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Eleições estaduais no Maranhão em 1990: diferenças entre revisões

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Revisão das 01h19min de 11 de maio de 2016

1986 Brasil 1994
Eleições estaduais no  Maranhão em 1990
3 de outubro de 1990
(Primeiro turno)
25 de novembro de 1990
(Segundo turno)
Candidato Edison Lobão João Castelo
Partido PFL PRN
Natural de Mirador, MA Caxias, MA
Vice Ribamar Fiquene Ney Bello
Votos 695.727 594.620
Porcentagem 53,92% 46,08%

As eleições estaduais no Maranhão em 1990 ocorreram em 3 de outubro como parte das eleições gerais no Distrito Federal e em 26 estados. Foram eleitos o governador Edison Lobão, o vice-governador Ribamar Fiquene, o senador Epitácio Cafeteira, 18 deputados federais e 42 deputados estaduais. Como nenhum candidato a governador alcançou metade mais um dos votos válidos, houve um segundo turno em 25 de novembro e segundo a Constituição, o governador teria quatro anos de mandato a começar em 15 de março de 1991 sem direito a reeleição.[nota 1][1]

Em 1986 a disputa pelo governo do Maranhão foi decidida em prol de Epitácio Cafeteira que se elegeu pelo PMDB com o apoio do presidente José Sarney cuja popularidade estava em alta graças ao Plano Cruzado e nisso seu candidato obteve 81,02% dos votos válidos, cravando um novo recorde na história política do estado.[1] Passados quatro anos, o cenário mudou devido ao desgaste acumulado pelo Governo Sarney e, atento a essa conjuntura, José Sarney transferiu o domicílio eleitoral para o Amapá, onde elegeu-se senador enquanto Epitácio Cafeteira conseguiu um mandato idêntico pelo PDC do Maranhão. Somado a isso havia o fato que, pela primeira vez em 25 anos, surgiram dois blocos políticos contrários à família Sarney: um composto por João Castelo e Epitácio Cafeteira e outro à esquerda liderado pelo prefeito de São Luís, Jackson Lago, que apoiou o nome de Conceição Andrade. Diante desse quadro os "sarneístas", lançaram Edison Lobão, que recebeu o suporte do governador João Alberto de Souza.

Apurados os votos do primeiro turno, a coligação que sustentava João Castelo somou 46% dos votos para governador e elegeu o senador Epitácio Cafeteira, abrindo a perspectiva de uma derrota do "sarneísmo", evento almejado pelo presidente Fernando Collor, ferrenho crítico de seu antecessor durante a eleição presidencial de 1989. Contudo, uma vez que o ex-presidente fora eleito senador pelo Amapá, pôde atuar com mais liberdade na campanha de Edison Lobão, afinal eleito governador em segundo turno.

Advogado formado no Centro de Ensino Unificado de Brasília, o novo governador nasceu em Mirador. Também jornalista, ele trabalhou no Correio Braziliense, Última Hora, na revista Maquis e na sucursal da Rede Globo no Distrito Federal.[2] Titular do conselho de administração da extinta Telebrasília, foi assessor do Ministério de Viação e Obras Públicas, do governo do Distrito Federal e do Ministério do Interior até ingressar na política. Filiado à ARENA e ao PDS foi eleito deputado federal em 1978 e 1982 e como parlamentar votou contra a Emenda Dante de Oliveira em 1984 e em Paulo Maluf no Colégio Eleitoral em 1985, contudo tais posições não impediram seu ingresso no PFL sendo eleito senador em 1986.[3]

Com a vitória de Edison Lobão ao Palácio dos Leões, sua vaga de senador coube a Magno Bacelar. Nascido em Coelho Neto ele é advogado formado em 1962 pela Universidade Federal do Maranhão. Fundador do Sistema Difusora de Comunicação, uniu o jornalismo à política, elegendo-se deputado estadual pelo PSD em 1962 e no governo Pedro Santana, foi subchefe da Casa Civil e secretário de Educação.[4] Membro da ARENA e do PDS, foi eleito deputado federal em 1974, 1978 e 1982, pedindo licença para assumir a Secretaria de Justiça no governo João Castelo.[4] De volta a Brasília votou contra à Emenda Dante de Oliveira em 1984, apoiou em Paulo Maluf no Colégio Eleitoral em 1985 e um ano depois foi eleito primeiro suplente de senador pelo PFL. Em 1988 foi eleito vice-prefeito da capital maranhense pelo PDT na chapa de Jackson Lago.

Para completar a representação maranhense no Senado Federal foi eleito Epitácio Cafeteira. Nascido em João Pessoa, é técnico em Contabilidade e trabalhou no Banco do Brasil até entrar na política pela UDN. Em 1965 foi eleito prefeito de São Luís, ingressando no MDB com a imposição do bipartidarismo e perdeu a eleição para senador em 1970. Ora aliado, ora adversário de José Sarney, foi eleito deputado federal em 1974, 1978 e 1982, quando já estava no PMDB, sendo eleito governador quatro anos depois.[5]

Resultado da eleição para governador

Primeiro turno

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, houve 1.301.402 votos nominais (80,06%), 175.480 votos em branco (10,79%) e 148.693 votos nulos (9,15%) totalizando o comparecimento de 1.625.575 eleitores.[1]

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
João Castelo
PRN
Ney Bello
PMDB
36
Movimento Maranhão Livre
(PRN, PMDB, PDC, PSDB, PDS, PL, PTR, PMN, PCN, PRONA)
595.392
45,75%
Edison Lobão
PFL
Ribamar Fiquene
PFL
25
Maranhão do Povo
(PFL, PTB, PSC, PRP)
459.542
35,31%
Conceição Andrade
PSB
Neudson Claudino
PT
40
Frente Popular do Maranhão
(PSB, PT, PDT, PCB, PCdoB)
246.468
18,94%
  Segundo turno

Segundo turno

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão houve 1.290.347 votos nominais (90,07%) que somados aos 30.651 votos em branco (2,14%) e 111.564 votos nulos (7,79%) totalizam o comparecimento de 1.432.562 eleitores.[1]

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Edison Lobão
PFL
Ribamar Fiquene
PFL
25
Maranhão do Povo
(PFL, PTB, PSC, PSP, PCdoB, PCB, PT, PSB)
695.727
53,92%
João Castelo
PRN
Ney Bello
PMDB
36
Movimento Maranhão Livre
(PRN, PMDB, PDC, PSDB, PDS, PL, PTR, PMN, PCN, PRONA)
594.620
46,08%
  Eleito

Resultado da eleição para senador

Nesta disputa foram apurados 389.354 votos em branco (23,95%) e 138.256 votos nulos (8,50%).[1]

Candidatos a senador da República
Primeiro suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
Epitácio Cafeteira
PDC
Afonso Ribeiro
-
171
Movimento Maranhão Livre
(PRN, PMDB, PDC, PSDB, PDS, PL, PTR, PMN, PCN, PRONA)
653.956
59,56%
João Bosco
PSC
Não disponível
-
201
Maranhão do Povo
(PFL, PTB, PSC, PRP)
321.256
29,26%
Wagner Lago
PDT
Não disponível
-
121
Frente Popular do Maranhão
(PSB, PT, PDT, PCB, PCdoB)
122.753
11,18%
  Eleito

Deputados federais eleitos

São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[6] Os votos em branco eram considerados válidos para fins de cálculo do quociente eleitoral nas disputas proporcionais até 1997, quando essa anomalia foi banida de nossa legislação.[7]

Deputados federais eleitos Partido Votação Cidade onde nasceu Unidade federativa
Roseana Sarney[nota 2] PFL 44.785 São Luís  Maranhão
Francisco Coelho PDC 37.306 Balsas  Maranhão
Ricardo Murad[nota 3] PFL 36.819 São Luís  Maranhão
Cid Carvalho[nota 4] PMDB 34.003 Rio Branco  Acre
Sarney Filho PFL 32.470 São Luís  Maranhão
José Reinaldo Tavares[nota 2] PFL 28.926 São Luís  Maranhão
Eduardo Matias PDC 26.945 Igarapé Grande  Maranhão
Paulo Marinho[nota 5] PSC 25.247 Caxias  Maranhão
Nan Souza PFL 24.240 São Vicente Ferrer  Maranhão
João Rodolfo PDS 23.844 Timon  Maranhão
Daniel Silva PRN 23.412 Santa Inês  Maranhão
José Burnett PRN 23.291 São Luís  Maranhão
César Bandeira PFL 23.014 Vitorino Freire  Maranhão
Haroldo Saboia PDT 22.086 São Luís  Maranhão
Pedro Novaes PDC 22.081 Coelho Neto  Maranhão
Jaime Santana PSDB 22.043 São Luís  Maranhão
Costa Ferreira PFL 21.224 Guimarães  Maranhão
José Carlos Saboia[nota 6] PSB 18.565 Sobral  Ceará

Notas

  1. A posse dos governadores eleitos em 1990 foi fixada no Art. 4º, § 3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, exceto no Amapá, Distrito Federal e Roraima os governadores tomariam posse em 1º de janeiro de 1991 conforme o Art. 28 da Carta de 1988.
  2. a b Foi eleita governadora do Maranhão em 1994 tendo José Reinaldo Tavares como vice-governador. Para assumirem os novos cargos eles renunciaram aos mandatos sendo efetivados, respectivamente, Albérico Filho e Antônio Joaquim Araújo.
  3. Eleito prefeito de Coroatá em 1992, não renunciou ao mandato e assim o referido município foi entregue à vice-prefeita Teresa Murad, sua esposa.
  4. Implicado no caso dos Anões do Orçamento, renunciou em 23 de março de 1994 e em seu lugar foi efetivado Eurico Ribeiro.
  5. Foi eleito prefeito de Caxias em 1992 e em seu lugar foi efetivado Mauro Fecury.
  6. Secretário de Governo da prefeitura de São Luís, foi substituído por Neiva Moreira.

Referências