Pensamento: diferenças entre revisões

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Vários argumentos foram levantados contra o computacionalismo. Em um sentido, parece trivial, já que quase qualquer sistema físico pode ser descrito como executando computações e, portanto, como pensando. Por exemplo, foi argumentado que os movimentos moleculares em uma parede regular podem ser entendidos como a computação de um algoritmo, já que são "isomórficos à estrutura formal do programa" em questão sob a interpretação correta.<ref name="RescorlaComputationalism"/> Isto levaria à conclusão implausível de que a parede está pensando. Outra objeção se concentra na ideia de que o computacionalismo capta apenas alguns aspectos do pensamento, mas é incapaz de explicar outros aspectos cruciais da cognição humana.<ref name="RescorlaComputationalism"/><ref name="BritannicaComputationalism"/>
Vários argumentos foram levantados contra o computacionalismo. Em um sentido, parece trivial, já que quase qualquer sistema físico pode ser descrito como executando computações e, portanto, como pensando. Por exemplo, foi argumentado que os movimentos moleculares em uma parede regular podem ser entendidos como a computação de um algoritmo, já que são "isomórficos à estrutura formal do programa" em questão sob a interpretação correta.<ref name="RescorlaComputationalism"/> Isto levaria à conclusão implausível de que a parede está pensando. Outra objeção se concentra na ideia de que o computacionalismo capta apenas alguns aspectos do pensamento, mas é incapaz de explicar outros aspectos cruciais da cognição humana.<ref name="RescorlaComputationalism"/><ref name="BritannicaComputationalism"/>

== Tipos de pensamento ==
Uma grande variedade de tipos de pensamento é discutida na literatura acadêmica. Uma abordagem comum os divide naquelas formas que visam a criação de conhecimento teórico e naquelas que visam a produção de ações ou decisões corretas.<ref name="BorchertThinking">{{citar livro |last1=Borchert |first1=Donald |title=Macmillan Encyclopedia of Philosophy, 2nd Edition |date=2006 |publisher=Macmillan |url=https://philpapers.org/rec/BORMEO |chapter=Thinking}}</ref> Mas não existe uma taxonomia universalmente aceita que resuma todos esses tipos. Em alguns casos, o mesmo pensamento particular pode pertencer a diferentes categorias ao mesmo tempo. Também pode depender da definição de pensamento se alguns dos tipos listados aqui realmente se qualificam como ''pensamento''.

=== Entreter, julgar e raciocinar ===
Pensar é muitas vezes identificado com o ato de [[Juízo|julgar]]. Um juízo é uma operação mental na qual uma proposição é evocada e depois afirmada ou negada.<ref name="Crowell"/><ref name="Schmidt">{{citar livro |last1=Schmidt |first1=R. W. |title=New Catholic Encyclopedia |url=https://www.encyclopedia.com/social-sciences-and-law/law/law/judgment |chapter=Judgment}}</ref> Envolve decidir em que acreditar e visa determinar se a proposição julgada é verdadeira ou falsa.<ref>{{citar periódico |last1=Sgarbi |first1=Marco |title=Theories of Judgment. Historical and Theoretical Perspectives |journal=Quaestio |date=2006 |volume=6 |issue=1 |pages=589–592 |doi=10.1484/J.QUAESTIO.2.302491 |url=https://philpapers.org/rec/SGATOJ}}</ref><ref>{{citar periódico |last1=Robins |first1=E. P. |title=Modern Theories of Judgment |journal=Philosophical Review |date=1898 |volume=7 |issue=6 |pages=583–603 |doi=10.2307/2176171 |jstor=2176171 |url=https://philpapers.org/rec/ROBMTO}}</ref> Várias teorias de juízo foram propostas. A abordagem tradicionalmente dominante é a teoria da combinação. Afirma que os juízos consistem na combinação de conceitos.<ref name="Rojszczak">{{citar periódico |last1=Rojszczak |first1=Artur |last2=Smith |first2=Barry |title=Theories of Judgment |journal=The Cambridge History of Philosophy 1870-1945 |date=2003 |pages=157–173 |url=https://philpapers.org/rec/ROJTOJ |publisher=Cambridge University Press|doi=10.1017/CHOL9780521591041.013 |isbn=9780521591041 }}</ref> Nesta visão, julgar que "todos os homens são mortais" é combinar os conceitos "homem" e "mortal". Os mesmos conceitos podem ser combinados de diferentes maneiras, correspondendo a diferentes formas de juízo, por exemplo, como "alguns homens são mortais" ou "nenhum homem é mortal".<ref>{{citar web |last1=Hanna |first1=Robert |title=Kant's Theory of Judgment |url=https://plato.stanford.edu/entries/kant-judgment/ |website=The Stanford Encyclopedia of Philosophy |publisher=Metaphysics Research Lab, Stanford University |access-date=2021-10-24 |date=2018}}</ref>

Outras teorias do juízo se concentram mais na relação entre a proposição julgada e a realidade. Segundo [[Franz Brentano]], um juízo é uma crença ou uma descrença na existência de alguma entidade.<ref name="Rojszczak"/><ref name="Brandl">{{citar web |last1=Brandl |first1=Johannes L. |last2=Textor |first2=Mark |title=Brentano's Theory of Judgement |url=https://plato.stanford.edu/entries/brentano-judgement/ |website=The Stanford Encyclopedia of Philosophy |publisher=Metaphysics Research Lab, Stanford University |access-date=2021-10-24 |date=2020}}</ref> Neste sentido, existem apenas duas formas fundamentais de juízo: "A existe" e "A não existe". Quando aplicada à frase "todos os homens são mortais", a entidade em questão é "homens imortais", dos quais se diz que não existem.<ref name="Rojszczak"/><ref name="Brandl"/> Importante para Brentano é a distinção entre a mera representação do conteúdo do juízo e a afirmação ou a negação do conteúdo.<ref name="Rojszczak"/><ref name="Brandl"/> A mera representação de uma proposição é muitas vezes referida como "entreter uma proposição". Este é o caso, por exemplo, quando se considera uma proposição, mas ainda não se decidiu se é verdadeira ou falsa.<ref name="Rojszczak"/><ref name="Brandl"/> O termo "pensar" pode se referir tanto a julgar como a mero entreter. Esta diferença é muitas vezes explícita na forma como o pensamento é expresso: "pensar que" geralmente envolve um juízo, enquanto "pensar em" refere-se à representação neutra de uma proposição sem uma crença associada. Neste caso, a proposição é meramente ''entretida'', mas ainda não ''julgada''.<ref name="Mandelbaum2"/> Algumas formas de pensamento podem envolver a representação de objetos sem qualquer proposição, como quando alguém está pensando em sua avó.<ref name="Crowell"/>

O raciocínio é uma das formas mais paradigmáticas do pensamento. É o processo de tirar conclusões a partir de premissas ou evidências. Os tipos de raciocínio podem ser divididos em raciocínio dedutivo e não dedutivo. O [[raciocínio dedutivo]] é governado por certas [[regras de inferência]], que garantem a verdade da conclusão se as premissas são verdadeiras.<ref name="BritannicaThought"/><ref name="Vinacke">{{citar livro |last1=Vinacke |first1=W. Edgar |title=International Encyclopedia of the Social Sciences |url=https://www.encyclopedia.com/social-sciences-and-law/sociology-and-social-reform/sociology-general-terms-and-concepts/thinking |chapter=Thought}}</ref> Por exemplo, dadas as premissas "todos os homens são mortais" e "Sócrates é um homem", segue-se dedutivamente que "Sócrates é mortal". O raciocínio não dedutivo, também conhecido como [[Raciocínio revogável|raciocínio derrotável]] ou [[Lógica não monotônica|raciocínio não monotônico]], ainda é racionalmente convincente, mas a verdade da conclusão não é garantida pela verdade das premissas.<ref>{{citar periódico |last1=Pollock |first1=John L. |title=Defeasible Reasoning |journal=Cognitive Science |date=1987 |volume=11 |issue=4 |pages=481–518 |doi=10.1207/s15516709cog1104_4 |url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/pdf/10.1207/s15516709cog1104_4}}</ref> A [[Indução (Lógica)|indução]] é uma forma de raciocínio não dedutivo, por exemplo, quando se conclui que "o sol nascerá amanhã" com base nas experiências de todos os dias anteriores. Outras formas de raciocínio não dedutivo incluem a [[Abdução (lógica filosófica)|inferência à melhor explicação]] e o [[Analogia|raciocínio analógico]].<ref>{{citar web |last1=Koons |first1=Robert |title=Defeasible Reasoning |url=https://plato.stanford.edu/entries/reasoning-defeasible/ |website=The Stanford Encyclopedia of Philosophy |publisher=Metaphysics Research Lab, Stanford University |access-date=2021-10-16 |date=2021}}</ref>

As [[falácias]] são formas defeituosas de pensamento que vão contra as normas de raciocínio correto. As falácias formais dizem respeito a inferências defeituosas encontradas no raciocínio dedutivo.<ref name="HansenFallacy">{{citar web |last1=Hansen |first1=Hans |title=Fallacies |url=https://plato.stanford.edu/entries/fallacies/ |website=The Stanford Encyclopedia of Philosophy |publisher=Metaphysics Research Lab, Stanford University |access-date=2021-3-18 |date=2020}}</ref><ref>{{citar livro |last1=Vleet |first1=Van Jacob E. |title=Informal Logical Fallacies: A Brief Guide |date=2010 |publisher=Upa |url=https://philpapers.org/rec/VLEILF |chapter=Introduction}}</ref> [[Negação do antecedente|Negar o antecedente]] é um tipo de falácia formal, por exemplo: "Se Otelo é solteiro, então ele é homem. Otelo não é solteiro. Portanto, Otelo não é homem".<ref name="BritannicaThought"/><ref>{{citar periódico |last1=Stone |first1=Mark A. |title=Denying the Antecedent: Its Effective Use in Argumentation |journal=Informal Logic |date=2012 |volume=32 |issue=3 |pages=327–356 |doi=10.22329/il.v32i3.3681 |url=https://philpapers.org/rec/STODTA}}</ref> As [[Falácia informal|falácias informais]], por outro lado, aplicam-se a todos os tipos de raciocínio. A fonte de sua falha se encontra no ''conteúdo'' ou no ''contexto'' do argumento.<ref>{{citar web |last1=Dowden |first1=Bradley |title=Fallacies |url=https://iep.utm.edu/fallacy/ |website=Internet Encyclopedia of Philosophy |access-date=2021-3-19}}</ref><ref name="HansenFallacy"/><ref>{{citar livro |last1=Walton |first1=Douglas N. |title=Informal Fallacies: Towards a Theory of Argument Criticisms |date=1987 |publisher=John Benjamins |url=https://philpapers.org/rec/WALIFT |chapter=1. A new model of argument}}</ref> Isto é muitas vezes causado por expressões ambíguas ou vagas na [[linguagem natural]],<ref>{{citar livro |last1=Engel |first1=S. Morris |title=With Good Reason an Introduction to Informal Fallacies |date=1982 |url=https://philpapers.org/rec/ENGWGR |chapter=2. The medium of language}}</ref> como em "Os veleiros usam velas. As velas são feitas de cera. Portanto, os veleiros usam cera." Um aspecto importante das falácias é que elas parecem ser racionalmente convincentes à primeira vista e, assim, seduzem as pessoas a aceitá-las e cometê-las.<ref name="HansenFallacy"/> Se um ato de raciocínio constitui uma falácia não depende de se as premissas são verdadeiras ou falsas, mas de sua relação com a conclusão e, em alguns casos, do contexto.<ref name="BritannicaThought"/>

=== Formação de conceitos ===
[[Conceito]]s são noções gerais que constituem os elementos fundamentais do pensamento.<ref name="Margolis">{{citar web |last1=Margolis |first1=Eric |last2=Laurence |first2=Stephen |title=Concepts |url=https://plato.stanford.edu/entries/concepts/ |website=The Stanford Encyclopedia of Philosophy |publisher=Metaphysics Research Lab, Stanford University |access-date=2021-9-28 |date=2021}}</ref><ref name="BritannicaThoughtsAndAttitudes">{{citar web |title=Philosophy of mind - Thoughts and attitudes |url=https://www.britannica.com/topic/philosophy-of-mind/Thoughts-and-attitudes |website=Encyclopedia Britannica |access-date=2021-10-16 |language=en}}</ref> São regras que governam como os objetos são ordenados em diferentes classes.<ref name="BritannicaConceptFormation">{{citar web |title=Concept formation |url=https://www.britannica.com/topic/concept-formation |website=Encyclopedia Britannica |access-date=2021-10-16 |language=en}}</ref><ref name="Kazdin"/> Uma pessoa só pode pensar em uma proposição se possuir os conceitos envolvidos nesta proposição.<ref name="Fodor">{{citar periódico |last1=Fodor |first1=Jerry |title=Having Concepts: A Brief Refutation of the Twentieth Century |journal=Mind and Language |date=2004 |volume=19 |issue=1 |pages=29–47 |doi=10.1111/j.1468-0017.2004.00245.x |url=https://philpapers.org/rec/FODHCA}}</ref> Por exemplo, a proposição "[[vombate]]s são animais" envolve os conceitos "vombate" e "animal". Alguém que não possui o conceito "vombate" ainda pode ser capaz de ler a frase, mas não pode entreter a proposição correspondente. A formação de conceitos é uma forma de pensar na qual novos conceitos são adquiridos.<ref name="Kazdin">{{citar livro |editor1-last=Kazdin |editor1-first=Alan E. |title=Encyclopedia of Psychology |date=2000 |publisher=American Psychological Association |isbn=978-1-55798-187-5 |url=https://www.apa.org/pubs/books/4600100 |chapter=Thinking: An Overview}}</ref> Envolve familiarizar-se com os traços característicos compartilhados por todas as instâncias do tipo de entidade correspondente e desenvolver a capacidade de identificar casos positivos e negativos. Este processo geralmente corresponde ao aprendizado do significado da palavra associada ao tipo em questão.<ref name="BritannicaConceptFormation"/><ref name="Kazdin"/> Existem várias teorias sobre como os conceitos e a possessão de conceitos devem ser entendidos.<ref name="Margolis"/>

De acordo com uma visão popular, os conceitos devem ser entendidos em termos de [[Habilidade#Conceitos e possessão de conceitos|habilidades]]. Nesta visão, dois aspectos centrais caracterizam a possessão de conceitos: a habilidade de discriminar entre casos positivos e negativos, e a habilidade de tirar inferências deste conceito a conceitos relacionados. A formação de conceitos corresponde à aquisição dessas habilidades.<ref name="Fodor"/><ref name="Weiskopf">{{citar periódico |last1=Weiskopf |first1=Daniel A. |last2=Bechtel |first2=William |title=Remarks on Fodor on Having Concepts |journal=Mind and Language |date=2004 |volume=19 |issue=1 |pages=48–56 |doi=10.1111/j.1468-0017.2004.00246.x |url=https://philpapers.org/rec/WEIROF}}</ref><ref name="Margolis"/> Foi sugerido que os animais também são capazes de aprender conceitos em certa medida. Isto se deve à sua capacidade de discriminar entre diferentes tipos de situações e ajustar seu comportamento de acordo.<ref name="BritannicaConceptFormation"/><ref>{{citar web |title=Learning theory |url=https://www.britannica.com/science/learning-theory |website=Encyclopedia Britannica |access-date=2021-10-16 |language=en}}</ref>

=== Resolução de problemas ===
No caso da [[resolução de problemas]], o pensamento visa alcançar um objetivo predefinido, superando certos obstáculos.<ref name="Mole"/><ref name="BritannicaThought">{{citar web |title=Thought |url=https://www.britannica.com/topic/thought |website=Encyclopedia Britannica |access-date=2021-10-14 |language=en}}</ref><ref name="Kazdin"/> Este processo muitas vezes envolve duas formas diferentes de pensamento. Por um lado, o ''pensamento divergente'' visa encontrar tantas soluções alternativas quanto possível. Por outro lado, o ''pensamento convergente'' tenta reduzir o leque de alternativas aos candidatos mais promissores.<ref name="BritannicaThought"/><ref>{{citar livro |last1=Kim |first1=Kyung Hee |last2=Pierce |first2=Robert A. |title=Convergent Versus Divergent Thinking |url=https://link.springer.com/referenceworkentry/10.1007%2F978-1-4614-3858-8_22 |website=Encyclopedia of Creativity, Invention, Innovation and Entrepreneurship |publisher=Springer |access-date=2021-10-24 |pages=245–250 |language=en |doi=10.1007/978-1-4614-3858-8_22 |date=2013|isbn=978-1-4614-3857-1 }}</ref><ref>{{citar livro |last1=Razumnikova |first1=Olga M. |title=Encyclopedia of Creativity, Invention, Innovation and Entrepreneurship |chapter=Divergent Versus Convergent Thinking |chapter-url=https://link.springer.com/referenceworkentry/10.1007%2F978-1-4614-3858-8_362 |website=Encyclopedia of Creativity, Invention, Innovation and Entrepreneurship |publisher=Springer |access-date=2021-10-24 |pages=546–552 |language=en |doi=10.1007/978-1-4614-3858-8_362 |date=2013|isbn=978-1-4614-3857-1 }}</ref> Alguns pesquisadores identificam várias etapas no processo de resolução de problemas. Estes passos incluem reconhecer o problema, tentar entender sua natureza, identificar critérios gerais que a solução deve e cumprir, decidir como esses critérios devem ser priorizados, monitorar o progresso e avaliar os resultados.<ref name="BritannicaThought"/>

Uma distinção importante diz respeito ao tipo de problema que é enfrentado. Para ''problemas bem estruturados'', é fácil determinar quais passos devem ser tomados para resolvê-los, mas executar esses passos ainda pode ser difícil.<ref name="BritannicaThought"/><ref name="Reed"/> Para problemas mal estruturados, por outro lado, não está claro quais passos devem ser tomados, ou seja, não há uma fórmula clara que conduza ao sucesso se seguida corretamente. Neste caso, a solução às vezes vir em um lampejo de inspiração em que o problema é visto de repente sob uma nova luz.<ref name="BritannicaThought"/><ref name="Reed">{{citar periódico |last1=Reed |first1=Stephen K. |title=The Structure of Ill-Structured (and Well-Structured) Problems Revisited |journal=Educational Psychology Review |date=2016-12-1 |volume=28 |issue=4 |pages=691–716 |doi=10.1007/s10648-015-9343-1 |s2cid=146496245 |url=https://link.springer.com/article/10.1007/s10648-015-9343-1 |language=en |issn=1573-336X}}</ref> Outra maneira de categorizar diferentes formas de resolução de problemas é distinguir entre [[algoritmo]]s e [[heurística]]s.<ref name="Kazdin"/> Um algoritmo é um procedimento formal no qual cada passo é claramente definido. Garante o sucesso se aplicado corretamente.<ref name="BritannicaThought"/><ref name="Kazdin"/> A multiplicação longa geralmente ensinada na escola é um exemplo de um algoritmo para resolver o problema de multiplicar números grandes. As heurísticas, por outro lado, são procedimentos informais. São regras gerais grosseiras que tendem a aproximar o pensador da solução, mas o sucesso não é garantido em todos os casos, mesmo se seguidas corretamente.<ref name="BritannicaThought"/><ref name="Kazdin"/> Exemplos de heurísticas são trabalhar para frente e trabalhar para trás. Estas abordagens envolvem planejar um passo de cada vez, seja começando no início e avançando ou começando no final e retrocedendo. Assim, ao planejar uma viagem, pode-se planejar as diferentes etapas da viagem da origem ao destino na ordem cronológica de como a viagem será realizada, ou na ordem inversa.<ref name="BritannicaThought"/>

Obstáculos à resolução de problemas podem surgir da falha do pensador em levar em conta certas possibilidades, fixando-se em uma linha de ação específica.<ref name="BritannicaThought"/> Há diferenças importantes entre como os novatos e os especialistas resolvem problemas. Por exemplo, os especialistas tendem a alocar mais tempo para conceituar o problema e trabalhar com representações mais complexas, enquanto os novatos tendem a dedicar mais tempo à execução de soluções putativas.<ref name="BritannicaThought"/>

=== Deliberação e decisão ===
A deliberação é uma forma importante de pensamento prático. Visa formular possíveis cursos de ação e avaliar seu valor considerando as razões a favor e contra eles.<ref>{{citar periódico |last1=Arpaly |first1=N. |last2=Schroeder |first2=T. |title=Deliberation and Acting for Reasons |journal=Philosophical Review |date=2012 |volume=121 |issue=2 |pages=209–239 |doi=10.1215/00318108-1539089 |url=https://philpapers.org/rec/ARPDAA}}</ref> Isso envolve previsão para antecipar o que pode acontecer. Com base nesta previsão, diferentes cursos de ação podem ser formulados para influenciar o que vai acontecer. As decisões são uma parte importante da deliberação. Trata-se de comparar cursos de ação alternativos e escolher o mais favorável.<ref name="Vinacke"/><ref name="BorchertThinking"/> A [[teoria da decisão]] é um modelo formal de como os agentes racionais ideais tomariam decisões.<ref name="Kazdin"/><ref name="Steele">{{citar web |last1=Steele |first1=Katie |last2=Stefánsson |first2=H. Orri |title=Decision Theory |url=https://plato.stanford.edu/entries/decision-theory/ |website=The Stanford Encyclopedia of Philosophy |publisher=Metaphysics Research Lab, Stanford University |access-date=2021-10-24 |date=2020}}</ref><ref name="Buchak">{{citar livro |last1=Buchak |first1=Lara |title=The Oxford Handbook of Probability and Philosophy |date=2016 |publisher=Oxford University Press |url=https://philpapers.org/rec/BUCDT |chapter=Decision Theory}}</ref> Baseia-se na ideia de que devem sempre escolher a alternativa com o maior valor esperado. Cada alternativa pode levar a vários resultados possíveis, cada um dos quais tem um valor diferente. O valor esperado de uma alternativa consiste na soma dos valores de cada resultado associado a ela multiplicado pela probabilidade de que este resultado ocorra.<ref name="Steele"/><ref name="Buchak"/> De acordo com a teoria da decisão, uma decisão é racional se o agente escolhe a alternativa associada ao maior valor esperado, avaliada a partir da perspectiva do próprio agente.<ref name="Steele"/><ref name="Buchak"/>

Vários teóricos enfatizam a natureza prática do pensamento, ou seja, que o pensamento é normalmente guiado por algum tipo de tarefa que visa resolver. Neste sentido, o pensamento tem sido comparado ao método de tentativa e erro que se observa no comportamento animal quando confrontado com um novo problema. Nesta visão, a diferença importante é que este processo acontece internamente como uma forma de simulação.<ref name="BritannicaThought"/> Este processo é normalmente muito mais eficiente, pois uma vez que a solução é encontrada no pensamento, apenas o comportamento correspondente à solução encontrada deve ser realizado externamente e não todos os outros.<ref name="BritannicaThought"/>

=== Memória episódica e imaginação ===
Quando o pensamento é entendido em um sentido amplo, inclui tanto a [[memória episódica]] quanto a [[imaginação]].<ref name="DictThink"/> Na memória episódica, eventos experimentados no passado são revividos.<ref name="Perrin">{{citar periódico |last1=Perrin |first1=Denis |last2=Michaelian |first2=Kourken |last3=Sant’Anna |first3=André |title=The Phenomenology of Remembering Is an Epistemic Feeling |journal=Frontiers in Psychology |date=2020 |volume=11 |pages=1531 |doi=10.3389/fpsyg.2020.01531 |pmid=32719642 |pmc=7350950 |issn=1664-1078|doi-access=free }}</ref><ref name="Gardiner">{{citar periódico |last1=Gardiner |first1=J. M. |title=Episodic memory and autonoetic consciousness: a first-person approach |journal=Philosophical Transactions of the Royal Society of London. Series B, Biological Sciences |date=2001-9-29 |volume=356 |issue=1413 |pages=1351–1361 |doi=10.1098/rstb.2001.0955 |pmid=11571027 |pmc=1088519 |issn=0962-8436}}</ref><ref name="Michaelian3">{{citar web |last1=Michaelian |first1=Kourken |last2=Sutton |first2=John |title=Memory: 3. Episodicity |url=https://plato.stanford.edu/entries/memory/#Epis |website=The Stanford Encyclopedia of Philosophy |publisher=Metaphysics Research Lab, Stanford University |access-date=2021-10-2 |date=2017}}</ref> É uma forma de viagem mental no tempo na qual a experiência passada é reexperimentada.<ref name="Michaelian3"/><ref>{{citar web |last1=Tulving |first1=Endel |title=Learning and Memory: Episodic Memory |url=https://www.encyclopedia.com/psychology/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/episodic-memory}}</ref> Mas isto não constitui uma cópia exata da experiência original, pois a memória episódica envolve aspectos e informações adicionais não presentes na experiência original. Isto inclui tanto um sentimento de familiaridade quanto informações cronológicas sobre o evento passado em relação ao presente.<ref name="Perrin"/><ref name="Michaelian3"/> A memória visa representar como as coisas realmente foram no passado, em contraste com a imaginação, que apresenta objetos sem o objetivo de mostrar como as coisas realmente são ou foram.<ref>{{citar web |last1=Michaelian |first1=Kourken |last2=Sutton |first2=John |title=Memory: 4. Mnemicity |url=https://plato.stanford.edu/entries/memory/#Mnem |website=The Stanford Encyclopedia of Philosophy |publisher=Metaphysics Research Lab, Stanford University |access-date=2021-10-2 |date=2017}}</ref> Devido a este elo perdido com a realidade, mais liberdade está envolvida na maioria das formas de imaginação: seu conteúdo pode ser livremente variado, alterado e recombinado para criar novos arranjos nunca antes experimentados.<ref name="Manser"/> A memória episódica e a imaginação têm em comum com outras formas de pensamento que podem surgir internamente sem qualquer estimulação dos órgãos sensoriais.<ref>{{citar periódico |last1=Russell |first1=Bertrand |title=Sensation and Imagination |journal=The Monist |date=1915 |volume=25 |issue=1 |pages=28–44 |doi=10.5840/monist191525136 |url=https://philpapers.org/rec/RUSSAI}}</ref><ref name="Manser">{{citar web |last1=Manser |first1=A. R. |title=Encyclopedia of Philosophy: Imagination |url=https://www.encyclopedia.com/medicine/psychology/psychology-and-psychiatry/imagination |access-date=2021-10-3}}</ref> Mas ainda estão mais próximas da sensação que formas de pensamento mais abstratas, pois apresentam conteúdos sensoriais que, pelo menos em princípio, também poderiam ser percebidos.

=== Pensamento inconsciente ===
O pensamento [[consciente]] é a forma paradigmática de pensar e é muitas vezes o foco da pesquisa correspondente. Mas foi argumentado que algumas formas de pensamento também acontecem no nível [[inconsciente]].<ref name="Garrison">{{citar periódico |last1=Garrison |first1=Katie E. |last2=Handley |first2=Ian M. |title=Not Merely Experiential: Unconscious Thought Can Be Rational |journal=Frontiers in Psychology |date=2017 |volume=8 |pages=1096 |doi=10.3389/fpsyg.2017.01096 |pmid=28729844 |pmc=5498519 |issn=1664-1078|doi-access=free }}</ref><ref name="Dijksterhuis">{{citar periódico |last1=Dijksterhuis |first1=Ap |last2=Nordgren |first2=Loran F. |title=A Theory of Unconscious Thought |journal=Perspectives on Psychological Science |date=2006-6-1 |volume=1 |issue=2 |pages=95–109 |doi=10.1111/j.1745-6916.2006.00007.x |pmid=26151465 |s2cid=7875280 |url=https://journals.sagepub.com/doi/10.1111/j.1745-6916.2006.00007.x |language=en |issn=1745-6916}}</ref><ref name="Breyer">{{citar livro |last1=Breyer |first1=Thiemo |last2=Gutland |first2=Christopher |title=Phenomenology of Thinking: Philosophical Investigations into the Character of Cognitive Experiences |date=2015 |pages=1–24 |url=https://philpapers.org/rec/BREI-15 |chapter=Introduction}}</ref><ref name="Nida-rümelin"/> O pensamento inconsciente é o pensamento que acontece em segundo plano sem ser experimentado. Portanto, não é observado diretamente. Em vez disso, sua existência é geralmente inferida por outros meios.<ref name="Dijksterhuis"/> Por exemplo, quando alguém é confrontado com uma decisão importante ou um problema difícil, pode não ser capaz de resolvê-lo de imediato. Mas então, mais tarde, a solução pode aparecer de repente diante da pessoa, embora nenhum passo consciente de pensamento tenha sido dado em direção a esta solução nesse ínterim.<ref name="Dijksterhuis"/><ref name="Garrison"/> Em tais casos, o trabalho cognitivo necessário para chegar a uma solução é muitas vezes explicado em termos de pensamentos inconscientes. A ideia central é que uma transição cognitiva aconteceu e precisamos postular pensamentos inconscientes para poder explicar como aconteceu.<ref name="Dijksterhuis"/><ref name="Garrison"/>

Foi argumentado que os pensamentos conscientes e inconscientes diferem não apenas em sua relação com a experiência, mas também em suas capacidades. De acordo com os teóricos do pensamento inconsciente, por exemplo, o pensamento consciente se destaca em problemas simples com poucas variáveis, mas é superado pelo pensamento inconsciente quando problemas complexos com muitas variáveis estão envolvidos.<ref name="Dijksterhuis"/><ref name="Garrison">{{citar periódico |last1=Garrison |first1=Katie E. |last2=Handley |first2=Ian M. |title=Not Merely Experiential: Unconscious Thought Can Be Rational |journal=Frontiers in Psychology |date=2017 |volume=8 |pages=1096 |doi=10.3389/fpsyg.2017.01096 |pmid=28729844 |pmc=5498519 |issn=1664-1078|doi-access=free }}</ref> Isto às vezes é explicado através da afirmação de que o número de itens em que se pode pensar conscientemente ao mesmo tempo é bastante limitado, enquanto o pensamento inconsciente carece de tais limitações.<ref name="Dijksterhuis"/> Mas outros pesquisadores rejeitaram a afirmação de que o pensamento inconsciente é muitas vezes superior ao pensamento consciente.<ref>{{citar periódico |last1=Abbott |first1=Alison |title=Unconscious thought not so smart after all |journal=Nature |date=2015-1-1 |volume=517 |issue=7536 |pages=537–538 |doi=10.1038/517537a |pmid=25631423 |bibcode=2015Natur.517..537A |url=https://www.nature.com/articles/517537a |language=en |issn=1476-4687}}</ref><ref>{{citar periódico |last1=Mealor |first1=Andy David |last2=Dienes |first2=Zoltan |title=Conscious and Unconscious Thought in Artificial Grammar Learning |journal=Consciousness and Cognition |date=2012 |volume=21 |issue=2 |pages=865–874 |doi=10.1016/j.concog.2012.03.001 |pmid=22472202 |s2cid=40114660 |url=https://philpapers.org/rec/MEACAU}}</ref> Outras sugestões para a diferença entre as duas formas de pensamento incluem que o pensamento consciente tende a seguir leis lógicas formais, enquanto o pensamento inconsciente depende mais do processamento associativo, e que apenas o pensamento consciente é conceitualmente articulado e acontece através do meio da linguagem.<ref name="Dijksterhuis"/><ref>{{citar periódico |last1=Fowles |first1=Christopher |title=Nietzsche on conscious and unconscious thought |journal=Inquiry |date=2019-1-2 |volume=62 |issue=1 |pages=1–22 |doi=10.1080/0020174X.2019.1527537 |s2cid=171812391 |url=https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/0020174X.2019.1527537?journalCode=sinq20 |issn=0020-174X}}</ref>


== Diferentes abordagens do pensamento ==
== Diferentes abordagens do pensamento ==

Revisão das 05h43min de 27 de fevereiro de 2022

 Nota: Para Pensamento, veja Pensamento (desambiguação).
O Pensador de Auguste Rodin.

Pensamento e pensar são, respectivamente, uma forma de processo mental ou faculdade do sistema mental.[1] Pensar permite aos seres modelarem sua percepção do mundo ao redor de si, e com isso lidar com ele de uma forma efetiva e de acordo com suas metas, planos e desejos. Palavras que se referem a conceitos e processos similares incluem cognição, senciência, consciência, ideia, e imaginação. O pensamento é considerado a expressão mais "palpável" do espírito humano, pois através de imagens e ideias revela justamente a vontade deste.

O pensamento é fundamental no processo de aprendizagem (vide Piaget). O pensamento é construtor e construtivo do conhecimento.

O principal veículo do processo de conscientização é o pensamento. A atividade de pensar confere ao homem "asas" para mover-se no mundo e "raízes" para aprofundar-se na realidade.

Etimologicamente, pensar significa avaliar o peso de alguma coisa. Em sentido amplo, podemos dizer que o pensamento tem como missão tornar-se avaliador da realidade.

Segundo Descartes (1596-1650), filósofo de grande importância na história do pensamento:

Definição

Os termos "pensamento" e "pensar" referem-se a uma ampla variedade de atividades psicológicas.[2][3][4] Em seu sentido mais comum, são entendidos como processos conscientes que podem acontecer independentemente da estimulação sensorial.[5][6] Isto inclui vários processos mentais diferentes, como considerar uma ideia ou proposição, ou julgá-la como verdadeira. Neste sentido, a memória e a imaginação são formas de pensamento, mas a percepção não é.[7] Em um sentido mais restrito, apenas os casos mais paradigmáticos são considerados pensamento. Estes envolvem processos conscientes que são conceituais ou linguísticos e suficientemente abstratos, como julgar, inferir, resolver problemas e deliberar.[2][8][9] Às vezes os termos "pensamento" e "pensar" são entendidos em um sentido muito amplo como referindo-se a qualquer forma de processo mental, consciente ou inconsciente.[10][11] Neste sentido, pode ser usado como sinônimo do termo "mente". Este uso é encontrado, por exemplo, na tradição cartesiana, onde as mentes são entendidas como coisas pensantes, e nas ciências cognitivas.[7][12][13][14] Mas este sentido pode incluir a restrição de que tais processos têm que levar a um comportamento inteligente para ser considerado pensamento.[15] Um contraste às vezes encontrado na literatura acadêmica é o que existe entre pensar e sentir. Neste contexto, o pensamento está associado a uma abordagem sóbria, desapaixonada e racional de seu tema, enquanto o sentimento implica um envolvimento emocional direto.[16][17][18]

Os termos "pensamento" e "pensar" também podem ser usados para se referir não aos processos mentais em si, mas aos estados mentais ou sistemas de ideias provocados por esses processos.[19] Neste sentido, muitas vezes são sinônimos do termo "crença" e seus cognatos e podem se referir aos estados mentais que pertencem a um indivíduo ou são comuns entre um certo grupo de pessoas.[20][21] As discussões de pensamento na literatura acadêmica muitas vezes deixam implícito qual sentido do termo eles têm em mente.

Características

  • O pensamento lógico se caracteriza por operar mediante conceitos e raciocínios.
  • Existem padrões que possuem um começo no pensamento e criam um final, isso acontece em milésimos de segundos, por sua vez milhares de começos e finais fazem disso um pensamento lógico; este depende do ambiente externo e para estar em contato com ele dependemos dos cinco sentidos.
  • O pensar sempre responde a uma motivação, que pode estar originada no ambiente natural, social, cultural ou no sujeito pensante.
  • O pensar é uma resolução de problemas. A necessidade exige satisfação.
  • O processo de pensamento lógico sempre segue uma determinada direção. Esta direção vai em busca de uma conclusão ou da solução de um problema, não segue propriamente uma linha reta e sim um formato zigue-zague com avanços, paradas, rodeios, e até mesmo retrocessos.
  • O processo de pensar se representa como uma totalidade coerente e organizada, no que diz respeito a seus diversos aspectos, modalidades, elementos e etapas.
  • O pensamento é simplesmente a arte de ordenar as matemáticas e expressá-las através do sistema linguístico.
  • As pessoas possuem uma tendência ao equilíbrio, uma espécie de impulso para o crescimento, a saúde e ao ajuste. Existem uma série de condições que impedem e bloqueiam esta tendência. O aprendizado de um conceito negativo de si mesmo é uma das condições bloqueadores mais importantes. Um conceito equivocado ou negativo de si mesmo deriva de experiências de desaprovação ou ambivalência que o sujeito passou nas etapas iniciais de sua vida.

Latência

Pensativa (1895), desenho de Eliseu Visconti.

O pensamento pode ser caracterizado por exigir períodos de latência, nos quais as atividades internas são suspensas ou interrompidas. Portanto, ele é somatório de atividades incluídas na elaboração de estudos, de processos superiores da formação de conceitos, os chamados conceitos cognitivos, da solução de problemas, do planejamento, do raciocínio e da imaginação.

O período de convergência do pensamento pode ser caracterizado no momento em que o indivíduo se vê frente a novas situações, cuja complexidade pode ser variável e para as quais não encontra esquemas de resposta pré-montados ou pré-estruturados pela aprendizagem e ainda, cuja resposta não é instintiva e sim, construída ou elaborada.

Pode-se definir o pensamento como a faculdade de formular conceitos, para os quais a atividade psíquica elabora os fenômenos cognitivos, imaginativos e planificativos, cujo grau pode ser algo distinto tanto dos sentimentos como das vontades.

Teorias do pensamento

Várias teorias do pensamento foram propostas.[22] Visam captar os traços característicos do pensamento. As teorias listadas aqui não são exclusivas: pode ser possível combinar algumas sem levar a uma contradição.

Platonismo

De acordo com o platonismo, o pensamento é uma atividade espiritual na qual as formas platônicas e suas inter-relações são discernidas e inspecionadas.[22][23] Essa atividade é entendida como uma forma de fala interna silenciosa na qual a alma fala consigo mesma.[24] As formas platônicas são vistas como universais que existem em um âmbito de realidade imutável, diferente do mundo sensível. Exemplos incluem as formas de bondade, beleza, unidade e igualdade.[25][26][27] Nesta visão, a dificuldade de pensar consiste em ser capaz de captar as formas platônicas e distingui-las como originais das meras imitações encontradas no mundo sensorial. Isto significa, por exemplo, distinguir a beleza em si mesma das imagens derivadas da beleza.[23] Um problema para esta visão é explicar como os humanos podem aprender e pensar sobre as formas platônicas pertencentes a um âmbito de realidade diferente.[22] O próprio Platão tenta resolver este problema através de sua teoria da reminiscência, segundo a qual a alma já estava em contato com as formas platônicas antes e, portanto, é capaz de lembrar como elas são.[23] Mas esta explicação depende de várias suposições geralmente não aceitas no pensamento contemporâneo.[23]

Aristotelismo e conceitualismo

Os aristotélicos sustentam que a mente é capaz de pensar em algo instanciando a essência do objeto do pensamento.[22] Assim, enquanto pensa em árvores, a mente instancia a arvoridade. Esta instanciação não acontece na matéria como é o caso das árvores reais, mas na mente, embora a essência universal instanciada em ambos os casos é a mesma.[22] Em contraste com o platonismo, estes universais não são entendidos como formas platônicas existentes em um mundo inteligível imutável.[28] Em vez disso, eles só existem na medida em que são instanciados. A mente aprende a discriminar universais através da abstração da experiência.[29] Esta explicação evita várias das objeções levantadas contra o platonismo.[28]

O conceitualismo está intimamente relacionado com o aristotelismo. Sustenta que o pensamento consiste em evocar conceitos mentalmente. Alguns destes conceitos podem ser inatos, mas a maioria tem que ser aprendida através da abstração da experiência sensorial antes de poder ser usada no pensamento.[22]

Foi argumentado contra estes pontos de vista que têm problemas em explicar a forma lógica do pensamento. Por exemplo, para pensar que vai chover ou nevar, não é suficiente instanciar as essências da chuva e da neve ou evocar os conceitos correspondentes. A razão disto é que a relação disjuntiva entre a chuva e a neve não é captada desta maneira.[22] Outro problema compartilhado por essas posições é a dificuldade de dar uma explicação satisfatória de como essências ou conceitos são aprendidos pela mente através da abstração.[22]

Teoria de fala interna

As teorias de fala interna afirmam que o pensamento é uma forma de fala interna.[7][30][24][2] Esta visão é às vezes chamada de nominalismo psicológico.[22] Afirma que pensar envolve evocar palavras silenciosamente e conectá-las para formar sentenças mentais. O conhecimento que uma pessoa tem de seus pensamentos pode ser explicado como uma forma de ouvir o próprio monólogo silencioso.[31] Três aspectos centrais são frequentemente atribuídos à fala interna: é semelhante a ouvir sons em um sentido importante, envolve o uso da linguagem e constitui um plano motor que poderia ser usado para a fala real.[24] Essa conexão com a linguagem é apoiada pelo fato de que o pensamento é frequentemente acompanhado por atividade muscular nos órgãos da fala. Esta atividade pode facilitar o pensamento em certos casos, mas não é necessária para ele em geral.[2] De acordo com alguns relatos, o pensamento não acontece em uma língua comum, como inglês ou francês, mas tem seu próprio tipo de linguagem com os símbolos e sintaxe correspondentes. Esta teoria é conhecida como a hipótese da linguagem do pensamento.[32][33]

A teoria de fala interna tem uma forte plausibilidade inicial, já que a introspecção sugere que, de fato, muitos pensamentos são acompanhados pela fala interna. Mas seus oponentes geralmente afirmam que isto não é verdade para todos os tipos de pensamento.[22][6][34] Argumentou-se, por exemplo, que as formas de sonhar acordado constituem pensamento não linguístico.[35] Este assunto é relevante para a questão de saber se os animais têm a capacidade de pensar. Se o pensamento está necessariamente ligado à linguagem, isto sugeriria que há uma lacuna importante entre humanos e animais, já que apenas os humanos têm uma linguagem suficientemente complexa. Mas a existência de pensamentos não linguísticos sugere que esta lacuna pode não ser tão grande e que alguns animais realmente pensam.[34][36][37]

Hipótese da linguagem do pensamento

Existem várias teorias sobre a relação entre linguagem e pensamento. Uma versão proeminente na filosofia contemporânea é chamada de hipótese da linguagem do pensamento.[32][33][38][39][40] Afirma que o pensamento acontece no meio de uma linguagem mental. Esta linguagem, muitas vezes referida como mentalês, é semelhante às linguagens regulares em vários aspectos: é composta de palavras que estão ligadas umas às outras de maneira sintática para formar sentenças.[32][33][38][39] Esta afirmação não se baseia apenas em uma analogia intuitiva entre linguagem e pensamento. Em vez disso, fornece uma definição clara das características que um sistema representacional deve incorporar para ter uma estrutura linguística.[38][33][39] No nível da sintaxe, o sistema representacional tem que possuir dois tipos de representações: representações atômicas e compostas. As representações atômicas são básicas, enquanto as representações compostas são constituídas ou por outras representações compostas, ou por representações atômicas.[38][33][39] No nível da semântica, o conteúdo semântico ou o significado das representações compostas deve depender do conteúdo semântico dos seus constituintes. Um sistema representacional é estruturado linguisticamente se cumprir estes dois requisitos.[38][33][39]

A hipótese da linguagem do pensamento afirma que o mesmo é verdade para o pensamento em geral. Isto significaria que o pensamento é composto por certos constituintes representacionais atômicos que podem ser combinados como descrito acima.[38][33][41] Além desta caracterização abstrata, nenhuma outra afirmação concreta é feita sobre como o pensamento humano é implementado pelo cérebro ou quais outras semelhanças com a linguagem natural ele tem.[38] A hipótese da linguagem do pensamento foi introduzida pela primeira vez por Jerry Fodor.[33][38] Ele argumenta a favor desta afirmação ao sustentar que ela constitui a melhor explicação dos traços característicos do pensamento. Uma dessas características é a produtividade: um sistema de representações é produtivo se puder gerar um número infinito de representações únicas com base em um baixo número de representações atômicas.[38][33][41] Isto se aplica ao pensamento, já que seres humanos são capazes de entreter um número infinito de pensamentos distintos, apesar de suas capacidades mentais serem bastante limitadas. Outros traços característicos do pensamento incluem a sistematicidade e a coerência inferencial.[33][38][41] Fodor argumenta que a hipótese da linguagem do pensamento é verdadeira porque explica como o pensamento pode ter essas características e porque não há uma boa explicação alternativa.[38] Alguns argumentos contra a hipótese da linguagem do pensamento são baseados em redes neurais, que são capazes de produzir comportamento inteligente sem depender de sistemas representacionais. Outras objeções concentram-se na ideia de que algumas representações mentais acontecem de forma não linguística, por exemplo, na forma de mapas ou imagens.[38][33]

Os computacionalistas estão especialmente interessados na hipótese da linguagem do pensamento, pois fornece formas de preencher a lacuna entre o pensamento no cérebro humano e os processos computacionais implementados pelos computadores.[38][33][42] A razão disto é que processos sobre representações que respeitam a sintaxe e a semântica, como inferências segundo o modus ponens, podem ser implementados por sistemas físicos usando relações causais. Os mesmos sistemas linguísticos podem ser implementados através de diferentes sistemas materiais, como cérebros ou computadores. Desta forma, os computadores podem pensar.[38][33]

Associacionismo

Uma visão importante na tradição empirista é o associacionismo, a visão de que o pensamento consiste na sucessão de ideias ou imagens.[2][43][44] Esta sucessão é vista como sendo governada por leis de associação, que determinam como a linha do pensamento se desenrola.[2][45] Estas leis são diferentes das relações lógicas entre os conteúdos dos pensamentos, que são encontradas no caso de tirar inferências ao passar do pensamento das premissas para o pensamento da conclusão.[45] Várias leis de associação foram sugeridas. De acordo com as leis de semelhança e contraste, as ideias tendem a evocar outras ideias que são muito semelhantes a elas ou seu oposto. A lei da contiguidade, por outro lado, afirma que se duas ideias foram frequentemente experimentadas juntas, então a experiência de uma tende a causar a experiência da outra.[2][43] Neste sentido, a história da experiência de um organismo determina quais pensamentos o organismo tem e como estes pensamentos se desenvolvem.[45] Mas tal associação não garante que a conexão seja significativa ou racional. Por exemplo, devido à associação entre os termos "frio" e "Idaho", o pensamento "este café é frio" pode levar ao pensamento "a Rússia deve anexar Idaho".[45]

Uma forma de associacionismo é o imagismo. Afirma que pensar envolve entreter uma sequência de imagens em que imagens anteriores evocam imagens posteriores com base nas leis da associação.[22] Um problema com esta visão é que podemos pensar em coisas que não podemos imaginar. Isto é especialmente relevante quando o pensamento envolve objetos muito complexos ou infinitos, o que é comum, por exemplo, no pensamento matemático.[22] Uma crítica dirigida ao associacionismo em geral é que sua afirmação é abrangente demais. Há um amplo consenso de que os processos associativos estudados pelos associacionistas desempenham algum papel na forma como o pensamento se desenrola. Mas a alegação de que este mecanismo é suficiente para compreender todo pensamento ou todos os processos mentais geralmente não é aceita.[44][45]

Behaviorismo

De acordo com o behaviorismo, o pensamento consiste em disposições comportamentais para se envolver em certos comportamentos publicamente observáveis como reação a estímulos externos particulares.[46][47][48] Nesta visão, ter um pensamento particular é o mesmo que ter uma disposição para se comportar de uma certa maneira. Esta visão é frequentemente motivada por considerações empíricas: é muito difícil estudar o pensamento como um processo mental privado, mas é muito mais fácil estudar como os organismos reagem a uma certa situação com um determinado comportamento.[48] Neste sentido, a capacidade de resolver problemas não através dos hábitos existentes, mas através de novas abordagens criativas é particularmente relevante.[49] O termo "behaviorismo" às vezes também é usado em um sentido ligeiramente diferente quando aplicado ao pensamento para se referir a uma forma específica de teoria de fala interna.[50] Esta visão se concentra na ideia de que a fala interna relevante é uma forma derivada da fala externa regular.[2] Este sentido se sobrepõe a como o behaviorismo é entendido mais comumente na filosofia da mente, já que estes atos de fala interna não são observados pelo pesquisador, mas meramente inferidos a partir do comportamento inteligente do sujeito.[50] Isto permanece fiel ao princípio behaviorista geral de que a evidência comportamental é necessária para qualquer hipótese psicológica.[48]

Um problema para o behaviorismo é que a mesma entidade muitas vezes se comporta de maneira diferente, apesar de estar na mesma situação de antes.[51][52] Este problema consiste no fato de que pensamentos individuais ou estados mentais geralmente não correspondem a um comportamento particular. Assim, pensar que a torta é saborosa não leva automaticamente a comê-la, já que vários outros estados mentais ainda podem inibir este comportamento, por exemplo, a crença de que seria indelicado fazê-lo ou que a torta está envenenada.[53][54]

Computacionalismo

As teorias computacionalista do pensamento, frequentemente encontradas nas ciências cognitivas, entendem o pensamento como uma forma de processamento de informações.[42][55][46] Estas visões se desenvolveram com o surgimento dos computadores na segunda parte do século XX, quando vários teóricos viram o pensamento em analogia com as operações dos computadores.[55] Em tais pontos de vista, as informações podem ser codificadas de forma diferente no cérebro, mas, em princípio, as mesmas operações ocorrem lá também, correspondendo ao armazenamento, transmissão e processamento de informações.[2][14] Mas, embora esta analogia tem alguma atração intuitiva, os teóricos lutam para dar uma explicação mais explícita do que é a computação. Outro problema consiste em explicar o sentido em que o pensamento é uma forma de computação.[46] A visão tradicionalmente dominante define a computação em termos de máquinas de Turing, embora os relatos contemporâneos muitas vezes se concentrem em redes neurais para suas analogias.[42] Uma máquina de Turing é capaz de executar qualquer algoritmo baseando-se em alguns princípios muito básicos, tais como ler um símbolo de uma célula, escrever um símbolo em uma célula e executar instruções com base nos símbolos lidos.[42] Desta maneira, é possível realizar o raciocínio dedutivo seguindo as regras de inferência da lógica formal, além de simular muitas outras funções da mente, como processamento da linguagem, tomada de decisões e controle motor.[55][46] Mas o computacionalismo não afirma apenas que o pensamento é, em algum sentido, semelhante à computação. Em vez disso, afirma que pensar é apenas uma forma de computação ou que a mente é uma máquina de Turing.[46]

As teorias computacionalistas do pensamento são às vezes divididas em abordagens funcionalistas e representacionalistas.[46] As abordagens funcionalistas definem os estados mentais através de seus papéis causais, mas permitem tanto eventos externos quanto internos em sua rede causal.[56][57][58] O pensamento pode ser visto como uma forma de programa que pode ser executado da mesma maneira por muitos sistemas diferentes, incluindo humanos, animais e até robôs. De acordo com uma dessas visões, se algo é um pensamento depende apenas de seu papel "na produção de mais estados internos e saídas verbais".[59][56] O representacionalismo, por outro lado, enfoca as características representacionais dos estados mentais e define os pensamentos como sequências de estados mentais intencionais.[60][46] Neste sentido, o computacionalismo é frequentemente combinado com a hipótese da linguagem do pensamento ao interpretar estas sequências como símbolos cuja ordem é regida por regras sintáticas.[46][33]

Vários argumentos foram levantados contra o computacionalismo. Em um sentido, parece trivial, já que quase qualquer sistema físico pode ser descrito como executando computações e, portanto, como pensando. Por exemplo, foi argumentado que os movimentos moleculares em uma parede regular podem ser entendidos como a computação de um algoritmo, já que são "isomórficos à estrutura formal do programa" em questão sob a interpretação correta.[46] Isto levaria à conclusão implausível de que a parede está pensando. Outra objeção se concentra na ideia de que o computacionalismo capta apenas alguns aspectos do pensamento, mas é incapaz de explicar outros aspectos cruciais da cognição humana.[46][55]

Tipos de pensamento

Uma grande variedade de tipos de pensamento é discutida na literatura acadêmica. Uma abordagem comum os divide naquelas formas que visam a criação de conhecimento teórico e naquelas que visam a produção de ações ou decisões corretas.[22] Mas não existe uma taxonomia universalmente aceita que resuma todos esses tipos. Em alguns casos, o mesmo pensamento particular pode pertencer a diferentes categorias ao mesmo tempo. Também pode depender da definição de pensamento se alguns dos tipos listados aqui realmente se qualificam como pensamento.

Entreter, julgar e raciocinar

Pensar é muitas vezes identificado com o ato de julgar. Um juízo é uma operação mental na qual uma proposição é evocada e depois afirmada ou negada.[7][61] Envolve decidir em que acreditar e visa determinar se a proposição julgada é verdadeira ou falsa.[62][63] Várias teorias de juízo foram propostas. A abordagem tradicionalmente dominante é a teoria da combinação. Afirma que os juízos consistem na combinação de conceitos.[64] Nesta visão, julgar que "todos os homens são mortais" é combinar os conceitos "homem" e "mortal". Os mesmos conceitos podem ser combinados de diferentes maneiras, correspondendo a diferentes formas de juízo, por exemplo, como "alguns homens são mortais" ou "nenhum homem é mortal".[65]

Outras teorias do juízo se concentram mais na relação entre a proposição julgada e a realidade. Segundo Franz Brentano, um juízo é uma crença ou uma descrença na existência de alguma entidade.[64][66] Neste sentido, existem apenas duas formas fundamentais de juízo: "A existe" e "A não existe". Quando aplicada à frase "todos os homens são mortais", a entidade em questão é "homens imortais", dos quais se diz que não existem.[64][66] Importante para Brentano é a distinção entre a mera representação do conteúdo do juízo e a afirmação ou a negação do conteúdo.[64][66] A mera representação de uma proposição é muitas vezes referida como "entreter uma proposição". Este é o caso, por exemplo, quando se considera uma proposição, mas ainda não se decidiu se é verdadeira ou falsa.[64][66] O termo "pensar" pode se referir tanto a julgar como a mero entreter. Esta diferença é muitas vezes explícita na forma como o pensamento é expresso: "pensar que" geralmente envolve um juízo, enquanto "pensar em" refere-se à representação neutra de uma proposição sem uma crença associada. Neste caso, a proposição é meramente entretida, mas ainda não julgada.[20] Algumas formas de pensamento podem envolver a representação de objetos sem qualquer proposição, como quando alguém está pensando em sua avó.[7]

O raciocínio é uma das formas mais paradigmáticas do pensamento. É o processo de tirar conclusões a partir de premissas ou evidências. Os tipos de raciocínio podem ser divididos em raciocínio dedutivo e não dedutivo. O raciocínio dedutivo é governado por certas regras de inferência, que garantem a verdade da conclusão se as premissas são verdadeiras.[2][67] Por exemplo, dadas as premissas "todos os homens são mortais" e "Sócrates é um homem", segue-se dedutivamente que "Sócrates é mortal". O raciocínio não dedutivo, também conhecido como raciocínio derrotável ou raciocínio não monotônico, ainda é racionalmente convincente, mas a verdade da conclusão não é garantida pela verdade das premissas.[68] A indução é uma forma de raciocínio não dedutivo, por exemplo, quando se conclui que "o sol nascerá amanhã" com base nas experiências de todos os dias anteriores. Outras formas de raciocínio não dedutivo incluem a inferência à melhor explicação e o raciocínio analógico.[69]

As falácias são formas defeituosas de pensamento que vão contra as normas de raciocínio correto. As falácias formais dizem respeito a inferências defeituosas encontradas no raciocínio dedutivo.[70][71] Negar o antecedente é um tipo de falácia formal, por exemplo: "Se Otelo é solteiro, então ele é homem. Otelo não é solteiro. Portanto, Otelo não é homem".[2][72] As falácias informais, por outro lado, aplicam-se a todos os tipos de raciocínio. A fonte de sua falha se encontra no conteúdo ou no contexto do argumento.[73][70][74] Isto é muitas vezes causado por expressões ambíguas ou vagas na linguagem natural,[75] como em "Os veleiros usam velas. As velas são feitas de cera. Portanto, os veleiros usam cera." Um aspecto importante das falácias é que elas parecem ser racionalmente convincentes à primeira vista e, assim, seduzem as pessoas a aceitá-las e cometê-las.[70] Se um ato de raciocínio constitui uma falácia não depende de se as premissas são verdadeiras ou falsas, mas de sua relação com a conclusão e, em alguns casos, do contexto.[2]

Formação de conceitos

Conceitos são noções gerais que constituem os elementos fundamentais do pensamento.[76][77] São regras que governam como os objetos são ordenados em diferentes classes.[78][79] Uma pessoa só pode pensar em uma proposição se possuir os conceitos envolvidos nesta proposição.[80] Por exemplo, a proposição "vombates são animais" envolve os conceitos "vombate" e "animal". Alguém que não possui o conceito "vombate" ainda pode ser capaz de ler a frase, mas não pode entreter a proposição correspondente. A formação de conceitos é uma forma de pensar na qual novos conceitos são adquiridos.[79] Envolve familiarizar-se com os traços característicos compartilhados por todas as instâncias do tipo de entidade correspondente e desenvolver a capacidade de identificar casos positivos e negativos. Este processo geralmente corresponde ao aprendizado do significado da palavra associada ao tipo em questão.[78][79] Existem várias teorias sobre como os conceitos e a possessão de conceitos devem ser entendidos.[76]

De acordo com uma visão popular, os conceitos devem ser entendidos em termos de habilidades. Nesta visão, dois aspectos centrais caracterizam a possessão de conceitos: a habilidade de discriminar entre casos positivos e negativos, e a habilidade de tirar inferências deste conceito a conceitos relacionados. A formação de conceitos corresponde à aquisição dessas habilidades.[80][81][76] Foi sugerido que os animais também são capazes de aprender conceitos em certa medida. Isto se deve à sua capacidade de discriminar entre diferentes tipos de situações e ajustar seu comportamento de acordo.[78][82]

Resolução de problemas

No caso da resolução de problemas, o pensamento visa alcançar um objetivo predefinido, superando certos obstáculos.[8][2][79] Este processo muitas vezes envolve duas formas diferentes de pensamento. Por um lado, o pensamento divergente visa encontrar tantas soluções alternativas quanto possível. Por outro lado, o pensamento convergente tenta reduzir o leque de alternativas aos candidatos mais promissores.[2][83][84] Alguns pesquisadores identificam várias etapas no processo de resolução de problemas. Estes passos incluem reconhecer o problema, tentar entender sua natureza, identificar critérios gerais que a solução deve e cumprir, decidir como esses critérios devem ser priorizados, monitorar o progresso e avaliar os resultados.[2]

Uma distinção importante diz respeito ao tipo de problema que é enfrentado. Para problemas bem estruturados, é fácil determinar quais passos devem ser tomados para resolvê-los, mas executar esses passos ainda pode ser difícil.[2][85] Para problemas mal estruturados, por outro lado, não está claro quais passos devem ser tomados, ou seja, não há uma fórmula clara que conduza ao sucesso se seguida corretamente. Neste caso, a solução às vezes vir em um lampejo de inspiração em que o problema é visto de repente sob uma nova luz.[2][85] Outra maneira de categorizar diferentes formas de resolução de problemas é distinguir entre algoritmos e heurísticas.[79] Um algoritmo é um procedimento formal no qual cada passo é claramente definido. Garante o sucesso se aplicado corretamente.[2][79] A multiplicação longa geralmente ensinada na escola é um exemplo de um algoritmo para resolver o problema de multiplicar números grandes. As heurísticas, por outro lado, são procedimentos informais. São regras gerais grosseiras que tendem a aproximar o pensador da solução, mas o sucesso não é garantido em todos os casos, mesmo se seguidas corretamente.[2][79] Exemplos de heurísticas são trabalhar para frente e trabalhar para trás. Estas abordagens envolvem planejar um passo de cada vez, seja começando no início e avançando ou começando no final e retrocedendo. Assim, ao planejar uma viagem, pode-se planejar as diferentes etapas da viagem da origem ao destino na ordem cronológica de como a viagem será realizada, ou na ordem inversa.[2]

Obstáculos à resolução de problemas podem surgir da falha do pensador em levar em conta certas possibilidades, fixando-se em uma linha de ação específica.[2] Há diferenças importantes entre como os novatos e os especialistas resolvem problemas. Por exemplo, os especialistas tendem a alocar mais tempo para conceituar o problema e trabalhar com representações mais complexas, enquanto os novatos tendem a dedicar mais tempo à execução de soluções putativas.[2]

Deliberação e decisão

A deliberação é uma forma importante de pensamento prático. Visa formular possíveis cursos de ação e avaliar seu valor considerando as razões a favor e contra eles.[86] Isso envolve previsão para antecipar o que pode acontecer. Com base nesta previsão, diferentes cursos de ação podem ser formulados para influenciar o que vai acontecer. As decisões são uma parte importante da deliberação. Trata-se de comparar cursos de ação alternativos e escolher o mais favorável.[67][22] A teoria da decisão é um modelo formal de como os agentes racionais ideais tomariam decisões.[79][87][88] Baseia-se na ideia de que devem sempre escolher a alternativa com o maior valor esperado. Cada alternativa pode levar a vários resultados possíveis, cada um dos quais tem um valor diferente. O valor esperado de uma alternativa consiste na soma dos valores de cada resultado associado a ela multiplicado pela probabilidade de que este resultado ocorra.[87][88] De acordo com a teoria da decisão, uma decisão é racional se o agente escolhe a alternativa associada ao maior valor esperado, avaliada a partir da perspectiva do próprio agente.[87][88]

Vários teóricos enfatizam a natureza prática do pensamento, ou seja, que o pensamento é normalmente guiado por algum tipo de tarefa que visa resolver. Neste sentido, o pensamento tem sido comparado ao método de tentativa e erro que se observa no comportamento animal quando confrontado com um novo problema. Nesta visão, a diferença importante é que este processo acontece internamente como uma forma de simulação.[2] Este processo é normalmente muito mais eficiente, pois uma vez que a solução é encontrada no pensamento, apenas o comportamento correspondente à solução encontrada deve ser realizado externamente e não todos os outros.[2]

Memória episódica e imaginação

Quando o pensamento é entendido em um sentido amplo, inclui tanto a memória episódica quanto a imaginação.[21] Na memória episódica, eventos experimentados no passado são revividos.[89][90][91] É uma forma de viagem mental no tempo na qual a experiência passada é reexperimentada.[91][92] Mas isto não constitui uma cópia exata da experiência original, pois a memória episódica envolve aspectos e informações adicionais não presentes na experiência original. Isto inclui tanto um sentimento de familiaridade quanto informações cronológicas sobre o evento passado em relação ao presente.[89][91] A memória visa representar como as coisas realmente foram no passado, em contraste com a imaginação, que apresenta objetos sem o objetivo de mostrar como as coisas realmente são ou foram.[93] Devido a este elo perdido com a realidade, mais liberdade está envolvida na maioria das formas de imaginação: seu conteúdo pode ser livremente variado, alterado e recombinado para criar novos arranjos nunca antes experimentados.[94] A memória episódica e a imaginação têm em comum com outras formas de pensamento que podem surgir internamente sem qualquer estimulação dos órgãos sensoriais.[95][94] Mas ainda estão mais próximas da sensação que formas de pensamento mais abstratas, pois apresentam conteúdos sensoriais que, pelo menos em princípio, também poderiam ser percebidos.

Pensamento inconsciente

O pensamento consciente é a forma paradigmática de pensar e é muitas vezes o foco da pesquisa correspondente. Mas foi argumentado que algumas formas de pensamento também acontecem no nível inconsciente.[10][11][5][6] O pensamento inconsciente é o pensamento que acontece em segundo plano sem ser experimentado. Portanto, não é observado diretamente. Em vez disso, sua existência é geralmente inferida por outros meios.[11] Por exemplo, quando alguém é confrontado com uma decisão importante ou um problema difícil, pode não ser capaz de resolvê-lo de imediato. Mas então, mais tarde, a solução pode aparecer de repente diante da pessoa, embora nenhum passo consciente de pensamento tenha sido dado em direção a esta solução nesse ínterim.[11][10] Em tais casos, o trabalho cognitivo necessário para chegar a uma solução é muitas vezes explicado em termos de pensamentos inconscientes. A ideia central é que uma transição cognitiva aconteceu e precisamos postular pensamentos inconscientes para poder explicar como aconteceu.[11][10]

Foi argumentado que os pensamentos conscientes e inconscientes diferem não apenas em sua relação com a experiência, mas também em suas capacidades. De acordo com os teóricos do pensamento inconsciente, por exemplo, o pensamento consciente se destaca em problemas simples com poucas variáveis, mas é superado pelo pensamento inconsciente quando problemas complexos com muitas variáveis estão envolvidos.[11][10] Isto às vezes é explicado através da afirmação de que o número de itens em que se pode pensar conscientemente ao mesmo tempo é bastante limitado, enquanto o pensamento inconsciente carece de tais limitações.[11] Mas outros pesquisadores rejeitaram a afirmação de que o pensamento inconsciente é muitas vezes superior ao pensamento consciente.[96][97] Outras sugestões para a diferença entre as duas formas de pensamento incluem que o pensamento consciente tende a seguir leis lógicas formais, enquanto o pensamento inconsciente depende mais do processamento associativo, e que apenas o pensamento consciente é conceitualmente articulado e acontece através do meio da linguagem.[11][98]

Diferentes abordagens do pensamento

Biologia

Ver artigo principal: Neurônio

Um neurônio (também chamado de célula nervosa) é uma célula excitável no sistema nervoso que processa e transmite informação por sinais eletroquímicos. Neurônios são o componente principal do cérebro, a medula espinhal dos vertebrados, Ventral nerve cord nos invertebrados, e os nervos periféricos. Existem vários tipos de neurônios especializados: neurônios sensoriais respondem ao toque, som, luz e outros numerosos estímulos que afetam as células dos órgãos sensoriais que então envia sinais para a medula espinhal e cérebro. Os neurônios motores recebem sinais do cérebro e da medula espinhal e causam a contração muscular e afetam glândulas. Interneurônios conectam neurônios a outros neurônios dentro do cérebro e medula espinhal. Neurônios respondem a estímulos, e comunicam a presença do estímulo para o sistema nervoso central, que processa a informação e envia uma resposta a outra parte do corpo para ação. Neurônios não passam por mitose, e usualmente não podem ser substituídos depois de destruídos, apesar de astrócitos terem sido observados se transformando em neurônios já que eles algumas vezes são pluripotentes.

Psicologia

Ver artigo principal: Psicologia cognitiva

Psicólogos têm se concentrado no pensar como uma manifestação intelectual com objetivo de responder a uma questão ou a solução de um problema prático. Para Skinner, o pensamento pode ser compreendido como um comportamento privado, verbal ou não verbal, encoberto, ou seja, não manifesto no sentido de que não pode ser detectado por outras pessoas e, que necessita ser explicado ou deduzido.[99]

A psicologia cognitiva é um ramo da psicologia que investiga os processos mentais internos como a resolução de problemas, memória, e linguagem.

A escola do pensamento surgida com esta aproximação é conhecida como cognitivismo, que está interessada em como as pessoas representam mentalmente o processamento da informação. Ela tem sua fundação na psicologia gestalt de Max Wertheimer, Wolfgang Köhler, e Kurt Koffka,[100] e no trabalho de Jean Piaget, que providenciou a teoria dos estágios/fases que descrevem o desenvolvimento cognitivo das crianças. Psicólogos cognitivos usam aproximações psicofísicas e experimentais para entender, diagnosticar e solucionar problemas, se concentrando nos processos mentais que mediam entre o estímulo e a resposta. Segundo a teoria cognitiva a solução de problemas toma forma de regras algorítmicas que não são necessariamente compreensíveis mas que prometem uma solução, ou regras heurísticas que são compreensíveis mas que nem sempre garantem a solução. A ciência cognitiva se diferencia da psicologia cognitiva no sentido de implementar algoritmos que pretendem simular o comportamento humano nos computadores. Em outras instâncias, soluções podem ser encontradas através de insight, perceber de repente o relacionamento das coisas.

Id, ego e superego são as três partes do "aparato psíquico" definido por Sigmund Freud com seu modelo estrutural da psique; eles são teoricamente os três blocos fundamentais ao descrever a vida em termos de atividade e interação mental. De acordo com esse modelo, o instinto não-coordenado tende a ser o "id"; a parte realista e organizada da psiquê o "ego", e a função crítica e moral o "superego".[101]

O inconsciente foi considerado por Freud através da evolução de sua teoria psicoanalítica a força senciente da vontade influenciada pelo desejo humano e ainda assim operando bem abaixo da percepção da mente consciente. Para Freud, o inconsciente é um armazenamento de desejos e necessidades movidas pelo instinto. Enquanto pensamentos passados e reminiscentes possam ser escondidos da consciência imediata, eles direcionam o pensamento e os sentimentos do indivíduo através do inconsciente.[102]

Para psicoanalistas, o inconsciente não inclui tudo o que não é consciente, mas apenas o que é reprimido ativamente pelo pensamento consciente ou o que a pessoa é avers a pensar conscientemente. Esta visão coloca o indivíduo como sendo adversário de seu inconsciente, lutando para manter escondido o que está inconsciente. Se a pessoa sente dor, tudo o que ela pode pensar é aliviar a dor. Todos os seus desejos, para acabar com a dor ou aproveitar algo, comandam a mente a fazer algo. Para Freud, o inconsciente era um repositório de ideias e desejos não aceitáveis socialmente, memórias traumáticas, e emoções dolorosas deixadas de lado pela mente pelo mecanismo de repressão psicológica. Entretanto, o conteúdo não precisa ser necessariamente apenas negativo. Na visão psicanalítica, o inconsciente é a força que só pode ser reconhecida pelos seus efeitos - ele se expressa através dos sintomas.[103]

Sociologia

Ver artigo principal: Psicologia social

A psicologia social é o estudo de como as pessoas e grupos interagem. Acadêmicos nesta área interdisciplinar são tipicamente ou psicologistas ou sociologistas, apesar de todos os psicólogos sociais usarem tanto o indivíduo como o grupo como suas unidades de análise.[104]

Apesar de suas similaridades, pesquisadores psicológicos e sociológicos tendem a diferenciar em suas metas, aproximações, métodos e terminologia. Eles também favorecem diferentes jornais acadêmicos e sociedades científicas. O maior período de colaboração entre sociologistas e psicologistas foi durante os anos imediatamente seguintes à Segunda Guerra Mundial.[105] Apesar de ter havido um aumento no isolamento e especialização nos anos recentes, permanece um certo grau de sobreposição e influência entre as duas disciplinas.[106]

O Inconsciente coletivo, às vezes conhecido como subconsciente coletivo, é um termo da psicologia analítica criado por Carl Jung. É parte da mente inconsciente, compartilhada por uma sociedade, pessoas, ou toda a humanidade, em um sistema interconectado que é o produto de toda a experiência comum e contêm conceitos como ciência, religião, e moral. Enquanto Sigmund Freud não distinguia entre a "psicologia individual" e a "psicologia coletiva", Jung distinguia o inconsciente coletivo do subconsciente pessoal particular de cada ser humano vivo. O inconsciente coletivo é também conhecido como "a reserva de experiência da nossa espécie".[107]

No capítulo "Definições" do seminário de Jung Tipos Psicológicos, na definição de "coletivo" Jung se referiu a representações coletivas, termo cunhado por Levy-Bruhl no livro de 1910 How Natives Think. Jung dizia que era isso que descrevia o inconsciente coletivo. Freud, por outro lado, não aceitava a ideia de um inconsciente coletivo.

Filosofia

Ver artigo principal: Filosofia da mente

O movimento de fenomenologia na filosofia viu uma mudança radical na forma como entendemos o pensamento. A análise fenomenológica de Martin Heidegger da estrutura existencial do homem em Ser e Tempo lança uma nova luz sobre a questão do pensar, trazendo inquietação à cognição tradicional ou às interpretações racionais do homem que afetam o modo como entendemos o pensamento. A noção do papel fundamental da compreensão não cognitiva em tornar possível a consciência temática contribuiu na discussão em torno da inteligência artificial durante os anos 1970 e 1980.[109]

A filosofia da mente é um ramo de ideias da filosofia analítica moderna que estuda a natureza da mente, os eventos mentais, funções mentais, propriedades mentais, consciência e seus relacionamentos com o corpo físico, particularmente o cérebro. O problema mente-corpo, isto é, o relacionamento entre a mente e o corpo, é comumente visto como a questão central da filosofia da mente, apesar de haver outras questões envolvendo a natureza da mente que não envolvem sua relação com o corpo físico.[110]

O problema corpo-mente se preocupa em explicar a relação que existe entre a mente, ou processo mental, e o estado ou processo do corpo.[110] O principal objetivo dos filósofos que trabalham nesta área é determinar a natureza da mente e dos estados/processos mentais, e como - ou mesmo se - a mente é afetada pelo corpo e pode afetá-lo.

Nossas experiências perceptíveis dependem dos estímulos que chegam nos nossos vários órgãos sensoriais do mundo exterior e esses estímulos causam mudanças no nosso estado mental, nos fazendo sentir algo, o que pode ser bom ou ruim. O desejo de alguém por uma fatia de pizza, por exemplo, tende a fazer com que esta pessoa mova seu corpo de uma maneira e direção específica para obter o que ele quer.

A questão é, então, como pode ser possível que experiências conscientes surjam de uma massa de matéria cinzenta dotada de nada além de propriedades eletroquímicas. Um problema relacionado é o de explicar como as atitudes proposicionais de alguém (por exemplo, crenças e desejos) podem causar que os neurônios desse indivíduo trabalhem e seus músculos se contraiam exatamente da maneira correta. Esses são alguns dos enigmas que têm sido enfrentados por epistemólogos e filósofos da mente desde pelo menos o tempo de René Descartes.[111]

Linguagem

  • O pensamento não apenas se reflete na linguagem, mas também a determina.
  • O pensamento precisa da linguagem.
  • A linguagem transmite os conceitos, juízos e raciocínios do pensamento.
  • O pensamento se conserva e se fixa através da linguagem.
  • A linguagem ajuda o pensamento a se fazer cada vez mais concreto.
  • O pensamento envolve uma estrutura conhecida como "a estrutura do pensamento".
  • A linguagem é simplesmente o manejo de símbolos (diga-se codificação), o pensamento é um acondicionador da linguagem.
  • O pensamento é o limite da ação inconsciente, gerada na maioria dos casos por mensagens erradas ou mal interpretadas.

Logosofia

A Logosofia, funciona em prol da auto-superação humana, por processos de evolução consciente, sabendo-se que a sabedoria soberana pertence a Deus. Considera os pensamentos entidades psicológicas autônomas que atuam, em geral, independentemente da vontade do indivíduo e gravitam sobre ele de forma muitas vezes despótica. Se geram na mente humana, onde nascem e cumprem suas funções sob a influência de estados psíquicos ou morais, próprios ou de outrem.[112][113]

Sobre o ato de pensar, define-se como um esforço consciente que habilita uma função cerebral, para que a mente possa atuar, coordenando os elementos dispersos que entrarão na formação de um pensamento cuja solução se busca.[carece de fontes?]

Quanto à natureza e percepção dos pensamentos, Pecotche (2005, p.55) afirma que:

A Logosofia estabeleceu uma quádrupla e interdependente classificação de pensamentos, a saber:[113]

  • Por sua origem:
    • Próprios
    • Alheios
  • Por seu valor:
    • Positivos
    • Negativos
  • Por sua natureza:
    • Autônomos
    • Dependentes da inteligência e da vontade
  • Pela área mental de influência ou gravitação sobre a vida do ser:
    • Intermitentes
    • Dominantes ou obsessivos

Esta é uma das formas de classificação logosófica mas não a única. Na Logosofia se mostra como de fundamental importância identificar e classificar os pensamentos, visto que efetuada tal classificação que a princípio se consiga fazer, já não será difícil proceder à sua seleção, e esta deverá ser seguida por uma superação constante de tais pensamentos, com base no estudo e nas experiências que surjam à medida que destes se faça uso no curso do processo de evolução que se inicia.[112]

Classificação

Pensamento autista e realista: proposto por Eugen Bleuler, tem como base a relação com o ambiente interno e externo:

  • Autista: caracteriza as atividades internas não controladas por condições externas.
  • Realista: rigorosamente controlado pela realidade externa.

Pensamento de produção, reprodução e verificação: Donald Olding Hebb propôs a separação entre pensamento de produção e de verificação segundo o grau de impregnação lógica relevado pelo processo, e Norman Maier, a divisão entre pensamento produtivo e reprodutivo:

  • Pensamento produtivo: consequência da integração de experiências previamente não relacionadas
  • Pensamento reprodutivo: aplicação de experiências previamente adquiridas que conduzem a uma solução correta em nova situação de impasse.
  • Pensamento verificativo: tem como objetivo de verificação ou comprovação do conhecimento.

Pensamento intuitivo, analítico e sintético: proposto por Jerome S. Bruner, tem como base a origem do pensamento:

  • Intuitivo: usa a intuição do indivíduo.
  • Analítico: consiste em decompor o todo, em partes mais simples, que são mais facilmente explicadas ou solucionadas.
  • Sintético: é a reunião de um todo pela conjunção de suas partes.

Pensamento dedutivo e indutivo:

  • Dedutivo: vai do geral ao particular. É uma forma de raciocínio em que se atinge a conclusão a partir de uma ou várias premissas.
  • Indutivo: é o processo inverso do pensamento dedutivo, é o que vai do particular ao geral. A base é a figuração de que se algo é certo em algumas ocasiões, o será em outras similares, mesmo que não se possam observar.

Outros tipos de pensamento:

  • Pensamento criativo: aquele que se utiliza da criação ou modificação de algo, introduzindo novidades, ou seja, a produção de novas ideias para criar ou modificar algo existente.
  • Pensamento sistêmico: é uma visão completa de múltiplos elementos com suas diversas inter-relações. Sistêmico deriva da palavra sistema, o que nos indica que devemos ver as coisas de uma forma inter-relacionada.
  • Pensamento crítico: examina a estrutura dos raciocínios, e tem uma vertente analítica e avaliativa. Tenta superar o aspecto mecânico do estudo da lógica.
  • Pensamento interrogativo: é um pensamento com o que se faz as perguntas, identificando o que interessa a alguém saber sobre um determinado tema.

Operações racionais

  • Análise - Divisão mental, ou seja, o pensamento se divide em duas formas, esquerda e direita. O lado direito pode pensar todo o negativo e o lado esquerdo todo o positivo;
  • Síntese - Se reúne todo o processo mental para logo ser analisado ou decorado;
  • Comparação - Estabelece semelhanças e diferenças entre objetos e fenômenos distintos da realidade;
  • Generalização - Processo no que se estabelece o comum de um conjunto de objetos, fenômenos ou relações;
  • Abstração - Operação que consiste em mostrar mentalmente certos traços, geralmente ocultados pela pessoa, distinguindo-se de pensamentos e anexos acidentais, primários e precedendo aqueles pensamentos;
  • Racional - É o pensamento humano quando conduzido de acordo com a razão, ou seja, o pensamento logico, o raciocínio, livre das perturbações da emoção, do sentimento, etc..

Patologias

Os transtornos do pensamento podem ser divididos em transtornos de curso, de conteúdo do pensamento e, em certos casos se adiciona um terceiro grupo, os transtornos de vivência do pensamento.

Transtornos no curso do pensamento

O curso do pensamento é o caminho que segue o pensamento para raciocinar, falar, informar, etc, e inclui a fluidez do pensamento, como se formulam, organizam, e apresentam os pensamentos de um indivíduo. Em todo raciocínio há um fio condutor que leva um pensamento a outro. Este fio pode conter falhas, que causam os transtornos no curso de pensamento.

Transtornos da velocidade

Os transtornos da velocidade incluem patologias que afetam a quantidade e a velocidade dos pensamentos. Seus principais transtornos são os seguintes:[114]

  • Taquipsiquia - aceleração do curso do pensamento;
  • Fuga de ideias - caso extremo da Taquipsiquia, em que o pensamento parece saltar subitamente de um tema a outro;
  • Bradipsiquia - lentificação do curso do pensamento;
  • Bloqueio de pensamento, interrupção brusca do pensamento, o qual é reiniciado logo após retomando o curso anterior ou, o que é mais comum, um curso diferente.
Transtornos da forma

Os transtornos da forma propriamente dita incluem patologias de direcionalidade e a continuidade do pensamento. Os mais significativos incluem:[114]

Transtornos de conteúdo de pensamento

Os principais transtornos incluem:[114]

  • Pensamento incoerente: decorre de uma alteração da consciência (diminuição da lucidez);
  • Pensamento obsessivo;
  • Pensamento delirante;
    • Percepção delirante: é a atribuição de um significado anormal a uma percepção normal;
    • Ocorrência delirante: resulta de uma crença puramente subjetiva sobre si mesmo e seus conteúdos podem ser místicos, de perseguição, de grandeza, de prejuízo, de ciúmes, de influência e de relação;
    • Reação deliróide: é baseada em um determinado e preciso estado de ânimo, a partir do qual se tornam compreensíveis a significação e as referências anormais.
  • Preocupações;
  • Ideias falsas: geralmente reversíveis;
  • Ideias fóbicas;
  • Pensamento mágico.

Ver também

Referências

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Bibliografia

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