref name="dezessete"/>{{rp|129}} Os dentes também eram serrilhados, o que teria melhorado a eficiência em cortar carne ou osso.<ref name="doze"/><ref name="dezessete"/>{{rp|1}} O tubarão pode ter sido capaz de abrir a boca em um ângulo de 75°, embora a reconstrução no USNM se aproxime de um de 100°.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|63}}

[[Imagem:Megalodon jaws on display at the National Baltimore Aquarium.jpg|200px|thumb|Mandíbulas reconstruídas em exposição no Aquário Nacional de Baltimore]]

Em 2008, uma equipe de cientistas liderada por S. Wroe realizou um experimento para determinar a força de mordida do tubarão-branco, usando uma amostra de 2,5 metros (8,2 pés) de comprimento e, em seguida, [[Alometria|escalou isometricamente]] os resultados para seu tamanho máximo e para a massa corporal mínima e máxima conservadora de megalodonte. Eles localizaram a força de mordida desse último entre 108 514 a 182 201 [[newtons]] (24 395 a 40 960 [[libras-força]]) em uma mordida posterior, em comparação com os 18 216 newtons (4 095 libras-força) da força de mordida do maior tubarão-branco confirmado e 7 400 newtons (1 700 libras-força) do peixe [[placodermo]] ''[[Dunkleosteus]]''. Além disso, Wroe e seus colegas apontaram que os tubarões se agitam lateralmente durante a alimentação, amplificando a força gerada, o que provavelmente faria com que a força total experimentada pelas presas fosse maior do que a da estimativa.<ref name="sete"/><ref>Anderson, P.S.L.; Westneat, M. (2009). "A biomechanical model of feeding kinematics for ''Dunkleosteus terrelli'' (Arthrodira, Placodermi)". ''Paleobiology''. '''35''' (2): 251–269. {{doi|10.1666/08011.1}}.</ref>

===Anatomia interna===

[[Imagem:Megalodon skeleton.jpg|200px|thumb|left|Esqueleto de megalodonte reconstruído em exposição no Museu Marítimo Calvert]]

O megalodonte é representado em seu registro fóssil por dentes, centros vertebrais e [[coprólito]]s.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|57}} Como em todos os tubarões, o esqueleto do megalodonte era formado por cartilagem e não por ossos; consequentemente, a maioria dos espécimes fósseis é mal preservada.<ref>"[http://www.fossilguy.com/gallery/vert/fish-shark/carcharocles/carcharocles.htm Megalodon Shark Facts and Information: The Details]". ''fossilguy.com''. Acessado em 18 de setembro de 2017.</ref> Para sustentar sua grande dentição, as mandíbulas do megalodonte teriam sido mais maciças, robustas e mais fortemente desenvolvidas do que as do tubarão-branco, que possui uma dentição comparativamente graciosa. Seu condrocrânio, o crânio cartilaginoso, teria uma aparência mais bloqueada e mais robusta que o do tubarão-branco. E suas barbatanas eram proporcionais ao seu tamanho maior.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|64–65}}

Algumas [[vértebras]] fósseis foram encontradas. O exemplo mais notável é uma coluna vertebral parcialmente preservada de um único espécime, escavada na [[Antuérpia (província)|Bacia de Antuérpia]], na Bélgica, em 1926; compreendendo 150 centros vertebrais, e variando de 55 [[milímetros]] (2,2 [[polegadas]]) a 155 milímetros (6 polegadas) de diâmetro. As vértebras do tubarão podem ter sido muito maiores, e o exame da amostra revelou que ele possuía uma contagem vertebral mais alta do que as amostras de qualquer outro tubarão conhecido, possivelmente acima de 200 centros; somente o tubarão-branco já se aproximou desse número.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|63–65}} Outra coluna vertebral parcialmente preservada de um megalodonte foi escavada na Formação Gram na Dinamarca em 1983, a qual compreende 20 centros vertebrais, variando de 100 milímetros (4 polegadas) a 230 milímetros (9 polegadas) de diâmetro.<ref name="cinquenta e dois"/>

[[Imagem:Giant white shark coprolite (Miocene; coastal waters of South Carolina, USA).jpg|200px|thumb|[[Coprólito]] atribuído ao megalodonte]]

Os restos de coprólito do megalodonte têm forma de espiral, indicando que o tubarão poderia ter tido uma válvula espiral, uma porção do [[tubo digestivo]] em formato de saca-rolhas, semelhante ao dos tubarões [[lamniformes]] existentes. Restos de coprólito do mioceno foram descobertos no [[Condado de Beaufort (Carolina do Sul)|Condado de Beaufort]], [[Carolina do Sul]], com um medindo 14 [[centímetros]] (5,5 polegadas).<ref>Stringer, G. L.; King, L. (2012). "[https://books.google.com/books?id=C_MoCgAAQBAJ&pg=PA301 Late Eocene Shark Coprolites from the Yazoo Clay in Northeastern Louisiana]". ''New Mexico Museum of Natural History and Science, Bulletin''. Vertebrate Corpolites. '''57''': 301.</ref>

Gottfried e colegas reconstruíram todo o esqueleto do megalodonte, que mais tarde foi exibido no Museu Marítimo Calvert, nos Estados Unidos, e no Museu Iziko da África do Sul.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|56}}<ref name="vinte e sete"/> Essa reconstrução tem 11,3 [[metros]] (37 [[pés]]) de comprimento e representa um macho adulto,<ref name="vinte e seis"/>{{rp|61}} baseado nas mudanças ontogenéticas que um tubarão-branco experimenta ao longo de sua vida.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|65}}

==Paleobiologia==

===Distribuição e ''habitat''===

O megalodonte tinha uma [[distribuição cosmopolita]];<ref name="vinte e dois"/><ref name="cinquenta"/> seus fósseis foram escavados em muitas partes do mundo, incluindo Europa, África, Américas e Austrália.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|67}}<ref>Fitzgerald, Erich (2004). "[https://web.archive.org/web/20080823085844/http://museumvictoria.com.au/pages/3948/61_2_Fitzgerald.pdf A review of the Tertiary fossil Cetacea (Mammalia) localities in Australia]". ''Memoirs of Museum Victoria''. '''61''' (2): 183–208. {{doi|10.24199/j.mmv.2004.61.12}}. Arquivado do [http://museumvictoria.com.au/pages/3948/61_2_fitzgerald.pdf original] em 23 de agosto de 2008.</ref> Comumente poderia ser encontrado de regiões [[Clima subtropical|subtropicais]] para latitudes [[Clima temperado|temperadas]].<ref name="vinte e dois"/><ref name="vinte e seis"/>{{rp|78}} Era encontrado nas latitudes de até [[Paralelo 55 N|55° N]]; e supõe-se que sua faixa de temperaturas toleradas era de 1 a 24 [[°C]] (34 a 75 [[°F]]).{{Nota de rodapé|A bio[[apatita]] carbonatada de um dente de megalodonte (com localização de origem desconhecida) datado de 5,75 ± 0,9 milhões de anos de idade foi analisada pelas relações isotópicas de [[oxigênio]] (<sup>18</sup>O/<sup>16</sup>O) e de [[carbono]] (<sup>13</sup>C/<sup>12</sup>C), usando uma metodologia de termometria de isótopos aglutinados em carbononatos que produziu uma estimativa da temperatura ambiente no ''habitat'' desse indivíduo de 19 ± 4 [[°C]].<ref>Löffler, N.; Fiebig, J.; Mulch, A.; Tütken, T.; Schmidt, B.C.; Bajnai, D.; Conrad, A.C.; Wacker, U.; Böttcher, M.E. (2019). "Refining the temperature dependence of the oxygen and clumped isotopic compositions of structurally bound carbonate in apatite". ''Geochimica et Cosmochimica Acta''. '''253''': 19–38. {{Bibcode|2019GeCoA.253...19L}}. {{doi|10.1016/j.gca.2019.03.002}}.</ref>}} Possivelmente tinha a capacidade de suportar tais temperaturas tão baixas devido à mesotermia, a capacidade fisiológica de grandes tubarões de conservar o [[Metabolismo basal|calor metabólico]] mantendo uma temperatura corporal mais alta que a da água ao seu redor.<ref name="vinte e dois"/>

O megalodonte habitava uma ampla gama de ambientes marinhos (isto é, águas costeiras rasas, áreas de [[Afloramento (oceanografia)|ressurgência]] costeira, [[laguna]]s costeiras pantanosas, [[litorais]] arenosos e ambientes de águas profundas costeiras) e exibia um estilo de vida transitório. Os megalodontes adultos não eram abundantes em ambientes de águas rasas, e habitavam principalmente áreas costeiras. O megalodonte pode ter se movido entre águas costeiras e oceânicas, particularmente em diferentes estágios do seu ciclo de vida.<ref name="dezessete"/>{{rp|33}}<ref name="sessenta">Aguilera O.; Augilera E. R. D. (2004). "[https://www.researchgate.net/publication/228741311 Giant-toothed White Sharks and Wide-toothed Mako (Lamnidae) from the Venezuela Neogene: Their Role in the Caribbean, Shallow-water Fish Assemblage]". ''Caribbean Journal of Science''. '''40''' (3): 362–368.</ref>

Vestígios fósseis demonstram uma tendência de os espécimes serem maiores, em média, no hemisfério sul do que no norte, com comprimentos médios de 11,6 e 9,6 [[metros]] (38 e 31 [[pés]]), respectivamente; e também maiores no Pacífico que no Atlântico, com comprimentos médios de 10,9 e 9,5 metros (36 e 31 pés), respectivamente. Eles não sugerem propensão de mudar o tamanho do corpo com latitude absoluta, ou de mudar de tamanho ao longo do tempo (embora se pense que a linhagem de ''Carcharocles'' em geral mostre uma tendência de aumento de tamanho ao longo do tempo). O comprimento [[Moda (estatística)|modal]] total foi estimado em 10,5 metros (34 pés), com a distribuição do comprimento inclinada para indivíduos maiores, sugerindo uma vantagem ecológica ou competitiva para um tamanho corporal maior.<ref name="vinte e cinco"/>

====Localização dos fósseis====

O megalodonte tinha uma distribuição global e fósseis do tubarão foram encontrados em muitos lugares ao redor do mundo, na fronteira com todos os oceanos do [[Neogeno]].<ref name="sessenta e um">"[http://fossilworks.org/cgi-bin/bridge.pl?a=taxonInfo&taxon_no=202672 Carcharocles megalodon]". ''fossilworks.org'' Acessado em 28 de agosto de 2017.</ref>

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===Relações com presas===

[[Imagem:Meg bitten cetacean vertebra.jpg|200px|thumb|[[Vértebra]] de uma baleia mordida ao meio por um megalodonte com marcas visíveis dos dentes]]

Embora os tubarões sejam geralmente alimentadores oportunistas, o tamanho grande do megalodonte, a capacidade de nadar em alta velocidade e as mandíbulas poderosas, juntamente com um impressionante aparato de alimentação, fizeram dele um [[superpredador]] capaz de consumir uma ampla gama de animais. Provavelmente, foi um dos predadores mais poderosos que já existiu.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|71–75}}<ref name="sete"/> Um estudo focado em isótopos de cálcio de tubarões [[elasmobrânquios]] e arraias extintos e existentes revelou que o megalodonte se alimentava em um [[nível trófico]] mais alto do que o do tubarão-branco contemporâneo. Ou seja, estava mais acima na [[cadeia alimentar]].<ref>Martin, J. E.; Tacail, T.; Sylvain, A.; Catherine, G.; Vincent, B. (2015). "Calcium isotopes reveal the trophic position of extant and fossil elasmobranchs". ''Chemical Geology''. '''415''': 118–125. {{Bibcode|2015ChGeo.415..118M}}. {{doi|10.1016/j.chemgeo.2015.09.011}}.</ref>

Evidências fósseis indicam que o megalodonte predava muitas espécies de cetáceos, como golfinhos, baleias pequenas, cetoterídeos, esqualodontídeos (golfinhos com dentes de tubarão), cachalotes, [[baleia-da-Groenlândia|baleias-da-Groenlândia]] e [[Rorqual|rorquais]].<ref name="quarenta e três"/><ref name="sessenta e três">Collareta, A.; Lambert, O.; Landini, W.; Di Celma, C.; Malinverno, E.; Varas-Malca, R.; Urbina, M.; Bianucci, G. (2017). "Did the giant extinct shark ''Carcharocles megalodon'' target small prey? Bite marks on marine mammal remains from the late Miocene of Peru". ''Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology''. '''469''': 84–91. {{Bibcode|2017PPP...469...84C}}. {{doi|10.1016/j.palaeo.2017.01.001}}.</ref><ref name="sessenta e quatro">Morgan, Gary S. (1994). "[https://web.archive.org/web/20160722045756/https://www.priweb.org/files/pubtext/item_pdf_289.pdf Whither the giant white shark?]". ''Paleontology Topics''. '''2''' (3): 1–2. Arquivado do [https://www.priweb.org/files/pubtext/item_pdf_289.pdf original] em 22 de julho de 2016.</ref> Além disso, eles também alvejaram focas, sirenídeos e tartarugas marinhas.<ref name="sessenta"/> Ele era um oportunista e [[piscívoro]], e também teria caçado peixes menores e outros tubarões.<ref name="quarenta e três"/> Muitos ossos de baleia foram encontrados com cortes profundos, provavelmente feitos por seus dentes.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|75}} Várias escavações revelaram dentes de megalodonte próximos aos restos mastigados de baleias,<ref name="vinte e seis"/>{{rp|75}}<ref name="vinte e sete"/> e às vezes em associação direta com eles.<ref name="dezesseis"/>

A ecologia alimentar do megalodonte parece ter variado com a idade e entre locais, como ocorre com o tubarão-branco moderno. É plausível que a população de megalodontes adultos na costa do Peru tivesse como alvo principal baleias cetoterídeas de 2,5 a 7 [[metros]] (8,2 a 23 [[pés]]) de comprimento e outras presas menores que eles mesmos, em vez de baleias grandes da mesma classe de tamanho que eles.<ref name="sessenta e três"/> Enquanto que os juvenis provavelmente tinham uma dieta que consistia mais em peixes.<ref name="trinta e um"/><ref>Landini, W.; Altamirano-Sera, A.; Collareta, A.; Di Celma, C.; Urbina, M.; Bianucci, G. (2017). "The late Miocene elasmobranch assemblage from Cerro Colorado (Pisco Formation, Peru)". ''Journal of South American Earth Sciences''. '''73''': 168–190. {{Bibcode|2017JSAES..73..168L}}. {{doi|10.1016/j.jsames.2016.12.010}}.</ref>

===Competição===

[[Imagem:Physeteroidea - Livyatan melvillei.JPG|200px|thumb|left|Megalodontes podem ter enfrentado [[competição]] de cachalotes macropredadores, como ''[[Livyatan]]''<ref name="sessenta e seis">Lambert, O.; Bianucci, G.; Post, P.; de Muizon, C.; Salas-Gismondi, R.; Urbina, M.; Reumer, J. (2010). "The giant bite of a new raptorial sperm whale from the Miocene epoch of Peru". ''Nature''. '''466''' (7302): 105–108. {{Bibcode|2010Natur.466..105L}}. {{doi|10.1038/nature09067}}. {{PMID|20596020}}.</ref>]]

O megalodonte defrontava um ambiente altamente [[Competição|competitivo]].<ref name="sessenta e seis"/> Sua posição no topo da cadeia alimentar<ref>Compagno, Leonard J. V. (1989). "Alternative life-history styles of cartilaginous fishes in time and space". ''Environmental Biology of Fishes''. '''28''' (1–4): 33–75. {{doi|10.1007/BF00751027}}.</ref> provavelmente teve um impacto significativo na estruturação das comunidades marinhas.<ref name="sessenta e seis"/><ref>Ferretti, Francesco; Boris Worm; Gregory L. Britten; Michael R. Heithaus; Heike K. Lotze1 (2010). "[https://web.archive.org/web/20110706174653/http://wormlab.biology.dal.ca/ramweb/papers-total/Ferretti%20et%20al%202010_Ecol_Lett.pdf Patterns and ecosystem consequences of shark declines in the ocean]". ''Ecology Letters''. '''13''' (8): 1055–1071. {{doi|10.1111/j.1461-0248.2010.01489.x}}. {{PMID|20528897}}. Arquivado do original em 6 de julho de 2011. Acessado em 19 de fevereiro de 2011.</ref> Evidências fósseis indicam uma correlação entre o megalodonte e o surgimento e diversificação de cetáceos e outros mamíferos marinhos.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|78}}<ref name="sessenta e seis"/> Megalodontes juvenis preferiam ''habitats'' onde pequenos cetáceos eram abundantes; e os adultos, onde havia um alto número de grandes cetáceos. Tais preferências podem ter se desenvolvido logo após eles terem aparecido no [[Oligoceno]].<ref name="vinte e seis"/>{{rp|74–75}}

Megalodontes foram contemporâneos aos [[odontocetos]] predadores de baleias (particularmente cachalotes macropredadores e esqualodontídeos), que provavelmente também estavam entre os predadores da época, e proporcionaram competição.<ref name="sessenta e seis"/> Alguns atingiam tamanhos gigantescos, como o ''Livyatan'', que crescia de 13,5 para 17,5 [[metros]] (44 para 57 [[pés]]). Dentes fossilizados de uma espécie indeterminada de tais cachalotes provenientes da Mina Lee Creek, na Carolina do Norte, indicam que ele tinha um comprimento corporal máximo de 8 a 10 metros e uma duração máxima de vida de cerca de 25 anos. Sendo muito distinto das orcas modernas de tamanho semelhante, que vivem até os 65 anos, sugerindo que diferentemente dessas, que são superpredadores, esses cachalotes estavam sujeitos à predação de espécies maiores, como megalodontes ou ''Livyatan''.<ref>Gilbert, K.N.; Ivany, L.C.; Uhen, M.D. (2018). "Living fast and dying young: life history and ecology of a Neogene sperm whale". ''Journal of Vertebrate Paleontology''. '''38''' (2): e1439038. {{doi|10.1080/02724634.2018.1439038}}.</ref> No final do Mioceno Superior, por volta de 11 milhões de anos atrás, os macropredadores passaram por um declínio significativo em abundância e em diversidade. Outras espécies podem ter preenchido esse nicho no Plioceno,<ref name="sessenta e seis"/><ref name="setenta">Heyning, John; Dahlheim, Marilyn (1988). "[https://web.archive.org/web/20101205083613/http://www.science.smith.edu/departments/Biology/VHAYSSEN/msi/pdf/i0076-3519-304-01-0001.pdf Orcinus orca]". ''Mammalian Species''. '''304''' (304): 1–9. {{doi|10.2307/3504225}}. {{JSTOR|3504225}}. Arquivado do [http://www.science.smith.edu/departments/Biology/VHAYSSEN/msi/pdf/i0076-3519-304-01-0001.pdf original] em 5 de dezembro de 2010.</ref> como a orca extinta ''Orcinus citoniensis'', que pode ter sido uma predadora em grupo e visava presas maiores que ela mesma,<ref name="vinte e sete"/><ref>Bianucci, Giovanni; Walter, Landini (2006). "Killer sperm whale: a new basal physeteroid (Mammalia, Cetacea) from the Late Miocene of Italy". ''Zoological Journal of the Linnean Society''. '''148''' (1): 103–131. {{doi|10.1111/j.1096-3642.2006.00228.x}}.{{free access}}</ref><ref>Lindberg, D. R.; Pyenson, N. D. (2006). "[https://books.google.com/books?id=daY_utPoJGAC&pg=PA77 Evolutionary Patterns in Cetacea: Fishing Up Prey Size through Deep Time]". ''Whales, Whaling, and Ocean Ecosystems''. University of California Press. p. 77. {{ISBN|978-0-520-24884-7}}.</ref><ref>Boessenecker, R. W. (2013). "A new marine vertebrate assemblage from the Late Neogene Purisima Formation in Central California, part II: Pinnipeds and Cetaceans". ''Geodiversitas''. '''35''' (4): 815–940. {{doi|10.5252/g2013n4a5}}.</ref> mas essa inferência é contestada<ref name="oito"/> e provavelmente era uma predadora generalista, e não uma especialista em mamíferos marinhos.<ref>Bianucci, G. (1997). "[https://www.researchgate.net/publication/244994854 ''Hemisyntrachelus cortesii'' (Cetacea, Delphinidae) from the Pliocene Sediments of Campore Quarry (Salsomaggiori Terme, Italy)]". ''Bollettino della Societa Paleontologica Italiana''. '''36''' (1): 75–83.</ref>

O megalodonte pode ter submetido os tubarões-brancos contemporâneos à [[Princípio da exclusão competitiva|exclusão competitiva]], pois os registros fósseis indicam que outras espécies de tubarões evitavam as regiões em que habitavam, mantendo-se principalmente nas águas mais frias da época.<ref>Antunes, M.T.; Legoinha, P.; Balbing, A. (2015). "[http://dspace.uevora.pt/rdpc/handle/10174/17685 Megalodon, mako shark and planktonic foraminifera from the continental shelf off Portugal and their age]". ''Geologica Acta''. '''13''': 181–190.</ref><ref name="vinte e seis"/>{{rp|77}} Nas áreas em que suas distribuições pareciam se sobrepuser, como na [[Baixa Califórnia]] pliocênica, é possível que o megalodonte e o tubarão-branco ocupassem a área em diferentes épocas do ano, enquanto seguiam diferentes presas migratórias.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|77}}<ref>"[http://www.elasmo-research.org/education/evolution/paleoecology.htm Paleoecology of Megalodon and the White Shark]". ''Biology of Sharks and Rays''. Acessado em 1 de outubro de 2017.</ref> O megalodonte provavelmente também tinha uma tendência para o [[canibalismo]], como os tubarões contemporâneos.<ref>Tanke, Darren; Currie, Philip (1998). "[http://www.arca.museus.ul.pt/ArcaSite/obj/gaia/MNHNL-0000781-MG-DOC-web.PDF Head-Biting Behaviour in Theropod Dinosaurs: Paleopathological Evidence]". ''Gaia'' (15): 167–184.</ref>

===Estratégias de alimentação===

[[Imagem:VMNH megalodon.jpg|200px|thumb|Impressão artística de um megalodonte perseguindo duas baleias do gênero ''[[Eobalaenoptera]]'']]

Os tubarões costumam empregar estratégias complexas de caça envolvendo grandes presas. As estratégias de caça do tubarão-branco podem ser semelhantes ao modo como o megalodonte caçava suas grandes presas.<ref name="setenta e oito">Godfrey, S. J.; Altman, J. (2005). "[http://www.vmnh.net/content/File/Research_and_Collections/Jeffersoniana_Number_16.pdf A Miocene Cetacean Vertebra Showing a Partially Healed Compression Factor, the Result of Convulsions or Failed Predation by the Giant White Shark, ''Carcharodon megalodon'']". ''Jeffersoniana'' (16): 1–12.</ref> Marcas de mordida de megalodonte em fósseis de baleias sugerem que ele empregava estratégias de caça contra presas grandes diferentes das que o tubarão-branco utiliza.<ref name="quarenta e três"/>

Um espécime em particular &mdash; restos de uma baleia miocênica de 9 [[metros]] (30 [[pés]]) de comprimento não descrita &mdash; forneceu a primeira oportunidade de analisar quantitativamente seu comportamento de ataque. Ao contrário dos tubarões-brancos que visam a barriga de suas presas, o megalodonte provavelmente buscava atingir o coração e os pulmões com seus dentes grossos adaptados para morder ossos duros, como indicado por marcas de mordidas infligidas à caixa torácica e outras áreas ósseas resistentes nos vestígios da baleia.<ref name="quarenta e três"/> Além disso, os padrões de ataque podem ter diferido para presas de tamanhos diferentes. Restos fósseis de alguns pequenos cetáceos, cetoterídeos por exemplo, sugerem que eles eram atingidos com grande força por baixo antes de serem mortos e comidos, com base em fraturas por compressão.<ref name="setenta e oito"/>

Durante o Plioceno, cetáceos maiores apareceram.<ref>Deméré, Thomas A.; Berta, Annalisa; McGowen, Michael R. (2005). "The taxonomic and evolutionary history of fossil and modern balaenopteroid mysticetes". ''Journal of Mammalian Evolution''. '''12''' (1/2): 99–143. {{doi|10.1007/s10914-005-6944-3}}.</ref> Os megalodontes aparentemente aperfeiçoaram ainda mais suas estratégias de caça para lidar com essas grandes baleias. Numerosos ossos de [[nadadeira]]s e vértebras caudais fossilizadas de grandes baleias do Plioceno foram encontrados com marcas de mordida de megalodonte, o que sugere que eles imobilizavam grandes baleias antes de matá-las e se alimentar delas.<ref name="sete"/><ref name="quarenta e três"/>

===Áreas de berçário===

[[Imagem:Megalodon teeth.png|200px|thumb|Coleção de dentes de megalodontes juvenis e ''C. chubutensis'' de uma provável área de berçário na Formação Gatún, no Panamá]]

O megalodonte, como os tubarões contemporâneos, fez uso de áreas de berçário para dar à luz seus filhotes, especificamente em ambientes costeiros de água quente com grandes quantidades de comida e proteção contra predadores.<ref name="trinta e um"/> Locais de berçário foram identificados na Formação Gatún no Panamá, na Formação Calvert em Maryland, no Banco de Concepción nas [[Ilhas Canárias]]<ref>"[http://www.europapress.es/islas-canarias/noticia-identifican-canarias-fosiles-megalodon-tiburon-mas-grande-mayor-depredador-marino-existido-20130902152010.html Identifican en Canarias fósiles de 'megalodón', el tiburón más grande que ha existido]". ''Europa Press Noticias SA''. 2013. Acessado em 29 de agosto de 2017.</ref> e na Formação Bone Valley na Flórida. Dado que todos os tubarões [[lamniformes]] existentes dão à luz quando jovens, acredita-se que isso também acontecia com o megalodonte.<ref>Dulvy, N. K.; Reynolds, J. D. (1997). "[https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1688595 Evolutionary transitions among egg-laying, live-bearing and maternal inputs in sharks and rays]". ''Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences''. '''264''' (1386): 1309–1315. {{Bibcode|1997RSPSB.264.1309D}}. {{doi|10.1098/rspb.1997.0181}}. {{PMC|1688595}}.{{free access}}</ref> Megalodontes infantis tinham cerca de 3,5 [[metros]] (11 [[pés]]) em seu menor tamanho,<ref name="vinte e seis"/>{{rp|61}} e os filhotes eram vulneráveis ​​à predação por outras espécies de tubarões, como o [[tubarão-martelo-panã]] (''Sphyrna mokarran'') e ''Hemipristis serra''.<ref name="trinta e um"/> Suas preferências alimentares exibem uma mudança [[Ontogenia|ontogenética]]:<ref name="vinte e seis"/>{{rp|65}} megalodontes juvenis geralmente caçavam peixes,<ref name="trinta e um"/> tartarugas marinhas,<ref name="sessenta"/> [[dugongo]]s,<ref name="dezessete"/>{{rp|129}} e pequenos cetáceos; e os adultos mudavam-se para áreas costeiras e se alimentavam de grandes cetáceos.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|74–75}}

Um caso excepcional no registro fóssil sugere que megalodontes juvenis poderiam ocasionalmente atacar baleias [[Balaenoptera|balenópteras]] muito maiores. Aparentemente, três marcas de dente de um tubarão pliocênico de 4 a 7 metros (13 a 23 pés) de comprimento foram encontradas numa costela de baleia-azul ou baleia-jubarte ancestral que mostrava evidências de cicatrização subsequente, que é suspeita de ter sido infligida por um tubarão megalodonte juvenil.<ref>Godfrey, Stephen (2004). "[https://web.archive.org/web/20101210010152/http://calvertmarinemuseum.com/cmmfc/newsletter/CMMFC_Newsletter_2004-04.pdf The Ecphora]". ''The Newsletter of Calvert Marine Museum Fossil Club''. '''19''' (1): 1–13. Arquivado do [http://calvertmarinemuseum.com/cmmfc/newsletter/CMMFC_Newsletter_2004-04.pdf original] em 10 de dezembro de 2010.</ref><ref>Kallal, R. J.; Godfrey, S. J.; Ortner, D. J. (27 de agosto de 2010). "Bone Reactions on a Pliocene Cetacean Rib Indicate Short-Term Survival of Predation Event". ''International Journal of Osteoarchaeology''. '''22''' (3): 253–260. {{doi|10.1002/oa.1199}}.</ref>

==Extinção==

===Mudanças climáticas===

A Terra experimentou uma série de mudanças durante o período em que o megalodonte existiu, que afetaram a vida marinha. Uma tendência de resfriamento a partir do [[Oligoceno]] há 35 milhões de anos levou à glaciação nos pólos. Eventos geológicos mudaram correntes e a precipitação; entre eles, o fechamento da Canal da América Central e as mudanças no [[Oceano de Tétis]], contribuindo para o resfriamento dos oceanos. A paralisação da [[Corrente do Golfo]] impediu que a água rica em nutrientes chegasse aos principais ecossistemas marinhos, o que pode ter afetado negativamente suas fontes de alimento. A maior oscilação do nível do mar na [[era Cenozoica]] ocorreu no Plio-Pleistoceno, entre cerca de 5 milhões a 12 mil anos atrás, devido à expansão das geleiras nos pólos, que impactaram negativamente os ambientes costeiros, e pode ter contribuído para sua extinção juntamente com a de várias outras espécies megafaunais marinhas.<ref name="oitenta e quatro">Pimiento, C.; Griffin, J. N.; Clements, C. F.; Silvestro, D.; Varela, S.; Uhen, M. D.; Jaramillo, C. (2017). "[https://cronfa.swan.ac.uk/Record/cronfa34515 The Pleistocene Marine Megafauna Extinction and its Impact on Functional Diversity]". ''Nature Ecology and Evolution''. '''1''' (8): 1100–1106. {{doi|10.1038/s41559-017-0223-6}}. {{PMID|29046566}}.</ref> Essas alterações oceanográficas, em particular a queda do nível do mar, podem ter restringido muitos dos locais adequados de berçários de água quente para megalodontes, dificultando sua reprodução.<ref name="oitenta e cinco">"[http://www.elasmo-research.org/education/evolution/megalodon_extinction.htm The Extinction of Megalodon]". ''Biology of Sharks and Rays''. Acessado em 31 de agosto de 2017.</ref> As áreas de berçário são essenciais para a sobrevivência de muitas espécies de tubarões, em parte porque protegem os juvenis da predação.<ref>Reilly, Michael (29 de setembro de 2009). "[https://web.archive.org/web/20120310015215/http://news.discovery.com/animals/megalodon-nursery-prehistoric-sharks.html Prehistoric Shark Nursery Spawned Giants]". ''Discovery News''. Arquivado do [http://news.discovery.com/animals/megalodon-nursery-prehistoric-sharks.html original] em 10 de março de 2012. Acessado em 23 de novembro de 2013.</ref><ref name="trinta e um"/>

Como sua distribuição aparentemente não se estendeu para águas mais frias, o megalodonte pode não ter sido capaz de reter uma quantidade significativa de calor metabólico; portanto, sua distribuição era restrita às decrescentes águas mais quentes.<ref name="oitenta e cinco"/><ref name="sessenta e quatro"/><ref name="oitenta e sete">Allmon, Warren D.; Steven D. Emslie; Douglas S. Jones; Gary S. Morgan (2006). "Late Neogene Oceanographic Change along Florida's West Coast: Evidence and Mechanisms". ''The Journal of Geology''. '''104''' (2): 143–162. {{Bibcode|1996JG....104..143A}}. {{doi|10.1086/629811}}.</ref> Evidências fósseis confirmam a ausência de megalodontes em regiões do mundo onde as temperaturas da água caíram significativamente durante o Plioceno.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|77}} No entanto, uma análise da distribuição do megalodonte ao longo do tempo sugere que a mudança de temperatura não teve um papel direto em sua extinção. Sua distribuição durante o Mioceno e o Plioceno não se correlacionava com as tendências de aquecimento e resfriamento de seu ambiente; embora a abundância e a distribuição tenham diminuído durante o Plioceno, o megalodonte mostrava uma capacidade de habitar latitudes mais frias. Foram encontrados vestígios em locais com temperatura média variando de 12 a 27 [[°C]] (54 a 81 [[°F]]), com uma variação total de 1 a 33 °C (34 a 91 °F), indicando que a extensão global do ''habitat'' adequado ao megalodonte não deveria ter sido muito afetado pelas mudanças de temperatura que ocorreram.<ref name="vinte e dois"/> O que é consistente com a evidência de que era um animal mesotérmico.<ref name="quarenta"/>

===Alterações no ecossistema===

[[Imagem:Piscobalaena nana.jpg|200px|thumb|O megalodonte pode ter se tornado [[coextinto]] com espécies menores de misticetos, como ''[[Piscobalaena nana]]''<ref name="oitenta e oito">Collareta, A.; Lambert, O.; Landini, W.; Bianucci, G. (2017). "Did the giant extinct shark ''Carcharocles megalodon'' target small prey? Bite marks on marine mammal remains from the late Miocene of Peru". ''Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology''. '''469''': 84–91. {{Bibcode|2017PPP...469...84C}}. {{doi|10.1016/j.palaeo.2017.01.001}}.</ref>]]

Mamíferos marinhos atingiram sua maior diversidade durante o Mioceno,<ref name="vinte e seis"/>{{rp|71}} como ocorreu, por exemplo, com os misticetos que tinham mais de 20 gêneros reconhecidos no Mioceno, e que atualmente contam com apenas 6.<ref>Dooly A. C.; Nicholas C. F.; Luo Z. X. (2006). "The earliest known member of the rorqual—gray whale clade (Mammalia, Cetacea)". ''Journal of Vertebrate Paleontology''. '''24''' (2): 453–463. {{doi|10.1671/2401}}. {{JSTOR|4524731}}.</ref> Essa diversidade apresentava um cenário ideal para sustentar um superpredador como o megalodonte.<ref name="vinte e seis"/>{{rp|75}} No final do Mioceno, muitas espécies de misticetos haviam sido extintas;<ref name="sessenta e seis"/> e as espécies sobreviventes podem ter sido nadadoras mais rápidas e, portanto, presas mais esquivas.<ref name="dezessete"/>{{rp|46}} Além disso, após o fechamento do Canal da América Central, as baleias tropicais diminuíram em diversidade e abundância.<ref name="oitenta e sete"/> A extinção do megalodonte está correlacionada com o declínio de muitas linhagens de misticetos pequenos, e é possível que ele tenha sido bastante dependente deles como fonte de alimento.<ref name="sessenta e três"/> Além disso, descobriu-se que uma extinção da megafauna marinha durante o Plioceno eliminou 36% de todas as grandes espécies marinhas, incluindo 55% dos mamíferos marinhos, 35% das aves marinhas, 9% dos tubarões e 43% das tartarugas marinhas. A extinção foi seletiva para seres [[endotérmico]]s e mesotérmicos em relação aos [[poiquilotérmico]]s, implicando causalidade por uma diminuição no suprimento de alimentos<ref name="oitenta e quatro"/> e, portanto, consistente com o megalodonte sendo mesotérmico.<ref name="quarenta"/> O megalodonte pode ter sido muito grande para se sustentar com o declínio dos recursos alimentares marinhos.<ref name="oitenta e cinco"/> O resfriamento dos oceanos durante o Plioceno pode ter restringido o acesso do megalodonte às regiões polares, privando-o das grandes baleias que migravam para lá.<ref name="oitenta e sete"/>

A competição com outros predadores de mamíferos marinhos, como os cachalotes macropredadores, que apareceram no Mioceno, e as [[Orcinus citoniensis|orca]]s e os tubarões-brancos no Plioceno,<ref name="sessenta e seis"/><ref name="setenta"/><ref name="noventa">Antunes, Miguel Telles; Balbino, Ausenda Cáceres (2010). "[http://recyt.fecyt.es/index.php/REP/article/viewFile/11488/7741 The Great White Shark ''Carcharodon carcharias'' (Linne, 1758) in the Pliocene of Portugal and its Early Distribution in Eastern Atlantic]". ''Revista Española de Paleontología''. '''25''' (1): 1–6.</ref> também podem ter contribuído para o declínio e a extinção do megalodonte.<ref name="vinte e dois"/><ref name="dezessete"/>{{rp|46–47}}<ref name="oitenta e cinco"/> Registros fósseis indicam que os novos cetáceos predadores de baleias geralmente ocorriam em altas latitudes durante o Plioceno, indicando que eles poderiam lidar com as crescentes temperaturas da água fria; mas também ocorriam nos trópicos (como por exemplo ''Orcinus'' sp., na África do Sul).<ref name="setenta"/> Os maiores cachalotes macropredadores, como ''[[Livyatan]]'', são mais conhecidos do Mioceno, mas persistiram no Plioceno,<ref>"[http://www.australasianscience.com.au/article/issue-april-2016/huge-tooth-reveals-prehistoric-moby-dick-melbourne.html Huge Tooth Reveals Prehistoric Moby Dick in Melbourne]". ''Australasian Science Magazine''. Acessado em 24 de abril de 2016.</ref> enquanto outros, como ''Hoplocetus'' e ''Scaldicetus'', sobreviveram até o início do Pleistoceno. Eles podem ter ocupado um nicho semelhante ao das orcas antes de serem substituídos por elas.<ref>Hampe, O. (2006). "Middle/late Miocene hoplocetine sperm whale remains (Odontoceti: Physeteridae) of North Germany with an emended classification of the Hoplocetinae". ''Fossil Record''. '''9''' (1): 61–86. {{doi|10.1002/mmng.200600002}}.{{free access}}</ref> Evidências recentes e métodos de datação mais precisos sugerem que ''C. megalodon'' pode ter se extinguido antes do que se supunha; fósseis examinados em depósitos do Pacífico Norte sugerem que esses tubarões foram extintos há cerca de 3,6 a 4 milhões de anos. Supõe-se que isso se deviu tanto ao resfriamento das temperaturas da superfície, resultando na fragmentação da distribuição de ''C. megalodon'', como também à competição por presas com o tubarão-branco moderno recentemente desenvolvido. Muitas das espécies que serviam de presa para os megalodontes sobreviveram por um período significativamente mais longo, ao contrário da teoria anterior de que todas foram varridas por uma única extinção marinha em massa.<ref name="oito"/>

A extinção do megalodonte criou condições para novas mudanças nas comunidades marinhas. O tamanho médio do corpo das baleias aumentou significativamente após seu desaparecimento, embora isso possivelmente também tenha ocorrido devido a outras causas relacionadas ao clima.<ref>Slater, G. J.; Goldbogen, J. A.; Pyenson, N. D. (2017). "[https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5454272 Independent evolution of baleen whale gigantism linked to Plio-Pleistocene ocean dynamics]". ''Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences''. '''284''' (1855): 20170546. {{doi|10.1098/rspb.2017.0546}}. {{PMC|5454272}}.{{free access}} {{PMID|28539520}}.</ref> Inversamente, o aumento no tamanho das baleias pode ter contribuído para a extinção dos megalodontes, pois assim eles podem ter preferido ir atrás de baleias menores; e as marcas de mordidas em grandes espécies de baleias podem ter sido causadas por tubarões necrófagos. O megalodonte pode simplesmente ter se tornado coextinto com espécies menores de baleia, como ''Piscobalaena nana''.<ref name="oitenta e oito"/> A extinção do megalodonte causou também um impacto positivo aos outros predadores da época, como o tubarão-branco, em alguns casos se espalhando para regiões onde o megalodonte desaparecia.<ref name="vinte e dois"/><ref name="noventa"/><ref>Sylvain, Adnet; A. C. Balbino; M. T. Antunes; J. M. Marín-Ferrer (2010). "New fossil teeth of the White Shark (''Carcharodon carcharias'') from the Early Pliocene of Spain. Implication for its paleoecology in the Mediterranean". ''Neues Jahrbuch für Geologie und Paläontologie''. '''256''' (1): 7–16. {{doi|10.1127/0077-7749/2009/0029}}.</ref>

==Na cultura popular==

[[Imagem:HMS challenger William Frederick Mitchell.jpg|200px|thumb|left|O [[HMS Challenger|HMS ''Challenger'']] descobriu dentes de megalodonte que foram erroneamente [[Datação radiométrica|datados]] em torno de 11 000 a 24 000 anos atrás]]

O megalodonte já foi retratado em várias obras de ficção, incluindo filmes e romances, e continua sendo um objeto popular para a ficção que envolve [[monstros marinhos]].<ref name="noventa e cinco">Weinstock, J. A. (2014). [https://books.google.com/books?id=PHbeCwAAQBAJ&pg=PA107 ''The Ashgate Encyclopedia of Literary and Cinematic Monsters'']. Farnham, Reino Unido: Routledge. pp. 107–108. {{ISBN|978-1-4094-2562-5}}. {{OCLC|874390267}}.</ref> Três megalodontes individuais, dois adultos e um juvenil, foram retratados na série de documentários da [[BBC]] de 2003 ''[[Sea Monsters]]'', onde é definido como um "perigo" da época.<ref>"The Third Most Deadly Sea". ''[[Sea Monsters]]''. 1ª temporada. Episódio 3. 23 de setembro de 2003. [[BBC]].</ref> O ''[[Jurassic Fight Club]]'' do [[History Channel]] retrata um megalodonte atacando um cachalote ''[[Brygmophyseter]]'' no Japão.<ref>"Deep Sea Killers". ''[[Jurassic Fight Club]]''. 1ª temporada. Episódio 5. 26 de agosto de 2008. [[History Channel]].</ref> Vários filmes retratam o megalodonte, como ''Shark Attack 3: Megalodon'' e a série Mega Shark (por exemplo em ''Mega Shark Versus Giant Octopus'' e em ''[[Mega Shark Versus Crocosaurus]]'').<ref name="noventa e cinco"/> O tubarão aparece no videogame de 2017 ''[[Ark: Survival Evolved]]''.<ref>"[http://www.arksurvivalevolved.org/dino-dossiers/ark-survival-evolved-megalodon.html Megalodon]". ''ARK Survival Evolved''. Acessado em 9 de agosto de 2018.</ref> Algumas histórias, como a de Jim Shepard ''Tedford and the Megalodon'', narram uma redescoberta do tubarão.<ref>Shepard, J. (2007). "[https://books.google.com/books?id=lTb4AAAAQBAJ&pg=PA5 Tedford and the Megalodon♧]". In: Chabon, M. (ed.). ''McSweeney's Mammoth Treasury of Thrilling Tales''. Nova Iorque, Nova Iorque: Knopf Doubleday Publishing Group. p. 9. {{ISBN|978-0-307-42682-6}}. {{OCLC|1002088939}}.</ref> ''Meg: A Novel of Deep Terror'', de Steve Alten, retrata o tubarão atacando dinossauros em seu prólogo e a arte de capa mostra um megalodonte matando um ''[[Tyrannosaurus]]'' no mar.<ref>Alten, S. (2011). "[https://books.google.com/books?id=lx4Q-h4DnlYC&pg=PA1 Megalodon]". ''Meg: A Novel of Deep Terror''. Portland, Oregon: Gere Donovan Press. {{ISBN|978-1-936666-21-8}}.</ref> As sequelas do livro também estrelam o megalodonte: ''The Trench'', ''Meg: Primal Waters'', ''Meg: Hell's Aquarium'', ''Meg: Nightstalkers'', ''Meg: Generations'', e ''Meg: Origins'',<ref name="noventa e cinco"/> e há uma adaptação cinematográfica intitulada ''[[The Meg]]'', lançada em 10 de agosto de 2018.<ref>McNary, Dave (2 de março de 2017). "[https://variety.com/2017/film/news/jason-statham-shark-thriller-meg-2018-1202001256/ Jason Statham's Shark Thriller 'Meg' Swims Back Five Months]". ''Variety''. Acessado em 15 de abril de 2018.</ref>

O [[Docuficção|pseudodocumentário]] do [[Animal Planet]], ''Mermaids: The Body Found'', inclui um duelo de 1,6 milhões de anos atrás entre um grupo de [[sereia]]s e um megalodonte.<ref>Sid Bennett (diretor) (27 de maio de 2012). ''Mermaids: The Body Found''. [[Animal Planet]].</ref> Mais tarde, em agosto de 2013, o [[Discovery Channel]] estreou sua série anual Shark Week com outro filme para televisão, ''Megalodon: The Monster Shark Lives'',<ref>"[http://www.huffingtonpost.com/2013/08/05/shark-week-megalodon-monster-shark-video_n_3706120.html?ir=Green Shark Week 'Megalodon: The Monster Shark Lives' Tries To Prove Existence Of Prehistoric Shark (VIDEO)]" (5 de agosto de 2013). ''Huff Post Green''. Acessado em 11 de agosto de 2013.</ref> uma controversa docuficção sobre a criatura que apresentava supostas evidências para sugerir que o megalodonte ainda estava vivo. Este programa recebeu críticas por ser completamente fictício; por exemplo, todos os supostos cientistas representados eram atores pagos. Em 2014, o Discovery reexibiu o ''The Monster Shark Lives'', juntamente com um novo programa de uma hora, o ''Megalodon: The New Evidence'', e um programa adicional de ficção intitulado ''Shark of Darkness: Wrath of Submarine'', resultando em mais reações de fontes de mídia e da comunidade científica.<ref name="quarenta e três"/><ref>Winston, B.; Vanstone, G.; Chi, W. (2017). "[https://books.google.com/books?id=9yZ7DQAAQBAJ&pg=PA27 A Walk in the Woods]". ''The Act of Documenting: Documentary Film in the 21st Century''. Nova Iorque, Nova Iorque: Bloomsbury Publishing. {{ISBN|978-1-5013-0918-2}}. {{OCLC|961183719}}.</ref><ref>Flanagin, J. (2014). "[http://op-talk.blogs.nytimes.com/2014/08/15/sorry-fans-discovery-has-jumped-the-shark-week Sorry, Fans. Discovery Has Jumped the Shark Week]". ''New York Times''. Acessado em 16 de agosto de 2014.</ref>

Relatos de dentes de megalodonte supostamente recentes, como os feitos pelo [[HMS Challenger|HMS ''Challenger'']] em 1873, erroneamente datados em torno de 11 000 a 24 000 anos, provavelmente são dentes que foram bem preservados por uma espessa crosta mineral de [[precipitado]] de [[dióxido de manganês]] e assim teve uma [[Radioatividade|taxa de decomposição]] mais baixa e manteve a cor branca durante a [[fossilização]]. Os fósseis de dentes de megalodonte podem variar de cor, de esbranquiçados a marrons e cinzas escuros, e alguns dentes fósseis podem ter sido redepositados em um [[Estrato geológico|estrato]] mais jovem. As alegações elusivas de que o megalodonte poderia ter sobrevivido nas profundezas, semelhante ao [[tubarão-boca-grande]] que foi descoberto em 1976, são improváveis, pois o tubarão vivia em águas costeiras quentes e provavelmente não poderia sobreviver num ambiente marinho profundo frio e pobre em nutrientes.<ref>Roesch, B. S. (1998). "[http://web.ncf.ca/bz050/megalodon.html A Critical Evaluation of the Supposed Contemporary Existence of ''Carcharocles megalodon'']". ''The Cryptozoology Review''. '''3''' (2): 14–24.</ref><ref>"[http://www.elasmo-research.org/education/evolution/megalodon_lives.htm Does Megalodon Still Live?]". ''Biology of Sharks and Rays''. Acessado em 2 de outubro de 2017.</ref>

Dentes de megalodonte são os fósseis estaduais da [[Carolina do Norte]], nos [[Estados Unidos]].<ref>"[https://ncpedia.org/fossil-fossilized-teeth-megalodon Fossil, Fossilized Teeth of the Megalodon Shark | NCpedia]". ''ncpedia.org''. Acessado em 17 de outubro de 2019.</ref>

==Ver também==

*[[Peixes pré-históricos]]

==Notas==
;Do texto
<references group="nota"/>
;De tradução
{{Tradução/ref|en|Megalodon|oldid=963672740}}

{{Referências|col=2}}

==Leitura adicional==

*Dickson, K. A.; Graham, J. B. (novembro–dezembro de 2004). "Evolution and consequences of endothermy in fishes". ''Physiological and Biochemical Zoology''. '''77''' (6): 998–1018. {{doi|10.1086/423743}}. {{PMID|15674772}}.

*Kent, Bretton W. (1994). ''[https://books.google.com/books?id=7cFJAQAAMAAJ Fossil Sharks of the Chesapeake Bay Region]''. Columbia, Maryland: Egan Rees & Boyer. {{ISBN|978-1-881620-01-3}}. {{OCLC|918266672}}.

==Ligações externas==

{{Correlatos |commonscat=Carcharocles megalodon |wikispecies=Otodus (Megaselachus) megalodon }}

;Páginas da ''web'' (em inglês)

*Roesch, Ben S. (1998). "[https://web.archive.org/web/20041016122428/http://www.ncf.carleton.ca/~bz050/megalodon.html A Critical Evaluation of the Supposed Contemporary Existence of ''Carcharodon megalodon'']" [Uma Avaliação Crítica da Suposta Existência Contemporânea de ''Carcharodon megalodon'']. ''The Cryptozoology Review''. '''3''' (2): 14-24.
*Choi, Charles Q. (4 de agosto de 2008). "[http://www.livescience.com/animals/080804-sharks-bite-power.html Ancient Shark's Bite More Powerful Than T. Rex's]" [Mordida De Tubarão Antigo Mais Poderosa Que A Do T. Rex]. ''LiveScience''.
*"[http://www.bbc.co.uk/science/seamonsters/factfiles/megalodon.shtml BBC - Science & Nature - Sea Monsters - Fact File: Megalodon]" [BBC - Ciência & Natureza - Monstros Marinhos - Arquivo de Fatos: Megalodonte]. ''BBC''. (Com vídeo e reconstruções em 3D).
*Ward, David; Bourdon, Jim (2 de maio de 2005). "[http://www.elasmo.com/frameMe.html?file=genera/cenozoic/sharks/carcharocles.html&menu=bin/menu_genera-alt.html ''Carcharocles'': Extinct Megatoothed shark]" [''Carcharocles'': tubarão Megadentado Extinto].
*Bourdon, Jim (abril de 1998). "[https://web.archive.org/web/20030402195640/http://www.elasmo.com/selachin/gw/cvc_intr.html ''Carcharodon'' vs ''Carcharocles'']".
*"[https://fineart.ha.com/c/press-release.zx?releaseId=1991&ic=leftcol-jaws-althome2-032311 Nearly nine feet tall, largest shark jaws set ever assembled offered in June at Heritage Auctions]" [Com quase nove pés de altura, maiores mandíbulas de tubarão já montadas são ofertadas em junho na Heritage Auctions] (22 de março de 2011). ''Heritage Auctions''.
*Martin, R. Aidan. "[http://www.elasmo-research.org/education/evolution/reconstruct_megalodon.htm Reconstructing Megalodon]" [Reconstruindo o Megalodonte].
*Dykens, Margaret; Gillette, Lynett. "[https://web.archive.org/web/20120104082433/http://www.sdnhm.org/exhibits/mystery/fg_megalodon.html San Diego Natural History Museum Fossil Mysteries Field Guide: ''Carcharodon megalodon'']" [Guia de Campo de Mistérios de Fósseis do Museu de História Natural de San Diego: ''Carcharodon megalodon''].
*Siversson, Mikael. "[https://web.archive.org/web/20110303141026/http://www.biodiversity2010.org.au/2010/10/the-rise-of-super-predatory-sharks-2/ The rise of super predatory sharks]" [A ascensão de tubarões superpredadores].

;Vídeos paleontológicos no YouTube (em inglês)

*"[https://www.youtube.com/watch?v=85clp1k_sms Expert view: information about megalodon]" [Visão do especialista: informações sobre o megalodonte]. (Com participação do especialista [[species:Dana J. Ehret|Dana Ehret]]).
*"[https://www.youtube.com/watch?v=e4p9EWuVxYQ Lamniform sharks: 110 million years of ocean supremacy]" [Tubarões lamniformes: 110 milhões de anos de supremacia oceânica]. (Com participação do especialista [[species:Mikael Siverson|Mikael Siverson]]).
*"[https://www.youtube.com/watch?v=ciUDkIdptw0 Megalodon fossil teeth show evidence of 10-million-year-old shark nursery]" [Dentes fósseis de megalodonte mostram evidências de berçário de tubarões de 10 milhões de anos].
*"[https://www.youtube.com/watch?v=TUyWbW3yKFI Paleontologist Mark Renz shows one of the largest megalodon teeth discovered]" [Paleontologista Mark Renz mostra um dos maiores dentes de megalodonte descobertos].
*"[https://www.youtube.com/watch?v=5N3EjR7_vks Shark Week Special on megalodon with Pat McCarthy and John Babiarz]" [Especial da Semana do Tubarão sobre o megalodonte com Pat McCarthy e John Babiarz]. (Com comentários sobre sua extinção).
*"[https://www.youtube.com/watch?v=suC2vQQz1Ak The Rise and Fall of the Neogene Giant Sharks]" [A Ascensão e Queda dos Tubarões Gigantes do Neogeno]. (Com participação do especialista Bretton Kent).
*Moore, Kallie (19 de dezembro de 2018). "[https://www.youtube.com/watch?v=BTPcq2HczVY "Why Megalodon (Definitely) Went Extinct"]" ["Por Que O Megalodonte (Definitivamente) Foi Extinto"]. ''PBS Eons''.

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Revisão das 17h00min de 12 de julho de 2020

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMegalodonte
Ocorrência: Burdigaliano-Zancleano, cerca de 23-3,6 Ma
Modelo das mandíbulas do megalodonte no Museu Americano de História Natural
Modelo das mandíbulas do megalodonte no Museu Americano de História Natural
Estado de conservação
Extinta
Extinta
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Chondrichthyes
Ordem: Lamniformes
Família: Otodontidae
Gênero: Carcharocles
Espécie: C. megalodon
Nome binomial
Carcharocles megalodon
(Agassiz, 1843)[1]
Sinónimos[2][3][4][5]

Megalodonte (pronúncia em português: [mɛɡɐlɔˈdõt(ə)])[6] (nome científico: Carcharocles megalodon), que significa "dente grande", é uma espécie extinta de tubarão que viveu há aproximadamente 23 a 3,6 milhões de anos, durante o Mioceno Inferior ao Plioceno.[7] Antigamente se pensava ser um membro da família Lamnidae e um parente próximo do tubarão-branco (Carcharodon carcharias). No entanto, atualmente é classificado na família extinta Otodontidae, que divergiu da do tubarão-branco durante o Cretáceo Inferior. Sua colocação de gênero ainda é debatida, com alguns autores colocando-o em Carcharocles, Megaselachus, Otodus ou Procarcharodon. Isso ocorre porque fósseis de transição foram encontrados mostrando que o megalodonte é a cronoespécie final de uma linhagem de tubarões gigantes originalmente do gênero Otodus que evoluíram durante o Paleoceno.

Embora seja considerado como um dos maiores e mais poderosos predadores que já existiram, o megalodonte é conhecido a partir de vestígios fragmentários, e por isso sua aparência e tamanho máximo são incertos. Os cientistas divergem quanto à uma aparência de uma versão mais robusta do tubarão-branco, do tubarão-frade (Cetorhinus maximus) ou do tubarão-tigre (Carcharias taurus). A maioria das estimativas de tamanho do megalodonte extrapolam dos dentes; com comprimento máximo estimado em até 18 metros (59 pés) e comprimento médio estimado em 10,5 metros (34 pés). As estimativas sugerem que suas grandes mandíbulas poderiam exercer uma força de mordida de até 110 000 a 180 000 newtons (25 000 a 40 000 libras-força).[8] Seus dentes eram grossos e robustos, preparados para agarrar presas e quebrar ossos.

O megalodonte provavelmente causou um grande impacto na estrutura de comunidades marinhas. O registro fóssil indica que tinha uma distribuição cosmopolita. Provavelmente visava presas grandes, como baleias, focas e tartarugas-marinhas. Os juvenis habitavam águas costeiras quentes e se alimentavam de peixes e pequenas baleias. Ao contrário do tubarão-branco, que ataca presas da parte macia inferior, o megalodonte provavelmente usava suas mandíbulas fortes para romper a cavidade torácica e perfurar o coração e os pulmões de suas presas.

Ele enfrentava competição com cetáceos predadores de baleias, como Livyatan e outros cachalotes macropredadores e possivelmente de orcas ancestrais menores. Como o tubarão preferia águas mais quentes, acredita-se que o resfriamento oceânico associado ao início das eras glaciais, combinado à redução do nível do mar e à consequente perda de áreas adequadas de viveiro, também possa ter contribuído para seu declínio. Uma redução na diversidade de misticetos e uma mudança em sua distribuição para regiões polares pode ter reduzido a principal fonte de alimento do megalodonte. Um estudo de 2019 analisou evidências mais recentes sugerindo que a concorrência do tubarão-branco moderno também pode ter contribuído para a extinção do megalodonte, juntamente com a fragmentação da variação, resultando em uma extinção gradual e assíncrona como resultado do resfriamento dos oceanos há cerca de 3,6 a 4 milhões de anos, muito mais cedo do que se pensava anteriormente.[9] A extinção do megalodonte pareceu afetar outros animais; por exemplo, o tamanho das baleias aumentou, após seu desaparecimento.

Taxonomia

Nomeação

Representação da cabeça de um tubarão por Nicolas Steno em sua obra The Head of a Shark Dissected [A Cabeça de um Tubarão Dissecada]

Segundo relatos da Renascença, acreditava-se que gigantescos fósseis triangulares frequentemente encontrados em formações rochosas eram as línguas petrificadas, ou glossópetra, de dragões e cobras. Essa interpretação foi corrigida em 1667 pelo naturalista dinamarquês Nicolas Steno, que os reconheceu como dentes de tubarão, o que produziu uma famosa representação da cabeça de um tubarão com esses dentes. Ele descreveu suas descobertas no livro The Head of a Shark Dissected [A Cabeça de um Tubarão Dissecada], que também continha uma ilustração de um dente de megalodonte.[10][11][12]

O naturalista suíço Louis Agassiz deu a este tubarão seu nome científico inicial, Carcharodon megalodon, em sua obra Recherches sur les poissons fossiles [Pesquisa de fósseis de peixes], de 1843, com base em restos de dentes.[1][13] O paleontólogo inglês Edward Charlesworth, em seu artigo de 1837, usou o nome Carcharias megalodon, citando Agassiz como autor, indicando que Agassiz descreveu a espécie antes de 1843. O paleontólogo inglês Charles Davies Sherborn em 1928 listou uma série de artigos de 1835 por Agassiz como a primeira descrição científica do tubarão.[14] O nome específico megalodon se traduz em "dente grande". Em grego antigo: μέγας (mégas) significa "grande, poderoso"; e ὀδούς (odoús) quer dizer "dente".[15][16] Os dentes do megalodonte são morfologicamente semelhantes aos do tubarão-branco (Carcharodon carcharias) e, com base nessa observação, Agassiz atribuiu o tubarão ao gênero Carcharodon.[13] Embora “megalodonte” seja um nome coloquial para o tubarão, ele também é informalmente referido como "tubarão-branco gigante",[17] "megatubarão",[18] "tubarão de megadentes", "tubarão de dentes grandes" ou "Meg".[19]:4

Em 1881 havia uma descrição aparente do tubarão, classificando-o como Selache manzonii.[20]

Evolução

Lamniformes

Otodus obliquus

Carcharocles megalodon

Isurus hastalis

Carcharodon carcharias

Relação entre o megalodonte e outros tubarões, incluindo o tubarão-branco (Carcharodon carcharias)[21]

Embora os primeiros restos mortais do megalodonte tenham sido relatados como sendo do Oligoceno Superior há cerca de 28 milhões de anos,[22][23] há discordância sobre quando ele surgiu, com datas que variam a tão cedo quanto 16 milhões de anos atrás.[24] Pensa-se que o megalodonte se extinguiu por volta do final do Plioceno, há cerca de 2,6 milhões de anos;[24][25] alegando que os dentes de megalodonte são do Pleistoceno, datas anteriores a 2,6 milhões de anos atrás são consideradas incertas.[25] Uma avaliação mais recente remonta a sua data de extinção ao Plioceno, há 3,6 milhões de anos.[9]

O megalodonte é atualmente considerado um membro da família Otodontidae, do gênero Carcharocles, em oposição à sua classificação anterior em Lamnidae, e do gênero Carcharodon.[24][25][26][27] A classificação do megalodonte em Carcharodon deveu-se à semelhança dental com o tubarão-branco, mas a maioria dos autores atualmente acredita que isso se deve a uma evolução convergente. Nesse modelo, o tubarão-branco está mais intimamente relacionado ao extinto tubarão-mako-de-dentes-largos (Isurus hastalis) do que ao megalodonte, como evidenciado por uma dentição mais parecida entre esses dois tubarões; os dentes de megalodonte têm serrilhas muito mais finas do que as dos dentes do tubarão-branco. O tubarão-branco está mais intimamente relacionado ao tubarão-mako (Isurus spp.), com um ancestral comum de em torno de 4 milhões de anos atrás.[13][21] Os proponentes do modelo anterior, em que o megalodonte e o tubarão-branco estão mais intimamente relacionados, argumentam que as diferenças entre a dentição são mínimas e obscuras.[28]:23–25

Dente de megalodonte com dois de tubarão-branco

Atualmente, o gênero Carcharocles contém quatro espécies: C. auriculatus, C. angustidens, C. chubutensis e C. megalodon.[19]:30–31 A evolução dessa linhagem é caracterizada pelo aumento de serrilhas, alargamento da coroa dentária, desenvolvimento de um formato mais triangular e o desaparecimento das cúspides laterais.[19]:28–31[29] A evolução na morfologia dentária reflete uma mudança nas táticas de predação de uma mordida de agarrar para uma mordida cortante, o que provavelmente demonstra uma mudança na escolha das presas de peixes para cetáceos. As cúspides laterais foram finalmente perdidas em um processo gradual que levou aproximadamente 12 milhões de anos durante a transição entre C. chubutensis e C. megalodon.[30] O gênero foi proposto por D. S. Jordan e H. Hannibal em 1923 para conter o C. auriculatus. Na década de 1980, o megalodonte foi atribuído a Carcharocles.[13][19]:30 Antes disso, em 1960, o gênero Procarcharodon foi levantado pelo ictiólogo francês Edgard Casier, que incluía esses quatro tubarões e foi considerado separado do tubarão-branco. Agora é considerado um sinônimo júnior de Carcharocles.[19]:30 O gênero Palaeocarcharodon foi levantado ao lado de Procarcharodon para constituir o início da linhagem e, no modelo em que o megalodonte e o tubarão-branco estão intimamente relacionados, representa seu último ancestral comum. Acredita-se que isso seja um beco sem saída evolutivo e não relacionado aos tubarões Carcharocles por autores que rejeitam esse modelo.[28]:70

O tubarão-branco (Carcharodon carcharias) e o megalodonte foram anteriormente considerados parentes próximos[13][21]

Outro modelo da evolução desse gênero, também proposto por Casier em 1960, é que o ancestral direto dos Carcharocles é o tubarão Otodus obliquus, que viveu desde o Paleoceno até as épocas do Mioceno, de 60 a 13 milhões de anos atrás.[21][29] O gênero Otodus é por fim derivado de Cretolamna, um tubarão do período Cretáceo.[26][31] Nesse modelo, O. obliquus evoluiu para O. aksuaticus, que evoluiu para C. auriculatus, depois para C. angustidens, depois para C. chubutensis e finalmente para C. megalodon.

Outro modelo da evolução de Carcharocles, proposto em 2001 pelo paleontólogo Michael Benton, é que as três outras espécies são na verdade uma única espécie de tubarão que mudou gradualmente ao longo do tempo entre o Paleoceno e o Plioceno, tornando-o uma cronoespécie.[19]:17[23][32] Alguns autores sugerem que C. auriculatus, C. angustidens e C. chubutensis deveriam ser classificados como uma única espécie no gênero Otodus, deixando C. megalodon como o único membro de Carcharocles.[23][33]

O gênero Carcharocles pode ser inválido e o tubarão pode realmente pertencer ao gênero Otodus, tornando-o Otodus megalodon. Um estudo de 1974 realizado por Henri Cappetta sobre tubarões paleogênicos, erigiu o subgênero Megaselachus, classificando o tubarão como Otodus (Megaselachus) megalodon, junto com O. (M.) chubutensis. Uma revisão de condríctios em 2006 elevou o Megaselachus ao gênero e classificou os tubarões como Megaselachus megalodon e M. chubutensis.[4] A descoberta de fósseis atribuídos ao gênero Megalolamna em 2016 levou a uma reavaliação do Otodus, que concluiu que é parafilético, ou seja, consiste em um último ancestral comum, mas não inclui todos os seus descendentes. A inclusão dos tubarões Carcharocles em Otodus o tornaria monofilético, com o clado irmão sendo Megalolamna.[26]

Biologia

Aparência

Restauração assumindo uma semelhança em sua aparência com a do tubarão-branco

Uma interpretação de como seria a aparência do megalodonte é que era um tubarão de aparência robusta e que poderia ter tido uma estrutura semelhante à do tubarão-branco. As mandíbulas podem ter sido mais grossas e largas que as do tubarão-branco, e as barbatanas também teriam um formato semelhante, embora mais espessas devido ao seu tamanho. Poderia ter tido uma aparência de olhos de porco, por ter olhos pequenos e profundos.[28]:64–65

Outra interpretação é que o megalodonte apresentava uma semelhança com o tubarão-baleia (Rhincodon typus) ou com o tubarão-frade (Cetorhinus maximus). A barbatana caudal teria a forma de um crescente, a anal e a segunda dorsal seriam pequenas e haveria uma quilha caudal presente em ambos os lados da barbatana caudal (no pedúnculo caudal). Essa estrutura é comum em outros grandes animais aquáticos, como baleias, atuns e outros tubarões, a fim de reduzir o arrasto enquanto nada. O formato da cabeça pode variar entre as espécies, já que a maioria das adaptações para redução do arrasto são em direção ao final da cauda do animal.[19]:35–36

Escultura no Museu da Evolução em Puebla, México

Como Carcharocles é derivado de Otodus, e os dois tinham dentes que se assemelham aos do tubarão-tigre (Carcharias taurus), o megalodonte pode ter tido uma estrutura mais parecida com a do tubarão-tigre do que com a de outros tubarões. Isso é improvável, uma vez que o tubarão-tigre é um nadador carangiforme que requer um movimento mais rápido da cauda para propulsão na água do que o tubarão-branco, um nadador tuniforme.[19]:35–36[34]

Tamanho

Estimativas médias

Devido a restos fragmentários, existem muitas estimativas contraditórias de tamanho para o megalodonte, pois elas só podem ser extraídas de dentes fósseis e vértebras.[19]:87[35] Também por causa disso, o tubarão-branco é utilizado como base de suas reconstruçãos e estimativas de seu tamanho,[28]:57 pois é considerado o melhor análogo ao megalodonte.[33] Usando estimativas de comprimento extrapoladas de 544 dentes encontrados ao longo do tempo e da geografia, incluindo indivíduos adultos e juvenis, um estudo de 2015 estimou um comprimento médio de 10,5 metros (34 pés).[24][27] Em comparação, o tamanho máximo registrado do tubarão-branco é de 6,1 metros (20 pés), e o tubarão-baleia (o maior peixe vivo) pode atingir 18,8 metros (62 pés).[36][37][38][39] É possível que diferentes populações de megalodonte em todo o mundo tivessem diferentes tamanhos e comportamentos corporais devido a diferentes pressões ecológicas.[27] De qualquer forma, acredita-se que tenha sido o maior tubarão macropredador que já existiu.[40]

Um diagrama comparando os tamanhos das estimativas de megalodonte (primeira e segunda figuras de cima para baixo), o de um tubarão-branco fêmea (terceira figura), o de um tubarão-baleia (quarta figura em azul) e de um humano (em preto)

Um megalodonte macho adulto podia ter uma massa corporal de 12,6 a 33,9 toneladas métricas (13,9 a 37,4 toneladas curtas) e as fêmeas adultas podiam ter de 27,4 a 59,4 toneladas métricas (30,2 a 65,5 toneladas curtas), assumindo que os machos pudessem variar em comprimento de 10,5 a 14,3 metros (34 a 47 pés) e as fêmeas de 13,3 a 17 metros (44 a 56 pés).[28]:61[8] Um estudo de 2015 que ligava o tamanho do tubarão à velocidade típica de natação estimava que o megalodonte normalmente poderia nadar a 18 quilômetros por hora (11 milhas por hora) — assumindo que sua massa corporal era de tipicamente 48 toneladas (53 toneladas curtas) — o que é consistente com outras criaturas aquáticas de seu tamanho, como a baleia-comum (Balaenoptera physalus), que normalmente viaja a velocidades de 14,5 a 21,5 quilômetros por hora (9,0 a 13,4 milhas por hora).[41]

Seu grande tamanho pode ter como causa fatores climáticos e a abundância de presas grandes, e também pode ter sido influenciado pela evolução da endotermia regional (mesotermia), que aumentaria sua taxa metabólica e velocidade de natação. Os tubarões otodontídeos foram considerados como ectotérmicos, e portanto, baseando nisso, o megalodonte teria sido ectotérmico também. No entanto, os maiores tubarões ectotérmicos contemporâneos, como o tubarão-baleia, se alimentam por filtração, enquanto que os lamnídeos agora são conhecidos por terem sido endotérmicos regionais, o que implica em algumas correlações metabólicas com um estilo de vida predatório. Essas considerações, assim como os dados isotópicos do oxigênio no dente e a necessidade de velocidades de impulsos de natação mais altas em macropredadores de presas endotérmicas do que a ectotermia permitiria, implicam que os otodontídeos, incluindo o megalodonte, eram provavelmente endotérmicos regionais.[42]

Estimativas máximas

Gordon Hubbell, de Gainesville, Flórida, possui um dente superior anterior de megalodonte cuja altura máxima é de 18,4 centímetros (7,25 polegadas), Um dos maiores espécimes de dentes conhecidos do tubarão.[43] Além disso, uma reconstrução da mandíbula de megalodonte de 2,7 por 3,4 metros (9 por 11 pés) desenvolvida pelo caçador de fósseis Vito Bertucci contém um dente cuja altura máxima é supostamente superior a 18 centímetros (7 polegadas).[44]

A primeira tentativa de reconstruir a mandíbula do megalodonte foi feita por Bashford Dean em 1909, e exibida no Museu Americano de História Natural. A partir das dimensões dessa reconstrução da mandíbula, foi levantada a hipótese de que o megalodonte poderia ter se aproximado dos 30 metros (98 pés) de comprimento. Dean havia superestimado o tamanho da cartilagem em ambas as mandíbulas, fazendo com que ela fosse alta demais.[45][46]

Reconstrução por Bashford Dean em 1909
Dente comparado às mãos de uma mulher

Em 1973, John E. Randall, um ictiologista, usou a altura do esmalte dentário (a distância vertical da lâmina da base da porção de esmalte do dente até a ponta) para medir o comprimento do tubarão, resultando em um comprimento máximo de aproximadamente 13 metros (43 pés).[47] No entanto, a altura do esmalte dentário não aumenta necessariamente em proporção o comprimento total do animal.[28]:99

Em 1994, os biólogos marinhos Patrick J. Schembri e Stephen Papson opinaram que o C. megalodon pode ter atingido no máximo cerca de 24 a 25 metros (79 a 82 pés) de comprimento total.[48][49]

Em 1996, os pesquisadores Michael D. Gottfried, Leonard Compagno e S. Curtis Bowman propuseram uma relação linear entre o comprimento total de um tubarão e a altura do maior dente superior anterior. A relação proposta é: comprimento total em metros = - (0,096) × [altura máxima UA (milímetros)] - (0,22).[23][28]:60 Eles afirmaram que C. megalodon poderia ter atingido no máximo 20,3 metros (67 pés) de comprimento total.[8][28][50]

Em 2002, o pesquisador de tubarões Clifford Jeremiah propôs que o comprimento total fosse proporcional à largura da raiz de um dente superior anterior. Ele afirmou que para cada 1 centímetro (0,39 polegada) de largura da raiz, há aproximadamente 1,4 metros (4,6 pés) de comprimento no tubarão. Jeremiah apontou que o perímetro da mandíbula de um tubarão é diretamente proporcional ao seu comprimento total, com a largura das raízes dos dentes maiores sendo uma ferramenta para estimar o perímetro da mandíbula. O maior dente possuído por Jeremiah tinha uma largura de raiz de cerca de 12 centímetros (4,7 polegadas), que rendia 16,5 metros (54 pés) ao comprimento total do animal.[19]:88

Em 2002, o paleontólogo Kenshu Shimada, da Universidade DePaul, propôs uma relação linear entre a altura da coroa dentária e o comprimento total após a análise anatômica de várias amostras, permitindo a utilização de qualquer tamanho de dente. Shimada afirmou que os métodos propostos anteriormente eram baseados em uma avaliação menos confiável da homologia dental entre o megalodonte e o tubarão-branco, e que a taxa de crescimento entre a coroa e a raiz não é isométrica, o que ele considerou em seu modelo. Usando esse modelo, o dente superior anterior possuído por Gottfried e colegas correspondia a um comprimento total de 15 metros (49 pés).[51] Entre várias amostras encontradas na Formação Gatún do Panamá, um dente superior lateral foi usado por outros pesquisadores que obtiveram uma estimativa de comprimento total de 17,9 metros (59 pés) usando esse método.[33][52]

Em 2019, Shimada revisitou o tamanho do megalodonte e desencorajou o uso de dentes não anteriores para estimativas, observando que a posição exata de dentes não anteriores isolados é difícil de se identificar. Shimada afirmou que as estimativas de comprimento total máximo, baseadas nos dentes superiores anteriores disponíveis em museus, são de 14,2 e 15,3 metros (47 e 50 pés), dependendo do método de estimativa usado.[53]

Dentes e força de mordida

Reconstrução mostrando a posição dos dentes de substituição

Os fósseis mais comuns do megalodonte são os dentes. As características diagnósticas incluem uma forma triangular, estrutura robusta, ausência de dentículos laterais e pescoço do dente visível em forma de "V" (onde a raiz encontra a coroa).[28]:55[33] O dente encontrava a mandíbula em um ângulo acentuado, semelhante ao tubarão-branco. Ficava ancorado por fibras de tecido conjuntivo, e a rugosidade da base poderia ter aumentado a resistência mecânica.[54] O lado lingual do dente, a parte voltada para a língua, era convexo; e o lado labial, o outro lado do dente, era levemente convexo ou achatado. Os dentes anteriores eram quase perpendiculares à mandíbula e simétricos, enquanto os dentes posteriores eram inclinados e assimétricos.[55]

Os dentes do megalodonte podem medir mais de 180 milímetros (7,1 polegadas) de altura inclinada (comprimento diagonal) e são os maiores dentre todas as espécies conhecidas de tubarões,[19]:33 o que implica que foi o maior entre todos os tubarões macropredadores.[40] Em 1989, um conjunto quase completo de dentes de megalodonte foi descoberto em Saitama, Japão. Outra dentição de megalodonte associada quase completa foi escavada na Formação Yorktown, nos Estados Unidos, e serviu de base para uma reconstrução mandibular do megalodonte no Museu Nacional de História Natural (USNM). Com base nessas descobertas, uma fórmula dental artificial foi montada para o megalodonte em 1996.[28]:55[56]

A fórmula dental do megalodonte é: . Como é evidente na fórmula, o megalodonte tinha quatro tipos de dentes em sua mandíbula: anterior, intermediário, lateral e posterior. O dente intermediário do megalodonte parece tecnicamente ser um superior anterior e é denominado "A3" porque é bastante simétrico e não aponta mesialmente (lado do dente em direção à linha média das mandíbulas onde a esquerda e a direita se encontram). O megalodonte tinha uma dentição muito robusta,[28]:20–21 e tinha mais de 250 dentes nas mandíbulas, abrangendo 5 filas.[19]:iv É possível que indivíduos grandes de megalodonte possuíssem mandíbulas que mediam aproximadamente os 2 metros (6,6 pés) de diâmetro.[19]:129 Os dentes também eram serrilhados, o que teria melhorado a eficiência em cortar carne ou osso.[13][19]:1 O tubarão pode ter sido capaz de abrir a boca em um ângulo de 75°, embora a reconstrução no USNM se aproxime de um de 100°.[28]:63

Mandíbulas reconstruídas em exposição no Aquário Nacional de Baltimore

Em 2008, uma equipe de cientistas liderada por S. Wroe realizou um experimento para determinar a força de mordida do tubarão-branco, usando uma amostra de 2,5 metros (8,2 pés) de comprimento e, em seguida, escalou isometricamente os resultados para seu tamanho máximo e para a massa corporal mínima e máxima conservadora de megalodonte. Eles localizaram a força de mordida desse último entre 108 514 a 182 201 newtons (24 395 a 40 960 libras-força) em uma mordida posterior, em comparação com os 18 216 newtons (4 095 libras-força) da força de mordida do maior tubarão-branco confirmado e 7 400 newtons (1 700 libras-força) do peixe placodermo Dunkleosteus. Além disso, Wroe e seus colegas apontaram que os tubarões se agitam lateralmente durante a alimentação, amplificando a força gerada, o que provavelmente faria com que a força total experimentada pelas presas fosse maior do que a da estimativa.[8][57]

Anatomia interna

Esqueleto de megalodonte reconstruído em exposição no Museu Marítimo Calvert

O megalodonte é representado em seu registro fóssil por dentes, centros vertebrais e coprólitos.[28]:57 Como em todos os tubarões, o esqueleto do megalodonte era formado por cartilagem e não por ossos; consequentemente, a maioria dos espécimes fósseis é mal preservada.[58] Para sustentar sua grande dentição, as mandíbulas do megalodonte teriam sido mais maciças, robustas e mais fortemente desenvolvidas do que as do tubarão-branco, que possui uma dentição comparativamente graciosa. Seu condrocrânio, o crânio cartilaginoso, teria uma aparência mais bloqueada e mais robusta que o do tubarão-branco. E suas barbatanas eram proporcionais ao seu tamanho maior.[28]:64–65

Algumas vértebras fósseis foram encontradas. O exemplo mais notável é uma coluna vertebral parcialmente preservada de um único espécime, escavada na Bacia de Antuérpia, na Bélgica, em 1926; compreendendo 150 centros vertebrais, e variando de 55 milímetros (2,2 polegadas) a 155 milímetros (6 polegadas) de diâmetro. As vértebras do tubarão podem ter sido muito maiores, e o exame da amostra revelou que ele possuía uma contagem vertebral mais alta do que as amostras de qualquer outro tubarão conhecido, possivelmente acima de 200 centros; somente o tubarão-branco já se aproximou desse número.[28]:63–65 Outra coluna vertebral parcialmente preservada de um megalodonte foi escavada na Formação Gram na Dinamarca em 1983, a qual compreende 20 centros vertebrais, variando de 100 milímetros (4 polegadas) a 230 milímetros (9 polegadas) de diâmetro.[54]

Coprólito atribuído ao megalodonte

Os restos de coprólito do megalodonte têm forma de espiral, indicando que o tubarão poderia ter tido uma válvula espiral, uma porção do tubo digestivo em formato de saca-rolhas, semelhante ao dos tubarões lamniformes existentes. Restos de coprólito do mioceno foram descobertos no Condado de Beaufort, Carolina do Sul, com um medindo 14 centímetros (5,5 polegadas).[59]

Gottfried e colegas reconstruíram todo o esqueleto do megalodonte, que mais tarde foi exibido no Museu Marítimo Calvert, nos Estados Unidos, e no Museu Iziko da África do Sul.[28]:56[29] Essa reconstrução tem 11,3 metros (37 pés) de comprimento e representa um macho adulto,[28]:61 baseado nas mudanças ontogenéticas que um tubarão-branco experimenta ao longo de sua vida.[28]:65

Paleobiologia

Distribuição e habitat

O megalodonte tinha uma distribuição cosmopolita;[24][52] seus fósseis foram escavados em muitas partes do mundo, incluindo Europa, África, Américas e Austrália.[28]:67[60] Comumente poderia ser encontrado de regiões subtropicais para latitudes temperadas.[24][28]:78 Era encontrado nas latitudes de até 55° N; e supõe-se que sua faixa de temperaturas toleradas era de 1 a 24 °C (34 a 75 °F).[nota 1] Possivelmente tinha a capacidade de suportar tais temperaturas tão baixas devido à mesotermia, a capacidade fisiológica de grandes tubarões de conservar o calor metabólico mantendo uma temperatura corporal mais alta que a da água ao seu redor.[24]

O megalodonte habitava uma ampla gama de ambientes marinhos (isto é, águas costeiras rasas, áreas de ressurgência costeira, lagunas costeiras pantanosas, litorais arenosos e ambientes de águas profundas costeiras) e exibia um estilo de vida transitório. Os megalodontes adultos não eram abundantes em ambientes de águas rasas, e habitavam principalmente áreas costeiras. O megalodonte pode ter se movido entre águas costeiras e oceânicas, particularmente em diferentes estágios do seu ciclo de vida.[19]:33[62]

Vestígios fósseis demonstram uma tendência de os espécimes serem maiores, em média, no hemisfério sul do que no norte, com comprimentos médios de 11,6 e 9,6 metros (38 e 31 pés), respectivamente; e também maiores no Pacífico que no Atlântico, com comprimentos médios de 10,9 e 9,5 metros (36 e 31 pés), respectivamente. Eles não sugerem propensão de mudar o tamanho do corpo com latitude absoluta, ou de mudar de tamanho ao longo do tempo (embora se pense que a linhagem de Carcharocles em geral mostre uma tendência de aumento de tamanho ao longo do tempo). O comprimento modal total foi estimado em 10,5 metros (34 pés), com a distribuição do comprimento inclinada para indivíduos maiores, sugerindo uma vantagem ecológica ou competitiva para um tamanho corporal maior.[27]

Localização dos fósseis

O megalodonte tinha uma distribuição global e fósseis do tubarão foram encontrados em muitos lugares ao redor do mundo, na fronteira com todos os oceanos do Neogeno.[63]

Época Formação Estado Continente
Plioceno Formação Luanda  Angola África
 Líbia África
África do Sul África
Formação San Mateo  Estados Unidos América do Norte
Formação Towsley  Estados Unidos América do Norte
Formação Bone Valley  Estados Unidos América do Norte
Formação Tamiami  Estados Unidos América do Norte
Formação Yorktown  Estados Unidos América do Norte
Formação Highlands  Antígua e Barbuda América do Norte
Formação Refugio  México América do Norte
Formação San Diego  México América do Norte
Formação Tirabuzon  México América do Norte
Formação Onzole Equador América do Sul
Formação Paraguaná  Venezuela América do Sul
Formação Castell'Arquato  Itália Europa
Formação Arenas de Huelva Espanha Europa
Formação Esbarrondadoiro Portugal Portugal Europa
Formação Touril Complex Portugal Portugal Europa
Formação Red Crag  Reino Unido Europa
Formação Black Rock Sandstone  Austrália Oceania
Formação Cameron Inlet  Austrália Oceania
Formação Grange Burn  Austrália Oceania
Formação Loxton Sand  Austrália Oceania
Formação Whaler's Bluff  Austrália Oceania
Formação Tangahoe  Nova Zelândia Oceania
Mioceno
 Egito África
Bacia Madagascar  Madagascar África
 Nigéria África
Formação Varswater África do Sul África
Formação Monterey Formation  Estados Unidos América do Norte
Formação Puente Formation  Estados Unidos América do Norte
Formação Purisima Formation  Estados Unidos América do Norte
Formação San Mateo Formation  Estados Unidos América do Norte
Formação Santa Margarita Formation  Estados Unidos América do Norte
Formação Temblor Formation  Estados Unidos América do Norte
Formação Topanga Formation  Estados Unidos América do Norte
Formação Bone Valley Formation  Estados Unidos América do Norte
Formação Calvert Formation  Estados Unidos América do Norte
Kirkwood Formation  Estados Unidos América do Norte
 Barbados América do Norte
Formação Cojímar Formation  Cuba América do Norte
Formação Kendance Formation  Granada América do Norte
 Jamaica América do Norte
Calcário Aymamón  Porto Rico América do Norte
Formação Almejas Formation  México América do Norte
Formação Carrillo Puerto Formation  México América do Norte
Formação Chagres Formation  Panamá América do Norte
Formação Chucunaque Formation  Panamá América do Norte
Formação Gatún Formation  Panamá América do Norte
Formação Paraná Formation  Argentina América do Sul
Formação Bahía Inglesa Formation  Chile América do Sul
Formação Castilletes Formation  Colômbia América do Sul
Miramar Formation  Peru América do Sul
Formação Pisco Formation  Peru América do Sul
Formação Camacho Formation  Uruguai América do Sul
Cantaure Formation  Venezuela América do Sul
Formação Caujarao Formation  Venezuela América do Sul
Formação Socorro Formation  Venezuela América do Sul
Formação Urumaco Formation  Venezuela América do Sul
Calcário Baripada  Índia Ásia
Formação Arakida  Japão Ásia
Grupo Bihoku  Japão Ásia
Formação Fujina  Japão Ásia
Formação Hannoura  Japão Ásia
Formação Hongo  Japão Ásia
Formação Horimatsu  Japão Ásia
Formação Ichishi  Japão Ásia
Formação Kurahara  Japão Ásia
Formação Maenami  Japão Ásia
Grupo Matsuyama  Japão Ásia
Formação Sekinobana  Japão Ásia
Formação Suso  Japão Ásia
Formação Takakubo  Japão Ásia
Formação Tonokita  Japão Ásia
Formação Tsurushi  Japão Ásia
Formação Wajimazaki  Japão Ásia
Formação Yoshii  Japão Ásia
 Myanmar Ásia
Formação Burgeschleinitz  Áustria Europa
Formação Melker Sand  Áustria Europa
Formação Rzehakia  Áustria Europa
Formação Weissenegg  Áustria Europa
Membro Antwerpen Sands  Bélgica Europa
 Chipre Europa
Formação Hrušky  Chéquia Europa
Formação Gram  Dinamarca Europa
Bacia Aquitaine  França Europa
 Alemanha Europa
Arenito Libano  Itália Europa
Formação Blue Clay  Malta Europa
Calcário Globigerina  Malta Europa
Membro Aalten  Países Baixos Europa
Formação Breda  Países Baixos Europa
Korytnica Clays  Polônia Europa
Calcário Leitha  Polônia Europa
Formação Esbarrondadoiro  Portugal Europa
Formação Filakovo  Eslováquia Europa
Formação Arjona  Espanha Europa
Calcarenites of Sant Elm  Espanha Europa
 Turquia Europa
Calcário Batesford  Austrália Oceania
Arenito Black Rock  Austrália Oceania
Calcário Gippsland  Austrália Oceania
Formação Mannum  Austrália Oceania
Calcário Morgan  Austrália Oceania
Calcário Port Campbell  Austrália Oceania
 Fiji Oceania
 Polinésia Francesa Oceania
Megalodonte (Predefinição:Mapa de localização/ Mundo)
Localizações das descobertas de fósseis de megalodonte, em amarelo os do Plioceno, e em azul os do Mioceno[24][63]

Relações com presas

Vértebra de uma baleia mordida ao meio por um megalodonte com marcas visíveis dos dentes

Embora os tubarões sejam geralmente alimentadores oportunistas, o tamanho grande do megalodonte, a capacidade de nadar em alta velocidade e as mandíbulas poderosas, juntamente com um impressionante aparato de alimentação, fizeram dele um superpredador capaz de consumir uma ampla gama de animais. Provavelmente, foi um dos predadores mais poderosos que já existiu.[28]:71–75[8] Um estudo focado em isótopos de cálcio de tubarões elasmobrânquios e arraias extintos e existentes revelou que o megalodonte se alimentava em um nível trófico mais alto do que o do tubarão-branco contemporâneo. Ou seja, estava mais acima na cadeia alimentar.[64]

Evidências fósseis indicam que o megalodonte predava muitas espécies de cetáceos, como golfinhos, baleias pequenas, cetoterídeos, esqualodontídeos (golfinhos com dentes de tubarão), cachalotes, baleias-da-Groenlândia e rorquais.[45][65][66] Além disso, eles também alvejaram focas, sirenídeos e tartarugas marinhas.[62] Ele era um oportunista e piscívoro, e também teria caçado peixes menores e outros tubarões.[45] Muitos ossos de baleia foram encontrados com cortes profundos, provavelmente feitos por seus dentes.[28]:75 Várias escavações revelaram dentes de megalodonte próximos aos restos mastigados de baleias,[28]:75[29] e às vezes em associação direta com eles.[17]

A ecologia alimentar do megalodonte parece ter variado com a idade e entre locais, como ocorre com o tubarão-branco moderno. É plausível que a população de megalodontes adultos na costa do Peru tivesse como alvo principal baleias cetoterídeas de 2,5 a 7 metros (8,2 a 23 pés) de comprimento e outras presas menores que eles mesmos, em vez de baleias grandes da mesma classe de tamanho que eles.[65] Enquanto que os juvenis provavelmente tinham uma dieta que consistia mais em peixes.[33][67]

Competição

Megalodontes podem ter enfrentado competição de cachalotes macropredadores, como Livyatan[68]

O megalodonte defrontava um ambiente altamente competitivo.[68] Sua posição no topo da cadeia alimentar[69] provavelmente teve um impacto significativo na estruturação das comunidades marinhas.[68][70] Evidências fósseis indicam uma correlação entre o megalodonte e o surgimento e diversificação de cetáceos e outros mamíferos marinhos.[28]:78[68] Megalodontes juvenis preferiam habitats onde pequenos cetáceos eram abundantes; e os adultos, onde havia um alto número de grandes cetáceos. Tais preferências podem ter se desenvolvido logo após eles terem aparecido no Oligoceno.[28]:74–75

Megalodontes foram contemporâneos aos odontocetos predadores de baleias (particularmente cachalotes macropredadores e esqualodontídeos), que provavelmente também estavam entre os predadores da época, e proporcionaram competição.[68] Alguns atingiam tamanhos gigantescos, como o Livyatan, que crescia de 13,5 para 17,5 metros (44 para 57 pés). Dentes fossilizados de uma espécie indeterminada de tais cachalotes provenientes da Mina Lee Creek, na Carolina do Norte, indicam que ele tinha um comprimento corporal máximo de 8 a 10 metros e uma duração máxima de vida de cerca de 25 anos. Sendo muito distinto das orcas modernas de tamanho semelhante, que vivem até os 65 anos, sugerindo que diferentemente dessas, que são superpredadores, esses cachalotes estavam sujeitos à predação de espécies maiores, como megalodontes ou Livyatan.[71] No final do Mioceno Superior, por volta de 11 milhões de anos atrás, os macropredadores passaram por um declínio significativo em abundância e em diversidade. Outras espécies podem ter preenchido esse nicho no Plioceno,[68][72] como a orca extinta Orcinus citoniensis, que pode ter sido uma predadora em grupo e visava presas maiores que ela mesma,[29][73][74][75] mas essa inferência é contestada[9] e provavelmente era uma predadora generalista, e não uma especialista em mamíferos marinhos.[76]

O megalodonte pode ter submetido os tubarões-brancos contemporâneos à exclusão competitiva, pois os registros fósseis indicam que outras espécies de tubarões evitavam as regiões em que habitavam, mantendo-se principalmente nas águas mais frias da época.[77][28]:77 Nas áreas em que suas distribuições pareciam se sobrepuser, como na Baixa Califórnia pliocênica, é possível que o megalodonte e o tubarão-branco ocupassem a área em diferentes épocas do ano, enquanto seguiam diferentes presas migratórias.[28]:77[78] O megalodonte provavelmente também tinha uma tendência para o canibalismo, como os tubarões contemporâneos.[79]

Estratégias de alimentação

Impressão artística de um megalodonte perseguindo duas baleias do gênero Eobalaenoptera

Os tubarões costumam empregar estratégias complexas de caça envolvendo grandes presas. As estratégias de caça do tubarão-branco podem ser semelhantes ao modo como o megalodonte caçava suas grandes presas.[80] Marcas de mordida de megalodonte em fósseis de baleias sugerem que ele empregava estratégias de caça contra presas grandes diferentes das que o tubarão-branco utiliza.[45]

Um espécime em particular — restos de uma baleia miocênica de 9 metros (30 pés) de comprimento não descrita — forneceu a primeira oportunidade de analisar quantitativamente seu comportamento de ataque. Ao contrário dos tubarões-brancos que visam a barriga de suas presas, o megalodonte provavelmente buscava atingir o coração e os pulmões com seus dentes grossos adaptados para morder ossos duros, como indicado por marcas de mordidas infligidas à caixa torácica e outras áreas ósseas resistentes nos vestígios da baleia.[45] Além disso, os padrões de ataque podem ter diferido para presas de tamanhos diferentes. Restos fósseis de alguns pequenos cetáceos, cetoterídeos por exemplo, sugerem que eles eram atingidos com grande força por baixo antes de serem mortos e comidos, com base em fraturas por compressão.[80]

Durante o Plioceno, cetáceos maiores apareceram.[81] Os megalodontes aparentemente aperfeiçoaram ainda mais suas estratégias de caça para lidar com essas grandes baleias. Numerosos ossos de nadadeiras e vértebras caudais fossilizadas de grandes baleias do Plioceno foram encontrados com marcas de mordida de megalodonte, o que sugere que eles imobilizavam grandes baleias antes de matá-las e se alimentar delas.[8][45]

Áreas de berçário

Coleção de dentes de megalodontes juvenis e C. chubutensis de uma provável área de berçário na Formação Gatún, no Panamá

O megalodonte, como os tubarões contemporâneos, fez uso de áreas de berçário para dar à luz seus filhotes, especificamente em ambientes costeiros de água quente com grandes quantidades de comida e proteção contra predadores.[33] Locais de berçário foram identificados na Formação Gatún no Panamá, na Formação Calvert em Maryland, no Banco de Concepción nas Ilhas Canárias[82] e na Formação Bone Valley na Flórida. Dado que todos os tubarões lamniformes existentes dão à luz quando jovens, acredita-se que isso também acontecia com o megalodonte.[83] Megalodontes infantis tinham cerca de 3,5 metros (11 pés) em seu menor tamanho,[28]:61 e os filhotes eram vulneráveis ​​à predação por outras espécies de tubarões, como o tubarão-martelo-panã (Sphyrna mokarran) e Hemipristis serra.[33] Suas preferências alimentares exibem uma mudança ontogenética:[28]:65 megalodontes juvenis geralmente caçavam peixes,[33] tartarugas marinhas,[62] dugongos,[19]:129 e pequenos cetáceos; e os adultos mudavam-se para áreas costeiras e se alimentavam de grandes cetáceos.[28]:74–75

Um caso excepcional no registro fóssil sugere que megalodontes juvenis poderiam ocasionalmente atacar baleias balenópteras muito maiores. Aparentemente, três marcas de dente de um tubarão pliocênico de 4 a 7 metros (13 a 23 pés) de comprimento foram encontradas numa costela de baleia-azul ou baleia-jubarte ancestral que mostrava evidências de cicatrização subsequente, que é suspeita de ter sido infligida por um tubarão megalodonte juvenil.[84][85]

Extinção

Mudanças climáticas

A Terra experimentou uma série de mudanças durante o período em que o megalodonte existiu, que afetaram a vida marinha. Uma tendência de resfriamento a partir do Oligoceno há 35 milhões de anos levou à glaciação nos pólos. Eventos geológicos mudaram correntes e a precipitação; entre eles, o fechamento da Canal da América Central e as mudanças no Oceano de Tétis, contribuindo para o resfriamento dos oceanos. A paralisação da Corrente do Golfo impediu que a água rica em nutrientes chegasse aos principais ecossistemas marinhos, o que pode ter afetado negativamente suas fontes de alimento. A maior oscilação do nível do mar na era Cenozoica ocorreu no Plio-Pleistoceno, entre cerca de 5 milhões a 12 mil anos atrás, devido à expansão das geleiras nos pólos, que impactaram negativamente os ambientes costeiros, e pode ter contribuído para sua extinção juntamente com a de várias outras espécies megafaunais marinhas.[86] Essas alterações oceanográficas, em particular a queda do nível do mar, podem ter restringido muitos dos locais adequados de berçários de água quente para megalodontes, dificultando sua reprodução.[87] As áreas de berçário são essenciais para a sobrevivência de muitas espécies de tubarões, em parte porque protegem os juvenis da predação.[88][33]

Como sua distribuição aparentemente não se estendeu para águas mais frias, o megalodonte pode não ter sido capaz de reter uma quantidade significativa de calor metabólico; portanto, sua distribuição era restrita às decrescentes águas mais quentes.[87][66][89] Evidências fósseis confirmam a ausência de megalodontes em regiões do mundo onde as temperaturas da água caíram significativamente durante o Plioceno.[28]:77 No entanto, uma análise da distribuição do megalodonte ao longo do tempo sugere que a mudança de temperatura não teve um papel direto em sua extinção. Sua distribuição durante o Mioceno e o Plioceno não se correlacionava com as tendências de aquecimento e resfriamento de seu ambiente; embora a abundância e a distribuição tenham diminuído durante o Plioceno, o megalodonte mostrava uma capacidade de habitar latitudes mais frias. Foram encontrados vestígios em locais com temperatura média variando de 12 a 27 °C (54 a 81 °F), com uma variação total de 1 a 33 °C (34 a 91 °F), indicando que a extensão global do habitat adequado ao megalodonte não deveria ter sido muito afetado pelas mudanças de temperatura que ocorreram.[24] O que é consistente com a evidência de que era um animal mesotérmico.[42]

Alterações no ecossistema

O megalodonte pode ter se tornado coextinto com espécies menores de misticetos, como Piscobalaena nana[90]

Mamíferos marinhos atingiram sua maior diversidade durante o Mioceno,[28]:71 como ocorreu, por exemplo, com os misticetos que tinham mais de 20 gêneros reconhecidos no Mioceno, e que atualmente contam com apenas 6.[91] Essa diversidade apresentava um cenário ideal para sustentar um superpredador como o megalodonte.[28]:75 No final do Mioceno, muitas espécies de misticetos haviam sido extintas;[68] e as espécies sobreviventes podem ter sido nadadoras mais rápidas e, portanto, presas mais esquivas.[19]:46 Além disso, após o fechamento do Canal da América Central, as baleias tropicais diminuíram em diversidade e abundância.[89] A extinção do megalodonte está correlacionada com o declínio de muitas linhagens de misticetos pequenos, e é possível que ele tenha sido bastante dependente deles como fonte de alimento.[65] Além disso, descobriu-se que uma extinção da megafauna marinha durante o Plioceno eliminou 36% de todas as grandes espécies marinhas, incluindo 55% dos mamíferos marinhos, 35% das aves marinhas, 9% dos tubarões e 43% das tartarugas marinhas. A extinção foi seletiva para seres endotérmicos e mesotérmicos em relação aos poiquilotérmicos, implicando causalidade por uma diminuição no suprimento de alimentos[86] e, portanto, consistente com o megalodonte sendo mesotérmico.[42] O megalodonte pode ter sido muito grande para se sustentar com o declínio dos recursos alimentares marinhos.[87] O resfriamento dos oceanos durante o Plioceno pode ter restringido o acesso do megalodonte às regiões polares, privando-o das grandes baleias que migravam para lá.[89]

A competição com outros predadores de mamíferos marinhos, como os cachalotes macropredadores, que apareceram no Mioceno, e as orcas e os tubarões-brancos no Plioceno,[68][72][92] também podem ter contribuído para o declínio e a extinção do megalodonte.[24][19]:46–47[87] Registros fósseis indicam que os novos cetáceos predadores de baleias geralmente ocorriam em altas latitudes durante o Plioceno, indicando que eles poderiam lidar com as crescentes temperaturas da água fria; mas também ocorriam nos trópicos (como por exemplo Orcinus sp., na África do Sul).[72] Os maiores cachalotes macropredadores, como Livyatan, são mais conhecidos do Mioceno, mas persistiram no Plioceno,[93] enquanto outros, como Hoplocetus e Scaldicetus, sobreviveram até o início do Pleistoceno. Eles podem ter ocupado um nicho semelhante ao das orcas antes de serem substituídos por elas.[94] Evidências recentes e métodos de datação mais precisos sugerem que C. megalodon pode ter se extinguido antes do que se supunha; fósseis examinados em depósitos do Pacífico Norte sugerem que esses tubarões foram extintos há cerca de 3,6 a 4 milhões de anos. Supõe-se que isso se deviu tanto ao resfriamento das temperaturas da superfície, resultando na fragmentação da distribuição de C. megalodon, como também à competição por presas com o tubarão-branco moderno recentemente desenvolvido. Muitas das espécies que serviam de presa para os megalodontes sobreviveram por um período significativamente mais longo, ao contrário da teoria anterior de que todas foram varridas por uma única extinção marinha em massa.[9]

A extinção do megalodonte criou condições para novas mudanças nas comunidades marinhas. O tamanho médio do corpo das baleias aumentou significativamente após seu desaparecimento, embora isso possivelmente também tenha ocorrido devido a outras causas relacionadas ao clima.[95] Inversamente, o aumento no tamanho das baleias pode ter contribuído para a extinção dos megalodontes, pois assim eles podem ter preferido ir atrás de baleias menores; e as marcas de mordidas em grandes espécies de baleias podem ter sido causadas por tubarões necrófagos. O megalodonte pode simplesmente ter se tornado coextinto com espécies menores de baleia, como Piscobalaena nana.[90] A extinção do megalodonte causou também um impacto positivo aos outros predadores da época, como o tubarão-branco, em alguns casos se espalhando para regiões onde o megalodonte desaparecia.[24][92][96]

Na cultura popular

O HMS Challenger descobriu dentes de megalodonte que foram erroneamente datados em torno de 11 000 a 24 000 anos atrás

O megalodonte já foi retratado em várias obras de ficção, incluindo filmes e romances, e continua sendo um objeto popular para a ficção que envolve monstros marinhos.[97] Três megalodontes individuais, dois adultos e um juvenil, foram retratados na série de documentários da BBC de 2003 Sea Monsters, onde é definido como um "perigo" da época.[98] O Jurassic Fight Club do History Channel retrata um megalodonte atacando um cachalote Brygmophyseter no Japão.[99] Vários filmes retratam o megalodonte, como Shark Attack 3: Megalodon e a série Mega Shark (por exemplo em Mega Shark Versus Giant Octopus e em Mega Shark Versus Crocosaurus).[97] O tubarão aparece no videogame de 2017 Ark: Survival Evolved.[100] Algumas histórias, como a de Jim Shepard Tedford and the Megalodon, narram uma redescoberta do tubarão.[101] Meg: A Novel of Deep Terror, de Steve Alten, retrata o tubarão atacando dinossauros em seu prólogo e a arte de capa mostra um megalodonte matando um Tyrannosaurus no mar.[102] As sequelas do livro também estrelam o megalodonte: The Trench, Meg: Primal Waters, Meg: Hell's Aquarium, Meg: Nightstalkers, Meg: Generations, e Meg: Origins,[97] e há uma adaptação cinematográfica intitulada The Meg, lançada em 10 de agosto de 2018.[103]

O pseudodocumentário do Animal Planet, Mermaids: The Body Found, inclui um duelo de 1,6 milhões de anos atrás entre um grupo de sereias e um megalodonte.[104] Mais tarde, em agosto de 2013, o Discovery Channel estreou sua série anual Shark Week com outro filme para televisão, Megalodon: The Monster Shark Lives,[105] uma controversa docuficção sobre a criatura que apresentava supostas evidências para sugerir que o megalodonte ainda estava vivo. Este programa recebeu críticas por ser completamente fictício; por exemplo, todos os supostos cientistas representados eram atores pagos. Em 2014, o Discovery reexibiu o The Monster Shark Lives, juntamente com um novo programa de uma hora, o Megalodon: The New Evidence, e um programa adicional de ficção intitulado Shark of Darkness: Wrath of Submarine, resultando em mais reações de fontes de mídia e da comunidade científica.[45][106][107]

Relatos de dentes de megalodonte supostamente recentes, como os feitos pelo HMS Challenger em 1873, erroneamente datados em torno de 11 000 a 24 000 anos, provavelmente são dentes que foram bem preservados por uma espessa crosta mineral de precipitado de dióxido de manganês e assim teve uma taxa de decomposição mais baixa e manteve a cor branca durante a fossilização. Os fósseis de dentes de megalodonte podem variar de cor, de esbranquiçados a marrons e cinzas escuros, e alguns dentes fósseis podem ter sido redepositados em um estrato mais jovem. As alegações elusivas de que o megalodonte poderia ter sobrevivido nas profundezas, semelhante ao tubarão-boca-grande que foi descoberto em 1976, são improváveis, pois o tubarão vivia em águas costeiras quentes e provavelmente não poderia sobreviver num ambiente marinho profundo frio e pobre em nutrientes.[108][109]

Dentes de megalodonte são os fósseis estaduais da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.[110]

Ver também

Notas

Do texto
  1. A bioapatita carbonatada de um dente de megalodonte (com localização de origem desconhecida) datado de 5,75 ± 0,9 milhões de anos de idade foi analisada pelas relações isotópicas de oxigênio (18O/16O) e de carbono (13C/12C), usando uma metodologia de termometria de isótopos aglutinados em carbononatos que produziu uma estimativa da temperatura ambiente no habitat desse indivíduo de 19 ± 4 °C.[61]
De tradução
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Megalodon», especificamente desta versão.

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Leitura adicional

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